Prova_Objetiva - PROSEL 2005

UEPA – Processo Seletivo 2005 - 1

L Í N G U A P O R T U G U E S A

Com o poema a seguir apresentado, em que Carlos Drummond de Andrade tematiza a obra “Chove nos Campos de Cachoeira”, do escritor paraense Dalcídio Jurandir, um dos grandes da literatura brasileira, ainda pouco conhecido por seus conterrâneos, a UEPA reverencia este notável “caboclo do Marajó”. Leia com atenção o referido poema, para responder às questões numeradas de 01 a 08.

1

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20

“Chove nos Campos de Cachoeira e Dalcídio Jurandir já morreu. Chove sobre a campa de Dalcídio Jurandir e sobre qualquer outra campa, indiferentemente. A chuva não é um epílogo Tampouco significa sentença ou esquecimento. Falei em Dalcídio Jurandir como poderia falar em Rui Barbosa ou no preto Benvindo da minha terra ou em Atahualpa. Sobre todos os mortos cai a chuva com esse jeito cinzento de cair. Confesso que a chuva me dói: ferida, lei injusta que me atinge a liberdade. Chover a semana inteira é nunca ter havido sol nem azul nem carmesim nem esperança. É eu não ter nascido e sentir que tudo foi roto para nunca mais. Nos campos de Cachoeira-vida chove irremissivelmente.

(In Canções de Alinhavo, de Carlos Drummond de Andrade)

01. Leia as afirmativas a seguir referentes ao poema.

I. A leitura dos dois primeiros versos permite-nos inferir, unicamente, a referência ao título do romance dalcidiano.

II. No 3º verso, chove está empregado com sentido denotativo. III. Com o 5º e 6º versos, Drummond quer afirmar a perenidade da obra do escritor

paraense. IV. O emprego de indiferentemente, no 4º verso, remete à igualdade entre os

homens após a morte.

São corretas as indicadas em: a) I, II, III e IV.

b) I, III e IV somente. c) II, III e IV somente.

d) I, II e III somente. e) I, II e IV somente.

02. A seleção do item lexical tampouco no 6º verso:

a) estabelece uma relação de causa e efeito com a afirmação “A chuva não é um epílogo”. b) nega uma predicação, da mesma forma que o faz a palavra “não” no verso anterior.

c) torna irrelevante o sentido das palavras sentença ou esquecimento, no 6º verso. d) generaliza o sentido de indiferentemente, no 4º verso.

e) reafirma o sentido de chuva como epílogo, no 5º verso.


03. Poeticamente, Drummond trabalha nesses versos com as idéias de campo e campa. Ao empregar essas palavras, o poeta: a) usa campa como feminino de campo.

b) considera campa como equivalente a campainha.

c) toma campo e campa como palavras de mesmo significado.

d) apresenta a idéia de campa como um tipo de campo.

e) evidencia campo como um lugar rural e campa como sepultura.

04. No poema de Drummond, integram-se diferentes funções da linguagem. Dentre elas, a emotiva ou expressiva se evidencia com recursos gramaticais peculiares, como exemplifica a seguinte passagem:

a) “Chove sobre a campa de Dalcídio Jurandir/e sobre qualquer outra campa, indiferentemente....”

b) “Sobre todos os mortos cai a chuva/com esse jeito cinzento de cair:...”

c) “A chuva não é um epílogo/tampouco significa sentença ou esquecimento....” d) “Confesso que a chuva me dói: ferida,/lei injusta que me atinge a liberdade....”

e) “Chover a semana inteira é nunca ter havido sol/nem azul, nem carmesim nem esperança...”

05. A leitura do poema mostra que o eu-lírico conduz o leitor do particular (“Chove nos campos de Cachoeira”) ao universal (“Chove nos campos de Cachoeira-vida/chove irremissivelmente”). Esse deslocamento também está sinalizado na escritura dos versos citados, por meio da:

a) sintaxe: localização do verbo no primeiro e nos dois últimos versos.

b) translineação: divisão do período final em dois versos.

c) ortografia: emprego de maiúscula(“Campos”) e minúscula (“campos”).

d) nível de linguagem: adoção da variante tida como padrão.

e) pontuação: ausência da vírgula entre o penúltimo e o último verso.

06. “...É eu não ter nascido e sentir

que tudo foi roto para nunca mais....”

Considere as seguintes afirmações sobre esse período.

I. Constrói-se com elipse do sujeito dos verbos nascer e sentir.

II. Nele, o pronome eu desempenha duplo papel sintático: de predicativo de “É” e sujeito de “ter nascido” e “sentir”.

III. Apresenta desvio de concordância em “É eu não ter nascido e sentir”, configurando o uso do nível informal da linguagem.

IV. Estrutura-se por meio dos mecanismos de coordenação e subordinação.

São corretas as afirmações de:

a) I, II e IV somente. b) I e III somente.

c) II, III e IV somente. d) II e IV somente.

e) I, III e IV somente.


07. Em qual dos versos o poeta se vale explicitamente da linguagem metafórica?

a) “... e Dalcídio Jurandir já morreu...”

b) “...A chuva não é um epílogo...” c) “...Falei em Dalcídio Jurandir...”

d) “....como poderia falar em Rui Barbosa...” e) “...É eu não ter nascido e sentir...”

08. Assinale a alternativa em que a palavra ou expressão destacada do poema expressa

julgamento.

a) “indiferentemente” b) “sobre a campa”

c) “da minha terra”

d) “sobre qualquer outra campa” e) ”nunca mais”

L I T E R A T U R A 09. Leia com atenção os dois excertos e assinale o comentário correto sobre eles.

“De uma os cabelos de ouro o vento leva,

Correndo, e de outra as fraldas delicadas; Acende-se o desejo que se ceva

Nas alvas carnes, súbito mostradas.” (Camões – Os Lusíadas – A Ilha dos Amores)

“Pois amor quer me matar com dor, tristura e cuidado,

eu me conto por finado, e quero-me soterrar.” (Gil Vicente – Quem Tem Farelos?) (Trecho de uma cantiga de Aires Rosado)

a) Nos versos de Camões, fala-se das sensações provocadas pelas ninfas nos marinheiros

lusos; no de Gil Vicente, das sensações provocadas por Isabel, no escudeiro. b) Se entendermos o antropocentrismo como a valorização do corpo, concluiremos que ele se

encontra nos versos de Gil Vicente e não nos versos de Camões. c) A visão do amor que associa amar com preocupação, respeito, admiração pelo outro é

comumente sintetizada na expressão amor platônico, tipo de amor que corresponde ao expresso nos versos de Camões e não nos versos de Gil Vicente.

d) O amor que mata e o amor que estimula as sensações da vida, presentes nos textos, em separado, são aspectos do amor cultivados na poesia medieval e renascentista que desapareceram na poesia romântica.

e) O erotismo dos versos camonianos é decorrente do modelo teocêntrico da cultura medieval, enquanto o platonismo dos versos vicentinos deriva das matrizes antropocêntricas da cultura renascentista.


10. Na estética barroca, os temas mais freqüentes, evidenciados nas poesias, dizem respeito à aflição e à ansiedade frente à transitoriedade da vida. Levando em conta essa afirmativa, identifique o fragmento poético que tematiza essa transitoriedade.

a) A vós correndo vou, Braços sagrados,

Nessa cruz sacrossanta descobertos; Que para receber-me estais abertos E por não castigar-me estais cravados.

b) Ando sem me mover, falo calado,

O que mais peço vejo, se me ausenta, E o que estou sem ver, mais me atormenta, Alegro-me de ver-me atormentado.

c) Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?

d) Anjo no nome, Angélica na cara. Isso é ser anjo e flor conjuntamente, Ser angélica flor, anjo florente Em quem, se não em vós, se uniformara?

e) Quem vira uma tal flor, que não a cortara,

De verde pé, da rama fluorescente; E quem um anjo vira tão reluzente, Que por seu Deus o não idolatrara?

