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Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Escola de Ciências Sociais e da Saúde
Coordenação de Psicologia
Psicologia da Personalidade III
Processos defensivos
✓O conceito de defesa tem sidoimportantíssimo no diagnóstico dapersonalidade em psicanálise.
✓Os tipos de personalidade se referemimplicitamente a uma operação contínua deuma defesa específica ou de umaconstelação de defesas em um indivíduo.
✓As primeiras observações de Freudinfluenciaram a ideia de que as defesas são,por natureza, mal adaptativas.
✓Contudo, o fenómeno ao qual nos referimos como"defesas" tem muitas funções positivas.
✓As defesas começam como adaptações saudáveise criativas que continuam a funcionar de formaadaptativa ao longo da vida.
✓Uma pessoa que usa uma defesa em geral estátentando, de modo inconsciente, atingir um dosseguintes objetivos (ou ambos):
✓Evitar ou administrar algum sentimentoameaçador, normalmente ansiedade, mastambém luto esmagador, vergonha, inveja e outexperiências emocionais caóticas; e
✓Manter a autoestima.
✓Os psicanálise admite que todos temos defesas“preferidas” que se tornaram integradas ao nossosestilos individuais de lidar com as situações.
✓Essa “escolha” automática de uma defesa emparticular ou em um grupo de defesas é resultadode complexas relações entre:
✓O temperamento individual específico,
✓A natureza das angústias que o indivíduo sentiu naprimeira infância,
✓As defesas modeladas - e às vezes explicitamenteensinadas - pelos pais e por outras figuras importantes.
✓As consequências experienciadas devido ao uso dedeterminadas defesas.
✓As pesquisas empíricas sobre as defesas apoiamsete observações psicanalíticas centrais (Cramer,2008):
(1) funcionam independentemente de nossa consciência;
(2) desenvolvem-se segundo uma ordem previsível àmedida que a criança amadurece;
(3) estão presentes na personalidade normal;
(4) são usadas com intensidade em períodos de estresse;
(5) reduzem a experiência consciente das emoçõesnegativas;
(6) operam por meio do sistema nervoso autónomo; e
(7) quando usadas em excesso, são associadas apsicopatologias.
✓Existe uma concordância entre acadêmicospsicanalíticos quanto ao fato de algumasdefesas serem mais maduras do que outras emtermos de desenvolvimento.
✓ (Cramer, 1991; Laughlin, 1970; Vaillant et al., 1986).Cramer (2006) demonstrou, por exemplo que anegação ocorre muito cedo, e que a projeção sedesenvolve depois, e a identificação ainda maistarde.
✓Em geral, as defesas que são chamadas de"primárias", "imaturas", "primitivas" ou "deordem inferior" observam o limite entre o “Ego”(si-mesmo) e o mundo exterior.
✓As consideradas como "secundárias", "maismaduras", "avançadas" ou "de ordem superior"lidam com limites internos, como aqueles entre oego, o superego e o id ou entre o ego observadore as partes do ego ligadas à experiência.
✓As defesas primitivas operam de modo global eindiferenciado, fundindo as dimensões cognitiva,afetiva e comportamental,
✓As mais avançadas operam transformaçõesespecíficas de pensamentos, sentimentos,sensações, comportamentos ou algumacombinação dessas funções.
✓Para ser considerada primária, uma defesa temgeralmente duas qualidades associadas com afase pré-objetal do desenvolvimento:
✓uma falta de apego ao princípio de realidade e
✓uma falta de percepção da separação e daconstância daqueles que são externos ao self.
✓Contudo, apesar da separação entre defesasprimitivas e maduras, muitos processos de defesapodem se apresentar de formas mais primitivase/ou mais maduras.
✓A negação pode se relacionar à total renúncia darealidade em favor de um estado psicótico da mente oupode indicar uma leve tendência a lidar com o estresse"sonhando acordado".
✓ Os processos defensivos consideradosprimitivos só representam um problema se elasnão contarem com capacidades psicológicasmais maduras ou se tais defesas forem usadaspara a exclusão de outras possíveis. A maioriados indivíduos também acrescenta a elas meiosmais sofisticados de processar a ansiedade eassimilar uma realidade complexa eperturbadora.
ESTRUTURAS PSÍQUICAS
LATENTE
✓ A personalidade corresponde a um
estado psíquico (disposição)
constituído pelos elementos
metapsicológicos1 profundos e
fundamentais fixados em um conjunto
estável e definitivo2.
