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XI Exame de Ordem Unificado Enunciado Contratado pela empresa Clnica das Amendoeiras, em razo de uma reclamao trabalhista proposta em 12.12.2012 pela empregada Jussara Pclis (nmero 1146-63.2012.5.18.0002, 2 Vara do Trabalho de Goinia), o advogado analisa a petio inicial, que contm os seguintes dados e pedidos: que a empregada foi admitida em 18.11.2000 e dispensada sem justa causa em 15.07.2011 mediante aviso prvio trabalhado; que a homologao da ruptura aconteceu em 10.09.2011; que havia uma norma interna garantindo ao empregado com mais de 10 anos de servio o direito a receber um relgio folheado a ouro do empregador, o que no foi observado; que a ex-empregada cumpria jornada de 2 a 6 feira das 15h s 19h sem intervalo; que recebia participao nos lucros (PL) 1 vez a cada semestre, mas ela no era integrada para fim algum.

A autora postula o pagamento do aviso prvio proporcional ao tempo de servio, j que ele foi concedido por 30 dias; multa do Art. 477 da CLT porque a homologao ocorreu a destempo; condenao em obrigao de fazer materializada na entrega de um relgio folheado a ouro; hora extra pela ausncia de pausa alimentar; integrao da PL nas verbas salariais, FGTS e aquelas devidas pela ruptura, com o pagamento das diferenas correlatas.

A empresa entrega ao advogado cpia do recibo de depsito das verbas resilitrias na conta da trabalhadora ocorrido em 14.08.2011 e cpia dos regulamentos internos vigentes ao longo do tempo, em que existia previso de concesso do relgio folheado a ouro, mas em fevereiro de 2000, foi substitudo por um novo regulamento, que previu a entrega de uma foto do empregado com sua equipe.

Analisando cuidadosamente a narrativa feita pela empresa e a documentao por ela fornecida, apresente a pea pertinente defesa, em juzo, dos interesses dela, sem criar dados ou fatos no informados. (Valor: 5,0) Gabarito comentado

Elaborao de uma pea com formato de contestao, com endereamento 2 Vara de Goinia, indicao das partes e nmero do processo.

PRESCRIO PARCIAL - Na defesa dos interesses do cliente, o examinando deve arguir prescrio parcial (quinquenal) em relao aos supostos direitos anteriores a 12.12.2007 (5 anos do ajuizamento da ao).

AVISO PRVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIO o examinando deve identificar que o aviso prvio proporcional no era devido porque a dispensa ocorreu antes da alterao legislativa, na forma da Lei n 12.506, de 13 de outubro de 2011 OU Smula 441 do TST.

MULTA ARTIGO 477, 8 da CLT o examinando deve sustentar que as verbas resilitrias foram pagas no prazo legal, afastando o direito multa do artigo 477, 8 da CLT.

ENTREGA DO RELGIO o examinando deve identificar ser indevida obrigao de fazer porque a alterao da norma interna ocorreu antes da admisso da trabalhadora, que assim no tem o direito postulado, na forma da Smula 51, I, do TST.

INTERVALO INTRAJORNADA o examinando deve identificar que, de acordo com a carga horria cumprida, no havia direito a qualquer intervalo (CLT, artigo 71, 1).

PARTICIPAO NOS LUCROS o examinando deve identificar que a verba PL, por fora de Lei, no reflete em qualquer outro direito, na forma da Lei 10.101/00, artigo 3.

Enunciado Roberto interps Recurso Ordinrio ao ter cincia de que foi julgado improcedente o seu pedido de reconhecimento de vnculo empregatcio em face da empresa NOVATEC LNEA COMPUTADORES LTDA.

Ele no juntou declarao de miserabilidade na petio inicial e no recurso, mas requereu, em pedido expresso no apelo, o benefcio da gratuidade de justia, afirmando no ter recursos para recolher o valor das custas sem prejuzo do seu sustento e de sua famlia. O juiz prolator da sentena negou seguimento ao recurso, considerando-o deserto. Diante deste panorama, responda justificadamente:

A) Considerando que Roberto no juntou a declarao de miserabilidade, analise se possvel o deferimento da gratuidade de justia na hiptese retratada. A gratuidade de justia est regulamentada no Art. 790, 3, da CLT e na Lei n. 1.060/50. A jurisprudncia do TST admite que tal benefcio seja requerido em qualquer tempo ou grau de jurisdio, desde que, na fase recursal, o seja no prazo alusivo ao recurso OJ n 269 da SDI-I do TST , o que ocorreu no caso em exame OU Sim, seria possvel o deferimento de ofcio da gratuidade, desde que presentes os requisitos do Art. 790, 3, da CLT.

B) Analise se, tecnicamente, a deciso que negou seguimento ao recurso est correta. A jurisprudncia consolidada preconiza que basta a simples afirmao do declarante ou de seu advogado quanto ao seu estado de miserabilidade para que se configure a situao econmica que justifique a concesso de tal benefcio, na forma da OJ n 304 da SDI-I do TST. Sendo assim, tecnicamente, est incorreta a deciso que denegou seguimento ao recurso porque, comprovado o preenchimento dos requisitos para sua concesso, poderia o Juiz de origem conceder a gratuidade, ou, ao menos, deixar o recurso ter seguimento para que o julgador de 2 grau decidisse sobre a concesso do benefcio requerido em sede recursal.

Enunciado Joo, empregado da empresa Beta, sentiu-se mal durante o exerccio da sua atividade e procurou o departamento mdico do empregador, que lhe concedeu 15 (quinze) dias de afastamento do trabalho para o devido tratamento. Aps o decurso do prazo, Joo retornou ao seu mister mas, 10 (dez) dias depois, voltou a sentir o mesmo problema de sade, tendo sido encaminhado ao INSS, onde obteve benefcio de auxlio doena comum. Diante da situao, responda, justificadamente, aos itens a seguir.

A) A quem competir o pagamento do salrio em relao aos primeiros 15 dias de afastamento? Durante os primeiros 15 dias de afastamento por motivo de doena competir empregadora o pagamento do salrio, na forma do Art. 60, 3, da Lei 8.213/91 OU Art. 476 da CLT OU Decreto n. 3.048/99, Art. 75.B) Caso o INSS concedesse de plano a Joo, dada a gravidade da situao, a aposentadoria por invalidez comum, que efeito jurdico o benefcio previdencirio teria sobre o contrato de trabalho? O contrato ficar suspenso at que haja a recuperao, na forma do Art. 475, da CLT.

Enunciado Em reclamao trabalhista movida por uma empregada contra o ex-empregador, o pedido de indenizao por dano moral foi julgado improcedente na sentena. Inconformada, a empregada recorreu e o TRT deferiu parcialmente este pedido. Irresignada com o valor deferido, que entendia insuficiente, a empregada ainda manejou recurso de revista, sendo mantida pelo TST a quantia j fixada. Adveio em seguida o trnsito em julgado. Diante dessa situao, responda aos seguintes itens.

A) A partir de quando ser computada a correo monetria do pedido de dano moral? Justifique sua resposta. A partir do acrdo proferido pelo TRT, que foi a 1 que a arbitrou OU a partir da deciso do TRT, na forma da Smula n. 439 do TST.

B) Se os juros no fossem requeridos na petio inicial, analise se haveria julgamento extra petita se o juiz os deferisse. Justifique sua resposta. No haveria julgamento extra petita, pois os juros incluem-se na liquidao na forma da Smula 211 do TST OU CPC, Art. 293 OU so considerados pedidos implcitos, na forma da Smula 211 do TST OU CPC, Art. 293.

Enunciado Numa reclamao trabalhista o autor formulou pedido de verbas resilitrias e horas extras. Na 1 audincia, ocorrida 40 dias aps o desligamento, a empresa reconheceu que no pagou as verbas devidas pela sada, e requereu o seu adiamento, face ausncia de suas testemunhas, o que foi deferido. Na 2 audincia, agora com a presena das testemunhas, ofereceu, no incio da sesso, o pagamento das verbas resilitrias incontroversas adicionadas da multa do Art. 477, 8, da CLT. Diante dessa situao, responda:

a) Comente se a empresa, nesta situao, fica sujeita a algum pagamento adicional em relao s verbas da ruptura. Justifique sua resposta. No tendo quitado os direitos devidos na 1 audincia, ficar sujeita ao pagamento de 50% das verbas resilitrias, conforme Art. 467, caput, da CLT.b) Analise, na mesma situao, caso o empregador do autor fosse um Municpio, se haveria algum pagamento adicional. Justifique sua resposta. Caso o empregador fosse um Municpio, o artigo 467 da CLT seria inaplicvel, conforme pargrafo nico do citado diploma.

X Exame de Ordem Unificado

Enunciado

Zenga Modas Ltda., CNPJ 1.1.0001/00, com sede na Rua Lopes Quintas, 10 Macei AL, encontra-se na seguinte situao: Joana Firmino, brasileira, casada, costureira, residente na Rua Lopes Andrade, 20 Macei AL CEP 10.0001-00, foi contratada pela, em 12.09.2008, para exercer a funo de costureira, na unidade de Macei - AL, sendo dispensada sem justa causa em 11.10.2012, mediante aviso prvio indenizado. Naquele dia Joana entregou a CTPS empresa para efetuar as atualizaes de frias, e tal documento ainda se encontra custodiado no setor de recursos humanos.

Joana foi cientificada de que no dia 15.10.2012, s 10:00 h, seria homologada a ruptura e pagas as verbas devidas no sindicato de classe de Joana. Contudo, na data e hora designadas, a empregada no compareceu, recebendo a empresa certido nesse sentido emitida pelo sindicato. Procurado por Zenga Modas Ltda. em 17.10.2012, apresente a medida judicial adequada defesa dos interesses empresariais, sem criar dados ou fatos no informados, ciente de que a empregada fruiu frias dos perodos 2008/2009 e 2009/2010 e de que, no armrio dela, foi encontrado um telefone celular de sua propriedade, que se encontra guardado no almoxarifado da empresa. desnecessria a indicao de valores.

Gabarito comentado

Elaborao de uma petio inicial de ao de consignao em pagamento, baseada nos artigos 890 a 900 do CPC, com endereamento ao Juiz do Trabalho de uma das Varas de Macei e qualificao das partes, sendo a empresa a consignante e a ex-empregada, consignatria.

AVISO PRVIO PROPORCIONAL AO TEMPO DE SERVIO o examinando deve identificar o direito e realizar a oferta do aviso prvio de forma proporcional ao tempo de servio na razo de 42 dias.

SALDO SALARIAL o examinando deve identificar o direito e realizar a oferta do saldo salarial de 11 dias do ms de outubro de 2012.

13 SALRIO PROPORCIONAL - o examinando deve identificar o direito e realizar a oferta do 13 salrio proporcional de 11/12 avos.

FRIAS EM DOBRO 2010/2011 - o examinando, identificando que as frias 2010/2011 no foram concedidas e, uma vez que o perodo concessivo j fluiu, dever ofert-las em dobro com acrscimo de 1/3.

FRIAS SIMPLES 2011/2012 o examinando, identificando que as frias 2011/2012 no foram concedidas, dever ofert-las de forma simples com acrscimo de 1/3.

FRIAS PROPORCIONAIS - o examinando deve identificar o direito e realizar a oferta das frias proporcionais na razo de 2/12 avos com acrscimo de 1/3.