11. Dos fragmentos poéticos abaixo transcritos, qual pode ser considerado eminentemente representativo do bucolismo arcádico?

a) Quanto mais se avizinha o dia extremo

Que a humana miséria torna breve, Mais vejo o tempo ser veloz e leve E o que dele esperei, falaz e vão.

b) Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si concertados, Que dous mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente.

c) Livre, se luz desejas, mal te enganas, Quanto melhor será dentro em teu muro Quieto e humilde estar, inda que escuro, Onde ninguém t’empece, a ninguém danas!

d) Olha Marília a flauta dos pastores

Que bem que soam, como estão cadentes! Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes Os Zéfiros brincar por entre as flores?

e) “Que homens havemos d’esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias que nem tarde, já vêm frias, E pode enfim mudar-se a nossa estrela.”


12. Leia atentamente os excertos abaixo. “Tereza adivinha que a lealdade tropeça a cada passo na estrada real da vida, e que os melhores fins se atingem pelos atalhos onde não cabem a franqueza e a sinceridade.” (Camilo Castelo Branco – Amor de Perdição).

“Talvez espante ao leitor a franqueza com que lhe exponho e realço a minha mediocridade; adivirta que a franqueza é a primeira virtude de um defunto. Na vida, o olhar da opinião, o contraste dos interesses, a luta das cobiças obrigam a calar os trapos velhos, a disfarçar os rasgões e remendos, a não estender ao mundo as revelações que faz à consciência...” (Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas)

Assinale a alternativa correta sobre eles. a) O modo negativo com que ambos expõem o comportamento humano é comumente

associado ao estilo romântico e não ao realista.

b) Mesmo sendo de estilos de época diferentes – um pertence ao romantismo, outro ao realismo - os excertos abordam o mesmo tema: a impossibilidade da franqueza no decurso natural da existência humana.

c) O modo como Camilo Castelo Branco e Machado de Assis apresentam Teresa e Brás Cubas, permite dizer que eles idealizam esses personagens.

d) Segundo se pode depreender dos excertos, Tereza faz, em vida, o mesmo que Brás Cubas faz quando morto.

e) A caracterização dos dois personagens combina com seus atos nas histórias a que pertencem, pois se Teresa é sempre insincera com Simão Botelho, Brás Cubas jamais o é com Virgília.

13.

Ave – Marias “Nas nossa ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. Semelham-se a gaiolas, com viveiros, As edificações somente emadeiradas, Como morcegos, ao cair das badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros. (...)”

Cesário Verde. O Livro de Cesário Verde

A leitura dessas estrofes destacadas do poema Ave-Marias, de Cesário Verde, representante do Realismo em Portugal, revela:

a) uma poesia anti-clerical, expressa em tom grandiloqüente, como é comum nos poemas épicos.

b) um realismo subjetivo, construído com expressões do cotidiano que sensibilizam o poeta.

c) a presença da objetividade na expressão do mundo exterior. d) uma relação impessoal entre o eu-lírico e a realidade que o cerca.

e) um certo tom ufanista, sobretudo na referência ao Tejo, ponto de partida das grandes conquistas lusitanas.


14. Texto A Texto B

Profissão de Fé *Inania Verba “(...) Porque o escrever – tanta perícia Tanta requer, Que ofício tal ... nem há notícia De outro qualquer. Assim procedo. Minha pena Segue esta norma, Por te servir, Deusa serena, Serena Forma.

Olavo Bilac. Obra Reunida

Ah! Quem há de exprimir, alma impotente e escrava, O que a boca não diz, o que a mão não escreve? _ Ardes, sangras, pregado a tua cruz, e, em breve, Olhas, desfeito em lodo, o que te deslumbrava... O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava: A Forma, fria e espessa, é um sepulcro de De neve... E a Palavra pesada abafa a Idéia leve, Que, perfume e clarão, refulgia e voava (...)”

Olavo Bilac. Obra Reunida

*Inania Verba: expressão latina que significa palavras sem alma.

Considere as seguintes afirmativas sobre esses fragmentos poéticos destacados de poemas

do poeta parnasiano Olavo Bilac:

I. Em ambos há referência à característica parnasiana do culto à forma. II. Há um nítido contraste entre o posicionamento dos eus-líricos de cada

fragmento: em A submete-se à emoção; em B, à razão. III. No fragmento B, o eu-lírico lamenta que a palavra não seja porta-voz fiel da

alma IV. As idéias expressas em Inania Verba estão em harmonia com o que propõe

Profissão de Fé.

São verdadeiras somente as afirmativas apontadas na seguinte alternativa:

a) I, II e III

b) I, III e IV

c) II, III e IV d) I, II, III e IV

e) I e III


15. Oficina Irritada

“Eu quero compor um soneto duro como poeta algum ousara escrever. Eu quero pintar um soneto duro, Seco, abafado, difícil de ler. Quero que meu soneto, no futuro, Não desperte em ninguém nenhum prazer. E que, no seu maligno ar imaturo, Ao mesmo tempo saiba ser, não ser. (...)”

Considere o tema desenvolvido no fragmento poético acima, para localizá-lo em uma das

seguintes divisões da obra de Drummond proposta pelo próprio poeta.

a) Um eu todo retorcido : tematiza o indivíduo, o eu. b) Cantar de amigos : homenageia outros poetas.

c) Amar-amaro: tematiza o choque social, o atrito entre o eu e o mundo. d) A família que me dei : o tema é a família, sobretudo o pai.

e) Poesia contemplada : o tema é o próprio fazer poético; um processo de metalinguagem.

H I S T Ó R I A 16.

“A UNE somos nós. Abaixo a repressão” Correio da Manhã, 17/10/68 Site: www.une.org.br

As palavras de ordem do documento, cantadas pelo Movimento Estudantil neste contexto político, representou a:

a) união em defesa da reforma universitária proposta no acordo MEC/USAID. b) articulação do movimento com os setores que apoiaram o golpe de 64.

c) força da juventude na luta a favor da TFP – tradição, família e propriedade.

d) participação política dos estudantes contra o regime militar e a ditadura.

e) liberdade de expressão estudantil durante o regime militar.


17.

“Bodo e sua esposa Ermentrude, homens de Saint-Germain, têm com eles três filhos. Ele

tem um manso livre. [...] A cada três anos paga cem pranchas e três postes para cercas. Ara no inverno e na primavera. Cada semana deve dois dias de serviço e um de trabalho manual. Paga três galinhas e quinze ovos anualmente, e serviços de transporte quando ordenado [...]”

(Polyptique de l’abbaye de Saint-Germain-de-Près, apud Eileen Power, Gente Medieval, Barcelona Editorial Ariel, 1988, p.260. In PAIS, Marco Antônio de Oliveira. A formação da Europa: a alta Idade Média: São Paulo, Atual, s/d).

Observe a frase que está grifada no texto acima. Trata-se de uma obrigação servil, denominada:

a) talha b) corvéia c) per capita d) banalidade e) for mariage

18.

“Para que uma revolução social possa triunfar são necessárias pelo menos duas condições: forças produtivas altamente desenvolvidas e um proletariado bem preparado. Mas em 1871 estas duas condições estavam ausentes. O capitalismo estava ainda pouco desenvolvido e a França era sobretudo um país de pequena burguesia (artesãos, camponeses, lojistas etc.). Não existia partido operário; a classe operária não tinha nem preparação nem grande arrebatamento e, no seu conjunto, não tinha mesmo, uma idéia muito clara das suas tarefas e dos meios de as realizar. Não havia nem uma real organização política do proletariado, nem sindicatos nem associações cooperativas de massa”.

