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NOVAS LEITURAS 9 Português 9º ano Alice Amaro Oferta ao Aluno

Provas Finais Novas Leituras

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Page 1: Provas Finais Novas Leituras

NOVAS LEITURAS 9Português 9º ano Alice Amaro

Oferta ao Aluno

Page 2: Provas Finais Novas Leituras

AnalisaExamina com atenção; relaciona as ideias e toma uma posição fundamentada com argumentos válidos.

Apresenta

Assinala Destaca através de um sinal, uma marca.

Estabelece uma ligação entre elementos.

Identifica o grupo/classe a que pertence.

Dá uma opinião fundamentada com argumentos ou elementos textuais pertinentes.

Apresenta as semelhanças/diferenças entre os elementos apresentados.

Adiciona o que falta.

Apresenta claramente uma ideia.

Diz onde começa e onde termina.

Apresenta provas.

Apresenta as características de alguém ou de alguma coisa.

Indica as diferenças.

Indica todos os elementos.

Refere os motivos, as razões; apresenta uma justificação.

Torna explícito; torna claro; clarifica.

Apresenta uma ideia de forma completa.

Prova; apoia; documenta.

Diz o que é.

Diz ou mostra algo.

Dá exemplos.

Explica o sentido.

Apresenta razões, dados, para a posição/opção que tomaste.

Agrupa de acordo com uma ordem; põe por ordem.

Dispõe de forma organizada, segundo uma ordem clara e coerente.

Conta por palavras tuas.

Diz; menciona algo.

Volta a escrever.

Estabelece uma ligação entre elementos/dados apresentados.

Apresenta em poucas palavras.

Põe uma coisa no lugar de outra; troca.

Escolhe.

Copia.

Modifica, de acordo com instruções.

Associa

Classifica

Comenta

Compara

Completa

Define

Delimita

Demonstra

Descreve / Caracteriza

Distingue

Enumera

Explica

Explicita

Expõe

Fundamenta

Identifica

Indica

Ilustra

Interpreta

Justifica

Ordena

Organiza

Reconta

Refere

Reescreve

Relaciona

Resume

Substitui

Seleciona

Transcreve

Tranforma

GLOSSÁRIO DE VERBOS QUE SURGEM EM QUESTIONÁRIOS

Refere; expõe.

Page 3: Provas Finais Novas Leituras

Caro(a) aluno(a)

Esta brochura pretende ajudar-te na preparação da prova que irás rea-lizar no final do 9.º ano/3.º ciclo. Está organizada em duas partes.

A primeira parte apresenta a estrutura da prova que realizarás, de acordocom as informações atualmente em vigor, divulgadas pelo Gabinete deAvaliação Educacional (GAVE), entidade responsável pela elaboração daprova. Além de poderes observar os vários tipos de questões que, normalmente, surgem nas provas, são também apresentadas algumasdicas, sob o subtítulo “o que deves fazer”, com vista a poderes respondercorretamente ao que te é solicitado.

A segunda parte apresenta três provas modelo. A sua realização será,certamente, uma excelente forma para te preparares e para provares quesabes. As provas aqui presentes abordam conteúdos programáticos relevantes de acordo com o Programa e com as Metas Curriculares dePortuguês.

Após a realização de cada prova, poderás consultar as propostas de resolução, de modo a entenderes o que está bem e o que ainda podeser melhorado.

Por fim, como podes observar, no verso da capa é disponibi-lizado um quadro que te ajuda a perceber melhor o que sepretende com os verbos que introduzem as questões/enunciados das provas. Afinal, quantas vezes já tequestionaste sobre o que se espera que faças perantedeterminada pergunta?

Bom trabalho e Prova que Sabes!

A Autora

Apresentação

Page 4: Provas Finais Novas Leituras

Índice

Estrutura da Prova 4

Prova 1 12

Prova 2 18

Prova 3 25

PARTE I - EXPLICITAÇÃO DA ESTRUTURA DA PROVA

PARTE II - PROVA O QUE SABES

CENÁRIOS DE RESPOSTA

Page 5: Provas Finais Novas Leituras

parte 1

Estruturada prova

Page 6: Provas Finais Novas Leituras

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GRUPO I

Este grupo é constituído pelas Partes A, B e C. Integra textos de diferentes tipologias relativa-mente aos quais deverás realizar um conjunto de tarefas que pretendem avaliar a tua capacidadede leitura e de escrita.

A Parte A e a Parte B integram, cada uma, um texto que constitui o suporte das questões. Umadas partes tem como base o texto narrativo, poético ou dramático e a outra parte tem como suportetextos de caráter informativo.

A Parte C pode apresentar um texto pertencente ao conjunto de obras estudadas no 9.º ano(ou que se relacione com os textos que integram esse conjunto de obras) ou pode ter como suporte o texto da Parte A ou da Parte B.

O objetivo das tarefas apresentadas neste grupo é testar a tua capacidade de leitura e de es-crita, verificando se és capaz de:

a) apresentar por palavras tuas o significado dos textos, identificando a importância da informa-ção que transmitem e o modo como está organizada;

b) identificar o significado e a intencionalidade das mensagens transmitidas pelos textos;

c) estabelecer uma ligação entre os textos e as circunstâncias em que foram escritos (autor, destinatários, momento, lugar, objetivo que pretendem atingir, etc.);

d) identificar ambiguidades, sentidos implícitos e usos figurativos presentes nos textos;

e) escrever de forma organizada e correta.

PARTE A

Nesta parte, após a leitura de um texto, as tarefas solicitadas podem implicar:

A. A ordenação de afirmações de acordo com a ordem pela qual a informação surge no texto:

Exemplo

1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto. Escreve a sequênciade letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias aparecem no texto. Começa pela letra (D).

(A) Falta descobrir a causa da quebra da natalidade estelar.

(B) O Sol apresenta uma expectativa de vida da ordem dos milhares de anos.

(C) A formação e evolução das galáxias é uma das questões centrais da cosmologia atual.

(D) Um estudo revelou declínio na formação de estrelas ao longo da vida do Universo.

(E) Atualmente, num determinado volume, forma-se uma tonelada de estrelas por minuto.

(F) As estrelas velhas dominam o Universo.

(G) A elevada quantidade de dados trabalhada pelos astrónomos foi inédita.

ESTRUTURA DA PROVA

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Estrutura da prova parte 1O que deves fazer?

1.º Reler atentamente o texto.

2.º Identificar, no próprio texto, os tópicos informativos apresentados nas letras de (A) a (G),colocando ao lado a letra correspondente.

3.º Verificar a ordem por que esses tópicos informativos são abordados no texto.

4.º Ordenar as letras de acordo com a ordem que identificaste anteriormente, começandopela letra (D).

Resposta hipotética: (D), (A), (F), …

B. A seleção de alíneas adequadas ao sentido do texto.

Exemplo:

3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obter uma afirma-ção adequada ao sentido do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

3.1. A atual taxa de formação de novas estrelas do cosmos

(A) foi estudada por uma equipa de astrónomos portugueses.

(B) atingiu o seu auge há cerca de mil milhões de anos.

(C) sofreu uma quebra de três dezenas de vezes.

(D) é uma área sem interesse para os astrónomos.

O que deves fazer?

1.º Reler atentamente o texto de modo a entender o seu sentido global.

2.º Identificar no texto os tópicos apresentados na introdução à questão. Neste caso, A atual taxa de formação de novas estrelas do cosmos.

3.º Verificar qual das letras apresentadas é a adequada ao modo como o tópico é abordadoe ao sentido do texto.

4.º Escrever o número e a letra selecionada.

Resposta hipotética: 3.1. (A).

C. O estabelecimento de uma associação/correspondência entre dois elementos.

Exemplo:

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. Associa cada elemento da coluna A ao único elemento da coluna B que lhe corresponde, de acordocom o sentido do texto.

Page 8: Provas Finais Novas Leituras

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Escreve as letras e os números correspondentes. Utiliza cada letra e cada número apenas uma vez.