1. mecanismos de defesa prevalentes,
um modo seletivo de relação de objeto,
um grau definido de evolução libidinal e
egóica, uma atitude fixada diante da
realidade e um jogo recíproco bastante
invariado dos processos primário e
secundário.
2. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia. Porto Alegre: ArtMed.
MANIFESTO
✓ ... “Diante da extrema dificuldade
em se definir precisamente os
conceitos de caráter e
personalidade, muitos autores
tentam simplificar a questão,
dizendo ser o caráter a
manifestação objetiva da
personalidade ...”3.
✓ “... caráter constitui, pois, o
testemunho visível da estrutura
de base da personalidade...” 4
3. Bernardes, W. S (30050. A concepção freudiana de
Caráter. Tese de Doutorado em Psicologia. Rio de
Janeiro: UFRJ.
4. Bergeret, J. (1974). O normal e o Patológico. Porto
Alegre: Artes Medicas
]
3 aula 1
⚫ Uma teoria da personalidade envolve:
⚫ Os determinantes da personalidade
⚫ Os motivos que levam as pessoas a se
comportarem de uma certa maneira
⚫ O funcionamento psicológico
estável e precisa das partes que a compõem
um todo.
É o modo pelo qual um todo é composto e as
partes deste todo são arranjadas entre si.
A "constituição" e a "estrutura" da
personalidade representam:
o modo de organização permanente do
indivíduo.
Na linguagem usual, estrutura é uma noção
que implica uma disposição complexa,
ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
A estruturar da personalidade corresponde
a um estado psíquico constituído pelos
elementos psíquicos fundamentais da
personalidade, fixados em um conjunto
estável e definitivo.
A estrutura da personalidade implica
em uma organizada de modo estável e
definitivo:
1. de mecanismos de defesa,
2. de um modo seletivo de relação de
objeto,
3. de um certo grau de evolução libidinal
4. de pontos de Fixação da Libido
5. de um certo grau de evolução do ego,
6. de uma atitude frente a realidade,
7. de um uso bastante invariado dos
processos primário e secundário..
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Identificação
Modo relação de objeto
• Relação objetal
• relação narcísista
Funcionamento Píquico
• Mecanismos de defesa
• Pincípio de Realidade (processo
secundário)
• Princípio de Prazer (processo
primário)
Desenvolvimento psicossexual
• Fixações genitais
• Fixações pré- genitais
Constituição do Ego
• Narcisismo primário
• Indiferenciação psicossomática
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Identificação
Modo relação de objeto
• Relação objetal
• relação narcísista
Funcionamento Píquico
• Mecanismos de defesa
• Pincípio de Realidade (processo
secundário)
• Princípio de Prazer (processo primário)
Grau de desenvolvimento da libido
• Fixações genitais
• Fixações pré- genitais
Constituição do Ego
• Narcisismo primário
• Indiferenciação psicossomática
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✓ Sobre a estruturação psíquica considera-se que:
Pouco a pouco, a partir do nascimento, sem dúvida
antes, em função da hereditariedade, mas sobretudo do
modo de relação com os pais, desde os primeiros
momentos da vida, das frustrações, dos traumas, dos
conflitos encontrados, em função também das defesas
organizadas pelo Egp para resistir às pressões internas
e externas e das pulsões do Id e da realidade, pouco a
pouco o psiquismo individual se organiza,
estabelecendo, como um cristal mineral, linhas de
clivagem originais que não podem mais variar depois1.
✓ Chega-se assim a uma estrutura estável, cujos dois
modelos específicos são representados pela estrutura
neurótica e pela estrutura psicótica.
1. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia teoria e clínica (p. 134). Porto Alegre: ArtMed.
24
A estrutura da personalidade representa as bases
constantes (elementos psíquicos
sobre as quais se estabelece o
psíquico de um sujeito.
Para Freud, no desenvolvimento
fundamentais)
funcionamento
psicossexual,
quando o funcionamento psíquico de um indivíduo
houvesse estabelecido um grau de organização
equivalente a um arranjo dos mecanismos psíquicos
fundamentais não haveria mais variação possível.
Em suas Novas Conferências de 1933, Freud nos
diz que, se deixarmos cair no chão um cristal (bloco
mineral) ele se quebra, mas não de um modo
qualquer.
