Provérbios (Moody)

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INTRODUO A Doutrina dos Provrbios. A essncia do Livro dos Provrbios o ensino da moral e dos princpios ticos. A peculiaridade deste livro que ele ensina principalmente por meio de contrastes. Especialmente dignos de nota so os captulos 10-15, onde quase todo versculo distingue-se pela palavra "mas". Na primeira seo, os captulos 1-9, tambm foram empregados contrastes entre o bem e o mal. O bem nesta seo est indicado por diversas palavras sabedoria, instruo, entendimento, justia, juzo, eqidade, conhecimento, discernimento, saber, conselhos mas especialmente sabedoria, que aparece dezessete vezes nesta poro e vinte e duas vezes no restante do livro. A bem conhecida declarao de 1:7, "o temor do Senhor o princpio do saber", repetida no final da seo (9:10) pode ser considerada o tema do livro. Esta declarao reaparece ao p da letra (com as clusulas invertidas) no alfabtico Salmo 111:10, e em forma quase idntica no clmax do captulo 28 de J, o qual descreve em forma altamente potica a busca da sabedoria.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 2 Peculiar a esta seo de Provrbios a personificao da sabedoria como se fosse uma mulher. Pela primeira vez aparece em 3:15. Provrbios 7:4 abre o caminho personificao: "Dize sabedoria: Tu s minha irm". Ela se completa nos captulos 8 e 9, onde a Sabedoria convida os tolos a participarem de sua festa. S em Provrbios e s nesta primeira parte a sabedoria foi assim personificada. essencial compreenso desta primeira parte que se reconhea esta personificao. Considerando que "sabedoria" em hebraico um substantivo feminino, natural e prontamente personificada em uma mulher. Mais do que isto, o autor aqui contrasta a "sabedoria", uma mulher virtuosa, com a prostituta, a mulher estranha. E tal como a sabedoria representa todas as virtudes, provavelmente a mulher estranha tipifica e inclui todo o pecado. O contraste estudado e artstico. A Sabedoria clama nas ruas (8:3). Seu convite : "Quem simples, volte-se para aqui" (9: 4). Em contraste, a mulher tola, que convida s guas roubadas e cujos convidados esto nas profundezas do inferno (9:17,18), faz um convite idntico: "Quem simples, volte-se para aqui" (9: 16). A Sabedoria chama os simples a abandonarem o pecado; a prostituta os chama indulgncia para com ele. Esta seo, Provrbios 1 a 9, contrasta portanto o pecado com a justia. As palavras "sabedoria", "instruo", "entendimento", etc., atravs de toda esta passagem, no se referem simplesmente inteligncia e capacidade humanas; mas antes contrastam com aquilo que mau. A sabedoria conforme usada aqui portanto uma qualidade moral. Deve-se notar que este um uso especial. Na maior parte do Velho Testamento, a sabedoria simplesmente capacidade ou sagacidade. At no Eclesiastes, onde a sabedoria tambm foi enfatizada, apenas inteligncia humana e portanto foi colocada ao lado da loucura como vaidade (Ec. 2:12-15). S em J 28 e em certos salmos (37:30; 51: 6; 91: 12; 111:10) que se nota o conceito proverbial da sabedoria. Mesmo a sabedoria pela qual

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 3 Salomo se tornou famoso nos livros histricos no era exatamente esta sabedoria. Ele ficou famoso por sua capacidade na cincia natural (I Reis 4:33), na jurisprudncia (I Reis 31 16-28) e por sua grande inteligncia (I Reis 10:1-9). Provrbios acrescenta ao conceito da acuidade mental a retido moral a nica que d mrito inteligncia. Na segunda seo, os Provrbios de Salomo, 10:1 22:16, a doutrina apresentada quase que exclusivamente atravs de versculos isolados. Atravs do captulo 15, o ensino feito por meio de contraste, indicado por um 'irias" no meio de quase todos os versculos. Subseqentemente h paralelos de idias mais freqentes que os contrastes. Esta seo cobre uma larga escala de assuntos e torna difcil fazer um esboo. O ponto de vista, contudo, bastante consistente. Salomo faz um contraste entre a sabedoria e a loucura. E, como na Seo l, no a inteligncia versus a estupidez; a sabedoria moral versus o pecado. Nesta seo a sabedoria no est personificada, mas os mesmos sinnimos da Seo I foram usados aqui em se tratando dela entendimento, justia, instruo. O louco tambm tem o seu paralelo: o zombador, o preguioso, o obstinado. As sees seguintes (veja Esboo) continua nesta linha. Conforme Toy destaca (Crawford H. Toy, ICC sobre Proverbs, pg. xi), a tica do livro muito alta. Honestidade, verdade, respeito pela vida e propriedade so os pontos nos quais se insiste. Os homens so aconselhados a exercerem a justia, o amor, a misericrdia para com os outros. Uma boa vida familiar, com cuidadosa educao das crianas e um alto padro feminino o que se reflete. Quanto ao aspecto religioso, o Senhor se entende como o autor da moral e da justia, e o monotesmo pressuposto. As referncias Lei e profecia (29:18) ao sacerdcio e aos sacrifcios (15:8; 21:3, 27) so poucas, no entanto. O autor fala de si mesmo, inculcando princpios de boa conduta como vindos do Senhor. Autoria. O nome de Salomo aparece em trs partes do livro - 1:1; 10:1; 25:1. H portanto uma reivindicao de autoria salomnica para a

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 4 maior parte das sees, na realidade para quase todas com exceo das Partes III, 22:17 24:22; IV, 24:23-34; e VI 30:1 31:31. Esta reivindicao discutida por mestres da crtica. Toy (op. cit., pg. xix) que nega a autoria mosaica do Pentateuco e defende que Isaas e os profetas no escreveram os livros que lhes so atribudos, mais do que naturalmente no d a Salomo o crdito da autoria aqui. Com base em muitas indicaes internas, ele atribui o livro a uma data ps-exlica. Driver (S.R. Driver, Introduction to the Literature of the Old Testament 4 ed., pgs. 381 e segs.) defende que partes do livro so prexlicas, mas pouco atribui a Salomo, se que atribui. Pfeiffer (Robert H. Pfeiffer, Introduction to the Old Testament, pgs. 649-659) examina detalhadamente as caractersticas internas de Provrbios com a inteno de datar diversos perodos. Considerando que a literatura da Sabedoria do Egito datada de 1700-1500A.C, era puramente secular, ele conclui que o estrato religioso de Provrbios deve provir do sculo quarto A.C. Depois de reconstruir a seu bel-prazer a histria do pensamento israelita, ele data o livro de Provrbios relacionando-o com esse desenvolvimento. Sua concluso que o livro foi terminado depois de 400 A.C. e algum tempo depois do fim do terceiro sculo. W. F. Albright ("Some Cannanite-Phoenician Sources of Hebrew Wisdom" in Wisdom in Israel and the Ancient Near East, ed. por M. Noth e D.W. Thomas, pg,13) estuda a semelhana da linguagem com o ugarita e argumenta que o livro em "seu contedo total" provavelmente pr-exlico, mas que grande parte dele foi transmitido oralmente at o sculo quinto. Ele defende que provvel que haja um ncleo salomnico. Consulte tambm um artigo escrito por Cullen I.K. Story, um dos alunos de Albright, The Book of Proverbs and Northwest Semitic Literature", JBL, LXIV, 1945, 319-337. Charles T. Fritsch (The Book of Proverbs, IB, Vol. IV, pg. 775) defende a mesma opinio com motivos semelhantes.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 5 Oesterley (W.O.E. Oesterley, The Book of Proverbs, pg. xxvi) prefere colocar a maior parte do livro no perodo pr-exlico, mas data a Seo I, 1:1 - 9:18, e a Seo VI, 30:1 - 31:31, do terceiro sculo "e muito provavelmente mais tarde ainda". O fato que por mais que se d ateno a estas evidncias internas no se consegue datar corretamente o livro ou as suas colees. Assumindo que provrbios seculares tenham precedido os religiosos, ou as mximas mais simples s variedades mais desenvolvidas, ainda se pode considerar que o desenvolvimento at o complexo e o religioso j estava completo antes do tempo de Salomo. Considerando que Jeremias se ops aos sbios do seu tempo (Jr. 18:18), isto nada prova em relao s datas. Ele tambm se ops aos sacerdotes, profetas e reis, mas isto no prova que tais cargos tenham sido ps-exlicos! A mais promissora maneira de tratar o assunto em relao determinao da data por meio do critrio interno a de Albright em sua comparao com as palavras e formas ugaritas. Nossas evidncias externas no so to completas quanto gostaramos que fossem, mas no devem ser totalmente ignoradas. Provrbios 15:8, por exemplo, foi citado com a frmula "est escrito" no Documento Zadoquita (col. XI, linha 20; C. Rabin, The Zadokite, Documents, pg. 58). Isto mostra que o livro era considerado cannico no segundo sculo A.C. A produo Salomnica de Provrbios e parbolas" foi citada em Eclesiastes 48:17, datada de 180 A.C. No h nenhuma evidncia que seja anterior a esta data. Oesterley reivindica um caso de emprstimo feito ao livro de Provrbios pela Story of Akikar no sculo quinze (veja os comentrios em 23:14). Qualquer opinio sobre a data do livro dever ser fortemente influenciada pela opinio que tem dos outros livros. Se algum defende que o Pentateuco no foi escrito antes de 400 A.C, e que os profetas foram na sua maioria ps-exlicos, ter de negar que Salomo escreveu os Provrbios. Se, contudo, a data pr-exlica do Pentateuco, Salmos e Profetas for aceita (como o faz este

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 6 autor), no temos motivos vlidos para negarmos a tradicional imputao salomnica s sees que levam o seu nome. Fritsch (op. cit., pg. 770) faz objees tradicional glorificao da sabedoria de Salomo quando "ele cometeu tantos erros tolos atravs de toda a sua vida em todos os setores". Esse parece ser um julgamento demasiadamente spero do mais brilhante rei de Israel. Que ele praticou erros em seu longo reinado de quarenta anos est claro; mas a arqueologia testifica da capacidade de Salomo na arquitetura, na administrao e suas descobertas na engenharia relativamente sua fundio de cobre em Eziom-Geber. verdade que em idade avanada ele se tomou tirnico (I Reis 12:10), mas seu declnio no deveria nos deixar cegos ao seu talento anterior. Muitos crticos fazem objees quanto ao carter de Salomo por causa de suas muitas esposas. Contudo, quando examinamos melhor os textos (e eles constituem nossa nica fonte), conclumos que eles no retratam Salomo como uma criatura concupiscente. Na qualidade de rei importante sobre uma regio que inclua muitos reis fantoches e cidades estados, sem dvida Salomo estava sujeito a muitos tratados. Certamente em muitos casos tais tratados eram selados com o casamento de Salomo com as filhas desses reis fantoches, conforme antigo costume e como foi no caso da aliana com o Egito (I Reis 9:16, 17). Sem dvida os casamentos de Salomo foram principalmente arranjos polticos. Seu erro no consistiu tanto na concupiscncia quanto na permisso que concedeu a suas politicamente importantes esposas de introduzirem seus cultos pagos na cidade de Deus (I Reis 11 : 7-9). Os autores das outras sees dos Provrbios (III, 22:17 24:22; IV, 24:2324; VI, 30:1 31:31) so completamente desconhecidos. Veja observaes no Comentrio. No podemos, portanto, ser dogmticos quanto s suas datas, exceto quanto a dizer que no h necessidade de colocarmos a edio final do livro depois do encerramento tradicional do perodo bblico - cerca de 400 A.C.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 7 As Colees dentro dos Provrbios. Toy (op. cit., pp. vii, viii) e outros que concordam com ele, tm argumentado que o aparecimento da mesma linha ou verso em diversas partes do livro prova que diversos autores cooperaram na formao do mesmo. Toy faz uma lista de ms de cinqenta similaridades, embora algumas no sejam muito exatas. Inadvertidamente ele omite 15:13 e 17:22. A maior parte desses paralelos foram destacados na parte do Comentrio deste exame. Toy no deu ateno suficiente para o fato bvio de que, em muitos casos, a poro de um versculo fosse repetida com variaes que tambm so significativas. Tais repeties no provam nada quando autoria variada dos provrbios. s vezes, a repetio tambm vem dentro de uma seo que Toy defende ser uma coleo uniforme, como 14-12 e 16: 25. Aqui Toy v-se obrigado a sugerir a existncia de sub-colees. Mais ainda, h, uma repetio semelhante em uma obra egpcia considerada de autoria nica (cons. Comentrio sobre 22:28). Ao que parece, a alegao de Toy baseia-se em uma suposio ilusria. Est claro que, dentro do livro dos Provrbios, h muitas colees distintas, conforme os ttulos indicam; mas as evidncias internas de tais paralelos so suficientes para invalidar a autoria de Salomo nas pores que lhe so atribudas. Provrbios e outra Literatura da Sabedoria. Tal como a poesia antiga no se limitou aos hebreus, assim a forma literria dos Provrbios no tambm unicamente hebria. No nos surpreenderamos em descobrir que h colees de provrbios do antigo Egito ou Mesopotmia. Diversas dessas obras tm ttulos, nus duas so especialmente importantes Story of Ahikar e Wisdom of Amen-em-Opet que devem ser consideradas de categoria inferior em algum detalhes. Uma das mais antigas dessas obras da Sabedoria a Instruction of Ptah-Hotep, de cerca de 2450A.C, no Egito. So poucos os paralelos que poderamos citar entre essa obra e o Livro de Provrbios, mas o seu estilo proverbial e as idias so semelhantes em alguns ursos. Por exemplo, ela ordena a obedincia dos filhos, a humildade, a justia, o cuidado junto mesa de um nobre, o ouvir mais que falar, etc. bvio