O que deves fazer?

1.º Reler atentamente o texto de modo a entender não só os vários tópicos que aborda mastambém o seu sentido global.

2.º Identificar no texto os tópicos apresentados na coluna A.

3.º Verificar qual dos itens apresentados na coluna B é o adequado ao modo como o tópicoé abordado e ao sentido do texto.

4.º Escrever a letra e o número que lhe corresponde.

Resposta hipotética: (a) (8).

PARTE B

Para a concretização das tarefas exigidas nesta parte deves conhecer o significado exato dasformas verbais que transmitem as instruções (consulta, no verso da capa, o quadro com o significado

dos principais verbos que introduzem os enunciados):

Exemplo:

1. Explica o sentido da expressão “a única valentia verdadeira dos homens verdadeiros”.

Por palavras tuas, diz qual é o significado desta expressão no contexto em que surge.

2. Justifica o uso da anáfora nas duas primeiras estrofes do poema.

Diz por que razão foi usado este recurso expressivo neste contexto.

3. No excerto é estabelecido um contraste entre dois caminhos.

Explicita-o, caracterizando cada uma das vias apresentadas.

Diz como é, quais são as características de cada caminho.

Diz qual é esse contraste; clarifica a oposição apresentada.

Coluna A Coluna B

(a) O silêncio

(b) A imobilidade

(c) Qualquer forma de reconhecer a ameaça

(d) A situação de perigo

(e) A presença de sons

(1) é uma almofada social.

(2) é uma resposta ao medo.

(3) é inata ou socialmente transmitida.

(4) é um indicador de perigo.

(5) é um indicador de segurança.

(6) é inata e não socialmente transmitida.

(7) é reconhecida por todos os animais.

(8) é um fator de dispersão.

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Estrutura da prova parte 1PARTE C

Esta parte solicita uma resposta, com uma extensão delimitada (de 70 a 120 palavras), sendofornecida a sequência de tópicos que deves abordar, não necessariamente pela ordem em que tesão apresentados.

Exemplo:

A Estrela

Manuel Bandeira, Estrela da vida inteira,

Rio de Janeiro, Liv. José Olympio

10. Redige um texto, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, em que apresentes uma leitura do poema.

O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão.

Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicos seguintes:

a) indicação do título do poema e do nome do autor;

b) descrição da estrutura externa do poema (estrofe, métrica, rima);

c) justificação do uso da anáfora nas duas primeiras estrofes do poema;

d) explicitação do valor metafórico da palavra “estrela”;

e) tendo em conta a globalidade do poema, explicita o significado das perguntas colocadas na terceira estrofe;

f) indicação da mudança ocorrida na última estrofe na relação estabelecida entre a estrela e o sujeitopoético;

g) explicitação do valor expressivo da expressão “sombra funda”.

Vi uma estrela tão alta, Vi uma estrela tão fria! Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia.

Era uma estrela tão alta! Era uma estrela tão fria! Era uma estrela sozinha Luzindo no fim do dia.

Por que da sua distância Para a minha companhia Não baixava aquela estrela? Por que tão alto luzia?

E ouvi-a na sombra funda Responder que assim fazia Para dar uma esperança Mais triste ao fim do meu dia.

Extensão a respeitar

Estrutura do texto

Tópicos a abordar

parte 1

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INTRODUÇÃO

O poema “A estrela” é da autoria de Manuel Bandeira(a). Apresenta quatro quadras, de versosheptassilábicos, sem esquema rimático definido(b).

DESENVOLVIMENTO

A anáfora sublinha a emoção do sujeito ante a estrela e a importância que lhe atribui(c). Assim,a estrela será metáfora para alguém que estima e está longe(d).

As questões revelam a sua perplexidade perante o facto de a estrela continuar friamente à distância, apesar de ser tão importante para ele(e). Inicialmente, não existe qualquer interaçãoentre o sujeito e a estrela; no final, ambos parecem dialogar através da pergunta e da resposta(f).

CONCLUSÃO

A expressão “sombra funda” refere-se à escuridão onde, longinquamente, brilha a estrela e sugere a profunda tristeza do sujeito perante a distância intransponível que existe entre ambos(g).

(120 palavras)

GRUPO II

Neste grupo, avalia-se o teu conhecimento sistematizado da gramática do português padrão,podendo surgir questões relativas às seguintes áreas:

Eis alguns exemplos de exercícios que podem ser solicitados.

Classes de palavras

1. Substitui as expressões sublinhadas por pronomes.

a) O homem ofereceu uma flor à mulher.

Resposta: Ele ofereceu-lha.

Estrutura da Frase

2. Transforma as frases simples numa frase complexa, substituindo a expressão subli-nhada pelo pronome relativo “que”.

O João comprou um livro. O livro era uma raridade.

Resposta: O João comprou um livro que era uma raridade.

texto; estrutura da frase; classes de palavras; processos de formação de palavras; processos fonológicos; modos de representação do discurso; ortografia; variação linguística.

���

���

�����

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Estrutura da prova parte 13. Refere a diferença existente entre as duas frases.

a) A Joana comeu o lanche.

b) O lanche foi comido pela Joana.

Resposta: A frase a) é ativa e a frase b), passiva.

4. Classifica a oração sublinhada na frase seguinte.

Quando cheguei a casa, o meu irmão estava a estudar piano.

Resposta: Oração subordinada adverbial temporal.

5. Indica a função sintática desempenhada pela expressão assinalada.

a) Gordura é formosura.

Resposta: a) Predicativo do sujeito.

GRUPO III

No Grupo III avalia-se a tua capacidade para planificares, construíres e apresentares umtexto de acordo com orientações fornecidas relativamente à tipologia textual, ao tema a abor-dar e à extensão.

Exemplo:

A prática desportiva entre os jovens é muito importante, desenvolvendo-os física e psicologicamente,

independentemente da modalidade desportiva escolhida.

Escreve um texto de opinião, com um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras, em que reflitas sobre

a importância da prática desportiva para os jovens, fundamentando a tua posição em dois argumentos.

Tema Tipologia textual Extensão

Deves respeitar a estrutura do texto argumentativo.

Evita dar erros ortográficos, procedendo a uma revisão rigorosa do texto. Neste parâmetro, são tam-

bém considerados erros de :

- acentuação;

- translineação;

- uso indevido de minúsculas e/ou de maiúsculas.

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parte 2

Provas Finais Modelo

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GRUPO IPARTE A

Lê o texto seguinte.

Uma equipa internacional de astrónomos concluiu, com base no maior estudo de sempre do género, que a taxa de formação de novas estrelas no cosmos é atualmente 30 vezes menor do quefoi no seu auge, que se terá provavelmente verificado há 11 mil milhões de anos. Os seus resulta-dos acabam de ser publicados na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Utilizando observações feitas pelo Telescópio de Infravermelhos do Reino Unido e o telescópio japonês Subaru (ambos instalados no Havai), bem como pelo telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul, no Chile, David Sobral, da Universidade de Leiden (Holanda), e colegas britânicos,japoneses, italianos e holandeses realizaram o mais completo levantamento de sempre das galá-xias produtoras de estrelas, a partir de uma quantidade dez vezes maior de dados recolhidos. E comoolhar para muito longe no espaço corresponde a remontar no passado, conseguiram analisar deforma muito precisa a evolução da taxa de formação de estrelas ao longo da vida do Universo.

"Medimos a taxa de natalidade ao longo da história e verificámos que, no pico da atividade doUniverso, há cerca de 11 mil milhões de anos, existiam cerca de 30 toneladas por minuto de estre-las a formar-se num determinado volume, enquanto hoje, num volume comparável, apenas seestá a formar uma tonelada de estrelas por minuto", disse o cientista à agência Lusa.