Noção de Estrutura Psíquica1
“Se atiramos ao chão um cristal, ele se parte, mas
não em pedaços ao acaso. Ele se desfaz, segundo
linhas de clivagem, em fragmentos cujos limites,
embora fossem invisíveis, estavam predeterminados
pela estrutura do cristal. Os doentes mentais são
estruturas divididas e partidas do mesmo tipo... Eles,
esses pacientes, afastaram-se da realidade externa,
mas por essa mesma razão conhecem mais da
realidade interna, psíquica, e podem revelar-nos
muitas coisas que de outro modo nos seriam
inacessíveis. (Freud, 1933).” 2
1. Bergeret, J. (2006). Psicopatologia. Porto Alegre: ArtMed.
2. Vol. XXII – (1) Novas conferências introdutórias sobre psicanálise. Conferência XXXI, A dissecção da
personalidade psíquica. V ol. XX (1933 [1932]).
24
Todo corpo cristalizado é constituido por linhas de
estruturação invisíveis reunidas entre si para formar o
corpo total segundo limites, direções e angulações
pré-estabelecidas de forma precisa, fixa e constante
para cada corpo em particular.
Tais linhas de clivagem originais e imutáveis definem
a estrutura do cristal mineral.
Assim, ao quebrar-se, seguirá essas mesmas linhas
de clivagem pre-estabelecidas indica seus limites,
suas direções e angulações até então invisíveis.
Freud pensa que o mesmo aconteceria com a
estrutura psíquica, que em situação normal a
organização de um indivíduo se acharia constituída de
forma estável, específica e invisível.
✓Nas conferências de introdução à psicanálise(1916-17), conferência XXII – Algumas Ideias sobeo desenvolvimento e regressão – Etiolgoa,considerando os fatores etiológicos das neuroses,Freud propôs sua equação etiológica consideradois níveis de fatores (série complementares) :
A Série Complementares
Freud estabelece três séries complementares
como fatores coadjuvantes na etiologia do
adoecimento psíquico:
a disposição constitucional;
as experiências dos primeiros cinco
anos de vida;
as circunstâncias de vida do sujeito na sua
vida adulta.
As duas primeiras séries compõem a disposição da
cada ser humano, sua estruturação neurótica ou
psicótica, mas não são determinantes a priori de
qualquer distúrbio que a pessoa possa vir a ter.
a terceira série complementar está relacionada
com os acidentes e acontecimentos que a vida
oferece, e é fundamental na formação dos
sintomas, na sua relação dialética com a
disposição.
FATORS
COSTITUCIONAS
EXPERIÊNCIAS
INFANTIS
(PRE)DISPOSIÇÃO
ESTRUTURA
PSÍQUICA
ACONTECIMENTOS
DA VIDAADULTA
ADOECIMENTO
PSIQUICOESTRUTURA
DE PERSONALIDADE
Neursoe Psicose
✓O 1° nível refere-se à conjugação entre o quetrazemos à vida (o que foi herdado-onto/filogeneticamente- e o que a vida nos traz (oque foi adquirido pela experiência infantil).
✓A primeiro série compõem a (pre)disposição dacada ser humano e não é determinante dequalquer distúrbio que a pessoa possa vir a ter.
✓2° nível – a predisposição somando-se àsexperiências acidentais da vida adulta.
✓Os acidentes e acontecimentos que a vidaoferece, são fundamental na formação dossintomas, nas suas relações dialéticas com adisposição.
Nau dos Loucos
Para que surja um sintoma, tem que ocorre uma
privação libidinal na atualidade da vida do indivíduo
que coloque em movimento uma regressão a
organizações da libido a que se haviam renunciado
na infância (pontos de fixação da libido).
A insatisfação libidinal (frustração) para produzir
efeitos patogênicos deve recair sobre a forma de
satisfação que é central na vida da pessoa, a forma
de satisfação que ela quer com exclusividade.
O NORMAL
Em comparação ao “cristal”, o normal seria
sobretudo um sujeito que traz consigo a
quantidade suficiente de fixações conflitivas
(linhas de clivagem exteriormente invisíveis) para
ser tão “doente” quanto muitas pessoas,
mais que não teria encontrado, em seu caminho:
⚫dificuldades internas e externas
superiores a seu equipamento afetivo
hereditário e adquirido,
▪ E as suas faculdades defensivas e
adaptativas permitiriam um arranjo flexível :
▪de suas necessidades pulsionais, e
▪de seus processos primário e
secundário
▪ tanto em um plano pessoal como em
um plano social e
▪ levando satisfatoriamente em conta
a realidade.
