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1 PUBERDADE EM NOVILHAS ZEBUÍNAS: MANEJO E MECANISMOS PARA A ANTECIPAÇÃO Marcos Vinicius de Castro Ferraz Júnior ξ , Marcos Vinicius Biehl Ψ , Vinicius Nunes de Gouvêa ξ , Daniel Montanher Polizel ξ , Angelo Dias Brito Ribeiro Φ , Marcelo Henrique dos Santos Φ , Renan Gomes da Silva Φ , Elizangela Mirian Moreira ξ , José Alipio Faleiro Neto ξ , Alexandre Vaz Pires Σ . ξ Doutorando Nutrição e Produção Animal VNP/FMVZ/USP Pirassununga SP. Ψ Pós doutorando Ciência Animal e Pastagens. ESALQ/USP Piracicaba SP. Φ Mestrando Nutrição e Produção Animal VNP/FMVZ/USP Pirassununga SP. Σ Professor Associado III ESALQ/USP - VNP/FMVZ/USP Pirassununga SP. Resumo A cada ano, a participação brasileira vem crescendo no comércio internacional, com destaque para a exportação de carne bovina. Atualmente a pecuária brasileira apresenta um rebanho de 209 milhões de cabeças, sendo a grande maioria destas, criadas à pasto (estima-se que apenas 5% do rebanho brasileiro seja terminado em sistemas intensivos). Segundo Nogueira (2004), o rebanho nacional é formado por 80% de raças zebuínas, sendo que mais de 90 milhões são pertencentes à raça Nelore. Esta escolha por animais zebuínos, é realizada pois estes animais são mais bem adaptados à regiões de clima tropical, quando comparados à raças taurinas, estas por sua vez adaptadas à regiões de climas temperados ( Bó, et al., 2003). Novilhas da raça Nelore são consideradas tardias, pois apresentam a primeira ovulação aos 2 anos de idade ou mais, isso é uma consequência fisiológica resultante da pressão ambiental das criações extensivas ( Nogueira, 2004). Nos últimos anos a pecuária nacional vem se adaptando as novas exigências de um mercado competitivo, essa adaptação é marcada com a maior utilização de tecnologias que possam aumentar a produtividade por unidade produtora. Práticas como intensificação do manejo (protocolos de indução), seleção genética e alimentação, estão permitindo que as novilhas possam ser colocadas em estação de monta aos 14 meses de idade,

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PUBERDADE EM NOVILHAS ZEBUÍNAS: MANEJO E MECANISMOS

PARA A ANTECIPAÇÃO

Marcos Vinicius de Castro Ferraz Júniorξ, Marcos Vinicius BiehlΨ, Vinicius

Nunes de Gouvêaξ, Daniel Montanher Polizelξ, Angelo Dias Brito RibeiroΦ,

Marcelo Henrique dos SantosΦ, Renan Gomes da SilvaΦ, Elizangela Mirian

Moreiraξ, José Alipio Faleiro Netoξ, Alexandre Vaz PiresΣ.

ξ Doutorando – Nutrição e Produção Animal – VNP/FMVZ/USP – Pirassununga – SP. Ψ Pós doutorando – Ciência Animal e Pastagens. ESALQ/USP – Piracicaba – SP.

Φ Mestrando – Nutrição e Produção Animal – VNP/FMVZ/USP – Pirassununga – SP. Σ Professor Associado III – ESALQ/USP - VNP/FMVZ/USP – Pirassununga – SP.

Resumo

A cada ano, a participação brasileira vem crescendo no comércio

internacional, com destaque para a exportação de carne bovina. Atualmente a

pecuária brasileira apresenta um rebanho de 209 milhões de cabeças, sendo a

grande maioria destas, criadas à pasto (estima-se que apenas 5% do rebanho

brasileiro seja terminado em sistemas intensivos). Segundo Nogueira (2004), o

rebanho nacional é formado por 80% de raças zebuínas, sendo que mais de 90

milhões são pertencentes à raça Nelore. Esta escolha por animais zebuínos, é

realizada pois estes animais são mais bem adaptados à regiões de clima

tropical, quando comparados à raças taurinas, estas por sua vez adaptadas à

regiões de climas temperados (Bó, et al., 2003).

