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PSICOTERAPIA COGNITIVA Psicoterapia Cognitiva / PGE VII - EMENTA A disciplina apresenta os pressupostos fundamentais que historicamente direcionaram o desenvolvimento e aplicação das terapias cognitivas, partindo de sua concepção primeira, cunhada por Aaron T. Beck, chegando aos seus desdobramentos atuais em que a reconstrução de significado é tomada como o objeto principal de estudo e via preferencial para a promoção de mudança dentro do processo terapêutico. II- OBJETIVOS GERAIS Promover a reflexão sobre as propostas cognitivas em psicoterapia, e desenvolver a habilidade de avaliação, compreensão e intervenção terapêutica referenciada nessa perspectiva.

PSICOTERAPIA COGNITIVA

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PSICOTERAPIA COGNITIVA

Psicoterapia Cognitiva / PGE VII

- EMENTA

A disciplina apresenta os pressupostos fundamentais que historicamente direcionaram o desenvolvimento e aplicação das terapias cognitivas, partindo de sua concepção primeira, cunhada por Aaron T. Beck, chegando aos seus desdobramentos atuais em que a reconstrução de significado é tomada como o objeto principal de estudo e via preferencial para a promoção de mudança dentro do processo terapêutico.

II- OBJETIVOS GERAIS

Promover a reflexão sobre as propostas cognitivas em psicoterapia, e desenvolver a habilidade de avaliação, compreensão e intervenção terapêutica referenciada nessa perspectiva.

III – OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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A disciplina busca promover a competência do aluno em utilizar o referencial cognitivista na compreensão dos processos de constituição e transformação do Homem.

Para tal, a disciplina visa desenvolver a habilidade de identificação dos elementos cognitivos sobre os quais o homem se constitui, de análise desses elementos, e das possibilidades de intervenção para a facilitação de processos de transformação em psicoterapia.

IV - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Conceituação Cognitiva

Pensamentos Automáticos e Crenças

Epistemologia Construtivista

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Terapia Cognitiva Narrativa

Teoria e Metateoria da Terapia Cognitiva

VII – BIBLIOGRAFIA BÁSICA

BECK, A. T; ALFORD, B.A.. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2000.

BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997.<

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.[cap 5]

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GONÇALVES, O. F. Psicoterapia Cognitiva Narrativa: Manual de Terapia Breve. Campinas: Editorial Psy, 1998.

Pensamentos Automáticos e Crenças

OBJETIVOS:

O aluno deve demonstrar conhecimento acerca da utilização destas categorias (P.A. e Crenças) na prática da Terapia Cognitiva que envolve: identificação, avaliação e modificação das cognição.

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA:

BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997. (cap 2, 6, 8 e 9)

Epistemologia Construtivista

OBJETIVOS:

O aluno deve apresentar o conhecimento das idéias que fundamentam os dois momentos da Terpia Cognitiva estudados no curso, Modernidade e Pós-modernidade (Racionalismo e Construtivismo/Construcionismo-Social respectivamente), demonstrando a capacidade e articular os pressupostos epistemológicos com as distintas visões de Homem e de mundo presentes nestes dois paradigmas e as consequências da adoção destes paradigmas para a prática clínica

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA:

FERREIRA, R. F; ABREU, C. N. (org.) Psicoterapia e Construtivismo: considerações teóricas e práticas. Porto Alegre: ARTMED, 1998. (cap 4)

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GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. [cap.V, itens 4.1; 4.2; 4.3 (pg. 244 – 262)]

Epistemologia Construtivista

OBJETIVOS:

O aluno deve apresentar o conhecimento das idéias que fundamentam os dois momentos da Terpia Cognitiva estudados no curso, Modernidade e Pós-modernidade (Racionalismo e Construtivismo/Construcionismo-Social respectivamente), demonstrando a capacidade e articular os pressupostos epistemológicos com as distintas visões de Homem e de mundo presentes nestes dois paradigmas e as consequências da adoção destes paradigmas para a prática clínica

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA:

FERREIRA, R. F; ABREU, C. N. (org.) Psicoterapia e Construtivismo: considerações teóricas e práticas. Porto Alegre: ARTMED, 1998. (cap 4)

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. [cap.V, itens 4.1; 4.2; 4.3 (pg. 244 – 262)]

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Teoria e Metateoria da Terapia Cognitiva

OBJETIVOS:

O aluno deve apresentar conhecimeto sobre os fundamentos teóricos que dão sustentação ao modelo de Terapia proposto por Aaron T. Beck articulando sua concepção de Homem e de mundo, os axiomas propostos e a prática da Terapia Cognitiva

BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA

BECK, A. T; ALFORD, B.A.. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2000. (cap 1 e 2)

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA (MÓDULO 0)

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Esta disciplina propiciará o estudo do surgimento e do desenvolvimento das Psicoterapias Cognitivas no decorrer dos últimos cinqüenta anos. A partir das proposições originais de Aaron T. Beck às atuais vertentes construtivistas, você terá um panorama histórico, epistemológico, teórico e técnico da evolução do modelo cognitivista na prática clínica.

O material poderá ser utilizado como orientação para seu estudo e como complemento das atividades realizadas nas aulas presenciais.

O programa da disciplina está distribuído em 8 módulos, que devem ser estudados ao longo do semestre letivo. Alguns tópicos serão objeto de avaliação na NP1 (Módulos 1 a 4) e outros serão avaliados na NP2 (Módulos 5 a 8).

Sugerimos que você siga a ordem abaixo apresentada, ao planejar seu estudo, uma vez que os temas mantém entre si uma relação lógica.

Módulo 1:

A concepção de Homem do modelo cognitiva de Aaron T. Beck.

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O modelo de determinação do comportamento de Aaron T. Beck.

Os dez axiomas basilares do modelo cognitivo de Aaron T. Beck.

Módulo 2:

A aplicabilidade do modelo Beckiano.

Os princípios norteadores da aplicação do modelo Beckiano.

A conceituação cognitiva

Módulo 3:

A relevância dos pensamentos automáticos para o processo terapêutico

A identificação dos pensamentos automáticos

A configuração dos pensamentos automáticos.

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O processo de avaliação dos pensamentos automáticos

Modulo 4:

Como responder aos pensamentos automáticos

A quais pensamentos automáticos deve o terapeuta se deter.

Elaboração das respostas adaptativas.

As características cognitivas da depressão.

Módulo 5:

O paradigma construtivista em psicoterapia

A nova referência epistemológica dentro das Psicoterapias Cognitivas

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O rompimento com o modelo Moderno de conhecimento

O que é o conhecimento

Módulo 6:

O modelo cognitivo narrativo

Os pressupostos basilares do modelo Cognitivo Narrativo

A concepção de Homem dentro do modelo Cognitivo Narrativo

A natureza do conhecimento

Modulo 7:

Da estrutura narrativa

Do processo narrativo

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Do conteúdo narrativo

Módulo 8:

A psicopatologia e o diagnóstico no olhar construtivista

A relação terapêutica no olhar construtivista

Uma leitura construtivista do quadro depressivo.

