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ótimo simulado de psicologia
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Simulado de questões para a prova específica de psicologia para o TJ/SP
Simulado aplicado no Curso de Psicologia para o TJ/SP de 2012.
Caros colegas, eu não resisti à tentação. Eis um simulado para testarem seus conhecimentos. Fiz um simulado com questões de nível médio para cima (duas ou três fáceis) para animar um pouco os estudos. Algumas estão em nível Jedi mesmo! Não se assuste. São 48 questões e creio que se você acertar mais de 30, já pode ficar muito feliz mesmo!
São questões que serviram não apenas para a preparação para o TJ/SP como pode ajudar a qualquer um que esteja batalhando firme por uma vaga nos TRIBUNAIS. Tempo sugerido para a realização do simulado: uma hora e meia (treino é treino).
Confira nossos cursos em: www.psicologianova.com.br Sem muitas delongas, vamos testar os seus conhecimentos.
Abraço e bons estudos
Alyson Barros
Suas circunstâncias determinarão sua luta!
Alyson Barros
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Sumário Questões .................................................................................................................... 3
Aula 0 - Relatórios e laudos periciais psicológicos. Ética profissional. ..... 3 Aula 1 - Psicodiagnóstico - técnicas utilizadas. A entrevista psicológica. Natureza e origens da tendência anti-social. ................................................. 6 Aula 2 - Desenvolvimento psicológico: infância, adolescência. A criança e a separação dos pais. A criança e o adolescente vitimizados. ................ 9 Aula 3 - A constituição do objeto libidinal patologia das relações objetais. Prevenção e efeitos da privação materna. O papel do pai. As inter-relações familiares: casamento, conflito conjugal, separação, guarda dos filhos. ............................................................................................... 17 Aula 4 - Os direitos fundamentais da criança e do adolescente. As medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente. Noções de Direito da Família. A colocação em família substituta - Guarda, Tutela, Adoção. ................................................................................................................ 19 Aula 5 - Adolescência, Drogadição e Família. A apuração de ato infracional atribuído ao adolescente. As medidas sócio-educativas. ...... 24 Aula 6 - O trabalho do psicólogo e as atribuições da equipe interprofissional na Vara da Infância e da Juventude, nas Varas da Família e das Sucessões e nas Varas Especiais da Infância e da Juventude. ........ 26
Questões, Gabaritos e Comentários ................................................................ 28
3
Questões
Aula 0 - Relatórios e laudos periciais psicológicos. Ética profissional.
1. Dentre as orientações descritas no Código de Ética da Psicologia (Resolução
CFP Nº 010/05), não podemos identificar como vedação ao psicólogo:
a) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas
funções profissionais.
b) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas
com o propósito de favorecer o melhor atendimento à crianças e adolescentes.
c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas
psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência;
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o
exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade
profissional.
e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou
contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços
profissionais.
2. De acordo com a Resolução CFP Nº 010/05, o psicólogo, ao promover
publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou
coletivamente:
a) Informará o seu nome profissional, o CRP e seu número de registro.
b) Não poderá fazer referências a títulos ou qualificações profissionais que possua.
c) Não fará referência ao preço do serviço.
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d) Informará caso exerça atividades que sejam atribuições privativas de outras
categorias profissionais.
e) Poderá fazer divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
3. De acordo com a Resolução CFP Nº 010/05, podem ser aplicadas as
seguintes penalidades aos psicólogos, exceto:
a) Advertência.
b) Multa.
c) Censura pública.
d) Suspensão do exercício profissional, por até 6 meses, ad referendum do
Conselho Federal de Psicologia;
e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de
Psicologia.
4. Segundo a RESOLUÇÃO CFP N.º 007/2003, os psicólogos no exercício
profissional devem obedecer a algumas regras na produção de documentos,
exceto:
a) rubricar as laudas, desde a primeira até a penúltima, considerando que a última
estará assinada, em toda e qualquer modalidade de documento.
b) descrever os procedimentos (recursos e instrumentos técnicos) utilizados para
coletar as informações à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa.
c) registrar sua identificação profissional através de seu carimbo na última página
de qualquer modalidade de documento.
d) descrever no caso de relatório psicológico, no mínimo os itens de identificação,
descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão.
e) descrever, sempre que possível, a validade do documento em questão.
5. Qual a finalidade do Relatório Psicológico no contexto jurídico?
5
a) apresentar descritivamente dados acerca de situações e/ou condições
psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais,
pesquisadas no processo de avaliação psicológica.
b) oferecer uma resposta analítica e prospectiva de uma demanda solicitada.
c) oferecer um parecer sobre uma consulta realizada.
d) responder a um questionamento efetuado pelo juiz e dar subsídios para outros
questionamentos.
e) Atestar uma condição psicológica do testado.
6
Aula 1 - Psicodiagnóstico - técnicas utilizadas. A entrevista psicológica.
Natureza e origens da tendência anti-social.
6. O Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi) do Conselho
Federal de Psicologia, iniciado em 2001 (Resolução CFP nº 002/2003),
consiste em um sistema de certificação de instrumentos de avaliação
psicológica para uso profissional, que avalia e qualifica os instrumentos em
apto ou inapto para uso, a partir da verificação objetiva de um conjunto de
requisitos técnicos mínimos (fundamentação teórica, precisão, validade e
normatização) definidos pela área. De acordo com o Satespsi, qual teste ou
técnica abaixo não recebeu parecer favorável?
a) O Teste de Apercepção Infantil.
b) BPR-5.
c) Inventário de Habilidades Sociais.
d) House Tree Person de John Buck.
e) Palográfico na Avaliação da Personalidade.
7. O objetivo do processo psicodiagnóstico segundo Ocampo (O processo
Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas” é:
a) oferecer uma compreensão focal sobre a demanda trazida pelo paciente.
b) o mesmo da avaliação psicológica.
c) descrever e compreender a personalidade total do paciente, os aspectos do
passado, presente e futuro.
d) encaminhar o paciente para a psicoterapia.
e) avaliar as condições psíquicas e sociais do paciente.
8. Com relação a entrevista psicológica, a partir da perspectiva de Bleger,
podemos afirmar que:
a) O entrevistado controla a entrevista, porém quem a dirige é o entrevistador.
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b) Deve-se buscar completar totalmente os dados sobre a vida total do paciente.
c) A entrevista aberta permite que haja uma comparação sistemática de dados
mais precisa.
d) O entrevistador não deve se considerar dentro do campo da entrevista.
e) O entrevistador deve ser suficientemente ambíguo para permitir o maior
engajamento da personalidade do entrevistado.
9. Sobre a conceituação de tendência antissocial feita por Winnicott, podemos
considerar que o ato antissocial constitui-se em um imperativo relativo a
uma falha no período da dependência relativa. De acordo com Winnicott, a
tendência antissocial indica que o bebê pode experimentar um ambiente
suficientemente bom à época da dependência absoluta, mas que foi perdido
posteriormente. Sobre esta tendência, podemos afirmar que:
a) a delinquência difere da tendência antissocial, apesar das raízes serem as
mesmas,
b) a tendência antissocial decorre da privação total de afeto da criança em relação
a sua mãe.
c) A agressividade para Winnicott, assim como para Freud e Klein, é um sinal de
pulsão de morte e só é encontrada nos delinquentes.
d) O sadismo, a inveja e o ódio são inatos à condição humana.
e) A tendência antissocial representa uma cisão com o mundo real.
10. Após muitas pesquisas e as experiências no London Child Guidance Clinic,
Winnicott concluiu que um fator importante na causa da delinquência é um
período de separação prolongado do adolescente em relação a mãe na sua
fase infantil. Esse prazo é algo em torno de:
a) 3 meses durante a primeira infância.
b) 6 meses durante os primeiros cinco anos de vida.
c) 6 meses durante os três primeiros anos de vida.
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d) 1 ano seguido durante a fase do Édipo.
e) 9 meses durante os primeiros cinco anos de vida.
11. Segundo Winnicott, para lidarmos com crianças com tendências antissociais
manifestas:
a) Recomenda-se psicoterapia.
b) Devemos buscar mudanças no grupo de convívio de criança.
c) Devemos esperar o decurso do tempo para que a fase da adolescência
desapareça.
d) Recomenda-se tratar apenas os pais da criança, inicialmente.
e) É suficiente uma postura de holding e handling com a criança.
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Aula 2 - Desenvolvimento psicológico: infância, adolescência. A
criança e a separação dos pais. A criança e o adolescente vitimizados.
12. Para Bowlby, o apego é o vínculo afetivo desenvolvido pelo indivíduo em
relação a um parceiro que, pela sua significância, deseja-se que esteja
próximo e que não pode ser substituído por nenhum outro. Sobre esse
conceito de apego, podemos dizer que:
a) O apego é uma capacidade inata.
b) É possível desenvolver-se socialmente sem o apego.
c) As crianças desenvolvem seus modelos funcionais internos até os 9 anos de
idade.
d) O apego com a mãe surge em função desta o alimentar através de seu leite.
e) O apego e a triangulação do bebê com o pai e a mãe são simultâneos.
13. Para Bowlby, os efeitos perniciosos da privação variam de acordo com seu
grau. A privação parcial traz consigo a angústia, uma exagerada necessidade
de amor, fortes sentimentos de vingança e, em consequência, culpa e
depressão. Uma criança pequena, ainda imatura de mente e corpo, não pode
lidar bem com todas estas emoções e impulsos. Sobre a privação, é correto
afirmar:
a) quando prolongada e extrema geralmente tem efeitos muito negativos sobre o
funcionamento intelectual e sobre a personalidade, mas é de fácil recuperação.
b) pode mutilar totalmente a capacidade de estabelecer relações com outras
pessoas.
c) se a criança ainda não tiver atingido a fase de desligamento como reação à
separação, e sobretudo se ainda estiver protestando, reagirá à volta dos pais com
um comportamento indicativo de angústia de separação.
d) a idade de uma criança no início e ao final de uma experiência de privação não
influencia em sua severidade.
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e) a adoção não reduz o efeito da privação materna.
14. Segundo Robertson, citado por Bowlby, é preciso entender o
desenvolvimento da privação a partir de três fases. Essas fases são:
a) Protesto, Desespero e Desligamento.
b) Rejeição, Culpa e Anedonia.
c) Rejeição, Introspecção e Desligamento.
d) Ansiedade, Depressão e Isolamento.
e) Descontinuidade do contato Humano, frieza emocional e antipatia.
15. De acordo com Dalka, “O fim do silêncio na violência familiar”, que o que
deve indicar a violência familiar para o profissional de saúde?
a) o resultado de testes psicológicos específicos.
b) as marcas corporais.
c) a narração da criança.
d) um conjunto de vários indicadores, como o depoimento dos pais e familiares em
geral, o comportamento da criança, leões repetitivas e frequência escolar.
e) é impossível fechar tal diagnóstico em função da imprecisão dos dados
constitutivos da violência familiar.
16. Dentre as várias consequências possíveis da violência familiar, não
podemos citar:
a) transtorno do estresse pós-traumático e fobias.
b) altos índices de depressão e baixa autoestima.
c) dificuldade de relacionamentos interpessoais com crianças e adultos.
d) amadurecimento sexual precoce.
e) doenças autoimunes.
17. Gabel em seu livro “Crianças Vítimas de Abuso Sexual” afirma que o segredo
e o sentimento de impotência, estão ligados à vulnerabilidade da criança
11
nos casos de violência familiar. Associado a esses problemas, temos a
submissão à autoridade e a dificuldade de adaptação. Paradoxalmente, é no
momento da revelação que se produzem graves descompensações:
tentativas de suicídio, fugas, prostituição, toxicomania ou manifestações
psicóticas; a criança parecia adaptar-se à situação, a coesão do Eu era
mantida pela dominação do parceiro. Que estratégia que a criança utiliza,
segundo Gabel, para evitar a ansiedade produzida pela revelação.
a) A regressão.
b) O recalque.
c) A retratação.
d) A fixação.
e) A sublimação.
18. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que as crianças, em caso de separação dos pais:
a) são seres lógicos e que devem saber necessariamente a diferença entre os
compromissos recíprocos do marido e da mulher e a dos pais frente aos filhos.
b) apenas possuem maturidade intelectual e emocional próximo dos 12 anos de
idade.
c) apenas possuem maturidade intelectual para compreender a situação a partir
dos 7 anos de idade.
d) necessitam de acompanhamento psicológico para melhor atravessar essa fase
de profunda mudança autoconceito.
e) apenas devem ser informadas sobre a separação quando perguntarem.
19. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que existem na vida da criança três continua:
a) Da mente, do corpo e do espírito.
b) Da afetividade, do social e da intelectualidade.
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c) Da mãe, do pai e do inconsciente.
d) Do corpo, da afetividade e do social.
e) Da mãe, do pai e do social.
20. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que:
a) O papel do psicanalista é fundamental e urgente em nossa sociedade para
compreendermos os humores das perdas. Sem este profissional, não há como se
falar em separações saudáveis.
b) O psicólogo pode ser o terceiro, quarto e até o quinto na família.
c) As crianças devem desenvolver um ego-auxiliar através de suas próprias
referências morais para suportar a separação.
d) A mudança de escola é necessária para que a criança possa ter, realmente, uma
percepção positiva sobre sua nova fase de vida.
e) Quando os pais silenciam sobre o divórcio, a criança o percebe como uma
“sujeira”. Um dos caminhos indicados para reduzir o sofrimento decorrente dessa
renúncia de comunicação dos pais é a “ventilação dos afetos”.
21. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que a emoção de se ver um pai que não se vê habitualmente
pode ocasionar vômitos. Essa reação psicossomática que a criança exibe
quando é visitada pelo pai separado constitui:
a) Sinal de rejeição inconsciente.
b) Sinal de rejeição consciente.
c) Sinal de falta de maturidade emocional para lidar com a ausência do nome do
pai.
d) Sinal decorrente unicamente da situação de ausência do pai no lar.
e) Sinal de severos problemas psíquicos que necessitam de amparo psicanalítico.
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22. Sobre a autonomia intrafamiliar da criança, Françoise Dolto, em seu livro
“Quando os Pais se separam” afirma que:
a) Ela começa a acontecer desde o nascimento e nunca se completa plenamente.
b) Começa a acontecer aos 9 anos de idade e torna-se plena aos 12 anos.
c) Inicia-se com a castração e torna-se plena na fase genital.
d) Somente ocorre com o desenvolvimento de um ego-auxiliar.
e) É um fenômeno impreciso e que não tem fase ótima para acontecer.
23. Sobre a audiência de crianças em processo de divórcio dos pais, Françoise
Dolto, em seu livro “Quando os Pais se separam” não defende a seguinte
tese:
a) As crianças devem ser ouvidas desde o primeiro dia do processo.
b) Cabe ao juiz, ou outro profissional que faça o papel de terceiro, explicar à
criança que compete a ela assumir preponderantemente a si mesma.
c) As crianças devem ser informadas de que podem escrever ao juiz e de que este
pode convoca-las rapidamente.
d) Os avós devem ser ouvidos nos processos de divórcio. Isso acelera o processo de
reestruturação familiar.
e) A equipe que assessora o juiz tem o papel fundamental de amparar a criança e a
família não só juridicamente, como acolher, escutar, explicar e encaminhar a
outros profissionais, quando necessário.
24. Para Spitz, este estágio coincide mais ou menos com o estágio do narcisismo
primário freudiano. É um estágio de não-diferenciação onde o recém-
nascido não consegue distinguir uma coisa da outra; uma coisa externa de
seu próprio corpo e não experimenta o meio que o cerca como sendo
separado dele mesmo. Estamos nos referindo ao estágio:
a) O estágio Paranóide.
b) O estágio Depressivo
c) O estágio pré-objetal
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d) O estágio precursor do objeto
e) O estágio do próprio objeto libidinal
25. Para Winnicott, o que constitui a “cura” da adolescência?
a) A saída da fase genital.
b) A sobrevivência à deprivação.
c) A passagem do tempo.
d) O desenvolvimento moral.
e) A formação de grupos sociais estáveis.
26. Para Winnicott - no livro “A família e o desenvolvimento individual” - os
povos primitivos disfarçam sob tabus as mudanças da puberdade, ou senão
transformam seus adolescentes em adultos no decorrer de poucas semanas
ou meses por meio de certos ritos e provas. A partir dessa ótica de manejo
da adolescência e do modo como lidamos com o adolescente atualmente,
podemos afirmar que:
a) Os adultos gerados pela nossa sociedade tendem a ser fortes, estáveis e
maduros. Isso ocorre por encaramos a adolescência como um processo natural e
impulsionados pelas suas tendências de crescimento.
b) Crianças que passam diretamente para a fase adulta, através de rituais de
iniciação, tendem a ser mais responsáveis e críticas socialmente.
c) Crianças que passam diretamente para a fase adulta, através de rituais de
iniciação, tenderão a constituir famílias mais precocemente e a ter mais filhos.
d) Para Winnicott, é necessária a moratória psicossocial para que os adolescentes
possam entrar satisfatoriamente na fase adulta.
e) O tempo certo de adolescer é mais influenciado por questões sociais que causas
biológicas.
27. Na opinião de Winnicott, quais foram as três grandes mudanças sociais que
alteraram o modo como os adolescentes se veem diante do mundo?
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a) O tratamento satisfatório das doenças venéreas, o desenvolvimento de técnicas
contraceptivas e a bomba atômica.
b) A Segunda Guerra mundial, a globalização de informações e a liberdade sexual.
c) A influência da cultura hippie, a ameaça de hecatombe nuclear e a precocidade
das relações sexuais.
d) O crescimento do ateísmo, a consolidação dos EUA como potência mundial e a
ameaça de guerra nuclear.
e) A bomba nuclear, a desilusão com os pais e a cultura hippie.
28. Entre as características da adolescência descritas por Winnicott, não
podemos identificar:
a) A inaceitabilidade da falsa solução.
b) O isolamento do indivíduo.
c) A rebeldia e a dependência.
d) O amadurecimento hormonal previsto em seu DNA.
e) A necessidade de sentir-se real.
29. Segundo Winnicott, os padrões que se manifestam no adolescente normal
têm relação com os que se manifestam em vários tipos de distúrbio mental.
Por exemplo:
a) A necessidade de evitar a falsa solução corresponde à incapacidade de o
paciente psicótico aceitar o meio-termo; compara-se também com a ambivalência
psiconeurótica e com a ilusão e a auto-ilusão de saúde.
b) A necessidade de sentir-se real ou nada sentir tem relação com a euforia
acompanhada de sentimentos de prepotência.
c) A necessidade de desafiar corresponde à depressão anaclítica, tal como se
manifesta na distimia.
d) A dissociação da realidade corresponde ao delírio e à alucinação e é a
manifestação da psicose.
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e) A tendência ao suicídio é característica da depressão e representa a
manifestação consciente da pulsão de morte.
30. A tentativa de suicídio do adolescente é vista por Winnicott como:
a) Uma tentativa deliberada de chamar a atenção dos pais.
b) Um fenômeno que deve ser entendido à luz do grupo ao qual o adolescente faz
parte.
c) Uma tentativa deliberada de chamar a atenção do grupo social.
d) Um fenômeno natural da adolescência e que deve ser esclarecido desde a
infância.
e) Um forte indicativo de depressão sazonal.
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Aula 3 - A constituição do objeto libidinal patologia das relações
objetais. Prevenção e efeitos da privação materna. O papel do pai. As
inter-relações familiares: casamento, conflito conjugal, separação,
guarda dos filhos.
31. Os três organizadores para Spitz são a ansiedade, o meneio com a cabeça e o
sorriso. Sobre o meneio com a cabeça, não podemos afirmar que:
a) há o entendimento de uma interdição e que leva ao amadurecimento psíquico.
b) ajuda a criança a integrar semanticamente o seu mundo com a linguagem.
c) é o primeiro organizador dos núcleos psicológicos da criança.
d) representa um conceito de negação, de recusa, no sentido estrito do termo.
e) associa a linguagem à conteúdos práticos diários da mãe e do ambiente.
32. Para Spitz, o hospitalismo é o conjunto de perturbações que o bebê pode
sofrer devido a carências maternas. Na ausência da mãe, as reações da
separação, podem provocar uma depressão, devido à falta da figura
materna. Sobre o hospitalismo, podemos afirmar que:
a) é consequência da privação emocional total.
b) é consequência da privação emocional parcial.
c) é consequência de relações afetivas inadequadas.
d) é consequência da hostilidade primária inconsciente.
e) é consequência da ansiedade da mãe.
33. Na fase de dependência absoluta, o pai, para Winnicott, assume os seguintes
papéis:
a) ser a mãe substituta e sustentar financeiramente a família.
b) ser a mãe substituta e cuidador da relação “mãe-bebê”.
18
c) ser o terceiro na triangulação com a mãe e dar suporte moral à mãe.
d) ser o terceiro na triangulação com a díade “mãe-bebê” e evitar a deprivação.
e) ser o interditor do objeto de desejo edípico e proporcionar o holding.
19
Aula 4 - Os direitos fundamentais da criança e do adolescente. As
medidas específicas de proteção à criança e ao adolescente. Noções de
Direito da Família. A colocação em família substituta - Guarda, Tutela,
Adoção.
34. O instituto do Habeas Data é, segundo a Constituição Federal de 1988,
concedido
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
b) para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe.
c) para proteger direito líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
d) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
e) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania.
35. Sobre a Seguridade Social, não podemos afirmar que:
a) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
b) A seguridade social será financiada de forma direta pela União e de forma
residual pelos Estados e Municípios.
20
c) Um dos princípios da Seguridade Social é o da universalidade da cobertura e do
atendimento.
d) A tripartição da Seguridade Social foi uma inovação da Constituição de 1988.
e) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
36. São três as formas de colocar a criança ou o adolescente em família
substituta: a guarda, a tutela e a adoção. Sobre esses conceitos, à luz da lei
8.069 de 13/07/1990, é correto afirmar que:
a) A Guarda implica na mudança da situação jurídica em definitivo da criança ou do
adolescente.
b) A Guarda ocorre quando um menor é representado por um civilmente capaz
designado por um Juiz.
c) A Tutela cessa com a maioridade, a Guarda não.
d) A Adoção é o mecanismo legal através do qual a criança é inserida
provisoriamente em uma nova família.
e) Na Adoção existe a mudança definitiva da situação jurídica.
37. Entre as medidas que o Conselho Tutelar pode aplicar sem intervenção
judicial não podemos destacar:
a) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente.
b) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial.
c) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento
a alcoólatras e toxicômanos.
d) matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental.
21
e) colocação em família substituta.
38. Assinale a opção correta conforme as disposições do ECA.
a) O prazo máximo previsto para a medida de internação é de três anos, devendo
ser prefixado pelo magistrado na sentença.
b) Não havendo arquivamento dos autos ou concessão de remissão, o membro do
MP procederá à apresentação de denúncia contra o adolescente.
c) As eleições para o conselho tutelar, órgão com poderes jurisdicionais, são
organizadas em âmbito municipal.
d) Inclui-se, entre as medidas aplicáveis aos pais ou responsável do menor, o
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
e) O deferimento da adoção pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão
do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.
39. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias
processuais:
a) pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
intimação.
b) direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente.
c) defesa técnica pelo Conselho Tutelar.
d) igualdade na relação processual, não podendo, no entanto, confrontar-se com
vítimas ou testemunhas.
e) semiliberdade assistida durante o curso do processo legal.
40. São atribuições do Conselho Tutelar:
a) atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando a medida de
encaminhamento a cursos ou programas de orientação.
b) assessorar o Poder Legislativo local na elaboração da proposta orçamentária
para planos de atendimento à criança.
c) expedir declarações e outros documentos relativos ao adolescente.
22
d) propor ações que visem à suspensão ou perda do pátrio poder.
e) promover serviços públicos nas áreas de educação e serviço social.
41. Sobre o abandono de crianças, podemos afirmar que:
a) É um fenômeno multifatorial.
b) Não guarda relação direta com os processos de adoção.
c) Decorre, na maioria das vezes, de condições sócio econômicas dos pais.
d) É dever da Sociedade garantir que as crianças não sejam abandonadas pelos
seus pais.
e) Toda forma de abandono, de acordo com Winnicott, ocasiona a deprivação.
42. Segundo Paiva, em seu livro “Adoção: Significados e Possiblidades” (Página
72): Os procedimentos da equipe técnica, nos casos de adoção, incluem:
entrevistas com os candidatos a pais adotivos, entrevistas de
acompanhamento com as crianças e/ou adolescentes com perspectivas de
serem colocados em lares substitutos, acompanhamento dos genitores que
vislumbram a alternativa de entregar o(s) filho(s) para adoção ou que estão
em vias de serem destituídos do pátrio poder, aproximação gradual dos
pretendentes habilitados com as crianças e/ou adolescentes, assessoria à
recém-formada família adotiva durante o estágio de convivência e
acompanhamento das famílias adotivas com dificuldades.
Sobre este entendimento, é correto afirmar que o estudo do psicólogo do
Tribunal de Justiça de São Paulo, com relação aos processos de adoção:
a) Vincula a decisão do juiz em caso de adoção.
b) É adstrito a avaliação psicológica da criança e dos pais biológicos.
c) Está descrito em lei e não pode ultrapassar o regimento legal.
d) Deve ser pautado pela psicanálise para que seja acessível a todos os
profissionais.
e) É obrigatório em casos de adoção.
23
43. Com relação a estruturação do Complexo de Édipo na adoção, Paiva, em seu
livro “Adoção: Significados e Possiblidades”, defende a tese de que este
complexo:
a) Ocorre independente de a criança ser adotada ou não.
b) Deve ser trabalhado à luz da compensação dos pais.
c) Requer um olhar diferenciado sobre as questões de sexualidade, identificação e
projeção.
d) Faz com que o outro não se constitua em forma de linguagem para a criança.
e) Ocasiona um retardo no desenvolvimento das estruturas psíquicas da criança
24
Aula 5 - Adolescência, Drogadição e Família. A apuração de ato
infracional atribuído ao adolescente. As medidas sócio-educativas.
44. Leia as afirmações acerca do tema Conselho Tutelar.
I. Conselho Tutelar é órgão autônomo, permanente, que exerce atividade
jurisdicional supletiva, encarregado pela lei de zelar pelo cumprimento dos
direitos infanto-juvenis definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
II. O Estatuto da Criança e do Adolescente não faz exigência mínima de
escolaridade àqueles que desejam se candidatar ao exercício do mandato de
conselheiro tutelar de determinada localidade, apenas menciona que o
candidato deve possuir 21 anos, reconhecida idoneidade moral e residir
naquele município.
III. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público
relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão
especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo.
IV. Constará da lei orçamentária municipal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente o item I está incorreto.
b) Apenas os itens I e III estão incorretos.
c) Todas as afirmações são falsas.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
e) Somente os itens I e III e IV contemplam ideias falsas.
45. O estudo dos fatores de risco leva a identificação de variáveis associadas a
maior probabilidade de usar ou abusar de drogas. Alguns desses fatores se
referem a características dos indivíduos enquanto outros, ao seu meio
microssocial, a condições estruturais e socioculturais mais amplas.
Atualmente a literatura especializada entende que esses fatores de risco
25
não costumam aparecer isoladamente, mas integrados, caracterizando uma
situação considerada social, intrapsíquica e biologicamente perigosa que se
concretiza. A partir dessa perspectiva consiliente, são considerados fatores
de risco ao uso de drogas pelos adolescentes, exceto:
a) Baixa autoestima.
b) Raça.
c) Comorbidades.
d) Baixa ligação com sistemas de apoio.
e) Dificuldade de adiar gratificações e prazeres.
46. No parágrafo:
“Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de
adolescente na prática de ato infracional, o(a) __________________ encaminhará ao
representante do ___________________ relatório das investigações e demais
documentos. Além disso, o adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional
não poderá ser conduzido ou transportado em ___________________ policial, em
condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade
física ou mental, sob pena de ______________”.
Completa adequadamente as lacunas a alternativa:
a) autoridade policial; Ministério Público; compartimento fechado de veículo;
responsabilidade.
b) Conselho Tutelar; Poder Judiciário; compartimento fechado de veículo; nulidade
do processo.
c) Conselho Tutelar; Ministério Público; compartimento fechado de veículo;
nulidade da apreensão.
d) Conselho Tutelar; Poder Judiciário; compartimento fechado de veículo;
contaminação de provas.
e) autoridade policial; Ministério Público; diligência; responsabilidade.
26
Aula 6 - O trabalho do psicólogo e as atribuições da equipe
interprofissional na Vara da Infância e da Juventude, nas Varas da
Família e das Sucessões e nas Varas Especiais da Infância e da
Juventude.
47. Segundo a Resolução CFP Nº 008/2010 - Dispõe sobre a atuação do
psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário - é correto
afirmar que:
a) É permitido ao psicólogo ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas
quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a
qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação.
b) O psicólogo não poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que
estejam sendo efetuados por outro profissional, mesmo que a pedido deste
último.
c) Perito e assistente técnico são as definições que o psicólogo independente
recebe e referem-se às mesmas funções.
d) O psicólogo assistente técnico não deve estar presente durante a realização dos
procedimentos metodológicos que norteiam o atendimento do psicólogo perito e
vice-versa, para que não haja interferência na dinâmica e qualidade do serviço
realizado.
e) Em seu relatório, o psicólogo perito apresentará indicativos pertinentes à sua
investigação que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitação realizada,
reconhecendo os limites legais de sua atuação profissional, adentrando, sempre
que possível, no juízo de valor da melhor decisão que deve ser tomada pelo juiz.
27
48. Sobre o trabalho do psicólogo e as atribuições da equipe interprofissional
na Vara da Infância e da Juventude, nas Varas da Família e das Sucessões e
nas Varas Especiais da Infância e da Juventude, não podemos afirmar:
a) Entre as atribuições do Psicólogo Jurídico nas Varas de Família está a realização
de diligências para a instrução de fatos. Dentre as competências dessas diligências,
cabe ao psicólogo, e concorrentemente a outros profissionais, a realização de busca
e apreensão de crianças e adolescentes em situação de risco social.
b) Na avaliação psicológica da solicitação da guarda, assim como em outras
medidas, considera-se importante que seja compreendido de forma abrangente e
na perspectiva de se aprofundar as características de personalidade dos
requerentes, a motivação inerente ao pedido.
c) Segundo L. F. Costa, o Relatório Psicossocial permite conhecer melhor o sujeito
em sua realidade social e familiar, e não somente no seu lado delinquente.
d) Segundo a Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, a composição da equipe
técnica do programa de atendimento deverá ser interdisciplinar, compreendendo,
no mínimo, profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social, de
acordo com as normas de referência.
e) Compete ao Psicólogo Jurídico realizar o acompanhamento de casos objetivando
a clareza para definição da medida, avaliando a adaptação criança/família;
reavaliando e constatando a efetivação de mudanças; verificando se os
encaminhamentos a recursos sociais e psicológicos oferecidos na comunidade, e a
aplicação das medidas de proteção e sócio educativas foram efetivados;
28
Questões, Gabaritos e Comentários
1. Dentre as orientações descritas no Código de Ética da Psicologia (Resolução
CFP Nº 010/05), não podemos identificar como vedação ao psicólogo:
a) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas
funções profissionais.
b) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas
com o propósito de favorecer o melhor atendimento à crianças e adolescentes.
c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas
psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência;
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o
exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade
profissional.
e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou
contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços
profissionais.
Gabarito: B
Comentários: Essa foi fácil demais. Em hipótese alguma podemos interferir na
validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas.
2. De acordo com a Resolução CFP Nº 010/05, o psicólogo, ao promover
publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou
coletivamente:
a) Informará o seu nome profissional, o CRP e seu número de registro.
b) Não poderá fazer referências a títulos ou qualificações profissionais que possua.
c) Não fará referência ao preço do serviço.
29
d) Informará caso exerça atividades que sejam atribuições privativas de outras
categorias profissionais.
e) Poderá fazer divulgação sensacionalista das atividades profissionais.
Gabarito: C
Comentários: Esse conteúdo está no artigo 20. Observe que a única alternativa
certa é a C. Além disso, o profissional fará referência ao seu nome completo e não
ao seu nome profissional. Atente para isso.
3. De acordo com a Resolução CFP Nº 010/05, podem ser aplicadas as
seguintes penalidades aos psicólogos, exceto:
a) Advertência.
b) Multa.
c) Censura pública.
d) Suspensão do exercício profissional, por até 6 meses, ad referendum do
Conselho Federal de Psicologia;
e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de
Psicologia.
Gabarito: D
Comentários: A suspensão é por até 30 dias.
4. Segundo a RESOLUÇÃO CFP N.º 007/2003, os psicólogos no exercício
profissional devem obedecer a algumas regras na produção de documentos,
exceto:
a) rubricar as laudas, desde a primeira até a penúltima, considerando que a última
estará assinada, em toda e qualquer modalidade de documento.
b) descrever os procedimentos (recursos e instrumentos técnicos) utilizados para
coletar as informações à luz do referencial teórico-filosófico que os embasa.
c) registrar sua identificação profissional através de seu carimbo na última página
de qualquer modalidade de documento.
30
d) descrever no caso de relatório psicológico, no mínimo os itens de identificação,
descrição da demanda, procedimento, análise e conclusão.
e) descrever, sempre que possível, a validade do documento em questão.
Gabarito: C
Comentários: Pegadinha do malandro. Isso não está previsto na RESOLUÇÃO CFP
N.º 007/2003.
5. Qual a finalidade do Relatório Psicológico no contexto jurídico?
a) apresentar descritivamente dados acerca de situações e/ou condições
psicológicas e suas determinações históricas, sociais, políticas e culturais,
pesquisadas no processo de avaliação psicológica.
b) oferecer uma resposta analítica e prospectiva de uma demanda solicitada.
c) oferecer um parecer sobre uma consulta realizada.
d) responder a um questionamento efetuado pelo juiz e dar subsídios para outros
questionamentos.
e) Atestar uma condição psicológica do testado.
Gabarito: A
Comentários: De acordo com a RESOLUÇÃO CFP N.º 007/2003:
“3.1. Conceito e finalidade do relatório ou laudo psicológico
O relatório ou laudo psicológico é uma apresentação descritiva acerca de
situações e/ou condições psicológicas e suas determinações históricas, sociais,
políticas e culturais, pesquisadas no processo de avaliação psicológica. Como todo
DOCUMENTO, deve ser subsidiado em dados colhidos e analisados, à luz de um
instrumental técnico (entrevistas, dinâmicas, testes psicológicos, observação,
exame psíquico, intervenção verbal), consubstanciado em referencial técnico-
filosófico e científico adotado pelo psicólogo”.
