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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS - FAGEO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS Kéttilin Diane Menoncello PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU: EVIDÊNCIAS COM BASE EM DADOS U-Pb EM ZIRCÕES DETRÍTICOS E TRAÇOS DE FISSÃO EM ZIRCÃO Orientador Prof. Dr. Eduardo Augusto Campos Curvo Co-orientador Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz Cuiabá MT 2016

PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU: … · 2017-02-01 · The SW Amazonian Craton refers to the regional base consisting of a set of tectonic land formed by paleo and

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS - FAGEO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS

Kéttilin Diane Menoncello

PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU:

EVIDÊNCIAS COM BASE EM DADOS U-Pb EM ZIRCÕES

DETRÍTICOS E TRAÇOS DE FISSÃO EM ZIRCÃO

Orientador

Prof. Dr. Eduardo Augusto Campos Curvo

Co-orientador

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

Cuiabá – MT

2016

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

REITORIA

Reitora

Myriam Thereza de Moura Serra

Vice-Reitor

Evandro Soares da Silva

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

Pró-Reitora

Ozerina Victor de Oliveira

FACULDADE DE GEOCIÊNCIAS (FAGEO)

Diretor

Paulo César Correia da Costa

Diretor Adjunto

Carlos Humberto da Silva

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS (PPGEC)

Coordenador

Ronaldo Pierosan

Vice-Coordenador

Jayme Alfredo Dexheimer Leite

iii

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

N° 73

PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU:

EVIDÊNCIAS COM BASE EM DADOS U-Pb EM ZIRCÕES

DETRÍTICOS E TRAÇOS DE FISSÃO EM ZIRCÃO

Kéttilin Diane Menoncello

Orientador

Prof. Dr. Eduardo Augusto Campos Curvo

Co-orientador

Prof. Dr. Amarildo Salina Ruiz

CUIABÁ

2016

Dissertação apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Geociências da

Faculdade de Geociências - FAGEO da

Universidade Federal Mato Grosso, como

requisito para obtenção do título de mestre

em Geociências.

iv

Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

D538p Diane Menoncello, Kéttilin.

PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU:

EVIDÊNCIAS COM BASE EM DADOS U-Pb EM ZIRCÕES

DETRÍTICOS E TRAÇOS DE FISSÃO EM ZIRCÃO / Kéttilin

Diane Menoncello. -- 2016

x, 62 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Eduardo Augusto Campos Curvo.

Co-orientador: Amarildo Salina Ruiz.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,

Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Programa de Pós-Graduação

em Geociências, Cuiabá, 2016.

Inclui bibliografia.

1. Traços de Fissão em Zircão. 2. U-Pb em Zircão Detrítico. 3.

v

PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU: EVIDÊNCIAS

COM BASE EM DADOS U-Pb EM ZIRCÕES DETRÍTICOS E TRAÇOS DE

FISSÃO EM ZIRCÃO

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________

Prof. Dr. Eduardo Augusto Campos Curvo (IF-UFMT)

Orientador

_______________________________________

Prof.ª. Dr.ª Ana Cláudia Dantas da Costa (FAGEO-UFMT)

Examinador Interno

_______________________________________

Prof. Dr. Carlos Alberto Tello Saenz (UNESP - Presidente Prudente)

Examinador Externo

vi

Dedicatória

A minha querida mãe, Laudicéia da Costa Menoncello.

vii

SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................................. ix

ABSTRACT .............................................................................................................................. x

CAPÍTULO I ............................................................................................................................ 1

INTRODUÇÃO E CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ............................................ 1

I. 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

I. 1. 1. Apresentação do Tema ............................................................................................. 1

I. 1. 2. Localização e vias de acesso .................................................................................... 2

I. 1. 3. Objetivos .................................................................................................................. 3

I. 1. 4. Estrutura da Dissertação .......................................................................................... 4

I. 1. 5. Materiais e Métodos ................................................................................................. 4

I. 1. 5. 1. Etapas de trabalho ................................................................................................ 4

I. 1. 5. 2. Métodos Geocronológicos ................................................................................. 11

I. 2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL .................................................................... 12

I. 2. 1. Sudoeste do Cráton Amazônico ............................................................................. 12

I. 2. 2. Bacia do Parecis ..................................................................................................... 15

I. 2. 2. 1. Formação Cacoal ............................................................................................... 17

I. 2. 2. 2. Formação Pimenta Bueno .................................................................................. 17

I. 2. 2. 3. Formação Fazenda Casa Branca ........................................................................ 17

I. 2. 2. 4. Formação Rio Ávila ........................................................................................... 18

I. 2. 2. 5. Formação Parecis ............................................................................................... 18

I. 2. 2. 6. Formação Rio Madeira ...................................................................................... 18

I. 2. 2. 7. Formação Tapirapuã/Anari ................................................................................ 18

CAPÍTULO II ......................................................................................................................... 19

GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA .......................................................................... 19

II. 1. GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA ................................................................... 19

II. 1. 1. Embasamento........................................................................................................ 19

II. 1. 2. Formação Jauru..................................................................................................... 21

CAPÍTULO III ....................................................................................................................... 26

ARTIGO A SER SUBMETIDO AO BRAZILIAN JOURNAL OF GEOLOGY ................ 26

RESUMO: ............................................................................................................................. 26

III. 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 28

III. 2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL ................................................................. 28

viii

III. 2. 1. Embasamento Pré-cambriano .............................................................................. 28

III. 2. 2. Bacia dos Parecis ................................................................................................. 32

III. 3. MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 33

III. 3. 1. Cartografia Geológica ......................................................................................... 33

III. 3. 2. Método dos Traços de Fissão em Zircão (MTFZ) .............................................. 34

III. 3. 3. Método U/Pb LA-ICP-MS (zircão detrítico) ...................................................... 35

III. 4. 1. Geologia Local .................................................................................................... 36

III. 4. 2. DADOS GEOCRONOLÓGICOS .......................................................................... 40

III. 4. 2. 1. Resultados por MTFZ ..................................................................................... 40

III. 5. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES ................................................................................ 56

Agradecimentos .................................................................................................................... 57

Referências Bibliográfica...................................................................................................... 58

CAPÍTULO IV ........................................................................................................................ 60

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES ................................................................ 60

Referências Bibliográficas .................................................................................................... 61

ix

RESUMO

A Formação Jauru trata-se de uma cobertura sedimentar sobreposta ao SW do Cráton

Amazônico localizada em um gráben de direção N-S, na região de Figueirópolis d’Oeste. O

SW do Cráton Amazônico refere-se ao embasamento regional, constituído por um conjunto de

terrenos tectônicos formados por rochas paleo e mesoproterozicas. O Método dos Traços de

Fissão Zircão (MTFZ), utilizado pela primeira vez na Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT), revelou uma parte desconhecida da história tectônica do SW do Cráton Amazônico

e da Formação Jauru. Combinado com análises U-Pb (LA-ICP-MS) em grãos de zircão

detrítico da Formação Jauru que evidenciaram as suas possíveis áreas-fonte. As idades MTFZ

obtidas nos grãos de zircão detríticos apresentaram uma idade média de 199 ± 16 Ma (± 1σ),

que concorda com a idade de 219 ± 26 Ma (± 1σ) obtida no embasamento granítico. As idades

alcançadas via U-Pb em zircão detrítico apresentaram um intervalo entre 2800 e 900 Ma, com

picos de idade em 900, 1300, 1400, 1500 e 1800 Ma, indicando uma área-fonte de rochas do

Neo-arqueano, Paleoproterozóico e do Mesoproterozóico. A Formação Jauru teria sido

originada em um sistema de riftes continentais com tendência NNW, precursor a Bacia dos

Parecis. O Gráben foi preenchimento predominantemente por sedimentos siliciclásticos

durante o Carbonífero Inferior (intervalo: 359 - 347 Ma), enquanto que os dados MTFZ

sugerem um evento térmico relacionado a uma possível exumação crustal durante o Triássico

Superior para Jurássico Inferior. É possível que o processo de exumação regional esteja ligado

aos derrames basálticos das Formações Tapirapuã e Anari (~ 200 Ma), vinculado ao processo

de ruptura do Supercontinente Gondwana.

Palavras-chave: Traços de Fissão em Zircão; U-Pb em Zircão Detrítico; SW do Cráton

Amazônico; Bacia dos Parecis; Formação Jauru.

x

ABSTRACT

Jauru it is an overlying sedimentary cover SW Amazonian Craton located in a graben of N -S

direction in the region of Figueirópolis d'Oeste. The SW Amazonian Craton refers to the

regional base consisting of a set of tectonic land formed by paleo and mesoproterozicas rocks.

The method of Fission Traces of Zircon (MTFZ), first used at the Federal University of Mato

Grosso (UFMT) revealed an unknown part of the tectonic history of the SW Amazonian

Craton and Training Jauru. Combined with U- Pb analyzes (LA- ICP -MS) in detrital zircon

grains from Jauru Training revealing their possible source areas. The MTFZ ages obtained in

detrital zircon grains had an average age of 199 ± 16 Ma (± 1σ), which agrees with the age of

219 ± 26 Ma (± 1σ) obtained in granitic basement. Ages reached via U- Pb zircon detrital

showed a range between 2800 and 900 Ma, with old peaks at 900, 1300, 1400, 1500 and 1800

Ma, indicating a source area of Neo- Archean rocks, Paleoproterozoic and Mesoproterozoic.

Training Jauru would have been originated in a system of continental rifts with NNW trend,

the precursor of the Parecis Basin. The Graben was fill predominantly of siliciclastic during

Lower Carboniferous (range: 359-347 Ma), while MTFZ data suggest a thermal event related

to a possible exhumed crustal during the Late Triassic to Jurassic. It is possible that the

regional exhumation process is on the basaltic formations of Tapirapuã and Anari (~ 200 Ma),

linked to the Gondwana break Supercontinent process.

Keywords: Fission Tracks in Zircon; U- Pb detrital zircon ; Amazonian Craton; Parecis

Basin; Jauru Formation.

1

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO E CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

I. 1. INTRODUÇÃO

I. 1. 1. Apresentação do Tema

A evolução geológica do território brasileiro se trata de uma das mais complexas que

se tem registro no planeta Terra. O Cráton Amazônico forma o núcleo mais antigo da

América do Sul, e é dividido pela bacia amazônica em duas partes, o Escudo da Guiana ao

Norte e o Escudo Brasil Central ao sul. O Cráton Amazônico apresenta estabilidade tectônica

no Neoproterozoico, sendo limitado a oeste pelas Faixas Paraguai e Araguaia e, no restante,

por cobertura de sedimentos fanerozoico periandinos. O Cráton Amazônico apresenta

recoberto parcialmente por extensas bacias sedimentares intracratônicas como a Bacia do

Parecis e do Pantanal.

A Bacia dos Parecis localiza-se na região centro-oeste do Brasil, na porção sudoeste

do Cráton Amazônico, entre os cinturões de cisalhamento Rondônia e Guaporé, dividida em

três domínios tectonossedimentares: o extremo oeste é uma depressão tectônica, a porção

central é um baixo gravimétrico e o extremo leste é uma bacia interior tipo “sag” (Bahia et al.,

2006: 2007). Durante o Mesozóico, entre as orogenias Gondwana e Juruá, a região amazônica

foi afetada por evento extensional que provocou uma reestruturação da Bacia dos Parecis

gerando subsidência, e derrames basálticos das Formações Anarí e Tapirapuã. Sucedendo

esses eventos, durante o Jurássico houve deposição de sedimentos eólicos (Formação Rio

Ávila) em ambiente continental, sob condições de clima árido, num amplo deserto

gondwânico (Bahia et al. 2006). Após essa sedimentação a Bacia dos Parecis passou por nova

reestruturação tectônica, responsável pela erosão de parte dos depósitos da Formação Rio

Ávila, gerando uma discordância regional que expôs parte dos basaltos da Formação

Tapirapuã, onde, durante o Cretáceo Tardio, se assentaram os depósitos conglomeráticos e

arenosos do Grupo Parecis.

A Formação Jauru (Cardoso, 1980), objeto desse estudo, é constituída por diamictitos,

arenitos e folhelhos preservados em um gráben de direção N-S na porção sudoeste do Cráton

Amazônico, na região de Figueirópolis d’Oeste (MT). O preenchimento deste gráben ocorreu

durante o Carbonífero Inferior (358,9 - 346,7Ma), considerando a presença de espomorfos

2

“Cristatisporites sp.”, característico deste período, encontrados em análises palinológicas

realizadas por Olivatti et al. 1976).

I. 1. 2. Localização e vias de acesso

A área de estudo encontra-se a aproximadamente 400 km da capital Cuiabá - MT, no

município de Figueirópolis d’Oeste, na região sudoeste do Estado de Mato Grosso. O limite

da mesma é definido pelas coordenadas UTM: latitude 8252000 - 8302000 e longitude

2950000 - 3350000, abrangendo parte da Folha Jauru (SD-21-Y-C-III).

Figura 1: Mapa geológico simplificado do SW do Cráton Amazônico (Ruiz, 2005) ilustrando

as unidades do embasamento e a Bacia dos Parecis, com detalhe para a área de estudo.

O acesso é feito, partindo-se de Cuiabá (MT), pela rodovia BR-070 até o município de

Cáceres, onde toma-se a rodovia BR-174 até alcançar o Trevo do Cacho em Mirassol d’oeste.

A partir daí se utiliza a rodovia estadual MT-248 até o município de Figueirópolis d’Oeste

(MT). A locomoção na área de estudo é feita pela MT-248, MT-158 e BR-174 e também

pelas estradas secundárias que interligam sedes e retiros de fazendas (Fig. 2).

3

Figura 2: Mapa de localização e vias de acesso da área de estudo.

I. 1. 3. Objetivos

Esta dissertação tem por finalidade contribuir para o entendimento da evolução

geológica da Formação Jauru e do sudoeste do Cráton Amazônico a partir dos estudos

geológicos e dados de exumação crustal e proveniência via Método Traços de Fissão em

zircão (MTFZ) e U-Pb em zircão detrítico.

A pesquisa desenvolvida contou com os seguintes objetivos específicos:

Cartografia geológica da Formação Jauru e seu embasamento;

Caracterização petrográfica das rochas da Formação Jauru e embasamento;

Propor um empilhamento estratigráfico preliminar para a Formação Jauru;

Definição da história térmica da Formação Jauru e de seu embasamento, pelo método

dos Traços de Fissão em zircão;

Definição das possíveis áreas-fonte dos sedimentos da Formação Jauru via método U-

Pb (LA-ICP-MS) em zircão detrítico;

Correlacionar a história térmica obtida com eventos tectônicos-geológicos de

abrangência continental.

