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Publicação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo ALQUIMISTA 1 Nesta edição do Alquimista divulgamos a XXIII Semana interna de prevenção de acidentes de trabalho do IQ. Além disso, temos o prazer de informar que a USP sobe 23 posições e alcança sua melhor classificação em ranking internacional. Ademais, noticiamos que o Prof. Hans Viertler assume a presidência do CRQ-IV. Também divulgamos as inscrições para a VII Semana cultural do IQ. Em seguida apresentamos matéria sobre Natura e pesquisadores compartilham conhecimento sobre química de produtos naturais. Por fim, publicamos matéria sobre Estudo aponta possível uso terapêutico da carnosina. Desejamos uma ótima leitura a todos! Carta do Editor Edição Número 139 setembro de 2016 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA do Instituto de Química da Universidade de São Paulo tem a satisfação de convidá-los para a XXIII SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, a ser realizada no período de 12 a 16 de setembro de 2016, no Anfiteatro Vermelho do Bloco 06 superior, conforme programação abaixo. XXIII SIPAT – Semana interna de prevenção de acidentes de trabalho 12 de Setembro de 2016 - Segunda-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h30 - Solenidade de Abertura Prof. Dr. Luiz Henrique Catalani - Diretor do IQUSP Maria Aparecida Paiva Lopes - Presidente CIPA IQUSP 10h00 - “Açõe do GT de Segurança do IQ-USP” Palestrante: Prof. Dr. Reinaldo Camino Bazito Instituto de Química– USP 13 de Setembro de 2016 - Terça-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 – “Segurança contra incêndios” e “Práticas Prudentes em Laboratórios" Palestrante: 1º. Ten.Cel João Rafael M. Gonçalves 4o. Grupamento de Bombeiros. Instituto de Química 14 de Setembro de 2016 - Quarta-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 - “Jogo do Resíduo – o Desafio” Palestrante: Dra. Patrícia Busko Di Vitta Institto de Química– USP 15 de Setembro de 2016 - Quinta-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 - “DST/HIV” Palestrante: Luciana Bueno Alves Martins Técnica de Enfermagem do Trabalho – SESMT/USP 16 de setembro de 2016- Sexta-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 - “Sistema de Classificação de produtos químicos” Palestrante: Dra. Marcela Gerardo Ribeiro Fundacentro Seminários do IQUSP Departamento de Bioquímica Quintas-feiras, 15:30 h, B6 sup Anfiteatro Cinza 15/09 Sequence-based exploration of microbial communities” – Profª. Drª. Susannah Tringe (DOE Joint Genome Institute, CA, USA). 22/09 Shine shine little flower of mine” – Prof. Dr. Erick Leite Bastos (IQ-USP). 29/09 All roads lead to cell death” – Prof. Dr. Ricardo Weinlich (Soc. Bem. Isr. Bras. Albert Einstein). 06/10 Biophysical and activity studies of peptides corresponding to the N-termini of Sticholysins I and IIProf. Dr. Gustavo Carretero (IQ-USP). Departamento de Química Fundamental Quartas-feiras, 16:30 h, B6 sup Anfiteatro Cinza 14/09 Estudos combinados de XAS-DFT em química bioinorgânica e sistemas moleculares” – Prof. Dr. Frederico A. Lima (LNLS). 21/09 Bioluminescência de Fungos” – Prof. Dr. Cassius V. Stevani (IQ-USP). (Excepcionalmente na sala A5 do ‘Queijinho’) 28/09 Sensores miniaturizados: Fabricação e aplicações em sistemas biológicos” – Prof. Dr. Alex S. Lima (IQ-USP) 05/10 Estudo do acúmulo de biomassa em microalgas através da análise de redes biológicas” – Profª. Drª. Flavia V. Winck (IQ-USP)

Publicação do Instituto de Química da Universidade de São ... · Carta do Editor Edição Número 139 – setembro de 2016 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA

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Publicação do Instituto de Química da Universidade de São Paulo

ALQUIMISTA

1

Nesta edição do Alquimista divulgamos a XXIII Semana interna de prevenção de acidentes de trabalho do IQ.

Além disso, temos o prazer de informar que a USP sobe 23 posições e alcança sua melhor classificação em

ranking internacional. Ademais, noticiamos que o Prof. Hans Viertler assume a presidência do CRQ-IV. Também

divulgamos as inscrições para a VII Semana cultural do IQ. Em seguida apresentamos matéria sobre Natura e

pesquisadores compartilham conhecimento sobre química de produtos naturais. Por fim, publicamos matéria

sobre Estudo aponta possível uso terapêutico da carnosina. Desejamos uma ótima leitura a todos!