Em cada um dos módulos, haverá uma breve apresentação do assunto, indicação de material para leitura, atividades de estudo e exercícios de verificação da aprendizagem. Lembre-se que a mera realização dos exercícios não permitirá a aprendizagem dos temas. É imprescindível que você realize todas as atividades descritas em cada módulo.

O presente conteúdo, por se tratar da apresentação do curso, não inclui exercícios.

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Bibliografia básica:

BECK, A. T; ALFORD, B.A.. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2000.

BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997.

GONÇALVES, O. Psicoterapia Cognitiva Narrativa: manual de terapia breve. Campinas: Editorial Psy.1998.

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Bibliografia complementar:

ABREU, C. N; ROSO, M. Psicoterapias Cognitiva e Construtivista: novas fronteiras da prática clínica. Porto Alegre: 2003.

DURAN, A. P. Construtivismo e Psicoterapia. Interações, Janeiro-Junho vol. VI, número 11. PP. 91-106. UNIMARCO, São Paulo: 2001. http://redalyc.uaemex.mx/pdf/354/35401107.pdf

FERREIRA, R. F. Construtivismo: um momento de síntese ou uma nova tese?. Cadernos de Psicologia, Ribeirão Preto, v. 4, n. 1, p. 27-39, 2001.

GONÇALVES, M. M; GONÇALVES. O. F. Psicoterapia, Discurso e Narrativa: A construção conversacional da mudança. Coimbra / Portugal: Quarteto 2007.

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GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.

WHITE, J, R; FREEMAN, A. Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupo: para populações e problemas específicos. São Paulo: Editora Roca, 2003.

Além destas referências, é desejável que você recorra a outras fontes, caso queira se aprofundar em algum tópico específico do programa. É importante que, em sua pesquisa, você recorra a fontes confiáveis. Indicamos a seguir alguns endereços eletrônicos cuja consulta é recomendada:

http://www.fbtc.org.br/fbtc/?area=rbtc

http://www.rbtcc.org/

http://www.scielo.br/

http://bvsms.saude.gov.br

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http://www.teses.usp.br/

http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php

www.bvs-psi.org.br

www.periodicos.capes.gov.br

MÓDULO 1.

A teoria da terapia cognitiva.

Bibliografia:

ALFORD, B.A; BECK, A. T. O poder integrador da terapia cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2000. [cap. 1]

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Leitura de aprofundamento:

BECK, A.T; FREEMAN, A; DAVIS, D, D. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto Alegre: ARTMED, 2005

LEAHY, R. L. Terapia cognitiva contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre; ARTMED, 2010.

A Terapia Cognitiva emerge da busca de Aaron T. Beck por evidências empíricas de proposições psicodinâmicas relativas aos quadros depressivos. A não validação empírica dessas proposições e o surgimento de evidências que contrariavam as proposições em questão, serviram como pontos de partida para a edificação do modelo denominado Terapia Cognitiva. Este modelo propõe a cognição como o elemento central na determinação do comportamento e da vivência emocional do indivíduo, submetendo assim todos os sistemas psicológicos – atenção, memória, percepção, comportamento, emoção - prioritariamente à sua influência. Nas palavras de Beck (2000,pg.23),

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cognição é definida como aquela função que envolve deduções sobre nossas experiências e sobre a ocorrência e o controle de eventos futuros... a cognição inclui o processo de identificar e prever relações complexas entre eventos, de modo a facilitar a adaptação a ambientes passíveis de mudanças.

Desta forma a teoria da Terapia Cognitiva apresenta-se como uma teoria formal acerca da influência que teorias pessoais – as cognições automáticas do indivíduo – exercem sobre seus sistemas psicológicos. Podendo assim ser entendida como uma teoria de teorias.

Ao subordinar os diversos sistemas psicológicos à influência das cognições, a terapia cognitiva eleva a cognição ao estatus de lócus determinante da adaptação psicológica e consequentemente atribui àquelas cognições distorcidas o papel de causador e mantenedor dos diversos distúrbios psicológicos.

Ao termos as cognições distorcidas como o elemento comum a todos os quadros de distúrbios psicológicos, a correção destas passa a ser entendida como o caminho para promoção da remissão dos sintomas psicopatológicos.

Atividade recomendada:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses.

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2) a partir do modelo de determinação do comportamento apresentado pelos autores, faça uma reflexão quanto a sua característica dualista e mediacional deste processo de determinação, elencando seus componentes.

O modelo cognitivo proposto por Aaron T. Beck se caracteriza pelo seguinte paradigma:

A) Estímulo, Resposta, Emoção, Consequência

B) Estímulo, Resposta, Consequência

C) Estímulo, Pensamento, Consequência, Comportamento

D) Estímulo, Pensamento, Emoção, Comportamento

E) Estímulo, Emoção, Pensamento, Comportamento

Se você compreendeu corretamente a proposta do autor, você deve ter assinalado a alternativa D que atribui à variável Pensamento a posição de elemento determinante e regente dos sistemas psicológicos, como por exemplo, Emoções e Comportamento.

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Qualquer teoria, seja ela científica, filosófica, teológica ou de senso comum, deriva suas proposições de pressupostos tomados como válidos ‘a priori’. Ou seja, suas proposições se sustentam em postulados com os quais os adeptos daquele corpo teórico devem necessariamente concordar. Para que uma teoria científica tenha seu estatus de cientificidade validado dentro da comunidade acadêmico-científica faz-se necessário que todas as proposições que componham um dado corpo teórico apresentem-se como congruentes com seus pressupostos fundamentais. Para que tal congruência possa ser explicitada é necessário que estes pressupostos sejam apresentados. No primeiro capítulo de seu livro ‘O poder integrador da terapia cognitiva’ (2000) Aaron T. Beck apresenta o que entende serem os dez axiomas de seu modelo teórico.

Nestes pressupostos estão descritas as relações de influências entre variáveis cognitivas, emocionais, comportamentais, ambientais, de caráter interpessoal e de caráter sócio-culturais que balizam o modelo teórico proposto por Beck.

São contemplados nesses axiomas: a natureza das cognições, a relação entre cognições e os diversos sistemas psicológicos, o caráter maladaptativo de cognições disfuncionais, os diversos níveis de cognição e de significados, bem como o caráter contextualista da terapia cognitiva.

Atividade recomendada:

Leia cuidadosamente os axiomas apresentados pelo autor e responda a questão abaixo

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Mediante os axiomas propostos por A. T. Beck, podemos afirmar que é uma característica da terapia cognitiva:

A) tomar as variáveis ambientais como os elementos de maior relevância no processo de determinação do comportamento.