Novilhas da raça Nelore são consideradas tardias, pois apresentam a

primeira ovulação aos 2 anos de idade ou mais, isso é uma consequência

fisiológica resultante da pressão ambiental das criações extensivas (Nogueira,

2004).

Nos últimos anos a pecuária nacional vem se adaptando as novas

exigências de um mercado competitivo, essa adaptação é marcada com a

maior utilização de tecnologias que possam aumentar a produtividade por

unidade produtora. Práticas como intensificação do manejo (protocolos de

indução), seleção genética e alimentação, estão permitindo que as novilhas

possam ser colocadas em estação de monta aos 14 meses de idade,

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aumentando assim o número de bezerros nascidos na vida reprodutiva da

fêmea, eliminando categorias improdutivas na propriedade.

1. Introdução

No Brasil, as novilhas apresentam idade avançada ao primeiro parto,

sendo este um fator que reduz o retorno econômico da bovinocultura de corte.

Com o retardo da idade ao primeiro parto, ocorre uma menor produção de

bezerros durante a vida produtiva da vaca. Além disso, novilhas com idade

avançada à puberdade permanecem na fazenda ocupando áreas de pastagens

que poderiam ser destinadas a outras categorias (Ferreira et al., 2012; Eler et

al., 2010).

Os mecanismos endócrinos da puberdade estão bem estabelecidos em

novilhas Bos taurus taurus e a teoria mais aceita para disparar o gatilho que

desencadeia a primeira ovulação é a teoria gonadostática, na qual o gatilho

chave é a liberação de GnRH. A liberação de GnRH vai causar a liberação

pulsátil do LH promovendo a ovulação (Day et al., 1987; Day et al., 2010). Já é

sabido que através da nutrição é possível antecipar o disparo desse gatilho,

principalmente em novilhas Bos taurus taurus (Gasser et al., 2006a, 2006b,

2006c, 2006d). Contudo, em Bos taurus indicus ainda há lacunas nesta área do

conhecimento, principalmente, de como e quando a nutrição pode adiantar a

puberdade (Nogueira, 2004).

2. Revisão Bibliográfica

2.1 Importância da puberdade na pecuária de corte

Do ponto de vista reprodutivo, a puberdade é definida como a

manifestação da capacidade reprodutiva, que ocorre quando um animal

adquire a capacidade de ovular um oócito com a apresentação do

comportamento estral, com desenvolvimento e manutenção de um corpo lúteo

funcional e com tempo de vida normal (Kinder et al., 1987). Sendo assim,

podemos definir puberdade como o início da vida reprodutiva do animal. Do

ponto de vista prático, quer dizer que a fêmea, em breve, poderá ser submetida

à cobertura e produzir um bezerro.

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Diante desta definição, a puberdade pode ser vista como um indicador

econômico na pecuária de corte. Um trabalho de simulação mostrou que a

redução da idade ao primeiro parto de 3 para 2 anos pode aumentar o retorno

econômico do sistema em 16%, pois ao se reduzir a idade ao primeiro parto em

um ano, reduz-se o custo com a exclusão de um ano de recria (diminui um

categoria animal dentro da fazenda) e aumenta de 0,5 a 0,8 bezerros por vaca

durante sua vida produtiva (Eler et al., 2010).

O início da vida reprodutiva aos 14 meses em novilhas Nelore é uma

realidade de poucos sistemas de produção devido, principalmente, a dois

fatores: más condições nutricionais encontradas nas propriedades de gado de

corte e falta de seleção genética na raça Nelore para precocidade sexual das

novilhas (Nepomuceno, 2013; Ferreira et al., 2012).