FGTS devero ser oferecidas as guias para saque do FGTS ou TRCT, fazendo-se meno ao depsito da indenizao de 40%.

SEGURO DESEMPREGO devero ser oferecidos os formulrios para percepo do seguro desemprego.

CTPS uma vez que a CTPS permanece com a consignante, a devoluo dever ser requerida na ao consignatria.

TELEFONE CELULAR uma vez que possvel a consignao de coisa, o examinando dever requerer a devoluo do aparelho celular.

Enunciado

Jssica gerente de uma sapataria e responsvel por oito funcionrios da filial, orientando as atividades e fiscalizando as tarefas por eles realizadas, tomando todas as medidas necessrias para o bom andamento dos servios, inclusive punindo-os, quando necessrio. Jssica cumpre jornada de 2 a 6 feira das 10:00 h s 20:00 h com intervalo de uma hora para refeio e aos sbados das 10:00 s 17:00 h com pausa alimentar de uma hora e meia. No seu contracheque existem, na coluna de crdito, os ttulos salrio R$ 3.000,00 e gratificao de funo R$ 1.000,00.

Com base na hiptese acima, responda aos itens a seguir.

A) Quais so os elementos necessrios para que um empregado seja considerado ocupante de cargo de confiana? O exerccio da funo de confiana, de acordo com a Lei e a doutrina, exige a conjugao do elemento subjetivo (poder de mando, controle, direo, gesto) e do objetivo (padro salarial diferenciado ou gratificao de funo, se houver, de no mnimo 40% do salrio do cargo efetivo), conforme Art. 62, II, da CLT.B) Analise e justifique se possvel empregada em questo reivindicar o pagamento de horas extras. Jssica far jus s horas extras porque, como a gratificao recebida inferior a 40% do salrio, juridicamente no exerce cargo de confiana, tendo assim limite de jornada OU falta o elemento objetivo, conforme Art. 62, nico, da CLT.Enunciado

Numa reclamao trabalhista movida em litisconsrcio passivo, o autor e a empresa reclamada X (sociedade de economia mista) foram vencidos reciprocamente em alguns pedidos, tendo ambos se quedado inertes no prazo recursal. Porm, a empresa reclamada Y (pessoa jurdica de direito privado), vencida tambm em relao a alguns pedidos na referida ao trabalhista, interps recurso ordinrio, com observncia dos pressupostos legais de admissibilidade, tendo inclusive efetuado o preparo. Em seguida, o Juiz do Trabalho notificou as partes para que oferecessem suas razes de contrariedade, em igual prazo ao que teve o recorrente. Considerando os fatos narrados acima, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir.

A) Analise a possibilidade de o autor recorrer, ou no, dos pedidos em que foi vencido, e de que maneira isso se daria, se possvel for. Ainda possvel ao reclamante manifestar seu inconformismo, que dever materializar-se num recurso ordinrio adesivo ou recurso adesivo, j que aplicvel o Art. 500 do CPC em sede trabalhista.

B) Caso ambas as empresas tivessem recorrido ordinariamente, e tendo a empresa Y requerido sua excluso da lide, analise e justifique quanto necessidade, ou no, de a reclamada X efetuar preparo. A empresa X, por ser sociedade de economia mista, estar obrigada a efetuar o preparo, porque os recursos so independentes OU h necessidade de preparo pois a condenao no foi solidria

Enunciado

DEMTRIO ajuizou reclamao trabalhista pleiteando o pagamento de multas previstas no instrumento normativo de sua categoria, cujo destinatrio o empregado lesado, em virtude do descumprimento, pelo empregador, da quitao do adicional de 50% sobre as horas extras e do acrscimo de 1/3 nas frias. Em contestao, a reclamada sustentou que tais multas eram indevidas porque se tratava de meras repeties de dispositivo legal, sendo que a CLT no prev multa para o empregador nessas hipteses. Adiciona e comprova que, no tocante multa pelo descumprimento do tero de frias, isso j objeto de ao anterior ajuizada pelo mesmo reclamante e que tramita em outra Vara, atualmente em fase de recurso. Responda, justificadamente, aos itens a seguir.

A) Analise se so vlidas as multas previstas no instrumento normativo. As multas previstas no instrumento normativo so vlidas e aplicveis em caso de descumprimento de obrigao prevista em lei, mesmo que a norma coletiva seja mera repetio de texto legal, na forma da Smula n. 384, II do TST.B) Informe que fenmeno jurdico processual ocorreu em relao ao pedido de multa pela ausncia de pagamento do tero das frias. Ocorreu o fenmeno jurdico da litispendncia, previsto no Art. 301, 1 e 3, do CPC.Enunciado

Pedro trabalhou numa empresa de 10.02.2011 a 20.05.2013, quando foi dispensado sem justa causa e recebeu as verbas devidas. Aps, ajuizou ao pleiteando a participao nos lucros (PL) de 2013, prevista em acordo coletivo, requerendo que o clculo fosse proporcional ao tempo trabalhado. Defendendo-se, a empresa advoga que a parcela indevida porque uma das condies para o recebimento da PL, prevista no acordo coletivo, que o empregado esteja com o contrato em vigor no ms de dezembro de 2013, o que no ocorre no caso. Diante dessa situao, responda:

A) Pedro tem direito participao proporcional nos lucros de 2013? Justifique sua resposta. Ele ter direito, pois a exigncia do acordo coletivo fere a isonomia e no aceita pela jurisprudncia, conforme OJ 390, do TST.B) Analise se a participao nos lucros est sujeita a alguma incidncia tributria. Justifique sua resposta. Est sujeita contribuio fiscal OU recolhe Imposto de Renda, conforme Lei 10.101/00, Art. 3, 5 OU Regulamento do Imposto de Renda.IX EXAME DE ORDEM UNIFICADOO pedido formulado numa reclamao trabalhista foi julgado procedente em parte. O juiz condenou a autora a 6 meses de deteno por crime contra a organizao do trabalho, pois comprovadamente ela estava recebendo seguro desemprego nos dois primeiros meses do contrato de trabalho e por isso pediu para a empresa no assinar a sua CTPS nesse perodo; o magistrado reconheceu que a autora excedia a jornada em 3 horas dirias mas limitou o pagamento da sobrejornada a duas horas por dia com adicional de 50%, em razo do Art. 59 da CLT; julgou aplicvel a norma de complementao de aposentadoria custeada pela empresa que estava em vigor no momento do requerimento da aposentadoria, e no a da admisso, que era mais favorvel trabalhadora, fundamentando na inexistncia de direito adquirido, mas apenas expectativa de direito; reconheceu que a acionante trabalhou 10 horas em regime de prontido no ltimo ms trabalhado e deferiu o pagamento de 1/3 dessas horas; reconheceu que o local de trabalho da autora era de difcil acesso e que no deslocamento ela gastava 2 horas dirias mas, por existir acordo coletivo fixando a mdia de 1:30 h, com transporte concedido pelo empregador, deferiu, com base no 3 do Art. 58, da CLT, 1:30 h por dia como hora in itinere; deferiu o requerimento da empresa e, com sustentculo noArt. 940 do CCB, determinou a devoluo em dobro do 13 salrio do ano de 2012 porque a autora o postulou integralmente, sem qualquer ressalva, quando a 1 parcela j havia sido quitada pela empresa.

As custas foram arbitradas em R$ 300,00 sobre o valor arbitrado condenao de R$ 15.000,00.

Autora: Vernica Silva; R: Indstria Metalrgica Ribeiro S.A., que possui 1.600 empregados; Processo 1111- 55.2012.5.03.0100, em trmite na 100 VT/MG.

Analisando a narrativa e considerando que a trabalhadora no se conformou com a sentena, apresente a pea pertinente reverso da deciso, no que couber, sem criar dados ou fatos no informados.

Gabarito comentado

Elaborao de um recurso ordinrio interposto pela reclamante, com direcionamento do recurso ao juiz de 1 grau e destinao das razes recursais ao TRT.

INCOMPETNCIA ABSOLUTA o examinando dever manifestar-se no sentido de que a Justia do Trabalho no tem competncia criminal OU que houve afronta ao princpio do devido processo legal, pois o magistrado no poderia no bojo de reclamao trabalhista apreciar eventual prtica de conduta criminosa OU que a apreciao de eventual crime da Justia Federal Comum. Indicao do art. 5, LIV ou 114 ou 109, IV ou VI da CF/88 OU Smula 115 TRF OU CLT, art. 652 OU ADI 3684-0.

HORA EXTRAS o examinando deve sustentar que as horas extras no devem ficar limitadas s 2 previstas no Art. 59, da CLT em razo do princpio da primazia da realidade, na forma da Smula n. 376, I, do TST, sob pena de enriquecimento ilcito do empregador.

COMPLEMENTAO APOSENTADORIA Tendo em vista que a alterao posterior foi prejudicial trabalhadora, o examinando deve sustentar que a complementao dos proventos da aposentadoria deve ser regida pelas normas em vigor na data da admisso da empregada princpio da inalterabilidade contratual lesiva OU no se trata de mera expectativa de direito, mas sim direito adquirido (0,50). Indicao da CF/88, art. 5, XXXVI OU Smulas 288 OU 51, I do TST OU Art. 468, da CLT OU Art. 131, do CCB OU Art. 6, caput ou 2, da LINDB (0,20).

DIFERENA PRONTIDO O examinando deve sustentar que, de acordo com a modelagem legal, as horas de prontido devem ser pagas na razo de 2/3 da hora normal, na forma do Art. 244, 3, da CLT.

HORA IN ITINERE O examinando deve sustentar que a hora in itinere total duas horas -, pois a norma coletiva no se aplica a empresas de grande porte, como o caso da r, que uma sociedade annima com 1600 empregados. Indicao do 3 do Art. 58, da CLT OU Art. 3, caput ou 30, 3, I da Lei Complementar 123/06.

ART. 940 do CCB O examinando deve sustentar ser inaplicvel ao processo do trabalho o disposto no Art. 940, do CCB em razo do princpio da proteo. No h aplicao subsidiria deste dispositivo por fora do Art. 8 nico da CLT.

Enunciado

Sebastio empregado no Restaurante Galeto Delicioso Ltda., exercendo a funo de garom, com salrio mensal de R$ 1.000,00 (um mil reais), que equivalente ao piso salarial da categoria profissional previsto em conveno coletiva de trabalho. Apesar de o restaurante no incluir as gorjetas nas notas de servio, estas so oferecidas espontaneamente pelos clientes. Diante desta situao hipottica, responda, de forma fundamentada, s indagaes a seguir.

A) Qual a natureza jurdica da gorjeta? Justifique. Nos termos do Art. 457, caput, da CLT, a gorjeta uma paga feita por terceiros, razo pela qual tem natureza remuneratria.B) Analise a pretenso de Sebastio, feita ao empregador, de ter o valor das gorjetas integrado na base de clculo do FGTS. A pretenso procede, pois o FGTS incide sobre a remunerao do empregado. O valor das gorjetas integrar a base de clculo dos depsitos do FGTS. Conforme dispe o Art. 15, caput, da Lei n. 8.036/90, os empregadores ficam obrigados a depositar at o dia 7 (sete) de cada ms, em conta bancria vinculada, a importncia correspondente a 8 (oito) por cento da remunerao paga ou devida, no ms anterior, a cada trabalhador. Logo, a base de incidncia do FGTS a remunerao do empregado, que inclui as gorjetas recebidas (Art. 457, caput, da CLT, e Smulas 63 e 354, do TST).