4

I. 1. 4. Estrutura da Dissertação

Esta dissertação possui quatro capítulos. No Capítulo I são abordados os objetivos, a

localização da área de estudo, bem como os materiais e métodos adotados na coleta de dados

em campo e em laboratório. Também é apresentado o contexto geológico regional do

sudoeste do Cráton Amazônico e da Bacia dos Parecis. No Capítulo II são apresentados a

geologia local com os aspectos de campo das unidades aflorantes na área mapeada, e também,

a descrição petrográfica da Formação Jauru. O Capítulo III trata-se do artigo intitulado

“Proveniência e Exumação da Formação Jauru: Evidências com base em dados U-Pb em

zircão detrítico e Traços de Fissão em zircão” a ser submetido ao Brazilian Journal of

Geology (BJG).

As considerações finais e sugestões encontram-se no Capítulo IV, onde propõe-se um

modelo de exumação crustal para Formação Jauru. Esse modelo apresenta uma possível

história sedimentar e eventos geológicos ocorridos que se relacionam em escala regional à

Bacia dos Parecis e ao sudoeste do Cráton Amazônico.

I. 1. 5. Materiais e Métodos

Para a realização desse trabalho foram adotados procedimentos usuais em

mapeamento geológico sistemático, com coleta de amostras para análises laboratoriais. Para

tanto, seguiu-se um cronograma constituído de quatro fases principais: etapa preliminar, etapa

de aquisição de dados (em campo e em laboratório), etapa de tratamento e sistematização de

dados e etapa de conclusão e divulgação dos resultados.

I. 1. 5. 1. Etapas de trabalho

I. 1. 5. 1. 1. Etapa Preliminar

Foram realizadas análises de imagens de satélite e confecção de mapas bases que

auxiliaram no levantamento de campo. Nesta etapa executou-se também o levantamento

bibliográfico referente à região sudoeste do Cráton Amazônico e sobre as coberturas

sedimentares da Bacia dos Parecis e de trabalhos que tratassem dos métodos de pesquisa a

serem aplicados.

5

I. 1. 5. 1. 2. Etapa de Aquisição de Dados

I. 1. 5. 1. 2. 1. Trabalhos de Campo

No trabalho de campo foi realizado um mapeamento geológico sistemático que contou

com duas etapas. A primeira ocorreu entre os dias 19 e 23 de agosto de 2013, parte do

trabalho de conclusão de curso (TCC). A segunda etapa de campo ocorreu entre os dias 13 e

15 de novembro de 2014, na mesma região, com a intenção de finalizar o mapeamento

geológico da porção sul da Formação Jauru (Fig. 3) e coletar amostras de rochas para análises

geocronológicas.

6

Figura 3. Mapa de localização dos afloramentos descritos e amostras analisadas

petrograficamente.

7

I. 1. 5. 1. 2. 2. Trabalhos de Laboratório

Descrição Petrográfica

As amostras coletadas nas etapas de campo foram descritas macroscopicamente

considerando os aspectos textuais, estruturais e composicionais. Análises petrográficas em

escala microscópica foram realizadas em treze seções delgadas confeccionadas no

Laboratório de Laminação da Faculdade de Geociências da UFMT.

A atividade de descrição das lâminas foi desenvolvida em microscópio óptico

binocular da marca Olympus, modelo BX50, no Laboratório de Microscopia, no (DRM-

UFMT), tendo como objetivos a caracterização petrográfica dos litotipos (composição

mineralógica, feições textuais), bem como a confirmação da variação faciológica existente nas

rochas da Formação Jauru. As fotomicrografias das seções delgadas foram obtidas com

polarizadores cruzados e paralelos, usando uma câmera modelo “Infinity Capture” acoplada

ao microscópio, disponibilizada também pela Faculdade de Geociências da UFMT.

Separação Mineral

A separação mineral foi realizada no Laboratório Intermediário de Preparação de

Amostras para Geocronologia da Faculdade de Geologia da Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT). Essas amostras passaram pelo processo usual de preparação até obter-se um

concentrado de minerais de cada amostra, do qual, selecionam-se os grãos de zircão e apatita

através de uma lupa estereoscópica. A separação mineral seguiu a sequência de

procedimentos ilustrados na Figura 4.

Montagem MTFZ

A montagem dos “mounts” de zircão ocorreu no Laboratório de Detectores de Traços

Nucleares de Estado Sólido da Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Presidente

Prudente – SP e parceria com o grupo DETRENES. Para o MTFZ foram separados zircão de

cinco amostras da Formação Jauru e uma amostra do embasamento Suíte Intrusiva Pindaituba.

Na montagem do “mounts” uma pequena fração de grãos de zircão foi espalhada em uma

placa de “petri”, onde aproximadamente 100 grãos de cada amostra foram selecionados, um a

um, através de uma lupa estereoscópica (Fig. 5). Estes grãos foram ordenados em forma de

matriz sobre uma lâmina de vidro previamente untada com vaselina e colocada em uma chapa

térmica em temperatura de 315°C, onde um pedaço de teflon foi fixado aos grãos (Fig. 5).

8

Figura 4. Etapas realizadas no processo de separação dos minerais de apatita e zircão.

O molde obtido após o resfriamento foi lixado é polido para utilizar as superfícies

internas dos minerais, passando primeiro pela lixa de 600 granas, para tirar o excesso te

irregularidades (Fig. 6 A e B). O lixamento consiste em três etapas: (1°): lixamento manual

usando lixa 1200 mm por 3; (2°): lixamento automático usando lixa 2400 mm por 4 minutos a

70 rpm e (3°): lixamento automático usando lixa 4000mm por 7 minutos a 70 rpm. Após o

lixamento, a amostra é polida com pasta de diamante com granulometria de 1 e 1/4 μm, por 6

minutos a 70 rpm e durante 10 minutos a 70 rpm, respectivamente (Fig. 7).

9

Figura 6: (A) Fotografia ilutrando o molde onde são fixados os “mounts” de zircão para

realização do lixamento e polimento. Em (B) a primeir fase de lixamento, iniciando com uma

lixa de 600 grana.

Figura 7: Dispositivo de lixamento e polimento automático: Lixamento e polimento dos

“mounts” de zircão.

Concluído o lixamento e polimento, os “Mounts” foram atacados com uma solução

eutética de Hidróxido de Potássio (KOH) e Hidróxido de Sódio (NaOH). A mistura e

colocada em um béquer de teflon de forma cilíndrica com tampa e paredes largas (na razão de

1:1) e aquecida em um forno a 225°C, para que a se liquefaça. Com a liquefação completa da

mistura sólida as montagens de zircão foram colocadas no béquer com os grãos virados para

baixo para que fiquem em contato direto com a mistura. O tempo de ataque químico pode

levar de 4h a 72h, variando para cada amostra. Nas amostras deste trabalho o tempo total do

ataque foi de 12 horas tanto para as amostras sedimentares, quanto para amostra de granito

10

(Fig. 8 A). Decorridas as 12 horas as amostras foram removidas do béquer e neutralizadas em

uma imersão em uma solução de HCl a 5% em banho de ultrassom durante 15 min, e,

posteriormente lavadas com água destilada para remover o excesso de ácido clorídrico (Fig. 8

B). O ataque químico dos traços espontâneos (traços latentes) é realizado para que se tornem

visíveis ao microscópio ótico.

Figura 8: Em (A) se encontra o ataque químico das amostras de zircão do embasamento e da

Formação Jauru em solução NaOH:KOH, no forno à 225ºC e durante de 12 horas. E (B) se

trata da neutralização das amostras após a realização do ataque químico.

Por fim, foi realizado o arranjo das amostras para irradiação utilizando-se detector

externo (muscovita). A muscovita é submetida previamente a um ataque feito com uma

solução de HF a 48% em 15°C durante 90 minutos para evitar que os traços que fissionaram

naturalmente na mica interfiram na densidade superficial de traços induzidos. As folhas de

mica pré-atacadas são cortadas em pedaços com dimensões iguais às das montagens de zircão,

identificadas, justapostas às amostras de zircão e encapadas com um pedaço de folha de

alumínio. Na sequência as amostras foram empilhadas, empacotadas em um tubo de folha

alumínio e encaminhadas para irradiação com nêutrons térmicos no Reator Nuclear IPEN-

CNEN em São Paulo (Fig. 9). Após a irradiação as amostras foram encaminhadas para o

Grupo de Cronologia do Instituto de Física “Gleb Wataghin” (IFGW - Unicamp), onde

aguardaram o “resfriamento” de sua ativação neutrônica, por um período que durou

aproximadamente dois meses, para diminuição de seu nível de atividade radioativa. Após o

resfriamento as amostras foram enviadas novamente para o Laboratórios de Detectores de

Traços Nucleares de Estado Sólido da UNESP onde se realizou a contagem dos traços.

11

Figura 9: Imagem ilustrando a montagem dos “mounts” de zircão a serem encaminhados para

irradiação com nêutrons térmicos.

Montagem do “Mount” para o Método U-Pb (zircão detrítico)

A montagem dos “mounts” de zircão para análise U-Pb (LA-ICPMS) foi realizada no

Laboratório de Geocronologia do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. Foram

separados 150 - 200 grãos de zircão de cada uma das sete amostras da Formação Jauru

preparadas para aplicação deste método. Para confecção dos “mounts” de zircão os grãos

foram posicionados sobre uma placa de vidro, fixados com fita dupla-face. Ao redor dos grãos

foi posicionado um cilindro de plástico com diâmetro de 25 mm para o preenchimento por

resina Epoxy. Após a secagem da resina os “mounts” foram lixados e polidos (com pasta de

diamante 0,2 μm) para que as superfícies dos grãos ficassem expostas e planas para serem

analisadas no Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).

I. 1. 5. 2. Métodos Geocronológicos

I. 1. 5. 2. 1. Método dos Traços de Fissão

O Método dos Traços de Fissão foi desenvolvido inicialmente por Price, Fleischer e

Walker (1960) como ferramenta geocronológica. Trata-se da análise do rastro (ou traço)

deixado pela passagem de núcleos-filhos provenientes da fissão nuclear espontânea do 238

U

(núcleo pai). Os traços de fissão são acumulados naturalmente ao longo da história geológica

de um mineral. Portanto, conhecendo-se a meia-vida do decaimento natural por fissão

espontânea do 238

U, a quantidade de decaimentos ocorridos e o conteúdo de urânio da

amostra, é possível obter a idade de retenção dos traços no mineral em questão. Esses traços

podem sofrer influencias térmicas ocasionadas por eventos geológicos específicos, e com isso,

12

provocar um encurtamento ou até apagamento total desses traços (processo conhecido como

“annealing” dos traços).

O método de datação por traços de fissão consiste na relação da densidade dos traços

de fissão fósseis (formados pela fissão nuclear espontânea: ρs) e dos traços induzidos, gerada

via irradiação da amostra com nêutrons térmicos (fissão induzida: ρi). Segundo Wagner

(1992), pode-se datar processos geológicos distintos com a idade TF (formação da rocha,

resfriamento, soerguimento, erosão, sobreposição de eventos térmicos). Pode-se também

estudar a história térmica da região através da análise da distribuição dos comprimentos dos

traços espontâneos produzidos durante a história geológica do mineral, que contém

informações sobre sua história térmica.

I. 2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

I. 2. 1. Sudoeste do Cráton Amazônico

O Cráton Amazônico forma o núcleo mais antigo do Escudo Brasil Central e das

Guianas, trata-se de um embasamento pré-cambriano se trata do sudoeste do Cráton

Amazônico, compartimentado em quatro províncias proterozóicas: Maroni-Itacaiúnas (2,2-

1,95 Ga.), Rio Negro-Juruena (1,8–1,55 Ga.), Rondoniana-San Ignácio (1,5-1,3 Ga.) e

Sunsás-Aguapeí (1,25-1,0 Ga.), dispostas em torno de um núcleo crustal arqueano, a

Província Amazônia Central (> 2,3 Ga.) (Tassinari & Macambira, 1999) A bacia sedimentar

estudada situa-se sobre a Província Rondoniana-San Ignácio, mais especificamente sobre o

Terreno Jauru, em um setor afetado pela Faixa Aguapeí, formada durante a Orogenia Sunsás.

De acordo com Bettencourt et al. (2010), Província Rondoniana-San Ignácio foi criada

através de sucessivas acresções de arcos vulcânicos e fechamento de bacia oceânica e por

colisões de microcontinente-continente, definindo um, arranjo de terrenos paleo a

mesoproterozóicos, designados por: Terreno Jauru; Paraguá, Alto Guaporé e Rio Alegre (Fig.

10).

13

Figura 10: Mapa tectônico do SW do Cráton Amazônico ilustrando os limites aproximados

entre as principais províncias, os terrenos e unidades litológicas indicando a área de estudo. A

figura 2 dentro do mapa, localiza o SW do cráton amazônico. (Extraído de Bettencourt et al.,

2010).

O Terreno Jauru apresenta idade Paleoproterozóica (1,80-1,75 Ga) e é constituído por

rochas metavulcanossedimentares do Grupo Alto Jauru (1.82 a 1.72 Ga), pelos ortognaisses

tipo TTG do Complexo Metamórfico Alto Guaporé (1.76 a 1.72 Ga) e pelas intrusões Máfica-

Ultramáfica da Suíte Figueira Branca. Com a presença de unidades plutônicas

Mesoproterozoicas (1.56-1.42 Ga) típicas de arcos magmáticos, das Suítes Intrusivas Santa

Cruz e Alvorada (1.56-1.22 Ga) e Santa Helena e Pindaituba (1,48 a 1.42 Ga). Registros

14

geológicos relacionados a metamorfismo e magmatismo associados a Orogenia Sunsás são

retratados pelos Granitos Tipo Guapé (0.96 a 0.92 Ga).

O Terreno Paraguá é composto por rochas gnaíssicas e metassedimentares do

Paleoproterozóico encaixantes de pelo menos três eventos magmáticos graníticos

mesoproterozóicos. Apesar de não ser consensual, admite-se que o Terreno Paraguá tenha se

aglutinado ao proto-craton Amazônico durante a Orogenia Rondoniana-San Ignácio (Ruiz,

2009; Bettencourt et al., 2010). Com base na sequência estratigráfica estabelecida por

Litherland et al. (1986) e revisada por Boger et al. (2005), Matos (2010) e Bettencourt et al.

(2010), as rochas mais antigas do terreno são representadas pelos Complexos Metamórficos

Chiquitania (1,76 a 1.68 Ga) e Lomas Manechis (1.69 a 1.62 Ga) e Grupo San Ignácio.

Segundo Matos (2010), são definidas as seguintes Suítes Magmáticas no Terreno Paraguá:

Yaritruses (1.64 a 1.60 Ga), Pensamiento (1.42 a 1.3 Ga) e Sunsás (1.1 a 1.0 Ga).

O Terreno Rio Alegre, segundo Ruiz (2009), trata-se de um segmento crustal com

cerca de 15 km de largura, com trend N40W, limitado por zonas de cisalhamentos dúcteis, a

leste com o Terreno Jauru, a oeste com o Terreno Paraguá. A norte e sul sua extensão e

desconhecida (Matos et al. 2004), estando recoberto por sequencias sedimentares cenozoicas.