(Lênin, Em memória da Comuna. In MARX – ENGELS. A comuna de Paris. Belo Horizonte: Aldeia Global Editora, 1979. p. 21)

Leia o documento com atenção, foi escrito por Lênin, teórico da Revolução Russa, no qual expressa brevemente sua opinião sobre a Comuna de Paris. Para ele, de acordo com o documento, a Comuna:

a) Refletiu a ausência dos princípios marxistas considerados necessários para o triunfo de uma revolução social, ou seja, as duas condições básicas: “forças produtivas desenvolvidas e um proletariado bem preparado”.

b) Significou o triunfo da Revolução Social como experiência política do operariado parisiense dentro das orientações marxistas devido à existência de uma organização política do proletariado e de um partido único dos trabalhadores.

c) Representou a vitória dos princípios marxistas de luta de classes em que a pequena burguesia surge como a classe verdadeiramente revolucionária ao lado do proletariado, consagrando a orientação política das alianças partidárias.

d) Fracassou nos seus ideais revolucionários ao se afastar conscientemente das condições objetivas necessárias para a construção de uma sociedade fundamentada nos princípios do socialismo defendido por Marx e Engels.

e) Desnudou a glória da Revolução Social dentro dos princípios marxistas, uma vez que foi constituída por “uma real organização política do proletariado, sindicatos e associações cooperativas de massa”.


19.

Documento 1 Documento 2

Ele (Dióklides) dizia ter um escravo trabalhando no Láurio, e devia ir receber o pagamento devido pelo escravo. Levantou-se muito cedo para se pôr ao caminho. De fato, enganou-se na hora e era lua cheia.

(Andócides, Sobre os

Mistérios,38 apud AUSTIN, Michel e NAQUET, Pierre Vidal.

Economia e sociedade na Grécia Antiga. 1ªed. Lisboa:

ed. 70, 1972, p.270)

BENS DE KEFISODOROS, METECO HABITANTE DO PIREU

Valor da Compra

Origem Étnica do Escravo

165 dracmas Uma trácia 135 dracmas Uma trácia 240 dracmas Um sírio 161 dracmas Um ilírio 144 dracmas Um cita 174 dracmas Uma criança cária

(R. Meiggs e D. Lewis, A selection of Greek

historical inscriptions, nº 79, A, linhas 33-49 apud AUSTIN, Michel e NAQUET, Pierre Vidal.

Economia e sociedade na Grécia Antiga. 1ªed. Lisboa: ed. 70, 1972, p.270)

No que se refere ao mundo do trabalho na Grécia Antiga, os documentos acima revelam

que:

a) A condição de vida e de trabalho dos escravos das minas do Láurio (doc.1) era superior em relação aos escravos da Trácia, Ilíria e da Síria (doc.2), pois aqueles escravos recebiam de seus donos um pecúlio com o qual compravam terras no Pireu.

b) O trabalho dos escravos da região agrícola do Láurio era, em geral, remunerado pela importância da atividade para a economia grega (doc.1), despertando o interesse dos escravos originários do Mediterrâneo em trabalharem nessa região (doc.2).

c) Os Metecos, por serem políticos e proprietários de terras, destinavam os escravos provenientes de diversas regiões (doc.2) para o trabalho em suas minas no Láurio, assim que chegavam no Pireu (doc.1).

d) A escravidão, na Grécia, era alimentada pelo intenso comércio (doc.2), pelas guerras e por dívidas, implicando numa multiplicidade étnica de escravos (doc.2) utilizados em atividades como a da mineração na região do Láurio (doc.1).

e) Os escravos pertencentes aos Metecos vinham da mesma cidade, isto é, do Pireu (doc.2), os quais eram destinados majoritariamente para as atividades de mineração na região do Láurio (doc.1).


20.

É curioso o aspecto que apresentam algumas praças e ruas da capital, transformadas

diariamente em lavanderias públicas.

Aqui, roupas de um branco de neve se balançam [...] em cordas passadas de um a outro cercado da projetada arborização; mais longe, redes, lençóis, ceroulas, penhoar [...] cobrem a verde relva, fazendo contraste com o charco ou lama que ao lado é alimentada pelas águas da lavagem.

[...] um grupo de lavadeiras, acocoradas junto às tinas, [...] redizem em voz alta um mexerico de creada, mais adiante duas comadres, cachimbo no queixo, atiçando fogo à panela que ferve o almoço, chincaltam do fiscal.

Entretanto, o art. 75 do Código de Posturas Municipais assim se pronuncia a respeito: É igualmente proibido coarar, enxugar ou estender roupa nas praças, largos, ruas e

travessas, [...] salvo nos lugares designados pela câmara. O infrator pagará a multa de dez mil réis.

(Adaptado do jornal A Província do Pará, Belém, 27 de abril de 1885.) VOCABULÁRIO:

chincaltam: fazem gozação de

Leia atentamente o documento, pois considerando o contexto histórico em que foi produzido

e de acordo com os estudos historiográficos, ele revela que:

a) A despeito do impacto do projeto modernizador implementado no período em questão, as camadas populares imprimiram as suas experiências e práticas sociais no espaço urbano de Belém, desafiando as normas reguladoras do poder público, a exemplo das lavadeiras.

b) Houve uma reestruturação do espaço público da cidade para que as lavadeiras realizassem suas atividades e assim garantissem o sustento de suas famílias com a renda de dez mil réis, de acordo com o Código de Posturas Municipais.

c) A modernização da cidade de Belém seguiu os padrões europeus, pois a elite da borracha ansiava por uma cidade disciplinada, ordeira e higienizada, por isso a permissão para as atividades das lavadeiras responsáveis pela limpeza das praças, ruas e travessas com a água que sobrava das lavagens das roupas.

d) Belém vivenciou intensa transformação, ruas foram abertas e pavimentadas, praças arborizadas, instalação de bondes e rede de abastecimento de água, entre outros serviços urbanos, implementados para facilitar o ofício das lavadeiras que eram apoiadas pelo Código de Posturas Municipais.

e) Havia um zelo pela estética moderna da cidade de Belém, que aspirava ares europeus, fundamentada nas noções de higiene, moralidade, beleza e progresso, propiciando assim aos seus cidadãos uma vida de conforto e justiça social, notadamente aos mais pobres.


21.

Documento 1 Documento 2

“(...) Os espanhóis descobriram as riquezas fabulosas de Coricancha, o templo do Sol: (...) Como quisessem penetrar num recinto do templo, na entrada, uma mulher, obrigou-os a tirar os sapatos: obedeceram e encontraram, no interior, formas humanas ressecadas e vestidas suntuosamente. Eram as múmias dos Incas. (...)”

(BERNAND, Carmen e GRUZINSKI, Serge. História do Novo Mundo. SP: Edusp, 1997.

P.515 e 516)

(Sacrifício de prisioneiros (morte florida).

Sociedade Asteca Códice Florentino. Séc. XVI. In: Revista “História Viva”. Nº 6. SP: Duetto.

2004. P.80)

Considerando os estudos históricos acerca dos astecas e incas, é correto afirmar que os

documentos acima indicam que:

a) os mortos eram divinizados em ambas as sociedades. Em decorrência disso, o falecimento de um habitante era precedido por rituais fúnebres dentre os quais a extirpação do coração (doc.2) seqüenciado pelo processo de mumificação (doc.1).

b) havia duas modalidades distintas de sacrifícios: a primeira relaciona-se à conservação dos corpos com vistas à ressurreição da alma (doc.1) e a segunda refere-se às penitências e multas corporais que livrariam as almas da passagem pelos mundos infernais (doc.2).

c) a vida após a morte era importante para aqueles povos, uma vez que ambos professavam religiões que tinham por princípios fundamentais a sobrevivência da alma simbolizada pela mumificação (doc.1) e a reencarnação, representada na imagem (doc.2).

d) em ambas as sociedades havia uma estreita relação dos habitantes com a morte. Nesse sentido, os corpos preservados garantiam a interseção dos mortos junto aos deuses em nome dos vivos (doc.1) e os sacrifícios humanos, a harmonia e o equilíbrio da vida (doc.2).

e) havia forte influência do cristianismo entre os habitantes do “Novo Mundo”. Logo, a conservação dos corpos ancestrais e os sacrifícios humanos foram resignificados, ou seja, mediante a conversão cristã, o culto aos mortos foi associado à devoção aos santos (doc.1) e os sacrifícios, às penitências (doc.2).