Quando um
estrutura:
sujeito (independente da
ou psicótica) não estáneurótica
submetido a provas interiores ou exteriores
demasiado
frustrações
fortes, a
ou a
traumas
conflitos
afetivos, a
demasiado
intensos, ele se mantém estável, organizado
e não adoece.
Mas se o sujeito vier a se descompensar (o
"cristal" vier a se romper), isso só poderá
ocorrer de acordo com as linhas de ruptura
preestabelecidas na idade precoce.
O sujeito de estrutura neurótica não poderá
desenvolver senão uma neurose, e o sujeito
de estrutura psicótica senão uma psicose.
Da mesma maneira, tomados em tratamento
a tempo e corretamente cuidados, o primeiro
sujeito não poderá se encontrar novamente
em boa
neurótica
segundo
saúde a não ser como estrutura
de novo bem compensada, e o
apenas como estrutura psicótica
novamente compensada.
Estrutura psicótica
• A linhagem psicótica parte do nível das
frustrações muito precoces, originando-se
essencialmente do pólo materno, pelo menos
no que concerne às frustrações mais
primitivas.
• A estrutura psicótica corresponde a uma
falência da organização narcísica primaria.
• Representa uma impossibilidade, para a
criança, de constitui-se com objeto distinto da
mãe.
⚫Esta relação mais ou menos fusionai com a mãe,
segundo as variedades de psicose, encontrar-se-á
incessantemente repetida no plano interpessoal.
A mãe do psicótico não soube deixar instalar o esboço de
uma relação personada, levada essencialmente por sua
própria necessidade patológica de exclusividade. Essa
disposição de espírito tenderá igualmente a afastar a criança
de toda a saída para o exterior e muito especialmente para
esse outro habitualmente representado pelo pai do psicótico
,,, o pai do psicótico se mostra falho, ele
não consegue ajudar, por sua própria intervenção, a criaça
em sua separação da mãe, assim, esta criança se encontra
irremediavelmente confinada no registro unipolar e fusional
impróprio para uma implantação objetal satisfatória,
impróprio igualmente para um bom funcionamento psíquico.
⚫A atitude simbiótica da mãe e a
necessidade de total dependência do filho em
relação a ela, impede a constituição de uma
diferenciação em relação à:
• 1- realidade psíquica/realidade material e
• 2- ego/não-ego, sueito/objeto.
Por esse motivo, o psicótico não tem a
possibilidade de separar claramente a percepção
real do mundo exterior do que seria o resultado
de uma atividade mental de origem interna. Assim,
facilmente ele se torna a sede da confusão
alucinatória ou delirante, que apenas exprime
essa inaptidão em separar a realidade do
fantasmático.
⚫Assim, ele projetará, isto é, ele constituirá,
sob a forma perceptiva de uma pseudo-
realidade externa, os elementos figurativos de
seus movimentos pulsionais (internos) sem
sentir, como é o caso, normalmente, toda a
subjetividade que caracteriza, no sujeito
neurótico, a experiência habitual do desejo,
em sua elaboração fantasmática e
representativa, enquanto imagem mental
diferenciada da percepção.
Um ego que sofreu sérias fixações e se pré-organiza rapidamente, segundo a fase oral ou, nomais tardar, durante a primeira parte da fase anal.
Genital
Fálica
Anal 2ª.
Anal 1ª.
Oral 2ª.
Oral 1ª.
FixaçõesNeurótica
FixaçõesPsicóticas
Na estrutur a psicótica:
⚫O ego jamais está completo; encontra-se de
saída fragmentado.
⚫A angústia está centrada na fragmentação, na
destruição, na morte por estilhaçamento.
⚫A atividade sintética do ego encontra-se abolida nos
casos extremos, ou então enfraquecida.
O superego não atinge o papel
organizador ou conflitual de base.
⚫O conflito subjacente não é causado pelo superego,
mas pelas necessidades pulsionais em face à realidade,
o que leva a uma recusa de todas as partes desta
realidade que tenham-se tornado frustrante.