A fase de expansão do assoalho oceânico (1.51 a 1.50 Ga) é seguida pelos estágios de

subduccao e colisão continental, entre 1.44 e 1.38 Ga (Saes, 1999; Geraldes, 2000; Matos et

al. 2004; Ruiz, 2005). O estagio drift (1.51 -1.5Ga) é caracterizado pela Formação de crosta

oceânica primitiva (Grupo Rio Alegre), constituída na base por derrames de lavas

ultramáficas a máficas e no topo prevalecem derrames intermediários a ácidos, com

sedimentação clasto-química associada (Matos 1994, Matos et al. 2004), plutons ultramáficos

a máficos (Suíte Intrusiva Máfica-Ultramáfica). O estágio orogênico (1.44 a 1.38 Ga) é

caracterizado pelo consumo de crosta oceânica em provável arco vulcânico, com geração de

plutons e batólitos (Suíte Intrusiva Santa Rita) constituídos por rochas toleíticas a cálcio-

alcalinas (Matos et al. 2004, Ruiz 2005).

15

I. 2. 2. Bacia do Parecis

A Bacia dos Parecis ocupa a porção sudoeste do Cráton Amazônico, entre os cinturões

de cisalhamento Rondônia e Guaporé, acumulando sedimentos paleozóicos, mesozoicos e

cenozoicos, essencialmente siliciclásticos. Esta localizada no Centro-Oeste brasileiro, entre as

bacias do Solimões e Alto Tapajós e Paraná e corresponde a uma das maiores bacias intra-

cratônicas do país (Fig. 11).

Figura 11: Mapa ilustrando os limites da Bacia dos Parecis e a localização da área de estudo.

A Bacia dos Parecis, segundo Bahia et al., (2007) iniciou sua evolução tectônica pela

formação de bacias do tipo IF (Fratura Interior) representadas pelos “grábens” de Pimenta

Bueno e do Colorado, denominados de Fossa Tectônica de Rondônia. De acordo com esses

autores esse estágio de evolução ocorreu durante o Neo-Ordovinciano, quando a região do

Cráton Amazônico foi afetada por um evento extensional, com geração de um sistema de

riftes intracontinentais, possibilitando a deposição da Formação Cacoal. Sobre esse sistema de

riftes, depositaram-se as Formações: Furnas, Ponta Grossa, Pimenta Bueno, Casa Branca, Rio

Ávila, Grupo Parecis, Formação Tapirapuã/Anari e Formação Jauru (Fig. 12).

ÁREA DE ESTUDO

16

Figura 12: Carta Estratigráfica da Bacia do Parecis, modificado do Boletim de Geociências da

Petrobrás.

A Formação Jauru foi a princípio reconhecida pela LASA (1968), a qual a definiu

inicialmente como um pacote sedimentar denominado Grupo Jauru, sendo constituída por

duas fácies distintas: batial e nerítica. Segundo Olivatti e Figueiredo (1974), a Fácies batial

seria a continuação da Formação Puga (Neoproterozóico) e a Fácies nerítica, uma extensão do

Grupo Aguapeí (Mesoproterozóico).

A Fácies batial da Formação Jauru foi correlacionada com as rochas da Formação

Puga que afloram no município de Mirassol d’Oeste. Nesta região, a Formação Puga

apresenta espessura de 100 metros (Faulstich, 2005) e é composta por diamictitos maciços

com clastos do embasamento regional, com matriz argilosa e presença de seixos facetados e

estriados. Seus litotipos estão relacionados à Sequência Média Glacio-Marinha Turbidítica,

17

sendo um resultado direto da sedimentação durante o período glacial no Neoproterozóico

(Alvarenga, 1988). Olivatti & Ribeiro Filho (1976) propuseram que a Formação Jauru

também teria sofrido uma influência glacial durante seu processo de deposição.

Posteriormente, a Formação Jauru foi correlacionada com a Formação Pimenta Bueno

(Cardoso & Del’ Arco, 1980). A Formação Pimenta Bueno aflora em ambos os ramos da

Fossa Tectônica de Rondônia da Bacia dos Parecis (nos grábens de Pimenta Bueno e

Colorado) e apresenta evidências de ambiente marinho raso sob influência glacial associado

aos seus diamictitos (Bahia, 2006). Lacerda Filho et al. (2004) também relacionam a

Formação Jauru com a Bacia dos Parecis, embora não apresente uma explicação sobre o

posicionamento da Formação Jauru na evolução tectônica desta Bacia.

I. 2. 2. 1. Formação Cacoal

A Formação Cacoal devido ao tamanho e a natureza dos clastos dos conglomerados, é

interpretada como depositada em um sistema de leques aluviais, formados durante o início

dos falhamentos, nas bordas da calha setentrional da Fossa Tectônica de Rondônia (Graben de

Pimenta Bueno). Em uma fase seguinte de coalescência tectônica, depositaram-se distalmente

sedimentos deltaicos e lacustres, representados pelos arenitos, siltitos e folhelhos.

I. 2. 2. 2. Formação Pimenta Bueno

A deposição da Formação Pimenta Bueno, que aflora em ambos os ramos da fossa

(grábens de Pimenta Bueno e do Colorado) deve ter seguido um curso semelhante, porém em

ambiente marinho raso, sob influência glacial, conforme evidenciado pela associação

diamictitos e dropstone.

A Formação Pimenta Bueno apresenta associações litofácicas glaciofluvial,

glaciolacustre e glaciomarinha, nas quais ocorrem tilitos, arenitos, folhelhos, unidade

dropstone e blocos erráticos (Bahia et al., 2007).

I. 2. 2. 3. Formação Fazenda Casa Branca

A Formação Fazenda da Casa Branca, na Bacia dos Parecis, é interpretada como

depositada em ambiente de sedimentação glacial ou peri-glacial, com deposição de

18

conglomerado fluvial e barras arenosas. Os conglomerados são constituídos de seixos de

quartzo bem arredondados, com diâmetro de até 13 cm, imersos em uma matriz arenosa,

arcosiana, grossa e mal selecionada. O arenito das barras maciças é arcosiano, de cor amarela,

granulometria média e mal selecionado.

I. 2. 2. 4. Formação Rio Ávila

A Formação Rio Ávila tem como principal característica as estratificações cruzadas de

grande porte e a textura bimodal dos arenitos, as quais sugerem que sua deposição foi pelo

vento, em ambiente desértico.

I. 2. 2. 5. Formação Parecis

A Formação Parecis é constituída de conglomerado, arenitos e folhelhos, depositados

em leques aluviais, canais fluviais e de planícies de inundação dos rios durante o cenozóico.

I. 2. 2. 6. Formação Rio Madeira

A Formação Rio Madeira engloba os depósitos essencialmente fluviais originados pelo

rio homônimo que se distribuem em ambas as margens do rio Madeira. É representada por

sedimentos inconsolidados, parcialmente ferruginizados, depositados no leito ativo e margens

de canal, originando depósitos de barras de canal, barra em pontal, diques marginais e

depósitos nas planícies de inundação dos rios.

I. 2. 2. 7. Formação Tapirapuã/Anari

A Formação Tapirapuã (Corrêa e Couto, 1972) e a Formação Anari (Pinto Filho 1977)

apresentam basaltos isotrópicos, cinza-chumbo, de granulação afanítica, com estruturas

amigloidais, disjunção colunar e esfoliação esferoidal. Com idades (K/Ar - Ar/Ar): 208 ± 14

Ma, 178 ± 3 Ma, 147 ± 6 Ma, 198 ± 8 Ma, 206 ± 6 Ma (Pinto Filho et al., 1977; Santos &

Oliveira, 1980; Santos & Oliveira, 1980; Marzoli et al., 1999 e Barros, 2006).

19

CAPÍTULO II

GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

II. 1. GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

II. 1. 1. Embasamento

O mapeamento geológico sistemático em escala 1:50.000 na área de estudo

possibilitou a identificação de três unidades do embasamento em contato discordante com a

cobertura sedimentar da Formação Jauru: o Grupo Alto Jauru e as Suítes Intrusivas Santa

Helena e Pindaituba. A Formação Jauru apresenta-se exposta uma estrutura de orientada NS,

semelhante a um gabren. (Fig. 13).

Figura 13. Mapa geológico da Formação Jauru e do seu embasamento na região de

Figueirópolis D' Oeste.

20

As unidades do embasamento correspondem ao Grupo Alto Jauru, uma sequência

metavulcanossedimentar, que na área é constituída principalmente por anfibólitos, micaxistos

e paragnaisses. Os anfibolitos apresentam trama foliada, granulação fina a média,

holocristalina, inequigranulares, hipidiomórficas, de cor verde escura, composto

predominantemente por anfibólio, seguidos por plagioclásio, quartzo, sericita, epidoto-

epidoto, clinozoesita, piroxênio. (Fig. 14 A). Os paragnaisses apresentam bandamento

marcado pela segregação de minerais máficos e félsicos, de coloração cinza rosada, textura

fanerítica, holocristalinas, textura xenomórfica, inequigranular, granulação fina a média,

constituídos por quartzo, plagioclásio, feldspato alcalino, biotita, moscovita, epídoto, sericita,

granada, clorita, argilominerais, calcita, apatita, zircão e minerais opacos (Fig. 14 B).

A Suíte Intrusiva Santa Helena aflora na borda oeste e sul da Formação Jauru e

consiste em rochas sienograníticas, de cor rosa, holocristalinas, fanerítica, granulação média a

grossa, trama foliada de direção NW-SE ,. São constituídas por quartzo, feldspato alcalino,

plagioclásio, biotita, moscovita, minerais opacos, clorita, argilominerais, sendo classificadas

como sienogranitos (Fig. 14 C). A Suíte Intrusiva Pindaituba, esposta á oeste da cobertura

sedimentar é composta por monzogranitos de granulação média a grossa, avermelhadas,

textura fanerítica com trama foliada na direção NW, holocristalinas, inequigranulares,

xenomórficas, granulação de fina a média com fenocristais de plagioclásio. Constituída por

quartzo, plagioclásio, feldspato potássico, biotita, opacos, zircão, argilomineral, apatita, oxido

de titanita (Fig. 14 D).

21

Figura 14: Fotografia ilustrando as unidades litológicas que compõe o embasamento. Em (A)

Anfibolito com foliação incipiente, Grupo Alto Jauru; (B) Xistos anfibolíticos, Grupo Alto

Jauru; (C) Biotita Granito foliado, Suíte Intrusiva Santa Helena e (D) Granito foliado, Suíte

Intrusiva Pindaituba.

II. 1. 2. Formação Jauru

A Formação Jauru apresenta-se dividida em três litofácies distintas: fácies rudácea,

fácies pelítica e fácies Psamítica (Fig. 15).

22

Figura 15: Imagem ilustrando o empilhamento estratigráfico da formação Jauru.

Aspectos de campo:

A Fácies Rudácea constitui-se por conglomerados de cor cinza claro, caracterizado

pela presença de clastos angulosos a arredondados, polimíticos, arcabouço aberto, suportados

por uma matriz argilosa com níveis arenosos. Os clastos são da ordem de seixos, blocos e

matacões orientado para NW-SE e NE-SW, variam de 0,5 cm à 32 cm, constituídos por

granito, gnaisse, cataclasito, milonito, pegmatito, anfibolito, quartzo leitoso, argilito e arenito.

(Fig. 16 A).

A Fácies Psamítica é composta por arenitos dispostos em lentes e sobrepostos a Fácies

Psamítica, de cor marrom claro, estrutura maciça, granulometria fina, acamamento NW-SE,

inclinada suavemente com ângulo de mergulho variando entre 12º e 20º (Fig. 16 B).

A Fácies Pelítica encontra-se situadas no centro da calha (Fig. 16 D), de cor roxa,

numa variação rítmica milimétrica de argila e silte com níveis arenosos e presença de

grânulos e seixos de composição variada, laminação plano-paralela com direção SE - NW

(Fig. 16 C).

23

Figura 16: (A): Fácies Rudácea ilustrando os clastos em relação a matriz; (B) Fácies Rudácea,

acamamento sedimentar, S0; (C) Fácies Pelítica, ritimido argila e silte; (D) Aspectos

geomorfológicos da Formação Jauru.

Aspectos petrográficos:

Microscopicamente, os conglomerados apresentam matriz fina suportando grânulos e

seixos de minerais e fragmento de rocha variado, com cimento micrítico e recristalização

carbonática em calcita (Fig. 17 A). Arcabouço aberto, contato flutuante entre os grãos,

empacotamento frouxo, grãos angulares a subangulares mal selecionados e imaturos (Fig. 17

B). Constitui-se por quartzo, feldspato alcalino com geminação segundo a lei da albita (albita

e calsbar) e textura pertítica de intercrescimento, plagioclásio (ortoclásio e microclina) e

textura antipertítica de intercrescimento alterando-se para sericita, biotita, calcita e chert (Fig.

17 C). Os fragmentos de rochas são de cataclasito, gnaisse, granito e rochas vulcânicas com

dimensões variando de 2 mm à 5 mm (Fig. 17 D).

24

Figura 17: Fotomicrografia da Fácies Rudácea. (A) Matriz micrítica; (B) Empacotamento

frouxo dos clastos mal selecionados; (C) Conglomerado polimítico; (D) Textura microclina;

(E) Clastos de granito (F) Sericitização do plagioclásio.

Microscopicamente, os arenitos apresentam-se homogêneos, de fração fina a média,

arcabouço fechado, contato reto a côncavo entre os grãos, empacotamento normal, grãos

subarredondados, pobremente selecionados e imaturos (Fig. 18 A e B). Classificado como

quartzo arenito com 92,95% de quartzo, seguido por plagioclásio, moscovita, turmalina,

zircão, por óxido de titânio, opacos, chert e argila (Fig. 18 C). Contem porções de granulação

grossa (> 5 mm) (Fig. 18 D). Apresenta compressão mecânica pós deposicional marcada pela

presença de infiltração de argila comprimidas por minerais de quartzo e cimento de quartzo.

Exibe sobrecrescimento de grãos de quartzo.

25

Figura 18: Fotomicrografia da Fácies Psamítica. (A) e (B) Fração fina á média, arcabouço fechado,

contato reto á côncavo entre os grãos, empacotamento normal, grãos subarredondados, pobremente

selecionados e imaturos; (C) Mineralogia do arenito e (D) Fração grosseira do arenito.

Na Fácies Pelítica não foi possível realizar análises petrográficas, pois durante a

confecção das lâminas delgadas as amostras se fragmentavam pelo fato de serem muito

frágeis. Era preciso utilizar-se de um processo específico de montagem que não estava

disponível no laboratório de laminação da UFMT, onde foram feitas as demais lâminas deste

trabalho.

26

CAPÍTULO III

ARTIGO A SER SUBMETIDO AO BRAZILIAN JOURNAL OF

GEOLOGY

TÍTULO COMPLETO: PROVENIÊNCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU:

EVIDÊNCIAS COM BASE EM DADOS U-Pb EM ZIRCÕES DETRÍTICOS E TRAÇOS

DE FISSÃO EM ZIRCÃO.