Carta do Editor

Edição Número 139 – setembro de 2016

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA do Instituto de Química da Universidade de São Paulo tem a satisfação de convidá-los para a XXIII SIPAT - Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho, a ser realizada no período de 12 a 16 de setembro de 2016, no Anfiteatro Vermelho do Bloco 06 superior, conforme programação abaixo.

XXIII SIPAT – Semana interna de prevenção de acidentes de trabalho

12 de Setembro de 2016 - Segunda-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h30 - Solenidade de Abertura Prof. Dr. Luiz Henrique Catalani - Diretor do IQUSP Maria Aparecida Paiva Lopes - Presidente CIPA IQUSP 10h00 - “Açõe do GT de Segurança do IQ-USP” Palestrante: Prof. Dr. Reinaldo Camino Bazito Instituto de Química– USP 13 de Setembro de 2016 - Terça-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 – “Segurança contra incêndios” e “Práticas Prudentes em Laboratórios" Palestrante: 1º. Ten.Cel João Rafael M. Gonçalves 4o. Grupamento de Bombeiros.

Instituto de Química

14 de Setembro de 2016 - Quarta-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 - “Jogo do Resíduo – o Desafio” Palestrante: Dra. Patrícia Busko Di Vitta Institto de Química– USP 15 de Setembro de 2016 - Quinta-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 - “DST/HIV” Palestrante: Luciana Bueno Alves Martins Técnica de Enfermagem do Trabalho – SESMT/USP 16 de setembro de 2016- Sexta-feira (Anfiteatro Vermelho) 9h00 - “Sistema de Classificação de produtos químicos” Palestrante: Dra. Marcela Gerardo Ribeiro Fundacentro

Seminários do IQUSP

Departamento de Bioquímica

Quintas-feiras, 15:30 h, B6 sup – Anfiteatro Cinza

15/09 “Sequence-based exploration of microbial

communities” – Profª. Drª. Susannah Tringe – (DOE

Joint Genome Institute, CA, USA).

22/09 “Shine shine little flower of mine” – Prof. Dr.

Erick Leite Bastos – (IQ-USP).

29/09 “All roads lead to cell death” – Prof. Dr. Ricardo

Weinlich (Soc. Bem. Isr. Bras. Albert Einstein).

06/10 “Biophysical and activity studies of peptides

corresponding to the N-termini of Sticholysins I and II”

– Prof. Dr. Gustavo Carretero (IQ-USP).

Departamento de Química Fundamental

Quartas-feiras, 16:30 h, B6 sup – Anfiteatro Cinza

14/09 “Estudos combinados de XAS-DFT em química

bioinorgânica e sistemas moleculares” – Prof. Dr.

Frederico A. Lima – (LNLS).

21/09 “Bioluminescência de Fungos” – Prof. Dr.

Cassius V. Stevani – (IQ-USP). (Excepcionalmente

na sala A5 do ‘Queijinho’)

28/09 “Sensores miniaturizados: Fabricação e

aplicações em sistemas biológicos” – Prof. Dr. Alex

S. Lima – (IQ-USP)

05/10 “Estudo do acúmulo de biomassa em

microalgas através da análise de redes biológicas” –

Profª. Drª. Flavia V. Winck – (IQ-USP)

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USP sobe 23 posições e alcança sua melhor classificação em ranking internacional

A USP subiu 23 posições e ficou em 120º lugar no QS World University Ranking, divulgado no dia 5 de setembro, pela Quacquarelli Symonds, organização britânica de pesquisa em educação, especializada em instituições de ensino superior. É a melhor posição alcançada pela universidade, desde que o ranking passou a ser divulgado, em 2010. “Esse resultado mostra que o reconhecimento e o prestígio da USP fora do país estão aumentando gradativamente. Apesar de oscilações anuais, a posição da USP é consolidada como uma das melhores universidades não só da América Latina, mas também da Ibero-América – fato que já era conhecido, mas que se popularizou com o surgimento dos rankings”, explicou o reitor Marco Antonio Zago.

Em 2016, o QS World University avaliou mais de 4 mil universidades do mundo e classificou as 900 melhores instituições de acordo com seis indicadores: reputação acadêmica, reputação entre empregadores, proporção de professor para estudante, citações científicas, número de estudantes estrangeiros e corpo docente internacional.