Isso é em qualquer contexto!
31
6. O Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi) do Conselho
Federal de Psicologia, iniciado em 2001 (Resolução CFP nº 002/2003),
consiste em um sistema de certificação de instrumentos de avaliação
psicológica para uso profissional, que avalia e qualifica os instrumentos em
apto ou inapto para uso, a partir da verificação objetiva de um conjunto de
requisitos técnicos mínimos (fundamentação teórica, precisão, validade e
normatização) definidos pela área. De acordo com o Satespsi, qual teste ou
técnica abaixo não recebeu parecer favorável?
a) O Teste de Apercepção Infantil.
b) BPR-5.
c) Inventário de Habilidades Sociais.
d) House Tree Person de John Buck.
e) Palográfico na Avaliação da Personalidade.
Gabarito: A
Comentários: Justamente o teste tratado no livro de Ocampo, o CAT.
7. O objetivo do processo psicodiagnóstico segundo Ocampo (O processo
Psicodiagnóstico e as Técnicas Projetivas” é:
a) oferecer uma compreensão focal sobre a demanda trazida pelo paciente.
b) o mesmo da avaliação psicológica.
c) descrever e compreender a personalidade total do paciente, os aspectos do
passado, presente e futuro.
d) encaminhar o paciente para a psicoterapia.
e) avaliar as condições psíquicas e sociais do paciente.
Gabarito: C
Comentários: Psicodiagnóstico e avaliação psicológica são processos distintos
(retorne às nossas aulas). Para Ocampo, o psicodiagnóstico deve descrever e
compreender a personalidade total do paciente, os aspectos do passado, presente e
futuro.
32
8. Com relação a entrevista psicológica, a partir da perspectiva de Bleger,
podemos afirmar que:
a) O entrevistado controla a entrevista, porém quem a dirige é o entrevistador.
b) Deve-se buscar completar totalmente os dados sobre a vida total do paciente.
c) A entrevista aberta permite que haja uma comparação sistemática de dados
mais precisa.
d) O entrevistador não deve se considerar dentro do campo da entrevista.
e) O entrevistador deve ser suficientemente ambíguo para permitir o maior
engajamento da personalidade do entrevistado.
Gabarito: E
Comentários: Observe o erro da primeira assertiva. O certo seria: O entrevistador
controla a entrevista, porém quem a dirige é o entrevistado”. Sobre essa
ambiguidade, devo destacar que ela serve para estimular reflexões e insights do
entrevistado e possui alguns limites:
a) Em nenhum caso pode sugerir que o entrevistador seja
apresentado como um amigo num encontro fortuito;
b) O entrevistador também não deve entrar com suas reações
nem com o relato de sua vida, nem entrar em relações comerciais ou
de amizade, nem pretender outro beneficio da entrevista que não
sejam os seus honorários e o seu interesse científico ou profissional.
c) Tampouco a entrevista deve ser utilizada como uma
gratificação narcisista na qual se representa o mágico com uma
demonstração de onipotência.
d) A abertura da entrevista também não deve ser ambígua. Não
se pode recorrer a frases gerais ou de duplo sentido.
Além disso, destaco, para irmos além da questão:
Aprofundando a importância e o estudo da entrevista Bleger considera a
mesma como uma técnica de importância considerável, portanto, para o método
clínico. A entrevista psicológica seria aquela que busca objetivos psicológicos, ou
seja, se destina ao levantamento e investigação de dados, possibilitando a
33
elaboração de um diagnóstico clínico e de possíveis recomendações terapêuticas
(terapia breve, de grupos, individual etc.)
Bleger concebe a entrevista como um campo psicológico constituído a partir
de uma relação interpessoal, ou seja, de uma relação de interação e de vivência
contínuas entre entrevistador e entrevistado; incluindo os processos da
comunicação, de transferência, contratransferência, ansiedade etc. No entanto, a
regra fundamental da entrevista é fazer com que o campo seja configurado pelas
variáveis que dependam do entrevistado, ou seja, tal campo está determinado,
predominantemente, pelas características e personalidade do entrevistado,
embora quem dirija a entrevista seja o entrevistador.
Uma ideia importante trazida por Bleger é de que não pode haver entrevista
sem investigação. Na investigação, ao passo que o psicólogo observa e adquire
informações sobre o cliente, ele também já pode ir formulando hipóteses e
verificar a veracidade das mesmas durante as entrevistas; portanto B1eger e
Ancona-Lopez compartilham da ideia de que o momento das entrevistas é o
momento da intervenção, considerando a entrevista muito mais do que um
simp1es instante de se coletar informações, ou seja, como um campo relacional
significativo entre psicólogo e cliente. Diferem, pois, de Ocampo, já que esta
defende a intervenção seja feita no final do psicodiagnóstico e o uso da entrevista
como instrumento de coleta de dados.
Santiago (1998) num artigo sobre a pratica de psicodiagnóstico, aponta a
controvérsia existente sobre a questão de se fazer uso de assinalamentos ou
interpretações nas entrevistas diagnósticas... "Alguns opõem-se decididamente a
essa ideia, considerando que o psicólogo, na tarefa diagnóstica, deve limitar-se a
realizar uma investigação. Outros profissionais reconhecem a necessidade de fazer
certos apontamentos ao paciente durante o processo psicodiagnóstico por
considerarem que o trabalho alcança uma dimensão mais ampla e compreensiva"...
Em nossa opinião, devemos tentar alargar os limites dessa prática, no sentido de
oferecer uma experiência que possa ser também terapêutica ao paciente e/ou sua
família.
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Fonte: http://amigonerd.net/trabalho/3381-psicodiagnostico
9. Sobre a conceituação de tendência antissocial feita por Winnicott, podemos
considerar que o ato antissocial constitui-se em um imperativo relativo a
uma falha no período da dependência relativa. De acordo com Winnicott, a
tendência antissocial indica que o bebê pode experimentar um ambiente
suficientemente bom à época da dependência absoluta, mas que foi perdido
posteriormente. Sobre esta tendência, podemos afirmar que:
a) a delinquência difere da tendência antissocial, apesar das raízes serem as
mesmas,
b) a tendência antissocial decorre da privação total de afeto da criança em relação
a sua mãe.
c) A agressividade para Winnicott, assim como para Freud e Klein, é um sinal de
pulsão de morte e só é encontrada nos delinquentes.
d) O sadismo, a inveja e o ódio são inatos à condição humana.
e) A tendência antissocial representa uma cisão com o mundo real.
Gabarito: A
Comentários: As raízes são as mesmas (deprivação), mas a delinquência,
caracterizada pela criminalidade, significa que o sujeito já se identificou com esse
estilo antissocial de vida. Aqui a mudança é muito mais difícil que a simples
tendência antissocial em função dos ganhos secundários. Existe também uma
reação de defesa mais acentuada.
10. Após muitas pesquisas e as experiências no London Child Guidance Clinic,
Winnicott concluiu que um fator importante na causa da delinquência é um
período de separação prolongado do adolescente em relação a mãe na sua
fase infantil. Esse prazo é algo em torno de:
a) 3 meses durante a primeira infância.
35
b) 6 meses durante os primeiros cinco anos de vida.
c) 6 meses durante os três primeiros anos de vida.
d) 1 ano seguido durante a fase do Édipo.
e) 9 meses durante os primeiros cinco anos de vida.
Gabarito: B
Comentários: Sem comentários. Ele disse, tá dito.
11. Segundo Winnicott, para lidarmos com crianças com tendências antissociais
manifestas:
a) Recomenda-se psicoterapia.
b) Devemos buscar mudanças no grupo de convívio de criança.
c) Devemos esperar o decurso do tempo para que a fase da adolescência
desapareça.
d) Recomenda-se tratar apenas os pais da criança, inicialmente.
e) É suficiente uma postura de holding e handling com a criança.
Gabarito: B
Comentários: Nesses casos, para Winnicott, é inútil recomendar apenas a
psicoterapia. O melhor tratamento é operar resultados através do próprio grupo
de convívio. Essa orientação é justificada pelo fato que a mudança implica em
perda de algo vital na relação e que quando é o grupo que indica o caminho da
mudança, a criança é capaz de fazer trocas adequadamente. Holding e Handling são
úteis para a constituição da confiança e do vínculo terapêutico, mas não são
suficientes para a mudança.
12. Para Bowlby, o apego é o vínculo afetivo desenvolvido pelo indivíduo em
relação a um parceiro que, pela sua significância, deseja-se que esteja
próximo e que não pode ser substituído por nenhum outro. Sobre esse
conceito de apego, podemos dizer que:
a) O apego é uma capacidade inata.
b) É possível desenvolver-se socialmente sem o apego.
36
c) As crianças desenvolvem seus modelos funcionais internos até os 9 anos de
idade.
d) O apego com a mãe surge em função desta o alimentar através de seu leite.
e) O apego e a triangulação do bebê com o pai e a mãe são simultâneos.
Gabarito: A
Comentários: O apego, para Bowlby, é inato, e é partir da primeira relação
com o mundo que se estabelece no indivíduo um modo de funcionamento chamado
de Modelo Funcional Interno. Além disso, Bowlby descartou a ideia de um impulso
primário que associava a alimentação à razão pela qual a criança desenvolve um
forte laço com sua mãe. Substituiu essa visão pela hipótese de que o que une o
bebê à mãe é o sentimento de segurança. O sentimento de segurança teria a função
biológica de proteção. Nascia ai a base da Teoria do Apego.
13. Para Bowlby, os efeitos perniciosos da privação variam de acordo com seu
grau. A privação parcial traz consigo a angústia, uma exagerada necessidade
de amor, fortes sentimentos de vingança e, em consequência, culpa e
depressão. Uma criança pequena, ainda imatura de mente e corpo, não pode
lidar bem com todas estas emoções e impulsos. Sobre a privação, é correto
afirmar:
a) quando prolongada e extrema geralmente tem efeitos muito negativos sobre o
funcionamento intelectual e sobre a personalidade, mas é de fácil recuperação.
b) pode mutilar totalmente a capacidade de estabelecer relações com outras
pessoas.
c) se a criança ainda não tiver atingido a fase de desligamento como reação à
separação, e sobretudo se ainda estiver protestando, reagirá à volta dos pais com
um comportamento indicativo de angústia de separação.
d) a idade de uma criança no início e ao final de uma experiência de privação não
influencia em sua severidade.
e) a adoção não reduz o efeito da privação materna.
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Gabarito: C
Comentários: a letra C foi tirada diretamente do livro e do nosso material. Em
caso de dúvida, retorne à nossa aula. Sobre este tema, ainda destaco:
As provas sugerem que três tipos de experiências ligeiramente diferentes
podem produzir uma personalidade “incapaz de afeição” e delinquente em
algumas crianças:
(a) Falta de qualquer oportunidade para estabelecer ligação com uma
figura materna nos primeiros três anos de vida.
(b) Privação por um período limitado – mínimo de três e provavelmente
mais de seis meses – nos três ou quatro anos.
(c) Mudanças de uma figura materna para outra durante o mesmo
período.
14. Segundo Robertson, citado por Bowlby, é preciso entender o
desenvolvimento da privação a partir de três fases. Essas fases são:
a) Protesto, Desespero e Desligamento.
b) Rejeição, Culpa e Anedonia.
c) Rejeição, Introspecção e Desligamento.
d) Ansiedade, Depressão e Isolamento.
e) Descontinuidade do contato Humano, frieza emocional e antipatia.