22.

“Assim, os escravos como as escravas se ocupam do corte da cana; porém, comumente os escravos cortam e as escravas amarram os feixes; (...) e assim atados vão nos carros (...) à moenda.

(...) O lugar do maior perigo que há no engenho é o da moenda, porque, se por desgraça a escrava que mete a cana entre os eixos (...) meteu desatentamente a mão mais adiante do que devia, arrisca-se a passar moída entre os eixos, se lhe não cortarem logo a mão ou o braço apanhado (...).

(...)Junto à casa da moenda (...) segue-se a casa das fornalhas (...) viva imagem dos vulcões Vesúvio e Etnas e quase disse, do Purgatório ou do Inferno. (...)”

(Fonte: André João Antonil. Cultura e Opulência do Brasil. 3. ed., Belo Horizonte – Itatiaia, São Paulo – EDUSP, 1982. pp. 106, 112, 115. In: NEVES, Maria de Fátima Rodrigues das. Documentos sobre a Escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 1996. p.30 e 31.)

Leia atentamente o trecho acima, nele o autor remete-nos ao trabalho “no campo” e “na fábrica” do engenho. Observe também que as expressões em destaque nesta fonte relacionam-se a algumas ocupações dos cativos no contexto da sociedade colonial. Estas ocupações eram:

a) Plantio, mondadura e transporte da cana. b) Mondadura, corte e moagem da cana.

c) Transporte, moagem da cana e controle do fogo. d) Corte da cana, controle do fogo e purga do açúcar.

e) Transporte, cozimento do caldo e purga do açúcar.

G E O G R A F I A 23. Leia o texto abaixo:

“Não será surpresa se, já no primeiro dia da era pós Saddam, o Iraque se transformar na Iugoslávia do Oriente Médio.”

Revista Veja.26/02/2003

Nele há uma comparação entre a ex-Iugoslávia, na Europa, e o Iraque, país do Oriente Médio, na Ásia. Tal analogia tem relação com o fato de que...

a) em ambos os países , antes da década de noventa, havia um regime socialista ditatorial, cujos comandos políticos pertenciam aos radicais xiitas, que governavam seus países com o apoio dos Estados Unidos.

b) no comando político desses países, havia um revezamento das diversas etnias que compõem a população, proporcionando uma organização sócio-espacial interna descentralizada.

c) assim como a ex-Iugoslávia, o Iraque sofreu intensa fragmentação territorial após as mudanças políticas, gerando diferentes estados autônomos.

d) tal como na ex-Iugoslávia, o Iraque possui uma grande diversidade étnica, com forte rivalidade entre as etnias, sendo que a unidade do território se mantinha com um governo centralizado.

e) os dois países são grandes produtores de petróleo, membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), sendo este um dos fatores estimuladores dos conflitos que neles existem e motivo de cobiça internacional , no que diz respeito ao domínio do território.


24. Interprete o mapa abaixo:

Fonte:KRAJEWSKY,Angela Correa et all.Geografia:Pesquisa e Ação.São Paulo:Moderna.2000.p 73.

A partir desta interpretação e auxiliado pelos seus conhecimentos sobre o espaço mundial, é

verdadeiro afirmar que:

a) apesar do nível de subdesenvolvimento da América Latina e África, esses continentes encontram-se integrados ao circuito onde ocorrem os maiores fluxos de mercadorias, estando em seus territórios as zonas portuárias mais importantes do espaço mundial.

b) estão concentrados na América Saxônica, Europa e Ásia os países que são considerados os motores da globalização, estando os mesmos incluídos nas chamadas grandes zonas de livre comércio.

c) como, na maioria das vezes, os países subdesenvolvidos oferecem vantagens locacionais à instalação de transnacionais, estão localizadas nestes países esses tipos de empresas, que excluem para sua instalação o território de países desenvolvidos.

d) nos últimos anos, o Pacífico norte tornou-se um importante eixo comercial, devido principalmente à presença neste espaço de países como o Japão e os Tigres asiáticos, daí este espaço ser considerado hoje a principal área de fluxo aéreo do mundo.

e) após a desestruturação da ex-URSS e a implantação do capitalismo em seu território, a Rússia ascendeu economicamente, tendo-se transformado num dos motores da globalização do atual espaço econômico mundial.


25.

Evolução da área semeada com soja no Brasil

Fonte:Tecnologias de Produção de Soja na Região Central do Brasil.Fundação Meridional, Goiânia, 2004.

A partir da observação e da interpretação da seqüência de mapas sobre a expansão da soja no Brasil e de seus conhecimentos sobre as atividades agrícolas no país, assinale a alternativa correta:

a) Entre 1960 e 1975 a região Sul do país se constituiu num espaço privilegiado para a expansão da soja: incentivos fiscais disponibilizados para a abertura de novas áreas de produção agrícola, assim como para a aquisição de máquinas e construção de silos e armazéns bem como a permissão para o plantio de soja transgênica pelo Governo Federal foram decisivos.

b) A expansão da soja em Minas Gerais e no Sul da Bahia ocorreu depois do arrefecimento do surto de produção do café em décadas anteriores. Toda a infraestrutura que havia sido montada na época do café (1940/1950) é transferida para a expansão da soja, o que foi possível dado o fato de tratar-se de atividade econômica do mesmo tipo.

c) A expansão da soja entre 1975 a 2000 para o Centro – Oeste do Brasil, considerada a nova e principal fronteira da soja no país, ocorreu condicionada por vários fatores, entre os quais se destaca: a baixo valor da terra na região, comparado ao da Região Sul, nas décadas de 1960/70, pesquisas técnicas e científicas aprimorando geneticamente a soja e adequando-a às condições ambientais da região, incentivos dos governos estaduais do Centro Oeste e a crescente demanda externa pela soja.

d) A soja, depois de 1960, encontrou em Goiás, no Centro – Oeste e no Sudoeste da Bahia, no Nordeste, as condições ambientais adequadas para expansão: topografia altamente favorável à mecanização,boas condições físicas dos solos da região e regime pluviométrico da região altamente favorável aos cultivos de verão, em contraste com as freqüentes secas na Região Sul, destacadamente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

e) A soja está em franca expansão no território brasileiro desde a década de 1960. Esse fato demonstra que a produção da soja independe da diversidade de condições ambientais presentes no país desde a região Sul ao Centro –Oeste. Basicamente, o que tem estimulado a sua expansão são as significativas demandas internas.


26. As novas ferrovias no Brasil - entre elas a Ferrovia Novoeste, a Ferroban - Ferrovias Bandeirantes e a Ferronorte - Ferrovias Norte Brasil - interligam as regiões Sudeste e Centro-Oeste, convergindo para Santos (SP) - o maior porto da América Latina. Esse processo de interligação das novas ferrovias, entre a região Centro-Oeste e a região Sudeste do Brasil deve-se:

a) À necessidade de integração nacional, através de um sistema de transporte mais barato e competitivo, possibilitando o deslocamento de pessoas e mercadorias em menor tempo do que o convencional sistema de transporte rodoviário.

b) A sinergia na produção de transporte para estimular a exportação de grãos do Centro-oeste, tornando a ferrovia mais competitiva ante os modos concorrentes e contribuindo significativamente para a redução do chamado custo Brasil.

c) A necessidade de ampliação do sistema ferroviário brasileiro de passageiros, disponibilizando um sistema de transporte alternativo de passageiros do Centro – Oeste para a região Centro – Oeste do Brasil.

d) A sinergia na produção de transporte para estimular a exportação de minerais e gado do Centro-oeste através de seus dois corredores, tornando a ferrovia mais competitiva ante os modos concorrentes e contribuindo significativamente para a redução do chamado custo Brasil.

e) A necessidade de ampliação do sistema ferroviário brasileiro – do Sudeste para o Centro-Oeste – e sua interligação com o sistema ferroviário boliviano. A renovação do sistema ferroviário é parte das políticas de integração do Brasil no Mercosul.

