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Trabalho para a Disciplina de Psicologia da Religião do Professor Dr. J. Costa Jorge PORTO 2012

Psicologia Power Point

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Trabalho para a Disciplina de Psicologia da Religião do Professor Dr. J. Costa Jorge

PORTO2012

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Henrique Ramos Torres

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•É um campo de pesquisa por vezes definido como a ciência do espírito, outras como a ciência do comportamento. Interessa-se pelo como e pelo porquê do que os organismos fazem.•Estudo científico do comportamento e dos processos mentais•Os fenómenos que a psicologia considera do seu domínio abrangem uma extensa dimensão. Alguns confinam com a biologia outros fazem fronteira com as ciências sociais, como a antropologia e a sociologia. Alguns dizem respeito ao comportamento dos animais, muitos outros pertencem ao

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comportamento humano. Uns referem-se à experiência consciente, outros concentram-se no que as pessoas fazem, independentemente do que possam pensar ou sentir por dentro. Alguns ocupam-se de pessoas ou dos animais isoladas, outros debruçam-se sobre o que fazem em grupos.

•A importância da psicologia para a compreensão e estudo de outras ciências leva pesquisadores a unirem as suas linhas de estudo a fim de estudarem os fenómenos psicológicos.

•As raízes da psicologia podem ser encontradas nos grandes filósofos da Grécia Antiga, como por exemplo: Sócrates, Platão, Aristóteles que se questionam sobre a vida mental. São questões que abordam os elementos fundamentais da perspetiva cognitiva da psicologia. As questões sobre o comportamento humana também não foram descurados pelos clássicos Hipocrátes o “pai da medicina” que demonstrou profundo interesse pela fisiologia, o estudo das funções dos organismos vivos e suas partes.

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• Nativismo versus Empirismo - Giram em torno da questão das capacidades humanas serem inatas ou adquiridas através da experiência. A conceção Nativista defende que as aptidões e capacidades, a razão e a cognição humanas são capacidades inatas. Descartes apoiava esta visão.

• Empirismo- o conhecimento é adquirido pelas experiências e interações com o mundo ex. Locke é defensor da “tábua rasa”, isto é ao nascer o individuo é uma tábua rasa na qual a experiência escreve o conhecimento e o entendimento à medida que o individuo amadurece.

• Introspeção- Wilhelm Wundt utilizava a introspeção como método para estudo dos processos mentais. A introspeção refere-se à observação e registo da natureza das nossas próprias perceções, pensamentos e sentimentos. Método herdado da filosofia ao qual Wundt introduz a experimentação para fundamentar as suas conclusões.

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• Estruturalismo - Titchener introduz este termo no sentido da análise de estruturas mentais; esta abordagem irá ser contestada por Willian James que considerava que se deveria dar menos enfâse à análise dos elementos da consciência e mais à compreensão da sua natureza fluida e pessoal - corrente funcionalista que se remeteu ao estudo de como a mente opera para que um organismo possa adaptar-se e funcionar no seu ambiente.

• Behavorismo- John B. Watson defende a apologia de que quase todo o comportamento é resultado de condicionamento em que o ambiente molda o comportamento reforçando hábitos específicos- estimulo gera resposta.

• Psicologia de Gestalt- abordagem realizada por Max Wertheiner, Kurt Koffka e Wolfgang Kohler interessam na percepção do movimento. Interessam-se na percepção e acreditavam que as experiências perspectivas dependiam dos padrões formados pelos estímulos e da organização da experiência.

• Psicanálise – Sigmund Freud defensor da teoria da personalidade. Está centrada no conceito do inconsciente isto é pensamentos, atitudes, impulsos, desejos, motivações e emoções das quais não temos consciência.

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A religião é uma das dimensões mais importantes da pessoa humana e uma das que distingue melhor os humanos dos animais.

A maior parte das pessoas está marcada por ritos religiosos desde o nascer ao morrer. Não há aspeto nenhum da vida pessoal e/ou comunitária que não esteja influenciado pela religião.