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 8 que tais advertncias pias so antigas e eram propriedade comum do Oriente. Paralelos entre tais obras e o livro de Provrbios nada provam quanto origem do nosso livro. Observaes semelhantes se aplicam a Instruction of Ani, e outras obras antigas do Egito. Poderamos mencionar algumas obras da literatura da Mesopotmia. O assim chamado J da Babilnia, intitulado Louvarei o Senhor da Sabedoria faz-nos lembrar de uma certa maneira o J bblico quando conta a histria de um homem muito doente que foi curado pelos deuses. H tambm um Dilogo Sobre a Misria Humana, s vezes chamado de Eclesiastes da Babilnia. A semelhana com a linguagem do Eclesiastes bblico bem menor, mas inclui alguns poucos provrbios. Diversas tabuinhas babilnicas do sculo oito ou anteriores incluem provrbios ou conselhos sobre a retribuio do mal com o bem, sobre o no falar precipitadamente, sobre o no intrometer-se nas brigas alheias, etc. Novamente, considerando que tais princpios de moralidade so muito generalizados, sua presena nessas tabuinhas nada prova sobre a origem do Livro dos Provrbios, exceto que ele deveria naturalmente ser considerado segundo o seu fundo de cena. Exatamente como Moiss poderia ter recorrido s leis de Hamurabi, e Davi usou algumas das formas da poesia de Cana, assim Salomo e seus sucessores tinham abundncia de material a que recorrer para fins ilustrativos. Em todos esses casos, contudo, o antigo material comum foi moldado pelo autor hebreu, que foi inspirado pelo Esprito de Deus a escrever Suas revelaes para o Seu povo. (Todas essas obras podem ser convenientemente observadas na coleo editada por James B. Pritchard, Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament, 2 ed.). De mais importncia para o nosso estudo a Estria de Ahikar, uma estria da Mesopotmia enfeitada com muitos provrbios. A estria j conhecida h muito tempo, pois partes dela aparecem nos antigos autores cristos. Mas em 1906, onze papiros contendo a estria foram encontrados em escavaes na colina judia de Elefantina, no Egito. Esta cpia de cerca de 400 A.C. Ahikar foi conselheiro dos reis Senaqueribe

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 9 e Esaradom na Assria, em cerca de 700A.C. Ele adotou seu sobrinho, que por meio de mentiras conseguiu persuadir o rei a executar Ahikar. Mas os executores oficiais, sendo amigos do homem condenado, esconderam Ahikar por algum tempo, reempossando-o depois quando a ira do rei abrandou. Dois teros do livrinho compem-se dos ditos de Ahikar, que apresentam certos paralelos com Provrbios. W.O.E. Oesterley no seu The Book of Proverbs (pg. xxxvii-liii) faz uma lista de tanta e trs paralelos, que provavelmente um nmero um tanto exagerado. Story (op. cit., pgs. 329336) tambm apresenta comparaes importantes. Na sua maioria esses paralelos so generalizados. Por exemplo, Ahikar adverte os homens a que no olhem para uma mulher enfeitada e pintada ou que no a desejem, pois isto constitui pecado contra Deus (cons. Pv. 6:25, etc.). Ele tambm insiste com um pai a que domine seu filho enquanto ainda jovem, para que no se rebele quando ficar mais forte (cons. Pv. 19:18). Contudo, duvidamos que haja alguma ligao direta entre os provrbios de Ahikar e os da Bblia. Mais ainda, os provrbios de Ahikar tm falta de aspecto moral do Livro dos Provrbios. Eles no possuem o contraste entre o homem sbio versus o pecador que caracterstica dos Provrbios. So de aspecto mais secular. O Livro de Provrbios, contudo, ocasionalmente usa esta tela de fundo secular para desenvolver seus ensinamentos morais. Na verdade difcil ter-se a certeza se h alguma dependncia qual a obra devedora. A Estria de- Ahikar, embora se passe na Assria, era conhecida dos judeus e mais tarde dos cristos. Nossa melhor cpia vem de fonte judia. Os provrbios de Ahikar poderiam ter sido facilmente influenciados pelo Livro dos Provrbios ou pelo estoque geral dos provrbios judeus, o contrrio tambm sendo plausvel, (veja Comentrio sobre 23:14 quanto a um provvel caso de emprstimo feito por Ahikar dos Provrbios). Alguns acham que o caso outro em se tratando da Sabedoria de Amen-em-Opet do Egito. Esta notvel coleo de provrbios tem ainda mais paralelos com o livro bblico do que Ahikar. Sua data incerta. Os

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 10 papiros so mais antigos que a composio, a qual no pode ser datada. F.L. Griffith fez o trabalho principal da traduo do egpcio. Oesterley apresenta a data de Griffith para o livro como sendo o stimo ou sexto sculo A.C, e H.O. Lange ainda mais tarde. O prprio Oesterley atribui a obra ao sculo oito ou mais tarde (The Wisdom of Egypt, pgs. 9, 10), Albright favorece uma data posterior, em cerca de 1100-1000 A.C. (op. cit., pg. 6). Se esta data for sustentada, qualquer idia de derivao deve ser de um original egpcio. John A. Wilson (ANET, pg. 421), em sua traduo da obra, no se compromete quanto data. A natureza dos paralelos deve ser observada. Oesterley, em seu estudo perspicaz, observa que a Sabedoria de Amen-em-Opet muito anti-egpcia. Sua tica mato elevada e tem um desenvolvido conceito divino de monotesmo. Ele declara que "no se encontra nada semelhante na literatura egpcia do perodo pr-cristo" (op. cit., pg. 24). Oesterley encontra paralelos em diversos livros do Velho Testamento alm dos Provrbios, como por exemplo Dt. 19:14; 25:1315; 27:18; I Sm. 2:6-8; Sl. 1; Jr. 17:6 e segs. Essas passagem no so particularmente significativas, entretanto, pois a maior parte delas trata de temas que tambm aparecem em Provrbios, onde os paralelos so numerosos mais de quarenta relacionados por Oesterley (The Book of Proverbs, pgs, xxxvii-1iii). Os paralelos aparecem em diversas partes dos Provrbios, mas so particularmente notveis no trecho de 22:17 23:14. Todos esses versculos com exceo de cinco fazem paralelo com Amen-em-Opet. Mais notvel que tudo que o livro egpcio est dividido em trinta captulos (de considervel extenso) e conclui com uma exortao a que se d ateno a esses trinta captulos. Esta seo de Provrbios, incluindo 22: 17 24: 22, diz-se que contm trinta ditados (Oesterley, op. cit., pg. 192). As palavras introdutrias desta seo de Provrbios so: "Porventura no te escrevi excelentes coisas" (22:20). Isto poderia ser traduzido, mais justificadamente, com pequena alterao de vogais: "Porventura no te escrevi trinta ". Deve-se admitir que a descoberta de

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 11 exatamente trinta ditados nesses sessenta e nove versculos um tanto arbitrria. E os trinta ditados no so to longos como os trinta captulos do livro egpcio. Ainda mais, o paralelo notvel. Oesterley (The Wisdom of Egypt, pg. 105) destaca o fato curioso de que a seo de Pv. 22: 17 23:12 faz paralelos com todos exceto trs versculos esparsos da obra egpcia. Mas as demais partes dos Provrbios, que tm paralelos menos constantes, encontram esses paralelos de modo geral nos captulos X e XXI de Amen-em-Opet. Ele argumenta a partir disto com muita plausibilidade que o uso no que se refere ao emprstimo difere nas diferentes sees dos dois livros. Nenhuma das obras emprestou diretamente da outra. Em algumas sees, ambas emprestaram de um reservatrio comum de provrbios. Mas por causa do carter peculiar da obra egpcia, ele argumenta que a fonte de ambos est nos antecedentes da sabedoria e teologia hebraicas. Talvez possamos ir um pouco adiante. Muito se tem dito da traduo: "Porventura no te escrevi trinta coisas". Est claro que os trinta ditados nesta seo dos Provrbios no foram copiados dos trinta ditados egpcios. Na realidade, a ltima parte da seo dos Provrbios no tem paralelo qualquer com o livro egpcio. Os "trinta" de Provrbios poderia ter sido modelada segundo os "trinta" egpcios, mas de qualquer forma, no foram servilmente emprestadas. Antes, devemos ver aqui outro exemplo do uso caracterstico de nmeros na literatura da Sabedoria. Exemplos bem conhecidos so as referncias climticas "as trs coisas ... seno ... quatro" muito difceis para serem entendidas (Pv. 30:18 e segs.) ou as "seis coisas ... e a stima" (6:16-19). Tais referncias encontram par na literatura ugarita. Diz-se que Baal tem dois sacrifcios, sim, trs (C.H. Gordon, Ugaritic Literature, pg. 30). Baal captura sessenta e seis cidades, sim, setenta e sete cidades (ibid., pg. 36). Mais tarde, setenta e sete irmos, sim, oitenta e oito so mencionados (ibid., pg. 55). Muitos outros exemplos poderiam ser apresentados. Ao que parece, nos ditados de Amen-em-Opet e em Provrbios 22:20 temos dois exemplos do uso literrio do numeral trinta que provavelmente poderia ser multiplicado se nossas fontes da Sabedoria do antigo Egito e Hebraica fossem mais completas. Quanto s comparaes

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 12 detalhadas dos Provrbios com os ditados egpcios, veja observaes sobre os versculos no Comentrio. Deveramos tambm mencionar os dois livros apcrifos, Eclesistico de cerca de 180 A.C. e a Sabedoria de Salomo, provavelmente um pouco posterior. Esses livros, de grande interesse por si mesmos, foram modelados sob diversos aspectos segundo os Provrbios. Mas so posteriores e exibem um desenvolvimento maior na personificao da sabedoria e outros assuntos. Eles emprestaram material do nosso Livro de Provrbios, no vice-versa, e portanto referncia extensiva a eles no se faz necessria em nossos atuais propsitos. ESBOO I. O tributo de Salomo sabedoria, o temor do Senhor. 1:1 9:18. A. Introduo. 1:1-7. B. Sabedoria, a mulher virtuosa, versus a mulher m. 1: 8 9:18. II. Miscelnea dos provrbios de um s versculo de Salomo. 10:1 22:16. A. Provrbios em contraste. 10:1 15:33. B. Provrbios especialmente comparativos. 16:1 22:16. III. As Palavras do Sbio, trinta provrbios. 22:17 24: 22. A. Provrbios correspondentes na Sabedoria Egpcia. 22:17 23:12. B. Provrbios sem paralelo no egpcio. 23 : 13 - 24 : 22. IV. As Palavras do Sbio, Apndice. 24:23-24. V. Provrbios de Salomo, editados pelos homens de Ezequias. 25:1 29:27. VI. Apndices finais. 30:1 31:31. A. Palavras de Agur. 30:1-33. B. Palavras de Lemuel. 31:1-9. C. Poema alfabtico sobre a mulher virtuosa. 31:10-31.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) COMENTRIO 1. O Tributo de Salomo Sabedoria, o Temor do Senhor. 2. 1:1 9:18.