B) Que apesar de as cognições automáticas serem sempre inconscientes a análise cuidadosa da função dos comportamentos poderá permitir a descoberta desses conteúdos inconscientes

C) Tomar a estrutura cognitiva como algo determinado pelas experiências emocionais intensas vividas pelo indivíduo nos primeiros anos de vida.

D) que as experiências emocionais desagradáveis são necessariamente produtos de cognições disfuncionais e por isso devem ser alteradas sempre que surgirem.

E) A qualidade de funcional ou disfuncional apresentada pelas cognições automáticas deve-se não a sua estrutura interna, mas a sua relação com o ambiente.

Se você compreendeu corretamente o texto a alternativa D foi a sua escolha, pois enfatiza a qualidade contextualista da terapia cognitiva em que nenhuma conclusão acerca da funcionalidade ou não das crenças pode ser tirada se não em relação ao contexto ao qual ela se relaciona.

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Realize os exercícios deste módulo, anotando as dúvidas que surgirem durante a resolução. Estas dúvidas devem ser motivo de novas pesquisas bibliográficas, na tentativa de saná-las. Caso elas persistam, apresente-as ao professor, nas aulas presenciais.

MODULO 2

Bibliografia Básica:

BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997. [Introdução e capítulos, 1 e 2]

Bibliografia complementar:

BECK, A.T; FREEMAN, A; DAVIS, D, D. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto Alegre: ARTMED, 2005

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BECK, J. S. Terapia Cognitiva: para desafios clínicos. Porto Alegre: ARTMED, 2007

LEAHY, R. L. Terapia cognitiva contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre; ARTMED, 2010.

McMULLIN, R. E. Manual de Técnicas em Terapia Cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

De maneira resumida podemos dizer que a terapia cognitiva propõe que a modificação das cognições automáticas distorcidas promovem a melhora dos quadros de distúrbios psicológicos. Esta afirmação sustenta-se na idéia de que os cognições automáticas distorcidas são comuns a todos os quadros de distúrbios psicológicos, sendo portanto responsáveis por seu surgimento e manutenção. Após os trabalhos de Aaron T. Beck com os quadros depressivos, muito autores se dedicaram a demonstrar a eficácia do modelo cognitiva no tratamento de outros quadros psicopatológicos demonstrando assim a amplitude de patologias que se mostravam suscetíveis às intervenções cognitivistas. Dentre os quadros que apresentam uma importante melhora frente a terapia cognitiva encontram-se transtornos de ansiedade, transtornos de humor, transtornos alimentares, transtornos de personalidade, dentre outros. A terapia cognitiva também teve sua eficácia avaliada em relação a populações de diferentes faixas etárias, de diferentes gêneros, de diferentes classes sociais, com diferentes índices de inteligência e de níveis de educação. Desta forma o modelo cognitivista apresenta-se como uma forma de psicoterapia de grande amplitude de ação em uma ampla gama de populações.

A partir deste modelo psicoterapêutico o terapeuta buscara modificar as cognições automáticas distorcidas do paciente de modo que este possa desenvolver formas mais adaptativas de relação com si mesmo e o mundo.

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Atividade recomendada:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses.

2) Atente para a concepção de Homem e de patologia expressa pelos autores e reflita sobre suas implicações para a compreensão do processo terapêutico, seus meios e objetivos.

Tomando as concepções adotadas pela Terapia Cognitiva de Beck, seus postulados fundamentais, sua noção de psicopatologia e sua proposta de tratamento, assinale a alternativa correta abaixo

A) A terapia cognitiva reconhece a superficialidade das mudanças que proporciona mas, entende que seus resultados justificam sua aplicação.

B) A limitada gama de pessoas que apresentam uma boa resposta ao modelo cognitivo sinaliza uma restrição da aplicabilidade deste modelo a quadros mais severos.

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C) A mudança das cognições automáticas, quando resultam em correções destas em relação à realidade em que acontecem promovem a remissão dos sintomas patológicos como conseqüência de uma alteração do elemento determinante da experiência emocional do indivíduo.

D) Por se tratar de uma atividade cognitiva a terapia cognitiva não produz grandes efeitos sobre os estados emocionais dos pacientes, apesar de alterar significativamente seus comportamentos.

E) Por se propor mais superficial a Terapia Cognitiva consegue resultados em períodos mais breves do que outras terapias mais profundas.

Se você compreendeu corretamente as propostas dos autores você assinalou a alternativa C que explicita, a relação entre cognições, o processo de determinação de comportamento, a sujeição das respostas emocionais ao processamento cognitivo, a relação deste processamento com a realidade a que se refere, e a idéia de estrutura cognitiva como instância basilar da experiência psicológica dos indivíduos.

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Como balizas para a aplicação da Terapia Cognitiva, são propostos dez princípios para a prática clínica. Tais princípios têm por meta orientar uma prática eficaz, congruente com as propostas teóricas da terapia cognitiva, rigorosa quanto a utilização de suas técnicas, eficiente quanto ao estabelecimento de uma relação terapêutica que efetivamente propicie um contexto

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favorecedor de transformação para o paciente, e que oriente o terapeuta na utilização do grande arsenal de técnicas com o qual o terapeuta cognitivo pode contar em sua ação clínica.

Cada um dos princípios apresentados por Judith S. Beck descreve condições e características próprias da prática clínica cognitivista. Sendo assim, atentar a estes princípios é reconhecer a complexidade do trabalho do terapeuta cognitivo e facilitar o atingimento dos objetivos o processo psicoterapêutico.

São exemplos de conseqüências a atentar para tais princípios:

Manter a conceituação cognitiva em constante aprimoramento

Não descartar o contexto em que determinados distúrbios psicológicos se desenvolveram

Priorizar a construção de uma aliança terapêutica

Promover o engajamento do paciente no processo terapêutico

Favorecer a apropriação do modelo cognitivo pelo paciente

Atividade proposta:

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1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses, e as categorias por eles apresentadas

2) Reflita sobre as implicações e dificuldades que emergem da tentativa de se orientar uma prática clínica a partir dos princípios propostos por Judith S. Beck, e responda qual das alternativas abaixo está correta.

A) O enquadramento tríplice prescinde de elementos ambientais para que seja elaborado de maneira satisfatória

B) A utilização de postura empática, postura cordial podem ser vistas como tentativas de sedução e neste sentido se mostrar contraproducente para o processo psicoterapêutico.

C) A presença do paciente no setting terapêutico por si só apresenta-se como um ocorrência terapêutica, prescindindo de mais do que isso para o atingimento do objetivo da terapia.

D) A terapia cognitiva é educativa, com isso tende a ampliar o nível educacional do paciente, o que se mostra como sendo algo de grande valia para a vida da pessoa.

E) A diversidade de técnicas que estão à disposição do terapeuta cognitivo é muito ampla. Inclui-se neste conjunto técnicas desenvolvidas por clínicos de outras orientações teóricas.