Enunciado

Opostos embargos declaratrios pelo reclamante com pedido de efeito modificativo, o juiz confere-lhes provimento e adiciona condenao o pagamento de uma verba que no havia sido apreciada na sentena, apesar de requerida na petio inicial. Ciente disso, a empresa rebela-se afirmando que deveria ter sido observado o contraditrio e, assim, que ela deveria ter tido a oportunidade de se manifestar. Como isso no aconteceu, sustenta ser nula a deciso dos embargos. Diante disso, responda justificadamente, aos itens a seguir.

A) Comente se possvel que os embargos de declarao tenham efeito modificativo do julgado. Sim, tratando-se de omisso no julgado, os embargos de declarao podem ter efeito modificativo, na forma do Art. 897-A, da CLT e Smula n. 278, do TST.B) Comente se procede a alegao empresarial quanto nulidade da deciso dos embargos declaratrios opostos contra sentena no submetidos ao contraditrio. No h nulidade, pois os embargos de declarao opostos contra sentena, mesmo havendo pedido de efeito infringente, no se submetem ao contraditrio, na forma da OJ 142, II, do TST. Tal se justifica em razo do efeito devolutivo em profundidade do recurso ordinrio.

Enunciado

A Fazenda Pblica Estadual condenada, pela Justia do Trabalho, na condio de tomadora de servios terceirizados, ao pagamento de verbas trabalhistas devidas ao empregado da empresa prestadora de servios. Diante disso, responda, justificadamente, aos itens a seguir.

A) Qual o prazo que a Fazenda Pblica Estadual ter para opor embargos de declarao? Considerando que a Fazenda Pblica ter o prazo em dobro, poder opor embargos declaratrios em 10 dias, na forma da OJ 192 do TST, Art. 1, II ou III, do Decreto Lei n. 779/69 e Art. 188, do CPC.B) Confirmada a sentena e sobrevindo a execuo, que prazo a Fazenda Pblica Estadual ter, de acordo com a Lei, para ajuizar embargos de devedor? B-1 opo) 30 dias, na forma do Art. 1-B da Lei n. 9.494/97, acrescentado pela Medida Provisria n 2.180-35, de 24.08.2001, em vigor conforme o Art. 2, da EC n 32/2001.

B-2 opo) 5 dias, na forma do Art.884, 1, da CLT. Em 4/8/2005 o TST considerou, em incidente de uniformizao, inconstitucional a Medida Provisria n. 2.180-35 quanto fixao de prazo processual e por no ser medida de urgncia (Processo TST-RR-70/1992-011-04-00.7, em 4/8/2005) e ante a perda da eficcia da liminar deferida em 28.03.2007 pelo excelso STF na ADC 11, que ultrapassou o prazo de 180 (cento e oitenta) dias previsto no Art. 21, pargrafo nico, da Lei 9.868/99, o TST retomou os julgamentos suspensos, nas aes em que se discutia a constitucionalidade do prazo previsto no Art. 884, da CLT.

Enunciado

Numa determinada escola uma professora ir casar-se no dia 10 e uma auxiliar de Secretaria, no dia 15 do mesmo ms. A direo comunicou que conceder nove dias de licena para a professora e trs dias de licena para a auxiliar de Secretaria. Ciente disso, a auxiliar foi direo reclamar contra o tratamento discriminatrio, alegando violao ao princpio da isonomia. Diante disso, responda justificadamente.

A) Analise se a direo do colgio agiu corretamente na concesso de prazos diferenciados de licena. A direo agiu corretamente, pois o prazo de licena dos professores especial, de nove dias, sobrepondo-se a quantidade normal que de trs dias, na forma do Art. 320, 3, da CLT.B) Qual o efeito jurdico da licena gala no contrato de trabalho e como ficar a questo do salrio neste perodo? O efeito ser a interrupo do contrato de trabalho, de modo que os salrios sero pagos pelo empregador.

VIII Exame de Ordem UnificadoEnunciado:

Refrigerao Nacional, empresa de pequeno porte, contrata os servios de um advogado em virtude de uma reclamao trabalhista movida pelo ex-empregado Srgio Feres, ajuizada em 12.04.2012 e que tramita perante a 90 Vara do Trabalho de Campinas (nmero 1598-73.2012.5.15.0090), na qual o trabalhador alega e requer, em sntese:

- que desde a admisso, ocorrida em 20.03.2006, sofria revista ntima na sua bolsa, feita separadamente e em sala reservada, que entende ser ilegal porque violada a sua intimidade. Requer o pagamento de indenizao por dano moral de R$ 50.000,00.

- que uma vez o Sr. Mrio, seu antigo chefe, pessoa meticulosa e sistemtica, advertiu verbalmente o trabalhador, na frente dos demais colegas, porque ele havia deixado a blusa para fora da cala, em desacordo com a norma interna empresarial, conhecida por todos. Efetivamente houve esquecimento por parte de Srgio Feres, como reconheceu na petio inicial, mas entende que o chefe no poderia agir publicamente dessa forma, o que caracteriza assdio moral e exige reparao. Requer o pagamento de indenizao pelo dano moral sofrido na razo de outros R$ 50.000,00.

- que apesar de haver trabalhado em turno ininterrupto de revezamento da admisso dispensa, ocorrida em 15.05.2011, se ativava na verdade durante 8 horas em cada planto, violando a norma constitucional de regncia, fazendo assim jus aduas horas extras com adicional de 50% por dia de trabalho, o que requer. Reconhece existir norma coletiva que estendeu a jornada para 8 horas, mas advoga que ela padece de nulidade insanvel, pois aniquila seu direito constitucional a uma jornada menor.

- no perodo aquisitivo 2008/2009 teve 18 faltas, sendo 12 delas justificadas. Pretendia transformar 10 dias das frias em dinheiro, como entende ser seu direito, mas o empregador s permitiu a converso de oito dias, o que se revela abusivo por ferir a norma cogente. Por conta disso, deseja o pagamento de dois dias no convertidos em pecnia, com acrscimo de 1/3.

- nas mesmas frias citadas no tpico anterior, frudas no ms de julho de 2010, tinha avisado ao empregador desde o ms de maro de 2010 que gostaria de receber a 1 parcela do 13 salrio daquele ano juntamente com as frias, para poder custear uma viagem ao exterior, mas isso lhe foi negado. Entende que esse um direito potestativo seu, que restou violado, pelo que persegue o pagamento dos juros e correo monetria da 1 parcela do 13 salrio no perodo compreendido entre julho de 2010 (quando aproveitou as frias) e 30.11.2010 (quando efetivamente recebeu a 1 parcela da gratificao natalina).

- que no ms de novembro de 2007 afastou-se da empresa por 30 dias em razo de doena, oportunidade na qual recebeu benefcio do INSS (auxlio-doena previdencirio, espcie B-31). Contudo, nesse perodo no recebeu ticket refeio nem vale transporte, o que considera irregular. Persegue, assim, ambos os ttulos no lapso em questo.

- que a empresa sempre pagou os salrios no dia 2 do ms seguinte ao vencido, mas a partir de abril de 2009, unilateralmente, passou a quit-los no dia 5 do ms seguinte, em alterao reputada malfica ao empregado.

Requer, em virtude disso, a nulidade da novao objetiva e o pagamento de juros e correo monetria entre os dias 2 e 5 de cada ms, no interregno de abril de 2009 em diante.

Considerando que todos os fatos apontados pelo trabalhador so verdadeiros, apresente a pea pertinente defesa dos interesses da empresa, sem criar dados ou fatos no informados.

Gabarito comentado:

Elaborao de uma contestao, com endereamento e qualificao das partes, alm do nmero do processo.

PRESCRIO PARCIAL - Na defesa dos interesses o examinando deve arguir prescrio parcial (quinquenal) em relao aos supostos direitos anteriores a 12.04.2007 (5 anos do ajuizamento da ao).

REVISTA - Deve ser sustentado que a revista em bolsas no pode ser considerada revista ntima, mas sim pessoal, conforme jurisprudncia majoritria no TST, pois no h contato fsico nem exposio visual de parte do corpo, alm de ser feita em lugar reservado e separadamente, de modo que no estariam presentes os requisitos dos artigos 186 e 927 do Cdigo Civil. No houve excesso no poder diretivo/fiscalizatrio. A revista foi realizada com equilbrio, respeitando a ponderao de interesses. Pelo princpio da eventualidade, o examinando deve sustentar que o valor postulado est exagerado, pois no considera a capacidade econmica da reclamada (empresa de pequeno porte), devendo ser diminudo caso haja condenao, adequando-se ao princpio da razoabilidade.

ASSDIO MORAL Deve ser sustentado que conceitualmente, o assdio exige reiterao de atos. Assim, uma desavena espordica no caracteriza assdio moral. Ademais, o prprio trabalhador reconhece que deu ensejo punio, de modo que no estariam presentes os requisitos dos artigos 186 e 927 do Cdigo Civil. Pelo princpio da eventualidade, o examinando deve sustentar que o valor postulado est exagerado, pois no considera a capacidade econmica da reclamada (empresa de pequeno porte), devendo ser diminudo caso haja condenao, adequando-se ao princpio da razoabilidade.

HORA EXTRA - Deve ser sustentado que a norma coletiva pode validamente dispor sobre a extenso do horrio no caso de turno ininterrupto de revezamento, e neste caso no se cogita do pagamento de sobrejornada.

FRIAS - Deve ser sustentado que a quantidade de faltas injustificadas (6) gera o direito a 24 dias de frias. Como apenas 1/3 podem ser convertidos em pecnia, a empresa agiu corretamente ao transformar oito dias em dinheiro, que o limite no caso concreto.

13 SALRIO - Deve ser sustentado que a 1 parcela do 13 salrio, para ser recebida juntamente com as frias, deve ser requerida no ms de janeiro, o que no foi observado pelo reclamante, retirando-lhe assim o direito potestativo.

TICKET REFEIO e VALE TRANSPORTE - Deve ser sustentado que, suspenso que foi o contrato pelo afastamento por prazo superior a 15 dias em razo de doena, o empregado no faz jus aos benefcios que se relacionam com a prestao dos servios, dentre eles os ticket refeio e o vale transporte.

ALTERAO DATA PAGAMENTO - Deve ser sustentado que, de acordo com o TST, a mudana da data de pagamento, respeitado o prazo mximo de tolerncia legal, alterao contratual possvel, no sendo considerada ilegal. Trata-se de novao objetiva lcita.

Encerramento requerendo o acolhimento da prejudicial de prescrio parcial e, no mrito, a improcedncia dos pedidos. Indicar a produo de provas.Enunciado:

Joana e Guilherme, ambos com 30 anos de idade, ajuizaram reclamao trabalhista plrima contra um Municpio, dos quais so empregados nos moldes da CLT, postulando diversos direitos lesados. A sentena, proferida de forma lquida, julgou o pedido procedente em parte e condenou o ru ao pagamento de R$ 13.000,00 para Joana e R$ 22.000,00 para Guilherme. Com base na hiptese apresentada, responda aos itens a seguir.