A teoria mais aceite estipula que as primeiras estrelas terão começado a formar-se há uns 13,4mil milhões de anos, apenas uns 300 milhões de anos após o Big Bang. Mas […] as primeiras estrelaseram monstruosamente maciças e terão por isso durado apenas cerca de um milhão de anos, desfazendo-se no fim em cataclísmicas explosões ou supernovas. A seguir, grande parte do gás edas poeiras remanescentes serviu para dar origem a novas gerações de estrelas, com massas muitomais modestas, mas ao mesmo tempo muito mais longevas. O nosso Sol será assim uma estrelade terceira geração, com uma longevidade da ordem dos milhares de milhões de anos.

Seja como for, como as estrelas são os ingredientes essenciais das galáxias, a história cósmicada formação de estrelas também informa os especialistas sobre a formação e a evolução das galáxias - uma das grandes questões da cosmologia atual.

[…] Os resultados sugerem, salienta ainda, "que vivemos num Universo dominado por estrelasvelhas", metade das quais nasceram há 11 mil a 9 mil milhões de anos. Mas, apesar de o futuro"poder parecer sombrio", David Sobral privilegia um registo mais otimista: "De facto, temos a sortede viver numa galáxia saudável, produtora de estrelas, que deverá contribuir fortemente para aformação de novas estrelas."

Resta a derradeira questão, diz o cientista: perceber o porquê do declínio da natalidade estelar.

In Público, 09 novembro 2012 (texto adaptado)

Prova Escrita de Português PROVA 1

3.º Ciclo do Ensino Básico

Duração da Prova: 90 minutos. Tolerância: 30 minutos.

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Provas Finais Modelo parte 2Responde aos itens que seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto apre-sentado acima. Ordena a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essasideias aparecem no texto. Começa pela letra (D).

(A) Falta descobrir a causa da quebra da natalidade estelar.

(B) O Sol apresenta uma expectativa de vida da ordem dos milhares de anos.

(C) A formação e evolução das galáxias é uma das questões centrais da cosmologia atual.

(D) Um estudo revelou declínio na formação de estrelas ao longo da vida do Universo.

(E) Atualmente, num determinado volume, forma-se uma tonelada de estrelas porminuto.

(F) As estrelas velhas dominam o Universo.

(G) A elevada quantidade de dados trabalhada pelos astrónomos foi inédita.

2. Indica a que se refere o pronome “que” sublinhado na frase “[…] a taxa de formaçãode novas estrelas no cosmo é atualmente 30 vezes menor do que foi no seu auge,que se terá provavelmente verificado há 11 mil milhões de anos.” (linhas 2 e 3)

3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obteruma afirmação adequada ao sentido do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

3.1. A atual taxa de formação de novas estrelas do cosmos

(A) foi estudada por uma equipa de astrónomos portugueses.

(B) atingiu o seu auge há cerca de mil milhões de anos.

(C) sofreu uma quebra de três dezenas de vezes.

(D) é uma área sem interesse para os astrónomos.

3.2. De acordo com a teoria mais aceite, a sequência de formação das estrelas inte-gra as seguintes etapas:

(A) o Sol é uma estrela de terceira geração; um milhão de anos depois, as estrelasdesfizeram-se em supernovas; os gases e poeiras remanescentes originaramnovas gerações de estrelas; as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos.

(B) as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos; as estrelas desfizeram-se emsupernovas; os gases e poeiras remanescentes originaram novas gerações deestrelas; o Sol é uma estrela de terceira geração.

(C) um milhão de anos depois, as estrelas desfizeram-se em supernovas; os gasese poeiras remanescentes originaram novas gerações de estrelas; o Sol é umaestrela de terceira geração; as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos.

(D) os gases e poeiras remanescentes originaram novas gerações de estrelas;o Sol é uma estrela de terceira geração; um milhão de anos depois, as estrelasdesfizeram-se em supernovas; as estrelas surgiram há 13, 4 milhões de anos.

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3.3. A expressão “A teoria mais aceite” (linha 16) significa

(A) que, para os cientistas, esta é a teoria mais válida.

(B) que, para os cientistas, esta é a única teoria existente.

(C) que esta é a teoria aceite pela maioria dos cientistas.

(D) que esta é uma teoria tão válida quanto outras.

3.4. Na expressão “como olhar para muito longe no espaço corresponde a remontarno passado” (linhas 9-10) a conjunção sublinhada poderia ser substituída por

(A) À medida que. (C) Ainda que.

(B) Tal como. (D) Uma vez que.

PARTE B

Quando a harmonia chegaEscrevo na madrugada as últimas palavras deste livro: e tenho o coração tranquilo, sei que

a alegria se reconstrói e continua.Acordam pouco a pouco os construtores terrenos, gente que desperta no rumor das casas,

forças surgindo da terra inesgotável, crianças que passam ao ar livre gargalhando. Como umrio lento e irrevogável1, a humanidade está na rua.

E a harmonia2, que se desprende dos seus olhos densos ao encontro da luz, parece de repente uma ave de fogo.

Carlos de Oliveira, Terra de Harmonia, Editorial Caminho

VOCABULÁRIO1irrevogável - de forma definitiva; que não volta atrás; 2harmonia - proporção, ordem agradável à vista; paz e ami-zade (entre pessoas); concórdia; conformidade; coerência.

4. Descreve a situação em que o sujeito poético se apresenta no início do poema.

5. Por palavras tuas, caracteriza o seu estado de espírito, indicando as razões que o motivam.

6. Após falar de si, o sujeito poético foca a sua atenção no exterior.

Indica os elementos por ele apresentados, referindo a característica que é comum atodos eles.

7. Transcreve elementos textuais que remetam para a realização gradual de ações e justifica a sua presença.

8. Explicita o valor expressivo da comparação “parece de repente uma ave de fogo”. (li-nhas 6 e 7)

9. Relaciona o conteúdo do poema com o seu título.

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Provas Finais Modelo parte 2PARTE C

Lê as estrofes 19 a 24 do Canto I de Os Lusíadas, a seguir transcritas, e responde, deforma completa e bem estruturada, ao item 10. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

VOCABULÁRIO1 Oceano – Oceano Índico; 2 consagradas – sagradas; 3 Próteo – deus marinho; 4 Tonante – Júpiter; 5 Atlante – Mer-cúrio; 6 sete Céus - as setes órbitas dos planetas segundo o esquema ptolomaico; 7 regimento – governação; 8 Arcturo – estrela de uma constelação do Polo Norte; 9 Austro - o Sul; 10 onde […] o Sol se esconde – Nascente/Poente; 11 marchetados – esmaltados; 12 concertavam – determinavam; 13 Estelífero Pólo – céu estrelado; 14 fortegente – os portugueses; 15 Fados – destino

19

Já no largo Oceano1 navegavam, As inquietas ondas apartando;Os ventos brandamente respiravam,Das naus as velas côncavas inchando;Da branca escuma os mares se mostravamCobertos, onde as proas vão cortandoAs marítimas águas consagradas2,Que do gado de Próteo3 são cortadas

20

Quando os Deuses no Olimpo luminoso,Onde o governo está da humana gente,Se ajuntam em consílio gloriosoSobre as cousas futuras do Oriente.Pisando o cristalino Céu formoso,Vêm pela Via Láctea juntamente,Convocados, da parte do Tonante4,Pelo neto gentil do velho Atlante5.

21

Deixam dos sete Céus6 o regimento7,Que do poder mais alto lhe foi dado,Alto poder, que só co'o pensamentoGoverna o Céu, a Terra, e o Mar irado.Ali se acharam juntos num momentoOs que habitam o Arcturo8 congelado,E os que o Austro9 têm, e as partes ondeA Aurora nasce, e o claro Sol se esconde10.

22

Estava o Padre ali sublime e dino,Que vibra os feros raios de Vulcano,Num assento de estrelas cristalino,Com gesto alto, severo e soberano.Do rosto respirava um ar divino,Que divino tornara um corpo humano;Com uma coroa e cetro rutilante,De outra pedra mais clara que diamante.