Se você compreendeu corretamente esses princípios você assinalou a alternativa E. As técnicas utilizadas pelos terapeutas cognitivos não necessitam ter tido origem dentro de seu universo teórico, apenas devem ser compreendidas a partir de seus referenciais teóricos da terapia cognitiva para que possam ser utilizadas.

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Toda prática psicoterapêutica necessita de um modelo de compreensão da experiência do ser humano. O modelo cognitivo utiliza-se da conceituação cognitiva para traçar um entendimento acerca da experiência vivida pelo indivíduo à luz da teoria cognitiva. O processo de elaboração da conceituação cognitiva consiste em reconhecer e identificar os componentes descritos no paradigma proposto por A. T. Beck. Ou seja, cabe ao terapeuta cognitivo identificar, juntamente com seu paciente, as situações problema, o pensamento atual do paciente e seus padrões duradouros de interpretação, as emoções presentes nessas situações problema e o comportamento apresentado pelo paciente. O aspecto centra da conceituação cognitiva refere-se a identificação dos Pensamentos Automáticos, das Crenças Intermediárias e das Crenças Centrais. Uma vez elaborada a conceituação o terapeuta deve seguir aprimorando-a uma vez que a “terapia cognitiva se baseia na formulação em contínuo desenvolvimento do paciente e de seus problemas em termos cognitivos” (BECK, 1997, p. 21)

Para uma conceituação cognitiva efetiva o terapeuta deve construir um entendimento coerente acerca das relações entre todas as instâncias que a integram. Tal coerência poderá ser atingida quando o terapeuta tiver uma rica descrição do contexto e da vivencia do paciente e uma significativa competência em articular tais dados empíricos com os pressupostos fundamentais (axiomas) da teoria da terapia cognitiva

Atividade proposta:

Tomando a descrição do processo de conceituação cognitiva apresentado por Judith S. Beck reflita sobre a relação destes procedimentos e os axiomas da terapia cognitiva e assinale a alternativa incorreta abaixo:

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A) A especificidade do conteúdo cognitivo pode ser um conceito facilitador para a identificação de cognições automáticas relevantes para o processo terapêutico.

B) A primazia da cognição é contemplada na conceituação cognitiva por tomarmos o pensamento como o lócus principal de atenção do terapeuta cognitivo

C) A inclusão de elementos ambientais na conceituação cognitiva evidencia a natureza contextualista da Terapia Cognitiva

D) A busca por cognições inconscientes refere-se a capacidade de identificação de cognições automáticas

E) A busca por entender o significado que o indivíduo atribui aos contextos nos quais está inserido refere-se a identificação de significado público veiculado por uma determinada crença.

Se você entendeu corretamente as propostas da autora você assinalou a alternativa E. O significado público de um evento é facilmente acessível, portanto a busca principal no processo de conceituação cognitiva é pelo nível de significado privado.

MODULO 3

Bibliografia Básica:

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BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997. [Introdução e capítulos, 6 e 8]

Bibliografia complementar:

BECK, A.T; FREEMAN, A; DAVIS, D, D. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto Alegre: ARTMED, 2005

BECK, J. S. Terapia Cognitiva: para desafios clínicos. Porto Alegre: ARTMED, 2007

LEAHY, R. L. Terapia cognitiva contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre; ARTMED, 2010.

McMULLIN, R. E. Manual de Técnicas em Terapia Cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

Page 30: PSICOTERAPIA COGNITIVA

Dentro do modelo de psicoterapia proposto por Aaron T. Beck, os pensamentos automáticos estão alocados no nível mais superficial da estrutura cognitiva. Este fato faz dessas cognições automáticas as de mais fácil identificação e modificação. Porém, esta superficialidade não pode ser entendida como algo que diminua sua importância dentro do processo terapêutico. O trabalho de identificação e avaliação dos pensamentos automáticos é fundamental para que a terapia cognitiva possa produzir os frutos a que se propões. Este processo de identificação e avaliação é bem descrito por Judith S. Beck (1997). Há varias possibilidades de interação com o paciente que favorecem a identificação dos pensamentos automáticos, a pergunta “o que está passando pela sua cabeça neste momento” amplamente utilizada na busca por essas cognições já é um clássico dentro os terapeutas cognitivistas, entretanto uma série de outras estratégias pode ajudar terapeuta e paciente na tarefa de identificação dessas cognições. A correta identificação dos pensamentos automáticos pode ser dificultada pela maneira que ele é expresso pelo paciente, que muitas vezes pode relatá-los, em forma de pergunta, como uma interpretação racional, envolto e outros pensamentos automáticos menos úteis,na forma de pensamentos telegráficos ou mesmo de modo implícito no discurso. Uma vez identificados, cabe ao terapeuta decidir por abordar, ou não tal pensamento automático. Há algumas dimensões que devem ser levadas em conta na decisão de abordar ou não um pensamento automático em uma sessão de terapia. A pertinência de tal abordagem se caracteriza pelas seguintes condições:

- A situação em que tal pensamento ocorre é relavante para o atingimento da meta estabelecida para a terapia? quanto o paciente acredita nesse pensamento,

- O quanto o paciente acredita neste pensamento?

- Qual a relevância do estado emocional regido por este pensamento automático?

- Quais as sensações corporais relacionadas a ocorrência destes pensamentos?

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Atividade recomendada:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, e dos procedimentos por eles descritos.

Tendo os pensamentos automáticos como o elemento mais superficial da estrutura cognitiva, ao mesmo tempo que seu importância para o processo terapêutico não é diminuída, a identificação deste tipo de cognição automática passa a ser entendida como fundamental na aplicação da terapia cognitiva. Sobre os pensamentos automáticos podemos afirmar que:

A) São pensamentos brever que resultam da nossa pouca instrução e que podemos superá-los através de um aprofundamento das reflexões que fazemos acerca de nossas vidas.

B) São cognições automáticas que dão sustentação as crenças centrais e intermediárias.

C) São cognições automáticas que coesistem com um nível manifesto de pensamento e se relacionam com situações específicas sendo menos amplas ou generalizadas como as cognições subjacentes a elas.

D) São sempre imagens que nos conduzem a experiências emocionais de dor e sofrimento

E) São crenças centrais que ao aflorar à consciência passam a interferir no processo de metacognição como descrito nos axiomas da terapia cognitiva.

Page 32: PSICOTERAPIA COGNITIVA

Se você compreendeu corretamente as proposições da autora em relação aos pensamentos automáticos, sua natureza, características e função, a resposta assinalada por você deve ter sido a alternativa ‘C’ que explicita a sua qualidade de cognição automática e sua delimitação a situações específicas.