A) Analise se a sentena proferida estar sujeita ao duplo grau de jurisdio obrigatrio.A. A sentena no estar submetida ao duplo grau de jurisdio porque a condenao inferior a 60 (sessenta) salrios mnimos sendo caso de aplicar-se a Smula 303, I, a do TST:

I - Em dissdio individual, est sujeita ao duplo grau de jurisdio, mesmo na vigncia da CRFB/1988, deciso contrria Fazenda Pblica, salvo quando a condenao no ultrapassar o valor correspondente a 60 (sessenta) salrios mnimos; OU CPC, Art. 475 - Est sujeita ao duplo grau de jurisdio, no produzindo efeito seno depois de confirmada pelo tribunal, a sentena:

I - proferida contra a Unio, o Estado, O Distrito Federal, o Municpio, e as respectivas autarquias e fundaes de direito pblico;

....

2 - No se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenao, ou o direito controvertido, for de valor certo no excedente a 60 (sessenta) salrios mnimos, bem como no caso de procedncia dos embargos do devedor na execuo de dvida ativa do mesmo valor.

OU Smula 490 STJ A dispensa de reexame necessrio, quando o valor da condenao ou do direito controvertido

for inferior a sessenta salrios mnimos, no se aplica a sentenas ilquidas.

B) Caso a sentena transite em julgado nos termos originais, de que forma ser feito o pagamento da dvida aos

exequentes? Joana receber seu crdito por Requisio de Pequeno Valor (RPV) e Guilherme, por precatrio.Para os Municpios, o pagamento das dvidas se far por precatrio quanto aos valores acima de 30 salrios mnimos e por RPV (requisio de pequeno valor) nos valores inferiores a tal patamar.

CF/88, Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Pblicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentena judiciria, far-se-o exclusivamente na ordem cronolgica de apresentao dos precatrios e conta dos crditos respectivos, proibida a designao de casos ou de pessoas nas dotaes oramentrias e nos crditos adicionais abertos para este fim.

.... 3 O disposto no caput deste artigo relativamente expedio de precatrios no se aplica aos pagamentos de obrigaes definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentena judicial transitada em julgado.

OU

ADCT, Art. 87. Para efeito do que dispem o 3 do art. 100 da Constituio Federal e o art. 78 deste Ato das Disposies Constitucionais Transitrias sero considerados de pequeno valor, at que se d a publicao oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federao, observado o disposto no 4 do art. 100 da Constituio Federal, os dbitos ou obrigaes consignados em precatrio judicirio, que tenham valor igual ou inferior a trinta salrios-mnimos, perante a Fazenda dos Municpios.

No caso em exame, em razo do valor da condenao, Joana dever receber o crdito por Requisio de Pequeno Valor (RPV) e Guilherme, por precatrio.

OJ-TP-9 PRECATRIO. PEQUENO VALOR. INDIVIDUALIZAO DO CRDITO APURADO. RECLAMAO TRABALHISTA

PLRIMA. EXECUO DIRETA CONTRA A FAZENDA PBLICA. POSSIBILIDADE.

Tratando-se de reclamaes trabalhistas plrimas, a aferio do que vem a ser obrigao de pequeno valor, para efeito de dispensa de formao de precatrio e aplicao do disposto no 3 do art. 100 da CRFB/88, deve ser realizada considerando-se os crditos de cada reclamante.

Instruo Normativa 32/07 do TST

Art. 3 Reputa-se de pequeno valor o crdito cuja importncia atualizada, por beneficirio, seja igual ou inferior a:

...

III - 30 (trinta) salrios mnimos, ou o valor estipulado pela legislao local, se a devedora for a Fazenda Pblica Municipal.

....

Art. 7 Na hiptese de reclamao plrima ser considerado o valor devido a cada litisconsorte, expedindo-se, simultaneamente, se for o caso:

a) requisies de pequeno valor em favor dos exequentes cujos crditos no ultrapassam os limites definidos no art. 3 desta INSTRUO; e b) requisies mediante precatrio para os demais credores.

VII EXAME DE ORDEM UNIFICADOEnunciado:

Cristiano empregador de Denlson, de quem amigo pessoal, motivo pelo qual aceitou ser fiador no contrato de locao residencial desse empregado. Ocorre que Denlson, durante quatro meses, no pagou aluguel e encargos, tendo Cristiano sido executado pela quantia de R$ 3.000,00 na condio de fiador. Para vingar-se, Cristiano dispensou Denlson. Este, a seu turno, ingressou com reclamao trabalhista contra a empresa de Cristiano, valendo-se do procedimento sumarssimo, no qual almeja a quantia total de R$ 12.000,00. Em defesa, a empresa sustenta que nada devido, mas, se houver vitria total ou parcial do trabalhador, pretende a compensao dos R$ 3.000,00 que Cristiano foi obrigado a pagar pelos aluguis atrasados que o ex-empregado devia ao seu locador.

Com base no relatado, responda aos itens a seguir, utilizando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

A) A fase processual para alegar o instituto da compensao, como pretendido pela r, foi adequada? Sim, foi adequada, pois o momento legal para a arguio o da apresentao da defesa ou contestao (0,30) conforme CLT, artigo 767 ou Smula 48 TST (0,20).B) A tese de defesa poder ser acolhida? No, pois a dvida oriunda da fiana, ou seja, objeto da compensao no tem natureza trabalhista (0,30) conforme Smula 18 TST ou artigo 114, I da CRFB (0,20).C) Qual a diferena entre compensao e deduo? Compensao encontro ou absoro de crditos entre partes que so reciprocamente credoras (0,15); deduo subtrao do que j foi pago sob a mesma rubrica (0Enunciado:

Um recurso de revista interposto em face de acrdo proferido por Tribunal Regional do Trabalho em recurso ordinrio, em dissdio individual, sendo encaminhado ao Presidente do Regional. Diante desta situao hipottica, responda, de forma fundamentada, s seguintes indagaes:

A) Se o Presidente admitir o recurso de revista somente quanto a parte das matrias veiculadas, cabe a interposio de agravo de instrumento? (No cabe a interposio de agravo de instrumento, que somente seria possvel se o recurso tivesse o seguimento negado. Segundo o posicionamento contido na Smula n. 285 do TST, o fato de o juzo primeiro de admissibilidade do recurso de revista entend-lo cabvel apenas quanto parte das matrias veiculadas, no impede a apreciao integral pela Turma do Tribunal Superior do Trabalho, sendo imprpria a interposio de agravo de instrumento. B) cabvel a oposio de embargos de declarao contra deciso de admissibilidade do recurso de revista? No cabvel a oposio de embargos de declarao contra deciso de admissibilidade do recurso de revista. Os embargos declaratrios, nos termos da lei (artigos 897-A da CLT e 535 do CPC), so opostos em face de decises, ou seja, pronunciamentos jurisdicionais revestidos de cunho decisrio. Contudo, o despacho proferido pelo Presidente do Tribunal Regional no se reveste dessa natureza. Neste sentido, o entendimento consubstanciado na OJ n. 377 da SBDI-1 do TST: No cabem embargos de declarao interpostos contra deciso de admissibilidade do recurso de revista, no tendo o efeito de interromper qualquer prazo recursal.

Enunciado: Felipe Homem de Sorte foi contratado pela empresa Piratininga Comrcio de Metais Ltda., para exercer a funo de auxiliar administrativo. Aps um ano de servios prestados, sem que tivesse praticado qualquer ato desabonador de sua conduta, recusou-se a cumprir ordem manifestamente legal de seu superior hierrquico, por discordar de juzo de mrito daquele, em relao tomada de uma deciso administrativa. De pronto foi verbalmente admoestado, alertado para que o ato no se repetisse e sobre a gravidade do ilcito contratual cometido. No mesmo dia, ao final do expediente, foi chamado sala de Diretor da empresa, que lhe comunicou a deciso de lhe impor suspenso contratual por 20 (vinte) dias, em virtude da falta cometida. Em face da situao acima, responda, de forma fundamentada, aos seguintes itens:

A) So vlidas as punies aplicadas pelo empregador? A primeira punio valida ante o descumprimento injustificado de ordem legal; a segunda punio invlida, pois incabvel dupla punio pela mesma falta (non bis in idem).B) Se a ordem original fosse ilegal, o que poderia o empregado fazer? O empregado pode recusar-se ao cumprimento de ordem ilegal, valendo-se do direito de resistncia (jus resistentiae) OU poder, diante da situao, postular a resoluo culposa do contrato (resciso indireta), com base no artigo 483, a da CLT, pela imposio de cumprimento de ordem contrria lei OU poder pleitear a declarao de nulidade das punies. Em qualquer um dos casos, com as reparaes patrimoniais e morais cabveis. Enunciado: Prolatada sentena, impugnada via recurso recebido apenas em seu efeito devolutivo, em processo judicial movido por ente coletivo obreiro em face de sindicato patronal, onde se busca o estabelecimento de normas coletivas, inclusive reajuste salarial, a empresa GAMA SERVIOS LTDA. deixou de implementar o reajuste salarial deferido. Sabendo-se que tal sentena foi prolatada em 05/07/2009 e o recurso interposto ainda no foi apreciado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso. A) Na qualidade de advogado procurado por empregado da referida empresa, aps 06/07/2011, qual medida judicial deve ser proposta para garantir a imediata aplicabilidade do reajuste salarial concedido na sentena? A soluo o ajuizamento da Ao de Cumprimento, conforme art. 872, pargrafo nico da CLT OU art. 7 6 OU art. 10 da Lei n. 7701/88 OU OJ 188 da SBDI 1 do TST, considerando o entendimento da Smula 246 do TST . B) Qual o termo a quo prescricional a ser considerado para efeito de exigibilidade dos crditos referentes ao reajuste salarial concedido? A prescrio deflagrada a partir do trnsito em julgado da sentena normativa prolatada no dissdio coletivo, conforme entendimento consubstanciado na Smula 350 do TST .

VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO RESPOSTASQUESTO 1 Carlos Machado foi admitido pela Construtora Y S.A. em 18/2/2005. Depois de desenvolver regularmente suas atividades por mais de um ano, Carlos requereu a concesso de frias, ao que foi atendido. Iniciado o perodo de descanso anual em 18/4/2006, o empregado no recebeu o seu pagamento, devido a um equvoco administrativo do empregador. Depois de algumas ligaes para o departamento pessoal, Carlos conseguiu resolver o problema, recebendo o pagamento das frias no dia 10/5/2006. De volta ao trabalho em 19/5/2006, o empregado foi ao departamento pessoal da empresa requerer uma reparao pelo ocorrido. Contudo, alm de no ter sido atendido, Carlos foi dispensado sem justa causa. Dias depois do despedimento, Carlos ajuizou ao trabalhista, pleiteando o pagamento dobrado das frias usufrudas, como tambm indenizao por dano moral em face da dispensa arbitrria efetuada pelo empregador. Em defesa, a Construtora Y S.A. alegou que houve um mero atraso no pagamento das frias por erro administrativo, mas que o pagamento foi feito, inexistindo amparo legal para o pedido de novo pagamento em dobro. Outrossim, a empregadora afirmou que despediu Carlos sem justa causa, por meio do exerccio regular do seu direito potestativo, no havendo falar em indenizao por dano moral. Em face da situao concreta, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Carlos faz jus ao pagamento dobrado das frias? Por qu? Sim. Mesmo gozadas as frias na poca prpria, foi descumprido o prazo do art. 145 (0,40) incidindo a dobra do art. 137 da CLT (0,25). Espera-se do candidato que, considerando a dplice finalidade das frias (descanso anual para reposio de energias, com remunerao recebida antecipadamente para propiciar-lhe o efetivo gozo do direito), identifique o direito dobra do pagamento por ter restado frustrada uma das referidas finalidades, eis que o pagamento foi efetuado somente em 10/05/2006, em que pese o descanso ter sido iniciado em 18/04/2006.