2.2 Mecanismo endócrino da puberdade

A regulação da secreção de GnRH é essencial para o estabelecimento

de ciclos estrais normais em animais pré-púberes. Esta regulação é mediada

por muito esteróides ovarianos tais como: estrógeno e progesterona, o próprio

GnRH e alguns outros hormônios como a leptina, IGF-1, GABA, glutamato,

neuropeptídeo Y, ativina, inibina e, recentemente, um novo peptídeo e seus

receptores foram identificados como os emergentes possíveis reguladores

chave na ativação dos neurônios GnRH (kisspeptin, receptor GPR54) (Clarkson

e Herbison, 2006; Ojeda et al., 2010). Porém, a teoria mais aceita para explicar

como ocorre a puberdade é denominada hipótese gonadostática, que sugere

que o eixo hipotalâmico-hipofisário-ovariano já estaria funcionalmente

competente. Mas, devido à baixa secreção de GnRH durante a fase pré-pubere

que ocorre pelo feedback negativo feito pelo estrógeno (E2) no eixo hipotálamo-

hipofisário, não há o estímulo necessário para aumentar a pulsatibilidade de

LH. Assim, com a gradativa redução da sensibilidade do hipotálamo ao

feedback negativo do E2, ocorre o aumento da frequência de liberação pulsátil

de LH (Day et al., 1987; Day et al., 2010).

O LH é considerado o fator endócrino primário para que a novilha se

torne púbere, ou seja, faz com que a novilha tenha sua primeira ovulação.

Desta forma, a maturação hipotalâmica necessária ao desencadeamento da

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puberdade ocorrerá a partir da redução do feedback negativo exercido pelo E2,

o que é observado na fase peri-púbere, por redução do número de receptores

deste hormônio no hipotálamo e na adeno-hipófise, que ocorre

progressivamente com o avançar da idade (Figura 1; Day et al., 1987; Day et

al., 2010).

Figura 01. Alterações endócrinas que ocorrem nos períodos pré-pubere

peripúbere e púbere em novilhas. O período compreendido na

figura é de aproximadamente 50 dias antes da puberdade. Os

sinais positivos (+) e negativos (-) representam o feedback do

estradiol sobre o LH, bem como a largura das setas representam

o grau relativo deste feedback. Adaptado de Day et al. (2010),

para novilhas zebuínas de acordo com Nogueira 2004.

A figura 2 representa o modelo que serve de base para os estudos a

campo com o amadurecimento sexual das novilhas taurinas (Bos taurus

taurus). A secreção pulsátil de LH é estabelecida nas novilhas por volta de 1 a

2 meses de idade (Anderson et al., 1996) e aumenta por volta do 3º ao 5º

meses de idade (Schams et al., 1981). Subsequentemente, a secreção de LH

diminui (Schams et al., 1981) e mantem-se relativamente baixa (fase estática)

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até um novo aumento da secreção de LH (fase peripúbere) que culmina com a

puberdade (Day et al., 1987).

Figura 2. Modelo para os estágios da maturação sexual em novilhas. A área

sombreada indica a sensibilidade da secreção de GnRH frente ao

feedback negativo do estradiol. A mudança dos padrões de secreção

de LH, durante o período pré-púbere, é resultado do aumento da

secreção de GnRH seguido pela maior produção de estradiol pelos

folículos ovarianos. O aumento de LH na peripuberdade é o

resultado de um declínio no feedback negativo do estradiol sobre o

LH. Adaptado de Day et al. (2010).