Psicologia da religião é o estudo do fenómeno religioso do ponto de vista psicológico, ou seja, a aplicação dos princípios e métodos da psicologia ao estudo científico do comportamento religioso do homem, quer como indivíduo, quer como membro de uma comunidade religiosa. Nessa definição, "comportamento religioso" refere-se a qualquer ato ou atitude, individual ou coletiva, pública ou privada, que tenha específica referência ao divino ou sobrenatural. Obviamente, esse divino ou sobrenatural é definido em termos da fé pessoal de cada indivíduo.

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Apesar do esforço de alguns de enquadrar a psicologia da religião no campo geral da psicologia científica, ainda existem algumas barreiras que impedem tal relação mais íntima. Na proporção, porém, em que melhores métodos de pesquisa forem introduzidos no estudo psicológico do fenómeno religioso, a psicologia da religião desfrutará status académico mais favorável.

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Ao psicólogo da religião interessa não somente o fato de que em todas as culturas encontram-se formas de comportamento religioso, mas também o fato singular de que, apesar das grandes diferenças quanto às crenças e práticas dos vários povos, há muitas similaridades entre elas, o que sugere a existência de um fator comum à experiência religiosa de todos os homens.

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Não é fácil definir o que se entende por religião, dada a grande variedade de condutas consideradas como religiosas e dada a grande variedade de religiões, desde as mais naturais dos povos ditos primitivos, às grandes religiões reveladas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.

Cícero afirma que “religião” (religio) provém de relegere (ler de novo, observar algo atentamente, recordadr as coisas se Deus).

Lactâncio, apologista cristão do século IV, o vocábulo deriva de religare (tornar a atar ou ligar-se com Deus).

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S. Agostinho prefere fazer derivar o termo de reeligere (eleger de novo a Deus)

Para Émile Durkheim, religião é um fato essencialmente coletivo. Afirma que a: "Religião é um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, a coisas separadas e proibidas - crenças e práticas que unem, numa comunidade moral chamada igreja, a todos aqueles que a elas aderem.

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O fenómeno da religião está presente em todos os tempos e lugares numa tentativa fundamental de “dar significado” ao homem, à sua vida e à sua morte, e ao mundo que o rodeia.O homem é um “homem religioso”. Ele tem consciência das suas limitações, interroga o sentido da sua vida, a origem e o fim; intui, portanto, que existe mais alguém ou alguma coisa para além dele mesmo.

Os estudos de antropologia cultura parecem indicar que expressões religiões existem praticamente em todos os níveis de civilização. A religião, portanto, nasceu com o próprio homem pré-histórico.

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Há vários tipos de experiências e todas elas podem ser conceituadas como resposta a diversos estímulos. A psicologia encarrega-se de determinar o limiar da consciência de determinadas realidades, ou seja, o ponto em que o organismo se torna sensível a essa realidade.

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O homem é por natureza religioso.

Comportamento religioso é qualquer ato ou atitude que tem referência específica ao divino ou sobrenatural.

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Várias teorias, desde então, têm surgido como tentativa de interpretação do fenómeno religioso. Apresentarei, a seguir, algumas das teorias que considero mais representativas. Entre as muitas interpretações psicológicas do fenómeno religioso, saliento as que parecem mais importantes:

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a) W. James psicólogo e filósofo defende o caráter hólistico dos comportamentos religiosos e a importância que eles revestem para o crente, faz uma alusão a uma religião interior, pessoal e subjetiva. Considera como religioso tudo o que sentimos como solene e comovente frente a uma realidade divina. Acentua a importância que a religião tem na vida das pessoas.

b) Para Freud, a religião nada mais é do que a projeção infantil da imagem paterna. Esta é uma ilusão, não porque seja má em si, mas porque tende a levar o homem a fugir da sua realidade e contingência humanas.

c) Para Jung, a experiência religiosa resulta do inconsciente coletivo, que por sua vez, é composto de energias dinâmicas e de símbolos de significação universal. A experiência religiosa é fundamental ao funcionamento harmonioso do psiquismo e ajuda o homem a compreender realidades do universo que não podem ser conhecidas de outras maneiras.