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Tendo o processo de avaliação dos pensamentos automáticos como de fundamental importância para a terapia cognitiva, cabe compreendermos oque será avaliado quando mencionamos tal avaliação. Esta avaliação tem por objetivo determinar a funcionalidade ou não destes pensamentos. A idéia de funcionalidade é entendida aqui como relativa à validade e utilidade dos pensamentos automáticos. Quando nos referimos à validade dos pensamentos automáticos estamos enfatizando sua congruência com a realidade. Para concebermos a possibilidade de fazer tal análise temos que entender o Mundo como dotado de uma realidade dada passível de ser conhecida pelo observado, e mediante tal realidade podemos fazer a checagem da congruência de um determinado pensamento automático e a realidade a que este se refere. Quando percebemos que um pensamento automático distorce uma determinada realidade podemos afirmar que tal pensamento é disfuncional. A outra dimensão a ser avaliada neste processo é a utilidade deste pensamento. Alguns pensamentos automáticos, apesar de serem congruentes com a realidade, nos conduzem a estados emocionais e a comportamentos que não nos ajudam na adaptação ao contexto em que nos encontramos. Estes pensamentos automáticos avaliados como não úteis tornam-se também alvo do processo terapêutico por não serem favorecedores da adaptação do indivíduo ao meio.

Atividade recomendada:

Page 33: PSICOTERAPIA COGNITIVA

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, bem como as concepções de Homem e mundo que sustentam as propostas terapêuticas ali descritas.

A partir das formas de intervenções propostas pela autora, podemos compreender como concepções de Homem e de mundo característico deste modelo terapêutico:

A) O conhecimento verdadeiro não reflete uma realidade dada mas apenas se caracteriza como uma possibilidade de entendimento do real.

B) As interpretações feitas pelo indivíduo são sempre o reflexo do real que a ele se apresenta

C) A realidade dada pode ou não ser apreendida de forma fidedigna pela pessoa que nela está inserida, sendo a distorção uma ocorrência comum a todos os seres humanos

D) A realidade é uma construção que se dá na relação do indivíduo com o seu mundo não sendo possível para um outro avaliar a possível congruência de uma interpretação e a realidade por ele construída.

Se você compreendeu claramente as concepções que sustentam as proposições da terapia cognitiva a alternativa que assinolou foi a ‘C’ que caracteriza a visão racionalista do modelo Beckiano de psicoterapia.

Page 34: PSICOTERAPIA COGNITIVA

MODULO 4

Bibliografia Básica:

BECK, J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 1997. [Introdução e capítulos, 8 e 9]

Bibliografia complementar:

BECK, A.T; FREEMAN, A; DAVIS, D, D. Terapia cognitiva dos transtornos de personalidade. Porto Alegre: ARTMED, 2005

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BECK, J. S. Terapia Cognitiva: para desafios clínicos. Porto Alegre: ARTMED, 2007

LEAHY, R. L. Terapia cognitiva contemporânea: teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre; ARTMED, 2010.

McMULLIN, R. E. Manual de Técnicas em Terapia Cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

Uma vez identificados, os pensamentos automáticos são submetidos à avaliação. O primeiro passo no processo de avaliação é a definição sobre abordar ou não o pensamento automático identificado. Nesta direção o elemento central a ser contemplado é a relação que este pensamento automático tem com a situação problema e as potenciais alterações emocionais e comportamentais que a alteração deste pensamento automático identificado poderá promover. Uma vez definido como um pensamento automático a ser abordado em sessão, inicia-se o processo de desafio a este pensamento. Este processo deve se dar de forma colaborativa de acordo com o princípio do empirismo colaborativo proposto por Beck. Esta etapa da terapia caracteriza-se pelo levantamento de evidências, contra e a favor destes pensamentos, pela elaboração de explicações alternativas àquelas apresentadas pelos pensamentos automáticos, pela criação de novas perspectivas de avaliação das conseqüências descritas pelo pensamento automático e pela tentativa de promover um entendimento distinto acerca da situação em questão do promovido pelo pensamento automático identificado. Este trabalho é conduzido sempre de modo que o paciente colabore ativamente, envolvendo-se no processo terapêutico de maneira ativa e, muitas vezes, mesmo nos períodos compreendidos entre as sessões.

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1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, bem como as concepções de Homem e mundo que sustentam as propostas terapêuticas ali descritas.

Na Terapia Cognitiva não se pretende tomar todas as cognições automáticas do paciente como alvo do processo terapêutico. Desta forma, a seleção dos pensamentos a serem trabalhados deve ser precisa para que evitemos perda de tempo com intervenções ineficazes no decorrer do processo. A avaliação dos pensamentos automáticos deve contemplar quais dos aspectos listados abaixo:

A) Sua congruência com a realidade, sua utilidade e sua relevância para o estado emocional relacionada à queixa do paciente

B) Sua lógica interna, sua validade, sua utilidade, e seu sentindo dentro do projeto de vido do paciente

C) Sua congruência com a realidade e sua pertinência mediante os valores fundamentais da cultura em que o paciente esta inserido.

D) Sua lógica interna, sua correção semântica e sua relevância para o estado emocional relacionada à queixa do paciente.

E) Sua intensidade, seu pertencimento ao nível metacognitivo de cognição e sua teleonomia.

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Se você compreendeu corretamente o processo de avaliação dos pensamentos automáticos, você deve ter assinalado a alternativa ‘A’ que explicita os dois aspectos que determinam a disfuncionalidade de um pensamento automático e o aspecto que determina a relevância deste pensamento disfuncional para o atingimento da meta da psicoterapia.

Bibliografia

FERREIRA, R. F. Construtivismo: um momento de síntese ou uma nova tese?. Cadernos de Psicologia, Ribeirão Preto, v. 4, n. 1, p. 27-39, 2001.

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2000 [cap. 01]

Com o fim da idade média, uma nova forma de olhar o mundo emerge na Europa renascentista. Na tentativa de construir novos referenciais de segurança e inteligibilidade do mundo, um novo empreendimento humano começa a tomar corpo, a ‘Modernidade’. Essa nova forma de conceber o mundo e de produzir conhecimento coloca novamente o Homem no lugar de legitimador do saber produzido, alçando a razão à condição de elemento fundante do saber verdadeiro. O método científico surge então como o conjunto de procedimentos que, quando seguido pelos pesquisadores, garantiria um acesso direto e inequívoco ao real, propiciando assim um saber desprovido das distorções promovidas pelas emoções, desejos, interesses ou superstições; permitindo assim que o conhecimento científico, sustentado na razão, desvelasse a verdade contida no mundo. Podemos dizer então que a modernidade estabelece novos parâmetros de validação e de produção de saberes considerados legítimos, o que implica dizer que se estabelece uma nova concepção epistemológica, que passou a ser chamada de epistemologia moderna. É partir dessa nova concepção epistemológica é que é construído o edifício da ciência moderna. Essa ciência adota uma visão de mundo própria,

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entendendo-o como sendo um mundo organizado por leis, dotado de essências, constituído por fenômenos regulares e que é passível de ser apreendido através da observação rigorosa e neutra. Para os modernos o pesquisador, quando munido de um método rigoroso, seria capaz de colocar-se na posição de ‘observador neutro’ de um fenômeno e de “deixar-se impregnar” pela realidade de modo a construir representações fidedignas deste real, o que faria do conhecimento produzido uma representação fiel da essência do real.