A maioria das pesquisas concentra-se na endocrinologia do período de

peripuberdade das novilhas (fase estática) e do impacto das condições

ambientais para o aparecimento da puberdade. Os fatores mais estudados que

afetam a puberdade neste período são: os fatores relacionados ao crescimento

como o peso corporal, o ganho de peso e a composição corporal; e os fatores

inerentes à dieta e nutrientes específicos como o consumo de dieta, a

alimentação em fases e o conteúdo de proteína e gordura da dieta (Day et al.,

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2010). Sendo assim, podemos dizer que a nutrição é o fator primordial para o

estudo da puberdade precoce.

Uma série de estudos realizados pela equipe do Prof. Michel L. Day para

pesquisar os mecanismos ovarianos e endócrinos associados com a

puberdade precoce em novilhas chegaram à conclusão que a maturação

sexual pode ser substancialmente alterada por meio do manejo e da

manipulação nutricional em Bos taurus taurus (Gasser et al., 2006a, 2006b,

2006c, 2006d).

A endocrinologia da puberdade precoce ocorre no período pré-

puberdade. As estratégias nutricionais anteciparam o aumento da frequência

dos pulsos de LH que ocorrem na fase peripúbere. Essa afirmação pode ser

comprovada pela aceleração maturidade ovariana, aumento do diâmetro

máximo dos folículos dominantes, aumento da duração das ondas de

desenvolvimento folicular e aumento do pico de estradiol durante as ondas de

desenvolvimento folicular. Assim, as estratégias nutricionais possibilitaram

eliminar a fase estática (Figura 2) durante a pré-puberdade, fazendo com que

as novilhas entrem na fase pré-púberes após a fase de desenvolvimento na

pré-puberdade, pulando ou encurtando a fase estática (Figura 3; Day et al.,

2010; Gasser et al., 2006a, 2006b, 2006c, 2006d).

Os modelos de estudo dos mecanismos que levam a puberdade em

novilhas Bos taurus indicus parece ser similares aos descritos em novilhas Bos

taurus taurus (Nogueira, 2004) e, aparentemente, as estratégias nutricionais

devem ser capazes de acelerar ou até mesmo eliminar a fase estática que

antecede o período de peripuberdade de novilhas Bos taurus indicus.

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Figura 3. Modelo ajustado para atingir a puberdade precoce em novilhas. O

período pré-puberdade passa para uma idade anterior, eliminando a

fase estática que foi mostrada na Figura 2. MaxDF = diâmetro

máximo dos folículos dominantes; E2 = concentrações periféricas de

estradiol. Adaptado de Day et al. (2010).

Nos trabalhos de Gasser et al. (2006a, 2006b, 2006c, 2006d), foi

observado que novilhas Bos taurus taurus alimentadas com alta inclusão de

concentrado obtiveram uma taxa média de 84% de puberdade precoce com

262 dias (8,743 meses) de idade. O tratamento controle destes quatro

trabalhos obteve um taxa média de 19% de puberdade em 348 dias (11,6

meses) de idade. Esses dados além de comprovarem o efeito da nutrição em

adiantar a puberdade também nos permite comprovar que há uma grande

diferença genética entre Bos taurus taurus e Bos taurus indicus. Visto que em

Bos taurus indicus admite-se puberdade precoce com 14 meses de idade, ou

seja, 420 dias (Nogueira, 2004; Nepomuceno, 2013; Ferreira et al., 2012). Isso

mostra que há um componente genético forte no aparecimento da puberdade.

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2.3 Efeito da Nutrição na Puberdade

Como já discutido no tópico anterior, a nutrição é capaz de influenciar a

idade à puberdade via secreção das gonadotrofinas. Essa influência se dá por

um conjunto de vários fatores ou hormônios que são regulados via nutrição

(tais como, opióides endógenos, neuropeptídeo Y, leptina, glicose e insulina)

que servem como mensageiros (“feedback” positivo ou negativo) modulando a

secreção e liberação de GnRH. Essa modulação via GnRH culmina com a

estimulação da secreção e liberação de gonadotrofinas, induzindo o início dos

eventos reprodutivos que determinam a ovulação e formação de um corpo

lúteo (Barb et al., 1999; Willians et al., 2002) (Figura 4).

