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Reflexão pessoal- O cérebro Nesta minha reflexão pessoal, sobre o tema “O cérebro”, irei começar por fazer a abordagem a tópicos e conceitos necessários à compreensão da matéria em estudo. O neurónio é a estrutura básica do sistema nervoso, uma célula nervosa. Tal como as demais células, o neurónio é formado por um corpo celular, em cujo interior se situa no núcleo. Diferencia-se, no entanto, das outras células por uma série de prolongamentos a que se dá o nome de dendrites. Um deles alonga-se bastante em relação aos outros, chegando a apresentar alguns decímetros de comprimento: é o cilindro-eixo ou axónio, que termina num conjunto de ramificações parecidas com uma raiz, chamadas telodendrites. Alguns neurónios contêm uma bainha de mielina, substância gordurosa que serve de proteção ao axónio e permite maior velocidade na circulação de mensagens. Os neurónios cujo axónio é envolvido pela bainha mielínica formam a substância branca, existente na parte interna do encéfalo, na parte externa da medula e nos nervos brancos. Os axónios com ausência de mielina constituem a substância cinzenta, que se encontra no córtex cerebral, no interior da espinal-medula e nos nervos cinzentos.

psicologia-b-12-ano.webnode.pt€¦ · Web viewA espinal medula é o principal centro coordenador das atividades reflexas, como, por exemplo, o reflexo rotuliano. Neste sentido, é

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Reflexão pessoal- O cérebroNesta minha reflexão pessoal, sobre o tema “O cérebro”, irei

começar por fazer a abordagem a tópicos e conceitos necessários à compreensão da matéria em estudo.

O neurónio é a estrutura básica do sistema nervoso, uma célula nervosa. Tal como as demais células, o neurónio é formado por um corpo celular, em cujo interior se situa no núcleo. Diferencia-se, no entanto, das outras células por uma série de prolongamentos a que se dá o nome de dendrites. Um deles alonga-se bastante em relação aos outros, chegando a apresentar alguns decímetros de comprimento: é o cilindro-eixo ou axónio, que termina num conjunto de ramificações parecidas com uma raiz, chamadas telodendrites.

Alguns neurónios contêm uma bainha de mielina, substância gordurosa que serve de proteção ao axónio e permite maior velocidade na circulação de mensagens.

Os neurónios cujo axónio é envolvido pela bainha mielínica formam a substância branca, existente na parte interna do encéfalo, na parte externa da medula e nos nervos brancos.

Os axónios com ausência de mielina constituem a substância cinzenta, que se encontra no córtex cerebral, no interior da espinal-medula e nos nervos cinzentos.

Os neurónios apresentam duas propriedades importantes para compreendermos a circulação de mensagens:

Excitabilidade, que lhes permite reagir a estímulos. Quando uma fibra nervosa é estimulada, modificam-se as suas características elétricas, o que produz uma pequena corrente a transmitir a outro neurónio.

Condutibilidade, que lhes permite transmitir as excitações a outras células nervosas. A direção normal das excitações implica a sua

passagem das telodendrites de um axónio às dendrites do neurónio seguinte.

Estas células conectam-se umas às outras através das dendrites e dos axónios, criando uma rede nervosa. A transferência de informação ocorre essencialmente graças aos impulsos nervosos. Um impulso nervoso é a transmissão de um sinal codificado de um estímulo dado ao longo da membrana do neurónio, a partir de seu ponto de aplicação. Os impulsos nervosos podem passar de uma célula a outra, criando assim uma cadeia de informação dentro de uma rede de neurónios. A passagem do impulso nervoso de um neurónio para o outro dá-se o nome de sinapse.

O controlo do comportamento e a regulação fisiológica do organismo são feitos pelo sistema nervoso. O sistema nervoso pode ser divido (consoante as suas funções) em:

O sistema nervoso central desempenha essencialmente as tarefas associadas ao processamento e coordenação das informações. É constituído por duas estruturas nervosas: o cérebro e a espinal medula.

O sistema nervoso periférico desempenha as tarefas ligadas à condução e circulação das informações. Nele se inscrevem os nervos sensoriais, os motores e os mistos.