Atividades recomendadas:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses.

2) Frente às concepções modernas de Homem, mundo e verdade, faça uma reflexão partindo do texto sugerido e responda a questão abaixo

O conhecimento produzido nos diferentes momentos históricos atendeu a diferentes critérios de validação pelas comunidades nos quais estes emergiram. A modernidade caracteriza-se dentre outras coisas por uma determinada concepção epistemológica, sobre ela é correto afirmar que:

a) A verdade deve ser reconhecida a partir das escrituras sagradas pela sua correta interpretação

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b) A verdade depende do olhar de quem produz o conhecimento já que as realidades são múltiplas

c) A posição de neutralidade é imprescindível para a construção de um saber verdadeiro

d) O pensamento filosófico em nada ajuda a definição dos parâmetros de verdade que devem ser adotados pelo cientista

e) A razão não é confiável uma vez que ela pode nos trair pela sua imprecisão em relação aos fenômenos naturais

Se você compreendeu corretamente as proposições do autor, você deve ter assinalado a alternativa ‘C’ uma vez que a neutralidade apresenta-se, dentro do pensamento moderno, como um elemento imprescindível para a construção de um conhecimento verdadeiro. Uma das principais funções da adoção do método científico moderno é a promoção de uma posição de neutralidade do observador frente ao objeto de pesquisa.

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Na medida em que se avolumava o conhecimento construído a partir de preceitos modernos, cada vez mais fenômenos eram abordados pelos pesquisadores que, munidos de suas teorias e instrumentos, buscavam descobrir a verdade oculta neles. Tais empreendimentos se mostraram muito bem sucedidos, porém ao se depararem com fenômenos que se mostravam irregulares os pesquisadores modernos tiveram sua metodologia colocada em questão. A emergência dos paradigmas pós-modernos se dá a partir da dificuldade dos modelos modernos de dar conta de explicar e compreender satisfatoriamente um conjunto de

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fenômenos que não se mostravam dotados de regularidade. Tal dificuldade propicia o surgimento de uma nova maneira de se conceber o conhecimento e de um novo olhar para os critérios de validação deste conhecimento como verdadeiro. É dentro desta crise paradigmática que o construtivismo terapêutico nasce. Nesta nova perspectiva critérios tão caros à ciência moderna são colocados em cheque, a idéia de neutralidade na relação entre sujeito e objeto, da existência de leis gerais regendo a totalidade dos fenômenos, a concepção de um mundo constituído de fenômenos regulares e, sobre tudo, a crença em um conhecimento que fosse uma representação fiel de uma realidade dada, são todas colocadas em questão. A partir destes questionamentos surge uma nova forma de entender o que é o conhecimento, a este novo modelo adotado no universo das psicoterapias é dado o nome de Construtivismo Terapêutico.

Atividades recomendadas:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses.

2) Frente às concepções modernas de Homem, mundo e verdade, faça uma reflexão partindo do texto sugerido e responda a questão abaixo

A partir da chamada crise da modernidade, um novo modelo epistemológico é proposto. No universo das psicoterapias este modelo vem sendo chamado de construtivismo terapêutico. Sobre esta nova concepção e possível afirmar que:

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a) O conhecimento verdadeiro é o reflexo da essência dos fenômenos estudados

b) A realidade objetiva deve ser o referencial primeiro de legitimação do saber produzido pelo pesquisador

c) Os saberes que se distanciam da realidade são vistos como distorcidos ou errados

d) o estabelecimento de uma neutralidade entre sujeito e objeto é condição fundamental para a produção de um saber válido

e) O universo apresenta-se como a potencialidade de construção de uma diversidade de mundos possíveis

Se você compreendeu corretamente as proposições do autor, você deve ter assinalado a alternativa ‘E’. A visão construtivista rompe com a concepção essencialista de mundo, própria da visão moderna, e passa a olhar os fenômenos como definidos nas relações.

Bibliografia

FERREIRA, R. F. Construtivismo: um momento de síntese ou uma nova tese?. Cadernos de Psicologia, Ribeirão Preto, v. 4, n. 1, p. 27-39, 2001.

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2000 [cap. 01]

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Com o fim da idade média, uma nova forma de olhar o mundo emerge na Europa renascentista. Na tentativa de construir novos referenciais de segurança e inteligibilidade do mundo, um novo empreendimento humano começa a tomar corpo, a ‘Modernidade’. Essa nova forma de conceber o mundo e de produzir conhecimento coloca novamente o Homem no lugar de legitimador do saber produzido, alçando a razão à condição de elemento fundante do saber verdadeiro. O método científico surge então como o conjunto de procedimentos que, quando seguido pelos pesquisadores, garantiria um acesso direto e inequívoco ao real, propiciando assim um saber desprovido das distorções promovidas pelas emoções, desejos, interesses ou superstições; permitindo assim que o conhecimento científico, sustentado na razão, desvelasse a verdade contida no mundo. Podemos dizer então que a modernidade estabelece novos parâmetros de validação e de produção de saberes considerados legítimos, o que implica dizer que se estabelece uma nova concepção epistemológica, que passou a ser chamada de epistemologia moderna. É partir dessa nova concepção epistemológica é que é construído o edifício da ciência moderna. Essa ciência adota uma visão de mundo própria, entendendo-o como sendo um mundo organizado por leis, dotado de essências, constituído por fenômenos regulares e que é passível de ser apreendido através da observação rigorosa e neutra. Para os modernos o pesquisador, quando munido de um método rigoroso, seria capaz de colocar-se na posição de ‘observador neutro’ de um fenômeno e de “deixar-se impregnar” pela realidade de modo a construir representações fidedignas deste real, o que faria do conhecimento produzido uma representação fiel da essência do real.

Atividades recomendadas:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses.

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2) Frente às concepções modernas de Homem, mundo e verdade, faça uma reflexão partindo do texto sugerido e responda a questão abaixo

O conhecimento produzido nos diferentes momentos históricos atendeu a diferentes critérios de validação pelas comunidades nos quais estes emergiram. A modernidade caracteriza-se dentre outras coisas por uma determinada concepção epistemológica, sobre ela é correto afirmar que:

a) A verdade deve ser reconhecida a partir das escrituras sagradas pela sua correta interpretação

b) A verdade depende do olhar de quem produz o conhecimento já que as realidades são múltiplas

c) A posição de neutralidade é imprescindível para a construção de um saber verdadeiro

d) O pensamento filosófico em nada ajuda a definição dos parâmetros de verdade que devem ser adotados pelo cientista

e) A razão não é confiável uma vez que ela pode nos trair pela sua imprecisão em relação aos fenômenos naturais

Se você compreendeu corretamente as proposições do autor, você deve ter assinalado a alternativa ‘C’ uma vez que a neutralidade apresenta-se, dentro do pensamento moderno, como um elemento imprescindível para a construção de um conhecimento verdadeiro. Uma

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das principais funções da adoção do método científico moderno é a promoção de uma posição de neutralidade do observador frente ao objeto de pesquisa.