27.

"A linearidade da ocupação humana na margem do rio (na sua "beira" ou "beirada") contrastava com o desenho urbano da "cidade industrial", Monte Dourado, projetada para o interior, seguindo uma concepção nucleadora e estratificada do staff de Ludwig. Os contrastes, a uma distância tão pequena, eram brutais. Os serviços eram de qualidade em Monte Dourado e péssimos no Beiradão. Sem o olhar vigilante e castrador do Big Brother, porém, o estar era melhor na cidade livre, ainda que caótica e pobre, do que na cidade controlada".

(PINTO, L. F. Beiradões amazônicos. In: _____. CVRD: a sigla do entrave na Amazônia. As mutações da estatal e o Estado imutável no Pará. Belém: CEJUP, 2003. p. 240.

Sobre as argumentações apresentadas acima constata-se que:

a) na Amazônia, os chamados "beiradões" são marcados principalmente por uma tipologia de organização do espaço em que o rio é o elemento de referência na estrutura urbana, sendo, inclusive, fundamental para o elevado padrão de vida de sua população.

b) diferentemente das "cidades industriais", os "beiradões" apresentam superior padrão de vida, principalmente por se tratarem de "cidades livres", não controladas, fato que por si só garante opção de emprego, moradia e satisfatória infra-estrutura urbana.

c) se, por um lado, nas "cidades industriais", os serviços urbanos apresentam boa qualidade, por outro, caracterizam-se, muitas vezes, por serem cidades vigiadas e controladas, bem diferente do ritmo de vida das chamadas "cidades livres" ou "beiradões".

d) a principal diferença entre as "cidades industriais" e seu entorno diz respeito à localização; no primeiro caso, são cidades projetadas para o interior, sempre em direção à terra-firme, enquanto que as chamadas "cidades livres" acompanham a linearidade da ocupação humana às margens dos rios.

e) a realidade apresentada é específica de um grande projeto localizado nos limites político-administrativos do Estado do Pará, onde se constata a presença de uma cidade planejada, Monte Dourado, e de uma "cidade livre", Laranjal do Jari, não se repetindo em outras realidades onde foram implantados projetos similares.


28.

TABELA 1

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO DE MANAUS EM RELAÇÃO AO ESTADO DO AMAZONAS

POPULAÇÃO ANO

Estado(A) Manaus (B) % (B/A)

1950 514.099 139.620 27,16

1960 708.459 173.706 24,31

1970 955.235 311.622 32,70

1980 1.430.528 633.392 44,34

1991 2.103.243 1.011.500 48,05

2000 2.813.085 1.403.796 49,90 Fonte: IBGE

TABELA 2

CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM (RMB)

EM RELAÇÃO AO ESTADO DO PARÁ

POPULAÇÃO ANO

Estado (A) RMB (B) % (B/A)

1950 1.123.273 254.949 22,70

1960 1.538.193 410.635 25,93

1970 2.161.316 649.043 30,00

1980 3.403.391 971.720 28,50

1991 5.181.570 1.302.950 25,10

2000 6.188.685 1.794.981 29,00 Fonte: IBGE

Partindo das tabelas sobre população acima e analisando a importância de Belém face ao Estado do Pará, comparativamente a Manaus em relação ao Estado do Amazonas, conclui-se que.

a) a pouca diversificação econômica na Amazônia Oriental fez de Belém uma cidade importante nessa sub-região, com um grau de concentração populacional excessiva, semelhante a Manaus em relação ao Estado do Amazonas.

b) O papel das duas cidades em relação aos seus respectivos Estados difere pelo fato de que, no Amazonas, a presença da Zona Franca de Manaus estimulou a imigração e a desconcentração econômica e populacional no território, enquanto que Belém não teve o mesmo estímulo industrial e de atração populacional.

c) ambas as cidades vivenciam um processo de macrocefalia urbana no contexto de seus respectivos Estados, haja vista que é muito significativo e parecido o percentual de concentração populacional nas capitais estaduais.

d) à semelhança de Manaus, há progressiva concentração populacional em Belém, justificada principalmente pelas políticas de investimentos e incentivos fiscais e creditícios presentes tanto na Zona Franca de Manaus, como nos distritos industrias da RMB.

e) diferentemente de Manaus, o papel de Belém, no espaço paraense, é relativizado pela abertura de novas frentes de expansão econômica fora da órbita imediata de Belém, refletindo, em conseqüência, no grau de concentração populacional na capital.


29. A partir da observação e interpretação do gráfico sobre a fecundidade da população no Brasil e regiões e de seus conhecimentos sobre a dinâmica demográfica brasileira, assinale a alternativa correta:

a) Os dados do gráfico sobre fecundidade nas regiões do Brasil evidenciam uma rápida

redução das taxas de fecundidade em todas as regiões brasileiras a partir das décadas de 1940/1950. O principal fator foi a acelerada urbanização e a industrialização.

b) A década de 1960 foi, para o Brasil, um período de transição no concernente ao comportamento demográfico das regiões brasileiras. Os principais fatores de diminuição do ritmo de crescimento e da fecundidade foram a acelerada urbanização, a industrialização e a expansão dos meios de comunicações e de transportes, que facilitaram a transmissão e a adoção de novas normas e condutas reprodutivas.

c) Nas regiões Sudeste e Sul, as taxas de fecundidade estiveram acima da média nacional. Os principais fatores foram o crescimento econômico, a difusão do uso de métodos contraceptivos, a partir de um aumento do esclarecimento e do acesso da população, assim como da presença de mecanismos de regulação demográfica da sociedade.

d) No período entre 1940 e 2000, nas regiões Norte e Nordeste, as taxas de fecundidade estiveram abaixo da média nacional. O baixo índice de crescimento econômico induziu a redução das condições de vida e sobrevivência, constituindo-se como o principal fator. A perspectiva do pauperismo, gerando instabilidade e incerteza quanto ao futuro, trouxe para as famílias a necessidade de reduzir o número de filhos.

e) A forte redução da fecundidade, a partir dos anos de 1940, no Brasil, seria o efeito retardado do intenso processo de urbanização nos anos anteriores. Nesse caso, estaria sendo validada a teoria demográfica na qual os filhos adicionais têm custos crescentes diante dos benefícios que trazem para as famílias, na passagem de sociedades rurais para urbanas.

Evolução da Taxa de Fecundidade Total

Brasil e Grandes Regiões: 1940-2000

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

1935 1940 1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005

TFT Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Reposição

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991 e Resultados Preliminares do Censo Demográfico 2000.


30.

REDE RODOVIÁRIA, BRASIL (2000)

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. p. 149.

Considerando as informações do mapa e reconhecendo nele a existência de três complexos

geoeconômicos regionais (Amazônia, Nordeste e Centro-Sul), conclui-se que: a) Como parte do meio técnico-científico-informacional, a malha rodoviária reflete o grau de

artificialização e modernização do território, tendo nos seus extremos o Centro-Sul e a Amazônia, regiões com maior e menor densidades técnicas, respectivamente.

b) A densidade da malha rodoviária, que apresenta diferenças marcantes entre as regiões - o Centro-Sul, a mais densa; O Nordeste, a menos densa; e a Amazônia, com uma densidade intermediária - reflete o grau de desenvolvimento econômico dessas mesmas regiões.

c) O mapa pouco representa a densidade da modernização do território, haja vista que o modelo rodoviário, dado os seus fortes impactos ambientais, foi colocado em segundo plano nas políticas territoriais brasileiras, definindo-se a opção prioritária pelas hidrovias (Amazônia) e pelas ferrovias (Nordeste e Centro-Sul).

d) A malha rodoviária apresentada mostra-se em estreita sintonia com o grau de exportação de recursos naturais, por onde escoam esses mesmos produtos, sendo essa exportação mais intensa na Amazônia e no Nordeste e menos intensa no Centro Sul.

e) O mapa reflete o poder aquisitivo das populações regionais para deslocamento, uma vez que os espaços pouco cobertos pela malha rodoviária, como a Amazônia, têm no transporte aéreo a sua principal forma de deslocamento, que, nessa região, é feito a baixos custos.