Neste ano, a USP destacou-se em dois desses indicadores. No item reputação acadêmica, que considera a opinião de pesquisadores sobre as melhores universidades de pesquisa do mundo, a USP subiu quatro posições, passando do 51º para o 47º lugar. No indicador reputação entre empregadores, que avalia a opinião dos empregadores sobre as instituições que formam os melhores profissionais, passou da 57ª posição, em 2015, para a 45ª, em 2016.

Apesar do bom desempenho, Zago explica que essas classificações devem ser analisadas com ressalvas. “Não podemos transformá-las em metas. Um aspecto é melhorar a posição da universidade nos rankings, outro, muito mais importante, é melhorar a universidade de forma geral. De qualquer maneira, a classificação incentiva a análise de dados dentro da própria instituição, revelando outros aspectos importantes. Um exemplo: o impacto das pesquisas produzidas pela USP é equivalente ao de outras boas universidades do mundo, embora o porcentual de colaboração com pesquisadores internacionais ainda deva melhorar.”

Segundo o reitor, a boa reputação da USP nos rankings internacionais tem impacto positivo nas parcerias com outras universidades, facilitando o intercâmbio de pesquisadores e o desenvolvimento de projetos de pesquisa com financiamento conjunto. Além da USP, entre as brasileiras, a segunda mais bem posicionada foi a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na 191ª posição, seguida da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no 321º lugar.

Além do ranking geral, a universidade também se destacou em outras classificações publicadas pela QS em 2016. Manteve, por exemplo, a liderança no QS Latin America (que avalia as melhores universidades apenas da América Latina). No QS Brics, que classifica as universidades dos países integrantes do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), a USP ocupa a 10ª posição – é a

universidade brasileira mais bem colocada. No QS World University Ranking by Subject, a universidade

ficou entre as 200 melhores do mundo em 38 das 42 áreas de concentração avaliadas. Os destaques foram as áreas de Odontologia (9ª posição), Agricultura e Silvicultura (26ª), Antropologia (34ª), Engenharia de Minérios e Minas (36ª), Arquitetura (37ª) e Ciência Veterinária (38ª).

Neste ano, pela primeira vez, a consultoria britânica Times Higher Education publicou um ranking focado nas universidades latino-americanas. Nesta classificação inaugural, a USP também ocupa a posição de liderança, seguida pela Unicamp. A Pontifícia Universidade Católica do Chile ficou em terceiro.

No The World Reputation Ranking 2016, divulgado pela mesma consultoria, a USP é a única instituição latino-americana classificada entre as 100 universidades com melhor reputação acadêmica do mundo.

Publicado no último dia 15 de agosto pela Shanghai Ranking Consultancy, o Academic Ranking of World Universities (ARWU) avaliou mais de 1,2 mil instituições, classificando as 500 primeiras. A USP é a universidade latino-americana mais bem posicionada, situando-se no grupo entre a 100ª e a 150ª posição, mesma classificação alcançada no ano passado.

Em outra classificação, elaborada pelo Center for World University Rankings (CWUR), ocupa a 138ª posição no ranking geral e é a primeira da América Latina.

Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial Assessoria de Imprensa da USP

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Prof. Hans Viertler assume a presidência do CRQ-IV Em razão de precisar tratar de assuntos particulares, o que

o impediria de continuar dando expediente diário na entidade, o Engenheiro Manlio de Augustinis decidiu renunciar à presidência do Conselho Regional de Química – IV Região (CRQ-IV) no dia 1º de agosto. Para seu lugar foi eleito o Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas Hans Viertler. A vice-presidência passou a ser ocupada pelo também Bacharel Nelson Bonetto. Viertler ficará no comando da entidade até 31 de julho de 2017, quando terminaria o mandato de Augustinis. O presidente a ser eleito no ano que vem (em data a ser divulgada) e os que o sucederem terão direito a um mandato completo de três anos, conforme prevê o regimento interno do Conselho.

Hans Viertler nasceu em Viena, Áustria, mas veio cedo para o Brasil. Graduado em Química pela Universidade de São Paulo em 1962, naquele mesmo ano cursou uma especialização em Química Tecnológica. Obteve o seu doutorado em Química Orgânica, pela USP, em 1969 e o pós-doutorado pela University of Ottawa, Canadá, em 1973.

Toda a sua carreira foi desenvolvida nas áreas de ensino e pesquisa. Como professor, atuou por cinco décadas no Instituto de Química da USP, instituição da qual foi diretor entre 2006 e 2010. Ainda na ativa, atualmente é professor colaborador-sênior do Instituto.