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Na medida em que se avolumava o conhecimento construído a partir de preceitos modernos, cada vez mais fenômenos eram abordados pelos pesquisadores que, munidos de suas teorias e instrumentos, buscavam descobrir a verdade oculta neles. Tais empreendimentos se mostraram muito bem sucedidos, porém ao se depararem com fenômenos que se mostravam irregulares os pesquisadores modernos tiveram sua metodologia colocada em questão. A emergência dos paradigmas pós-modernos se dá a partir da dificuldade dos modelos modernos de dar conta de explicar e compreender satisfatoriamente um conjunto de fenômenos que não se mostravam dotados de regularidade. Tal dificuldade propicia o surgimento de uma nova maneira de se conceber o conhecimento e de um novo olhar para os critérios de validação deste conhecimento como verdadeiro. É dentro desta crise paradigmática que o construtivismo terapêutico nasce. Nesta nova perspectiva critérios tão caros à ciência moderna são colocados em cheque, a idéia de neutralidade na relação entre sujeito e objeto, da existência de leis gerais regendo a totalidade dos fenômenos, a concepção de um mundo constituído de fenômenos regulares e, sobre tudo, a crença em um conhecimento que fosse uma representação fiel de uma realidade dada, são todas colocadas em questão. A partir destes questionamentos surge uma nova forma de entender o que é o conhecimento, a este novo modelo adotado no universo das psicoterapias é dado o nome de Construtivismo Terapêutico.

Atividades recomendadas:

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1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses.

2) Frente às concepções modernas de Homem, mundo e verdade, faça uma reflexão partindo do texto sugerido e responda a questão abaixo

A partir da chamada crise da modernidade, um novo modelo epistemológico é proposto. No universo das psicoterapias este modelo vem sendo chamado de construtivismo terapêutico. Sobre esta nova concepção e possível afirmar que:

a) O conhecimento verdadeiro é o reflexo da essência dos fenômenos estudados

b) A realidade objetiva deve ser o referencial primeiro de legitimação do saber produzido pelo pesquisador

c) Os saberes que se distanciam da realidade são vistos como distorcidos ou errados

d) o estabelecimento de uma neutralidade entre sujeito e objeto é condição fundamental para a produção de um saber válido

e) O universo apresenta-se como a potencialidade de construção de uma diversidade de mundos possíveis

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Se você compreendeu corretamente as proposições do autor, você deve ter assinalado a alternativa ‘E’. A visão construtivista rompe com a concepção essencialista de mundo, própria da visão moderna, e passa a olhar os fenômenos como definidos nas relações.

GONÇALVES, O. Psicoterapia Cognitiva Narrativa: manual de terapia breve. Campinas: Editorial Psy.1998. (cap. 01, 02, 03)

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2000 [cap. 03]

A Terapia Cognitiva Narrativa localiza-se dentre os modelos construtivista que emergiram a partir da adoção da epistemologia construtivista por parte dos terapeutas cognitivistas, desde o início da década de 1980. O modelo narrativo assume uma concepção de Homem fundamentalmente lingüística, e toma a linguagem como o elemento que distingue a experiência humana da experiência de qualquer outro animal. Oscar Gonçalves refere-se a Bruner para ressaltar o fato de a ‘virada linguística’ na psicologia cognitiva ter se dado na busca de retomar o projeto inicial da revolução cognitiva ocorrida na década de 1950, quando foi dado ao processo de construção do significado o estatus de objeto primeiro das investigações da psicologia cognitivista.

Ao atribuir à linguagem a qualidade de elemento com o qual se constrói a experiência humanizada muitas das concepções tradicionais adotadas pelas diversas abordagens psicológicas passam a necessitar de revisão. A linguagem passa a ser entendida não mais como um fenômeno de segunda ordem, deixando se ser concebida como um instrumento utilizado pelo indivíduo, e passa a ser tomado como o elemento com o qual o indivíduo se constitui. A partir desta nova referência faz-se necessário que um conjunto de pressupostos que dêem sustentação a esse novo corpo teórico seja apresentado, configurando-se assim como o pano de fundo mediante o qual novas proposições teóricas serão postuladas.

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Atividade recomendada:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses. Feito isso, responda a questão abaixo

2) A tomado do processo de significação como objeto principal de estudo dos psicólogos cognitivistas elevou o estatus da linguagem dentre os fenômenos psicológicos. Sobre o entendimento de linguagem e sua relação com o fenômeno homeno é correto afirmar que;

a) A linguagem é apenas um instrumento a serviço do Homem

b) A função da linguagem na experiência humana é a expressão de conteúdos mais profundos de caráter energético

c) A linguagem configura-se como a topografia de determinados comportamentos verbais

d) a linguagem é, em si mesma, o elemento humanizador da experiência dita humana.

e) A linguagem apresenta-se como algo irrelevante para a configuração da experiência humana

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Se você compreendeu corretamente a proposta do autor, você deve ter assinalado a alternativa ‘D’. Uma vez que a linguagem é o elemento com o qual o Homem se constitui, é ela mesma a responsável pela constituição de uma experiência humanizada.

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Para uma compreensão adequada do modelo Cognitivo Narrativo proposto por Gonçalves é necessário que tenhamos clareza dos pressupostos que dão sustentação a tal modelo. Gonçalves em seu livro ‘Terapia Cognitiva Narrativa: manualm de terapia breve” apresenta o que chamou de “os fundamentos de uma psicologia narrativa”. Tais fundamentos são sintetizados nas quatro proposições seguintes:

I - Existência como Conhecimento

II – Conhecimento como Hermenêutica

III – Hermenêutica como Discurso Narrativo

IV – Discurso narrativo como Cultura

Tais proposições se articulam de maneira a criar uma trama que contenha o entrelaçamento entre os componentes lingüísticos e experienciais/existenciais que possibilitam a constituição do que chamamos de sujeito, ou indivíduo.

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Tal entrelaçamento mostra que existimos como humanos, a partir de nossas narrativas acerca de nossos encontros com os fenômenos com os quais nos deparamos. Mostra também que tais narrativas são sempre, e inevitavelmente, a realização de um interpretação. E enfatizando o caráter social da experiência humanizada, mostra que tal possibilidade lingüística apenas pode se dar dentro de um contexto cultural.