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d) Allport considera a religião como um fenómeno normal, recusando o preconceito de que a conduta religiosa é típica de personaliudades patológicas imaturas. A experiência religiosa é algo essencialmente pessoal, sujeito às leis de evolução psicológica, e seu aspecto intelectual é mais importante do que emocional. A religião é um fator importantíssimo na integração da personalidade. Diz que religião é o esforço do homem para unir-se à criação e ao Criador com o fim de ampliar e completar sua própria personalidade.

e) Para Anton Boisen, a experiência religiosa tem basicamente a mesma dinâmica da esquizofrenia. Diz ele que tanto a esquizofrenia como. a experiência religiosa profunda são tentativas à integração do "eu". Quando a personalidade se vê ameaçada ao ponto de sua desintegração, recorre ao método mais eficaz para evitar a catástrofe.

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A evolução da experiência religiosa está sujeita aos mesmos princípios gerais da evolução psicológica do homem, visto que religião não é mero apêndice à vida, porém parte integrante e vital da personalidade;

Em cada fase da vida do homem, a religião tem características típicas e cumpre determinadas finalidades ou propósitos.

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O psicólogo, enquanto psicólogo, não discute a lógica da fé, a sua ou a sua veracidade. Cabe- lhe apenas a tarefa de estudar como se forma, como se desenvolve e que funções desempenha na vida do indivíduo.

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O estudo psicológico da fé religiosa é, entretanto, extremamente complexo, porque é muito difícil verificar se determinado indivíduo tem ou não fé religiosa. A maneira mais óbvia de saber se um indivíduo tem fé religiosa, apesar de todos os seus defeitos como método de pesquisa, é perguntar ao próprio indivíduo.

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Intimamente ligado ao problema da fé está o problema da dúvida religiosa. A dúvida é parte integral do desenvolvimento religioso do homem, bem como de todo o processo evolutivo de sua personalidade. A dúvida, como atitude resistente, pode levar o homem à indiferença e ao desespero, que constituem obstáculos a qualquer ação construtiva e tornam impossível os empreendimentos criadores.

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• A palavra Conversão deriva da palavra grega bíblica metanoia que significa mudança de mente ou ultrapassagem da própria maneira de pensar para pensar em termos evangélicos.

• Em psicologia poderá definir-se como uma mudança radical da pessoa- do seu modo de pensar, sentir e agir – ou como uma nova atitude frente à vida.

• Trata-se de um dos fenómenos religiosos mais profundos e significativos.

• Quer a conversão quer a resistência à conversão processam-se normalmente na adolescência-juventude, numa altura em que o individuo se interroga e procura um sentido para a sua vida.

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Estudo psicológico da conversão religiosa é, de fato, o marco inicial dos estudos de psicologia da religião em sua versão moderna e contemporânea. Há pelo menos duas razões para que assim acontecesse. Em primeiro lugar, o início dos estudos dos fenómenos religiosos, em bases mais empíricas, coincide historicamente com os grandes movimentos de avivamento religioso e a grande ênfase na mudança de vida causada pelo poder do evangelho.

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O processo da conversão religiosa parece ter certas características comuns. Não importa qual seja a religião do homem, sua conversão é, ordinariamente, marcada por certos estágios bem definidos. Quase todos os autores que estudam o fenómeno da conversão religiosa reconhecem pelo menos três estágios fundamentais: o período de inquietação, a crise propriamente dita e o período de paz que segue a "solução" do problema espiritual. Drakeford acrescenta a esse um quarto estágio isto é, a expressão concreta dessa experiência através da vida e do comportamento do indivíduo.

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Nesse período o indivíduo reconhece que algo lhe está a faltar e o próprio toma a iniciativa em procurar a solução para o seu problema.

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Nesta fase, Clark diz que, sem a interferência de um estímulo exterior, de repente, algo extraordinário acontece – uma grande iluminação, um sentimento de que os problemas da vida foram todos resolvidos. Por exemplo, S. Agostinho lê um texto bíblico e, de repente, sente-se uma nova criatura. Tagore, ao ouvir a interpretação de um antigo Upanisbad, sente o bálsamo divino cair sobre si.

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Clark diz que, na proporção em que a emoção do momento climático se vai desvanecendo, o indivíduo começa a experimentar uma sensação de alívio, paz e harmonia interiores. As dúvidas cessam momentaneamente. O homem nota que tem fé; sente que está unido a Deus, que os seus pecados foram perdoados, os seus problemas foram resolvidos e que está salvo.