Gabarito: A
Comentários: Relembrando um breve trecho de nosso material.
Além disso, é citada no livro uma interessante classificação de fases de
Robertson que descreve as reações das crianças quando da separação da mãe. É
uma ótima classificação para cair em prova. São três as fases:
(a) Protesto: caracterizada pelo choro e por uma tristeza aguda, ante a
perda da mãe, e pelos esforços para recuperá-la através dos limitados recursos à
disposição da criança;
38
(b) Desespero: caracterizado por uma desesperança crescente.
Retraimento e um decréscimo nos esforços para recuperar a mãe, pela qual a
criança agora está em luto.
(c) Desligamento: caracterizado por um comportamento de “instalar-
se” no ambiente da separação, aceitando os cuidados de quaisquer figuras
substitutas disponíveis, mas com uma redução acentuada nas atitudes afetivas
para com a mãe quando de seu retorno.
15. De acordo com Dalka, “O fim do silêncio na violência familiar”, que o que
deve indicar a violência familiar para o profissional de saúde?
a) o resultado de testes psicológicos específicos.
b) as marcas corporais.
c) a narração da criança.
d) um conjunto de vários indicadores, como o depoimento dos pais e familiares em
geral, o comportamento da criança, leões repetitivas e frequência escolar.
e) é impossível fechar tal diagnóstico em função da imprecisão dos dados
constitutivos da violência familiar.
Gabarito: D
Comentários: Segundo Dalka: “Diante desta violência encoberta pela família, o
método a ser utilizado para facilitar o diagnóstico dos casos de agressão contra
crianças e adolescentes é baseado na busca por indícios, que são revelados através
do depoimento dos pais e familiares em geral (observando-se se há grande
diferença entre o que é relatado entre eles e a vítima) e do próprio comportamento
da criança de forma isolada e na interação com os pais (se é distante ou não), além
da investigação de lesões físicas repetitivas na vítima e até sua frequência escolar
(se vem caindo e possui relação com alguma violência sofrida)”.
16. Dentre as várias consequências possíveis da violência familiar, não
podemos citar:
39
a) transtorno do estresse pós-traumático e fobias.
b) altos índices de depressão e baixa autoestima.
c) dificuldade de relacionamentos interpessoais com crianças e adultos.
d) amadurecimento sexual precoce.
e) doenças autoimunes.
Gabarito: E
Comentários: dentre as consequências em toda a bibliografia oferecida apenas as
doenças autoimunes não figuram como consequência direta da violência familiar.
17. Gabel em seu livro “Crianças Vítimas de Abuso Sexual” afirma que o segredo
e o sentimento de impotência, estão ligados à vulnerabilidade da criança
nos casos de violência familiar. Associado a esses problemas, temos a
submissão à autoridade e a dificuldade de adaptação. Paradoxalmente, é no
momento da revelação que se produzem graves descompensações:
tentativas de suicídio, fugas, prostituição, toxicomania ou manifestações
psicóticas; a criança parecia adaptar-se à situação, a coesão do Eu era
mantida pela dominação do parceiro. Que estratégia que a criança utiliza,
segundo Gabel, para evitar a ansiedade produzida pela revelação.
a) A regressão.
b) O recalque.
c) A retratação.
d) A fixação.
e) A sublimação.
Gabarito: C
Comentários: Na retratação a criança, e em menor frequência o adolescente, tende
a retratar-se para reduzir a tensão causada pela sua revelação. Volta atrás no
depoimento dado ou silencia. Em função disso é fundamental o amparo emocional
de uma equipe preparada.
40
18. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que as crianças, em caso de separação dos pais:
a) são seres lógicos e que devem saber necessariamente a diferença entre os
compromissos recíprocos do marido e da mulher e a dos pais frente aos filhos.
b) apenas possuem maturidade intelectual e emocional próximo dos 12 anos de
idade.
c) apenas possuem maturidade intelectual para compreender a situação a partir
dos 7 anos de idade.
d) necessitam de acompanhamento psicológico para melhor atravessar essa fase
de profunda mudança autoconceito.
e) apenas devem ser informadas sobre a separação quando perguntarem.
Gabarito: A
Comentários: As crianças são abordadas no livro como seres ativos e capazes de
construir significados. São dotados de inteligência (proporcional ao seu estágio de
desenvolvimento) e de vida emocional. Qualquer tipo de separação deve buscar a
menor perda para a criança. Na página 9 de seu livro a autora fala:
“As crianças também são seres lógicos. Por isso os pais deveriam explicar-
lhes a diferença entre os compromissos recíprocos do marido e da mulher e o dos
pais frente aos filhos”. Observe que a tese defendida pela autora, no decorrer do
livro, não restringe a idade mínima para que isso aconteça. Ainda sobre a
separação, a autora fala que para os filhos “o divórcio é inicialmente misterioso,
mas não deve permanecer como tal; de fato, o divórcio é uma situação legal que
traz uma solução também para os filhos. É isso o que o que se pode explicar no
consultório do psicólogo ou do médico, quando os pais chegam com seus filhos, por
exemplo, num estado de desentendimento confirmado, e dizem: Vamos nos
divorciar”.
Na página 25, Dolto prossegue:
“Se os filhos estivessem a par da situação, não viveriam num sonho que se
procura manter, um sonho conforme à idealização da criança pequena, o do “papai-
41
mamãe” estreitamente ligado, inseparável, que representa a segurança dos pais.
Informá-los poderia ser muito positivo para eles, porque, quanto mais os pais têm
dificuldades, mais os filhos podem ser apoiados para se tornarem rapidamente
autônomos”.
19. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que existem na vida da criança três continua:
f) Da mente, do corpo e do espírito.
g) Da afetividade, do social e da intelectualidade.
h) Da mãe, do pai e do inconsciente.
i) Do corpo, da afetividade e do social.
j) Da mãe, do pai e do social.
Gabarito: D
Comentários: Segundo Dolto:
“Convém saber que existem, na vida da criança, três continua:
- O continuum do corpo;
- O continuum da afetividade;
- O continuum social”.
Ainda sobre a relação do continuum da criança com a separação dos pais,
Dolto prossegue:
O continuum na criança são seu corpo e sua afetividade. Seu corpo
construiu-se num determinado espaço. Com os pais que estavam presentes.
Quando os pais vão embora, caso o espaço já não seja o mesmo, a criança não mais
se reconhece nem mesmo em seu corpo, ou seja, em seus referenciais e temporais,
já que uns dependem dos outros. Se, ao contrário, quando o casal se desfaz, a
criança pode permanecer no espaço em que os pais tinham sido unidos, há uma
mediação e o trabalho do divórcio é feito de maneira muito melhor para ela. Não
sendo assim, como seu corpo se identifica com a casa em que ela vive, e já que essa
casa fica destruída para ela pela ausência de um dos pais ou pela mudança do casal,
ou quando ela própria tem de deixa-la, a criança vivencia dois níveis de
42
desestruturação: no nível espacial, que repercute no corpo, e no nível da
afetividade, através de sentimentos dissociados.
20. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que:
a) O papel do psicanalista é fundamental e urgente em nossa sociedade para
compreendermos os humores das perdas. Sem este profissional, não há como se
falar em separações saudáveis.
b) O psicólogo pode ser o terceiro, quarto e até o quinto na família.
c) As crianças devem desenvolver um ego-auxiliar através de suas próprias
referências morais para suportar a separação.
d) A mudança de escola é necessária para que a criança possa ter, realmente, uma
percepção positiva sobre sua nova fase de vida.
e) Quando os pais silenciam sobre o divórcio, a criança o percebe como uma
“sujeira”. Um dos caminhos indicados para reduzir o sofrimento decorrente dessa
renúncia de comunicação dos pais é a “ventilação dos afetos”.
Gabarito: E
Comentários: Segundo Dolto:
O divórcio é tão honroso quanto o casamento. De outro modo, todo o
silêncio feito em torno dele fica sendo, para as crianças, como se o divórcio fosse
uma “sujeira”, sob o pretexto de esse acompanhamento ser acompanhado de
sofrimento.
...
Você poderia explicar o que entende por “ventilação de afetos”?
Quero dizer, com “ventilar”, que os dois pais devem humanizar sua
separação, dizê-la em palavras, e não guarda-la para si sob a forma de angústia
indizível, exprimível somente pelos humores, por estados depressivos ou excitação
que a criança sente por um abalo na segurança dos pais. É importante que eles
assumam realmente a responsabilidade por sua separação e que se possa fazer um
43
trabalho de reparação. Alguns não têm a necessidade de um terceiro, mas são
pouco numerosos”.
Sobre a formação de ego-auxiliar, Dolto argumenta que este é desenvolvido
pela criança no seu contato com amigos da mesma idade. Segundo a autora:
“Cada um desses dois do mesmo sexo – o menino e sei melhor amido, a
menina e sua melhor amiga – são “amiguinho-amiguinho”, “companheira-
companheira”, numa homossexualidade casta. O colega do mesmo sexo serve como
ego auxiliar para o menino; esse colega tem, por sua vez, um melhor amigo do
momento, um ego auxiliar, e uma colega de quem os dois falam. O mesmo acontece
com a menina”.
Sobre a mudança de escola, Dolto fala:
“Não é aconselhável que, por ocasião de um divórcio, a criança seja forçada
a deixar sua escola para ingressar em outra. Podemos ter certeza de que ela terá
dois anos de atraso escolar; não poderá mais acompanhar a escola, por estar
bastante dividida”.
21. Com relação ao livro “Quando os Pais se separam” de Françoise Dolto, é
correto afirmar que a emoção de se ver um pai que não se vê habitualmente
pode ocasionar vômitos. Essa reação psicossomática que a criança exibe
quando é visitada pelo pai separado constitui:
a) Sinal de rejeição inconsciente.
b) Sinal de rejeição consciente.
c) Sinal de falta de maturidade emocional para lidar com a ausência do nome do
pai.
d) Sinal decorrente unicamente da situação de ausência do pai no lar.
e) Sinal de severos problemas psíquicos que necessitam de amparo psicanalítico.
Gabarito: D
44
Comentários: Para Dolto, a visita de um dos pais à criança, independente de ser o
pai ou a mãe, pode gerar reações psicossomáticas. Essas reações decorrem da
situação de separação unicamente e não devem ser interpretadas como rejeição ou
maus tratos (página 48). Ainda é importante ressaltar que a autora chama esse
genitor (o pai, no caso) de genitor descontínuo, pois este não está no convívio
cotidiano da criança. Apenas a visita em datas preferencialmente previamente
acordadas com o outro genitor e com a criança.
22. Sobre a autonomia intrafamiliar da criança, Françoise Dolto, em seu livro
“Quando os Pais se separam” afirma que:
a) Ela começa a acontecer desde o nascimento e nunca se completa plenamente.
b) Começa a acontecer aos 9 anos de idade e torna-se plena aos 12 anos.
c) Inicia-se com a castração e torna-se plena na fase genital.
d) Somente ocorre com o desenvolvimento de um ego-auxiliar.
e) É um fenômeno impreciso e que não tem fase ótima para acontecer.
Gabarito: B
Comentários: Segundo Dolto:
“Em sua opinião, a autonomia da criança começa aos nove anos; aos doze
anos, em geral, ela é autônoma.
A autonomização intrafamiliar começa, efetivamente, aos nove anos,
quando a criança decide passar o fim de semana na casa de um amigo, estudar
violino ou flauta, ou ir para um acampamento de escoteiros. São os pais que lhe
dão a autorização, mas é ela quem toma as iniciativas. Estas são controladas pelos
pais, mas não proibidas”.