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Provrbios 1A. Introduo. 1:1-7. Autor e Assunto. Alguns comentaristas consideram esta poro uma introduo a todo o livro, mas como diversas outras sees tambm tm premissas do autor, provavelmente deve ser considerada referente apenas primeira seo. 1. Provrbios. A raiz da qual esta palavra originada tem sido usada tanto no hebraico como em outras linguagens semitas para expressar comparao. Um derivado acadiano significa "espelho". De tal uso, a palavra passou a incluir uma observao condenatrio (Sl. 69:11) e uma mensagem proftica (por exemplo, Nm. 23:7,18). Foi traduzida "parbola" dezesseis vezes no V.T. No livro dos Provrbios foi usada principalmente nos ttulos (1:1, 6; 10:1; 25:1) para indicar as comparaes e contrastes usados para expressar os ensinamentos morais do livro. De Salomo. Veja o comentrio sobre a autoria na Introduo ao livro. 2-4. A Sabedoria, e o ensino, etc. Aqui temos cinco sinnimos para sabedoria. Incluem a justia e a equidade, que so mais virtudes que habilidades. A nfase foi colocada sobre a sabedoria moral ou conduta honesta. Aos simples. Esta palavra, usada quatorze vezes nos Provrbios, quatro em outras passagens, designa o oposto de um homem moral. No se refere a um simplrio como ns entendemos o termo, mas um pecador, um velhaco. Os provrbios tm uma mensagem de moralidade para os mpios. No constituem apenas um almanaque de bons conselhos para criaturas de pouca inteligncia ou hbitos preguiosos. Esta introduo adverte-nos contra a atitude de considerarmos o livro num sentido secular. um livro de princpios cristos.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 14 7. O temor do Senhor. Uma expresso comum nos Salmos e em outras passagens, esta frase foi usada quatorze vezes nos Provrbios. Ilustraes sobre o uso aparecem no Sl. 115:11 - "Confiam no Senhor os que temem o Senhor", e em Is. 11:2, 3, onde o temor do Senhor citado como caracterstica do Messias. Tal temor inclui o respeito para com o Todo-poderoso (Sl. 2:11 "servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos nele com tremor"). J 28:28 praticamente uma definio "Eis que o temor do Senhor a sabedoria, e o apartar-se do mal o entendimento". Provrbios 8:13 tem o mesmo efeito "O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal". O principio do saber. No o "mais importante" ou a "essncia", Como a raiz hebraica poderia sugerir, pois Pv. 9:10 usa uma palavra significando especificamente "o comeo" ou "o princpio". Antes, o primeiro passo na moralidade o nosso relacionamento com Deus. Os loucos desprezam a sabedoria. "Loucos" aparece diversas vezes em Provrbios. Tambm o uso difere. Em Is. 35:8, "louco" significa obviamente "simplrio". Mas no uso especializado de Provrbios, "louco" significa um pecador. Provrbios 14:9 ilustrativo "Os loucos zombam do pecado". A clusula significa que os pecadores ridicularizam a santidade. A LXX grega traduz bem loucos para mpios. B. Sabedoria, a Mulher Virtuosa, Versus a Mulher M. 1:8 - 9:18. Nesta seo o mtodo de ensino por meio do contraste ficou lindamente ilustrado. Nas sees mais importantes, a Sabedoria personificada colocada em oposio ao pecado (veja Introduo, A Doutrina dos Provrbios). 11 . Embosquemo-nos para derramar sangue ... espreitemos ... o inocente. O motivo, conforme se deduz, o assalto, mas esta quadrilha sugere abertamente que se mate para obter mais lucro. 12. Vivos, como o abismo. A expresso se encontra em Nm. 16:30, 33; Sl. 55:15. A primeira passagem diz que Cor e o seu grupo foram engolidos vivos pela terra que se abriu. A ltima expressa a maldio desejando que os homens desam "vivos" cova. Estes homens de Pv.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 15 1:11-14 estariam prontos a matar com presteza. Eles queriam levar os homens inteiros, isto , sadios morte. A cova. O hebraico sheol. O autor do presente comentrio cr que este termo significa simplesmente "sepultura". Foi usado nove vezes nos Provrbios, sendo que trs vezes referindo-se- aos resultados do adultrio. Cons. 5: 5; 7: 27; 9:18, onde foi posto em paralelo com a "morte" e "os mortos". Finalmente em 1:12, a nfase foi posta simplesmente sobre o assassinato. Aqui no h nenhuma preocupao com a vida aps a morte das vtimas. Isto no a nega que houvesse entre os hebreus uma crena na vida aps a morte e na ressurreio, mas simplesmente para dizer que esta discutida palavra pode ter um significado muito mais simples do que se lhe d algumas vezes. (Veja R. Laird Harris, "O Significado do Sheol no Velho Testamento", The Evangelical Theological Society Bulletin, Vol. IV, 1961, N. 4.) 16. Os seus ps. Idntico com Is. 59:7. Possivelmente Isaas faz citao aqui, ou talvez fosse uma expresso comum. Veja comentrios sobre 30:5 com referncia a outras citaes encontradas nos Provrbios de outras passagens do V.T. 22. nscios. Obviamente aqueles que esto em pecado. A palavra escarnecedores foi usada no Sl. 1:1 fazendo paralelo com mpios e pecadores. Cons. comentrio sobre 3:34. 25. E vs. Os versculos 24 e 25 do um motivo como uma prtase; a apdose ou concluso est no versculo 26. Quando recusamos o convite do Senhor, chega o momento em que a porta da graa se fecha. 32. Seu desvio. A inconstncia dos pecadores (de acordo com a Verso Berkeley). A palavra geralmente se refere apostasia, ao afastamento de Deus.

Provrbios 22:1. Filho meu. Esta saudao aparece treze vezes nos primeiros sete captulos. Ela ajuda na demonstrao da unidade desta seo 1:1 9:18.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 16 6. O Senhor d a sabedoria. A natureza essencialmente religiosa da exortao ficou aqui ilustrada. 13. Caminhos das trevas. Os versculos 12-15 falam do mal de maneira generalizada. Isto ficou habilmente caracterizado pela expresso caminhos das trevas. O pecado continua florescendo nas trevas. O contraste est expresso em 4:18,19, onde o caminho dos justos foi comparado luz e o caminho dos mpios S trevas, COntudo, uma palavra hebraica diferente da que foi usada em 2:13). A figura tica da luz e das trevas aparece tambm em Is. 5:20; Sl. 43:3; e em alguns poucos outros lugares onde o contraste menos explcito. No comum ao V.T., mas encontra-se nos cdices do Mar Morto e no N.T. 16. Da mulher adltera, da estrangeira. Estas dum expresses obviamente se referem mulher 'livre". As palavras significam basicamente "estranha" e "estrangeira" (Berkeley), mas em Provrbios est claro que a imoralidade est implcita. Em outras passagens do V.T. no acontece isto. Rute intitula-se uma "estrangeira" (Rute 2:10). Essas expresses quando usadas em Provrbios so eufemismos de zn, "prostituta", uma palavra poucas vezes usada neste livro. 17. O amigo da sua mocidade. Seu marido (Berkeley). A aliana do seu Deus. Provavelmente uma referncia interessante divina sano dos votos matrimoniais. 18. A sua casa se inclina para a morte. A traduo torna-se difcil nos detalhes, mas o significado est claro por meio de comparao: o salrio do pecado a morte. O mesmo pensamento foi repetido com palavras muito semelhantes em 5:5; 7:27; 9:18. A passagem mais parecida 7:27, que diz que sua casa a estrada do Sheol, descendo para as cmaras da morte; isto , o adultrio fatal. difcil contudo aceitar sua casa como sujeito de inclina em 2:18, porque "casa" masculino e hebraico e o verbo shuah feminino. Toy (The Book of Proverbs, ICC, ad loc.) acha, portanto, que ele deriva de um verbo semelhante com as mesmas consoantes, shahah, "ser vergado". Isto, possivelmente, est correto. Da morte. Hebraico, repam, traduzido por alguns como

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 17 sombras da morte (RSV e Berkeley). Esta traduo no absolutamente necessria. A palavra no pode se referir teologia do outro mundo. Sua etimologia incerta. Encontra-se diversas vezes no ugarita (C.H. Gordon, Ugaritic Handbook, glossrio) e ali foi feito paralelo de "divindades". O uso no muito instrutivo, uma vez que envolve a teologia ugarita, que inteiramente diferente da Bblia. Somos levados a considerar os sete outros exemplos bblicos do uso da palavra. Trs vezes foi usado como paralelo de "mortos"; duas de Sheol; duas no tem paralelo. Instrutiva a passagem de Is. 26:14, 19. No primeiro versculo a queixa que os mortos, os repam, no vivero nem ressuscitaro; no ltimo versculo h a promessa de que vivero. A palavra significa simplesmente gente morta. Quanto ao estado dos mortos ser irreal, consciente ou inconsciente, a palavra nada diz. (Sobre este assunto cons. o ensino claro de Fp. 1:23; Lc. 23:43; et. al.). H outra palavra soletrada da mesma maneira que o nome de uma das naes de Cana, os refains. Essa palavra s vezes traduzida para "gigantes", mas provavelmente no o corretamente.

Provrbios 33:1. Os meus ensinos. Esta frase e "meus mandamentos" (2:1) e palavras semelhantes no devem ser pressionadas para se referirem lei de Moiss. So os conselhos do pai e mestre. Considera-se, entretanto, que seja a palavra do Senhor. O autor d a entender que est transmitindo mandamentos divinos, como Paulo faz em I Co. 14:37. Embora um fim prtico seja geralmente a inteno dos Provrbios, o autor insiste na retido por si mesma, no porque ela seja a melhor poltica. 2. Aumentaro os teus dias. Uma possvel aluso ao primeiro mandamento com promessa (x. 20:12). 3. Ata-as ao teu pescoo. Uma frase semelhante, mas no idntica aparece em Dt. 6:8. Mais aproximada a de Pv. 7: 3:"Escreve-os na tbua do teu corao".