✓Quanto mais o sujeito de estrutura psicótica se
encontra ameaçada, mais prevalecerá nele o
processo primário, em detrimento do
funcionamento sob o processo secundário.
✓O processo primário leva o funcionamento
mental a sair do controle da realidade
para tender à alucinação dos desejos.
✓O delírio, como efeito de uma recusa/rejeição
da realidade, tornar-se indispensável para a
manutenção da vida por meio da reconstrução
de uma nova realidade.
Os principals mecanismo de defesa psicótico são:
✓Rejeição/Recusa (realidade) – termo usado por
Freud num sentido específico: modo de defesa que
consiste numa recusa por parte do sujeito em
reconhecer a realidade de uma percepção
traumatizante. Este mecanismo é evocado por
Freud em particular para explicar o fetichismo e as
psicoses.
✓Projeção (Projektion) – Termo utilizado por
Sigmund Freud a partir de1895 para
designar um modo de defesa primário pelo qual o
sujeito projeta num outro sujeito ou num objeto
desejos que provêm dele.
✓Clivagem do eu (Ichspaltung) – Termo
introduzido por Sigmund Freud em 1927 para
designar um fenômeno que se traduz pela
coexistência, no cerne do eu, de duas atitudes
contraditórias, uma que consiste em recusar a
realidade, outra, em aceitá-la. (passam a existir
dois mundos diferentes no sujeito: o real e o
delirante).
Características da estrutura de personalidade em nívelpsicótico 1
✓Na extremidade psicótica do espectro, as pessoasestão internamente muito mais desorganizadas.
✓No entanto, existem muitas pessoas por aí cujasconfusões internas básicas de nível psicótico nãoultrapassam a superfície a não ser em condiçõesestressantes extremas.
✓Indivíduos cujas personalidades são organizadas emum nível essencialmente psicótico têm gravesdificuldades em relação à identidade. Em geral sedebatem com questões básicas de autodefinição. Elesnão têm um senso de continuidade de identidade.
1. Mcwilliams, N. (2014). Diagnóstico psicanalítico: entendo a estruturada personalidade no processo clínico. Porto Alegre: ArtMed.
✓Quando solicitadas a se descreverem ou a descreveroutras pessoas importantes de suas vidas, tendem aser vagas, tangenciais, concretas demais oudistorcem a realidade.
✓A natureza do conflito primário em pessoas compotencial psicótico é literalmente existencial: vidaversus morte, existência versus destruição,segurança versus terror.
✓Estudos influenciados pela psicanálise, de famílias deindivíduos esquizofrenia» nos anos 1950 e 1960,reportaram com consistência os padrões decomunicação emocional em que a criança psicóticarecebia mensagens sutis de que não era uma pessoaseparada, mas sim uma extensão de alguém(Bateson, Jackson, Haley e Weakland, 1956; Lidz,1973; Mischler e Waxier, 1968; Singer e Wynne,1965a, 1965b).
CARACTERÍSTICAS DA ESTRUTURA NEURÓTICA
ESTRUTURA NEURÓTICA
• o indivíduo pré-organizado de forma neurótica temacesso à triangulação genital.
▪ sem frustrações precoces demasiado pesadas,
▪ sem fixações pré-genitais anterioresdemasiadamente severas.
▪ O segundo subestágio anal (retentivo) e estágiofálico são superados.
▪ o Édipo começa a pré-organizar a futura estruturasob o primado genital.
▪ Da mesma forma que na linhagem psicótica, operíodo de latência operará, aqui, uma paradamomentânea da evolução estrutural.
▪ A adolescência desencadeará as tempestadesafetivas.
▪Na grande maioria dos casos e em contextosnormalmente socializados, o ego neuroticamentepré-organizado permanece na linha de estruturaçãoneurótica de forma definitiva.
• Esta organização estrutural não mais poderá variar aseguir e, se um sujeito desta linhagem adoecer, nãopoderá fazê-lo senão conforme um dos modosneuróticos autênticos: neurose obsessiva e histeria(de angústia ou de conversão)
• A linhagem estrutural neurótica é, acima de tudo,caracterizada pela organização da personalidade sobo primado do genital.
• Após o edipo por mei da identificaçlão, o com osprogenitores o superego se constitui.
• Não se pode falar de superego propriamente dito, senãonas estruturas neuróticas.
• O conflito neurótico situa-se entre o superego e as pulsões edesenrola-se no interior do ego.