23. Sobre a audiência de crianças em processo de divórcio dos pais, Françoise
Dolto, em seu livro “Quando os Pais se separam” não defende a seguinte
tese:
a) As crianças devem ser ouvidas desde o primeiro dia do processo.
45
b) Cabe ao juiz, ou outro profissional que faça o papel de terceiro, explicar à
criança que compete a ela assumir preponderantemente a si mesma.
c) As crianças devem ser informadas de que podem escrever ao juiz e de que este
pode convoca-las rapidamente.
d) Os avós devem ser ouvidos nos processos de divórcio. Isso acelera o processo de
reestruturação familiar.
e) A equipe que assessora o juiz tem o papel fundamental de amparar a criança e a
família não só juridicamente, como acolher, escutar, explicar e encaminhar a
outros profissionais, quando necessário.
Gabarito: D
Comentários: Em nenhum momento a autora fala da participação dos avós nas
audiências para o divórcio do casal. As outras assertivas estão corretas.
24. Para Spitz, este estágio coincide mais ou menos com o estágio do narcisismo
primário freudiano. É um estágio de não-diferenciação onde o recém-
nascido não consegue distinguir uma coisa da outra; uma coisa externa de
seu próprio corpo e não experimenta o meio que o cerca como sendo
separado dele mesmo. Estamos nos referindo ao estágio:
a) O estágio Paranóide.
b) O estágio Depressivo
c) O estágio pré-objetal
d) O estágio precursor do objeto
e) O estágio do próprio objeto libidinal
Gabarito: C
Comentários: Apenas as três últimas alternativas refletem a classificação de Spitz
e apenas o estágio pré-objetal corresponde À descrição oferecida. Sobre este
estágio é interessante enfatizar que o psíquico e o somático não estão separados e
as noções de interior e exterior não existem. Além do mais, o recém nascido em si
também não é diferenciado e organizado, mesmo em aspectos fundamentais como
46
a relação entre centros neurais distinto, de um lado, e seus órgãos efetores
musculares, de outro; apenas pouquíssimas áreas privilegiadas parecem estar
separadas em unidades funcionais. Não há separação entre pulsão e objeto e não
há atividade psíquica e mental, os afetos são indiferenciados e caóticos.
25. Para Winnicott, o que constitui a “cura” da adolescência?
a) A saída da fase genital.
b) A sobrevivência à deprivação.
c) A passagem do tempo.
d) O desenvolvimento moral.
e) A formação de grupos sociais estáveis.
Gabarito: C
Comentários: Segundo Winnicott, em seu livro “A família e o desenvolvimento
individual” (página 115): “a adolescência tem cura, uma cura apenas, que porém
não pode interessar ao garoto ou à garota que estão em pleno sofrimento. A cura
da adolescência vem do passar do tempo e do gradual desenrolar dos processos de
amadurecimento; estes de fato conduzem, ao final, ao aparecimento da pessoa
adulta. Os processos não podem ser acelerados ou atrasados, mas podem ser
invadidos e destruídos; e podem definhar internamente, no caso de distúrbio
psiquiátrico.
26. Para Winnicott - no livro “A família e o desenvolvimento individual” - os
povos primitivos disfarçam sob tabus as mudanças da puberdade, ou senão
transformam seus adolescentes em adultos no decorrer de poucas semanas
ou meses por meio de certos ritos e provas. A partir dessa ótica de manejo
da adolescência e do modo como lidamos com o adolescente atualmente,
podemos afirmar que:
a) Os adultos gerados pela nossa sociedade tendem a ser fortes, estáveis e
maduros. Isso ocorre por encaramos a adolescência como um processo natural e
impulsionados pelas suas tendências de crescimento.
47
b) Crianças que passam diretamente para a fase adulta, através de rituais de
iniciação, tendem a ser mais responsáveis e críticas socialmente.
c) Crianças que passam diretamente para a fase adulta, através de rituais de
iniciação, tenderão a constituir famílias mais precocemente e a ter mais filhos.
d) Para Winnicott, é necessária a moratória psicossocial para que os adolescentes
possam entrar satisfatoriamente na fase adulta.
e) O tempo certo de adolescer é mais influenciado por questões sociais que causas
biológicas.
Gabarito: A
Comentários: Para Winnicott, o fato da a nossa sociedade respeitar o tempo certo
de cada adolescente adolescer é um sinal de que, provavelmente, teremos adultos
fortes, estáveis e maduros. Todas as outras assertivas são falsas. E, apenas para
matar sua curiosidade, a moratória psicossocial faz parte da teoria de Erikson e
não de Winnicott.
27. Na opinião de Winnicott, quais foram as três grandes mudanças sociais que
alteraram o modo como os adolescentes se veem diante do mundo?
a) O tratamento satisfatório das doenças venéreas, o desenvolvimento de técnicas
contraceptivas e a bomba atômica.
b) A Segunda Guerra mundial, a globalização de informações e a liberdade sexual.
c) A influência da cultura hippie, a ameaça de hecatombe nuclear e a precocidade
das relações sexuais.
d) O crescimento do ateísmo, a consolidação dos EUA como potência mundial e a
ameaça de guerra nuclear.
e) A bomba nuclear, a desilusão com os pais e a cultura hippie.
Gabarito: A
Comentários: Eu sei que é judiação decorar um negócio desses. Mas é o que a
banca pede! Na página 120 do livro “A família e o desenvolvimento individual”,
Winnicott fala que o tratamento satisfatório das doenças venéreas, o
desenvolvimento de técnicas contraceptivas e a ameaça de bomba atômica fizeram
48
com que a sociedade de sua época repensasse o papel do adolescente e o seu
sentido.
28. Entre as características da adolescência descritas por Winnicott, não
podemos identificar:
a) A inaceitabilidade da falsa solução.
b) O isolamento do indivíduo.
c) A rebeldia e a dependência.
d) O amadurecimento hormonal previsto em seu DNA.
e) A necessidade de sentir-se real.
Gabarito: D
Comentários: A letra D é a única que não está contemplada nos escritos de
Winnicott.
29. Segundo Winnicott, os padrões que se manifestam no adolescente normal
têm relação com os que se manifestam em vários tipos de distúrbio mental.
Por exemplo:
a) A necessidade de evitar a falsa solução corresponde à incapacidade de o
paciente psicótico aceitar o meio-termo; compara-se também com a ambivalência
psiconeurótica e com a ilusão e a auto-ilusão de saúde.
b) A necessidade de sentir-se real ou nada sentir tem relação com a euforia
acompanhada de sentimentos de prepotência.
c) A necessidade de desafiar corresponde à depressão anaclítica, tal como se
manifesta na distimia.
d) A dissociação da realidade corresponde ao delírio e à alucinação e é a
manifestação da psicose.
e) A tendência ao suicídio é característica da depressão e representa a
manifestação consciente da pulsão de morte.
Gabarito: A
Comentários: Assertiva A correta! E, apenas para corrigir:
49
- A necessidade de sentir-se real ou nada sentir tem relação com depressão
psicótica acompanhada de despersonalização.
- A necessidade de desafiar corresponde à tendência antissocial, tal como se
manifesta na delinquência.
30. A tentativa de suicídio do adolescente é vista por Winnicott como:
a) Uma tentativa deliberada de chamar a atenção dos pais.
b) Um fenômeno que deve ser entendido à luz do grupo ao qual o adolescente faz
parte.
c) Uma tentativa deliberada de chamar a atenção do grupo social.
d) Um fenômeno natural da adolescência e que deve ser esclarecido desde a
infância.
e) Um forte indicativo de depressão sazonal.
Gabarito: B
Comentários: Para Winnicott, a tentativa de suicídio não pode ser entendida sem
a contextualização do grupo social ao qual o adolescente se refere. Em suas
palavras:
“A tentativa de suicídio de um dos membros é muito importante para todos
os demais. Noutro caso, um dos indivíduos não consegue se levantar; encontra-se
paralisado pela depressão e permanece ouvindo músicas tristes; tranca-se em seu
quarto e não deixa ninguém se aproximar. Todos os outros sabem que isso está
ocorrendo; vez por outra o indivíduo sai da depressão e todos festejam, virando a
noite ou permanecendo juntos por dois ou três dias. Esses acontecimentos
pertencem a todo o grupo; este encontra-se em constante mudança à medida que
os próprios indivíduos vão trocando de grupos; mas, de algum modo, os membros
individuais do grupo fazem uso dos casos extremos para sentirem-se reais, lutando
para transpor esse período de calmarias”.
Winnicott em “A família e o desenvolvimento individual”, página 126.
50
31. Os três organizadores para Spitz são a ansiedade, o meneio com a cabeça e o
sorriso. Sobre o meneio com a cabeça, não podemos afirmar que:
a) há o entendimento de uma interdição e que leva ao amadurecimento psíquico.
b) ajuda a criança a integrar semanticamente o seu mundo com a linguagem.
c) é o primeiro organizador dos núcleos psicológicos da criança.
d) representa um conceito de negação, de recusa, no sentido estrito do termo.
e) associa a linguagem à conteúdos práticos diários da mãe e do ambiente.
Gabarito: C
Comentários: Essa foi de graça. O “não” (ou meneio com a cabeça) é, para Spitz, o
terceiro organizador da vida mental da criança. O primeiro é o sorriso e o segundo
é a ansiedade.
32. Para Spitz, o hospitalismo é o conjunto de perturbações que o bebê pode
sofrer devido a carências maternas. Na ausência da mãe, as reações da
separação, podem provocar uma depressão, devido à falta da figura
materna. Sobre o hospitalismo, podemos afirmar que:
a) é consequência da privação emocional total.
b) é consequência da privação emocional parcial.
c) é consequência de relações afetivas inadequadas.
d) é consequência da hostilidade primária inconsciente.
e) é consequência da ansiedade da mãe.
Gabarito: A
Comentários: Eis dois quadros para nunca mais esquecer:
Relações Inadequadas
Comportamento da Mãe Consequência
rejeição primaria manifesta não consegue se alimentar direito ao
seio
superpermissividade ansiosa primaria cólica dos três meses
hostilidade disfarçada em ansiedade eczema infantil
oscilação entre mimo e hostilidade distúrbio de motilidade - o balanço do
51
bebê
oscilação cíclica de humor da mãe manipulação fecal e coprofagia
hostilidade consciente compensada criança hipertimica
Relações Insuficientes
Comportamento da mãe Consequência
Privação emocional parcial depressão anaclítica
Privação emocional completa marasmo ou hospitalismo
33. Na fase de dependência absoluta, o pai, para Winnicott, assume os seguintes
papéis:
a) ser a mãe substituta e sustentar financeiramente a família.
b) ser a mãe substituta e cuidador da relação “mãe-bebê”.
c) ser o terceiro na triangulação com a mãe e dar suporte moral à mãe.
d) ser o terceiro na triangulação com a díade “mãe-bebê” e evitar a deprivação.
e) ser o interditor do objeto de desejo edípico e proporcionar o holding.