Atividade recomendada

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelos autores, em defesa de suas teses. Feito isso, responda a questão abaixo

2) Tomando as proposições de Gonçalves é correto afirmar que:

a) O conhecimento é algo produzido a partir de uma perspectiva aistórica.

b) a existência humana prescinde de linguagem.

Page 50: PSICOTERAPIA COGNITIVA

c) a hermenêutica conduz a uma construção narrativa mas, não se constitui como tal.

d) A experiência humanizada somente pode emergir a partir do encontro entre dois, ou mais, organismos capazes de ingressar no mundo da linguagem.

e) O uso incorreto das normas gramaticais de um língua conduz o indivíduo a uma experiência distorcida do real.

Se você compreendeu corretamente a proposta do autor, você deve ter assinalado a alternativa ‘D’. Considerando que a experiência humanizada é constituída pela linguagem e que o aparato lingüístico não é uma qualidade inata no ser humano, na ausência de um outro ser humano não há a possibilidade da emergência de tal experiência.

MÓDULO 7

GONÇALVES, O. Psicoterapia Cognitiva Narrativa: manual de terapia breve. Campinas: Editorial Psy.1998. (cap. 01, 02, 03)

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. Casa do Psicólogo, São Paulo, 2000 [cap. 03]

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A partir dos pressupostos da Terapia Narrativa o entendimento de psicopatologia é modificado, sendo abandonada a ideia de uma psicopatologia com existência própria independente do observador e adotando-se a ideia de psicopatologia como uma construção do encontro entre observador e objeto. Desta forma, a psicopatologia deixa de ser entendida como uma realidade externa objetivável que encontra-se disponível a uma pretensa descoberta. Com isso, o modelo narrativo como proposto por Gonçalves apresenta uma forma própria de compreensão do que se entende por psicopatologia.

Para tal, Gonçalves apresenta três dimensões de análise das narrativas que constituem o indivíduo. São elas: Estrutura Narrativa, Processo Narrativo e Conteúdo Narrativo.

Tais dimensões de análise se referem respectivamente a: Coerência das Narrativas (seja no eixo sincrônico ou diacrônico), Complexidade das narrativas e Conteúdo narrativo.

Tomando estas dimensões como eixo de análise, a psicopatologia passa a ser entendida como resultado de uma dificuldade do indivíduo de organizar suas experiências de maneira a promover narrativas coerentes, complexas e multifacetadas, produzindo assim narrativas empobrecidas de suas experiência que, por sua vez, favorecem experiências de sofrimento para esses indivíduos.

Atividade recomendada:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelo autor, em defesa de suas teses.

2) a partir do modelo de psicopatologia apresentado pelo autor, faça uma reflexão quanto a sua natureza relacional, não essencialista e contextual, e responda a questão abaixo.

Page 52: PSICOTERAPIA COGNITIVA

A partir da visão narrativa sobre a psicopatologia é correto afirmar que:

a) A psicopatologia é uma fenômeno com existência independente do contexto no qual é percebida

b) O diagnóstico refere-se a uma representação fiel da realidade objetiva da qual o diagnosticado padece.

c) A dificuldade em organizar uma narrativa coerente acerca da própria experiência vivida é resultado da psicopatologia instalada no indivíduo diagnosticado com um doença mental.

d) Toda psicopatologia é resultado do encontro entre o diagnosticado e o diagnosticador

e) Na visão Narrativa Construtivista não há sofrimento mental apenas equívocos e distorções da realidade por parte do diagnosticado.

Se você compreendeu corretamente a proposta do autor, você deve ter assinalado a alternativa D que explicita o caráter não essencialista, relacional e contextual da psicopatologia.

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Tomando a Estrutura, o Processo e o Conteúdo das narrativas como os eixos de compreensão da constituiçãoo da experiência psicológica, a Terapia Narrativa, como apresentada por Gonçalves, propõe um modelo de intervenção organizado em cinco fases. São elas: 1)a Recordação, 2)a Objetivação, 3)a Subjetvção, 4)a Metaforização e 5)a Projeção.

Tais fases tem como objetivo favorecer um enriquecimento das narrativas do indivíduo de modo que o estreitamento de possibilidades de significações, resultantes do empobrecimento das narrativas do indivíduo, possa dar lugar a um alargamento das possibilidades de significação, e com isso trazer ao indivíduo a possibilidade de novas organizações narrativas de maneira a contemplar a pluralidades de experiências em toda a sua complexidade e de maneira coerente.

De maneira breve podemos entender o objetivo destas fases da seguinte maneira:

Recordação: possibilitar a construção de novos referenciais de significação a partir de um novo posicionamento do indivíduo como autor de sua própria história.

Objetivação: Ampliar as narrativas do indivíduo na direção de contemplar de maneira mais amplas as ocorrências objetivas de sua experiência cotidiana.

Subjetivação: Ampliar as narrativas do indivíduo na direção de contemplar de maneira mais amplas as ocorrências subjetivas de sua experiência cotidiana.

Metaforização: visa permitir a pluralidade de possibilidades de significação através de metáforas condensadoras de significado.

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Projeção: busca construir novas possibilidades de organização não apenas do passado mas também do futuro, de modo o que o indivíduo aproprie-se das múltiplas possibilidades de significação de suas experiências passadas e de suas perspectivas futuras.

Atividade recomendada:

1) Faça uma leitura criteriosa dos textos indicados, observando os argumentos utilizados pelo autor, em defesa de suas teses.

2) Partindo das fases da terapia cognitiva narrativa proposta por Gonçalves analise as alternativas a seguir e assinale a correta.

a) A metaforização por favorecer a construção de significações plurais pode gerar uma dificuldade de organização do senso de autoria do indivíduo.

b) A Recordação implica na descoberta de ocorrências traumáticas no passado da pessoa permitindo assim a descoberto das causas de seu sofrimento

c) A Projeção é concebida como o deslocamento de conteúdos internos para o outro, de modo que conduz o indivíduo a reconhecer características suas como sendo do outro.

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d) A subjetivação busca ampliar as narrativas do indivíduo acerca de suas experiências subjetivas permitindo assim o emergir de novas possibilidades de significação de suas emoções, sentimentos e percepções.

e) As fases propostas por Gonçalves referenciam-se nas fases do desenvolvimento humano já que elas se sucendem na mesma direção e ordem em que a criança se desenvolve.

Se você compreendeu corretamente a proposta do autor, você deve ter assinalado a alternativa D que explicita o enriquecimento da dimensão subjetivadas narrativas do indivíduo como sendo o objetivo da fase de subjetivação na terapia narrativa proposta por Gançalves.

BIBLIOGRAFIA:

GRANDESSO, M. A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clinica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. [cap.V, itens 2.1; 2.2; 2.3 3.1; 3.2; 3.3]

DURAN, A. P. Depressão. In ABREU, C. N; ROSO, M. Psicoterapias Cognitiva e Construtivista: novas fronteiras da prática clínica. Porto Alegre, 2003. [cap. 16 (pg. 195)]