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 18 5. De todo o teu corao. Este versculo precioso contrasta a sabedoria humana comum e a sabedoria divina que a base de todo o livro. Corao no hebraico usado simbolicamente para representar no tanto a sede das emoes como a sede do intelecto e da vontade. Em outras palavras, submeta seu ego a Deus. No procure ser independente dEle. 6. Endireitar. Hebraico, tornar reto. O versculo no promete propriamente orientao mas capacidade para avanarmos. 9. As primcias. Uma interessante referncia legislao levtica. De maneira geral, os Provrbios silenciam quanto s leis mosaicos (mas cons. os versculos mencionados no Comentrio em 115:8), embora essas leis estivessem declaradamente em vigor quando os Provrbios foram escritos mesmo de acordo com a opinio dos crticos que colocam tanto os Provrbios como a legislao levtica no perodo psexlico. O silncio dos Provrbios neste setor simplesmente tornam a indicar que o argumento do silncio muitas vezes ilusrio. 10. Vinho. O hebraico tem duas palavras para vinho. Yayin, que significa vinho fermentado, foi usado na passagem condenatria de Pv. 23: 31-35. Tirsh, usado aqui referindo-se ao produto fresco do lagar, exatamente o "mosto" ou "suco de uva". As duas palavras foram traduzidas para oinos, "vinho", pela LXX. 11. No rejeites a disciplina do Senhor. Citao de J 5:17, exceto que em J aparece o caracterstico nome Shadday, "Todo-poderoso". Hebreus 12:5,6 cita a LXX ao p da letra (textos alexandrino e sinatico), como normal em Hebreus. (Quanto a outras citaes do V.T. em Provrbios, cons. 30:5). 14. Lucro. Talvez "valor". 15. Prolas. Cons. J 28:18; Pv. 8:11; 31:10. 18. rvore de vida. A frase tambm aparece em Gn. 2:9; 3:22-24; Pv. 11:30; 13:12; 15:4; Ap. 2:7; 22:2. Gnesis a nica fonte satisfatria para a referncia de Provrbios. Devemos portanto concluir que, como no Apocalipse, esses versculos em Provrbios relacionam-se narrativa

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 19 da Queda. No h nenhuma evidncia de uma "primitiva rvore da vida sagrada" como supe Toy. Apocalipse 22:2 tambm se refere a uma rvore curativa junto ao rio do santurio (cons. Ez. 47:12; Zc. 14:8). rvores famosas do den, o jardim de Deus, so mencionadas em Ez. 31:8-16. Todas essas referncias presumem conhecimento da narrativa do Gnesis. 19. Com sabedoria fundou a terra. Cons. 8:25-31. A "sabedoria" dos Provrbios basicamente um atributo divino, e no deve ser igualado com as mxima meramente terrenas de um professor inteligente. Esta sabedoria a lei de Deus. Em Pv. 8, a sabedoria est personificada e chamada de eterna, como Deus eterno. Muitos tm encontrado aqui uma sombra de Cristo, que uma interpretao possvel, mas no certa. 27. No te furtes. Pague os salrios e os pague a tempo, isto , trate o trabalhador com honestidade e justia (cons. Lv. 19:13; Ml. 3:5). Outros alargariam a injuno incluindo toda a caridade. 32. O perverso. O significado da raiz aparentemente partir. Esta forma s usada em Pv. 2:15; 3:32; 14:2; Is. 30:12. Seu paralelo "trapaceiro". A LXX diz transgressor. Talvez "transgressor" ou "apstata" d o significado mais certo. 34. Ele escarnece dos escarnecedores. A mesma raiz, lis, foi usada em ambos, substantivo e verbo. Mas os significados provavelmente so um tanto diferentes. O verbo tem o significado de "ridicularizar" (cons. Sl. 119:51). A LXX foi citada em Tg. 4:6 ao p da letra; I Pe. 5:5 usa resistir numa traduo livre. O substantivo, contudo, limita-se a Provrbios, Sl. 1:1 e Is. 29:20. um dos muitos sinnimos para o homem mpio. O grego usa a palavra arrogante, que uma imagem exata. Seu antnimo humilde na segunda metade do versculo. Mas h uma larga variedade na traduo grega desta raiz. Evidentemente ela tem muitas implicaes de perversidade.

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Provrbios 44:3, 4. Filho ... de meu pai. Estes versculos do um toque interessante. O pai-professor declara que sua doutrina no nova. No h motivo para no percebermos aqui o solcito cuidado de Davi e BateSeba por seu filho Salomo. 7. Adquire a sabedoria. A RSV e Berkeley insistem em traduzir aqui o genitivo O princpio da sabedoria : Adquire a sabedoria. Tambm Toy e Delitzsch (The Proverbs of Solomon, KD, reeditado). Mas isto parece desnecessrio. Oesterley (op. cit.) e Fritsch (op. cit.) preferem ignorar o versculo uma vez que no aparece na LXX. A mesma forma princpio foi usada quatro vezes no no genitivo. O significado de "o mais importante" ou "principal" est bem comprovado. A traduo da E.R.A. pode ser defendida. O principio da sabedoria : Adquire sabedoria deforma a idia de 1:7 e parece inconveniente. Com tudo o que possus e no com todo o teu esforo. Adquire o entendimento. Aqui no h um progresso No pare na sabedoria; adquira entendimento verdadeiro. Antes, conforme ocorre normalmente nos Provrbios, a sabedoria e o entendimento so sinnimos. 9. Coroa de glria. A expresso tambm foi usada em 16:31; Is. 62:3. 12. No se embaraaro (cons. Mt. 7:14). Seus passos no sero impedidos (Toy). 14. No entres. Os versculos 14-27 representara o conselho da sabedoria isto , afasta-te do mal (cons. J 28:28). 18. A vereda dos justos. Observe o contraste enftico com "o caminho dos perversos" (v. 19). Dia perfeito. O significado exato discutvel. Rashi e muitos outros preferem meio-dia (citado em Julius H. Greenstone, Proverbs Math Commentary). O significado geral est claro: o justo anda em luz crescente; os mpios, nas trevas (cons. comentrio sobre 21 13). 22. Vida . . . e sade. Cons. 3:8.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 21 23. Guarda o teu corao, isto , a mente que deveria buscar a conduta reta (cons. 23:26). Dele procedem. Gramaticalmente seria "do corao procedem"; mas mais provavelmente, "no guardar o corao com sabedoria" est a vida.

Provrbios 55:3. Os lbios. Como um favo goteja mel, assim a mulher estranha diz palavras melosas; sua fala (lit. paladar, como o rgo da fala) , ns diramos, "manhosa". Mulher adltera. Veja comentrio sobre 2:16. 4. Abismo. O grego traduz para fel como sendo o mximo da amargura. O hebraico la'an parece que se refere a um arbusto amargo usado na preparao do absinto e tradicionalmente usado como medicamento para combater vermos. 5. morte. veja comentrio sobre 2:18. 6. No. Um termo difcil traduzido pela LXX, Delitzsch, e outros para uma negativa. Pondera significa "pesa" ou "aplaina". O sujeito poderia ser '"tu" ou "ela". Leia-se: Ela no pesa (ou considera) o caminho da vida. A ltima metade poderia ser traduzida: Anda errante nos seus caminhos. O ltimo verbo tambm poderia ter por sujeito 'tu" ou "ela". Ela no sabe (Berkeley e RSV do mesmo modo). Jones e Walls ("Proverbs", The New Bible Commentary) favorece um significado pouco autntico do verbo: Ela no descansa. 9. Ds a outrem a tua honra. Provrbios 5:9-14 foi habilmente intitulado "A Estrada do Libertino" por Jones e Walls. 15. Tua prpria cisterna. Os versculos 15-17 so altamente poticos e contm lindas exortaes fidelidade, enquanto 16, 17 provavelmente se referem aos filhos. Sob qualquer circunstncia, as bnos da fidelidade conjugal esto lindamente apresentadas. 19. Saciem-te os seus seios. Esta palavra hebraica, dad, traduzida para seios, no tem a conotao esperada neste versculo como uma outra palavra, shad, poderia conter. Certas cpias da LXX e o paralelo em Pv. 7:18 argumentam que a palavra aqui deveria ser lida com outra

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 22 vogal, dod, e traduzida para: Que o seu amor te satisfaa (tambm Greenstone e a RSV). 21. Perante . . . O Senhor. Contrariando Toy, que costuma encontrar em Provrbios o conceito das bnos temporais como incentivo para a moralidade; este versculo prova que a opinio do autor inclui uma referncia mais elevada da santidade de Deus como justificativa para a retido. 23. Falta de disciplina. O hebraico diz: sem instruo. Sem dvida "por falta de disciplina" a idia (tambm a RSV, BV, Jones e Walls, etc.).

Provrbios 66:1. Se ficaste por fiador. Os costumes referentes ao emprstimo de dinheiro entre os judeus na antiguidade no so de todo conhecidos. Toy imagina que no havia o emprego da fiana na vida pr-exlica "comercialmente simples". Contudo poderia parecer que os extensos empreendimentos de Salomo, atualmente comprovados pela arqueologia, e o desenvolvimento da vida econmica descrito por Ams e outros deveria conceder ampla oportunidade para fazer emprstimos com fiana; embora no tenhamos exemplos disso em outras passagens. As atitudes rabnicas so discutidas por Greenstone, que observa que a palavra hebraica para "fiana" nesta passagem era usada pelos comerciantes fencios e passou para o latim como arrabo. Ele deveria acrescentar que no grego arrabon (Ef. 1:14; cons. Zellig S. Harris, Grammar of the Phoenician Language, "American Oriental Series", Vol. VIII; Glossrio). Resumindo, a lei levtica proibia o emprstimo com juros a israelitas pobres (Lv. 25:35-37). O conceito era que devia-se emprestar o dinheiro necessrio ao israelita pobre sem qualquer garantia. A Lei exigia que se um homem emprestava e tomava algo como garantia, ele no devia entrar na casa do seu devedor para retirar a garantia fora. E se um homem pobre entregava suas vestes como garantia, o seu credor

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 23 devia devolv-las naquele mesmo dia (Dt. 24:1012). Essas provises satisfazem s nossas isenes pessoais mnimas. Era permitido fazer emprstimos aos no israelitas e provavelmente se faziam emprstimos comerciais. O autor do artigo "Usura", no ISBE, observa que a regulamentao do Pentateuco no inclui emprstimos comerciais; mas talvez ele v longe demais ao dizer que os emprstimos comerciais eram praticamente desconhecidos. Antes provvel que a prtica dos emprstimos comerciais desse lugar s injustias de II Reis 4:1; Ne. 5:112. No ano da remisso so todas as dvidas israelitas eram cancelarias (Dt. 15:2). O argumento que os emprstimos comerciais eram permitidos, enquanto outros emprstimos eram proibidos. Os juros, se podemos julgar segundo Ne. 5:11, eram geralmente de 1 por cento ao ms, embora sem dvida variassem. Cobrar juros to altos era usura e aqueles que o faziam em relao aos companheiros judeus eram condenados. O profeta Jeremias protesta (Jr. 15:10) que ele no se ocupou de tais especulaes, ainda que todos os homens o odiassem presumivelmente como odiavam os usurrios. A palavra poderia ser traduzida para extorquidores no Sl. 109:11. A prpria palavra empregada para "usura", neshek (Pv. 28:8), implica em "morder" ou "devorar", embora palavras mais brandas tambm fossem usadas. No praticar a usura um elemento de justia no Sl. 15:5; Ez. 18: 8, 13, 17; 22:12. A prtica do crdito est ilustrada em II Reis 4:1. Podemos racionalmente completar os detalhes imaginando que o marido tivesse feito um emprstimo comercial que sua viva no tinha possibilidade de pagar; ou talvez algum usurrio emprestasse a uma viva violando a lei de Lv. 25:35-37. A E.R.A. traduz estas palavras por juros. Seria melhor traduzir para "usura", que aparentemente era o excesso condenado. Por causa desses excessos, Salomo adverte contra o tornar-se fiador de "outrem". Ele insiste a que se fuja rapidamente s possibilidades da runa. A fiana est recomendada em Eclesisticos 29:14, um livro psbblico. Quando se desenvolveram ou que forma tomaram, no sabemos. provvel que no perodo de Salomo os abusos eram tais que