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Em luzentes assentos, marchetados11

De ouro e de perlas, mais abaixo estavamOs outros Deuses, todos assentados,Como a Razão e a Ordem concertavam12:(Precedem os antíguos mais honrados;Mais abaixo os menores se assentavam);Quando Júpiter alto, assim dizendo,C'um tom de voz começa grave e horrendo:

24

– "Eternos moradores do luzenteEstelífero Pólo13, e claro Assento,Se do grande valor da forte gente14

De Luso não perdeis o pensamento,Deveis de ter sabido claramente,Como é dos Fados15 grandes certo intento,Que por ela se esqueçam os humanosDe Assírios, Persas, Gregos e Romanos.”

In Os Lusíadas, Luís de Camões,

Edição de A. J. da Costa Pimpão, MNE-IC, 2000

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10. Redige um texto expositivo com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, noqual explicites o conteúdo das estrofes 19 a 24.

O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e umaparte de conclusão.

Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicosseguintes:

a) identificação do episódio a que pertencem as estrofes;

b) integração do episódio na estrutura interna da obra;

c) referência aos planos narrativos envolvidos;

d) referência à relação temporal existente entre os planos envolvidos;

e) explicitação do conceito de narração in medias res;

f) referência aos efeitos obtidos com esta estratégia narrativa;

g) justificação da importância deste episódio na glorificação do herói de Os Lusíadas.

GRUPO II

1. Classifica as orações sublinhadas nas alíneas seguintes.

a) A teoria mais aceite estipula que as primeiras estrelas eram monstruosamentemaciças.

b) Temos a sorte de viver numa galáxia saudável, produtora de estrelas, que deverácontribuir fortemente para a formação de novas estrelas."

c) Os portugueses navegavam já no Oceano Índico quando os deuses se reuniramem consílio.

2. Seleciona a opção em que a palavra “pequeno” é um nome.

a) Em pequeno, eu contava as estrelas.

b) O pequeno há de ser astrónomo.

c) Este pequeno aparelho projeta toda a abóbada celeste.

d) Alguns satélites de Úrano são realmente pequenos.

3. Indica, para cada um dos itens, a função sintática desempenhada pela expressão su-blinhada em cada uma das frases.

a) Verificamos que a taxa de natalidade das estrelas baixou.

b) A taxa de natalidade das estrelas baixou.

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Provas Finais Modelo parte 24. Completa cada uma das frases seguintes com as formas adequadas dos verbos apre-

sentados entre parênteses. Usa apenas tempos simples.

Em determinados meses do ano, ____a)____(entrar) muitos meteoros na atmosferaterrestre. Este fenómeno ___b)____(chamar-se) chuva de estrelas cadentes.

Na noite passada, embora ______c)___(estar) nublado, ele ___d)____(montar) o teles có-pio.

5. Lê as frases seguintes.

A Susana disse ao Luís que, no verão anterior, tinha ido ao Alentejo ver a chuva deestrelas e que tinha gostado muito. O Luís respondeu que tencionava fazer o mesmono verão seguinte.

Reescreve as frases, representando as falas da Susana e do Luís em discurso direto.

GRUPO IIIA poluição luminosa é provocada pelo excesso de luz criada pelos seres humanos.

Interfere nos ecossistemas, prejudica a saúde, ilumina a atmosfera das cidades, reduzindo a visibilidade das estrelas e dificultando a observação astronómica. É, con-tudo, apenas um dos tipos de poluição cada vez mais presente no nosso quotidiano.

De forma correta e bem estruturada, com um mínimo de 180 e um máximo de240 palavras, apresenta um texto que pudesse ser publicado num jornal escolar ondedês conta da tua posição sobre o modo como, em geral, os vários tipos de poluiçãocondicionam o nosso dia a dia.

Deves respeitar a estrutura do texto argumentativo.

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Prova Escrita de Português PROVA 2

3.º Ciclo do Ensino Básico

Duração da Prova: 90 minutos. Tolerância: 30 minutos.

GRUPO I

PARTE A

Os bárbaros

Primeiro vieram a cavalo e a galope. Guerreando porque serem guerreiros era a sua condição e a sua razão de viver. Os bárbaros. Alanos, Vândalos e Suevos. Mais tarde os Visigodos. Algo os atraía já neste claro azul quase africano. Vinham dos seus países brancose invernosos, talvez gostassem do brando clima e do azul do céu, gostavam decerto das terrasque conquistavam aos indígenas, e onde se instalavam. Depois pararam as visitas violentas.As últimas, e mais breves, foram as francesas.

E durante muito tempo não houve incursões. Até ao advento do turismo. E então ei-los quese puseram a chegar todos os anos pelo verão, voando ou de camioneta de vidraças panorâ-micas e ar condicionado, de automóvel também, naturalmente, e até em auto-stop que é amaneira atual de viajar na garupa do cavalo. Enchem os hotéis de todas as estrelas que há naterra e também os parques de campismo onde erguem as suas tendas de paz. Vêm armadosde máquinas fotográficas e de filmar. E só lhes interessam as coisas, e eles próprios no meiodelas. Quanto aos indígenas, querem lá saber. Como dantes.

É uma coisa engraçada, o turismo. Porque não traz nada de verdadeiramente novo. Como,de resto, nada neste mundo, ou tão pouco. As coisas é que mudam de nome e de rosto com otempo. Mas repetem-se incessantemente.

Estou a escrevinhar estas regras – já muitas vezes escritas – porque avistei agora mesmo,da minha janela, um grupo loiro e colorido de vikings, saindo do seu drakkar terrestre e semcabeça de dragão.

Maria Judite Carvalho, Este tempo, Editorial Caminho

Responde aos itens que seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto apre-sentado acima. Ordena a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essasideias aparecem no texto. Começa pela letra (D).

(A) As incursões violentas terminaram com as invasões francesas.

(B) Os novos invasores apresentam um novo tipo de armas: máquinas fotográficas ede filmar.

(C) Um novo tipo de invasão surgiu com o desenvolvimento da indústria turística.

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Provas Finais Modelo parte 2(D) Historicamente, Portugal foi palco de várias invasões.

(E) Ao longo do tempo, pouco muda realmente: as coisas repetem-se, alterandoapenas o nome e o rosto.

(F) Embora adotem uma atitude menos agressiva do que no passado, os novos in-vasores mantêm a desconsideração pelo indígena.

(G) A visão de um grupo de turistas nórdicos despoletou a reflexão que gerou a escritada crónica.

2. Indica a que se refere o pronome sublinhado na frase “E então ei-los que se puserama chegar todos os anos pelo verão […].” (linhas 7-8)

3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obteruma afirmação adequada ao sentido do texto.

Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

3.1. A sequência “Primeiro”, “Mais tarde” e “Depois”, presente no primeiro parágrafovisa

(A) apresentar uma linha temporal.

(B) transmitir um relação da causa-efeito.

(C) transmitir exclusivamente uma relação de adição.

(D) localizar espacialmente a ação.

3.2. A frase “Vêm armados de máquinas fotográficas e de filmar.” (linhas 11-12) contém

3.3. A expressão “querem lá saber” (linha 13) exemplifica um registo de língua

3.4. A expressão “já muitas vezes escritas” (linha 17) significa que a autora considera

(A) a sua perspetiva absolutamente inovadora.

(B) que também na sua escrita pouco há de novo.

(C) opiniões de outros autores ao longo do seu texto.

(D) que, ao escrever o texto, plagiou outros autores.

3.5. A referência ao drakkar e ao aspeto viking dos turistas (linha 18) pretende

(A) sublinhar o aspeto pouco bárbaro dos turistas nórdicos.

(B) retomar a ideia da invasão dos bárbaros que inicia o texto.

(C) evidenciar os conhecimentos históricos da autora da crónica.

(D) mostrar que, historicamente, tudo se altera.

(A) uma antítese.

(B) uma hipérbole.

(C) um eufemismo.

(D) uma metáfora.

(A) cuidado.

(B) próprio do calão.

(C) familiar.

(D) próprio da gíria.

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PARTE B

Lê o seguinte texto.