Sua linha de pesquisa é a eletroquímica de compostos orgânicos de enxofre funcionalizados: mecanismos de reação e aplicações sintéticas; e catálise redox em eletrossíntese orgânica. A eletroquímica, segundo destaca em sua página no Portal da USP, é um método limpo e conveniente para gerar muitos intermediários reativos através da oxidação ou redução de substâncias orgânicas. Assim, é possível desenvolver metodologias adequadas para realizar transformações químicas úteis e seletivas. A catálise redox, onde ocorre a geração e regeneração eletroquímica in situ de reagentes em quantidades não estequiométricas, mostrou ser uma forma bastante atrativa para a eletrossíntese orgânica.

O grupo liderado por Viertler investiga as reduções e oxidações eletroquímicas de compostos carbonílicos alfa, beta-insaturados alquil- e ariltio-substituídos nas ligações duplas carbono-carbono (I e II) e as reduções de alquenos e dienos ativados por grupos elétron- atraentes.

Mais recentemente as reduções eletroquímicas de sais de diazônio têm sido examinadas. Nestes estudos, espera-se contribuir para o esclarecimento dos mecanismos das reações eletroquímicas e desenvolver metodologias sintéticas que permitam sintetizar moléculas-alvo de estruturas mais complexas.

Viertler também presidiu a Sociedade Brasileira de Química (SBQ) no biênio 1994/1996, sendo até hoje conselheiro da entidade. Para homenageá-lo, em 2010 a SBQ criou o “Prêmio Hans Viertler para Jovens Pesquisadores”, que estimula e reconhece o trabalho de acadêmicos de até 35 anos de idade.

O novo presidente está registrado no CRQ-IV desde janeiro de 1964. Passou a atuar na entidade em agosto de 1975, quando foi eleito conselheiro. Ocupou vários cargos na diretoria, tendo sido eleito e sucessivamente reeleito vice-presidente desde 2010. Alçado novamente a este cargo em 1º de agosto deste ano, assumiu de imediato a presidência em razão da renúncia de Manlio de Augustinis.

Conforme prevê o regimento interno da entidade, Viertler comandará o Conselho até 31 de julho do ano que vem. O próximo presidente da entidade, a ser eleito em janeiro próximo, terá mandato de três anos.

Informativo CRQ-IV

Estão abertas as inscrições para apresentações na VII Semana cultural do IQ. As inscrições vão

até o dia 7 de outubro, estão convidados a apresentar aqueles que fotografam, cantam, tocam

algum instrumento musical, escreve poesias, ou se expressam em qualquer outra forma de arte.

Para se inscrever é necessário preencher o formulário online (goo.gl/iQ2J4I). O evento será

realizado de 7 a 11 de novembro, e os participantes receberão a programação com uma semana

de antecedência. O evento é coordenado por Luci Deise Navarro ([email protected]).

VII Semana cultural do IQ

De 19 a 23 de setembro ocorrerá no IQ a 33ª Semana da Química, com o tema “A Química do

Corpo Humano”. A Semana da Química é um evento que ocorre anualmente no Instituto de Química

da Universidade de São Paulo (USP), e tem como objetivo apresentar aos visitantes aplicações

concretas da ciência através de palestras, mesas de debate, oficinas em laboratório, minicursos e

visitas técnicas. Existe desde 1981 abordando diversos temas de interesse da comunidade científica.

Programação e maiores informações em http://www.iq.usp.br/semanadaquimica/ .

33ª Semana da Química

Prof. Hans

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Natura e pesquisadores compartilham conhecimento sobre química de produtos naturais

O extrato da erva amazônica jambu (Acmella oleracea) possui diversas aplicações: da culinária, como ingrediente do molho de tucupi, à cosmética, como uma espécie de botox natural. Mas o uso industrial do produto natural é limitado por conta do custoso processo de extração da substância pura responsável por tais propriedades, o espilantol. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiram sintetizar em laboratório esse constituinte do jambu de importância comercial, abrindo caminho para sua obtenção em maior escala e novas aplicações.

O trabalho foi um dos apresentados na sede da empresa Natura, em Cajamar (SP), no último dia 25 de agosto, durante o Showcase Natura Campus, que reuniu representantes da empresa e pesquisadores do Programa FAPESP de Pesquisa em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA). O objetivo foi compartilhar potenciais descobertas de pesquisas científicas para o desenvolvimento de produtos inovadores.

“O encontro foi o primeiro de uma série de rodadas de negócios do BIOTA com empresas, tendo como base as pesquisas realizadas no programa em mais de 15 anos e o conhecimento de excelência que se tem sobre a biodiversidade brasileira”, disse Vanderlan da Silva Bolzani, do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara e membro da coordenação do BIOTA.