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 24 provocaram a censura aqui registrada (Veja tambm Pv. 11:15; 20:16; 27:13 os ltimos dois versculos so praticamente idnticos). 6. A formiga. Mencionada apenas nesta passagem da Bblia e em Pv. 30:25 embora no haja provavelmente nenhuma dvida quanto traduo. Antigamente levantou-se o problema quanto ao armazenamento de comida pela formiga (veja Toy). Uma espcie de formiga do Oriente Prximo, entretanto, age assim. As formigas tm organizao social, mas no tm nenhum chefe que corresponda abelha rainha. preguioso. Este nome se encontra quatorze vezes nos Provrbios e em nenhum outro lugar. Geralmente define-se como "pessoa que no gosta de trabalhar". Embora a palavra inclua esta idia, pode conter nuances, tais como "incapaz", que no se refere apenas a um "fracassado". O seu uso em Provrbios prova que "preguioso" no a conotao integral. Em 15:19, o contraste de um homem honesto no simplesmente um "trabalhador". Em 19:15 o paralelo com remiyy, que geralmente se traduz por mentira na AV e na RSV, mas que foi traduzido para inativo nesta passagem. Em Pv. 21 : 25, 26 o contraste evidentemente do homem justo (tambm na AV e Berkeley). A RSV separa os dois versculos e acrescenta uma idia extra no versculo 26. Em 26:12-16 h diversos versculos sobre o preguioso. O versculo 13 semelhante a 22:13. O versculo 15 de 19:24. Mas 26:16, como versculo final, talvez contendo o clmax, diz que o "preguioso" sbio a seus prprios olhos. Devemos observar que esta seo de Prov. 26 foi introduzida pelo versculo 12, que declara que aquele que sbio a seus prprios olhos pior que um "louco". Est claro que o autor est reprovando um "preguioso" no apenas por causa da preguia mas por causa dos pecados associados mesma. Esperamos provar com muitos exemplos que a palavra "louco" significa no um "dbil mental" mas um "pecador". Assim o autor dos Provrbios aqui no est simplesmente recomendando economia e diligncia; ele est, ao que parece, condenando uma caracterstica que combina a preguia com a astcia! 10. Um pouco para dormir. Os versculos 10 e 11 so paralelos exatos de

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 25 24:33,34, com exceo de algumas vogais (cons. Introd.). Neste caso ambos os contextos falam de um homem preguioso, com o uso de diferentes comparaes, mas tirando a mesma concluso. O ditado devia ter sido um epigrama conhecido. A LXX o traduz de maneira um pouco diferente em dois lugares. O siraco tambm difere, mas no da mesma maneira da LXX. 12. O homem de Belial, uma pessoa m. O homem vil. No hebraico, desonesto. 13. Arranha com os ps. Na LXX, faz um sinal com seus ps. O hebraico malal pode significar "falar", "esfregar", "arranhar", "definhar" ou "murchar" (BDB). O significado "arranhar" tem provas fracas. A expresso talvez se refira a algum gesto grosseiro. Faz sinais com os dedos. A palavra provavelmente significa "apontar", mas a conotao difcil. Possivelmente um outro gesto grosseiro tpico do homem perverso. 14. Perversidade. Uma palavra diferente daquela do versculo 12. Foi usada nove vezes nos Provrbios e fora daqui s em Dt. 32:20. A raiz significa derrubar. Est claro que se refere a algum tipo de mal, mas difcil perceber a inteno exata. A LXX traduz pervertido (tambm Fritsch). Delitzsch diz malcia; Toy, maldade. Em 8:13 "uma boca perversa" faz paralelo com orgulho e arrogncia. Em 23:33 um bbado foi escrito falando "coisas perversas", com o uso desta palavra. Semeando contendas. Literalmente, desencadeia contendas. A traduo da LXX, perturba uma cidade, surgiu da confuso havida entre a palavra com uma derivada posteriormente. A raiz din, "julgar", de onde temos madon, "luta". Esta palavra, contendas, com variaes, encontra-se vinte e sete vezes nos Provrbios e trs vezes em outras partes. Faz parte do vocabulrio moral peculiar do livro. A redao de 16:28, "o homem perverso espalha contendas", muito parecida com a. deste versculo. 16. Seis coisas . . . e a stima. No se refere aos sete pecados cardinais (Greenstone e Jones e Walls) nem a seis ou sete pecados indefinidos (Toy). Delitzsch acerta em cheio quando diz que o provrbio

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 26 climtico. Os seis itens so os antecedentes do stimo, o qual recebe a nfase (cons. J 5:19; Pv. 30:18, 19). A declarao conclui enfaticamente com o que o versculo 14 introduz "espalhando contendas". 21. Ata-os . . . ao teu corao. Cons. 3:3. 23. Mandamento . . . instruo. Jones e Walls observam acertadamente que isto se refere instruo paternal, mas que tal instruo consistia da lei divina (Dt. 6:6, 7). 25. No teu corao. Observe bem que os mandamentos do V.T. tratam das atitudes internas do homem. Quando Cristo dizia que a concupiscncia j era adultrio (Mt. 5:28) no estava desenvolvendo a doutrina do V.T. na inteno de livr-la dos tradicionais comentrios farisaicos (cons. R. Laird Harris, Inspiration and Canonicity of the Bible, pg. 53). 30. O ladro. A idia que devia haver circunstncias atenuantes para o roubo, e que a restituio contribua grandemente para a remoo da culpa. Mas para o adultrio no h justificativa. Traz consigo um conjunto de ms conseqncias. No h possibilidade de se fazer restituies. 35. O resgate. Um bom exemplo do significado de koper, "pagamento pacificador". Diz-se que a raiz significa cobrir (BDB), mas no tem esse uso no V.T., e constitui uma inferncia dbia do rabe. Do substantivo resgate formou-se um verbo demonstrativo, kipper, que logicamente significa "pagar um resgate". o verbo muitas vezes traduzido "fazer expiao". Desse verbo se formou um outro substantivo, kapporet, "lugar de expiao". a palavra que indica a tampa da arca chamada "o propiciatrio" na A.V., ou hilasterion na LXX. Cristo chamado de nosso hilasterion, ou "propiciao", em Rm. 3:25.

Provrbios 77:2. A menina dos teus olhos. A pupila, um smbolo de coisa preciosa.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 27 5. Lisonjeia. No tanto lisonjeia como usa palavras agradveis, isto , sedutora (tambm Delitzsch e a RSV). 7. Entre os simples. Os tolos, os moralmente instveis. Veja comentrio em 1:4 e cons. 9:4 e 16. 10. Astuta. O hebraico, ao que parece, significa "prevenida", isto , cheia de segredos, ardilosa (tambm Delitzsch). A descrio da -cena seguinte clssica. Conforme Delitzsch diz: "os semelhantes se atraem", a seduo completa, as justificativas so apresentadas. Mas o autor inspirado apresenta de maneira bastante severa o produto final do mal. 11. Apaixonada e inquieta. Antes, tumultuosa e rebelde. A rebeldia obviamente a recusa em obedecer lei de Deus e s obrigaes da moral. 14. Sacrifcios pacficos. Os sacrifcios pacficos eram parcialmente comidos pelo crente. Portanto, nas festas nacionais, com milhares de pessoas presentes, as ofertas pacficas eram feitas aos milhares. A mulher no est declarando que tenha recentemente prestado culto. Est, antes, tentando o jovem com a declarao de que a geladeira est bem provida, diramos ns. "Meu marido no est em casa", ela diz; "o caminho est desimpedido. Podemos dar largas aos nossos sentimentos e ningum ficar sabendo". Ningum alm de Deus! 20. Lua cheia. Palavra rara. A LXX e a Siraca d o sentido de daqui a muitos dias. Provavelmente o significado "por volta da lua cheia", referindo-se a alguns dias pela frente. 22. Num instante. Antes, imediatamente. A resistncia do homem ao pecado desmorona finalmente e o seu destino selado. Como o boi que vai ao matadouro. O sentido claro, mas novamente os detalhes so obscuros. O hebraico parece dizer: "como o tolo (que se dirige) para a priso". A palavra "priso" (grilhes) , entretanto, rara e em outro lugar significa tornozeleira. A LXX traduz a palavra boi para "cachorro", dando um aspecto diferente ao texto "como um cachorro (que vai) para priso". A palavra "priso" na LXX vem da palavra hebraica "correo", com diferentes vogais. Ento a LXX termina o versculo com esta

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 28 clusula "como um cachorro que vai para a priso". A palavra "tolo" se entende com diferentes vogais e foi transferida para o versculo seguinte que, na LXX, tem esta traduo: "Um cervo ferido no fgado com uma flecha". A LXX traduz toda a passagem de maneira diferente do hebraico apenas em duas palavras. Tem o apoio da Siraca e do Targum, e talvez deveria ser a traduo adotada. 27. Sepultura. Veja comentrios em 1:12 e 2:18. No devemos passar por cima da solene investida desta passagem nos detalhes da exposio. O pecado no pode ser saciado impunemente; seu salrio a morte. A fraudulncia do pecado uma velha histria, mas o antigo escritor hebreu desmascara aqui lindamente suas mentiras e apresenta a verdade nua e crua. Mas ele no para aqui. H uma cura para o pecado a Voz da Sabedoria no captulo 8.

Provrbios 88:1. No clama porventura a sabedoria? Greenstone observa acertadamente que aqui no temos apenas um discurso sobre as belezas da vida familiar ou sobre a castidade, seno o contraste com a prostituta seda uma esposa consciente. Mas Greenstone no refora sua sugesto para provar que o contraste realmente entre o pecado e a piedade. por causa disso que a sabedoria est personificada e to intimamente relacionada com o prprio Deus. Provrbios 8:1-13 d a exortao da sabedoria; 8:14-31 descreve a excelsa qualidade da sabedoria; 8:32 9:11 apresenta o convite da sabedoria, a fim de que se lucre com a sua instruo. 5. Simples ... nscios. No so os dbeis mentais, mas, conforme se deduz pelo precedente, os pecadores. Em relao a simples, veja comentrios sobre 1:4. A palavra kesil, "louco", foi usada quarenta e nove vezes em Provrbios, dezoito em Eclesiastes, trs vezes em outras passagens. bvio que faz parte do que temos chamado de vocabulrio moral dos Provrbios. Seu uso em Eclesiastes um tanto diferente, tal como seu correlativo, "sabedoria", foi usado nele de maneira diferente.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 29 Em Eclesiastes, a sabedoria se refere ao gnio inventivo, capacidade mental; a loucura o prazer at mesmo o prazer nobre do trabalho como a arquitetUra, a jardinagem, etc. Ambos so igualmente condenados como infrutferos. Em Provrbios, tanto a sabedoria como a loucura so de qualidade moral. Exemplos do uso de kesil so: 1) em conexo com 'iwwelet, a "loucura" da qualidade pecadora, 12:23; 13:16; 14:8; 15:14; 17:12; etc.; esta raiz no se encontra no Eclesiastes. 2) o louco (kesil) foi colocado em contraste com o homem sbio ou com a sabedoria em Pv. 3:35; 10:1, 23; 13:20; 14:16; 29:11. 3) A palavra "louco" foi posta em paralelo com "simples" (peti) em 1:22; com "zombadores" (les) em 19:29; e associada com "mal" (ra) em 13:19. A palavra "louco" ou "loucura", 'iwwelet, em Provrbios, obviamente implica em maldade moral. Isto deve-se compreender caso tenhamos a doutrina de Provrbios em foco. Ele no tanto um livro sobre a inteligncia quanto sobre a integridade (veja Introduo, The Teaching of Verbs). 8. Torta. No a palavra usada em 2:12 e outros lugares. Esta raiz, patal, significa "torcida"; usada portanto em se tratando de "corda", "lao", "luta", etc. Aqui se trata de coisa moralmente torta, o oposto da honestidade. Perversa. Deturpada. 10. Meu ensino. O hebraico declara estritamente: Aceite a minha instruo e no (aceite) a prata. um negativo comparativo (cons. 9:8; 31:6; e, como outro exemplo famoso, veja Os. 6:6). 11. Do que jias. Cons. 3:15; 8:10; 16:16; 31:10. 12. Prudncia. O hebraico orma. A raiz significa "seja sbio" e usada no bom sentido, como aqui, e tambm no mau sentido (Gn. 3:1). Conhecimentos. Esta palavra tambm foi usada em outro lugar no mau sentido (Prov. 12:2). Aqui o sentido bom, 13. Aborrecem o mal. Os versculos que ampliam o conceito do "temor do Senhor" so: 1:7, 29; 2:5; 8:13; 9:10; 10:27; 14:27; 16:6; 19:23. J 28:28, tal como Pv. 16:6, enfatiza o afastamento do mal. Pv. 8:13 adverte-nos que a verdadeira piedade nem sempre positiva. A