Àquela hora o trânsito complicava-se. As lojas, os escritórios, algumas oficinas, atiravampara a rua centenas de pessoas. E as ruas, as praças, as paragens dos elétricos, que tinham sidoplaneadas quando ainda não havia nas lojas, nos escritórios e nas oficinas tanta gente, fica-vam repletas dum momento para o outro. Nos largos passeios das grandes praças havia en-contrões. As pessoas de aprumo tinham de fechar os olhos àquele desacato e não viamremédio senão receber e dar encontrões também e praguejar algumas vezes. Os elétricosapinhavam-se na linha à frente uns dos outros. Seguiam morosamente, carregados até aosestribos e por fora dos estribos, atrás, no salva-vidas, com as tais centenas de pessoas quesaltavam àquela hora apressadamente das lojas, dos escritórios, das oficinas. […]

A multidão propunha uma confraternização à força. Era preciso pedir desculpa ao marçanoque se acabava de pisar, implorar às pessoas penduradas no elétrico que se apertassem umpouco mais para se poder arrumar um pé, nada mais que um pé, num cantinho do estribo,muitas vezes sorrir para gente que nunca se tinha visto antes e apetecia insultar. […] Quefazer, no entanto, senão atirar-se uma pessoa também para aquele mar de gente que em-purrava, furava, pisava e barafustava até chegar ao carro? Que fazer senão empurrar, furar,pisar e barafustar também?

[…] Em dada altura, porém, na plataforma de trás levantou-se burburinho. Protestos. Indigna-

ção. […] E viu-se um homenzinho a empurrar toda a gente e a dizer que havia lugares à frente,que o deixassem passar. Em vão lhe asseguravam que não havia lugar nenhum, que não podiapassar, que não fosse bruto. O homem empurrava e teimava que havia lugares à frente. Tantoempurrou que furou. […] O homem, que usava um chapéu coçado e um sobretudo castanhobastante lustroso nas bandas, não se sentou propriamente. Enterrou-se no lugar, com as mãosenfiadas pelas algibeiras dentro. Que sujeito! […] Olhou vagamente as pessoas que tinha nafrente, estendeu os lábios e começou a assobiar. A assobiar muito à vontade no interior do carro!

Primeiro, foi um assobio baixinho, pouco seguro, impercetível quase. Depois, a pouco epouco, o sujeitinho entusiasmou-se. E o assobio aumentou de intensidade. Ouvia-se já emtodo o elétrico. […]

As pessoas começavam a olhar umas para as outras à socapa. Já se tinha visto coisa assim?[…] A que uma pessoa está sujeita!

Mário Dionísio, O dia cinzento e outros contos, Publicações Europa-América

4. A ação narrada no excerto decorre em dois espaços distintos.Indica esses espaços e caracteriza-os brevemente.

5. Nos dois primeiros parágrafos do excerto é estabelecido um contraste entre dois gru-pos de pessoas.Explicita esse contraste e transcreve expressões que comprovem as tuas afirmações.

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Provas Finais Modelo parte 26. Explica por que motivo a expressão “mar de gente” (linha 14) pode ser considerada uma

metáfora.

7. Os nomes “homenzinho” (linha 17) e “sujeitinho” (linha 26) encontram-se ambos nograu diminutivo e surgem em momentos diferentes.Explicita os sentidos veiculados pelo diminutivo em ambos casos.

8. Após a leitura deste excerto, dois amigos conversaram e trocaram as opiniões se-guintes:

Pedro – Penso que o narrador é absolutamente imparcial.João – Discordo! Acho que ele é muito crítico relativamente a um dos grupos de pessoasque apresenta!

Justifica a posição do João, fundamentando-a com elementos do texto.

PARTE C

Lê o excerto do Auto da Barca do Inferno a seguir transcrito, e responde, de formacompleta e bem estruturada, ao item 9. Em caso de necessidade, consulta o vocabulárioapresentado.

Tanto que Brísida Vaz se embarcou, veo um JUDEU, com um bode1 às costas; e, chegandoao batel dos danados, diz:

Judeu:Diabo:Judeu:Diabo:Judeu:Diabo:Judeu:Diabo:

Judeu:Diabo:Judeu:

Diabo:

Que vai cá? Hou marinheiro! Oh! que má-hora vieste!Cuj’é esta barca que preste?Esta barca é do barqueiro.Passai-me por meu dinheiro.E o bode há cá de vir?Pois também o bode há-de vir.Que escusado passageiro!

Sem bode, como irei lá?Nem eu nom passo cabrões.Eis aqui quatro testõese mais se vos pagará.Por via do Semifará2

que me passeis o cabrão!Querês mais outro testão?Nenhum bode há-de vir cá.

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1 bode - o bode fazia parte dos sacrifícios rituais da lei judaica; 2 Semifará – provavelmente, o nome do Judeu

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Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente,

In Teatro de Gil Vicente, Edição de Ant. José Saraiva, Portugália, s/d

Judeu:

Diabo:Judeu:

Parvo:

Diabo:

Parvo:

Diabo:

Porque nom irá o judeuonde vai Brísida Vaz?Ao senhor meirinho3 apraz?Senhor meirinho, irei eu?E ò fidalgo, quem lhe deu…O mando, dizês, do batel?Corregedor, coronel,castigai este sandeu4!

Azará, pedra miúda,lodo, chanto5, fogo, lenha,caganeira que te venha!Má corrença6 que te acuda!Par el Deu, que te sacudaCo’a beca nos focinhos!Fazes burla7 dos meirinhos?Dize, filho da cornuda!

Furtaste a chiba8, cabrão?Parecês-me vós a mimgafanhoto d’Almeirimchacinado em um seirão. Judeu, lá te passarãoporque vão mais despejados. E ele mijou nos finadosn’ergueja de São Gião!

E comia a carne da panelano dia de Nosso Senhor!E aperta o salvador,e mija na caravela!Sus, sus9! Dêmos à vela!Vós, Judeu, irês à toa10,que sois mui ruim pessoa.Levai o cabrão na trela!

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3 meirinho – antigo magistrado. O Judeu chama meirinho, corregedor e coronel ao Fidalgo; 4 sandeu – parvo;5 chanto – choro; 6 corrença – diarreia; 7 Fazes burla – zombas; 8 chiba – cabra; 9 Sus – Eia! Vamos!; 10 à toa – a reboque

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Provas Finais Modelo parte 29. Redige um texto expositivo com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, no qual

apresentes linhas fundamentais de leitura do excerto da peça Auto da Barca do Inferno.

O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e umaparte de conclusão.

Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicosseguintes:

a) indicação do espaço onde se encontram as personagens e identificação das mesmas;

b) explicitação da função de cada uma das personagens;

c) referência ao desejo de entrar na barca do Diabo manifestado pelo Judeu;

d) explicação da recusa do Diabo em aceitar o pedido do Judeu;

e) explicitação do valor simbólico do bode;

f) referência ao destino final do Judeu.

GRUPO II

1. Identifica o processo de formação de palavras presente nos exemplos abaixo apre-sentados, retirados da Parte A.

a) drakkar. (linha 18)

b) vikings. (linha 18)

2. Apresenta o valor semântico do advérbio sublinhado na frase que se segue.

“Olhou vagamente as pessoas que tinha na frente, estendeu os lábios e começou a assobiar”. (linhas 23-24)

3. Identifica os tipos de sujeito presentes na frase que se segue.

O homem empurrava e teimava que havia lugares à frente.

4. Classifica a oração sublinhada na frase seguinte.

“E as ruas, as praças, as paragens dos elétricos, que tinham sido planeadas quandoainda não havia nas lojas, nos escritórios e nas oficinas tanta gente, ficavam repletasdum momento para o outro.” (linhas 2-4)

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5. Os segmentos de (A) a (G) constituem partes de um texto e estão desordenados.

Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem correta dos segmentos demodo a reconstituir o texto. Começa pela letra (F).

(A)

(B)

(C)

(D)

(E)

(F)

(G)

A. H. de Oliveira Marques, História de Portugal, Editorial Presença

GRUPO IIINem sempre estamos preparados para conviver com pessoas diferentes de nós.