M A T E M Á T I C A

Leia com atenção o texto abaixo e responda às questões numeradas de 31 a 37.

AÇAÍ 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

A origem do açaí está baseada numa lenda indígena, cuja tribo residia onde hoje é Belém. Esta fruta serviu para amenizar os problemas de falta de alimentação que assolava essa tribo. Sua descoberta deve-se à índia IAÇA filha do cacique ITAKI que em sua homenagem batizou a fruta com o nome de AÇAI, que é a ordem inversa do nome da filha.

A polpa de açaí pode ser utilizada na preparação de sucos, sorvetes, vinhos, licores, doces, etc. Além disso, o açaizeiro produz um saboroso palmito que vem sendo industrializado nos últimos anos.

É importante assegurar aos ribeirinhos a tecnologia de manejo do açaizeiro. Um bom manejo comporta no máximo 4 plantas por touceira, o que assegura cerca de 625 touceiras por hectare. Cada palmeira produz de 3 a 4 cachos por ano e cada cacho, 3 a 6kg de fruto.

Hoje já existem projetos que pagam aos ribeirinhos R$ 10,00 a lata rasa de 14kg, para uma produção de até 20 latas diárias. Para produção acima de 20 latas se paga 10% a mais por lata.

Uma das empresas que possui uma fábrica em um dos municípios do estado do Pará faturou US$ 4 milhões no ano passado, produzindo 790 toneladas de palmito e açaí em polpa. Essa empresa tem como meta, para o próximo ano, melhorar seu faturamento, aumentando a produção anterior. Para tanto, deverá duplicar a quantidade de toneladas de palmito e setuplicar (sete vezes) a quantidade de toneladas de polpa de açaí para chegar à produção total de 3.000 toneladas desses produtos.

A partir do interesse demonstrado por Argentina e Paraguai em importar os produtos dessa empresa, seus diretores estimaram que seria necessário um crescimento anual na produção de 5% relativa à produção do ano anterior, sucessivamente, durante 5 anos.

No Ver-o-Peso o litro do açaí médio é vendido a preços variados nas barracas. A tabela abaixo registra o resultado da pesquisa feita em 7 dessas barracas.

Barraca A B C D E F G Preço/Litro(R$) 3,00 4,00 3,50 3,00 3,50 3,00 4,00

Hoje, o consumo do suco de açaí é moda entre os adeptos da saúde e freqüentadores de academias, além do uso em cosmético tipo shampoo, condicionador, hidratante e máscara capilar feitos à base deste fruto.

31. Segundo o texto, o cacique, ao homenagear a filha, deu o nome à fruta, fazendo apenas a

inversão das letras da palavra IAÇA. Porém, com essas letras, o total de anagramas que poderiam ser formados é de: a) 36

b) 24 c) 18

d) 12 e) 6


32. As informações, contidas nas linhas de 9 a 12 sobre a tecnologia do bom manejo do açaizeiro, nos indicam que a produção máxima anual do fruto por hectare é: a) 60.000 kg

b) 45.000 kg

c) 30.000 kg

d) 22.500 kg

e) 15.000 kg 33. Nas linhas de 13 a 15, a expressão matemática que representa a receita R do ribeirinho, em

reais, em função do número x de latas vendidas diariamente, é:

a)

<+≤≤

=xx

xxxR

20,110200,10

)(

b)

<+≤≤

=xx

xxxR

20,114200,14

)(

c)

<≤≤

=xx

xxxR

20,11200,10

)(

d)

<≤≤

=xx

xxxR

20,4,15200,14

)(

e)

<+≤≤

=xx

xxxR

20,1010200,10

)(

34. Os dados das linhas de 16 a 22 nos afirmam que a quantidade de polpa de açaí produzido,

em tonelada, no ano passado, pela fábrica, foi de:

a) 284 b) 475

c) 506

d) 575 e) 625

35.O interesse demonstrado pelo mercado externo caracterizou a necessidade do aumento anual

na produção (linhas de 23 a 26). De acordo com as estimativas dos diretores da empresa, essa produção crescerá segundo uma: a) Progressão aritmética de razão 0,05

b) Progressão geométrica de razão 0,5 c) Progressão aritmética de razão 1,05

d) Progressão geométrica de razão 1,05 e) Progressão aritmética de razão 5

36. A tabela de registro de dados relativos aos preços do litro de açaí médio (linhas 29 e 30), no

Ver-o-Peso, nos afirma que, estatisticamente, a moda e a mediana são respectivamente:

a) R$ 3,00 e R$ 3,42 b) R$ 3,00 e R$ 3,50

c) R$ 3,42 e R$ 3,50 d) R$ 3,42 e R$ 4,00

e) R$ 3,50 e R$ 4,00


37. Um tipo de lata rasa utilizada pelos ribeirinhos para o armazenamento do açaí tem o formato

de um prisma quadrangular regular cuja base tem área de 576cm² e altura igual a 32

da

aresta da base. O volume desta lata, em cm3, é:

a) 20.736 b) 17.280

c) 13.824

d) 10.368 e) 9.216

F Í S I C A

As questões 38 e 39 referem-se ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré, em Belém–PA, no ano de 2004. 38. Este foi um dos mais lentos de toda a história de mais de 200 anos da procissão.

Considerando-se que o percurso de 4,5 km foi feito em cerca de 9 horas e as alternativas a seguir indicam valores característicos de velocidade em diversas situações de movimento, assinale a alternativa que corresponde ao valor mais próximo da velocidade média da procissão.

a) lesma (0,006 m/s)

b) bicho preguiça (0,070 m/s) c) caranguejo (0,150 m/s)

d) correntes marítimas (0,500 m/s) e) homem (2,000 m/s)

39. A lentidão da procissão foi atribuída ao atrelamento da corda à berlinda que conduz a

imagem da Santa. Para superar a dificuldade de sincronismo de movimento de todos os romeiros que conduzem a corda, houve quem sugerisse um trator para puxar a corda e manter o ritmo da procissão.

Sem considerar outras questões inerentes à sugestão, propomos apenas avaliar fisicamente essa possibilidade. Para isto, considere que:

1 - 200 000 pessoas sustentavam firmemente a corda; 2 – a massa média de uma pessoa era 70 kg.

3 - a corda, apesar de sua densidade e extensão, possui massa desprezível em comparação à massa das pessoas que a conduzem;

4 – sobre corda não há qualquer força que favoreça ou se oponha à força do trator.

5 – a aceleração da gravidade é igual a 10 m/s2.

Nessas condições, para que o trator possa acelerar a massa humana com 0,01 m/s2, a força necessária seria equivalente ao peso:

a) de uma carreta (7000 kg) b) de um navio de (14000 kg)

c) de um edifício (1400000 kg) d) de uma montanha (140000000 kg)

e) da Lua (7,2 X1021 kg)


40. A iluminação pública urbana foi um dos assuntos debatidos pelos candidatos, no segundo turno, à Prefeitura Municipal de Belém. Um dos candidatos prometeu que trocaria as lâmpadas de vapor de mercúrio pelas de vapor de sódio.

Analise as afirmativas seguintes a respeito dos dois tipos de lâmpadas.