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Maturidade religiosa implica na convicção da existência de um Ser Supremo e de ideias básicas sobre a vida e o universo. Essa convicção dá suficiente sentido à vida do homem e leva-o a um comportamento moral consistente com sua filosofia de vida e crenças religiosas.

Finalmente, a maturidade religiosa caracteriza-se pela capacidade de amar o próximo, de ser humilde, de ser criativo, de ajustar-se socialmente e de ser consagrado aos objetivos supremos da vida como concebidos pelo indivíduo.

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A oração é uma das experiências religiosas mais comuns entre os homens. Heiler afirma que a oração é o fenômeno central da religião e a perda fundamental de toda piedade. Ele cita Lutero, quando diz que a fé nada mis é do que oração. A oração é, de fato, o elemento central do comportamento religioso. A prática da oração é, talvez, o índice mais seguro da religiosidade de uma pessoa.

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Sobre o conteúdo da oração primitiva, Heiler apresenta os seus elementos constitutivos:- A invocação A invocação do nome do ser divino e os seus atributos pessoais - é o primeiro elemento de toda oração. A pessoa que ora ordinariamente invoca a presença do seu Deus com frases exclamativas, como "Ouve-me!", "Ouve-nos!", "Ouve a nossa voz!", Ouve a nossa súplica!" ou outras frases semelhantes.- Queixa ou Pergunta- Queixa ou Pergunta- muitas vezes a oração primitiva é uma espécie de protesto ou uma pergunta que revela a insatisfação do homem com a divindade a quem ora.- PetiçãoPetição é o elemento central da oração. O homem primitivo ora quase exclusivamente por coisas úteis ou que contribuam para a sua felicidade pessoal.

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- IntercessãoIntercessão- A preocupação com o bem-estar dos demais membros da tribo leva o homem primitivo a interceder por eles. Este estágio da oração é realmente elevado e não muito frequente entre o chamado homem primitivo.

- Meio de persuasão- Meio de persuasão- O homem primitivo tenta, por meio da oração, convencer a divindade de que deve favorecê-lo. Uma das maneiras por que tenta persuadir a divindade é alegando a sua própria perfeição moral. "Tem misericórdia de mim!" é uma forma comum de persuasão na prece.

-Ação de Graças - Ação de Graças - É o conhecimento não apenas verbal, mas também expresso de vários modos, de que tudo provém das mãos de Deus.

-Motivo da oração Motivo da oração Seja qual for o motivo pelo qual a pessoa ora e sejam quais forem as reais possibilidades de uma relação com o transcendente através da oração, o fato é que ela produz grandes efeitos psicológicos sobre a pessoa que ora.

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Adoração é a expressão, quer espontânea, quer formal, daquilo que o homem sente e faz quando na presença do Sagrado. No dizer de Stolz, a essência da adoração consiste em criar ou intensificar uma atitude de reverência.

A procissão tem por objetivo a aproximação de Deus. A invocação tem por objetivo o reconhecimento e estabelecimento de uma relação pessoal mais íntima. Não pode haver adoração sem que o homem reconheça que o objeto a ser adorado está ao alcance de sua voz e que com ele deseja dialogar.

A Música religiosa é outra maneira interpessoal no ato da adoração. Através do hino e da poesia, a alma eleva-se a Deus. A música e a poesia prestam-se admiravelmente bem à expressão de ação de graças e de louvor.

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Cada ato de adoração tem um significado especial para a pessoa que adora. Este significado, muitas vezes, não é percebido pelo indivíduo "de fora". Se alguém quiser compreender um ato de adoração, terá que tomar-se participante, pois de outra maneira jamais poderá compreendê-lo.

Através da confissão, como parte do ato de adoração, o homem consegue a purificação do seu espírito e a renovação da sua vida. O rito de purificação é muito usado pelos japoneses, egípcios, gregos, hindus e outros. Entre os celtas, romanos e persas, o fogo era uma energia purificadora. O rito batismal entre os cristãos é uma forma de purificação.

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A experiência mística é um dos elementos centrais da vida religiosa. Podemos dizer que em toda experiência religiosa profunda há um elemento de misticismo. Segundo Pratt a definição de misticismo é "a senso-percepção de um ser ou de uma realidade através de meios que são os processos cognitivos ordinários ou o uso da razão.