TÍTULO RESUMIDO:

PROVÊNIENCIA E EXUMAÇÃO DA FORMAÇÃO JAURU - MT

Kéttilin Diane Menoncello1; Eduardo Augusto Campos Curvo

2; Amarildo Salina Ruiz

1; Carlos

Alberto Tello Saenz3; Rosana Silveira Resende

3; Pamela Pavanetto

4; Marcio Martins Pimentel

4.

(1) Programa de Pós-Graduação em Geociências, Faculdade de Geociências da UFMT. Avenida

Fernando Corrêa da Costa, Bairro Boa Esperança, 2367, CEP: 78060-900, Cuiabá, MT, Brasil. E-mail:

[email protected].

(2) Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso. Avenida Fernando Corrêa da Costa,

Bairro Boa Esperança, nº 2367, CEP: 78060-900, Cuiabá, MT, Brasil.

(3) Departamento de Física, Química e Biologia: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita” -

UNESP. Rua Roberto Simonsen, nº 305, CEP: 19060-900, Presidente Prudente, SP, Brasil.

(4) Instituto de Geociências da Universidade de Brasília – IG/UnB. Campus Universitário Darcy Ribeiro ICC

– Ala Central, CEP: 70919-970, Distrito Federal, DF, Brasil.

RESUMO: O método dos traços de fissão em zircão (MTFZ), utilizado pela primeira vez na

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), apresentou episódios desconhecidos da

história tectônica da Formação Jauru e do Cráton Amazônico. Os zircões detríticos

apresentaram uma idade média de 199 ± 16 Ma, que concorda com a idade granítica obtidas

do embasamento de 219 ± 26 Ma. As análises U-Pb (LA-ICP-MS) em zircão detrítico

demonstraram idades polimodais, com picos 900, 1300, 1400, 1500 e 1800 Ma,

compreendendo idades de 2800 a 9000 Ma indicando uma proveniência sedimentar de rochas

do Neo-arquenas, Paleoproterozóicas e Mesoproterozóicas. O Gráben foi preenchimento

predominantemente por sedimentos siliciclásticos durante o Carbonífero Inferior (359 - 347

Ma), enquanto que os dados MTFZ sugerem um evento térmico relacionado a uma possível

exumação crustal durante o Triássico Superior para Jurássico Inferior. É possível que o

processo de exumação regional esteja ligado aos derrames basálticos das Formações

Tapirapuã e Anari (~ 200 Ma), vinculado ao processo de ruptura do Supercontinente

Gondwana.

27

Palavras-Chave: SW do Cráton Amazônico; Bacia dos Parecis; Formação Jauru; Método dos

Traços de Fissão; Proveniência via zircão detrítico.

ABSTRACT: The method of fission tracks in zircon (MTFZ), first used at the Federal

University of Mato Grosso (UFMT), presented unknown episodes of tectonic history of the

formation Jauru and Amazon Craton. Zircons detrital had an average age of 199 ± 16 Ma,

who agrees with the granitic age obtained from 219 ± 26 Ma basement. The U-Pb analyzes

(LA-ICP-MS) zircon detrital demonstrated polymodal ages, with peaks 900, 1300, 1400, 1500

and 1800 Ma, comprising ages 2800-9000 Ma indicating a sedimentary origin of Neo-

arquenas rocks, Paleoproterozoic and Mesoproterozoic. The Graben was fill predominantly of

siliciclastic during Carbonífero Lower (359-347 Ma), while MTFZ data suggest a thermal

event related to a possible exhumed crustal during the Late Triassic to Jurassic. It is possible

that the regional exhumation process is on the basaltic formations of Tapirapuã and Anari (~

200 Ma), linked to the Gondwana break Supercontinent process.

Keywords: SW Amazon Craton; Bowl Parecis; Training Jauru; Method of Fission Traces;

Provenance via detrital zircon.

28

III. 1. INTRODUÇÃO

A Formação Jauru (Cardoso, 1980) é constituída por diamictitos, arenitos e folhelhos

que tiveram suas histórias de sedimentação preservadas em um “gráben” de direção N-S na

porção sudoeste do Cráton Amazônico, no município de Figueirópolis d’Oeste (MT). O

preenchimento deste gráben ocorreu durante o Carbonífero Inferior (358,9 - 346,7) Ma,

considerando a presença de espomorfos “Cristatisporites sp.”, característico deste período,

encontrados em análises palinológicas realizadas na Formação Jauru (Olivatti et al., 1976).

O trabalho em questão teve como objetivo o estudo da estratigrafia da Formação

Jauru, assim como investigar eventos geológicos associados ao regime tectônico ocorridos

nesta área de estudo. Foram aplicados os métodos de mapeamento litoestratigráfico, traços de

fissão em zircão (MTFZ) no embasamento e na Formação Jauru e U-Pb em zircão detrítico da

Formação Jauru. A aplicação do MTFZ e do Método U-Pb em zircão detrítico (LA-ICP-MS)

possibilita identificar eventos térmicos registrados em temperaturas de 210ºC a 340ºC, no

intervalo de tempo de 1 milhão de anos (Yamada et al., 1995) e definir a proveniência dos

sedimentos que compõe a Formação Jauru, respectivamente.

III. 2. CONTEXTO GEOLÓGICO REGIONAL

III. 2. 1. Embasamento Pré-cambriano

O embasamento pré-cambriano do sudoeste do Cráton Amazônico, apresenta-se

compartimentado (tectônica/geocronológica) em quatro províncias proterozóicas: Maroni-

Itacaiúnas (2,2-1,95 Ga.), Rio Negro-Juruena (1,8–1,55 Ga.), Rondoniano-San Ignácio (1,5-

1,3 Ga.) e Sunsás-Aguapeí (1,25-1,0 Ga.), dispostas em torno de um núcleo crustal arqueano,

a Província Amazônia Central (> 2,3 Ga.) (Tassinari & Macambira, 2000 e 2004). A área de

estudo está inserida na Província Rondoniana-San Ignácio e inserida no Terreno Jauru, na

porção sudoeste do Cráton Amazônico. A Província Rondoniana-San Ignácio é um composto

orogênico antigo criado através de sucessivas acresções de arcos vulcânicos e fechamento de

bacia oceânica e por colisões de microcontinente-continente. Compreende num arranjo de

terrenos paleo-mesoproterozóicos: Terreno Jauru; Paraguá e Rio Alegre (Fig. 19).

29

Figura 19: Mapa Tectônico do SW do Cráton Amazônico ilustrando os limites aproximados

entre as principais províncias, os terrenos e unidades litológicas indicando a área de estudo

(Extraído de Bettencourt et al., 2010).

O Terreno Jauru apresenta idade Paleoproterozóica (1,80-1,75 Ga), constituído por rochas

metavulcanossedimentares do Grupo Alto Jauru, pelos ortognaisses tipo TTG do Complexo

Metamórfico Alto Guaporé e pelas intrusões Máfica-Ultramáfica da Suíte Figueira Branca.

Com a presença de unidades plutônicas Mesoproterozoicas (1.56-1.42 Ga) típicas de arcos

magmáticos, das Suítes Intrusivas Água Clara e Santa Cruz. O Neoproterozóico é marcado

por registros geológicos relacionados a Orogenia Sunsás (1.1-0.9 Ga). No Fanerozóico se

verifica a deposição de estratos siliciclásticos da Formação Utiariti e a formação dos depósitos

aluviares atuais, em parte relacionados a evolução da Bacia do Pantanal (Tab. 1).

30

O Terreno Paraguá é composto por rochas do embasamento Paleoproterozóico e

granitoides mesoproterozóicos, amalgamados ao próto-Craton Amazônico durante a orogenia

Rondoniano-San Ignácio (Ruiz, 2009 & Bettencourt et al., 2010). Segundo Ruiz (2009), o

Terreno Paraguá apresenta dois eventos orogênicos que precederam a Orogenia Sunsás:

Orogenia Lomas Manechis (1.74-1.69 Ga) e Orogenia San Ignácio (1.35 a 1.3 Ga). A

Orogenia Lomas Manechis (1.74 a 1.69 Ga) é caracterizada pela Formação e retrabalhamento

termo-tectônico do Complexo Granulítico Lomas Manechis, Complexo Gnáissico Chiquitania

e Grupo Xistos San Ignácio. A Orogenia San Ignácio manifesta-se em todo o Terreno

Paraguá, sendo caracterizado pelo metamorfismo de fácies xisto-verde a anfibolito e

expressivo magmatismo ácido-intermediário, de caráter sin a tarde cinemático, representado,

principalmente pelo Complexo Granitoide Pensamiento (Litherland et al. 1986); (Tab. 2).

Tab. 1: Síntese das unidades litoestratigráficas do Terreno Paraguá com respectivas descrições e

idades (Zr). (Colocar esses autores na referência do trabalho).

Unidades Geológicas Litologia U-Pb/Pb-Pb Referência

s Idades (Ma)

Complexo Lomas Manechis

Granulitos

1663

Boger et

al. (2005)

Complexo Chiquitania

Gnaisses

1711

Farias et

al. (2014)

Grupo San Ignácio

Rochas Vulcano-sedimentares:

?

?

Suíte Intrusiva Pensamiento

Granitoides

1340

Matos et

al. (2009)

Grupo Sunsás/Aguapeí

Rochas siliciclásticas. Formações Fortuna,

Vale da Promissão e Morro cristalino.

1167

Santos

(2005)

Suíte Intrusiva Huanchaca e Suíte

Rincón del Tigre

Diques e sills máficos

?

?

Suíte Intrusiva Sunsás

Corpos graníticos

1076

Boger et

al.

(2005)

O Terreno Rio Alegre, segundo Ruiz (2009), trata-se de um segmento crustal com

cerca de 15 km de largura, com trend N40W, limitado por zonas de cisalhamentos dúcteis, a

leste com o Terreno Jauru, a oeste com o Terreno Paraguá. A norte e sul sua extensão e

desconhecida (Matos et al. 2004), estando recoberto por sequencias sedimentares cenozoicas.

31

A fase de expansão do assoalho oceânico (1.51 a 1.50 Ga) é seguida pelos estágios de

subduccao e colisão continental, entre 1.44 e 1.38 Ga (Saes, 1999, Geraldes 2000, Matos et al.

2004, Ruiz 2005). O estagio drift (1.51 -1.5Ga) é caracterizado pela Formação de crosta

oceânica primitiva (Complexo Vulcano-Sedimentar Rio Alegre), constituída na base por

derrames de lavas ultramáficas a máficas e no topo prevalecem derrames intermediários a

ácidos, com sedimentação clasto-quimica associada (Matos 1994, Matos et al. 2004), plutons

ultramáficas a máficos (Suíte Intrusiva Máfica-Ultramáfica). O estágio orogênico (1.44 a 1.38

Ga) é caracterizado pelo consumo de crosta oceânica em provável arco vulcânico, com

geração de plutons e batólitos (Suíte Intrusiva Santa Rita) constituídos por rochas Toleíticas a

cálcio-alcalinas (Matos et al. 2004, Ruiz 2005); (Tab. 3).

Tab. 2: Síntese das unidades litoestratigráficas do Terreno Rio Alegre com respectivas descrições e

idades (Zr).

Unidades Geológicas Breve descrição U-Pb/Pb-Pb

Referências Idades (Ma)

Grupo Rio Alegre

Metabasaltos melanocráticos, metacherts,

metadacitos, metarriolitos associados a rochas

piroclásticas, muscovita xistos, metacherts,

BFI’s.

1509

Matos

(2004)

Suíte Vale do Alegre

Rochas máficas e ultramáficas e corpos

intrusivos de composição básica a ultrabasica

?

?

Suíte Intrusiva Santa Rita

Rochas plutônicas de composição: tonalítica-

diorítica a monzogranítica.

1379

Geraldes

(2000)

Tab. 3: Síntese das unidades litoestratigráficas do Terreno Jauru com respectivas descrições e idades

(Zr).

Unidades Geológicas Litologia U-Pb/Pb-Pb

Referências Idades (Ma)

Grupo Alto Jauru

Anfibolitos, BIF’s, metacherts, paragnaisses,

micaxistos e quartzitos

1758

Pinho et al.

(1996)

Suíte Intrusiva Figueira

Branca

Rochas máficas-ultramáficas: Dunitos,

anortositos, troctolitos, noritos e gabros

1740

Toledo

(1997)

Suíte Intrusiva Santa Cruz

Tonalitos a sienogranitos

1552

Ruiz et al.

(2004)

Suíte Intrusiva Água Clara

e Tonalito Cabaçal.

Granodiorito a monzogranitos.

1485

Geraldes

(2000)

Suíte Intrusiva Alvorada

Plutons granítico isotrópicos.

1537

Ruiz et al.

(2004)

32

Suíte Intrusiva Santa

Helena

Tonalito, Granodiorito e granitos.

1422

Geraldes

(2000)

Suíte Intrusiva Pindaituba

Tonalitos a sienogranitos

1334

Ruiz

(2005)

Suíte Intrusiva Rio Branco

: Quartzo-sienito a monzogranitoa a quartzo-

monzodiorito;

1423

Geraldes et

al. (2004)

Suíte Intrusiva Salto do Céu Soleiras máficas. 808

Araújo

(2008)

Suíte Intrusiva Guapé

Intrusões graníticas de composição

monzogranítica a sienogranítica.

930

Geraldes

(2000)

III. 2. 2. Bacia dos Parecis

A Bacia dos Parecis ocupa a porção sudoeste do Cráton Amazônico, entre os cinturões

de cisalhamento Rondônia e Guaporé, acumulando sedimentos paleozóicos, mesozoicos e

cenozoicos, essencialmente siliciclásticos (Fig. 20). Está localizada no Centro-Oeste

brasileiro, entre as bacias do Solimões e Alto Tapajós e Paraná e corresponde a uma das

maiores bacias intra-cratônicas do país.

A Bacia dos Parecis apresenta-se compartimentada em três domínios tectônicos: Fossa

tectônica de Rondônia, Baixo Gravimétrico dos Parecis e Depressão do Alto Xingu (Siqueira,

1989). O domínio Fossa Tectônica de Rondônia corresponde a um sistema de riftes

intracontinentais que precederam a deposição da Bacia dos Parecis (no Neo-Ordovinciano),

quando a região do Cráton Amazônico foi afetada por um evento extensional, o que

possibilitaou a deposição da Formação Cacoal. Sobre esse sistema de riftes, depositaram-se as

Formações Furnas no Neo-Devoniano (Oliveira, 1912), Ponta Grossa no Neo-Devoniano

(Oliveira, 1912), Pimenta Bueno, durante o Carbonífero (Leal et al., 1978), Fazenda Casa

Branca no Neo-Carbonífero/Eo-Permiano (Leal et al., 1978), Rio Ávila no Neo-Jurássico/Eo-

Cretáceo (Bizzi, 2003) e Grupo Parecis durante o Cretáceo (Oliveira, 1915).

33

Figura 20: Mapa ilustrando a compartimentação tectônica da Bacia dos Parecis com detalhe

para área de estudo (Extraído de Siqueira, 1989).