Vou agora focar a atenção no sistema nevoso central abordando de forma mais profunda os seus constituintes.

A espinal medula é uma massa nervosa situada no interior e ao longo da coluna vertebral, que lhe serve de proteção. A aprte interna da medula- a substancia cinzenta- é formada por neurónios sem bainha mielínica; a parte externa- a substancia branca- é formada por neurónios com bainha mielínica.

A espinal medula é o principal centro coordenador das atividades reflexas, como, por exemplo, o reflexo rotuliano. Neste sentido, é um órgão importante como mecanismo de defesa contra agressões do meio, na medida em que as suas respostas são diretas e automáticas, ocorrendo

antes de qualquer decisão cerebral. Assim, fechamos mecanicamente os olhos se nos entra um cisco, levantamos a perna quando nos picamos um pé ou retiramos a mão quando apanhamos um choque. O objetivo é sempre a defesa do organismo em relação ao agente agressor do meio.

A espinal medula é também um centro condutor. Qualquer decisão seja para andar, para falar ou para fazer outro movimento, requer troca de mensagens entre a espinal e o cérebro. Os impulsos provenientes do cérebro e os que para ele são dirigidos não circulam só por nervos mas também através da espinal medula. Enquanto condutora, esta estrutura nervosa caba por intervir também em comportamentos voluntários. Assim, as pessoas com lesões na espinal medula perdem grande parte do controlo muscular, se a lesão é na parte inferior da medula a pessoa fica paraplégica, isto é, deixa de controlar os movimentos da generalidade dos órgãos situados abaixo da cintura. Se ocorre na parte superior, a pessoa fica tetraplégica, perdendo o controlo dos movimentos de todo o corpo, à exceção da cabeça.

O cérebro é uma massa nervosa que se encontra protegida por uma estrutura óssea que se designada caixa craniana. A parte interna do cérebro contém uma substância branca, e a parte exterior, o córtex cerebral é constituída por uma substância cinzenta. O córtex cerebral é a estrutura nervosa que assegura a superioridade humana, ou seja, a capacidade de processar informações e de atribuir significados às situações e ais acontecimentos do mundo. Este é de todas as estruturas que integram o cérebro a mais desenvolvida, sendo constituído por um conjunto de neurónios diferenciados, em áreas funcionais diversificadas. O córtex humano é atravessado por uma fenda longitudinal, que divide o cérebro em duas metades quase simétricas, chamados hemisférios cerebrais. Cada hemisfério é responsável pelo controlo sensorial e motor do lado oposto do corpo, por exemplo, o hemisfério esquerdo comanda a sensibilidade e os movimentos do lado direito e o hemisfério direito comanda o controlo da sensibilidade e dos movimentos do lado esquerdo.

O hemisfério esquerdo é dirigido para a simbologia e lógica, ocupa-se do pensamento mais analítico, linear e verbal. Constrói frases e resolve

equações. Proporciona ao homem a ciência e a tragédia. Quando ocorrem acidentes, tromboses ou tumores neste hemisfério acontecem distúrbios na leitura, na escrita, na fala, no raciocínio aritmético, ou seja, a capacidade de compreensão fica afetada.

O hemisfério direito é o responsável pela organização das perceções espaciais e encarrega-se do pensamento mais sintético (associa as ideias), holístico (encontra as relações num só passo, intuitivamente) e imagístico (rege-se por imagens). Ouve música e apercebe-se da tridimensionalidade dos objetos. Dele brota a imaginação e a arte de uma maneira geral, as relações nestes hemisférios não têm efeitos tao dramáticos como as ocorridas no hemisfério esquerdo.

Apesar das diferenças evidenciadas, estudos feitos revelam que os hemisférios trabalham coordenadamente, desempenhando papéis complementares. Esta complementaridade deve-se ao corpo caloso que unifica o estado de consciência e de atenção, permitindo que ambos os hemisférios partilhem a responsabilidade em funções superiores complexas, como as de aprendizagem e de memória.