Há dois tipos básicos de misticismo: o ativo e o responsivo. No primeiro, o homem procura, através de danças, músicas, jejuns, drogas, etc., atingir o Infinito; no segundo tipo, o homem simplesmente se dispõe a receber a visitação divina. Normalmente o místico é uma mistura dos dois tipos, havendo apenas a predominância de um dos elementos.

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A vocação religiosa é um dos aspectos mais pessoais da experiência espiritual do homem. Geralmente a maneira como o indivíduo se dedica à sua vocação religiosa reflete a intensidade da sua experiência com Deus. Num sentido muito geral, podemos dizer que todo indivíduo que professa uma fé pessoal tem uma vocação religiosa, pois a fé é o modo pelo qual o homem responde ao estímulo do transcendente.

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A relação cada vez mais estreita entre o psiquiatra e o ministro religioso é um atestado do reconhecimento de que a religião desempenha importante papel no desenvolvimento da personalidade e pode constituir-se fator primordial no equilíbrio de suas funções psíquicas. O ministro de religião é hoje parte integrante da equipa de saúde, nos grandes hospitais e clínicas, especialmente nos Estados Unidos onde o movimento foi iniciado, graças ao extraordinário trabalho de Anton Boisen.

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• Se no âmbito do desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral os grandes autores deparam-se com grandes dificuldades em estabelecer estádios ou fases de desenvolvimento, mais difícil se torna marcar e delimitar etapas quanto ao desenvolvimento religioso.

• Seguidamente apresentarei os quadros desenvolvidos por Harms e Gruehn

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HarmsHarms irá a partir da representação de Deus estabelecer três estádios na evolução religiosa:

1º Estádio Fabulador entre os 3 e 6 anos onde a criança exprime a sua experiência religiosa através da fabulação, onde a fantasia e a emotividade prevalecem sobre a conceptualização

2º Estádio realístico mais ou menos a partir dos 7 até à adolescência. A criança adapta-se à religião institucionalizada e aos ensinamentos que recebe. Representa Deus através de símbolos inspirados na religião e no culto a que pertence

3º Estádio da religião individualizada na adolescência. A expressão religiosa é pessoal e personalizada. O adolescente vive a sua espiritualidade de acordo com o seu ritmo procurando um encontro com Deus, de forma a dar resposta às suas dúvidas e anseios.

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GruehnGruehn irá estabelecer outra classificação mais exata e completa, dividindo em seis os estádios de desenvolvimento religioso1.Até ao ano e meio – nesta fase não se fala propriamente em religião mas estabelecem-se alicerces por intermédio dos pais2.Até aos 3 anos a criança por influência materna irá começar a despertar para um interesse religioso, embora ainda de uma forma iniciante.3.Entre os 3 e 4 anos, nesta fase a criança desenvolve uma piedade “pré-mágica” acompanhada duma oração imitativa e até lúdica, como se trata-se de um amigo imaginário.4.Dos 4 aos 7 anos aparece uma piedade mágica e animista semelhante à dos povos “primitivos”.5.Segue-se uma outra fase até aos 13/14 anos na qual a atitude religiosa é imposta, uma religiosidade autoritária e moralizante6.Por fim na adolescência o sentimento religioso personaliza-se e individualiza-se indo ao encontro de uma necessidade de autonomia

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A Psicologia irá dividir em seis fases de crescimento a religiosidade, sendo que na Infância poder-se-á incluir três destas mesmas.

A Infância é marcada pelo processo de captação, a criança capta tudo à sua volta, recebe e coloca tudo ao seu serviço. Esta captação é realizada acima de tudo no seu contexto familiar, mas também nos contatos que estabelece com o ambiente extrafamiliar

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Numa primeira fase do processo evolutivo a religiosidade nas crianças com idades compreendidas entre os 0 e 5 anos, este ainda é muito incipiente na medida em que a criança ainda se encontra a desenvolver as suas capacidades primárias. O sistema comunicativo, intelectivo e reflexivo ainda se encontra numa fase primária de construção.

O Estádio da fabulação, como o próprio nome indica prende-se muito pela fantasia e a construção de esquemas mentais baseados num mundo imaginário criado pela criança. A idade da criança até aos 7 anos é uma etapa em que os interesses lúdicos, concretos e subjetivos são predominantes.