Durante o Jurássico ocorreu um derrame magmático denominado Formação

Anari/Tapirapuã à sudeste do Gráben do Colorado. A Formação Tapirapuã (Corrêa e Couto,

1972) e a Formação Anari (Pinto Filho 1977) apresentam basaltos isotrópicos, cinza-chumbo,

de granulação afanítica, com estruturas amigloidais, disjunção colunar e esfoliação esferoidal.

Com idades (K/Ar - Ar/Ar): 208 ± 14 Ma, 178 ± 3 Ma, 147 ± 6 Ma, 198 ± 8 Ma, 206 ± 6 Ma

(Pinto Filho et al., 1977; Santos & Oliveira, 1980; Santos & Oliveira, 1980; Marzoli et al.,

1999 e Barros, 2006).

A Formação Jauru encontra-se inserida no conjunto de na Bacia dos Parecis, correlata à

Formação Pimenta Bueno (Cardoso & Del’ Arco, 1980; Lacerda Filho et al., 2004).

III. 3. MATERIAIS E MÉTODOS

III. 3. 1. Cartografia Geológica

A cartografia da Formação Jauru foi realizada a partir de um mapeamento geológico

sistemático (escala: 1:50.000), com coleta de amostras. As etapas precedentes, contaram com

revisão bibliográfica sobre a região, interpretações de imagens de satélite e confecção de

34

mapa base. No mapeamento geológico foram identificadas as unidades litoestratigráficas da

Formação Jauru, o seu empilhamento estratigráfico e o contato com o embasamento. Foi

possível também, realizar uma nova delimitação da Formação Jauru, diferindo

significativamente das delimitações propostas anteriores.

A coleta de amostras para descrição petrográfica e análise geocronológica pelos

métodos MTFZ e U-Pb foi feita em “afloramento-chaves”, ao longo de todo eixo (N-S) da

Formação Jauru, importantes para a compreensão na área de estudo. Para aplicação dos

métodos MTFZ e U-Pb, as amostras passaram por processos de britagem, moagem e

decantação. Em seguida foram peneiradas para obtenção da fração granulométrica

denominada areia muito fina (0,090 mm), compreendida entre 0,063 mm e 0,125 mm. Essa

fração foi submetida a separação por líquido denso (Bromofórmio CHBr3, ρ = 2,85 g/cm3) e

por separação magnética, resultando em um concentrado de minerais pesados, de onde os

grãos de zircão foram coletados.

III. 3. 2. Método dos Traços de Fissão em Zircão (MTFZ)

O Método dos Traços de Fissão está fundamentado nos princípios físicos de

decaimento radioativo e tempo de meia-vida (ou período de semidesintegração). Sabe-se que

núcleos atômicos instáveis emitem partículas e radiações eletromagnéticas (por fissão nuclear

espontânea) para se transformarem em núcleos mais estáveis. E que a “meia-vida” é o tempo

necessário para que a metade desses núcleos instáveis se desintegrem. Os traços de fissão (ou

“traços latentes”) são originados no processo da fissão nuclear espontânea do U238

. Neste

processo ocorre a quebra dos núcleos e a liberação de grande quantidade de energia que

promove um desarranjo cristalino em estruturas solidas, como nos minerais (Fleischer et al.,

1975). O Método dos Traços de Fissão consiste na análise da densidade dos traços de fissão

fósseis (ou espontâneos) e dos traços induzidos (gerados pela fissão induzida do U235

por

processo de irradiação com nêutrons térmicos).

A preparação das amostras para análise MTFZ é feita a partir da confecção de

“mounts” de zircão. A montagem destes “mounts” é realizada com o ordenamento dos grãos

de zircão em forma de matriz sobre uma lâmina de vidro previamente untada com vaselina

(cerca de 100 grãos por amostra). Os grãos são fixados em um pedaço de teflon® através de

aquecimento em chapa térmica na temperatura de 315ºC por 30 segundos. O molde obtido é

lixado, polido e atacado quimicamente por uma mistura eutética (NaOH: KOH) em forno

35

aquecido à temperatura de 225°C por 12 horas. O ataque químico é realizado para revelação

dos traços espontâneos (ou fósseis) presentes no zircão. Posterior ao ataque, as amostras são

neutralizadas em solução de HCl à 5% e arranjadas para irradiação utilizando-se detector

externo (folhas de mica-muscovita). As folhas de mica são cortadas em pedaços com

dimensões iguais às dos “mounts” de zircão e justapostas a eles. Na sequência, esse arranjo é

empilhado e empacotadas em tubos de folhas alumínio para seguirem o processo de irradiação

com nêutrons térmicos. Essa irradiação é realizada para que os traços induzidos sejam

revelados no detector externo (na mica). Após a irradiação, ocorre o processo de

“resfriamento” para diminuição do nível de atividade radioativa nas amostras. Com isso, a

contagem dos traços fósseis (no zircão) e dos traços induzidos (na mica) pode ser iniciada.

Os traços de fissão são originados no processo da fissão nuclear espontânea do U238

e são

gravados naturalmente ao longo da história geológica de minerais que apresentem urânio

como impureza em sua estrutura cristalina. Conhecendo-se a meia-vida do urânio, a

quantidade de decaimentos ocorridos e o conteúdo de urânio da amostra, é possível obter a

idade de retenção dos traços no mineral e com isso realizar a datação de diversos eventos

geológicos distintos (Wagner & Van Den Haute, 1992).

III. 3. 3. Método U/Pb LA-ICP-MS (zircão detrítico)

O Método Isotópico U/Pb em zircão detrítico baseia-se na análise da composição

isotópica originada pela série de decaimento do U-Th. As séries naturais de decaimento

(isótopos estáveis: Pb 238

U → 206

Pb; 235

U → 207

Pb; 232

Th → 208

Pb), apresentam para o mesmo

par de elementos (U/Pb), três cronômetros radioativos independentes (206

Pb/238

U; 207

Pb/235

U;

208Pb/

232Th). Para obtenção das composições isotópicas dos elementos é comumente utilizado

a técnica analítica de ionização por plasma acoplado ao Espectrômetro de Massa (ICP-MS).

A confecção dos “mounts” com zircão detrítico é realizada a partir da fixação dos grãos

sobre uma placa de vidro, utilizando-se fita dupla-face. Ao redor dos grãos é posicionado um

cilindro de plástico com diâmetro de 25 mm para o preenchimento por resina “Epoxy”. Após

a secagem, os “mounts” são lixados e polidos para que a superfície dos grãos fique exposta e

plana para serem analisados por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV).

36

III. 4. RESULTADOS

III. 4. 1. Geologia Local

Com os dados obtidos a partir do mapeamento geológico sistemático (1:50.000) e das

análises petrográfica, foi possível distinguir a Formação Jauru em três litofácies distintas,

sobreposta em contato discordante ao embasamento. O arcabouço em que se encontra a

Formação Jauru trata-se de uma "calha" (eixo N-S), semelhante a um gráben, e o

embasamento semelhante a “horst” (Fig. 21).

Figura 21: Mapa geológico da Formação Jauru e embasamento.

O embasamento que aflora na área de estudo é composto por rochas do Grupo Alto Jauru

e das Suítes Intrusivas Santa Helena e Pindaituba, pertencentes ao Terreno Jauru (Bettencourt

et al. 2010). O Grupo Alto Jauru é caracterizado pela presença predominante anfibolitos,

gnaisses e xistos.

37

Figura 22: Empilhamento estratigráfico.

Com os dados obtidos a partir do mapeamento geológico sistemático (1:50.000) e das

análises petrográficas, foi possível distinguir a Formação Jauru em três litofácies distintas:

Fácies Rudácea, Fácies Pelítica e Fácies Psamítica, sobreposta em contato discordante com às

rochas do Grupo Alto Jauru, Suíte Intrusiva Santa Helena e Suíte Intrusiva Pindaituba que

configuram o seu embasamento (Fig. 22). A Formação Jauru exibe limites que

circunvizinham o município de Figueirópolis d'Oeste, em uma extensão menor do que a

proposta na cartografia da Folha Jauru (SD-21-Y-C-III). As litofácies da Formação Jauru

correspondem-se lateralmente e em todo o eixo do gráben. A Fácies Rudácea aflora nas

bordas do gráben, a Fácies Pelítica no centro do gráben e a Fácies Psamítica apresenta-se em

lentes nas Fácies Rudácea e Pelítica.

Fácies Rudácea

A Fácies Rudácea ocorre em contato com o embasamento e com a Fácies Psamítica.

Esta fácies é composta por conglomerados suportados por matriz argilosa com níveis

arenosos, de cor cinza claro, com clastos angulosos a arredondados, polimíticos, arcabouço

aberto. Os clastos (Fig. 23 A) são da ordem de seixos, blocos e matacões, variam de 0,5 cm à

30 cm, constituídos por granito, gnaisse, cataclasito, milonito, pegmatito, anfibolito, quartzo

leitoso, argilito e arenito. Apresentam estrutura caótica, com acamamento subordinado de

atitude NW-SE e NE-SW em direção ao centro do gráben. Opticamente, os conglomerados da

Fácies Rudácea apresentam uma matriz fina suportando grânulos e seixos de minerais e

38

fragmento de rocha variado, com cimento micrítico e recristalização cabonática em calcita.

Arcabouço aberto, contato flutuante entre os grãos, empacotamento frouxo, grãos angulares a

subangulares mal selecionados e imaturos. Constitui-se mineralogicamente por quartzo,

feldspato alcalino com geminação segundo a lei da albita e textura pertítica de

intercrescimento, plagioclásio e textura antipertítica de intercrescimento alterando-se para

sericita, minerais de biotita, calcita e “chert”. Os fragmentos de rochas são de cataclasito,

gnaisse, granito e rocha vulcânica com dimensões variando de 2 mm a 5 mm (Fig. 23 B).

Figura 23: Aspectos de campo e petrografia da Fácies Rudácea. (A) Conglomerado ilustrando

a presença de clastos de granito na matriz; (B) Fotomicrografia ilustrando a variedade de

clastos no conglomerado.

Fácies Pelítica

A Fácies Pelítica é constituída por argilitos e siltitos finos, de cor roxa, dispostos em

rítmitos com espessura milimétrica alternando entre argila e silte, com níveis arenosos e

presença de grânulos e seixos, que variam de 0,2 cm a 15 cm, de composição variada,

suportados por matriz argilosa. Os ritmitos apresentam camadas laminação plano-paralela

com direção SE-NW (Fig. 24).

39

Figura 24: Aspectos de campo da Fácies Pelítica, ilustrando a ritmicidades dos argilitos e

pelitos.

Fácies Psamítica

A Fácies Psamítica constitui-se por arenitos, marrom claro, com estrutura maciça,

granulometria fina, acamamento NW-SE, inclinada suavemente com ângulo de mergulho

variando entre 12º e 20º. (Fig. 25 A). Ópticamente, os arenitos apresentam-se homogêneos,

fração fina a média, arcabouço fechado, contato reto á côncavo entre os grãos,

empacotamento normal, grãos subarredondados, pobremente selecionados e imaturos.

Constitui-se por quartzo (92,95 %), plagioclásio, moscovita, turmalina, zircão, por óxido de

titânio, opacos, “chert” e argila e cimento de quartzo (Fig. 25 B).

Figura 25: Em (A) Arenito ilustrando o acamamento sedimentar, S0; (B) Fotomicrografia do

arenito ilustrando os quartzos em contato reto.

40

III. 4. 2. DADOS GEOCRONOLÓGICOS

III. 4. 2. 1. Resultados por MTFZ

A datação via MTFZ seguiu um processo de caracterização dos cristais de zircão

segundo a classificação de Dias et al. (2008) & Resende et al., (2015). Identificou-se que

existe uma perda da cristalinidade dos cristais de zircão em função do tempo de ataque

químico e com isso os diferenciou em quatro categorias de grãos: homogêneos, heterogêneos,

híbridos e anômalos.

Os grãos homogêneos, ao serem atacados quimicamente, revelam de maneira uniforme os

traços de fissão sobre toda a superfície do cristal. Os heterogêneos apresentam anisotropia de

ataque químico, a superfície do mineral atacada apresenta diferentes densidades de traços de

fissão em áreas distintas do mesmo grão. Os híbridos são uma combinação de duas categorias

de grãos, ao serem atacados quimicamente parte do cristal tem sua estrutura cristalina

destruída (típico de grão anômalo), enquanto algumas áreas desta mesma amostra conservam

sua estrutura cristalina e revelam traços de fissão (típico de grão homogêneo). Os grãos

anômalos ao serem atacados não revelam traços em nenhuma parte de sua superfície e sua

estrutura cristalina é completamente destruída devido à corrosão do ataque químico, portanto

este tipo de grão não pode ser utilizado para a datação. Com base nesta classificação, Dias

observou que a melhor classe de grãos para datação via MTFZ são os grãos homogêneos, pois

os mesmos resistem por mais tempo ao a ataque químico e sua estrutura cristalina não é

danificada possibilitando uma distribuição uniforme dos traços. Entretanto, é possível também

datar grãos heterogêneos e híbridos, aumentando assim o número de grãos datáveis da

amostra.

No processo de calibragem, foram analisadas duas amostras padrões: FCT (zircão Fish

Canyon Tuff) e KGD (zircão Kawamoto Granodiorite), onde as idades obtidas foram bem

próximas das disponíveis nas bibliografias. Na amostra FCT foram datados 30 grãos de

zircão, obtendo-se uma idade média de 28 ± 2 Ma (Fig. 26). E na amostra KGD foram

datados 20 grãos, que apresentaram idade média de 33 ±1 Ma (Fig. 27).

41

Figura 26: Amostra padrão, Fish Canyon Tuff - FCT: (A) histograma ilustrando as idades

obtidas; (B): Flutuação das idades.

Figura 27: Amostra padrão, Kawamoto Granodiorite - KGD: (A) histograma ilustrando as

idades obtidas; (B): Flutuação das idades.

A idade MTFZ apresentada para o embasamento foi obtida pela datação de cristais de

zircão de um Monzogranito da Suíte Intrusiva Pindaituba, referente á amostra KM-33

apresentou grãos híbridos e grande quantidade de grãos anômalos (Fig. 28 A e B). Devido a

isso, foram datados apenas 14 grãos (os híbridos), dos quais se obteve uma idade média de

219 ± 26 Ma (Fig. 29; Tab. 4). Foram realizadas, também, datações via MTFZ em grãos de

zircão detrítico de rochas siliciclásticas da Formação Jauru, coletadas ao longo das margens

do seu gráben dentre as Fácies Rudácea e Pelítica. Foram datados 96 grãos de zircão detríticos

que seguem a classificação proposta por Dias et al. (2008). As amostras sedimentares

apresentam grãos homogêneos, heterogêneos e anômalos, em maior quantidade (Fig. 30 A e

B). As idades MTFZ obtidas nos grãos de zircão detríticos apresentaram uma idade média de

199 ± 16 Ma (± 1σ) (Fig.31).

42

Figura 28: Fotomicrografias dos grãos de zircão datados via MTFZ do embasamento,

ilustrando a morfologia correspondendo aos traços de fissão. Em (A) Grãos híbridos e (B)

Grão anômalo.