Por vezes, a liberdade de uns pode implicar a perda de direitos de outros.

De forma correta e bem estruturada, com um mínimo de 180 e um máximo de240 palavras, apresenta um texto que pudesse ser publicado num jornal escolar ondeexpresses a tua opinião sobre esta questão, fundamentando a tua posição em dois ar-gumentos.

Deves respeitar a estrutura do texto argumentativo.

Nos séculos XIV e XV existiam em Lisboa nada menos que três judiarias, com uma su-perfície total de quase 2 hectares, cerca de 1,6% da área da cidade.

Todos eram obrigados ao pagamento de impostos.

Vivendo nas cidades e entregues a profissões urbanas, estavam organizados em co-munas logo que o seu número excedia as dez famílias.

Por todo o Portugal, mas especialmente em Lisboa, seguida de Santarém, Évora, Porto, Covilhã, Guarda, Lamego, Coimbra e Setúbal, existiam comunas com o seu funciona-mento próprio copiado da organização municipal, sob a autoridade suprema do rabi ouarrabi-mor, de nomeação régia.

Socialmente, os judeus compunham pelo menos três grandes classes: os banqueiros,físicos e detentores de cargos públicos, grupo pequeno mas economicamente impor-tante e privilegiado; os artesãos, sobretudo alfaiates, ourives, ferreiros e sapateiros, eos mercadores remediados; e os pobres e indigentes, acaso uma minoria.

Os judeus formavam um grupo relativamente pequeno, talvez à roda de 30 000 habi-tantes nos finais do século XV.

Possuindo sinagogas e sendo relativamente livres para praticar a sua religião, os judeustinham, não obstante, de viver em bairros separados, as judiarias, segregados das zonascristãs por muralhas, cercas e portões que se fechavam à noite.

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Provas Finais Modelo parte 2

GRUPO I

PARTE A

Lê o texto seguinte.

Já no século XV se manifestava a ideia de se escrever uma epopeia sobre a expansão portuguesa. E não só em Portugal. Sabe-se que Luís Vives, humanista espanhol, exaltou osdescobrimentos lusíadas numa dedicatória ao rei D. João III. E que Ângelo Policiano, humanistaitaliano, se propôs cantar em verso italiano os feitos do reinado de D. João II.

Por sua vez, em Portugal tudo parecia impor o aparecimento de um poeta épico, isto é, deum poeta que cantasse as glórias da sua nação. Garcia de Resende, no prólogo do CancioneiroGeral, lamenta que não estejam devidamente cantados os feitos lusíadas. E, em 1533, aindaCamões estava na infância, João de Barros, o historiador, desejava igualmente uma epopeia.Declarava-se a favor da tuba épica e clamorosa, pois entendia que “mais proveito de tal músicanasceria, do que de saudosas cantigas e trovas de namorados”.

Duas causas contribuíam para este anseio generalizado. Por um lado, a evolução literária,com o renascimento do gosto pelos modelos da antiguidade. Os humanistas manifestavam odesejo de ressuscitar os géneros clássicos, entre os quais se contava a epopeia, represen-tada sobretudo pelos poemas homéricos – a Ilíada e a Odisseia – e pela Eneida, de Virgílio. Poroutro lado, havia o tema a impor o livro. As proezas marítimas dos portugueses, indo com osseus barcos a todos os pontos do mundo, eram acabadas de praticar, um desafio perma-nente aos poetas. Que faltava, pois? Que aparecesse o épico, o cantor digno daquela epopeiae daquele movimento.

Camões surge, assim, na altura própria. Nem cedo nem tarde. Era a hora. Quando ele atingeos vinte anos, a meio do século XVI, tudo está à mão de semear, à mão de colher. Só lhe fal-tava o estudo e, a par deste, a experiência. O poeta recolhe ambos e, com o seu génio, podeentão compor a epopeia […].

O tempo era propício a Camões. E Camões apareceu.

Boletim, n.º 4, 1980, Fundação Calouste Gulbenkian (texto adaptado)

Responde aos itens que seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.

1. As afirmações apresentadas de (A) a (G) correspondem a ideias-chave do texto. Ordena a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual essas ideias apare-cem no texto. Começa pela letra (D).

(A) Conjugados fatores coletivos e individuais, a obra pôde ser realizada.

Prova Escrita de Português PROVA 3

3.º Ciclo do Ensino Básico

Duração da Prova: 90 minutos. Tolerância: 30 minutos.

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(B) Uma das causas deste anseio generalizado era o renascimento do gosto pelosmodelos literários clássicos.

(C) Quando Camões surge todas as condições exteriores estão reunidas

(D) No século XVI circulava na Europa a ideia de que os Descobrimentos portugueseseram matéria adequada à elaboração de uma epopeia.

(E) Humanistas espanhóis, italianos e portugueses concordavam na necessidade decelebrar literariamente as glórias da nação portuguesa.

(F) A essas circunstâncias, já de si propícias, o poeta juntará características pessoaisdeterminantes: o génio, o estudo e a experiência.

(G) O caráter inédito e recente da ação portuguesa era também um desafio permanenteaos poetas.

2. Indica o referente da expressão “daquele movimento” (linha 18).

3. Para responderes a cada item (3.1. a 3.5.), seleciona a única opção que permite obteruma afirmação adequada ao sentido do texto.Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

3.1. Na frase “Declarava-se a favor da tuba épica e clamorosa, pois entendia que ‘maisproveito de tal música nasceria, do que de saudosas cantigas e trovas de namo-rados’” (linhas 9-10) pretende dizer-se que João de Barros

(A) tinha preconceitos relativamente à poesia lírica.

(B) sobrevalorizava abertamente a poesia épica.

(C) achava a poesia épica adequada ao assunto a tratar.

(D) pouco ou nada conhecia no campo da literatura.

3.2. As locuções “Por um lado” e “Por outro lado” transmitem uma ideia de

(A) alternativa. (B) contraste. (C) consequência. (D) adição.

3.3. A expressão “Que faltava, pois? (linha 17)” é uma interrogação retórica que visa

(A) suspender a linha de raciocínio em curso.

(B) abrir espaço para a resposta que se segue.

(C) mudar o assunto que está a ser abordado.

(D) desvalorizar a figura de Camões.

3.4. Na expressão “tudo está à mão de semear, à mão de colher” (linha 20) está presente

(A) uma enumeração. (B) uma sinédoque. (C) uma antítese. (D) uma hipérbole.

3.5. Na expressão “O tempo era propício a Camões. E Camões apareceu.”, a conjunção“e” poderia ser substituída por

(A) porque. (B) não obstante. (C) logo. (D) que.

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Provas Finais Modelo parte 2PARTE B

Lê o texto seguinte, consultando o vocabulário abaixo apresentado.

António de Faria, homem sagaz e de sangue-frio, mal viu os juncos1 amarrados um aooutro, procurou fugir para o largo, não só para não lhes deixar perceber a nossa nacionalidade,mas ainda para termos ocasião de concertar a defesa. Eles, porém, não menos experientes,temendo que a presa lhes escapasse, desataram-se logo e correram à abordagem2, lança-ram-nos as suas infinitas armas de arremesso, o que nos obrigou a buscar refúgio na coberta.Daí, durante coisa de meia hora, esteve António de Faria jogando com eles as arcabuzadas3,na manha de lhes fazer gastar as munições. E, em verdade, atacaram-nos com tal prodigali-dade, que o convés ficou juncado de ferraria.

De súbito, quarenta dos inimigos assaltaram o junco pela proa, decididos a acabar. Saiu An-tónio de Faria a fazer-lhes frente com vinte e cinco soldados e uma dúzia de escravos e ma-rinheiros, com tal ardor e denodo4 que, em menos de nada, derrubou vinte e seis e atirou osrestantes pela borda. E, para remate do êxito, arrojando-se sobre o junco inimigo, tomou-osem grande resistência, visto a guarnição5 de peleja6 estar desbaratada e a do mar a render-se.A esta, necessária para a mareação dos nossos navios, se poupou a vida. Ultimado aquele lance,acudiu António de Faria a Cristóvão Borralho, cuja lorcha7, abordada pelo segundo junco, não seencontrava, para que digamos, em excelente postura. Com o reforço que lhes chegou, a vitó-ria decidiu-se pelos nossos, mortos ou afogados os inimigos.