Nos termos do art.145, da CLT, o pagamento das frias deveria ter sido efetuado at 2 (dois) dias antes do incio da fruio do direito, ou seja, at 16/04/2006. E, de acordo com a OJ 386 da SBDI-I do TST, em situaes como esta, onde h o descumprimento do art. 145 da CLT, deve-se usar analogicamente o art. 137 da CLT, a fim de se determinar o pagamento em dobro das frias. b) Carlos ter direito a receber indenizao por dano moral? Sim, pela abusividade da despedida (0,2), em retaliao a legtimo requerimento (0,2). Indicao do art.1, III, OU 170 da CRFB OU 927 do Cdigo Civil OU 186 do Cdigo Civil (0,2). Espera-se aferir do candidato a compreenso de que o exerccio do direito de despedir tem limites e que a ofensa a esses limites caracteriza abuso do poder empregatcio. Ora, se o trabalhador, alm de no ser atendido na tentativa de reclamar quanto ao atraso no pagamento das frias, ainda vem a ser despedido por sua atitude, fica caracterizada a despedida retaliativa, pela onfensa dignidade da pessoa do trabalhador, a ensejar a incidncia de indenizao por dano moral, nos termos dos art.1, III e 170 da CRFB, 186 e 927 do Cdigo Civil c/c 8 pargrafo nico da CLT.

QUESTO 2

Tcio ajuizou ao trabalhista em face da empresa Hora Certa Ltda., na qual pretendia receber horas extras e reflexos. Na prpria petio inicial j havia impugnado os controles de ponto aduzindo que no havia variao de horrio. Na audincia, a r trouxe os documentos, juntando-os com a contestao e declarou que pretendia produzir prova testemunhal acerca do pedido do autor. O juiz, aps examinar a documentao, indeferiu a prova testemunhal da r. Na sentena, o juiz julgou procedente o pedido do autor. Considerando as regras de distribuio do nus da prova, o juiz agiu corretamente? Fundamente.

Gabarito Sugerido: No, a deciso foi incorreta. Considerando que os controles de ponto no tinham variao de horrio, nos termos da Smula 338, III, do TST presume-se verdadeira a jornada da inicial, porm, com a possibilidade da empresa elidir a presuno por prova em contrrio, dada a inverso do nus da prova.

QUESTO 3

Juventino, brasileiro, residente e domiciliado em Joo Pessoa, foi contratado pela empresa Engenho Engenharia S.A., com sede em Salvador, para trabalhar como mestre de obras. Aps dois anos trabalhando em Joo Pessoa, foi transferido para trabalhar no Japo, onde ficou por trs anos. Retornando ao Brasil, aps laborar por um ms, foi dispensado imotivadamente. Insatisfeito, ajuizou ao trabalhista requerendo que lhe fossem pagos todos os direitos previstos na legislao brasileira no perodo em que trabalhou fora do pas, pois no Japo tinha apenas 7 dias de frias por ano, no tinha FGTS e a jornada de trabalho era de 9 horas. O juiz julgou o pedido improcedente fundamentando a deciso no princpio da lei do local da prestao de servios; logo, aplicao da lei brasileira no Brasil, e a japonesa no Japo, mesmo porque Juventino trabalhou mais tempo fora do que dentro do Brasil. Essa deciso foi acertada? Por qu? Fundamente.

Gabarito Sugerido: A deciso foi incorreta, pois o princpio da territorialidade invocado pelo juiz, previsto na Smula 207 do TST regra geral, no se aplicando aos casos de transferncia de empregados para trabalho no exterior. Em tais hipteses, aplicvel no a lei do lugar da prestao de servios e sim a lei mais benfica, no caso, a brasileira, nos termos do art. 3, II, da Lei 7.064/82.

QUESTO 4 Joo da Silva exercia o cargo de caixa executivo no Banco Estrela S.A., trabalhando 8 (oito) horas dirias, com intervalo para repouso e alimentao de 1 (uma) hora, de segunda-feira a sexta-feira, e recebia gratificao de funo de 1/3 (um tero) do salrio do seu posto efetivo. Posteriormente, foi designado para a funo de confiana de gerente do departamento de pessoal, recebendo gratificao de 50% (cinquenta por cento) do salrio do cargo efetivo. Nesse perodo, a sua jornada era das 10h s 21h, de segunda-feira a sexta-feira, com 1 (uma) hora de intervalo intrajornada. Diante dessa situao hipottica, e considerando que Joo da Silva, aps 12 (doze) anos de exerccio na funo de gerente, foi revertido, sem justo motivo, para o seu cargo efetivo, com a supresso de sua gratificao de funo, responda, de forma fundamentada, s seguintes indagaes:

a) Na funo de caixa executivo, Joo ocupava cargo de confiana bancrio? Ele prestava horas extraordinrias no exerccio dessa funo? No. O caixa executivo exerce trabalho burocrtico OU no exerce funo enquadrada no art. 224, 2, da CLT (0,1). Indicao da Smula 102, VI, do TST (0,1). Sim. 2 horas extras dirias (7 e 8), porque tinha jornada de 6 horas (0,2). Indicao do art. 224, caput, da CLT (0,1).

Espera-se que o examinando identifique que Joo da Silva no ocupava cargo de confiana bancria, posto que no exercia funo de direo, gerncia, fiscalizao, chefia ou equivalentes, muito menos outras funes de confiana previstas no artigo 224, 2, da CLT, apesar de receber gratificao de funo de 1/3 do salrio do seu posto efetivo. Conforme o posicionamento contido na Smula n 102, item VI, do C. TST, o caixa bancrio, ainda que caixa executivo, no exerce cargo de confiana. Se perceber gratificao igual ou superior a um tero do salrio do posto efetivo, ela remunera apenas a maior responsabilidade do cargo e no as duas horas extraordinrias alm da sexta. Logo, Joo trabalhava 02 (duas) horas extras dirias (stima e oitava horas), porque lhe seria aplicvel a jornada de trabalho reduzida de 06 (seis) horas prevista no artigo 224, caput, da CLT. b) Na funo de gerente do departamento de pessoal, Joo prestava horas extraordinrias? Sim. Fazia como horas as que ultrapassavam a 8 diria (0,2). Incidncia do artigo 224, 2, da CLT OU indicao da Smula 102, IV, do TST (0,2).

Joo da Silva, no exerccio da funo de gerente de departamento de pessoal prestava 02 (duas) horas extras dirias (nona e dcima horas), pois exercia cargo de confiana bancrio, nos termos do artigo 224, 2, da CLT. E, de acordo com o entendimento consubstanciado na Smula n 102, item IV, do C. TST, o bancrio sujeito regra do art. 224, 2, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas, sendo extraordinrias as trabalhadas alm da oitava. O gerente de departamento de pessoal, ainda que receba gratificao de funo igual ou superior a 40% do salrio efetivo no est includo no regramento do art.62, II, da CLT. c) Foi vlida a reverso de Joo para o seu cargo efetivo? A gratificao de funo poderia ter sido suprimida? Sim, com base no jus variandi OU nos termos do artigo 468, pargrafo nico, da CLT (0,1). No, porque exerceu cargo de confiana por mais de 10 anos, com incorporao da gratificao de funo (0,1). Indicao da Smula 372, I, do TST (0,15).

A reverso de empregado ocupante de funo de confiana para o cargo efetivo resta autorizada pela norma do pargrafo nico do artigo 468 da CLT, estando assim contida no poder empregatcio (jus variando). Todavia, a gratificao de funo no poderia ter sido suprimida. Segundo a jurisprudncia uniformizada no item I da Smula n 372 do C. TST, percebida a gratificao de funo por dez ou mais anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revert-lo a seu cargo efetivo, no poder retirar-lhe a gratificao tendo em vista o princpio da estabilidade financeira.

V EXAME DE ORDEM UNIFICADO RESPOSTASQUESTO 1

Em certo estabelecimento, em funo de ordem do empregador, gerentes iniciam o dia de trabalho convocando, um a um, vrios empregados at uma determinada sala. Cada empregado, ao sair da referida sala, relata aos demais trabalhadores a mesma situao, isto , os gerentes informam ao empregado que deve assinar vrios recibos salariais em branco, e quem se recusar vai ser sumariamente dispensado, sem que a empresa pague verbas rescisrias e sem que seja formalizada a dispensa por ato do empregador. Aps cerca de quarenta empregados passarem por tal situao e os outros 200 trabalhadores demonstrarem muito temor, pois seriam os prximos, o empregado Z, que no exerce cargo no sindicato da categoria nem sindicalizado, convoca os colegas para que parem de trabalhar e se retirem do estabelecimento, de forma a iniciar um protesto na rua, o que se realiza com sucesso, j que os gerentes cessam a prtica acima descrita.

Com base no caso exposto, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Tendo em vista a Constituio Federal e a legislao ordinria e tambm os princpios do Direito do Trabalho, possvel qualificar tal movimento paredista dos trabalhadores como uma greve? ) Opo A: Em que pese a suspenso coletiva para efeito de protesto sobre os ilegais e abusivos procedimentos adotados pelo empregador, o movimento de paralisao no pode ser considerado como greve, cujo exerccio est condicionado deciso pela categoria em assembleia geral destinada definio das reivindicaes e deliberao sobre a paralisao coletiva da prestao de servios (art. 4 da Lei 7.783/89), necessitando-se, para evitar-se abusividade, notificao, com 48 horas de antecedncia, da paralisao (art. 3, pargrafo nico), alm da observncia dos demais requisitos previstos em lei (1 e 2 do art. 4).

Opo B: Em que pese a inobservncia dos requisitos formais previstos no art.4, da Lei n 7.783/89, trata-se de greve, reivindicatria da cessao da abusividade patronal descrita na questo, caracterizada pela suspenso coletiva, temporria e pacfica, da prestao pessoal de servios e fundada no art. 9 da CRFB e no princpio da dignidade da pessoa humana (art. 170, da CRFB).

b) Tendo em vista os princpios gerais de direito, possvel considerar legtimo o ato do empregado Z e a adeso dos demais empregados? Sob o ngulo do direito de autodefesa ou resistncia contra os abusos do poder diretivo, o ato do empregado e de seus colegas legtimo e tem fundamento nos princpios da proteo e dignidade da pessoa humana, alm dos princpios da boa-f, razoabilidade e proporcionalidade. QUESTO 2

Reginaldo ingressou com ao contra seu ex-empregador, e, por no comparecer, o feito foi arquivado. Trinta dias aps, ajuizou nova ao com os mesmos pedidos, mas dela desistiu porque no mais nutria confiana em seu advogado, o que foi homologado pelo magistrado. Contratou um novo profissional e, 60 dias depois, demandou novamente, mas, por no ter cumprido exigncia determinada pelo juiz para emendar a petio inicial, o feito foi extinto sem resoluo do mrito.