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 30 doutrina que ensina que o pecado odioso uma verdade vital e maravilhosa. Antigamente, como agora, s a revelao bblica destacava esta verdade. 22. O Senhor me possua. Um versculo famoso. A LXX traduz assim: O Senhor me criou, como tambm a Siraca. A personificao especfica destes versculos levou a maioria dos primeiros Pais da Igreja a perceber aqui uma profecia sobre Cristo. Os herticos arianos do quarto sculo fizeram, portanto, grande alarde com este versculo, considerando a sabedoria como coisa criada. O partido ortodoxo repeliu esta idia, como dizem Jones e Walls, "por outros motivos". curioso notar-se que a controvrsia se desenvolveu com base no texto da LXX. Pouco se recorreu ao hebraico. O hebraico usa a palavra qana. Este verbo foi usado muitas vezes com o sentido de "comprar", "possuir", "adquirir". Seu derivado significa "gado", ou praticamente, "riquezas". S em Gn. 14:22 a expresso "criou" poderia ser uma traduo razovel. A RSV diz criador em Gn. 14:22 e criou aqui. A BV diz possuidor em Gn. 14:22 e fez aqui. Albright defende que as semelhanas do ugarita com Provrbios 8 e 9 so notveis e defende a expresso "criar" nesta base (op. cit. pg. 7). A pergunta mais profunda esta: Que funo est sendo aqui atribuda sabedoria? Parece que ela est sendo descrita como eterna tendo existido. Antes mesmo que Deus criasse o mundo. Ela no foi ativa na criao, mas estava com Deus enquanto ele criava. Se a sabedoria a justia personificada, ento a natureza eterna de Deus justia. O Senhor me possua simplesmente significa: "Eu era do Senhor". A semelhana verbal com Joo 1:1 tem levado muitos a pensar em uma sombra de Cristo. Devemos comparar com Provrbios 8 a doutrina de Eclesisticos 24, originria em cerca de 180 A.C., e a Sabedoria de Salomo, cap. 7. O Eclesisticos exagerado em seu louvor Sabedoria, mas f-la residir em Israel e iguala com a lei de Moiss. A Sabedoria de Salomo tambm parece ser um desenvolvimento extravagante da doutrina dos Provrbios. Parece que no h indicao exata de que deveramos encontrar Cristo revelado em

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 31 Provrbios 8. Nem deveramos nos perturbar com a traduo, O Senhor me criou. Delitzsch observa: "A sabedoria no Deus, mas de Deus; ela . . . no o prprio Logos". 23. Desde a eternidade. Em diversas expresses a Sabedoria se diz eterna: "no incio de sua obra" (v. 22); "antes de haver abismos" (v. 24); "antes que os montes fossem firmados" (v. 25); isto , antes que qualquer coisa fosse criada, a sabedoria j existia. verdade, diz-se que a sabedoria nasceu no princpio (v. 24). Mas considerando que esta linguagem altamente figurada, no h motivo para no aceitarmos que o versculo 22 tambm, em linguagem figurada, se refira criao da sabedoria. uma declarao potica da eternidade da sabedoria. Veja Delitzsch quanto s interpretaes de Nicia. 24. Antes de haver abismos. Toy deu grande importncia ao conceito hebraico sobre a criao do mundo conforme sugerido em 8:2429. Ele defende que os hebreus, tal como os babilnios, pensavam em um oceano subterrneo (os abismos) do qual as fontes brotaram e no qual os fundamentos da terra foram estabelecidos. O cu era uma slida cpula sustentada por colunas e a chuva passava atravs dela quando as "janelas do cu" se abriam (Gn. 7:11). Tudo isto uma interpretao imaginosa dos autores modernos que explicam literalmente as expresses poticas das diversas passagens e, reunindo-as, criam uma cosmologia tosca que no est de acordo com a Bblia. Toy argumenta que os hebreus criam que a chuva descia atravs dessas janelas quando estas se abriam. Ele se esquece que as janelas nas antigas casas hebrias no se fechavam como as nossas, pois no passavam de fendas nas paredes. Abrir uma janela numa casa podia significar fazer essa janela. Alm disso, as "janelas dos cus" podiam derramar cevada e trigo (II Reis 7:2) ou outras bnos (Ml. 3:10). obviamente uma expresso figurada que Toy forou em um literalismo tosco. Tambm a afirmao de que os hebreus criam em guas subterrneas inteiramente incorreta. A palavra que aqui foi usada para "abismos", tehom, muitas vezes tem sido usada apenas referindo-se ao mar no qual Jonas foi jogado (Jn. 2:5),

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 32 ou onde os navios so sacudidos (Sl. 107:26). "As guas debaixo da terra" do segundo mandamento no podem se referir a algum oceano subterrneo invisvel. So simplesmente as guas alm da linha da praia. Assim como os hebreus estavam proibidos de fazerem imagens de aves e astros dos cus ou animais da terra, tambm estavam proibidos de fazer imagens de qualquer coisa que existisse nas guas debaixo da terra, isto, peixes que habitavam os mares, lagos e rios (cons. Dt. 4:18). A Bblia no fala de guas subterrneas e a presumida cosmologia hebraica dos escritores modernos mais fico que qualquer outra coisa. 27. Quando traava o horizonte. Isto , marcava o crculo do horizonte (cons. 26:10; 22:14; Is. 40:22). Estes versculos provavelmente se referem ao crculo do horizonte. O uso desta frase deveria nos ensinar que as outras expresses, "os quatro cantos da terra" e "os confins da terra" no tm a inteno de dar a entender que a terra seja quadrada. 30. E em seu arquiteto. Esta expresso hebraica s foi usada aqui e em Jr. 52:15. A LXX diz: Eu estava planejando. A traduo arteso mestre (RSV e Berkeley) parece ser a melhor. Baseia-se em uma tabuinha encontrada em Taanaque que tem essa mesma raiz com o significado de "mgico" ou "artfice" (W. F. Albright, "A Prince of Taanach in the Fifteenth Century", BASOR, N 94, Abril, 1944, pg. 18).

Provrbios 99:1. A sabedoria. Aqui, como em Pv. 1:20, o substantivo feminino plural, embora usado com um verbo no feminino singular. Este uso comprovado pela gramtica ugarita, conforme Albright destacou ("Some Canaanite - Phoenician Sources of Hebrew Wisdom", Wisdom in Israel and the Ancient Near East, etc. por M. Noth e D.W. Thomas, pg. 9). Sete colunas. Isto tem sido diversamente interpretado como um aspecto arquitetnico, artes liberais, sete sacramentos, etc. (veja Toy). Foi at usado por T.E. Lawrence como o ttulo (irrelevante) do seu livro sobre a campanha rabe na Primeira Grande Guerra! Provavelmente um

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 33 nmero redondo que traduz perfeio, dando a idia de que a Sabedoria est inteiramente preparada para satisfazer. 2. Misturou o seu vinho. Exatamente o que isto quer dizer no est claro. Os gregos misturavam vinho com gua em uma vasilha chamada krater, e a LXX traduz, ela misturou o seu vinho em uma vasilha. Apocalipse 14:10 declara que os mpios bebero o vinho da ira divina sem misturas, isto , no diludo. O livro apcrifo, II Macabeus, 15:39, declara que o vinho no diludo com gua era considerado de mau gosto. Os rabinos diziam que o vinho da Pscoa devia ser diludo com trs partes de gua (Art. "vinho", ISBE; O Mishn, Berakoth, 7:5). Obviamente, nem todo o vinho da antiguidade era assim diludo, pois ento ele no embriagaria. O vinho tambm era misturado com especiarias (Is. 5:22). O vinho da sabedoria sempre simblico. 5. Vinde, comei. O abenoado convite aparece com freqncia como um convite para um banquete; cons. Is. 55:1; Jo. 6:35; Ap. 22:17. Do. Este um bom exemplo do uso ugarita da preposio b, indicando procedncia (Story, op. cit., pg. 329). 7. O escarnecedor. Veja observaes sobre 1:22 e 3:34. Aqui escarnecedor faz paralelo com "pecador". 8. No repreendas o escarnecedor. A negativa comparativa. No considera alguns homens incorrigveis (como Toy), mas adverte da recusa a ser esperada do pecador. Veja em 8:10 outra comparao negativa. 10. O temor do Senhor. Veja comentados sobre 1:7. O Santo (E.R.A.) ou o Santssimo (Berkeley). O nome est no plural, mas evidentemente um plural de majestade (veja acima, 9:1) e paralelo de Senhor. 13. A loucura. O feminino abstrato do substantivo "louco" que freqentemente usado em Provrbios com referncia ao pecado (veja comentrios sobre 8: 5). Alvoroadora. (E.R.C.). Veja tambm 7:11, onde a palavra aparece em contexto semelhante. Quer dizer "barulhenta", provavelmente com nuances que implicam em imoralidade.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 34 18. Os mortos. No as sombras (RSV) ou espritos (BV). A palavra hebraica simplesmente uma expresso potica para se referir aos mortos. Veja comentrios sobre 2:18. Com referncia a todo o quadro da prostituta, veja 7:5-27; 5:3-13, etc. O maior contraste da sabedoria versus o pecado na primeira poro do livro encontra aqui asna concluso. II. Miscelnea dos Provrbios de Salomo. 10:1 - 22:16 ponto de vista nosso que nos Provrbios a inspirada Palavra de Deus foi dada em uma forma literria especial. Tal como Davi usou o veculo da poesia, assim Salomo usou o veculo da literatura da Sabedoria, que ensina principalmente por meio de contrastes. Na primeira e principal parte (I) o contraste mantido atravs de longas passagens como, por exemplo, no contraste da mulher m com a sabedoria. Na seo fio contraste foi expresso em pequenas unidades constitudas de um s versculo. A grande maioria dos versculos desta seo tem um "mas" no meio do versculo. A exposio se torna mais difcil por causa da natureza isolada desses provrbios. No h um contexto imediato para nos orientar. Alguns comentaristas concluram que os provrbios no seguem um plano, mas so uma coleo heterognea (Greenstone). Toy os chama de "aforismos destacados". Delitzsch declara que h um agrupamento de idias, no dentro de um plano compreensivo, mas um "desdobramento progressivo" que "brota continuamente". H nesta seo uma espcie de unidade, mas vem mais da linguagem e do assunto que do arranjo. Anuncia-se um provrbio, depois o mesmo repetido em outro lugar com variaes que desenvolvem o significado. O primeiro exemplo pode fazer um contraste entre as partes a e b; o segundo, entre a e c. At mesmo um terceiro pode ocorrer, comparando a com d. Reunindo todos os trs exemplos, temos uma definio mais completa do pensamento expresso em a. Seria mais fcil se esses pensamentos estivessem agrupados. Os antigos evidentemente achavam mais interessante ter esses pensamentos separados e um tanto ocultos.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 35 Como j vimos, tambm h um certa unidade no vocabulrio moral que foi usado. Assim, muitos provrbios se relacionam com os justos, os sbios, os retos versus os cruis, os tolos, os perversos. Estudo adequado de um versculo pode envolver estudo da concordncia de todo o livro mas, dizendo melhor, no um simples estudo da concordncia mecnica, mas antes uma meditao sria sobre toda a maneira de pensar do autor. Pois atravs da repetio, contrastes, vocabulrio diferente e variadas consideraes do tema, Deus, atravs deste autor, ensina-nos que a justia exalta qualquer um, masque o pecado sempre um oprbrio. Devemos insistir novamente que este no um Almanaque de ditados substanciais, cheios de senso comum sobre os problemas da vida; uma coleo divina de mximas que ensinam o caminho da santidade. A. Provrbios Contrastantes. 10:1 - 15:33.