I. Embora as duas lâmpadas apresentem coloração diferente, suas radiações luminosas possuem o mesmo comprimento de onda.

II. A diferença na emissão de luz pelos dois tipos de lâmpadas ocorre porque os diferentes vapores, quando submetidos à tensão elétrica, produzem radiações de freqüências diferentes.

III. A energia associada a um fóton, nas duas radiações, é a mesma, portanto a utilização de um ou outro tipo de lâmpada não altera o consumo de energia elétrica.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões) :

a) II

b) III

c) I e II

d) II e III

e) I e III

41. Em um dia ensolarado, por volta do meio dia, um jovem, ao entrar em uma mercearia com o

pátio coberto por telhas semi-transparentes, observou que a imagem da cobertura projetada no piso parecia tremular. Conversando com seus colegas, várias hipóteses foram apresentadas para explicar o fenômeno:

I. A telha é aquecida por absorção da radiação solar e transfere calor por condução ao

ar em seu entorno.

II. Correntes de convecção formam-se no ar acima da telha.

III. As variações de temperatura no ar circulante em torno da telha mudam a densidade e o índice refração do ar.

IV. A telha se comporta como uma lente divergente com distância focal variável.

V. A difração da luz nas bordas da telha ocorre de forma irregular.

Assinale a alternativa que contém o conjunto de hipóteses que, em seqüência, melhor explica o fenômeno.

a) I , II e III

b) I, II e V

c) III, IV e V

d) II, III e IV

e) I, IV e V


42. Caixas de passagem de esgotos domésticos são, freqüentemente, localizadas nas calçadas e protegidas com tampas de concreto armado (concreto+aço). O aço, mais resistente à tração que o concreto, ocupa a parte inferior da tampa (Figura A). Eventualmente, por equívoco, ao serem colocadas em posição invertida (Figura B), as tampas quebram com facilidade com a passagem de veículos pesados sobre elas.

Com base na situação acima descrita, analise fisicamente as afirmações a seguir.

I. A força exercida no centro da tampa produz momentos em sentidos opostos, em relação aos apoios E e D.

II. Qualquer que seja a posição em que o veículo passe sobre a tampa, as forças de reação dos apoios E e D possuem a mesma intensidade.

III. Devido ao momento exercido pela força no centro da tampa, os pontos da parte inferior da tampa estarão submetidos a esforços de tração.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões):

a) II b) III

c) I e II d) II e III

e) I e III

As questões 43 e 44 referem-se à conversão de energia solar em energia elétrica,

atualmente utilizada em localidades afastadas de estações de distribuição de energia em nosso Estado.

43. Sob incidência da energia solar, as células fotovoltaicas produzem uma força eletromotriz (fem) de 1,5 V. Painéis com associações de centenas dessas células são utilizados como geradores de eletricidade. Nestas condições, julgue as afirmativas a seguir.

I. Para que um painel possa produzir uma força eletromotriz de 120V, todas as células fotovoltaicas devem estar necessariamente associadas em paralelo;

II. A conversão da energia solar em fem em cada célula está baseada na transição que elétrons sofrem ao absorverem fótons de radiação;

III. Radiação eletromagnética de qualquer freqüência pode ser convertida em fem em uma célula fotovoltaica.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões):

a) I b) II

c) III d) I e III

e) II e III

Figura A Figura B

E E D D


44. Para que a energia solar seja utilizada posteriormente a sua captação, é necessário armazená-la. Baterias de carro de 24V e determinada resistência interna são associadas para armazenar esta energia. Considere que, em um desses arranjos, 12 baterias são utilizadas para produzir uma tensão de saída de aproximadamente 127V. Nestas condições, assinale a alternativa que descreve a associação de baterias que mais se aproxima da especificação descrita anteriormente:

a) Todas associadas em série. b) Todas associadas em paralelo.

c) Seis conjuntos de duas baterias associadas em paralelo, ligados em série entre si. d) Dois conjuntos de seis baterias associadas em paralelo, ligados em série entre si.

e) Seis conjuntos de duas baterias associadas em série, ligados em paralelo entre si. 45. O ouvido humano é um excelente amplificador sonoro. A transmissão do som percebida pelo

ser humano ocorre quando a onda sonora penetra no conduto auditivo externo, fazendo o tímpano vibrar. Essa vibração movimenta a cadeia ossicular: martelo, bigorna e estribo. A movimentação desses ossos é transmitida para a janela oval, que também vibra. Essa vibração da janela oval é transmitida até as células sensoriais que a transformam em estímulos nervosos. Nas ilustrações seguintes, a Figura A representa a membrana timpânica, a cadeia ossicular e a janela oval, e a Figura B representa esquematicamente esse sistema e a transmissão de forças do tímpano para a janela oval.

Analise as afirmativas a seguir. I. A diferença de área entre o tímpano e a janela oval contribui para a amplificação da

pressão das vibrações que atingem o tímpano.

II. Considerando o modelo esquemático da Figura B, o movimento da cadeia ossicular contribui para que intensidade da força F2, que atua sobre a janela oval, seja maior que a de F1, do tímpano sobre o martelo.

III. A membrana timpânica vibra lentamente em sons agudos e rapidamente em sons graves.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmação(ões) :

a) II b) I e II

c) II e III

d) I, II e III e) I e III

Figura B

F1

F2

Figura A


B I O L O G I A 46. O sistema circulatório no homem é constituído por dois componentes separados, porém

relacionados: o sistema cardiovascular, que transporta o sangue, e o sistema linfático responsável pelo transporte da linfa. Com relação a esses dois sistemas podemos afirmar que:

I- As cavidades do lado direito do coração recebem apenas sangue venoso,

enquanto que as do lado esquerdo apenas sangue arterial. II- Em geral, as artérias são vasos que saem do coração e as veias são vasos que

chegam ao coração. III- Algumas veias possuem válvulas que só se abrem no sentido de volta ao coração,

prevenindo assim o refluxo do sangue.

IV- O sistema linfático coleta o excesso de líquido tissular (linfa) dos tecidos, transportando-o para o coração, portanto em um único sentido, enquanto que o sistema cardiovascular permite a circulação do sangue em dois sentidos.

Estão corretas

a) apenas as afirmativas I e II b) apenas as afirmativas II e III

c) apenas as afirmativas I, II e IV d) apenas as afirmativas II, III e IV

e) todas as afirmativas estão corretas

47. Um estudante, observando ao microscópio de luz um material contido em uma lâmina de

vidro, constatou a presença de estruturas presentes na figura abaixo. O tecido observado pelo estudante corresponde ao:

a) ósseo

b) cartilaginoso c) muscular liso

d) muscular cardíaco e) muscular esquelético

D i s c o s I n t e r c a l a r e s

N ú c l e o s


48. Analise o quadro abaixo e marque a alternativa correta.

Classe dos Artrópodos Características Gerais

a) Crustáceos Possuem glândulas verdes com função de excreção

b) Insetos Possuem sexos separados, fecundação externa e o desenvolvimento indireto

c) Aracnídeos São hermafroditas, fecundação interna e o desenvolvimento indireto

d) Quilópodes Possuem o corpo cilíndrico e um par de patas por segmento

e) Diplópodes Possuem o corpo achatado e dois pares de patas por segmento

49. Analise a ilustração abaixo:

A alternativa correta correspondente ao esquema é: a) As diferentes populações apresentadas constituem uma comunidade abiótica, dinâmica, a

qual representa a parcela viva do ecossistema. b) Representa um processo desordenado de mudanças resultante de transformação do

ambiente físico pela própria comunidade, que é denominado de sucessão ecológica secundária.

c) Os líquens eliminam substâncias que corroem as rochas, formando sobre elas uma camada profunda de solo desfavorável aos musgos, fase inicial desta sucessão ecológica secundária.

d) A sucessão ecológica até as árvores é um processo lento e progressivo e só termina com a formação de uma comunidade clímax.

e) A estabilidade (clímax) da população de árvores é a fase determinante da sucessão, inatingível pelas mudanças ambientais.