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É nesta fase que a criança começa a despertar interesse pelo mundo circundante questionando a razão das coisas à sua volta, e qualquer explicação é válida pois constitui uma resposta às suas questões, não importa qual, pois o pensamento da criança ainda não é lógico.Por volta dos 3-4 anos desenvolve-se na criança uma “piedade” pragmática acompanhada com uma oração identificada com uma atividade que faz parte do seu mundo dos jogos e brincadeiras, faz por imitação. Aos 4 anos aparece o sentimento religioso. A criança experimenta Deus na sua vida, este ser ao qual chama o “Pai do Céu”, trata carinhosamente com um sentido muito prático e diretivo.

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Dos 6 aos 7 anos a criança entra na fase crítica. Começa a distinguir Deus dos pais. Estabelece a imagem de Deus como o criador, um ser poderoso que no seu esquema mental irá para além do Homem, mas que não o deixa de o identificar como um ser antropomórfico mas com poderes sobrenaturais, pois este é aquele que tudo pode e realiza. A religiosidade é aceite por autoridade dos pais, mas no entanto é aliciante pela dimensão animística e mágica. A criança na sua relação com Deus, irá usá-lo para dar vida às coisas inanimadas usando-as para seu próprio proveito.A religiosidade infantil é egocêntrica, concebe um Deus ao seu dispor, para atender às suas necessidades, como um ser seu protetor.Nesta fase a criança entusiasmada pela força divina, aprende as formulas que lhe permitem um acesso e comunicação com o misterioso ser divino.

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Esta etapa é muito importante pois é quando a criança inicia a sua relação com Deus, muito embora à sua maneira, mas não deixa de ser um despertar religioso. A criança estabelece uma relação filial a Deus. Os pais são a primeira imagem de Deus. Esta é construída em referência aos atributos parentais e a sua relação com Deus segue o modelo da relação parental.A apresentação de Deus e os seus ensinamentos deverá ser feita com afetividade e confiança.A educação religiosa nesta etapa da vida deve ter como primeiro objetivo a criação de atitudes básicas, humanas e religiosas partindo da experiência dos valores humanos. Um segundo objetivo será iniciar ao conhecimento do Evangelho por intermédio da figura de Jesus, que chama a Deus Pai.

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Nesta etapa a religiosidade assume um sentido mais prático e realista- Estádio RealistaA criança , na sua evolução psicológica começa a ter um pensamento mais lógico-concreto e adquire consciência de si como interveniente direto na ação.Deus faz-se mais intimo, a criança é naturalmente piedosa, e o seu pensamento evolui numa perspetiva mais transcendental, isto é o conceito antropomórfico de Deus lentamente vai desaparecendo e a noção de Deus torna-se menos infantil.A criança liga-se a Deus como o Pai e o Criador, aquele que protege e acarinha mas que dita as normas, leva à obrigação e exige responsabilidades.

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É a idade do primeiro sim e do primeira não a Deus.A presença de Deus passa a ter uma maior constância na sua vida quer através de meios internos quer externos, como na escola, catequese. A criança começa a compreender que Deus a todos acolhe e começa a pedir na sua oração também pelos outros.A religiosidade assume dimensões diferentes entre os rapazes e as raparigas. Nas raparigas o sentido religioso é mais fervoroso quer na relação individual quer através dos objetos simbólicos e rituais. Para os rapazes Deus é transcendente pela sua força, seu poder e perfeição, no entanto a maturidade religiosa é menor.A família assume um papel importante e fundamental na consolidação da relação entre a criança e Deus.

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Pode falar-se duma certa confusão: infância adulta ou pré-adolescência. Existe na Criança um grande desejo de conhecer e aprender. Tem grande facilidade de aprendizagem de memória até porque acredita saber quanto sabe de memória.Nesta fase chamada de atributiva a noção de Deus é menos infantil e aumenta o sentido da responsabilidade diante de Deus. A Criança supera o animismo (identificação de Deus com a natureza) e o antropomorfismo (atribuir a Deus qualidades humanas). A maior clarificação da ideia de Deus é influenciada pelo ensino na escola e na catequese. Quando pensa em Deus aplica-lhe atributos:Objetivos (Grandeza, Omnipotência, Omnipresença)Atributos subjetivos (bondade, justiça...).Atributos afetivos (força, beleza...).