Figura 29: Amostra da Suíte Intrusiva Pindaituba - KM33: (A) histograma ilustrando as

idades obtidas; (B): Flutuação das idades.

43

Figura 30: Fotomicrografias dos grãos de zircão detríticos da Formação Jauru, datados via

MTF do, ilustrando a morfologia correspondendo aos traços de fissão. Em (A) Grãos

homogêneos e (B) Grãos heterogêneos.

Figura 31: Amostras da Formação Jauru: (A) histograma ilustrando as idades obtidas; (B):

Flutuação das idades.

As amostras KM-10 e KM-10A se tratam de amostras de conglomerado, do qual foram

datados 62 grãos de zircão, obtendo-se uma idade média de 208 ± 9 Ma, sendo a idade mais

antiga de 521 Ma e a idade mais jovem de 103 Ma (Fig. 32 A; Tab. 5). Na amostra KM-20

foram datados 17 grãos com idade média de 263, sendo o grão mais antigo datando de 446

Ma e o mais jovem 158 Ma (Fig. 32 B; Tab. 5). A amostra KM-50 se trata de um

conglomerado e apresentou apenas um grão que poderia ser datado, com idade de 180 Ma

(Fig. 32 A; Tab. 5). A amostra KM-76 é um arenito do qual foram datados 11 grãos (Idade

média: 120 ± 30 Ma), onde o grão mais antigo tem 310 Ma e o mais jovem 91 Ma (Fig. 32 B;

Tab. 5). A amostra KM-102 é de um conglomerado com 2 grãos datados de idades 345 Ma e

44

298 Ma (Fig. 32 A; Tab. 5). A amostra KM-146 se trata de um arenito e foram datados 3

grãos, com idades de 310 Ma, 289 Ma, e 264 Ma (Fig. 32 A; Tab. 5).

Figura 32: Idades obtidas na Formação Jauru. Em (A): Histograma e flutuação de idade das

amostras de zircão dos conglomerados da Fácies Rudácea; (B): Histograma e flutuação de

idade das amostras de zircão dos conglomerados da Fácies Pelítica.

Tab. 4: Idades obtidas no granito da Suíte Intrusiva Pindaituba, amostra KM-33.

Ns: Nº de traços fósseis contados no zircão - As: Nº de campos contados no zircão (Área de um campo 1x1 =

0,6944x10-4

cm² com objetiva de 1500x) - ρs: Densidade de traços fósseis - Ni: Nº de traços induzidos contados

na mica - Ai: Nº de campos contados na mica (Campo 1x1 = 0,6944x10-4

cm² com objetiva de 1500x) - ρi:

Densidade de traços induzidos.

Grãos Ns As ρs Ni Ai ρi ρs / ρi

Idade

(Ma)

Erro

(Ma

±1σ) KM-33-ZR1 87 5 25 352 181 3 9 192 88

KM-33-ZR2 85 3 41 155 101 2 18 391 231

KM-33-ZR3 58 3 28 333 158 3 9 197 116

KM-33-ZR4 223 10 32 68 54 2 18 376 132

KM-33-ZR5 16 1 23 167 82 3 8 169 171

KM-33-ZR6 15 1 22 360 125 4 5 112 113

KM-33-ZR7 28 2 20 99 59 2 8 180 130

KM-33-ZR8 14 1 20 96 71 2 10 222 224

KM-33-ZR9 52 3 25 189 148 2 14 280 170

KM-33-ZR10 49 4 18 147 116 2 10 208 106

KM-33-ZR11 30 3 14 129 87 2 7 146 86

KM-33-ZR12 6 1 9 118 89 2 4 98 99

KM-33-ZR13 21 1 30 70 57 2 17 363 367

KM-33-ZR14 20 2 14 190 9110 2 6 125 90

45

Tab. 5: Idades obtidas nas amostras trabalhadas da Formação Jauru.

Grãos Ns As ρs Ni Ai ρi ρs / ρi Idade (Ma) Erro

(Ma ± 1σ) KM-10-ZR1 68 4 24 108 79 2 12 266 137

KM-10-ZR2 476 59 12 59 35 2 5 104 23

KM-10-ZR3 106 5 31 118 66 3 12 254 119

KM-10-ZR4 58 5 17 76 45 2 7 148 71

KM-10-ZR5 30 1 43 70 58 2 25 521 527

KM-10-ZR6 249 26 14 55 56 1 10 210 52

KM-10-ZR7 130 11 17 27 25 2 11 235 86

KM-10-ZR8 79 6 19 50 38 2 10 215 95

KM-10-ZR9 66 4 24 20 18 2 15 317 176

KM-10-ZR10 60 4 22 68 40 2 9 190 100

KM-10-ZR11 209 14 21 137 52 4 6 123 38

KM-10-ZR12 177 12 21 26 17 2 10 207 79

KM-10-ZR13 45 4 16 18 16 2 10 215 121

KM-10-ZR14 65 4 23 60 34 3 9 198 105

KM-10-ZR15 88 8 16 41 28 2 7 162 66

KM-10-ZR16 86 4 31 139 54 4 8 180 94

KM-10-ZR17 150 12 18 48 26 3 7 146 52

KM-10-ZR18 140 7 29 95 33 4 7 150 63

KM-10-ZR19 272 12 33 24 19 2 18 381 142

KM-10-ZR20 108 9 17 48 36 2 9 194 73

KM-10-ZR21 18 2 13 72 58 2 7 156 113

KM-10-ZR22 43 2 31 178 67 4 8 174 126

KM-10-ZR23 101 9 16 51 27 3 6 129 50

KM-10-ZR24 33 2 24 89 53 3 10 211 153

KM-10-ZR25 148 16 13 66 41 2 6 124 37

KM-10-ZR26 55 4 20 119 56 3 6 140 73

KM-10-ZR27 49 2 35 107 43 4 10 212 154

KM-10-ZR28 94 4 34 306 73 6 6 121 63

KM-10-ZR29 68 5 20 100 34 4 5 100 48

KM-10-ZR30 86 8 15 48 28 2 6 136 55

KM-10-ZR31 141 6 34 143 50 4 8 177 77

KM-10-ZR32 101 5 29 100 40 4 8 174 83

KM-10-ZR33 18 1 26 31 28 2 16 346 353

KM-10-ZR34 41 4 15 46 35 2 8 168 89

KM-10-ZR35 70 5 20 42 19 3 6 137 69

KM-10-ZR36 98 9 16 47 26 3 6 130 51

KM-10-ZR37 249 11 33 175 56 5 7 156 52

KM-10-ZR38 188 15 18 59 32 3 7 147 47

KM-10-ZR39 197 18 16 94 41 3 5 103 30

KM-10-ZR40 169 10 24 92 35 4 6 139 51

KM-10-ZR41 179 10 26 205 112 3 10 210 71

KM-10-ZR42 88 4 32 224 102 3 10 215 111

KM-10-ZR43 32 2 23 85 57 2 11 230 166

KM-10-ZR44 298 23 19 47 37 2 10 219 60

46

KM-10-ZR45 480 44 16 50 45 2 10 211 47

KM-10-ZR46 113 10 16 51 40 2 9 191 69

KM-10-ZR47 271 16 24 90 64 2 12 258 74

KM-10-ZR48 112 11 15 47 37 2 8 173 60

KM-10-ZR49 288 28 15 91 63 2 7 154 36

KM-10-ZR50 356 32 16 98 78 2 9 191 42

KM-10-ZR51 206 12 25 80 58 2 12 266 86

KM-10-ZR52 149 11 19 80 62 2 10 225 75

KM-10-ZR53 123 7 25 72 46 2 11 241 99

KM-10-ZR54 58 3 28 58 45 2 15 320 192

KM-10-ZR55 74 5 21 59 48 2 12 258 122

KM-10-ZR56 107 8 19 57 45 2 11 227 88

KM-10-ZR57 143 10 21 49 45 1 13 281 100

KM-10-ZR58 84 6 20 47 41 2 12 261 115

KM-50-ZR 59 179 10 26 201 94 3 8 180 61

KM-76-ZR60 257 14 26 96 76 2 15 310 92

KM-76-ZR61 234 30 11 95 51 3 4 91 22

KM-76-ZR62 74 10 11 30 20 2 5 107 42

KM-76-ZR63 219 13 24 83 50 2 10 218 69

KM-76-ZR64 66 4 24 152 93 2 10 217 112

KM-76-ZR65 183 13 20 15 15 1 14 301 115

KM-76-ZR66 180 13 20 39 24 2 9 183 64

KM-76-ZR67 88 5 25 315 125 4 7 151 69

KM-76-ZR68 139 15 13 39 35 2 8 180 56

KM-76-ZR69 57 2 41 116 82 2 20 426 306 KM-76-ZR70 133 19 10 58 50 2 6 131 36

KM-102-ZR71 22 1 32 96 59 2 14 289 292

KM-102-ZR72 147 7 30 149 115 2 16 345 136

KM-144-ZR73 115 6 28 56 36 2 12 264 117

KM-144-ZR74 97 5 28 63 44 2 14 289 138

KM-144-ZR75 139 5 40 44 23 3 15 310 154

KM-20-ZR76 540 32 24 26 23 2 15 318 89

KM-20-ZR77 141 8 25 143 107 2 13 282 105

KM-20-ZR78 97 5 28 62 54 2 17 359 169

KM-20-ZR79 158 8 28 74 43 2 11 246 96

KM-20-ZR80 137 8 25 113 80 2 12 260 98

KM-20-ZR81 68 2 49 132 78 2 20 425 305

KM-20-ZR82 117 10 17 67 42 2 7 158 57

KM-20-ZR83 33 2 24 135 78 2 9 205 147

KM-20-ZR84 106 8 19 79 51 2 8 184 71

KM-20-ZR85 50 4 18 86 62 2 9 194 101

KM-20-ZR86 165 11 22 52 44 2 13 271 93

KM-20-ZR87 137 11 18 130 79 2 7 163 54

KM-20-ZR88 79 4 28 112 72 2 13 272 141

KM-20-ZR89 69 4 25 116 61 3 9 195 102

KM-20-ZR90 28 1 40 43 29 2 19 400 408

KM-20-ZR91 20 1 29 49 34 2 12 296 301

KM-20-ZR92 185 12 22 70 52 2 11 245 80

47

Ns: Nº de traços fósseis contados no zircão - As: Nº de campos contados no zircão (Área de um campo 1x1 =

0,6944x10-4

cm² com objetiva de 1500x) - ρs: Densidade de traços fósseis - Ni: Nº de traços induzidos contados

na mica - Ai: Nº de campos contados na mica (Campo 1x1 = 0,6944x10-4

cm² com objetiva de 1500x) - ρi:

Densidade de traços induzidos.

III. 4. 2. 2. U-Pb LA-ICP-MS - (zircões detríticos)

Foram realizadas análises U-Pb (LA-ICP-MS) nas mesmas amostras datadas via MTFZ,

das quais duzentos e quatorze grãos de zircão detríticos foram datados. A amostra KM-10

contem grãos de zircão bem arredondados a subarredondados, subédricos, prismas geralmente

curtos. Os grãos têm zoneamento interno e inclusões, geralmente incolores e castanhos claro.

Foram datados 51 grãos de zircão detrítico com idade máxima de 2874 Ma e idade mínima de

958 Ma, polimodais com picos em 1200, 1400, 1500 e 1800 Ma (Fig. 33 A; Tab. 6). A

amostra KM-20 apresenta grãos de zircão subarredondados a angulosos, euédricos, prismas

longos, com zoneamento interno e fraturas, geralmente incolores, brancos e castanhos. Foram

datados 43 grãos, onde a idade máxima é de 2703 Ma e idade mínima de 992 Ma e pico em

1400 Ma (Fig. 33 B; Tab. 7). A amostra KM-50 apresenta grãos de zircão subarredondados,

euédricos, prismas curtos, com zoneamento interno e inclusões, geralmente incolores, rosados

e castanhos claro. Foram datados 42 grãos com idade máxima de 2123 Ma e idade mínima de

989Ma, polimodais com picos em 1500, 1600 e 1800 Ma (Fig. 33 C; Tab. 6). A amostra KM-

70. Os grãos são arredondados a subarredondados, subédricos, com prismas longos e curtos,

grãos com zoneamento interno e fraturas, geralmente brancos e castanhos. Foram datados 51

grãos, os quais apresentaram idade máxima de 2358 Ma e idade mínima de 928 Ma, bimodal

com picos entre 1350 e 1400 Ma (Fig. 33 D; Tab. 7). A amostra KM-102 apresentam grãos

de zircão subarredondados, euédricos, com prismas curtos, geralmente brancos e castanhos.

Foram datados 27 grãos com idades máximas de 2200 Ma e idade mínima de 1231 Ma, com

pico em 1350 Ma (Fig. 33 E; Tab. III. 6).

Os conglomerados e arenitos apresentam grãos de zircão detrítico com aspectos

morfológico similares (Fig.34), que que dificulta a análise e correlação dos mesmos com

ambientes de sedimentação distintos.

48

Tab. 6: Idades U-Pb obtidas nos grãos de zircão detrítico dos conglomerados da Formação

Jauru.

Isotopic ratios Ages (Ma)

Identifier 207

Pb/ 235

U ±1σ

206Pb/

238U

±1σ Error

Corr.