Gabarito: B
Comentários: Confira:
A presença do pai no período de dependência absoluta
Durante o período de dependência absoluta, o bebê vive no interior da
relação dual com a mãe, bebê e mãe formando uma só unidade; o pai participa
desta relação assumindo dois principais papéis:
a) Ele é uma mãe substituta e, nesse papel, ele deve permanecer, tal como a
mãe, objeto subjetivo. Para exercer essa função, o importante não é o seu lado
masculino, mas o seu lado materno: “O pai participa (dos cuidados do bebê)
indiretamente enquanto marido, e diretamente enquanto mãe–substituta” (1955e,
p. 451). Em outro texto (1965m, p. 130), em que está avaliando as diferenças entre
satisfazer as necessidades do id (necessidades instintuais) e atender às
52
necessidades do ego (relativas à tendência inata à integração), Winnicott reitera
mais uma vez essa mesma ideia dizendo que, nesse começo da vida, o pai não
desempenha, diretamente enquanto pai, nenhum papel com o bebê; toda a sua
relação com este só pode se dar em termos de ele atuar como mãe substituta. Diz o
autor: “A relação diádica inicial é aquela entre a criança e a mãe ou mãe substituta,
antes que qualquer característica da mãe tenha–se diferenciado e moldado na
imagem do pai” (1958g, p. 32). é por isso que no artigo, “O recém–nascido e sua
mãe” que trata justamente das necessidades e dos cuidados específicos que o bebê
necessita ao nascer, Winnicott faz uma espécie de apelo para a compreensão dos
pais assinalando que se num texto, “eu disser â a mãe’ muito mais vezes que â o
pai’, espero que os pais me compreendam” (1964c, p. 29).
...
b) Ele é o principal “cuidador” da dupla mãe–bebê: ele dá sustentação à
mãe, protegendo–a das interferências externas de modo a que ela possa entregar–
se à “preocupação materna primária”. Por estar presente e fornecer esses
cuidados, ele compõe, junto com a mãe, o ambiente total em que o bebê habita.
Neste sentido específico, o pai participa do colo que a mãe dá ao bebê a partir da
efetiva experiência que a mãe tem da presença do pai. Winnicott fala que, entre
outras coisas, a mãe cria, com seu corpo e cuidados, um espaço para o bebê habitar.
é interessante notar que, de certa maneira, o pai também cria um espaço para que
a mãe, seguramente assentada nele, possa se entregar ao estado de preocupação
materna primária. Ele (1949b, p. 27) diz que, nesse ponto o pai
Fonte: ROSA, Claudia Dias. O papel do pai no processo de amadurecimento em
Winnicott. Nat. hum., São Paulo, v. 11, n. 2, fev. 2009 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-
24302009000200003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 03 dez. 2012.
34. O instituto do Habeas Data é, segundo a Constituição Federal de 1988,
concedido
53
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.
b) para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado
participe.
c) para proteger direito líquido e certo quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público.
d) sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.
e) sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania.
Gabarito: A
Comentários: LXXII do Artigo 5 da CF/88.
35. Sobre a Seguridade Social, não podemos afirmar que:
a) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à
saúde, à previdência e à assistência social.
b) A seguridade social será financiada de forma direta pela União e de forma
residual pelos Estados e Municípios.
c) Um dos princípios da Seguridade Social é o da universalidade da cobertura e do
atendimento.
d) A tripartição da Seguridade Social foi uma inovação da Constituição de 1988.
e) A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.
Gabarito: B
54
Comentários: Cuidado!
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: ...
Não tem nada de financiamento residual não! Todos os entes pagam.
36. São três as formas de colocar a criança ou o adolescente em família
substituta: a guarda, a tutela e a adoção. Sobre esses conceitos, à luz da lei
8.069 de 13/07/1990, é correto afirmar que:
a) A Guarda implica na mudança da situação jurídica em definitivo da criança ou do
adolescente.
b) A Guarda ocorre quando um menor é representado por um civilmente capaz
designado por um Juiz.
c) A Tutela cessa com a maioridade, a Guarda não.
d) A Adoção é o mecanismo legal através do qual a criança é inserida
provisoriamente em uma nova família.
e) Na Adoção existe a mudança definitiva da situação jurídica.
Gabarito: E
Comentários: Relembrando a nossa aula 4:
São três as formas de colocar a criança ou o adolescente em família substituta
(medidas excepcionais, pois a regra é ficar na família de origem): a guarda, a tutela
e a adoção. Aqui a base primordial é a proteção e o bem estar do mesmo em sua
formação psíquica, moral e social.
a) Guarda: é a forma mais simples de colocação do menor em família
substituta, nada importando sua situação jurídica. É o sistema no qual o menor fica
sob os cuidados e responsabilidade de uma pessoa designada pela justiça. Num
caso de divórcio, por exemplo, a guarda dos filhos caberá a um dos ex-cônjuges
(quase sempre a mãe); em caso de morte dos pais, os avós (ou outro parente que
não pode adotar) podem requerer a guarda dos menores; em casos onde a criança
55
está em situação de risco e é retirada dos pais, a justiça pode determinar outra
pessoa para ficar com a Guarda destas crianças. Neste último caso a guarda será
provisória, até que a situação se resolva ou que se destituam os pais do "Poder
Familiar", quando então a criança estará disponível à adoção.
b) Tutela: ocorre quando um menor é representado por um civilmente capaz
designado por um Juiz. É o caso, por exemplo, de um menor que tem uma herança,
mas que não tem condições civis (pela menoridade) de administrar o próprio
patrimônio.
c) Adoção: É o mecanismo legal através do qual a criança é inserida
definitivamente numa nova família, passando a ser considerada como FILHA dos
adotantes, com exatamente os mesmos direitos e deveres que qualquer outro filho
(sobrenome, herança, etc.). Existe a mudança definitiva da situação jurídica. A
adoção é sempre definitiva e irrevogável e a criança adotada perde todos os
vínculos com a família de origem. A idade mínima para adotar é de 18 anos, de
acordo com o Código Civil. No ECA, a idade mínima é de 21 anos. No casal, pelo
menos um dos pais tem de ter mais de 18 anos e com comprovada união estável.
Cuidado: a adoção é irrevogável! O CC e o ECA proíbem três tipos de adoção: os
ascendentes não podem adotar os descendentes (avô não pode adotar neto), irmão
não pode adotar irmão e Tutor não pode adotar o tutelado, a não ser que preste
contas dos bens do tutelado. Um ponto controverso é a adoção por casais
homoafetivos. A jurisprudência admite tal tipo de adoção. E, por fim, não se pode
ter adoção por procuração. É sempre pessoal.
37. Entre as medidas que o Conselho Tutelar pode aplicar sem intervenção
judicial não podemos destacar:
a) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente.
b) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial.
56
c) inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento
a alcoólatras e toxicômanos.
d) matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental.
e) colocação em família substituta.
Gabarito: D
Comentários:
Medidas de Proteção
Medidas que o Conselho Tutelar pode
aplicar sem intervenção judicial:
Medidas que só o Juiz pode aplicar:
1 - encaminhamento aos pais ou
responsável, mediante termo de
responsabilidade;
2 - orientação, apoio e
acompanhamento temporários;
3 - matrícula e frequência obrigatórias
em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
4 - inclusão em programa comunitário
ou oficial de auxílio à família, à criança e
ao adolescente;
5 - requisição de tratamento médico,
psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
6 - inclusão em programa oficial ou
comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos.
7 - acolhimento institucional;
8 - inclusão em programa de
acolhimento familiar;
9 - colocação em família substituta.
38. Assinale a opção correta conforme as disposições do ECA.
57
a) O prazo máximo previsto para a medida de internação é de três anos, devendo
ser prefixado pelo magistrado na sentença.
b) Não havendo arquivamento dos autos ou concessão de remissão, o membro do
MP procederá à apresentação de denúncia contra o adolescente.
c) As eleições para o conselho tutelar, órgão com poderes jurisdicionais, são
organizadas em âmbito municipal.
d) Inclui-se, entre as medidas aplicáveis aos pais ou responsável do menor, o
encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico.
e) O deferimento da adoção pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão
do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.
Gabarito: D
Comentários: Inspirada em uma ótima questão do CESPE. Confira os erros.
a) Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção
ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três
anos.
b) Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o
representante do Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-
educativa.
c) 132. Em cada Município haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar composto de
cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de três anos,
permitida uma recondução.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os
seguintes requisitos:
58
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.
Art. 134. Lei municipal disporá sobre local, dia e horário de funcionamento do
Conselho Tutelar, inclusive quanto a eventual remuneração de seus membros.
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar.
d) (Correta) Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
e) Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18
(dezoito) anos incompletos.
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da
perda ou suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de
guarda.
39. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias
processuais:
a) pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
intimação.
b) direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente.
c) defesa técnica pelo Conselho Tutelar.
d) igualdade na relação processual, não podendo, no entanto, confrontar-se com
vítimas ou testemunhas.
e) semiliberdade assistida durante o curso do processo legal.
Gabarito: B
Comentários: Essa é da prova da VUNESP de 2010 para agente administrativo da
Fundação Casa. Vejamos o disposto no ECA (Lei n. 8069/90):
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido
processo legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
59
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
intimação citação ou meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, não podendo confrontar-se com vítimas e
testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica pelo Conselho Tutelar por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento.
40. São atribuições do Conselho Tutelar:
a) atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando a medida de
encaminhamento a cursos ou programas de orientação.
b) assessorar o Poder Legislativo local na elaboração da proposta orçamentária
para planos de atendimento à criança.
c) expedir declarações e outros documentos relativos ao adolescente.
d) propor ações que visem à suspensão ou perda do pátrio poder.
e) promover serviços públicos nas áreas de educação e serviço social.
Gabarito: A
Comentários: Essa é da banca VUNESP (2010) para a Fundação Casa. Conforme
art. 136, inciso II, c/c art. 129, inciso IV, do ECA (Lei 8069/90):
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e
105, aplicando as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas
previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social,
previdência, trabalho e segurança;
60
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento
injustificado de suas deliberações.
(...)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e
tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e
aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento
especializado;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda;
IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei
nº 12.010, de 2009)
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste
artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
41. Sobre o abandono de crianças, podemos afirmar que:
a) É um fenômeno multifatorial.
b) Não guarda relação direta com os processos de adoção.
c) Decorre, na maioria das vezes, de condições sócio econômicas dos pais.
d) É dever da Sociedade garantir que as crianças não sejam abandonadas pelos
seus pais.
e) Toda forma de abandono, de acordo com Winnicott, ocasiona a deprivação.
Gabarito: A
61
Comentários: Essa é a mais fácil do nosso simulado. A causa do abandono é
multifatorial. Confira o que Paiva afirma em seu livro “Adoção: Significados e
Possiblidades”:
Uma condição muitas vezes presente nas adoções é a referência explícita ou
não, a alguma forma de abandono. As histórias de crianças e adolescentes passíveis
de adoção incluem situações diversas: genitores biológicos que doam os filhos
para terceiros ou os entregam à autoridade judiciária, pais falecidos ou que
desaparecem sem deixar o paradeiro ou acusados de fatos graves, como maus-
tratos, abusos, privações, e/ou negligências que acarretam processo judicial de
destituição do pátrio poder. Enfim, são complexos os fatores determinantes do
abandono, envolvendo questões afetivas, sociais, culturais e políticas.
42. Segundo Paiva, em seu livro “Adoção: Significados e Possiblidades” (Página
72): Os procedimentos da equipe técnica, nos casos de adoção, incluem:
entrevistas com os candidatos a pais adotivos, entrevistas de
acompanhamento com as crianças e/ou adolescentes com perspectivas de
serem colocados em lares substitutos, acompanhamento dos genitores que
vislumbram a alternativa de entregar o(s) filho(s) para adoção ou que estão
em vias de serem destituídos do pátrio poder, aproximação gradual dos
pretendentes habilitados com as crianças e/ou adolescentes, assessoria à
recém-formada família adotiva durante o estágio de convivência e
acompanhamento das famílias adotivas com dificuldades.
Sobre este entendimento, é correto afirmar que o estudo do psicólogo do
Tribunal de Justiça de São Paulo, com relação aos processos de adoção:
a) Vincula a decisão do juiz em caso de adoção.
b) É adstrito a avaliação psicológica da criança e dos pais biológicos.
c) Está descrito em lei e não pode ultrapassar o regimento legal.
d) Deve ser pautado pela psicanálise para que seja acessível a todos os
profissionais.
e) É obrigatório em casos de adoção.