Com base no relatado, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Para propor uma nova ao, Reginaldo dever aguardar algum perodo? Em caso afirmativo, qual seria? NO. A questo envolve a aplicao do instituto processual da perempo no Processo do Trabalho. Nos termos do art.732, da CLT, incorre na pena de perda do direito de reclamar na Justia do Trabalho, pelo prazo de 6 meses, do reclamante que, por duas vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art.844, da CLT, ou seja, do que no comparece audincia inaugural da reclamao trabalhista. Percebe-se que no ocorreram dois arquivamentos. A primeira extino decorreu de arquivamento por ausncia do reclamante audincia e o segundo, de homologao de desistncia. Assim, Reginaldo no dever aguardar nenhum prazo caso queira mover nova reclamao, pois no se configurou a perempo. b) Quais so as hipteses que ensejam a perempo no Processo do Trabalho? Quanto segunda indagao, espera-se que o candidato identifique os dois casos de perempo previstos na lei trabalhista: dois arquivamentos seguidos, em virtude de ausncia injustificada audincia inaugural (art.732, CLT) e quando o trabalhador efetuar reclamao verbal e no comparece Secretaria da Vara em cinco dias para reduzi-la a termo (art.731, CLT). QUESTO 3

Jos da Silva foi contratado pela empresa Boa Vista Ltda., que integra grupo econmico com a empresa Boa Esperana Ltda., para exercer a funo de vendedor empregado. Durante a mesma jornada de trabalho, ele vendia os produtos comercializados pela Boa Vista Ltda. e pela Boa Esperana Ltda., com a superviso dos gerentes de ambas as empresas. Diante dessa situao hipottica, e considerando que a sua CTPS somente foi anotada pela empresa Boa Vista Ltda., responda, de forma fundamentada, s indagaes abaixo luz da jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho:

a) Qual a natureza da responsabilidade solidria das empresas que integram grupo econmico para efeitos da relao de emprego: ativa e/ou passiva? De acordo com a norma prevista no artigo 2, 2, da CLT, sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurdica prpria, estiverem sob a direo, controle ou administrao de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econmica, sero, para os efeitos da relao de emprego, solidariamente responsveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. Desta forma, a solidariedade das empresas que integram grupo econmico ativa e passiva (solidariedade dual): ambas podem exigir de Jos a prestao de servios, porque integram um grupo econmico empregador (empregador nico) e so responsveis solidrias pela satisfao dos crditos trabalhistas de Jos.b) correto afirmar que Jos da Silva mantinha vnculos de emprego distintos com as empresas Boa Vista Ltda. e Boa Esperana Ltda.? As empresa integrantes de grupo econmico consistem em empregador nico. Deste modo, a prestao de servios a mais de uma empresa do mesmo grupo econmico, durante a mesma jornada de trabalho, no caracteriza a coexistncia de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrrio, nos moldes da interpretao jurisprudencial pacfica contida na Smula n 129 do TST.

QUESTO 4

Inconformada com uma sentena desfavorvel aos seus interesses, a empresa dela recorre. Contudo, entendeu o magistrado que o recurso era intempestivo, e a ele negou seguimento. Ciente disso, a reclamada interps recurso de agravo de instrumento no 5 (quinto) dia e efetuou o depsito adicional previsto no artigo 899 da CLT no 8 (oitavo) dia do prazo recursal. Novamente o juiz negou seguimento ao agravo de instrumento, argumentando que ele estava deserto. Diante dessa situao hipottica, responda, de forma fundamentada, s seguintes indagaes:

a) H alguma medida que possa ser tomada pela recorrente contra a ltima deciso do juiz? Em caso afirmativo, qual? Sim. Cabem embargos de declarao (art.897-A, parte final, CLT) e, se mantida a deciso, mandado de segurana ou o manejo de reclamao correicional. Isso porque cabem embargos para sanar manifesto equvoco na apreciao dos pressupostos extrnsecos de admissibilidade de recurso. Se no providos, considerando que o agravo de instrumento objetiva destrancar um recurso anterior cujo seguimento foi negado, no seria legtimo impedir o seu prosseguimento (ofensa a direito lquido e certo que cassado por mandado de segurana) ou, por se tratar de ato tumulturio do bom andamento processual, a correicional para corrigi-lo.

b) O que significa desero? No caso em exame, o agravo de instrumento estava deserto? Justifique. Desero significa a ausncia de preparo. Sim, o agravo de instrumento estava deserto, porque o preparo deveria ser feito no ato de interposio do recuso, nos exatos termos do artigo 899, 7, da CLT, quando dispe que: No ato de interposio do agravo de instrumento, o depsito recursal corresponder a 50% (cinquenta por cento) do valor do depsito do recurso ao qual se pretende destrancar. Assim, de forma diversa daquilo que sucede com os recursos de maneira geral, exige-se o preparo adicional de 50% (cinquenta por cento) no ato da interposio do agravo de instrumento e no no prazo alusivo ao recurso. IV EXAME DE ORDEM UNIFICADO QUESTO 1 Em 15/04/2008, Joo Carlos de Almeida foi contratado pela Engeltrica S.A. para trabalhar na construo das barragens da Hidreltrica de Belo Monte. Entretanto, em virtude da grande distncia entre o local de trabalho e a cidade mais prxima, o empregador lhe forneceu habitao durante toda a vigncia do contrato. Dispensado sem justa causa em 13/08/2010, Joo Carlos ajuizou ao trabalhista visando incluso da ajuda-habitao na sua remunerao e o pagamento dos reflexos da decorrentes, uma vez que a moradia constituiu salrio in natura, compondo a contraprestao ajustada pelas partes. Com base na situao concreta, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Qual o critrio apto a definir a natureza jurdica da prestao entregue ao empregado pelo empregador? Mencionar expressamente o art. 458, caput, da CLT, bem como o seu 2, inciso I, que exclui determinadas prestaes do mbito salarial, como critrios normativos adequados resoluo do problema. Referirse distino entre o carter retributivo ou contraprestativo da prestao ("pelo" trabalho) e a natureza indenizatria ou instrumental da prestao ("para" o trabalho), a fim de atribuir natureza salarial apenas ao primeiro grupo.b) Nesta hiptese em especial, a habitao fornecida pela Engeltrica S.A. deve ou no integrar a remunerao de Joo Carlos de Almeida? Por qu? Observar que, neste caso concreto, a grande distncia entre o local de trabalho e a cidade mais prxima tornou imprescindvel o fornecimento da habitao, sob pena de inviabilizar a realizao do trabalho. Afirmar que a habitao fornecida a Joo Carlos pela Engeltrica no possui natureza salarial, uma vez que possui natureza instrumental ("para" o trabalho), isto , visa melhor efetivao do servio contratado, fazendo referncia Smula n 367, I do TST.QUESTO 2 Joo da Silva ajuizou reclamao trabalhista em face da Cooperativa Multifuncional Ltda. e do Posto de Gasolina Boa Viagem Ltda. Na petio inicial, afirmou que foi obrigado a se filiar cooperativa para prestar servios como frentista no segundo reclamado, de forma pessoal e subordinada. Alegou, ainda, que jamais compareceu sede da primeira r, nem foi convocado para qualquer assembleia. Por fim, aduziu que foi dispensado sem justa causa, quando do trmino do contrato de prestao de servios celebrado entre os reclamados. Postulou a declarao do vnculo de emprego com a sociedade cooperativa e a sua condenao no pagamento de verbas decorrentes da execuo e da ruptura do pacto laboral, alm do reconhecimento da responsabilidade subsidiria do segundo ru, na condio de tomador dos servios prestados, nos termos da Smula 331, item IV, do TST. Na contestao, a primeira r suscitou preliminar de impossibilidade jurdica do pedido, uma vez que o artigo 442, pargrafo nico, da CLT prev a inexistncia do vnculo de emprego entre a cooperativa e seus associados. No mrito, sustentou a validade da relao cooperativista entre as partes, refutando a configurao dos requisitos inerentes relao empregatcia. O segundo reclamado, na pea de defesa, afirmou que o reclamante lhe prestou servios na condio de cooperado e que no pode ser condenado no pagamento de verbas trabalhistas se no foi empregador. Na instruo processual, restou demonstrada pela prova testemunhal produzida nos autos a intermediao ilcita de mo de obra, funcionando a cooperativa como mera fornecedora de trabalhadores ao posto de gasolina.

Com base na situao hipottica, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) cabvel a preliminar de impossibilidade jurdica do pedido? No cabvel a preliminar de impossibilidade jurdica do pedido. A vedao contida no artigo 442, pargrafo nico, da CLT no se aplica diante da utilizao fraudulenta de sociedade cooperativa como intermediadora de mo de obra em favor do posto de gasolina (tomador dos servios), sendo este ltimo o real empregador. Incidncia do artigo 9 da CLT.b) Cabe o pedido de declarao de vnculo de emprego com a primeira r e o de condenao subsidiria do segundo reclamado? No cabe o pedido de vnculo de emprego com a cooperativa (primeira reclamada), porque o posto de gasolina (segundo reclamado) o real empregador, em razo da intermediao ilcita praticada pelos demandados. Tambm no cabe o pedido de reconhecimento da responsabilidade subsidiria do posto de gasolina, j que a sua responsabilidade direta, na condio de verdadeiro empregador. Incidncia da Smula n 331, item I, do TST ou dos artigos 2, 3 ou 9 da CLT.QUESTO 3 Jos de Souza ajuizou reclamao trabalhista em face da empresa Alfa Vigilncia Ltda., postulando o pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada no gozados, acrescidos de 50% (cinquenta por cento), com fundamento no artigo 71, 4, da CLT, bem como das diferenas decorrentes da integrao dessas quantias nas verbas contratuais e resilitrias. Na pea de defesa, a reclamada alegou que a supresso dos intervalos para repouso e alimentao foi autorizada em acordo coletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional do reclamante, colacionando cpia do referido instrumento normativo cuja vigncia alcanava todo o perodo contratual do autor. Aduziu, ainda, que a parcela prevista no artigo 71, 4, da CLT possui natureza indenizatria, sendo descabidas as repercusses postuladas na inicial. Com base na situao hipottica, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada no gozados pelo reclamante? O examinando deve responder que procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada no gozados pelo reclamante, haja vista a nulidade da clusula coletiva. Isso porque a norma instituidora dos intervalos para repouso e alimentao possui natureza cogente ou de ordem pblica, por versar sobre medida de sade e de segurana do trabalho, no podendo ser objeto de negociao coletiva a sua reduo ou supresso. Nesse sentido, o posicionamento contido na OJ n 342, item I, da SDI1 do TST.b) A parcela prevista no artigo 71, 4, da CLT deve integrar ou no a base de clculo das verbas contratuais e resilitrias do empregado que no tenha gozado dos intervalos intrajornada? O examinando deve responder que a parcela prevista no artigo 71, 4, da CLT deve integrar a base de clculo das verbas contratuais e resilitrias, em razo de sua natureza salarial, nos exatos termos do entendimento uniformizado na OJ n 354 da SDI1 do TST.QUESTO 4 Um Estado da Federao realizou concurso pblico para notrio. Nelson, aprovado em segundo lugar no certame, recebeu a delegao de um cartrio extrajudicial. L chegando, verificou que a parte administrativa estava extremamente desorganizada, o que explicava as sucessivas reclamaes contra aquela serventia na Corregedoria. Em razo disso, Nelson explicou ao tabelio anterior que no tinha interesse em aproveitar as pessoas que l atuavam, pois l iria alocar empregados da sua confiana. Informado disso, o tabelio anterior dispensou todos os empregados. Alguns dias depois, no mesmo local e com novos empregados, Nelson iniciou seus servios como notrio. Um dos ex-empregados dispensados pelo tabelio anterior ajuizou reclamao trabalhista contra Nelson, postulando diversos direitos lesados ao longo do contrato, trazendo como argumento jurdico a ocorrncia de sucesso. Com base no caso acima, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Quais so os requisitos para a ocorrncia de sucesso na esfera trabalhista? A sucesso exige a transferncia de uma unidade econmicojurdica e manuteno de explorao da mesma atividade econmica e/ou a continuidade da prestao de servio pelos empregados; que o TST vem entendendo que no caso de delegao de servio, a exemplo dos cartrios extrajudiciais, no ocorre sucesso, mormente quando no houve prestao de servios para o novo notrio. b) No caso em tela, Nelson sucessor? No, pois ele no aproveitou nenhum dos empregados, ou seja, nesta hiptese, temse que a Delegao foi retomada pelo Estado e entregue a uma nova pessoa, aprovada em concurso pblico.