206Pb/

238U

±2σ 207

Pb/ 235

U ±2σ

207Pb/

206Pb

±2σ

KM10-004-

ZR1 5.907 1.17 0.3502 0.73 0.63 1936 24 1962 20 1990 29

KM10-005-

ZR2 2.382 1.26 0.2107 0.84 0.67 1232 19 1237 18 1246 33

KM10-006-

ZR3 2.675 1.02 0.2308 0.74 0.72 1339 18 1322 15 1293 23

KM10-007-

ZR4 3.417 1.44 0.2635 1.00 0.70 1508 27 1508 22 1509 36

KM10-008-

ZR5 2.241 2.43 0.2051 1.65 0.68 1202 36 1194 34 1179 68

KM10-009-

ZR6 2.973 1.16 0.2447 0.80 0.68 1411 20 1401 18 1385 29

KM10-010-

ZR7 2.876 1.81 0.2314 1.54 0.85 1342 37 1376 27 1428 33

KM10-013-

ZR8 2.351 6.30 0.2132 4.20 0.67 1246 95 1228 88 1197 179

KM10-014-

ZR9 2.419 1.39 0.2129 0.90 0.65 1244 20 1248 20 1255 38

KM10-015-

ZR10 2.744 1.17 0.2266 0.80 0.68 1316 19 1340 17 1379 29

KM10-016-

ZR11 10.766 1.83 0.4623 1.71 0.93 2450 69 2503 34 2547 18

KM10-017-

ZR12 2.885 0.93 0.2415 0.62 0.66 1394 16 1378 14 1352 23

KM10-018-

ZR13 4.765 1.31 0.3183 0.93 0.71 1781 29 1779 22 1775 31

KM10-019-

ZR14 4.772 1.19 0.3156 0.73 0.61 1768 23 1780 20 1794 32

KM10-020-

ZR15 2.545 1.32 0.2227 0.83 0.63 1296 20 1285 19 1266 37

KM10-023-

ZR16 3.239 1.57 0.2592 1.36 0.87 1486 36 1467 24 1439 26

KM10-027-

ZR20 2.047 2.24 0.1931 1.61 0.72 1138 33 1131 30 1118 60

KM10-028-

ZR21 2.194 1.21 0.1999 0.79 0.66 1175 17 1179 17 1186 33

KM10-029-

ZR22 5.266 0.98 0.3346 0.60 0.61 1861 19 1863 17 1866 24

KM10-030-

ZR23 2.912 1.11 0.2448 0.73 0.65 1412 18 1385 17 1345 29

KM10-033-

ZR24 2.856 1.06 0.2410 0.82 0.78 1392 21 1370 16 1337 21

KM10-034-

ZR25 5.508 1.04 0.3495 0.76 0.73 1932 25 1902 18 1868 22

KM10-035-

ZR26 3.289 1.69 0.2601 1.22 0.72 1490 32 1478 26 1461 42

KM10-036-

ZR27 2.176 1.21 0.1972 0.84 0.70 1160 18 1173 17 1197 31

KM10-037-

ZR28 1.590 2.85 0.1602 2.02 0.71 958 36 966 35 985 79

KM10-038-

ZR29 2.965 1.14 0.2416 0.71 0.62 1395 18 1399 17 1404 31

49

KM10-043-

ZR31 1.543 2.61 0.1591 1.78 0.68 952 31 948 32 939 76

KM10-044-

ZR32 6.609 1.16 0.3786 0.75 0.64 2070 26 2061 20 2051 28

KM10-045-

ZR33 4.291 1.95 0.3083 1.74 0.89 1732 53 1692 32 1641 30

KM10-046-

ZR34 2.839 0.93 0.2408 0.58 0.63 1391 15 1366 14 1327 24

KM10-047-

ZR35 5.721 1.52 0.3517 1.03 0.68 1943 35 1935 26 1926 37

KM10-049-

ZR37 4.863 1.07 0.3213 0.72 0.67 1796 22 1796 18 1796 26

KM10-053-

ZR39 1.800 4.59 0.1709 3.34 0.73 1017 63 1046 59 1106 123

KM10-054-

ZR40 3.209 1.48 0.2574 0.94 0.64 1476 25 1459 23 1435 41

KM10-055-

ZR41 2.171 1.37 0.1998 0.99 0.72 1174 21 1172 19 1167 34

KM10-056-

ZR42 2.734 4.44 0.2364 2.73 0.61 1368 67 1338 65 1289 133

KM10-058-

ZR44 2.245 6.60 0.2049 5.22 0.79 1202 114 1195 91 1184 155

KM10-059-

ZR45 3.201 2.82 0.2522 2.01 0.71 1450 52 1457 43 1468 73

KM10-060-

ZR46 2.825 1.19 0.2323 0.73 0.61 1347 18 1362 18 1386 33

KM10-063-

ZR47 3.388 1.34 0.2693 0.89 0.67 1537 24 1502 21 1451 35

KM10-064-

ZR48 4.788 1.34 0.3164 0.88 0.65 1772 27 1783 22 1795 34

KM10-065-

ZR49 2.238 1.40 0.2056 0.92 0.65 1205 20 1193 20 1171 39

KM10-066-

ZR50 2.273 1.38 0.2072 0.84 0.61 1214 19 1204 19 1186 41

KM10-067-

ZR51 2.820 1.08 0.2354 0.70 0.65 1363 17 1361 16 1358 28

KM10-068-

ZR52 4.862 1.52 0.3251 1.04 0.69 1814 33 1796 25 1774 38

KM10-069-

ZR53 2.672 1.41 0.2302 0.92 0.65 1335 22 1321 21 1297 39

KM10-070-

ZR54 2.679 1.42 0.2336 0.76 0.54 1353 19 1323 21 1273 44

KM10-073-

ZR55 2.379 1.44 0.2162 0.83 0.58 1262 19 1236 20 1192 44

KM10-074-

ZR56 2.743 1.64 0.2343 1.23 0.75 1357 30 1340 24 1314 39

KM10-075-

ZR57 2.345 2.13 0.2093 1.48 0.69 1225 33 1226 30 1227 58

KM10-076-

ZR58 5.143 1.45 0.3270 1.16 0.80 1824 37 1843 25 1865 28

KM10-077-

ZR59 2.271 1.08 0.2084 0.71 0.66 1220 16 1203 15 1173 28

KM10-079-

ZR61 2.423 1.71 0.2152 1.17 0.69 1256 27 1249 24 1237 46

KM50-004-

ZR1 2.188 2.93 0.1659 2.42 0.83 989 44 1177 40 1541 59

KM50-005-

ZR2 3.624 1.30 0.2773 0.97 0.75 1578 27 1555 21 1524 29

50

KM50-006-

ZR3 3.297 1.10 0.2640 0.76 0.69 1510 20 1480 17 1438 27

KM50-008-

ZR5 3.151 4.50 0.2403 3.36 0.75 1388 84 1445 68 1531 110

KM50-010-

ZR7 4.779 0.87 0.3216 0.58 0.67 1798 18 1781 15 1762 19

KM50-014-

ZR9 2.133 1.20 0.1988 0.80 0.67 1169 17 1160 17 1142 32

KM50-015-

ZR10 3.089 0.85 0.2474 0.64 0.75 1425 16 1430 13 1437 16

KM50-016-

ZR11 2.400 1.17 0.2133 0.77 0.66 1247 18 1243 17 1236 31

KM50-017-

ZR12 3.565 0.77 0.2769 0.55 0.71 1576 15 1542 12 1495 15

KM50-018-

ZR13 2.899 2.15 0.2417 1.60 0.74 1396 40 1382 32 1360 53

KM50-019-

ZR14 3.272 1.17 0.2558 0.83 0.72 1468 22 1475 18 1483 27

KM50-024-

ZR17 2.439 1.63 0.2215 1.17 0.72 1290 27 1254 23 1193 42

KM50-025-

ZR18 3.137 1.14 0.2489 0.87 0.76 1433 22 1442 17 1455 24

KM50-026-

ZR19 3.181 1.40 0.2615 0.92 0.65 1497 24 1453 22 1388 38

KM50-027-

ZR20 3.566 0.96 0.2743 0.50 0.52 1563 14 1542 15 1514 27

KM50-028-

ZR21 1.876 1.35 0.1856 0.64 0.48 1097 13 1073 18 1023 45

KM50-029-

ZR22 4.584 1.33 0.3121 1.05 0.79 1751 32 1746 22 1741 26

KM50-030-

ZR23 3.336 1.03 0.2706 0.70 0.68 1544 19 1490 16 1413 25

KM50-033-

ZR24 2.254 1.04 0.2105 0.65 0.63 1232 15 1198 15 1138 28

KM50-034-

ZR25 6.653 0.80 0.3901 0.57 0.72 2123 21 2066 14 2010 14

KM50-036-

ZR27 5.342 0.95 0.3436 0.67 0.71 1904 22 1876 16 1844 20

KM50-037-

ZR28 3.120 1.10 0.2445 0.94 0.86 1410 24 1438 17 1478 16

KM50-038-

ZR29 3.674 1.10 0.2772 0.76 0.69 1577 21 1566 17 1550 26

KM50-039-

ZR30 3.715 0.92 0.2793 0.62 0.67 1588 17 1575 15 1557 22

KM50-043-

ZR31 3.547 3.58 0.2559 2.48 0.69 1469 65 1538 56 1634 94

KM50-044-

ZR32 3.425 3.33 0.2593 2.53 0.76 1486 67 1510 52 1544 79

KM50-045-

ZR33 3.375 2.16 0.2680 1.43 0.66 1531 39 1499 34 1453 60

KM50-046-

ZR34 3.323 1.48 0.2661 1.10 0.74 1521 30 1487 23 1438 35

KM50-047-

ZR35 3.292 1.92 0.2609 1.43 0.74 1495 38 1479 30 1457 46

KM50-048-

ZR36 3.716 1.29 0.2749 0.86 0.67 1566 24 1575 20 1587 33

KM50-049-

ZR37 7.077 1.31 0.3775 1.00 0.76 2064 35 2121 23 2176 26

51

KM50-058-

ZR44 5.060 6.19 0.3124 4.67 0.75 1753 142 1829 102 1918 142

KM50-060-

ZR46 3.725 2.19 0.2724 1.63 0.74 1553 45 1577 35 1608 52

KM50-064-

ZR48 3.866 1.74 0.2940 1.09 0.63 1662 32 1607 28 1535 49

KM50-066-

ZR50 3.199 4.59 0.2572 3.38 0.74 1475 89 1457 70 1430 116

KM50-068-

ZR52 1.846 5.36 0.1798 3.81 0.71 1066 75 1062 69 1054 148

KM50-069-

ZR53 3.266 7.02 0.2642 5.13 0.73 1511 138 1473 106 1418 178

KM50-073-

ZR55 3.429 1.75 0.2670 1.05 0.60 1526 29 1511 27 1490 51

KM50-074-

ZR56 5.008 2.64 0.3348 1.68 0.63 1862 54 1821 44 1774 72

KM50-076-

ZR58 3.204 6.12 0.2579 4.26 0.70 1479 112 1458 93 1427 163

KM50-077-

ZR59 3.257 5.36 0.2531 3.31 0.62 1455 86 1471 82 1494 155

KM102-

004-ZR1 3.197 1.71 0.2561 1.35 0.79 1470 36 1457 26 1437 37

KM102-

005-ZR2 2.700 2.68 0.2290 1.93 0.72 1329 46 1328 39 1326 70

KM102-

006-ZR3 2.903 2.69 0.2462 1.90 0.71 1419 48 1383 40 1327 71

KM102-

007-ZR4 3.484 3.66 0.2776 2.62 0.72 1579 73 1524 57 1447 94

KM102-

008-ZR5 2.886 1.92 0.2439 1.27 0.66 1407 32 1378 29 1334 53

KM102-

009-ZR6 3.013 5.36 0.2541 3.87 0.72 1460 101 1411 80 1338 139

KM102-

010-ZR7 7.464 1.45 0.4066 0.99 0.68 2200 37 2169 26 2139 34

KM102-

014-ZR9 3.567 1.34 0.2709 1.12 0.84 1546 31 1542 21 1538 24

KM102-

015-ZR10 5.111 1.77 0.3353 1.40 0.79 1864 45 1838 30 1808 37

KM102-

016-ZR11 3.217 1.75 0.2562 1.00 0.57 1471 26 1461 27 1448 52

KM102-

019-ZR14 2.828 1.26 0.2380 0.82 0.65 1376 20 1363 19 1342 34

KM102-

020-ZR15 2.813 1.28 0.2364 0.80 0.63 1368 20 1359 19 1345 35

KM102-

024-ZR16 4.913 1.75 0.3287 1.13 0.64 1832 36 1805 29 1773 47

KM102-

026-ZR18 4.731 1.18 0.3166 0.80 0.67 1773 25 1773 20 1772 29

KM102-

027-ZR19 2.419 0.98 0.2162 0.65 0.67 1262 15 1248 14 1225 24

KM102-

028-ZR20 5.190 1.59 0.3344 1.09 0.68 1860 35 1851 27 1841 40

KM102-

029-ZR21 2.885 1.61 0.2407 1.15 0.71 1390 29 1378 24 1359 41

KM102-

030-ZR22 2.925 2.86 0.2433 2.13 0.74 1404 54 1388 43 1365 72

KM102-

033-ZR23 2.747 7.30 0.2310 5.84 0.80 1340 140 1341 106 1344 164

52

KM102-

035-ZR25 3.087 2.50 0.2572 1.79 0.72 1475 47 1429 38 1362 65

KM102-

036-ZR26 2.842 2.32 0.2431 1.78 0.77 1403 45 1367 35 1311 55

KM102-

037-ZR27 2.878 11.56 0.2376 6.75 0.58 1374 166 1376 167 1379 340

KM102-

038-ZR28 4.407 2.79 0.3080 1.95 0.70 1731 59 1714 46 1692 72

KM102-

039-ZR29 3.208 8.50 0.2636 6.40 0.75 1508 171 1459 128 1388 207

KM102-

040-ZR30 5.961 2.08 0.3666 1.50 0.72 2013 52 1970 36 1925 49

KM102-

043-ZR31 5.056 2.35 0.3356 1.57 0.67 1865 51 1829 39 1787 62

KM102-

044-ZR32 2.476 1.36 0.2197 0.94 0.69 1280 22 1265 20 1239 36

KM102-

045-ZR33 2.333 2.93 0.2104 2.20 0.75 1231 49 1222 41 1207 73

Figura 33: Histograma de idades U-Pb de grãos de zircão detrítico da Formação Jauru. (A)

Conglomerado; (B) Arenito; (C) Conglomerado; (D) Arenito; (E) Conglomerado e (F) Idades de todas

as amostras coletadas na Formação Jauru. (Maior fonte 1,5 – 1,4 Ga) / Qual área-fonte contribuiu mais

para origem do conglomerado e qual para o arenito

Tab. 7: Idades U-Pb obtidas nos grãos de zircão detrítico dos arenitos da Formação Jauru.

Isotopc ratios Ages (Ma)

Identifier

207Pb/

235U

±1σ 206

Pb/ 238

U ±1σ

Error

Corr.