Figura 4. Representação esquemática do efeito dos mediadores que são

influenciados pela nutrição sobre a produção de gonadotrofinas

pelo eixo hipotálamo-pituitária em animais. Adaptado de Willians et

al. (2002)

O Fator de Crescimento Semelhante à Insulina-1 (IGF-1) apresenta–se

também como um candidato metabólico relacionado com a puberdade. O IGF-1

está relacionado com a secreção de GnRH e de gonadotrofina devido sua

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expressão em neurônios hipotalâmicos e células da glia, que podem regular a

secreção e liberação do GnRH (Daftary e Gore, 2004). Outro modo de ação do

IGF-1 na reprodução é via aumento da expressão de receptores para as

gonadotrofinas, assim aumentando a esteroidogênese (Lucy, 2000). Deste

modo, o IGF-1 tem a capacidade de influenciar a manifestação da puberdade,

bem como a função reprodutiva na vida adulta.

Visto como a nutrição influencia a manifestação da puberdade, é

importante caracterizar o estado nutricional dos animais em qualquer estudo

com puberdade, principalmente no que diz respeito ao sistema de criação a

pasto, que na maioria dos casos não permite uma condição nutricional ótima

para o aparecimento da puberdade aos 14 meses de idade em novilhas Nelore.

Dados obtidos por nossa equipe, demostram que ao se trabalhar com

puberdade precoce há a necessidade de utilização de suplementação

alimentar. A figura 5 mostra a evolução do peso de novilhas Nelore submetidas

a duas condições de recria, uma com confinamento e outra a pasto. O manejo

nutricional interferiu na manifestação da puberdade. As novilhas que foram

recriadas em confinamento obtiveram uma taxa de puberdade aos 18 meses

(final da primeira estação de monta) de 32%, enquanto as novilhas recriadas

no pasto obtiveram uma taxa de puberdade de 14% (Nepomuceno, 2013).

As taxas de puberdade na primeira estação de monta obtida por

Nepomuceno (2013) foram diferentes (32% vs 14%) devido, principalmente, ao

desenvolvimento corporal que cada sistema de recria proporcionou às novilhas,

cuja figura 5 exemplifica bem o desenvolvimento das novilhas em cada sistema

de recria. Então o déficit nutricional das novilhas foi o fator limitante para a

manifestação da puberdade precoce, uma vez que os dois grupos eram

semelhantes geneticamente.

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Figura 5. Peso de bezerras Nelore suplementadas na fase de recria com

confinamento (n = 119) ou recriadas a pasto (n = 122). Peso aos

205 dias de idade = 6,7 meses (Desmama e inicio da

suplementação no confinamento); Peso aos 320 dias de idade =

(10,5 meses) fim do confinamento; Peso aos 440 dias de idade =

14,4 meses (início da estação de monta); Peso aos 560 dias de

idade = 18,4 meses (final da estação de monta). *P=0.001.

Adaptado de Nepomuceno (2013).

Ao observar na figura 5 o desenvolvimento das novilhas que passaram

pelo confinamento, a diferença de peso dos 320 até 440 dias de idade é de

apenas 8,8 kg. O pequeno ganho de peso neste período foi proporcionado pela

da saída do confinamento e entrada no pasto. Era esperada uma queda no

desenvolvimento dessas novilhas, uma vez que não estavam adaptadas ao

pastejo. No entanto, ao observarmos o diâmetro do maior folículo das novilhas

temos uma boa interpretação da condição nutricional desses animais (Figura

6; Dados não publicados).

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Figura 6. Diâmetro do maior folículo das novilhas pré-púberes que

apresentavam mais de 240 Kg dos 10 aos 24 meses de idade.

(Dados não publicados).