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No entanto alguns aspetos mágicos podem ainda verificar-se nesta fase: Intencionalismo protetor; Carácter mágico dos sacramentos. Muitas crianças acreditam que os sacramentos são automaticamente eficazes. Deus deixa de ser uma noção difusa e abstrata, mas tem um peso existencial. Deixa todo o maravilhoso da sua infância e ao mesmo tempo recusa todo o maravilhoso da religião. Diminui o carácter afetivo da sua relação com Deus. Prefere obras de caridade a orações.Aos oito anos fala de Jesus; entre os 8-10 anos prefere falar de Jesus Cristo e dos 11-12 anos prefere falar de Cristo ou Senhor. O gosto estético fá-lo apreciar a liturgia.

Existem ainda diferenças entre os sexos: O Deus dos rapazes está marcado pela lei. Para as raparigas, ao contrário, é um Deus de amor, um encontro afetuoso.

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Nos sacramentos, os rapazes são mais ritualistas têm um carácter particular de obrigação. A rapariga manifesta uma preferência pelo sentido simbólico do que pela prática material dos ritos.Ter em atenção as indicações pedagógicas: (apareceram num exame)Deve-se fomentar um clima de confiança. O amor, a admiração e a eficácia do grupo são importantes para criar bons hábitos e promover virtudes sociais. Os interesses objetivos e concretos da criança são o fundamento para propor princípios concretos que iluminam o seu comportamento. Apresentar tarefas que a criança possa realizar ou alcançar. Ajudar a compreender a criança que a sua participação é importante para o bem-estar da família e dar a nossa aprovação e elogiar pelas tarefas bem realizadas. Apresentar as normas no seu aspeto positivo. E ainda que a criança entenda mais facilmente pelo negativo, isto não ajuda a construir uma autêntica valorização das normas.

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A análise transaccional é definida pela Internacional Transactional Analysis Association como uma “teoria da personalidade e uma psicoterapia sistemática para o crescimento e mudança pessoal.”A Análise Transaccional é um método psicológico criado por Eric Berne, em 1958. Eric Berne considerou o Ego como um sistema formado por instâncias psíquicas: exteropsique, (Pai), neopsique (Adulto) e arquipsique (Criança), cada qual com seu conjunto de pensamentos, sentimentos e comportamentos com os quais nos relacionamos com as outras pessoas. Os estados de ego Pai, Adulto e Criança, e a interação entre eles, formam a base da teoria da Análise Transacional. Estes conceitos são utilizados em muitas áreas da psicoterapia, educação, consultoria, e quaisquer profissões que lidem com pessoas e grupos.

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• ESTADO DO EGO PAIO estado de ego pai é o reservatório de normas e valores, de

conceitos e modelos de conduta, surge no indivíduo por volta dos 3 anos de idade e suas principais fontes são os pais, (ou substitutos) e outros familiares e pessoas que convivam com a criança e tenham uma figura de autoridade e importância na vida dela. Está sujeito a influências culturais e impões à pessoa acções, regras e programas de conduta.

• ESTADO DO EGO ADULTOO estado de ego adulto é a parte da personalidade do

indivíduo que recebe informações de fora para dentro, analisa, compara e toma decisões baseado no seu banco de dados. É a parte racional do ser humano, que adquire conceitos pensados da vida desprovidos de influências sentimentais. Seria segundo Kertész, o hemisfério esquerdo do cérebro, nos destros. Sua função básica é trabalhar, estudar e fazer operações.

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• ESTADO DO EGO CRIANÇAO estado de ego criança surge logo que se nasce. É

o primeiro estado de ego a emergir no ser humano e representa as emoções básicas como alegria, amor, prazer, tristeza, raiva e medo. Esta é a parte mais autêntica do ser humano e também a mais reprimida pela educação. Segundo Kertész representada pelo hemisfério direito do cérebro dos destros, hemisfério esse que processa os sonhos, as imagens, estimulado quando se usa a criatividade e a arte.