206Pb/

238U

±2σ 207

Pb/ 235

U ±2σ

207Pb/

206Pb

±2σ

KM20-004-

ZR1 3.273 0.90 0.2631 0.71 0.79 1506 19 1475 14 1430 15

KM20-005-

ZR2 3.224 6.63 0.2615 4.89 0.74 1498 130 1463 100 1413 166

KM20-006-

ZR3 2.915 8.68 0.2410 5.78 0.67 1392 144 1386 127 1376 239

53

KM20-015-

ZR8 3.000 4.51 0.2419 3.14 0.70 1397 79 1408 68 1424 120

KM20-016-

ZR9 3.595 4.06 0.2677 2.78 0.69 1529 76 1548 63 1575 108

KM20-018-

ZR11 2.734 1.63 0.2288 1.10 0.67 1328 26 1338 24 1352 44

KM20-021-

ZR12 3.074 1.90 0.2457 1.63 0.86 1416 41 1426 29 1441 34

KM20-022-

ZR13 1.921 3.75 0.1849 2.55 0.68 1094 51 1089 49 1078 107

KM20-028-

ZR17 2.432 2.17 0.2161 1.54 0.71 1261 35 1252 31 1237 58

KM20-029-

ZR18 1.710 3.94 0.1664 2.83 0.72 992 52 1012 50 1056 107

KM20-030-

ZR19 2.771 1.55 0.2219 1.35 0.87 1292 32 1348 23 1437 25

KM20-033-

ZR20 1.824 1.09 0.1806 0.67 0.62 1070 13 1054 14 1021 31

KM20-034-

ZR21 2.351 1.49 0.2118 1.02 0.68 1238 23 1228 21 1210 40

KM20-036-

ZR23 5.180 2.49 0.3377 1.59 0.64 1876 52 1849 42 1820 67

KM20-040-

ZR25 2.682 2.96 0.2332 2.18 0.74 1351 53 1323 43 1279 75

KM20-041-

ZR26 3.005 4.43 0.2408 3.31 0.75 1391 83 1409 66 1437 109

KM20-042-

ZR27 2.172 5.39 0.1857 3.12 0.58 1098 63 1172 74 1311 165

KM20-050-

ZR30 12.518 3.86 0.5210 2.51 0.65 2703 110 2644 71 2599 96

KM20-052-

ZR32 2.633 6.37 0.2289 3.99 0.63 1329 95 1310 92 1280 187

KM20-053-

ZR33 2.001 7.05 0.1888 4.24 0.60 1115 86 1116 93 1118 217

KM20-057-

ZR35 6.138 5.21 0.3703 3.50 0.67 2031 121 1996 89 1959 134

KM20-058-

ZR36 3.025 5.18 0.2382 3.67 0.71 1377 91 1414 78 1469 135

KM20-060-

ZR38 3.266 2.29 0.2621 1.61 0.70 1501 43 1473 35 1433 60

KM20-061-

ZR39 3.375 1.36 0.2703 1.18 0.86 1543 32 1499 21 1437 22

KM20-062-

ZR40 3.288 1.16 0.2630 0.88 0.76 1505 24 1478 18 1440 25

KM20-063-

ZR41 2.476 6.19 0.2097 4.48 0.72 1227 100 1265 88 1330 161

KM20-064-

ZR42 3.162 2.35 0.2503 1.70 0.72 1440 44 1448 36 1459 60

KM20-067-

ZR43 4.742 2.31 0.2996 1.47 0.64 1690 44 1775 38 1876 62

KM20-069-

ZR45 4.306 6.26 0.2929 4.46 0.71 1656 130 1695 101 1743 156

KM20-071-

ZR47 4.210 3.72 0.2984 2.29 0.62 1683 68 1676 60 1667 106

KM20-072-

ZR48 2.603 4.65 0.2139 3.35 0.72 1249 76 1302 67 1388 120

KM20-073-

ZR49 3.377 1.51 0.2727 1.10 0.72 1555 30 1499 24 1421 37

54

KM20-074-

ZR50 2.848 1.50 0.2285 1.26 0.84 1327 30 1368 22 1434 28

KM20-077-

ZR51 3.351 0.95 0.2649 0.67 0.71 1515 18 1493 15 1462 21

KM20-078-

ZR52 2.279 1.38 0.2069 1.28 0.92 1212 28 1206 19 1194 15

KM20-079-

ZR53 7.618 0.99 0.4126 0.83 0.85 2227 31 2187 18 2150 13

KM20-080-

ZR54 1.604 1.30 0.1634 0.89 0.68 975 16 972 16 963 35

KM20-081-

ZR55 2.632 0.91 0.2230 0.69 0.76 1298 16 1310 13 1329 18

KM20-082-

ZR56 3.155 1.99 0.2556 1.50 0.75 1467 39 1446 30 1415 48

KM20-083-

ZR57 2.397 1.14 0.2134 0.79 0.69 1247 18 1242 16 1233 29

KM70-004-

ZR1 2.914 2.94 0.2314 2.28 0.78 1342 55 1386 44 1453 68

KM70-005-

ZR2 2.881 1.33 0.2363 0.96 0.72 1368 24 1377 20 1391 32

KM70-007-

ZR4 4.097 1.14 0.2870 0.86 0.76 1627 25 1654 19 1688 24

KM70-009-

ZR6 8.962 1.08 0.4416 0.74 0.69 2358 29 2334 20 2313 23

KM70-010-

ZR7 2.761 1.49 0.2309 1.10 0.74 1339 27 1345 22 1354 36

KM70-013-

ZR8 1.819 1.26 0.1794 0.81 0.64 1063 16 1052 16 1029 36

KM70-015-

ZR10 2.927 0.95 0.2457 0.68 0.72 1416 17 1389 14 1348 21

KM70-016-

ZR11 1.554 3.30 0.1592 2.18 0.66 952 39 952 40 952 99

KM70-017-

ZR12 2.960 2.77 0.2466 1.86 0.67 1421 47 1397 42 1362 76

KM70-019-

ZR14 2.840 1.19 0.2389 0.78 0.65 1381 19 1366 18 1342 32

KM70-020-

ZR15 4.749 1.36 0.3156 0.90 0.67 1768 28 1776 23 1785 34

KM70-023-

ZR16 2.709 1.94 0.2295 1.36 0.70 1332 33 1331 29 1329 51

KM70-024-

ZR17 3.435 1.39 0.2629 1.04 0.75 1505 28 1512 22 1523 32

KM70-025-

ZR18 2.417 1.12 0.2198 0.83 0.74 1281 19 1248 16 1190 26

KM70-027-

ZR20 2.928 0.93 0.2458 0.61 0.65 1417 15 1389 14 1347 23

KM70-028-

ZR21 2.405 1.07 0.2141 0.84 0.79 1250 19 1244 15 1233 22

KM70-029-

ZR22 3.502 1.17 0.2758 0.80 0.69 1570 22 1528 18 1469 29

KM70-033-

ZR24 2.233 1.29 0.2063 0.92 0.71 1209 20 1192 18 1160 32

KM70-034-

ZR25 2.408 1.40 0.2113 1.21 0.86 1236 27 1245 20 1261 23

KM70-035-

ZR26 5.442 1.11 0.3432 0.83 0.75 1902 27 1892 19 1880 23

KM70-036-

ZR27 3.391 1.02 0.2642 0.68 0.67 1511 18 1502 16 1490 25

55

KM70-038-

ZR29 1.623 1.54 0.1615 1.05 0.68 965 19 979 19 1010 43

KM70-039-

ZR30 3.284 1.80 0.2637 1.56 0.87 1509 42 1477 28 1432 31

KM70-043-

ZR31 2.208 1.03 0.2031 0.71 0.69 1192 15 1184 14 1168 26

KM70-044-

ZR32 1.919 1.37 0.1777 0.90 0.66 1054 18 1088 18 1155 38

KM70-045-

ZR33 2.553 1.36 0.2172 0.96 0.71 1267 22 1287 20 1321 34

KM70-046-

ZR34 2.468 0.88 0.2193 0.70 0.80 1278 16 1263 13 1236 15

KM70-047-

ZR35 2.707 1.52 0.2272 1.27 0.84 1320 30 1330 22 1347 28

KM70-048-

ZR36 2.886 1.13 0.2378 0.87 0.77 1375 21 1378 17 1382 24

KM70-049-

ZR37 2.809 3.21 0.2273 2.33 0.73 1320 56 1358 47 1417 82

KM70-050-

ZR38 2.822 4.51 0.2386 3.15 0.70 1380 78 1362 67 1333 122

KM70-053-

ZR39 3.540 2.34 0.2603 1.79 0.76 1491 48 1536 37 1598 54

KM70-054-

ZR40 2.383 3.26 0.2125 2.12 0.65 1242 48 1238 46 1230 95

KM70-055-

ZR41 2.627 2.94 0.2254 2.01 0.68 1310 48 1308 43 1304 81

KM70-056-

ZR42 3.026 1.38 0.2439 0.79 0.58 1407 20 1414 21 1425 40

KM70-057-

ZR43 3.285 1.21 0.2608 0.93 0.77 1494 25 1478 19 1454 26

KM70-058-

ZR44 2.731 1.07 0.2312 0.70 0.65 1341 17 1337 16 1331 28

KM70-059-

ZR45 3.017 2.86 0.2430 2.09 0.73 1403 53 1412 43 1426 72

KM70-060-

ZR46 2.862 1.58 0.2407 1.15 0.73 1390 29 1372 24 1343 39

KM70-063-

ZR47 2.524 1.51 0.2231 1.18 0.78 1298 28 1279 22 1247 33

KM70-064-

ZR48 2.332 1.07 0.2087 0.72 0.67 1222 16 1222 15 1223 28

KM70-065-

ZR49 2.335 1.18 0.2065 0.75 0.64 1210 17 1223 17 1245 32

KM70-067-

ZR51 2.202 1.11 0.2023 0.81 0.73 1188 18 1182 15 1171 26

KM70-068-

ZR52 2.445 1.40 0.2117 0.83 0.59 1238 19 1256 20 1287 41

KM70-070-

ZR54 5.174 1.59 0.3480 1.06 0.67 1925 35 1848 27 1763 41

KM70-073-

ZR55 5.860 1.98 0.3730 1.63 0.82 2044 57 1955 34 1863 38

KM70-074-

ZR56 3.043 1.34 0.2500 0.90 0.67 1438 23 1418 20 1389 35

KM70-075-

ZR57 2.716 3.79 0.2293 2.58 0.68 1331 62 1333 56 1335 105

KM70-076-

ZR58 1.554 4.94 0.1611 3.62 0.73 963 65 952 60 927 134

KM70-077-

ZR59 1.568 3.15 0.1550 2.14 0.68 929 37 958 39 1024 91

56

KM70-078-

ZR60 2.665 1.20 0.2247 0.81 0.68 1307 19 1319 18 1338 31

KM70-079-

ZR61 2.202 1.64 0.1998 1.22 0.74 1174 26 1182 23 1195 41

Figura 34: População dos grãos de zircão detrítico da Formação Jauru. Os conglomerados e

arenitos apresentam populações similares, idades mínimas e máximas aproximadas.

III. 5. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

A deposição da formação Jauru ocorreu em uma calha NS durante o carbonífero. A calha

sedimentar, semelhante a um rifte abortado, como reflexo de uma ruptura continental. A

Formaçã Jauru apresenta-se correlacionada a Formação Pimenta Bueno da Bacia dos Parecis,

com mesma idade e conteúdo fossílifero/palinomófos. Acredita-se que o sistema de riftes

precursores a deposição da Bacia dos Parecis abrangem a calha onde depositou-se a Formação

Jauru.

A idade de exumação e aquecimento regional associado a magmatismo Tapirapuã/Anari é

de 199 ± 23 Ma para Formação Jauru e 219 ± 26 Ma para o embasamento, concordantes

dentro do erro experimental existente (± 1σ). Essas idades indicam um evento geológico

ocorrido durante o Triássico e Jurássico (Mesozóico), o derrame basáltico das Formações

Tapirapuã e Anari. A Formação Anari e Tapirapuã correspondem aos afloramentos de

57

basaltos da porção sudoeste do Gráben Colorado e também afloraram na região de Tangará da

Serra (MT). Durante o Mesozóico, acontecia na região Amazônica outro evento extensional

relacionado à separação entre a América do Sul e a África (Bahia, 2007), onde os relevos

deprimidos foram preenchidos por rochas sedimentares e vulcânicas, registrado próximo aos

grábens colorado e Pimenta Bueno da Bacia dos Parecis com os derrames de basalto das

Formações Anari e Tapirapuã (Juro-Cretácea).

A proveniência dos sedimentos que construiriam a Formação Jauru se trata do seu

próprio embasamento, cujas áreas fontes se tratam dos Terrenos Paraguá, Rio Alegre e Jauru.

Os picos de idades são entre 1400 a 1500 do Terreno Jauru e Rio Alegre (Suítes Intrusiva

Santa Helena, Suíte Intrusiva Santa Rita e Suíte Intrusiva Pindaituba), mas há contribuições

importantes do Terreno Paraguá, 1300 Ma (Suíte Intrusiva Pensamiento) e das Faixas Sunsás

e Aguapeí, 1100 a 900 Ma (Suítes Intrusivas Sunsás e Guapé).

Agradecimentos

Agradecemos a todos os colaboradores que ajudaram neste trabalho, ao laboratório

DETRANES da UNESP de Presidente Prudente (SP). Agradeço a FAPEMAT/CAPES pela

concessão de bolsa de mestrado, ao Programa de Pós-graduação em Geociências e ao Grupo

de Pesquisa Guaporé pelo apoio no desenvolvimento do trabalho. Ao GEOCIAM e ao Projeto

LBT Rede Tectônica Petrobras pelo apoio financeiro. Todos contribuíram de forma

significativa para que o primeiro trabalho utilizando-se do Método dos Traços de Fissão

pudesse ser realizado na Faculdade de Geociências (FAGEO) da UFMT, dando início as

atividades pioneiras do Laboratório de Traços de Fissão (LABTRAÇOS).

58

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60

CAPÍTULO IV

CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES

Dos resultados extraídos pela análise dos dados de campo foi possível definir os limites

da Formação Jauru, que se mostrou diferente do que está descrita do que se apresenta no

Relatório da Folha Jauru (Matos et al. 2009). Esperava-se encontrar uma calha mais alongada

que se estenderia do município de Figueirópolis d’Oeste até Porto Esperidião, mas na segunda

etapa de campo observou-se um limite bem menor do que seria a porção sul da Formação,

ocupando a região central do município de Figueirópolis d’Oeste.

As idades MTFZ do embasamento (219 ± 26 Ma) e da Formação Jauru (199 ± 23 Ma)

indicam um evento geológico ocorrido durante o Triássico e Jurássico da Era Mesozóica. As

idades U-Pb apresentaram um intervalo de idades entre 900 e 2800 Ma, com picos de idade

em 900, 1300, 1400, 1500 e 1800 Ma, indicando uma área-fonte de rochas do

Paleoproterozóico, Mesoproterozóico e Neoproterozóico, com uma maior contribuição de

rochas do Mesoproterozóico.

A idade disponível na literatura para a Formação Jauru compreende o intervalo de 359 -

347 Ma (Figueiredo & Olivatti, 1976). Isso indica que os sedimentos provenientes das áreas-

fonte (Terrenos Paraguá, Rio Alegre e Jauru), com idades entre 900 e 2800 Ma, foram

depositados nesse período. Há aproximadamente 200 Ma esses zircões registraram o evento

de derrame basáltico das Formações Tapirapuã e Anari, conforme apontam as idades obtidas

via MTFZ. A Formação Anari e Tapirapuã correspondem aos afloramentos de basaltos da

porção sudoeste do Gráben Colorado e também afloraram na região de Tangará da Serra

(MT). Durante o Mesozoico, acontecia na região Amazônica um outro evento extensional

relacionado a separação entre a América do Sul e a África (Bahia, 2007), onde os relevos

deprimidos foram preenchidos por rochas sedimentares e vulcânicas, registrado na Bacia dos

Parecis com os derrames de basalto das Formações Anari e Tapirapuã, de idade Juro-

Cretácea.

As rochas que preencheram o gráben da Formação Jauru apresentam uma forte

contribuição proveniente de rochas Mesoproterozoicas, relacionada ao seu próprio

embasamento (Terrenos Paraguá, Rio Alegre e Jauru). Os picos de idades registrados na

análise U-Pb em zircão detrítico indicam que a principal área-fonte se trata rochas do Terreno

Jauru.

61

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