O tamanho do folículo está relacionado à condição nutricional do animal,

como já discutido anteriormente. Assim, ao analisar o diâmetro do maior

folículo observa-se que mesmo depois de adaptadas ao pasto, as novilhas não

voltaram a ter a condição nutricional que estavam tendo no confinamento.

Assim, a taxa de puberdade aos 18 meses de idade (final da primeira estação

de monta) encontrada (32%) no tratamento que passou pelo confinamento

poderia ser maior se estes animais permanecessem por mais tempo em

confinamento.

2.4 Efeito da Genética na Puberdade

É consenso entre os autores que o melhoramento genético no Nelore

nesses 15 anos foi notório, principalmente em características como ganho de

peso, musculosidade, peso a desmama, entre outras. No entanto, no que diz

respeito às características reprodutivas, mais especificamente a idade à

puberdade, a maioria dos programas genéticos ainda não avançou o que seria

possível pela teoria (Eler et al., 2010).

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Os resultados de trabalhos científicos mostram que o progresso

científico poderia ser bem maior se ao invés de utilizarmos o perímetro escrotal

fosse utilizada a idade ao primeiro parto (Eler et al., 2010). A idade ao primeiro

parto parece ser uma característica promissora para se avaliar a precocidade

de novilhas. Essa característica apresenta-se com herdabilidade bastante

variável dependendo da conjuntura que essa característica é interpretada. Por

exemplo, os valores encontrados na literatura de herdabilidade para a

característica idade ao primeiro parto variando de 57% (Eler et al., 2002) a 12%

(Silva et al., 2005). Essa variação deve-se ao fato de que quando a

herdabilidade é de 57%, as novilhas foram expostas a touro com 14 meses de

idade. Ao passo que na herdabilidade de 12% as novilhas foram expostas à

touro com 24 meses de idade.

Nosso grupo de estudo tem dados que confirmam que a puberdade aos

18 meses de idade é influenciada pelo pai da novilha (Figura 7).

Figura 7. Porcentagem de puberdade até os 18 meses de idade (final da

primeira estação de monta) de acordo com os touros utilizados. *11

(RM – reprodutores múltiplos com CEIP). Adaptado de

Nepomuceno (2013).

A porcentagem de puberdade ao final da primeira estação de monta

variou de 58,8% até 0%, evidenciando a necessidade de identificar os touros

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que tem o potencial de gerar filhas que apresentem puberdade precoce

(Nepomuceno, 2013). No entanto, não sabemos como é a interação entre

nutrição e genética para a puberdade precoce.

2.5 Efeito Indução da Puberdade em Novilhas Nelore O percentual ideal de peso corporal pré-inseminação em novilhas de

corte é em torno de 60-65% do peso adulto (12-14 meses de idade para

Taurinos e 21-24 meses para zebuínos), com ganho diário médio 0,5 a 0,8 kg/d

entre o desmame e o início da estação de monta. A indústria de gado de corte

tem como objetivo que as novilhas tenham seu primeiro bezerro com dois anos

de idade, a fim de maximizar a produtividade durante a vida do animal. No

entanto, algumas fêmeas não conseguem atingir este objetivo reprodutivo no

início da estação de monta continuando pré-púberes e, consequentemente, seu

desempenho reprodutivo limitado traz prejuízos econômicos ao produtor

(Maquivar e Day, 2011). Tem sido relatado (Nogueira et al., 2004) que as

novilhas peripúberes tiveram ciclos estrais curtos, caracterizado por um CL de

vida curta (Figura 3). Esta evidência foi relatada anteriormente por Byerley et

al. (1987), que sugeriram que a fertilidade é maior no terceiro estro após o

início da puberdade. Este processo fisiológico de maturação pós-púbere limita

a capacidade da novilha em obter uma prenhez bem sucedida se o animal

entra na estação de monta em um estágio pré-púbere. Portanto, além da

abordagem nutricional, o uso de progestinas para desencadear a cascata de

eventos endócrinos e reprodutivos, que levam à puberdade, pode aumentar o

número de animais que começam a ciclar antes da estação de monta.