O córtex cerebral encontra-se cheio de enrugamentos ou circunvalações que permitem que ele caiba com toda a sua extensão no exíguo espaço da caixa craniana. O córtex que cobre cada hemisfério apresenta quatro regiões ou lobos cerebrais, separados por fendas:

O lobo occipital, responsável pela visão; O lobo temporal, responsável pela audição; O lobo parietal, responsável, pelas sensações do corpo; O lobo frontal, responsável pelos movimentos.

No que respeita à organização funcional, os lobos são semelhantes entre si, existindo, em cada um deles, dois tipos de áreas: áreas primárias e áreas secundárias.

As áreas primárias desempenham funções sensitivas e motoras ocupando 25% do córtex cerebral, tratasse das regiões corticais em que são recebidas ou projetadas as mensagens vindas dos órgãos dos

sentidos. As impressões ligadas à visão, à audição, ao tacto, ao sentido de dor, de calor ou de frio (entre muitas outras) são aqui acolhidas antes de receberem qualquer processamento. São também as regiões de onde partem as ordens para os músculos efetuarem os movimentos.

As áreas secundárias ou de associação estabelecem a ligação entre os dados sensoriais e as informações armazenadas na memória. Assim interpretam, integram e organizam a informação recebida nas áreas primárias. Ocupando cerca de 75% do córtex, exercem funções associadas ao processo de pensamento.

Vou agora falar de cada lobo cerebral, analisando as áreas primárias e secundárias de cada um deles e das suas funções.

Lobos Occipitais estão situados na parte inferior do cérebro, esta área é também designada por córtex visual, porque processa os estímulos visuais. Depois de percebidos por esta área – área visual primária – estes dados passam para a área visual secundária ou área visual de associação. A área visual, ou córtex visual, comunica com outras áreas do cérebro que dão significado ao que vemos tendo em conta a nossa experiência passada, as nossas expectativas. O nosso cérebro é orientado para discriminar determinados estímulos.

Os Lobos Temporais situam-se na zona por cima das orelhas, processam os estímulos auditivos. Os sons produzem-se quando a área auditiva primária é estimulada. A área de associação – área auditiva secundária – recebe os dados e, em interação com outras zonas do cérebro, permite-nos reconhecer o que ouvimos.

Os Lobos Parietais localizados na parte superior do cérebro, têm duas subdivisões: a anterior e a posterior. A primeira, o córtex somatossensorial, possibilita a receção de sensações (o tato, a dor, etc.). Nesta área primária, responsável pela receção de estímulos que têm origem no ambiente, estão representadas todas as áreas do corpo. A área posterior é uma área secundária que analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela área anterior ou primária, que

permite a localização do nosso corpo no espaço, o reconhecimento dos objetos através do tato, etc.

Os lobos frontais são responsáveis pelos movimentos, incluindo as áreas motoras primárias e secundárias. A área motora primária destina-se à ocorrência de movimentos em diferentes partes do corpo e a área motora secundária destina-se à organização ordenada e coordenada de movimentos.

As áreas pré-frontais constituem a secção anterior do lobo frontal, conhecida como área pré-frontal, cérebro pré-frontal ou córtex pré-frontal, esta estabelece relações com as mais diversas áreas do cérebro, igualando as suas atividades e controlando os comportamentos que se consideram única ou especificamente humanos: reflexão, atenção, imaginação, planificação, processos mentais superiores, aqueles que nos especificam como seres humanos.

Em termos gerais, pode dizer-se que todo o progresso e conforto material e espiritual da humanidade se deve à intervenção neural desta área. É graças à sua atividade que os homens se têm dedicado à especulação abstrata e, consequentemente têm podido dar corpo a obras primas a nível da literatura e da arte e fazer assombrosas descobertas a nível da ciência e da técnica. É o córtex pré-frontal que permite organizar e fazer funcionar instituições, elaborar leis e estabelecer formas equilibradas de relacionamentos entre as pessoas e os grupos. Dele depende o controlo dos comportamentos necessários à vida social, incluindo a aceitação e a compreensão dos padrões éticos.

Sabendo que o cérebro está todo ele dividido em lobos e áreas, cada um deles com funções distintas, coloca-se a questão se o cérebro funciona como um todo ou se há departamentos isolados. De modo a tentar responder a esta questão há duas teorias:

A teoria das localizações cerebrais- defende que o cérebro é compartimentado em secções estanques, cada uma das quais com a responsabilidade de superintender em determinadas funções especificas.