Provrbios 1010:1. Provrbios de Salomo. Veja Autoria na Introduo. Um filho sbio. Esta frase foi novamente usada em 13:1; 15:20. Na ltima, 20a idntica a 10:1a. O contraste em 13:1 com "escarnecedor" (veja comentrios sobre 1:22). Em 15:20 o contraste com "louco" (veja observaes sobre 8:5). 2. Os tesouros da impiedade, isto , lucro desonesto. O versculo 10:2b faz paralelo com 11:4b. 3. (A alma do) justo. Aqui, como ocorre com freqncia, abria foi usada com referncia ao todo da pessoa (cons. Sl. 37:3, 25). 4. Mo remissa. primeira vista, nas tradues inglesas, parece que apenas uma recomendao de frugalidade. Mas a palavra remissa costuma significar fraudulenta. A dificuldade consiste em que sua raiz, ram, tanto pode significar "enganar" quanto "'afrouxar", embora este ltimo significado no seja bem confirmado. Encontramos o contraste com "diligente" em 12:24 e 12:27. "Remissa" tem seu paralelo em "indolente" em 19:15, que se contrasta com "diligente" em 13:4.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 36 "Indolente" tem conotaes morais, conforme vimos em 6:6. Podemos portanto concluir que 10:4 significa: "Aquele que trabalha com mo fraudulenta fica pobre; mas a mo do justo o torna rico". 5. Filho entendido. Nas tradues inglesas este um provrbio que se ope preguia. Toy, contudo, observa que o versculo poderia tambm ser invertido "O filho entendido ajunta no vero", etc. Esta a ordem do grego. De acordo com este ponto de vista, temos aqui uma caracterstica de um homem bom ele previdente e no uma sugesto de que a previdncia torna boa uma pessoa! 6. Violncia, E.R.C. melhor inverter a frase como faz a RSV e a Berkeley. O contraste v-se melhor em 10:11, onde 11b idntico a 6b: a boca dos perversos "oculta a violncia". 7. A memria do justo abenoada. Esta frase famosa entre os judeus e usada quando da morte de um homem bom. a rplica hebraica do requiescat in pace, geralmente abreviado para zsl (zeker saddq liberaka). 8. O insensato de lbios ("sempre moralmente mau", BDB) e seu paralelo feminino, "loucura", foram usados cinqenta vezes no V.T., e quarenta e uma dessas ocorrncias de ewil esto nos Provrbios. A traduo para louco no ingls moderno enganosa. Uma palavra tal como "patife" seria melhor. O versculo 8b repete-o em 10b. 10. O que acena com os olhos. Veja comentados sobre 6:13. 11. A violncia. Veja versculo 6. 12. O amor cobre. Observe a ligao entre este versculo e 17:9; 16:28. Em 17:9 o oposto do homem que cobre uma transgresso o homem que amplia a falta de outrem. Tal homem em 16:28 "semeia contendas". Excitar contendas a caracterstica do dio em 10:12. H semelhanas verbais entre esta passagem e 6:14-19, a qual j Amos. Obviamente o significado aqui e nas aluses em I Pe. 4:8 e Tg. 5:20, no que se amamos os outros, nosso amor expiar os nossos pecados; mas se realmente amamos os outros, daremos menos importncia s suas faltas.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 37 14. A boca do nscio uma runa. Jones e Walls observam de maneira precisa que runa neste provrbio fornece uma deixa para o versculo seguinte. Geralmente isso acontece e a deixa oferece uma ligao entre os dois provrbios, porm algumas vezes a conexo fica totalmente perdido em portugus, 15. O rico. Este versculo sozinho seda enganador. Nem a riqueza nem a pobreza so coisas sagradas nos Provrbios. Uma comparao com 18:11 mostra que o homem rico pensa na imaginao que as sum riquezas so a sua fora. 19. No muito falar. Provavelmente os versculos 18-21 formam uma unidade, onde o 20 e o 21 mostrara que no a loquacidade que est sendo condenada, mas as palavras ms. 23. O insensato. O restante do captulo d uma srie de severos contrastes entre o mpio e o piedoso. Maldade. S em trs lugares a AV traduz assim a expresso zimm. Em outros lugares "iniqidade", "obscenidade", "crime". O patife acha que o pecado divertimento. 31. Perversidade. Aqui e no versculo 32 fica melhor empregar o termo perverso.

Provrbios 1111:1. Balana enganosa. O mesmo pensamento se encontra em 16:11. Em 20:10 diferentes pesos e medidas so chamados de "abominao ao Senhor", e em 20:23 uma "balana enganosa" torna a ser condenada. So diversos os mtodos do furto comercial. Um deles a balana mal aferida. Outro possuir unidades de peso de diversos pesas para serem usados na compra e venda com vantagem pessoal. Esses so os "dois pesos" condenados. O peso justo. Em hebraico, pedra perfeita. As pedras eram usadas como peso e era muitssimo fcil rasp-las ou lasc-las. A lei de Moiss proibia toda essa desonestidade (Lv. 19:36; Dt. 25:15; cons. Ez. 45:10; Ams 8:5, et al.). Nossos governos, hoje tm reparties que fiscalizam pesos e medidas para manter os devidos padres. Na teocracia de Israel, o estabelecimento de tais padres ficava

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 38 geralmente a cargo dos sacerdotes. Por isso encontramos referncias ao "siclo do santurio" (x. 38:26). Os pesos eram especialmente importantes, pois com a ausncia de moedas, antigamente, a prata e o ouro eram pesados para se fazer pagamentos. Muitos desses siclos j foram descobertos. Pesava cerca de 11,4 gramas cada siclo comum (R.B.Y. Scott, "Weights and Measures of the Bible", BA XXII, 1959, 32-40). 2. A soberba. No hebraico h uma alterao entre soberba, zadon, e desonra, qalon. 7. A expectao da iniqidade. O versculo 7a paralelo a 10:28b. Veja tambm 11:23. Em J o termo expectao (esperana, J 14: 7) se refere vida do alm (cons. J 14:7-15). Se o homem mpio no tem esperanas aps a morte, se a sua expectativa a ira, quando a expectao do justo alegria, ento o autor aqui olha pela f alm da sepultura como fizeram J, Davi, Daniel e outros. 13. O mexeriqueiro. O hebraico, rakil, "caluniador". A declarao de 13a faz paralelo com a de 20:19a, a qual veremos. Encobre. Veja tambm 10:12, onde se usa a mesma palavra. 14. Multido de conselheiros. Cons. 24: 6 com referncia mesma expresso. 15. Fiador. Veja comentrios sobre 6:1. 16. A mulher graciosa. No no sentido moderno, isto , culta e agradvel, mas literalmente, uma mulher virtuosa. Possivelmente o versculo 16b no uma simples declarao adicional, mas uma comparao bem conhecida "Uma mulher virtuosa alcana honra como os poderosos adquirem riqueza". 17. O homem bondoso. Provavelmente um paralelo de "mulher graciosa" no versculo 16. A si mesmo se fere, isto , h uma recompensa para a bondade. 18. O perverso ... recompensa. Uma aliterao, sheqer versus seker. Tais aliteraes, deixas e repeties so alguns dos aspectos do

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 39 estilo de Provrbios que s vezes explicam a ordem do material, mas que -ficaram perdidos na traduo. 20. Perversos. Desonestos. Os que andam em integridade. Perfeitos, completos (moralmente). 22. Jia de ouro. O anel que as mulheres do Oriente costumavam usar no nariz. Que coisa incongruente se estivesse no focinho de um animal to imundo! Mas a mesma coisa quando uma mulher s tem beleza sem carter. Discrio. Isto sem dvida percepo moral, como em Sl. 119:66. 24. A quem d liberalmente. Os versculos 24-29 podem ser considerados como um grupo que trata da liberalidade "Dai e dar-se-vos". Esta pessoa d com o corao generoso (v. 25). O oposto acumula cereais e podemos supor que havia muitos comerciantes fazendo o mercado negro em ocasies de cercos e fomes e recebe maldio em lugar de bnos. O erro no est em ter riquezas mas em confiar nelas (v. 2). 25-31. A alma generosa prosperar (cons. Sl. 1:3; 52:7, 8; 92:1214; Jr. 17:8). Este pensamento aparece com freqncia nos Provrbios. 30. rvore da vida. Veja comentrios sobre 3:18. O que ganha almas. A expresso idiomtica no est claramente : aquele que toma almas (pessoas) sbio. Alguns interpretam: "o homem sbio adquire amigos" (Berkeley). Fritsch diz que toma significa "destruir". A RSV dnos uma hiptese desnecessria de que a ilegalidade tira muitas vidas (trocando hakam para hamas). Delitzsch apia a AV, que satisfatria, embora possa incluir mais que pescar homens. 31. O justo. A LXX interpreta que o justo ser punido pelo seu pecado; quanto mau o mpio. I Pe. 4:18 cita esta passagem ao p da letra. Contudo, o hebraico tambm pode ser entendido como significando que o justo obter uma bno, enquanto o perverso receber o juzo. O siraco concorda com a LXX e esta interpretao pode ser aceita.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody)

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Provrbios 1212:4. A mulher virtuosa. A frase foi novamente usada em 31:10. A palavra hayil, quando se relaciona com os homens, especialmente soldados, significa "fora". Referindo-se a uma esposa, indica as virtudes femininas, talvez "nobreza". Provrbios 11:16 fala de uma mulher graciosa; 19:14 refere-se a uma mulher prudente. Todos estes termos no contexto de Provrbios falam de uma mulher boa sob diversos aspectos. 8. Entendimento. A palavra sekel foi aqui colocada em contraste com um corao "perverso" ou "desonesto". Em outro lugar foi colocado em oposio "perfdia" (13: IS), "estultcia" (16:22; 23:9). Delitzsch, Toy e outros parecem absolutamente enganados em cham-la de simplesmente "inteligncia". A sabedoria moral ou bondade o que certamente se pretende. 11. O que corre atrs de coisas vs. Este provrbio foi repetido quase ao p da letra em 28:19. A RSV, Berkeley e Delitzsch traduzem para procura v. Mas a Palavra no foi empregada dessa maneira em nenhum outro lugar. Em Jz. 9:4; 11:3; II Sm. 6:20 ela se refere a pessoas vs, patifes. A LXX diz vaidades, talvez se referindo a dolos. 12. Do que caam os maus. A palavra caam difcil. A LXX a omite. A Siraca a traduz: fazer o mal. Ela pode significar torre forte (RSV), e muito dificilmente, presa de guerra (Berkeley). A raiz caar. Possivelmente a Siraca d uma indicao para uma traduo proveitosa "o desejo do perverso andar atrs do mal", aceitando-a em uma forma arcaica. 18. Algum h cuja tagarelice. Diversos provrbios comeam com esta construo especial: "H aquele que . . . " Os versculos 18-23 referem-se ao falar palavras torpes. 28. No h morte. No a negativa usual para esta construo hebraica, mas foi usada de maneira semelhante em 31:4. A LXX e a Siraca faz de 28b um contraste de 28a, "os caminhos do perverso levam para a morte", que foi adotado pela RSV, Fritsch, Toy e outros. A traduo da AV, da BV, Delitzsch, Greenstone e outros relaciona o

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 41 versculo com a imoralidade. Mas a observao de Berkeley de que h "poucas declaraes sobre a moralidade no Velho Testamento" infeliz. Muitas referncias positivas ressurreio e vida futura existem nos Salmos e nos Profetas, embora grande parte seja discutida pelos mestres "liberais". Cons. J 19:25-27; Sl. 16:10; 17:15; Is. 25:8; 26:19; Ez. 37:10; Dn. 12: 2 e outras.