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Gabarito: E
Comentários: O estudo do psicológico para a adoção é obrigatório e está previsto
em lei. Ele não vincula a decisão do juiz e contempla, além da criança, os
pretendentes a pais adotivos.
43. Com relação a estruturação do Complexo de Édipo na adoção, Paiva, em seu
livro “Adoção: Significados e Possiblidades”, defende a tese de que este
complexo:
a) Ocorre independente de a criança ser adotada ou não.
b) Deve ser trabalhado à luz da compensação dos pais.
c) Requer um olhar diferenciado sobre as questões de sexualidade, identificação e
projeção.
d) Faz com que o outro não se constitua em forma de linguagem para a criança.
e) Ocasiona um retardo no desenvolvimento das estruturas psíquicas da criança
Gabarito: A
Comentários: Na página 88 a autora cita Dolto e afirma que crianças adotadas
passam pela estruturação edipiana como qualquer outra criança.
44. Leia as afirmações acerca do tema Conselho Tutelar.
I. Conselho Tutelar é órgão autônomo, permanente, que exerce atividade
jurisdicional supletiva, encarregado pela lei de zelar pelo cumprimento dos
direitos infanto-juvenis definidos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
II. O Estatuto da Criança e do Adolescente não faz exigência mínima de
escolaridade àqueles que desejam se candidatar ao exercício do mandato de
conselheiro tutelar de determinada localidade, apenas menciona que o
candidato deve possuir 21 anos, reconhecida idoneidade moral e residir
naquele município.
63
III. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público
relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão
especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo.
IV. Constará da lei orçamentária municipal previsão dos recursos
necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente o item I está incorreto.
b) Apenas os itens I e III estão incorretos.
c) Todas as afirmações são falsas.
d) Todas as afirmações são verdadeiras.
e) Somente os itens I e III e IV contemplam ideias falsas.
Gabarito:
Comentários: Prova para juiz para o TJ/MT da banca Vunesp em 2009.
I - ERRADO.
O Conselho Tutelar NÃO EXERCE atividade jurisdicional conforme o próprio
art. 131 do Eca afirma:
"O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e
do adolescente, definidos nesta Lei".
II - CERTO.
É o que afirma de forma expressa o art. 133 do Eca:
"Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos
os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município".
III - CERTO.
Dispõe o art. 135 do Eca:
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"O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público
relevante, estabelecerá presunção de idoneidade moral e assegurará prisão
especial, em caso de crime comum, até o julgamento definitivo".
IV - CERTO.
Veja-se o que afirma o art. 134, p. único do Eca:
"Constará da lei orçamentária municipal previsão dos recursos necessários
ao funcionamento do Conselho Tutelar".
45. O estudo dos fatores de risco leva a identificação de variáveis associadas a
maior probabilidade de usar ou abusar de drogas. Alguns desses fatores se
referem a características dos indivíduos enquanto outros, ao seu meio
microssocial, a condições estruturais e socioculturais mais amplas.
Atualmente a literatura especializada entende que esses fatores de risco
não costumam aparecer isoladamente, mas integrados, caracterizando uma
situação considerada social, intrapsíquica e biologicamente perigosa que se
concretiza. A partir dessa perspectiva consiliente, são considerados fatores
de risco ao uso de drogas pelos adolescentes, exceto:
a) Baixa autoestima.
b) Raça.
c) Comorbidades.
d) Baixa ligação com sistemas de apoio.
e) Dificuldade de adiar gratificações e prazeres.
Gabarito: B
Comentários: Dizer que a raça é um fator de risco ao uso de drogas é jogar fora os
últimos 100 anos de lutas sociais. É o único fator, dentre os listados, que não
constitui uma variável para o estudo do uso de drogas. Apenas para relembrar:
Risco é uma consequência da livre e consciente decisão de se expor a uma situação
na qual se busca a realização de um bem ou de um desejo, em cujo percurso se
inclui a possibilidade de perda ou ferimento físico, material ou psicológico.
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46. No parágrafo:
“Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de
adolescente na prática de ato infracional, o(a) __________________ encaminhará ao
representante do ___________________ relatório das investigações e demais
documentos. Além disso, o adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional
não poderá ser conduzido ou transportado em ___________________ policial, em
condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade
física ou mental, sob pena de ______________”.
Completa adequadamente as lacunas a alternativa:
a) autoridade policial; Ministério Público; compartimento fechado de veículo;
responsabilidade.
b) Conselho Tutelar; Poder Judiciário; compartimento fechado de veículo; nulidade
do processo.
c) Conselho Tutelar; Ministério Público; compartimento fechado de veículo;
nulidade da apreensão.
d) Conselho Tutelar; Poder Judiciário; compartimento fechado de veículo;
contaminação de provas.
e) autoridade policial; Ministério Público; diligência; responsabilidade.
Gabarito: A
Comentários: Artigos 177 e 178 do ECA.
47. Segundo a Resolução CFP Nº 008/2010 - Dispõe sobre a atuação do
psicólogo como perito e assistente técnico no Poder Judiciário - é correto
afirmar que:
a) É permitido ao psicólogo ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas
quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a
qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação.
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b) O psicólogo não poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que
estejam sendo efetuados por outro profissional, mesmo que a pedido deste
último.
c) Perito e assistente técnico são as definições que o psicólogo independente
recebe e referem-se às mesmas funções.
d) O psicólogo assistente técnico não deve estar presente durante a realização dos
procedimentos metodológicos que norteiam o atendimento do psicólogo perito e
vice-versa, para que não haja interferência na dinâmica e qualidade do serviço
realizado.
e) Em seu relatório, o psicólogo perito apresentará indicativos pertinentes à sua
investigação que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitação realizada,
reconhecendo os limites legais de sua atuação profissional, adentrando, sempre
que possível, no juízo de valor da melhor decisão que deve ser tomada pelo juiz.
Gabarito: D
Comentários: Literalidade do Artigo 2 da referida resolução. Vamos corrigir o
restante:
- Não é permitido ao psicólogo ser perito, avaliador ou parecerista em situações
nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam
afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da
avaliação.
- O psicólogo não poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que
estejam sendo efetuados por outro profissional, mesmo que a pedido deste
último.
- Perito e assistente técnico são as definições diferentes.
- Em seu relatório, o psicólogo perito apresentará indicativos pertinentes à sua
investigação que possam diretamente subsidiar o Juiz na solicitação realizada,
reconhecendo os limites legais de sua atuação profissional, sem adentrar nas
decisões, que são exclusivas às atribuições dos magistrados.
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48. Sobre o trabalho do psicólogo e as atribuições da equipe interprofissional
na Vara da Infância e da Juventude, nas Varas da Família e das Sucessões e
nas Varas Especiais da Infância e da Juventude, não podemos afirmar:
a) Entre as atribuições do Psicólogo Jurídico nas Varas de Família está a realização
de diligências para a instrução de fatos. Dentre as competências dessas diligências,
cabe ao psicólogo, e concorrentemente a outros profissionais, a realização de busca
e apreensão de crianças e adolescentes em situação de risco social.
b) Na avaliação psicológica da solicitação da guarda, assim como em outras
medidas, considera-se importante que seja compreendido de forma abrangente e
na perspectiva de se aprofundar as características de personalidade dos
requerentes, a motivação inerente ao pedido.
c) Segundo L. F. Costa, o Relatório Psicossocial permite conhecer melhor o sujeito
em sua realidade social e familiar, e não somente no seu lado delinquente.
d) Segundo a Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012, a composição da equipe
técnica do programa de atendimento deverá ser interdisciplinar, compreendendo,
no mínimo, profissionais das áreas de saúde, educação e assistência social, de
acordo com as normas de referência.
e) Compete ao Psicólogo Jurídico realizar o acompanhamento de casos objetivando
a clareza para definição da medida, avaliando a adaptação criança/família;
reavaliando e constatando a efetivação de mudanças; verificando se os
encaminhamentos a recursos sociais e psicológicos oferecidos na comunidade, e a
aplicação das medidas de proteção e sócio educativas foram efetivados;
Gabarito: A
Comentários:
É certo que não compete aos Assistentes Sociais e Psicólogos Judiciários
procederem à busca e apreensão de crianças e adolescentes, mas nada impede que
os mesmos acompanhem Oficiais de Justiça ou Voluntários nesse tipo de
diligência.
As razões de ordem técnico-científicas apontadas pela consulente não
podem ser aceitas como impeditivas do acompanhamento, mas sim como
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orientação de cautela a ser tomada pelo Magistrado para decidir pelo
acompanhamento da diligência, e pelos próprios técnicos na execução do
acompanhamento.
As razões de ordem legal apresentadas carecem de maior solidez, uma vez
que dentre as atribuições do corpo técnico está a execução de “trabalhos de
aconselhamento, orientação, encaminhamento, prevenção e outras” (item 24.1 do
Capítulo XI das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça).
Acompanhar a busca e apreensão de uma criança ou adolescente deve ser
considerado como trabalho de orientação (ao menor e/ou familiares durante a
diligência esclarecendo os motivos daquela ordem, condutas a serem tomadas em
caso de discordância, etc.); prevenção (buscando minimizar os efeitos do
cumprimento da ordem, protegendo o menor e fazendo evitar qualquer tipo de
abuso por parte do Oficial de Justiça, Voluntário ou mesmo de policiais que possam
estar acompanhando a diligência); e outras.
Fonte:
http://www.tjsp.jus.br/Download/Corregedoria/pdf/parecer_juiz_busca.pdf
Além disso:
Entende-se que existem situações que a presença do profissional de Serviço
Social e/ou de Psicologia devem compor com aquele que cumpre a busca e
apreensão, qual seja, com o oficial de justiça. Não obstante, isso deverá ser
sopesado de modo a ser uma prática considerada tecnicamente relevante para
“aquela” determinada situação. Nesse caso, pressupõe-se que os profissionais
envolvidos no acompanhamento dos casos que exijam a aplicação de uma medida
tão drástica ponderem sobre a necessidade de acompanhar ou não a aplicação da
medida. Isto supõe agir em conformidade aos preceitos éticos de ambas as
profissões, o que nesse caso, implica analisar a adequação de qual dos
profissionais devem acompanhar o oficial de justiça, ou se devem ir ambos, o que,
portanto, não se trata de “ajuda” de um profissional para com o outro, mas sim do
compromisso teórico metodológico e ético.
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Tem a compreensão de que não cabe ao assistente social e/ou psicólogo a
execução da medida, ainda que, esses profissionais, por conhecerem a situação, a
criança e/ou adolescente possam mediar o momento da busca e apreensão e, por
vezes, aplacar eventuais necessidades que desencadeiem. Neste sentido, entende-
se que o importante é ressaltar que os cumprimentos da medida de busca e
apreensão devem ser precedidos de cuidados e, de acordo com critérios técnicos,
o assistente social e/ou psicólogo devem acompanhar o oficial de justiça no
cumprimento de sua atribuição.
Fonte:
http://www.tjsp.jus.br/Download/Corregedoria/pdf/parecer_busca_apre.pdf
Diz o preguiçoso: "amanhã farei". Exclama o fraco: "amanhã, terei forças". Assevera o delinqüente: "amanhã, regenero-me". É imperioso reconhecer, porém, que a criatura, adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda, em verdade, a noção real do tempo. Quem não aproveita a bênção do dia, vive distante da glória do século.
Chico Xavier
Professor Alyson Barros
www.psicologianova.com.br