A teoria da unidade funcional- defende que o cérebro trabalha como um todo, em especial quando as funções são de maior complexidade, como é o caso da linguagem, aprendizagem e memória.

O cérebro funciona, pois, de modo sistemático, em que umas partes se relacionam com as outras, todas submetidas a uma globalidade organizada que, por sua vez, se alimenta de estreita conexão entre elas.

Considerar que o cérebro funciona sistematicamente significa admitir que ele é uma globalidade constituída por partes cujas interações concorrem para a manutenção do seu equilíbrio funcional como a unidade ou sistema.

Nas aulas de psicologia observámos um documentário que incidia neste assunto, denominado “Segredos da mente”. Neste documentário são estudadas situações reais trágicas de pessoas que sofreram lesões cerebrais. O professor Ramachandran investiga alguns enigmas cerebrais, entre as quais a “Síndrome dos membros-fantasma”, que é a sensação de dor em partes do corpo inexistentes, que foram amputadas. Com base no estudo deste enigma, podemos transpô-lo a um nível ais abstrato com os problemas da filosofia da mente. Assim chegou-se à conclusão que há uma recuperação de funções cerebrais, isto é, como uma determinada área do cérebro (a área correspondente ao membro amputado) não estava a ser útil, estando em inatividade, as áreas vizinhas assumem as funções desta área.

Vou agora falar sobre uma doença relacionada com a matéria em estudo, denominada Parkinson. A doença de Parkinson é idiopática, ou seja é uma doença primária de causa obscura. Há degeneração e morte celular dos neurónios produtores de dopamina. É portanto uma doença degenerativa do sistema nervoso central, com início geralmente após os 50 anos de idade. É uma das doenças neurológicas mais frequentes visto que sua prevalência situa-se entre 80 e 160 casos por cem mil habitantes, atacando, aproximadamente, 1% dos indivíduos acima de 65 anos de idade. Embora seja mais comum em

idosos, a doença também pode aparecer em jovens. A doença de Parkinson é uma doença que ocorre quando certos neurónios morrem ou perdem a capacidade. O indivíduo portador de Parkinson pode apresentar tremores, rigidez dos músculos, dificuldade de caminhar, dificuldade de se equilibrar e de engolir. 90% das pessoas com Parkinson sofrem também de algum outro transtorno psiquiátrico em alguma fase da sua vida . Dependendo do caso estes transtornos podem tanto ter colaborado para o desenvolvimento da doença como serem consequência da doença ou mesmo não terem relação direta, estas três hipóteses estão provadas cientificamente. Mas independente de serem causa, consequência ou simultâneas, os distúrbios cognitivos, transtornos de humor e transtornos de ansiedade frequentes causam grandes prejuízos na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. O transtorno mais comum foi a depressão nervosa, identificada em 32% dos casos, e responsável por agravar os problemas motores, de sono, alimentares e de dores. O tratamento fisioterapêutico atua em todas as fases do Parkinson, para melhorar as forças musculares, coordenação motora e equilíbrio A síndrome de Parkinson não é fatal mas fragiliza e predispõe o doente a outras patologias, como a pneumonia de aspiração (o fraco controlo muscular leva a deglutição da comida para os pulmões) e outras infeções devido à imobilidade.

Na minha opinião acho o cérebro um dos temas mais interessantes, pois é um assunto do qual ainda sabemos muito pouco, havendo ainda muito para explicar sobre ele. As vivências do ser humano são totalmente condicionadas por este órgão. Constatei assim que ainda há muitos mistérios por desvendar acerca da mente humana. Também cheguei à conclusão que a sociedade em geral sabe muito pouco sobre as doenças relacionadas com este órgão e desta forma não sabe como se precaver. Acho que devemos apostar no conhecimento dos fenómenos da nossa mente de modo a evitar graves problemas.

Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a_de_Parkinson

Manual do aluno, Volume 1, Psicologia B 12º Abrunhosa Maria Antónia, Leitão Miguel

Carolina Barbosa 12º A