Basicamente, para induzir / sincronizar o ciclo estral em novilhas, uma ampla

variedade de hormônios têm sido utilizada, no entanto, os resultados são

variáveis.

Um dos métodos mais comum é a utilização de progesterona natural ou

sintética, isoladamente ou em combinação com outros compostos, como o

estradiol, GnRH e seus análogos (gonadotropina coriônica eqüina; eCG) e

análogos da prostaglandina. No entanto, apesar da variedade de programas de

sincronização e protocolos, os resultados são variáveis em termos de eficácia

em induzir os animais pré-púberes a ovularem e estabelecerem ciclos estrais

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normais antes da estação de monta e, finalmente, aumentar a fertilidade após a

inseminação.

Pfeifer et al. (2009) testaram o efeito de um programa curto de

sincronização com CIDR por 5 dias, com ou sem o uso de PGF2α (500 mg de

cloprostenol, i.m.) no dia da retirada do implante em novilhas pré-púberes. Foi

observado que os animais que foram tratados com progesterona + PGF2α

apresentaram uma maior taxa de ovulação em comparação com os animais

tratados somente com progesterona e o grupo controle (Figura 8). Além disso,

nenhuma das novilhas que foram tratadas apresentaram ciclo estral curto após

a ovulação. Os resultados deste experimento sugerem que novilhas tratadas

com CIDR, em combinação com PGF2α, ovularam de forma mais eficaz que

nos outros tratamentos.

Figura 8. Esquema de sincronização e porcentagem de ovulação em novilhas

angus pré-púberes. Adaptado de Pfeifer et al., 2009.

Em termos de indução da puberdade em novilhas Bos indicus (Nelore),

estudos são limitados e as condições experimentais variadas. Claro Júnior et

al., (2010) avaliaram a eficácia de CIDRs novos (CIDR1) e CIDRs usados

previamente por 3 vezes (27 dias de uso; CIDR4) por 12 dias, para induzir a

puberdade em 589 novilhas Bos indicus. Durante os primeiros 7 dias após a

retirada do implante, as novilhas tratadas com CIDR, sejam eles novos ou

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usados, apresentaram maior incidência de estro (CIDR1, 42,6% - 101/237;

CIDR4, 39,3% - 94/239) do que no tratamento controle (CIDR0, 19,5% -

22/113). Além disso, novilhas CIDR4 tiveram maior taxa de concepção em 7

dias (Ovuladas x Prenhas na IATF) (46,8%, 44/94), em comparação com o

tratamento CIDR1 (33,7%, 34/101) e CIDR0 (27,3%, 22/06). Porcentagem de

estro acumulado em 45 dias foi maior em CIDR1 e CIDR4 do que em CIDR0

(Figura 9). Finalmente, taxa de prenhez aos 90 dias (final da estação de

monta) foi maior no CIDR1 (83,5%, 198/237) e CIDR4 (83,7%, 200/239), do

que em CIDR0 (72,6%, 82/113). Estes resultados indicam que a utilização do

CIDR, seja ele novo ou previamente utilizado, foi mais eficaz para acelerar a

puberdade, resultando em aumento da proporção de novilhas detectadas em

estro, e maior proporção de fêmeas gestantes. Além disso, observou-se no

mesmo estudo, que no dia 0 (dia da retirada do implante), concentração de

progesterona foi maior em CIDR1 (2,31 ± 0,11) do que CIDR4 (1,20 ± 0,11) e

CIDR0 (0,37 ± 0,16).

Figura 9. Percentual acumulado de novilhas Bos indicus pré-púberes em estro

tratadas ou não com implante de progesterona. Sem CIDR (CIDR0)

CIDR Novo (CIDR1) ou CIDR usado previamente por três vezes

(CIDR4). Adaptado de Claro Júnior et al., 2010.