Rocha Exposta Bactérias, fungos

e líquens Gramíneas, arbustos e mata

intermediária Floresta Temperada

Rocha

Solo


50. "De acordo com pesquisa realizada na Universidade do Estado do Pará, pela Drª

Márcia Bittar, quase 70% das crianças paraenses com menos de 2 anos de idade sofrem de anemia carencial ferropriva - por carência de ferro. A conseqüência dessa negligência é um número crescente de crianças com dificuldade de aprendizagem na escola, só para citar como exemplo "

(Adaptado do jornal O LIBERAL DE 20/07/2003)

Em torno do elemento carente da dieta podemos afirmar que:

a) compõe, juntamente com lipídios e proteínas, as membranas celulares.

b) associado a proteínas carrega escória, como a uréia, para ser excretada por via renal.

c) entra na formação de hormônios (triiodotironina e tetraiodotironina) produzidos na tireóide.

d) encontra-se depositado na substância intersticial dos ossos, conferindo aos mesmos a rigidez.

e) integram proteínas conjugadas, responsáveis por transporte de gases no organismo.

51.

"Estudos recentes mostram que a ajuda de um terceiro tipo de marcador observado em exames de ultrassonografia já permite 95% de acerto para se definir se um bebê no útero, já a partir da 14ª semana de vida, é ou não portador da trissomia do par de cromossomos 21. O assunto está sendo tratado em artigo do doutor Sílvio Gusmão, responsável pela criação do Núcleo de Medicina Fetal do Hospital Abelardo Santos, de Icoaraci"

(Adaptado do jornal DIÁRIO de 26/09/2004)

A alteração cromossômica pesquisada corresponde à síndrome de:

a) Down

b) Turner

c) Patau

d) Edwards

e) Klinefelter

52. Algumas espécies de nematódios provocam a morte dos vegetais que invadem, através da

rápida multiplicação dos mesmos nos canais que conduzem a seiva elaborada, ocasionando a obstrução dos mesmos. Podemos afirmar então que, no interior dos vegetais, esses vermes reproduzem-se e obliteram o: a) lenho

b) líber

c) súber

d) xilema

e) esclerênquima


Q U Í M I C A 53. Os intermediários de reação química são de grande importância para o entendimento do

mecanismo dessas reações. Abaixo estão representadas três estruturas de intermediários que ocorrem freqüentemente numa reação química.

- .+

IIIIIICHH3C H3CCH CH3 CH3CH2CH2H3C

Em relação aos intermediários, é correto afirmar: a) O intermediário I é um carbânion (carboânion).

b) Na formação do intermediário III ocorre cisão heterolítica. c) Dois deles são formados por ruptura homolítica.

d) O intermediário II é um radical livre. e) O intermediário I é formado por cisão heterolítica.

54. Antidetonantes são substâncias químicas adicionadas à gasolina para aumentar seu índice de octanagem e, conseqüentemente, elevar sua qualidade. O MTBE (estrutura abaixo) é uma substância utilizada com essa finalidade.

CH3

CH3

CH3

CH3CO

MTBE

Em relação ao MTBE, é correto afirmar: a) É uma substância oticamente ativa.

b) Pertence à função éter. c) É um hidrocarboneto de cadeia ramificada.

d) Sua fórmula molecular é C4H12O. e) Sua nomenclatura IUPAC é 2-metil-2-metoxi-etano.

55. O isopropanol é uma substância utilizada na limpeza de cabeçotes de gravadores. Uma das reações químicas utilizadas para obtenção dessa substância é mostrada na equação química abaixo.

X +

OH

CHH3C CH3H+

H2O

Com base na equação, é correto afirmar:

a) A substância X é o propano. b) A reação que ocorre é de oxidação.

c) A reação que ocorre é de substituição. d) A substância X apresenta isomeria geométrica.

e) A reação segue a regra de Markovnikov.


56. Os ácidos Carboxílicos são responsáveis por vários odores típicos. Um deles é o odor da manteiga rançosa, apresentado pelo Ácido Butírico (Butanóico), que é combinado com outras substâncias. Tomando como base a estrutura do Ácido Butírico (Butanóico) mostrado abaixo, podemos afirmar que sua cadeia carbônica é classificada como:

H3C CH2 CH2 C

O

OH

a) Cíclica, ramificada, insaturada e homogênea b) Acíclica, ramificada, insaturada e heterogênea

c) Aberta, normal, saturada e heterogênea d) Acíclica, normal, insaturada e homogênea

e) Acíclica, normal saturada e homogênea 57. Para reboco de parede emprega-se argamassa (pasta formada por silicato e carbonato de

cálcio). As reações que ocorrem para formar essa pasta envolvem as substâncias Ca(OH)2 (conhecida como cal apagada), SiO2 (areia), H2O e CO2 do ar, conforme é verificado pelas equações abaixo:

Ca(OH)2 + CO2 CaCO3 (s) + H2O (equação 1) Ca(OH)2 + SiO2 CaSiO3 (s) + H2O (equação 2) Em relação às reações, é correto afirmar:

a) Na equação 1, a substância que representa uma base é formada por um metal alcalino. b) Na equação 2, temos a representação de uma reação de simples troca.

c) Na equação 1, temos um óxido ácido nos reagentes. d) Na equação 1, além da água, o óxido formado é o carbonato de cálcio.

e) Na equação 2, há formação de substâncias apolares. 58. O carbono-14 é usado para datação arqueológica, visto que plantas (através da fotossíntese)

e animais (por meio da cadeia alimentar) incorporam o C-14 através da absorção de CO2 presente no ar. Com a morte desses seres, verifica-se o decaimento de C-14 que deixa de ser reposto. A reação de desintegração ocorre segundo o esquema abaixo:

146 C 14

7 N + radiação

É correto afirmar que, no processo de decaimento, ocorre a emissão de: a) uma partícula α (alfa)

b) uma particula β (beta)

c) uma partícula γ (gama)

d) uma partícula α (alfa) seguida de uma partícula β (beta)

e) uma partícula α (alfa) seguida de uma partícula γ (gama)


59. Os resultados dos dados experimentais, quando se mede o volume de gás hidrogênio (H2), obtido pela interação de mesma quantidade de magnésio em pó, em raspas ou em fita com solução de ácido clorídrico 1M submetidos à mesma temperatura e pressão em tempos determinados, estão expressos no gráfico abaixo

A BC

Vol(H2)

Tempo

Comparando-se as curvas A, B e C, referentes à velocidade de obtenção de gás H2 associada

aos estados de agregação, são feitas as afirmações,

I. a curva A representa valores de velocidade, quando a interação ocorre com magnésio em pó;

II. a curva B representa valores de velocidade, quando a interação ocorre com magnésio em fita;

III. a curva C representa valores de velocidade, quando ocorre a interação com magnésio em raspas.

Está (ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):

a) somente I b) somente II

c) somente III

d) I e II e) II e III

60. Água fluoretada para consumo por crianças com idade abaixo de sete anos não deve conter

concentração acima de 1,4 mg/L de íons F-(aq) (com base em NaF), pois pode ocasionar

fluorese dental. Um técnico do Ministério da Saúde, analisando três marcas (A, B e C) de água mineral, obteve os resultados apresentados no quadro abaixo:

MARCAS Quantidade de NaF (mg/L)

A B C

2,50 3,00 3,50

A(s) marca(s) de água mineral que não apresentaria(m) risco(s) de causar fluorese dental

em crianças com idade abaixo de sete anos é(são) apenas:

a) A

b) B

c) C

d) A e B e) A e C

Dados: massa molar (g/mol) Na = 23,0 F = 19,0


TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS (com massas atômicas referidas ao isótopo 12 do carbono)

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Prova_Objetiva - PROSEL 2005