EXAME 2010.2 PERGUNTASQUESTO 1Em ao trabalhista, a parte reclamante postulou a condenao da empresa reclamada no pagamento de horas extraordinrias e sua projeo nas parcelas contratuais e resilitrias especificadas na inicial. Ao prego da Vara trabalhista respondeu o empregado-reclamante, assistido do seu advogado. Pela empresa, compareceu o advogado, munido de procurao e defesa escrita, que explicou ao juiz que o preposto do empregador-reclamado estaria retido no trnsito, conforme telefonema recebido. Na referida defesa, recebida pelo Juiz, a empresa alega que o reclamante no trabalhou no horrio apontado na inicial e argui a prescrio da ao, por ter a resilio contratual ocorrido mais de dois anos depois do ajuizamento da reclamao trabalhista, o que restou confirmado aps a exibio da CTPS e esclarecimentos prestados pelo reclamante. Em face dessa situao hipottica, responda, de forma fundamentada, s indagaes a seguir.

a) Que requerimento o advogado do reclamante dever fazer diante da situao descrita? Estabelea ainda as razes do requerimento. o advogado do reclamante deve postular a decretao da revelia, com confisso do reclamado quanto matria ftica. Razes do requerimento: ao contrrio da Justia Comum, na Justia do Trabalho a revelia no decorre da falta de defesa e sim da ausncia do ru ou seu representante legal, sendo que a presena do advogado no elide a ausncia do preposto, acarretando a revelia (interpretao do Art. 844 da CLT, pela Smula 122, do TST)b) Com base em fundamentos jurdicos pertinentes seara trabalhista, o pedido dever ser julgado

procedente ou improcedente? embora a revelia importe, nos termos do Art. 844, CLT, em confisso apenas quanto matria de fato, e a prescrio matria de direito, o contrato somente teve fim dois anos aps o ajuizamento, conforme constatado em audincia, pelo que no h prescrio bienal extintiva da ao a ser declarada (Art. 7, XXIX, CF ou 11, CLT), o que importaria o reconhecimento do pedido de horas extras e integraes. Contudo, como o reclamante postulou, com contrato ainda em curso, integrao das horas extras tambm em parcelas decorrentes de uma terminao contratual que no havia se operado poca do ajuizamento da reclamao, essa parte do pedido no pode ser acolhida e sequer conhecida- pelo que o pedido dever ser julgado procedente, em parte, nos termos do Art.128 c/c 460, CPC Questo 2

Um membro do conselho fiscal de sindicato representante de determinada categoria profissional ajuizou reclamao trabalhista com pedido de antecipao dos efeitos da tutela, postulando a sua reintegrao no emprego, em razo de ter sido imotivadamente dispensado. O reclamante fundamentou sua pretenso na estabilidade provisria assegurada ao dirigente sindical, prevista nos artigos 543, 3, da CLT e 8, inciso VIII, da Constituio da Repblica de 1988, desde o registro de sua candidatura at 01 (um) anos aps o trmino de seu mandato. O juiz concedeu, em sede liminar, a tutela antecipada requerida pelo autor, determinando a sua imediata reintegrao, fundamentando sua deciso no fato de que os membros do conselho fiscal, assim como os integrantes da diretoria, exercem a administrao do sindicato, nos termos do artigo 522, caput, da CLT, sendo eleitos pela assemblia geral. Com base em fundamentos jurdicos determinantes da situao problema acima alinhada, responda s indagaes a seguir.

a) O juiz agiu com acerto ao determinar a reintegrao imediata do reclamante? No. No caso trata-se de conselheiro fiscal, cuja discusso se pauta no exerccio ou no da direo e representao do sindicato. Com fundamento no Art. 522, 2, da CLT, as atividades do conselheiro fiscal limitam-se fiscalizao da gesto financeira do sindicato, no atuando na representao ou defesa da categoria. Exatamente interpretando tal dispositivo, o entendimento consubstanciado na OJ n 365 da SBDI I, do TST, no sentido de no reconhecer direito estabilidade ao conselheiro fiscal 0,5 pts.

b) Que medida judicial seria adotada pelo reclamado contra esta deciso antecipatria? Quanto deciso que antecipou os efeitos da tutela de mrito, trata-se de incidente interlocutrio e que nos termos do Art. 893, 1 da CLT e da Smula n 214, do TST, irrecorrvel de imediato, pelo que no atacvel por via de recurso ordinrio, muito menos por agravo de instrumento, que se limita ao destrancamento de recurso. Assim, por se tratar de deciso interlocutria, sem recurso especfico, a resposta correta o mandado de segurana, nos termos da Sumula n 414, II do Colendo TST, unificadora da jurisprudncia trabalhista, no sendo considerada a resposta sem fundamentao.

A OJ n 63, da SBDI-II, do TST, no serve de fundamento, por se referir a Ao Cautelar. Ressalta-se que a respectiva resposta no se encontra nica e exclusivamente com espeque em smula e jurisprudncia dos tribunais superiores, mas to somente em interpretao dos dispositivos citados no corpo da chave de resposta 0,5 pts.

Questo 3

Na audincia inaugural de um processo na Justia do Trabalho que tramita pelo rito sumarssimo, o

advogado do ru apresentou sua contestao com documentos e, ato contnuo, requereu o adiamento em virtude da ausncia da testemunha Jussara Freire que, apesar de comprovadamente convidada, no compareceu. O advogado do autor, em contraditrio, protestou, uma vez que a audincia una no processo do trabalho, no admitindo adiamentos. O juiz deferiu o requerimento de adiamento, registrou o protesto em ata e remarcou a audincia para o incio da fase instrutria.

No dia designado para a audincia de instruo, a testemunha Jussara Freire no apenas compareceu, como esteve presente, dentro da sala de audincias, durante todo o depoimento da testemunha trazida pelo autor. No momento da sua oitiva, o advogado do autor a contraditou, sob o argumento vcio procedimental para essa inquirio, ao que o advogado do ru protestou. Antes de o juiz decidir o incidente processual, o advogado do ru se antecipou e requereu a substituio da testemunha. Diante da situao narrada, analise o deferimento do adiamento da audincia pelo juiz, bem como a contradita apresentada pelo advogado do autor e o requerimento de substituio elaborado pelo advogado do ru.

Gabarito comentado

1 No obstante, a incidncia de regra geral da audincia trabalhista una, por se tratar de causa que tramita pelo rito sumarssimo e com espeque nos Art. 852 - H, 3, da CLT, permite-se o adiamento da audincia, na hiptese de a testemunha convidada no comparecer espontaneamente 0, 3 pts.2 A contradita da testemunha com base na violao do Art. 824, CLT ou Art. 413, do CPC, que determinam a oitiva das testemunhas separadamente e de modo que uma no oua o depoimento da outra 0,3 pts.3 - Quanto ao requerimento final, a inexistncia de regra especfica na CLT sobre a substituio de testemunha, tornando-se possvel a aplicao subsidiria do CPC. E a concluso no sentido da afirmao da impossibilidade de substituio da testemunha Jussara Freire, no caso em exame, uma vez que no se trata das hipteses contidas nos incisos do Art. 408 do CPC, destacando que a parte deu causa ao vcio e que o deferimento criaria uma violao arbitrria da isonomia de tratamento das partes litigantes 0,4 pts.

Questo 4

Em reclamao trabalhista ajuizada em face da empresa Y, Jos postula assinatura da CTPS, horas extras e diferenas salariais com fundamento em equiparao salarial e pagamento de adicional de periculosidade. Na defesa oferecida, a empresa nega ter o empregado direito assinatura da CTPS, dizendo ter o obreiro trabalhado como autnomo; quanto s horas extras, nega o horrio alegado, se reportando aos controles de frequncia, que demonstram, segundo alega, que o reclamante no as realizava; e, quanto s diferenas salariais, sustenta que o reclamante era mais veloz e perfeito na execuo do servio do que o paradigma apontado. Considerando as normas processuais sobre a distribuio do nus da prova, estabelea, atravs de fundamentos jurdicos, a quem cabe o nus da prova em relao a cada uma das alegaes contidas na defesa apresentada pelo reclamado?

Gabarito comentado

a) Cabe ao empregado a prova da prestao das alegadas horas extras, por ter o empregador negado que o reclamante as fazia. Em face da negativa, no se verifica a inverso do nus da prova, cabendo ao reclamante a prova do fato constitutivo do direito alegado - Art. 818 da CLT c/c 333, I, do CPC .b) Cabe empresa a prova da autonomia, por ter admitido a prestao de servios, mas apresentado fato impeditivo do reconhecimento do vnculo, o que lhe transferiu o nus da prova, nos termos do Art. 818 da CLT c/c 333, II do CPC 0,3 pts.

c) No caso, no h que se falar em nus da prova, porque no h mais prova a ser produzida em relao ao fato, posto que o prprio empregador, sem alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito equiparao, confessa a maior produtividade e perfeio tcnica do trabalho desenvolvido pelo prprio reclamante. Incidncia dos arts. 334, II e 348, do CPC 0,4 pts.

Questo 5

Vindo de sua cidade natal, Aracaju, Jos foi contratado na cidade do Rio de Janeiro, para trabalhar como pedreiro, em Santiago do Chile, para empregador de nacionalidade uruguaia. Naquela cidade lhe prestou servios por dois anos, ao trmino dos quais foi ali dispensado. Retornando ao Brasil, o trabalhador ajuizou reclamao trabalhista, mas o Juiz, em atendimento a requerimento do reclamado, extinguiu o processo, sob o fundamento de que a competncia para apreciar a questo da justia uruguaia, correspondente nacionalidade do ex-empregador. Considere que entre Brasil, Chile e Uruguai no existe tratado definindo a questo da competncia para a hiptese narrada.

a) O Juiz agiu acertadamente em sua deciso? Justifique. O juiz errou na deciso que tomou. O enunciado da questo diz que devemos considerar, no caso, que no h Conveno Internacional entre o Brasil e o Uruguai versando sobre a atribuio de competncia para o conflito. Assim, conforme dispe o 2 do art. 651 da CLT, a soluo do conflito da competncia da Justia do Trabalho brasileira.b) Informe se cabe recurso da deciso proferida, estabelecendo, se for o caso, o recurso cabvel e, por fim, em que momento processual pode ser impugnada a referida deciso. Justifique a resposta.