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Freud nasceu a 6 de Maio de 1856 em Freiberg (República Checa). Estudou em Viena, licenciou-se em medicina (1881) e foi aluno do grande filósofo Bruck. De 1885 a 1886 foi aluno de Charcot, em Paris. Charcot ficou conhecido por adotar a hipnose como técnica terapêutica. Em 1887 estuda as doenças nervosas e introduz a hipnose na sua atividade clínica. De 1893 a 1896 trabalha com Josef Breuer em alguns casos clínicos, entre eles o famoso “Anna O”.

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Destes trabalhos surge a obra “Estudos sobre a histeria”, em parceria com o seu colega. Já em 1876, Freud emprega pela primeira vez o termo “psicanálise”. Vinte anos mais tarde, 1897, Freud começa a sua auto análise, o que veio a ter muito peso no desenvolvimento das suas teorias psicanalistas. Mais tarde rompe com a Teoria Traumática da Neurose, de Breuer. Na mesma altura dá-se o reconhecimento da sexualidade e do complexo de Édipo. Já em 1990 escreve uma obra, a mais conhecida, “A interpretação dos sonhos”. Esta obra era muito importante para Freud. Em 1923 é-lhe diagnosticado cancro. Apesar da sua precária saúde, continua os seus trabalhos acabando por morrer em Londres no ano de 1939, no dia 23 de Setembro.

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A psicanálise caracteriza-se por ser uma corrente da Psicologia que busca as causas não visíveis, que dão origem aos comportamentos e processos mentais, com o objectivo de descobrir e resolver os conflitos intra-psíquicos.Esta corrente tem duas vertentes: a de diagnóstico e terapêutica. Diagnostico porque busca o problema oculto e terapêutica porque procura encontrar a solução para esse problema. Tudo isto assenta numa profunda relação entre o paciente e o psicanalista. Apesar de muitos desvios cometidos por Freud em relação às posições que defendia, fez descobertas importantes para ajudar a perceber o ser humano, exemplo disso é a sexualidade infantil.

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Para Freud o psiquismo da pessoa era resultado dos conflitos que a pessoa enfrentava a partir do seu nascimento. Isto quer dizer, em termos psicanalíticos, somos resultado dos acontecimentos da nossa infância. Outra descoberta diz-nos que o nosso consciente não controla todos os nossos comportamentos. Mesmo os nossos atos voluntários resultantes de um raciocínio estão sob efeito do inconsciente. Esta descoberta do inconsciente foi muito importante para a psicologia. Segundo Freud, a nossa vida é acompanhada pelo desejo e insatisfação. O nosso psicológico traduz-se em duas forças antagónicas: o Eros e o Thanatos. O Eros é o desejo sexual e o Thanatos o “impulso de morte” ligado á agressividade. Ao longo do nosso crescimento atravessamos crises, ruturas e reconfigurações. Estas vivências podem originar traumas e conflitos intra-psiquicos. O nosso inconsciente retém todas estas mudanças com a sua vivacidade.

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Para apresentar a mente humana é usada a imagem de um Ice Berg, onde a grande massa que se encontra mergulhada representa o inconsciente, o nível da água o pré-consciente e a parte superior o consciente. Existe um estrutura que impede a entrada no inconsciente, á qual chamamos “barreira de censura”.A descoberta destas três divisões da mente humana levou á definição de mais três instâncias: o ego, super ego e o id. De acordo com a teoria estrutural da mente, o id, o ego e o superego funcionam em diferentes níveis de consciência. Há um constante movimento de lembranças e impulsos de um nível para o outro. O id é o reservatório inconsciente das pulsões, as quais estão sempre ativas. Regido pelo princípio do prazer, o id exige satisfação imediata desses impulsos, sem levar em conta a possibilidade de consequências indesejáveis. O ego funciona principalmente a nível consciente e pré-consciente, embora também contenha elementos inconscientes, pois evoluiu do id.

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Regido pelo princípio da realidade, o ego cuida dos impulsos do id, logo encontre a circunstância adequada. Desejos inadequados não são satisfeitos, mas reprimidos. Apenas parcialmente consciente, o superego serve como um censor das funções do ego (contendo os ideais do indivíduo derivados dos valores familiares e sociais), sendo a fonte dos sentimentos de culpa e medo de punição.