Provrbios 1313:1. O filho sbio. Veja comentrios sobre 10:1. O verbo "ouve" tem de ser acrescentado na primeira parte do versculo como na AV, na LXX e na Siraca. 4. O preguioso. Sobre as implicaes morais do termo, veja observaes sobre 6:6. A alma significa simplesmente o indivduo. 8. Com as suas riquezas se resgata. A idia que o homem rico atacado ou raptado pode pagar o seu prprio resgate. Segundo uma lei hebraica um homem no podia comprar a sua prpria liberdade em caso de julgamento. Ao pobre no ocorre ameaa. Cons. 1b, "o escarnecedor no ouve a repreenso". "No ouvir a repreenso" caracterstica do homem mau. Por que diz-lo do pobre? A LXX e a Siraca seguem o hebraico. A RSV faz emendas drsticas. Talvez devamos traduzir rash, "pobre", como ro'sh, "chefe", tornando este versculo paralelo ao versculo 8a. O "chefe" ("chefo", como diramos) no aceita repreenso; ele sempre consegue sair dos seus apertos por causa do seu dinheiro. 9. A lmpada dos perversos. Veja tambm 20:20; 24:20; J 18:5; 25:17. Era uma metfora popular. 12. rvore de vida. Veja comentrios sobre 3:18. 14. O ensino do sbio. O versculo anterior menciona a "palavra" e o "mandamento". O ensino, portanto, mais do que isso nesta passagem (RSV, Berkeley). Este versculo como o 14:27 com o "ensino do sbio" substitudo por o 'temor do Senhor". Certamente foi de propsito que o autor recorreu assim a um pensamento semelhante com variaes.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 42 15. A boa inteligncia consegue favor. Muito parecido com 3:4. Hen, favor e sekel, inteligncia, so aqui to claramente termos morais resultantes dos mandamentos de Deus, que torna-se difcil entender como Delitzcsh pode chamar sekel de "educao esmerada". A BV diz: A boa inteligncia empresta encanto. A RSV fala de bom senso. Essas tradues perdem o significado do contraste entre a bondade e a transgresso 16. Todo prudente. Com. 8:12. O sbio, oposto de kesil, "velhaco". 20. O companheiro dos insensatos se tomar mau. Um jogo de palavras. No hebraico, companheiro e mau (destrudo) so palavras semelhantes. 24. O que retm a vara. Sobre a vara da correo veja tambm 19:18; 22:15; 23:13,14. "Poupe a vara e estrague a criana" tornou-se um ditado popular. Devemos nos lembrar, contudo, que Provrbios no recomendam espancamentos. Nem o castigo fsico constitui o nico instrumento de educao mencionado (cons. 22:6). Na verdade, o ensino da justia e O temor do Senhor so necessrios para que a vara no venha a falhar.

Provrbios 1414:1. A mulher sbia. No so exatamente as mesmas palavras de 9:1, mas aqui e em 14:2 a aluso quele que "teme ao Senhor" sem dvida uma referncia primeira seo do livro, 1:1 9:18. 5. A falsa (testemunha). Repetido com variaes interessantes em 19:5,9 e 21:28. As palavras so semelhantes s do nono mandamento, mas no idnticas. 9. Os loucos zombam do pecado. A primeira metade deste versculo difcil de entender, principalmente porque zombam foi usado como verbo finito apenas seis vezes no V.T. Seu significado no est claro. Parecido com 14:9 19:28 "A testemunha mpia escarnece da justia" (RSV). Parece que h motivos idnticos para traduzirmos os loucos zombam do pecado.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 43 12. H caminho que . . . parece direito. Este versculo foi repetido ao p da letra em 16:25. (A respeito dessas repeties cons. Introd., Colees de Provrbios). Neste caso, h uma deixa no versculo 12, "ao cabo", que se liga ao versculo 13. 13. At no riso. Em vez de entendermos que este versculo exibe um pessimismo incomum ao livro de Provrbios, o versculo pode ser ligado ao anterior, assim "O fim do caminho que parece direito ao homem triste e difcil". 20. O pobre odiado at do vizinho. Este versculo no declara simplesmente uma verdade comum, nem a aprova. A deixa do vizinho no versculo 21 mostra que odiar o vizinho dessa maneira pecado. 24. A riqueza. O grego, mudando uma letra, diz: A coroa do sbio a sua prudncia (tambm na RSV). 27. O temor do Senhor. Este versculo continuao do 26, conforme a repetio do "temor do Senhor" indica. Sob outros aspectos, o versculo paralelo de 13:14. 31. A este honra. Veja comentrios sobre 19:17, e compare 17:5. 32. Ainda morrendo, tem esperana. Conforme vemos, um testemunho da esperana na eternidade. Pois em ainda morrendo, a LXX e a Siraca dizem betummo, em sua integridade, traduzindo com o m e o t invertidos. um forte testemunho contra o texto hebraico e foi adotado pela RSV. Toy argumenta a seu favor porque, conforme diz, o autor no tinha esperanas na vida futura. Torna-se perigoso julgar de antemo uma dvida. Veja comentrios sobre 12:28. Mas o texto em sua integridade tem um bom apoio.

Provrbios 1515:4. rvore de vida. Veja observaes sobre 3:18. 8. O sacrifcio dos perversos abominvel. A frase, abominvel ao Senhor, liga os versculos 8 e 9. Um grupo de versculos esto assim associados no hebraico. Provrbios 15:8 est repetido em 21:27a, onde se acrescenta que tal sacrifcio provm de um corao perverso. Este

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 44 versculo foi citado nos Documentos Zadoquitas. Documentos do perodo da literatura do Mar Morto (veja Introduo sob o ttulo Autoria). Toy, representando os mais antigos "liberais", observa que os sacrifcios foram mencionados s nesta passagem de Provrbios e em 7:14; 17:1; 21:3, 27 e sempre com desaprovao (mas veja tambm 3:9). Ele v aqui um contraste entre a religio proftica, que exigia moralidade, e a nfase sacerdotal sobre o ritual. Ele cita o Sermo da Montanha como parte do movimento proftico, que ele tambm v em Ams 5:22; Is. 1:11; Jr. 7:22; I Sm. 15:22 e outros. Felizmente, esta reconstruo unilateral da religio israelita, com a perverso de tais textos, j no est mais na moda. claro que os profetas se opunham a sacrifcios idlatras (Jr. 7:18; Ams 4:4, 5; e outros) e o sacrifcio oferecido em desobedincia; mas eles no se opunham aos sacrifcios verdadeiros. Na verdade, Isaas chama o Servo sofredor que estava para vir de "oferta pelo pecado" (Is. 53:10). Infelizmente o "liberalismo" mais recente da chamada Escola Sueca parte para outra tangente: Ela rene os profetas e os sacerdotes, mas os transforma juntos em devotos do culto do Ano Novo babilnio. 11. O alm e o abismo esto descobertos perante o Senhor. "Os olhos do Senhor esto em todo lugar" (15:3) e "os caminhos do homem esto perante os olhos do Senhor" (5:21). O abismo (Abaddon) faz paralelo com Sheol aqui e em 27: 20 e J 26:6. Faz Paralelo com "morte" em J 28:22 e com "sepultura" no Sl. 88:11. Fora destas passagens s foi usado em J 31:12 e Ap. 9:11. Sua raiz significa perecer, morrer (BDB). Delitzsch vtima da tendncia comum dos mestres de interpretarem Sheol e Abaddon segundo o Tartarus e Hades do grego. Isto ilusrio, pois os conceitos grego e hebraico da vida do alm so to diferentes quanto suas divindades. Essas palavras no designam o reino dos mortos nem os colocam em uma caverna subterrnea. So apenas palavras poticas para sepultura, a qual, claro, fica debaixo da terra. Com referncia a Sheol, veja observaes sobre 1:12 e 2:18.

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 45 12. O escarnecedor. O pecador. Veja observaes sobre 1:22, 13. O corao alegre. Semelhante a 17:22. Este um provrbio secular usado aparentemente para fazer contraste com o seguinte, com referncia ao "corao entendido, isto , um corao que tem integridade (cons. 12:25). 17. O boi cevado. Um boi gordo (RSV, Berkeley). Os versculos 16 a 18 combinam entre si como provrbios contra a ira. O versculo 18a faz paralelo com 29:22a. 20. O filho sbio. Veja comentrios sobre 10:1. 24. O inferno em baixo. Com referncia ao Sheol, veja observaes sobre 1:12 e 2:18. As bnos do homem bom o salvam da morte prematura. Toy defende que o homem sbio preservado da partida prematura para a sepultura. Delitzsch faz do versculo um contraste entre o cu e o Sheol para os mpios, desenvolvendo a doutrina da vida futura. mais simples aceitlo como a vida versus a morte. B. Provrbios Especialmente Comparativos. 16:1 22:16.

Provrbios 1616:2. Puros aos seus olhos. O mesmo pensamento aparece em 1412 e 16:25. Este versculo torna mais explcito que o Senhor o verdadeiro Juiz. O mesmo, com variaes, ocorre em 21:2. 3. Confia ... as tuas obras. Estas palavras so muito parecidas com s do Sl. 37:5. E o Sl. 37:1 nitidamente paralelo de Pv. 24:19. 4. E at o perverso para o dia da calamidade. Este versculo tem sido usado como apoio para o extremo calvinismo. Delizsch comenta que "a perversidade dos agentes livres est surdo considerado neste plano", mas ele no considera o versculo no sentido de um predestinao para o mal, o que os calvinistas meticulosos no fazem. O prprio Calvino, de acordo com Delizsch, afirmava que a predestinao para o mal seria um "dogma horrvel". Mas na Bblia a soberania divina tem sido ensinada lado a lado como livre arbtrio. O conhecido versculo,

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 46 "fao a paz e crio o mal" (Is. 45:7), naturalmente no se refere ao mal moral, mas s calamidades. 5. Arrogante de corao. Observe a ligao que h entre os versculos contra o orgulho; o esprito altivo e o orgulho antes da destruio (16:18); o orgulho antes da destruio e a humildade antes da honra (15:33); todo o orgulho abominvel diante do Senhor (16:5; cons. tambm 11:20a). 8. O pouco havendo justia. Veja em 15:16, 17 palavras semelhantes. 10. Decises autorizadas. Os versculos 10-15 apontam para diversas obrigaes e funes dos reis (Greenstone). A passagem comea com um interessante versculo que devia ter agradado ao Rei Tiago I em 1611! Mas a palavra qesem, decises autorizadas, no foi usada em nenhum outro lugar no bom sentido! Significa basicamente adivinhao, ou orculo (LXX). Decises inspiradas (RSV) e deciso piedosa (Berkeley) so grandiosas demais para se encaixarem no hebraico. Delizsch nos faz lembrar que Israel jamais considerou seus reis infalveis. O provrbio do versculo 10 significa que o juzo verdadeiro a obrigao dos reis. O dever especificado e limitado em 16:12, 13. 11. Peso e balana justos. Veja a exegese de 11:1. 15. A sua benevolncia. A palavra transmite a idia de 16:13, onde o deleite do rei (a mesma palavra) diz-se orem os lbios justos. 16. Melhor . . . do que o ouro. Com. 8:10, 11. 18. A soberba precede a runa. Veja observao sobre o versculo 5. 21. Aumenta o saber. O versculo 21b paralelo de 23b em uma associao consciente. Evidentemente os sbios hebreus gostavam desta repetio com variaes artsticas. 22. Fonte de vida. Com referncia a 22a, cons. 10:11; 13:14; 14: 27. Quanto a 22b, cons. 14:24. 25. H caminho que parece direito. Idntico a 14:12. Cons. 16:2. 28. O homem perverso. Compare com 17:9; 18: 8 (que igual a 26:22). Sobre o falar mal dos outros, veja exegese de 20:19. Conforme

Provrbios (Comentrio Bblico Moody) 47 16:28 indica, O difamador no simplesmente aquele que conta os segredos alheios mas um homem perverso "que espalha contendas" (cons. 6:14,19). 31. Coroa de honra. Os jovens tm a fora com que podem se gloriar (20:29) e os idosos tm os cabelos brancos. Mas este versculo torna explcita a condio para a glria dos velhos a justia. 33. A sorte se lana. Greenstone conclui claramente (versus Toy e Delizsch) que esta no uma sano especial para o lanamento de sortes para determinar questes e muito menos para determinar a vontade de Deus. simplesmente uma declarao de que o lanamento de sortes o mais extravagante dos atos humanos est controlado pelo Deus Todo-poderoso.

Provrbios 1717:1. A casa farta de carnes. Abundncia de comida. Grande parte das ofertas pacficas era comida pelo prprio ofertante. Veja observaes sobre 7:14. 2. O filho que causa vergonha. Veja tambm 19:26; 29:15. Um servo sbio, isto , honesto, desapossa o filho mau. Toy interpreta isto de maneira puramente secular, intitulando-o: "O talento tem sucesso." 3. O crisol. O cadinho que se usa na refinao. 5. O que escarnece do pobre. Compare com 14:31a, que bastante parecido, e as observaes sobre 19:17. 6. Coroa dos velhos. Veja observaes sobre 16: 31. 8. Suborno. V-se por esta passagem que os subo