Fez-se resenha daquele encontro; havíamos perdido um português, cinco escravos e nove ma- rinheiros, sem contar os feridos; o agressor tivera oitenta mortos e quase outros tantos feridos.

Recolhidos os que andavam à tona nas vascas da agonia8, perguntou-se-lhes quem erame como se chamava o seu capitão. Mas eles deixavam-se morrer sem abrir a boca. De repenteouviu-se a voz de Borralho do outro junco:

- Acuda, acuda cá depressa, senhor, que temos ainda pano para mangas!Saltou logo o capitão para o outro junco com dezasseis soldados, de armas na mão:- Que há?- Há que na proa deste navio está muita gente escondida. Ouvi grande gritaria…Correram à proa e com resguardo e silenciosa expectativa se abriu a escotilha. Entre urros

e prantos, ouviu-se um lancinante clamor: “Senhor Deus, misericórdia!” E quem haviam deser? Nada menos de dezassete cristãs, dois homens e cinco meninos de nação portuguesacom duas moças e oito moços escravos. Traziam golilhas9 ao pescoço e algemas nas mãos,que logo lhes foram serradas. E um dos portugueses contou acabávamos de ter batalha como temível pirata renegado chamado […] Francisco de Sá […].

Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, Aquilino Ribeiro (adaptação), Editora Sá da Costa

VOCABULÁRIO:1 juncos- embarcação à vela usada na China e no Japão; 2 abordagem – assalto a um navio; 3 arcabuzadas – tiros dearcabuz, antiga arma de fogo; 4 denodo – ímpeto; 5 guarnição - tropa; 6 peleja – luta; 7 lorcha – embarcação chinesa;8 vascas da agonia – prestes a morrer; 9 golilhas - ferros

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4. Refere a situação narrada neste excerto.

5. Localiza a ação no espaço.

6. Identifica as partes envolvidas e os respetivos líderes.

7. Classifica o narrador quanto à sua presença na ação.

8. Esclarece se o narrador é parcial ou imparcial. Fundamenta a tua resposta com ele-mentos textuais.

9. Após a leitura deste excerto, o Tiago e o Gustavo fizeram as seguintes apreciações.

Tiago – Penso que os feitos dos portugueses são hiperbolizados pela narração que é feita. Gustavo – Discordo. Existe um engrandecimento da ação dos portugueses que me

parece muito adequado.

Justifica a posição do Tiago, fundamentando-a com elementos do texto.

PARTE C

Lê o poema de Jorge de Sena que se segue e responde de forma completa ao item 10.

Camões fala aos seus contemporâneos

10. Redige um texto, com um mínimo de 70 e um máximo de 120 palavras, em que apre-sentes uma leitura do poema.O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e umaparte de conclusão.Organiza a informação do modo que considerares adequado, abordando os tópicosseguintes:

a) referência ao emissor e ao(s) destinatário(s) do poema;

b) indicação dos sentimentos que o sujeito poético manifesta para com aqueles aquem se dirige;

Podereis roubar-me tudo:

as ideias, as palavras, as imagens,

e também as metáforas, os temas, os motivos,

os símbolos, e a primazia

nas dores sofridas de uma língua nova,

no entendimento de outros, na coragem

de combater, julgar, de penetrar

em recessos de amor para que sois castrados.

E podereis depois não me citar,

suprimir-me, ignorar-me, aclamar até

outros ladrões mais felizes.

Não importa nada: que o castigo

será terrível. Não só quando

vossos netos não souberem já quem sois

terão de me saber melhor ainda

do que fingis que não sabeis,

como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,

reverterá para o meu nome. E, mesmo será meu,

tido por meu, contado como meu,

até mesmo aquele pouco e miserável

que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.

Nada tereis, mas nada: nem os ossos,

que um vosso esqueleto há de ser buscado,

para passar por meu. E para outros ladrões,

iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.

Jorge de Sena, Metamorfoses, Editorial Comunicação

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Provas Finais Modelo parte 2c) referência ao tipo de tratamento que deles terá recebido;

d) justificação da ocorrência no poema de termos associados à literatura (“palavras”,“metáforas”, “símbolos”,…);

e) estabelecimento de uma relação entre o poema e a biografia de Camões, nomea-damente o futuro literário da sua obra.

GRUPO II1. Indica a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada do texto da Parte B.

“Senhor Deus, misericórdia!” (linha 28)

2. Identifica o conjunto em que está presente uma relação de hiperónimo – hipónimos.

a) pneus - automóvel – travões- volante

b) formosa - linda- bonita- bela

c) proa – popa – mastro – navio

d) bárbaros – alanos- suevos- visigodos

3. Transforma as frases simples em frases complexas utilizando as conjunções das sub-classes indicadas entre parênteses. Efetua as transformações necessárias.

a) Na sua época, Camões não obteve o merecido reconhecimento.Os Lusíadas é uma obra maior da literatura portuguesa.(conjunção subordinativa concessiva)

b) Ultimado aquele lance, acudiu António de Faria a Cristóvão Borralho.Cristóvão Borralho encontrava-se numa situação difícil!(conjunção subordinativa consecutiva)

4. Classifica a forma verbal sublinhada, indicando pessoa, número, tempo e modo.

Canto a canto, os alunos têm lido Os Lusíadas ao longo das aulas.

GRUPO IIIEmbora muito celebrada e com mérito inegável, nem sempre a ação dos países coloni-zadores respeitou os colonizados, impondo-se os primeiros muitas vezes pela violência.

Apelando aos teus conhecimentos de História, imagina-te num país colonizado duranteo século XVI e experimentando algumas ações de colonização.

Num texto de opinião e que pudesse ser publicado num jornal escolar, com um mínimode 180 e um máximo de 240 palavras, apresenta a tua perspetiva sobre este processo.

Page 32: Provas Finais Novas Leituras

Prova 1GRUPO I

PARTE A1. (D), (G), (E), (B), (C), (F), (A).

2. “(n)o seu auge” (linha 3)

3. 3.1. (C); 3.2. (B); 3.3. (C); 3.4. (D).

PARTE B4. De madrugada, o sujeito poético está a terminar a escrita

de um livro.

5. A tranquilidade domina o sujeito, pois tem a certeza de queé possível recuperar a alegria e prosseguir.

6. O sujeito refere-se às pessoas que acordam nas suas casas,trazendo consigo energia vital, e às crianças que riem altona rua. Caracteriza-as a vitalidade e a ação.

7. O despertar da cidade é um processo lento e gradual, factoque é transmitido através da expressão “pouco a pouco” edas formas de gerúndio “surgindo” e “gargalhando”.

8. A comparação transmite o caráter repentino, intenso,quase mágico, da revelação da harmonia: a ave passa rapi-damente – “de repente” –, de forma intensa, qual labareda– “ave de fogo” –, sendo que a ave de fogo é um ser ima-ginário, fantástico.

9. O título do poema remete para uma circunstância detempo, em que têm lugar determinados acontecimentos.O poema relata esses eventos.

PARTE CCenário de resposta

a) Episódio do Consílio dos Deuses;

b) Início da Narração;

c) Os planos narrativos envolvidos são o plano da Mitologia/Maravilhoso e o plano da Viagem;

d) A relação temporal que existe entre os dois planos é de si-multaneidade entre dois acontecimentos; a viagem continuaa decorrer enquanto o consílio se realiza.

e) A narração do acontecimento central da epopeia – a via-gem – inicia-se quando a armada já vai no Oceano Índico,segundo a técnica narrativa in medias res, ou seja, numa fasejá avançada da ação.

f) Esta opção narrativa permitirá posteriormente a analepserealizada por Vasco da Gama aquando do seu relato ao reide Melinde, deste modo proporcionando maior dinâmica àação narrada.

g) Este episódio de caráter mitológico – obrigatório segundoas regras da epopeia – engrandece os portugueses, poismostra como se tornaram num assunto de vital importân-cia para os próprios deuses, nomeadamente Vénus e Baco.