• Após um processo de narcissação sem falhas, o egoestá completo na estrutura neurótica.
• Assim, a angústia específica das organizaçõesneuróticas não se aproxima, absolutamente, do perigode fragmentação.
• O conflito neurótico tem como protagonistas oId, o Ego, o Superego e as demandas da realidade.
SUPEREGO
ID X EGO
REALIDADE
• A regressão neurótica, em caso de acidentemórbido, diz antes respeito à libido que aoego, sem jamais atingir o nível das regressõespré-genitais massivas das estruturas psicó-ticas.
• A relação de objeto neurótica realiza-sesegundo um modo plenamente genital eobjetal.
• A defesa neurótica característica foilongamente descrita por Freud sob ovocábulo Verdrãngung, traduzido porrecalcamento.
• Outros mecanismos podem vir em auxílio desterecalcamento conforme as variedades neuróticas,Contudo, jamais ocorre à negação da realidade.
• As exigências do princípio do prazer sempreficam mais ou menos submetidas ao controledo princípio de realidade.
• A fantasia e os sonhos neuróticoscorrespondem às satisfações pulsionaisalucinatórias proibidas pelo superego e portamtraços do conflito e das defesas. são formaçõesde compromissos funcionais, assim como osintoma constitui uma formação decompromisso patológica.
✓Características da estrutura de personalidade emnível neurótico
✓O termo "neurótico" qualifica um alto grau decapacidade de funcionamento psíquico apesar dapossibilidade de sofrimento emocional.
1. Pessoas organizadas em um nível neuróticodependem sobretudo de defesas mais madurasou defesas de segunda ordem.
▪A literatura psicanalítica notou que pessoasmais saudáveis usam o recalque como principalmeio de defesa.
2. Indivíduos com desenvolvimento em nível neurótico depersonalidade possuem um tipo de senso integrado deidentidade (Erikson, 1968).
✓Seus comportamentos mostram certa consistência, esuas experiências internas são de um EU contínuo aolongo do tempo.
✓Quando solicitados a se descreverem não ficam sempalavras, nem respondem em apenas uma dimensão:geralmente conseguem delinear seu comportamento emgeral, seus valores, gostos, hábitos, convicções,virtudes e aquisições recentes com um senso de suarelativa estabilidade.
✓Eles sentem que ainda continuam sendo a criança queforam (dimensão histórica) e também conseguem seprojetar no futuro.
✓Quando solicitados a descrever as pessoasimportantes de sua vida, como seus pais oupessoas amadas, suas caracterizações tendem aser multifacetadas e apreciativas da complexa,porém coerente, rede de qualidades que constituiqualquer pessoa.
3. Pessoas em nível neurótico estão em geral emcontato sólido com a "realidade".
✓Têm menor necessidade de distorcer a compreensãoda realidade.
✓Desconhecem alucinações ou interpretações ilusóriasde experiência (a não ser sob circunstâncias deinfluências orgânicas ou químicas, ou flashback pós-traumáticos).
4. Parte do que trouxe um paciente neurótico àterapia é visto por ele como bizarro; em outrapalavras, muitas das psicopatologias de pessoasorganizadas de forma neurótica são estranhasao ego ou capazes de ser orientadas de forma ase tornarem assim.
✓Pessoas na faixa neurótica demonstram precocementena terapia uma capacidade para uma "divisãoterapeutica" entre as partes observadora eexperimentadora do Eu.
Uma mulher neurótica com compulsão de limpezaficará embaraçada de admitir a frequência com a qualtroca seus lençóis, enquanto uma psicótica ouborderline acha que todo mundo que lava a roupa decama com menos frequência é sujo.
5. Natureza do conflito primário
✓Suas histórias e seu comportamento em umasituação de entrevista evidenciam que pessoasorganizadas em nível neurótico obtiveram algumsucesso rumo à integração da identidade.
✓Elas tendem a procurar terapia não por problemasessenciais de segurança ou autonomia, masporque continuam caindo em conflitos entre o quedesejam e os obstáculos que suspeitam elasmesmas terem criado à realização de desejos.
6. A organização de personalidade neuróticaencontra-se localizada na extremidade maissaudável da sequência do desenvolvimento.
Genital
Fálica
Anal 2ª.
Anal 1ª.
Oral 2ª.
Oral 1ª.
FixaçõesNeurótica
FixaçõesPsicóticas