Ainda em novilhas Nelore, Rodrigues et al. (2014), realizaram um

experimento onde tinham o objetivo de testar um protocolo de indução de

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puberdade, seguido por um protocolo de sincronização do estro em novilhas

pré-púberes. O delineamento foi realizado em dois estágios, onde no primeiro

todas as novilhas pré-púberes foram expostas por 12 dias, à um dispositivo de

progesterona usado (utilizado por 3 vezes = 27 dias), para induzir a primeira

ovulação. No segundo estágio, as novilhas foram submetidas à um programa

de sincronização do estro e IATF de 9 dias de permanência do dispositivo de

progesterona, em 3 períodos após o protocolo de indução (10, 12 e 14 dias

após). Não houve diferença significativa (P=032) na taxa de ovulação (86,9,

90,9 e 89,9% para os grupos 10, 12 e 14 dias, respectivamente). Já a taxa de

concepção foi menor (P=0.04) no grupo 10 dias (38,2%), quando comparados

aos grupos 12 e 14 (50,4% e 45,6%, respectivamente) Tabela 1.

Tabela 1. Taxas de ovulação, concepção, prenhez à IATF e prenhez ao final da

estação de monta, em novilhas Nelore onde o protocolo de

sincronização e IATF, iniciou nos intervalos de 10, 12 e 14 dias após

o protocolo de indução da puberdade. Adaptado de Rodrigues et al.

2014.

Variável Grupo 10 dias Grupo 12 dias Grupo 14 dias Valor P

OvulaçãoΨ (%) 86,9 (218/253) 90,9 (239/265) 89,8 (228/256) 0,32

Concepçãoξ (%) 38,2a(84/218) 50,4b(120/239) 45,6ab(104/228) 0,04

Prenhez à IATFΦ

(%) 33,7a(84/253) 45,5b(120/265) 40,6ab(104/256) 0,02

Prenhez ao finalΣ

(%) 80,7 (196/253) 84,4 (211/265) 78,0 (195/256) 0,22

Grupo 10 dias: protocolo de sincronização e IATF iniciado 10 dias após o protocolo de indução; Grupo 12 dias: protocolo de sincronização e IATF iniciado 12 dias após o protocolo de indução; Grupo 14 dias: protocolo de sincronização e IATF iniciado 14 dias após o protocolo de indução;

Ψ Taxa de ovulação;

ξ

Taxa de concepção; Φ

Taxa de prenhez à IATF; Σ

Taxa de prenhez ao final da estação de monta; ab

Letras diferentes na mesma linha diferem entre si (P<0,05)

Atualmente estão sendo desenvolvidos protocolo de indução da

puberdade de novilhas Nelore com 14 meses, sendo a utilização destes,

dependente do peso atingido pelas novilhas na referida idade, que deve ser

superior a 270 kg.

3. Conclusões

A idade à puberdade determina diretamente o desempenho reprodutivo

na vida do animal. O estado nutricional expresso pelo peso corporal no início

da estação de monta, escore de condição corporal e taxa de crescimento

17

durante à recria, desempenham um papel importante no desenvolvimento da

puberdade e/ou indução em novilhas Nelore.

A utilização de touros provados, tem impacto direto sobre a puberdade

das novilhas, assim devemos utilizar sêmen de touros precoces, quando for

realizada a IATF ou IA, já no repasse com monta natural, devemos dar

preferência à touros com o Certificado Especial de Identificação e Produção

(CEIP), pois estes passaram por um programa de melhoramento genético.

Finalmente do ponto de vista prático, é importante para a maior

lucratividade da pecuária nacional, que as novilhas sejam inseminadas durante

os estágios iniciais da estação de monta, isso influencia principalmente no peso

dos bezerros, pois sabe-se que novilhas que parem no final da estação de

parição, desmamam bezerros mais leves, e são inseminadas com atraso na

próxima estação de monta.

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