GRUPO II1. a) oração subordinada substantiva completiva; b) oração

subordinada adjetiva relativa restritiva; c) oração subor-dinante.

2. b)

3. a) complemento direto; b) sujeito simples.

4. a) entram; b) chama-se; c) estivesse; d) montou.

5. A Susana disse ao Luís:

– No verão passado, fui ao Alentejo ver a chuva de es-trelas e gostei muito.

O Luís respondeu:

– Tenciono fazer o mesmo no próximo verão.

GRUPO IIIResposta pessoal, que deve respeitar as indicações relativa-mente à tipologia, ao tema e à extensão apresentados.

Prova 2GRUPO IPARTE A

1. (D), (A), (C), (B), (F), (E), (G).

2. Os bárbaros (linha 2).

3. 3.1. (A); 3.2. (D); 3.3. (C); 3.4. (B); 3.5. (B).

PARTE B4. Inicialmente, a ação decorre num espaço exterior, nas ruas

estreitas. Estas encontram-se apinhadas de pessoas, quesaem do trabalho ou passeiam. Posteriormente, passa-senum elétrico, onde as pessoas viajam bastante apertadas.

5. O contraste é estabelecido entre as pessoas que passea-vam nos passeios – “as pessoas de aprumo” – e a massa detrabalhadores que sai dos locais de trabalho para apanhar otransporte, a multidão que “propunha uma confraterniza-ção à força”.

6. A expressão é uma metáfora, pois identifica o movimentoda multidão em marcha com o movimento das ondas domar, em extensão e em força.

7. Em ambos os casos, o diminutivo transmite uma aprecia-ção pejorativa, sugerindo a ideia de insignificância.

8. Cenário de respostaA posição do João encontra suporte no texto, nomeada-

mente no modo como o narrador descreve as ações da multi-dão em movimento, caracterizando-as como bruscas e poucopolidas – “aquele mar de gente que empurrava, furava, pisavae barafustava até chegar ao carro”. Além disso, há também odesconforto dos outros transeuntes e passageiros, que sen-tem o seu espaço violentamente invadido: “Era preciso pedirdesculpa ao marçano que se acabava de pisar, (…) muitasvezes sorrir para gente que nunca se tinha visto antes e ape-tecia insultar.” Por fim, o uso do diminutivo em “homenzinho”(linha 17) e “sujeitinho” (linha 26) remete para uma desvalo-rização de figuras que adotam comportamentos desadequa-dos aos olhos de outros: “Que sujeito!”

PARTE CCenário de respostaa) Em cena encontram-se o Diabo, o Judeu e o Parvo. As per-

sonagens encontram-se no cais onde estão as barcas doParaíso e do Inferno.

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Propostas de resolução parte 3b) O Diabo, personagem alegórica, representa o Mal e deseja

le var consigo as almas pecadoras. O Parvo surge comoporta -voz da mentalidade da época relativamente à figurado Judeu, acusando-o de hipocrisia, quando, para se inse-rir na sociedade, finge converter-se ao cristianismo e semantém fiel ao judaísmo.

c) O Judeu manifesta o desejo de, voluntariamente, entrar nabarca que todos inicialmente rejeitam e que, finalmente,acabam por aceitar dada a sua vida de pecado na Terra.

d) A segregação dos judeus na época é tão intensa e visceralque o próprio Diabo, ansioso por almas, se recusa a permi-tir que entre na sua barca.

e) O bode representa a fidelidade do Judeu ao judaísmo, reli-gião que exteriormente rejeita mas que, interiormente, re-cusa abandonar.

f) O destino final do Judeu é a Barca do Inferno, contudo, vaia reboque.

GRUPO II1. Empréstimo.

2. Advérbio com valor de modo.

3. Sujeito simples (O homem); sujeito subentendido (“Ele”).

4. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

5. (F), (C), (D), (E), (B), (G), (A).

GRUPO IIIResposta pessoal, que deve respeitar as indicações relativa-mente à tipologia, ao tema e à extensão apresentados.

Prova 3GRUPO IPARTE A

1. (D), (E), (B), (G), (C), (A).

2. “o desejo de ressuscitar os géneros clássicos” (linha 13)

3. 3.1. (C); 3.2. (D); 3.3. (B); 3.4. (C); 3.5. (C).

PARTE B4. No excerto é narrada uma batalha naval.

5. Atendendo ao tipo de embarcação utilizada – junco, lorcha-, podemos concluir que esta batalha naval tem lugar nosmares do Oriente.

6. De um lado, estão os portugueses, liderados por António deFaria. Do outro, os piratas, comandados por Francisco de Sá.

7. É um narrador participante, o que se comprova com o uso da1.ª pessoa do plural: “a nossa nacionalidade”, “a vitória de-cidiu-se pelos nossos”, “havíamos perdido um português,cinco escravos e nove marinheiros, sem contar os feridos”.

8. O narrador revela a sua parcialidade ao narrar os aconteci-mentos do ponto de vista dos portugueses, destacando asua inteligência e coragem e atribuindo-lhes a condição devítimas de agressão e de defensores dos fracos:

“[…] esteve António de Faria jogando com eles as arcabu-zadas, na manhã de lhes fazer gastar as munições. E, em

verdade, atacaram-nos com tal prodigalidade, que o con-vés ficou juncado de ferraria.”;

“Saiu António de Faria a fazer-lhes frente […] com tal ardore denodo que, em menos de nada, derrubou vinte e seis eatirou os restantes pela borda.”;

“[…] o agressor tivera oitenta mortos e quase outros tantosferidos.”;

“Traziam golilhas ao pescoço e algemas nas mãos, que logolhes foram serradas.”

9.

Cenário de respostaA narração destaca o sucesso da estratégia de António de Faria,a coragem dos portugueses, a sua vitória com poucas baixas, aocontrário dos agressores, e ainda a libertação dos cristãos tor-nados escravos. Desta forma, aos portugueses são atribuídasapenas ações positivas, facto que, num contexto de pirataria ede batalha, só pode resultar de uma valorização excessiva dasua ação e da omissão de aspetos menos aceitáveis.

PARTE C10. a) O sujeito poético – Camões – dirige-se aos seus con-

temporâneos – homens do século XVI – ameaçando-oscom o castigo do esquecimento trazido pela passagem dotempo e pela ação seletiva da história.

b) O sujeito poético manifesta revolta pela atitude dos seuscontemporâneos, antecipando uma justiça trazida pelosséculos: a História tudo colocará no seu devido lugar, dandovalor a quem de direito.

c) Os seus contemporâneos terão tido para com o poeta açõescensuráveis, nomeadamente a usurpação do seu talentoatravés da apropriação indevida da sua obra, a omissão edesvalorização da sua autoria, o desprezo pela sua pessoa.

d) A ocorrência de termos associados à literatura justifica-se,pois quem fala é Luís de Camões, uma figura cimeira da li-teratura portuguesa e universal.

e) O conteúdo do poema remete para a biografia camoniana.Desconsiderado em vida, a História fez dele um dos maio-res vultos literários de sempre, facto aqui antecipado pelosujeito poético.

GRUPO II1. Vocativo.

2. d)

3.

a) Embora na sua época Camões não tenha obtido o merecidoreconhecimento, Os Lusíadas é uma obra maior da litera-tura portuguesa.

b) Cristóvão Borralho encontrava-se numa situação tão difí-cil que, ultimado aquele lance, António de Faria lhe acudiu.

4. 3.ª pessoa do plural do pretérito perfeito composto indica-tivo.

GRUPO IIIResposta pessoal, que deve respeitar as indicações relativa-mente à tipologia, ao tema e à extensão apresentados.

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