No caso em questo, porque a deciso que diz que a Justia do Trabalho no competente extintiva do processo, caberia recurso Ordinrio - 2 do art. 799 da CLT. Estamos diante de uma deciso terminativa proferida pela Vara do Trabalho e teria incidncia, ento, a regra do art. 895, I da CLT. Ademais, a interpretao em foco encontrada na Smula 214 do c. TST, que admite, quando a deciso de questo interlocutria pe termo ao processo, que a parte prejudicada utilize recurso para atacar a deciso. O recurso seria cabvel assim que o reclamante fosse intimado da deciso que extinguiu o processo.EXAME 2010.3 QUESTO 1 Cara Pintada Ltda., empresa de distribuio e venda do ramo de cosmticos, sofreu reclamao trabalhista por parte do ex-empregado Jorge Taicon Grilo, que postula diferenas salariais com base em desvio de funo, pagamento de horas extras e repercusso das referidas verbas nas parcelas contratuais e resilitrias. A ao foi movida tambm em face da empresa Cara Pintada S.A., indstria de cosmticos, componente, segundo alegao, do mesmo grupo econmico. Com base nas provas produzidas nos autos, em 01/08/2010 a sentena de 1 grau deu procedncia aos pedidos, vindo a ser confirmada pelo TRT, j que foi negado provimento ao recurso interposto pela primeira empresa. O recurso do empregado foi, no entanto, provido, para condenao da segunda empresa como responsvel solidria, porque foi considerada componente do grupo econmico da empresa de cosmticos. Da deciso, no houve recurso. A sentena de conhecimento foi liquidada, chegando-se ao valor de R$ 58.000,00. Dessa deciso tambm no houve recurso. Iniciou-se ento a execuo, quando sobreveio a falncia da empresa Cara Pintada Ltda., noticiada nos autos. Em razo da falncia, o administrador da massa requer a extino da execuo na Justia do Trabalho, sob o fundamento de que o juzo universal da Vara Empresarial da Justia Comum se tornou o competente para apreciao de todas as questes relacionadas falncia, e todos os crditos passaram ao juzo universal. Em resposta, sustenta o advogado do reclamante que a execuo contra a massa deve prosseguir na Justia do Trabalho quanto ao depsito recursal e contra a empresa responsvel solidria em relao ao excedente, requerendo a liberao imediata do referido depsito recursal de R$ 5.889,50 como parte do pagamento. Diante da situao narrada, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) A execuo quanto massa falida deve prosseguir na Justia do Trabalho em relao ao valor do depsito recursal? Em processos contra a massa falida, cabe Justia do Trabalho apenas a definio do quantum debeatur, com expedio final de certido do valor apurado em liquidao, para habilitao no rol de credores da massa falida, no Juzo Universal (art. 6, 2, da Lei 11.101/05). Ocorre que h, nos autos, depsito recursal feito anteriormente decretao da falncia. Como a primeira indagao diz respeito, especificamente, ao prosseguimento da execuo apenas quanto ao referido depsito recursal, em face do silncio da lei quanto resoluo direta da situao-problema, admitem-se as duas nicas possveis respostas, desde que devidamente fundamentadas, a saber:

OPO 1: A execuo deve prosseguir na Justia do Trabalho apenas quanto ao depsito recursal mediante a liberao ao reclamante, vencedor na ao, j que feito anteriormente decretao na falncia (art. 899, 1, 4 e 5, da CLT).

OPO 2: A execuo deve prosseguir no Juzo Falimentar, nos termos do art.6, 2, da Lei 11.101/95.

b) O pedido de liberao do valor depositado a ttulo de depsito recursal deve ser atendido ou deve ser carreado massa, para distribuio posterior entre os credores da massa? , a questo envolve a natureza do depsito recursal, como garantia da futura execuo. Aqui tambm, em face do silncio da lei quanto resoluo direta da situao-problema, admitem-se as duas nicas respostas possveis, desde que devidamente fundamentadas, a saber:

OPO 1: O pedido de liberao do depsito, que nos termos da lei pode ser levantado pelo vencedor do recurso, deve ser atendido, porque feito anteriormente decretao da falncia, em conta vinculada do FGTS do empregado e com destinao de garantia da execuo (art. 899, 1, 4 e 5, da CLT).

OPO 2: O pedido de liberao do depsito no deve ser atendido, devendo ser carreado massa, para distribuio entre os credores, observada a ordem legal de preferncia (art. 6, 2, da Lei 11.101/95).

c) Pode a execuo voltar-se, na prpria Justia do Trabalho, quanto ao excedente do depsito recursal, contra a empresa responsvel solidria? A execuo pode voltar-se, quanto ao excedente, contra a empresa responsvel solidria, porque, em se tratando de solidariedade, o devedor pode dirigir-se contra qualquer devedor, indistintamente, nos termos do art. 2, 2, da CLT c/c 275 do Cdigo Civil e 8, pargrafo nico, da CLT. Como a outra empresa componente do grupo econmico, que figurou no polo passivo da relao processual na fase de conhecimento no falida, responde pelos dbitos por meio de execuo na prpria Justia do Trabalho.

QUESTO 2 Marcos Jos, administrador, foi contratado pela empresa Mo de Obra em 5/3/2001. Em 12/12/2003, foi dispensado por justa causa, sob a alegao de ter praticado ato de improbidade. Naquela ocasio, Marcos foi acusado pelo seu empregador de ter furtado um notebook da empresa, pois o levou para casa no dia 10/03/2003 e, apesar de sucessivos pedidos de devoluo, at aquele momento no o havia feito. Ocorre que, alm de dispensar o empregado por justa causa, no mesmo dia o empregador foi delegacia e efetuou um boletim de ocorrncia. Trs meses depois, em 12/03/2004, foi aberto inqurito policial, cujo resultado foi encaminhado ao Ministrio Pblico estadual. Em 15/05/2004, o promotor de justia apresentou denncia em face de Marcos, requerendo a sua condenao. O processo criminal se desenvolveu ao longo de quase cinco anos, tendo sido proferida a sentena judicial definitiva em 12/04/2009, absolvendo Marcos Jos da acusao por falta de provas. Em vista dessa deciso, Marcos resolveu ajuizar ao trabalhista em face do seu antigo empregador, o que foi feito em 14/02/2010. Na petio inicial, Marcos requereu a reverso da sua dispensa para sem justa causa, bem como o pagamento de aviso prvio, frias proporcionais e indenizao de 40% sobre o FGTS.

Com base na situao concreta, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) As pretenses formuladas por Marcos esto prescritas? 1 - Mencionar os prazos prescricionais trabalhistas, previstos no art. 7, XXIX, da CRFB/88 ou art. 11, I, da CLT, e observar que entre a data da dispensa e a do ajuizamento da ao passaram-se mais de seis anos; o ajuizamento da demanda criminal no era causa de interrupo ou suspenso do decurso do prazo prescricional. OU 2 - a controvrsia envolvendo a dispensa por justa causa foi submetida ao juzo criminal. E que, nesse sentido, haveria a suspenso do prazo prescricional trabalhista; o ajuizamento da demanda criminal era causa de suspenso do decurso do prazo prescricional, por fora do art. 200 do CC, segundo o qual quando a ao se originar de fato que deva ser apurado no juzo criminal, no correr a prescrio antes da respectiva sentena definitiva.

b) O resultado do processo criminal vincular juridicamente o resultado do processo do trabalho? no h vinculao jurdica entre o processo do trabalho e o processo criminal, uma vez que, diante de uma sentena absolutria por falta de provas, o juiz do trabalho no est vinculado juridicamente a esse resultado, podendo analisar livremente a prova dos autos e, se convencido for, confirmar ou invalidar a justa causa referida. QUESTO 3 Determinada loja de um shopping center concede mensalmente a todos os seus empregados um vale-compras no valor de R$ 200,00 (duzentos reais), por fora de norma regulamentar, para que eles possam utiliz-lo em qualquer estabelecimento do shopping. Alm disso, fornece ajuda-alimentao, sendo participante de Programa de Alimentao do Trabalhador PAT, aprovado pelo Ministrio do Trabalho e Emprego. O sindicato representante da categoria profissional de seus empregados vem reivindicando que os valores de ambos os benefcios sejam considerados no clculo das verbas contratuais dos trabalhadores.

Com base na situao hipottica, na condio de advogado consultado pela empresa, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Os valores correspondentes ao vale-compras devem integrar a base de clculo das verbas contratuais dos empregados? Quais seriam os efeitos inerentes revogao da norma regulamentar instituidora dessa vantagem nos contratos de trabalho vigentes e futuros? A ordem jurdica trabalhista autoriza o pagamento de parte do salrio em bens ou servios (utilidades), instituindo o chamado salrio-utilidade ou salrio in natura. O vale-compra institudo por norma regulamentar enquadra-se como salrio in natura e integra a remunerao por expressa disposio contida no art. 458 da CLT e Sumula n 241 do TST.Contudo, nem todos os bens e servios fornecidos pelo empregador ao empregado no decorrer do contrato de trabalho possuem natureza salarial (salrio-utilidade), sendo necessria a presena de alguns requisitos essenciais (habitualidade do fornecimento, carter contraprestativo do fornecimento e a onerosidade unilateral da oferta da utilidade)ITEM A 2 PARTE: Os efeitos da revogao da norma regulamentar no podem afetar os contratos de trabalho em curso. Valem, portanto, apenas para os empregados contratados a partir da mudana. Assim, a supresso da concesso da utilidade somente deve alcanar os empregados admitidos aps a revogao da norma regulamentar, sob pena de configurar alterao contratual lesiva aos trabalhadores beneficiados, em ofensa ao artigo 468 da CLT.

b) Os valores correspondentes ajuda-alimentao integram os salrios dos empregados? ajuda-alimentao fornecida por empresa participante do programa de alimentao ao trabalhador, institudo pela Lei 6.321/76, no tem carter salarial. Portanto, no integra o salrio para nenhum efeito legal (OJ n 133 da SDI-1 do C. TST). QUESTO 4 O Banco mega S.A. ajuizou ao de interdito proibitrio em face do Sindicato dos Bancrios de determinado Municpio, nos termos do artigo 932 do CPC, postulando a expedio de mandado proibitrio, para obrigar o ru a suspender ou a no mais praticar, durante a realizao de movimento paredista, atos destinados a molestar a posse mansa e pacfica do autor sobre os imveis de sua propriedade, com a retirada de pessoas, veculos, cavaletes, correntes, cadeados, faixas e objetos que impeam a entrada de qualquer empregado ao local de trabalho, abstendo-se, tambm, de realizar piquetes com utilizao de aparelhos de som, sob pena de aplicao de multa diria no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por agncia. Em contestao, o sindicato-ru sustentou que a realizao de piquetes decorre do legtimo exerccio do direito de greve assegurado pelo artigo 9 da Constituio da Repblica e que o fechamento das agncias bancrias visa a garantir a adeso de todos os empregados ao movimento grevista. Com base na situao hipottica, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurdicos apropriados e a fundamentao legal pertinente ao caso.

a) Qual ser a Justia competente para julgar essa ao de interdito proibitrio? Compete Justia do Trabalho processar e julgar as aes que envolvam e