“A universidade e a indústria são dois mundos distintos, mas que podem e devem conversar. A riqueza natural gigantesca do Brasil ainda não é correspondida pelo número de patentes e por projetos de inovação que resultem em produtos de alto valor agregado tendo nossa biodiversidade como fonte de inspiração”, avaliou Bolzani.

O processo inovador de síntese do espilantol foi patenteado pelos pesquisadores da Unicamp e teve origem na pesquisa Desenvolvimento de metodologias e processos de síntese empregando uma nova plataforma tecnológica: a síntese de produtos naturais e derivados com potencial atividade farmacológica assistida por micro e mesorreatores contínuos, realizada com apoio da FAPESP.

“Por ser utilizado em diversas aplicações e de grande dificuldade de isolamento, esse composto tem um valor comercial elevado. Desse modo, a síntese orgânica fornece uma boa alternativa para produzir o espilantol de forma mais barata e também para a exploração das atividades biológicas de seus análogos”, contou Júlio Cezar Pastre, do Instituto de Química da Unicamp, coordenador da pesquisa.

As diversas possibilidades de aplicação do espilantol estão relacionadas a suas propriedades analgésicas, antioxidantes, anti-inflamatórias, antifúngicas, antimaláricas, bacteriostáticas e larvicidas contra mosquitos, como o Aedes aegypti. Em cosmética, o interesse está na sua capacidade de descontrair microtensões da pele do rosto, evitando e suavizando rugas.

A biossíntese é a produção de compostos químicos naturalmente por seres vivos. A síntese orgânica consiste na construção de moléculas orgânicas, como a do espilantol, por meio de processos de reações químicas planejados em laboratório. Dessa forma, explica Bolzani, é possível copiar inúmeros produtos naturais.

“A síntese orgânica é uma área de grande impacto científico e inovação tecnológica e a biodiversidade do Brasil é o laboratório químico mais sofisticado que um cientista pode ter em mãos. Para não devastá-la, reproduzir essa riqueza em laboratório é o ideal. A natureza é inspiração para a arte de construir moléculas: há modelos estruturais de enorme complexidade e tão inusitados sendo biossintetizados que nenhuma mente brilhante imaginaria sintetizar.”

Em outro trabalho apresentado durante o Showcase Natura Campus, pesquisadores do Núcleo de Bioensaios, Biossíntese e Ecofisiologia de produtos naturais (NuBBE) do IQ-Unesp estudaram a Senna spectabilis, conhecida como cássia do Nordeste ou acácia.

A planta biossintetiza um tipo de substância que, após uma modificação química em laboratório, demonstrou ser um potencial inibidor da enzima acetilcolinesterase, relacionada à doença de Alzheimer. Os testes preliminares demonstraram sua eficiência com toxidez mais baixa que a galantamina, fármaco utilizado no tratamento da doença.

Como se trata de uma árvore de grande porte e a molécula é biossintetizada principalmente nas pétalas de suas flores, em períodos anuais de floração e em concentração muito baixas, não foi possível obter

a quantidade necessária de matéria-prima para os análogos sintéticos e para que a indústria realizasse ensaios pré-clínicos.

Foi então que o grupo se voltou para a rizosfera da planta, procurando elucidar os mecanismos de interação entre a árvore e os microrganismos que vivem na região onde o solo e as raízes entram em contato.

“Na química ecológica, assim como numa selva, existe uma comunicação aérea, por aromas e moléculas de alta volatilidade no ar, e, também, uma comunicação subterrânea entre vários organismos. Não se trata apenas das raízes, mas também dos microrganismos e de como eles se relacionam com as plantas. A ideia é tentar entender que tipos de moléculas essa microbiota produz e se algumas delas se assemelham às produzidas pelas plantas em suas partes aéreas”, contou Ian Castro-Gamboa, responsável pela pesquisa A rizosfera de Senna spectabilis: estudo das interações planta/microrganismos utilizando ferramentas metabolômicas, realizada com apoio da FAPESP.

Os pesquisadores compuseram uma coleção de microrganismos dessa rizosfera, armazenando 167 tipos de fungos filamentosos e 25 espécies de bactérias. Ao estudar os espécimes, descobriram que moléculas muito similares às biossintetizadas nas flores eram produzidas na rizosfera, bastando apenas algumas poucas modificações em laboratório para que elas pudessem ter a mesma eficácia na inibição da enzima acetilcolinesterase.

“Com a vantagem de que, agora, estamos lidando com microrganismos, que podem ser manipulados mais facilmente e associados à biotecnologia, possibilitando produzir moléculas com valor agregado”, completou Castro-Gamboa.

De acordo com o pesquisador, os microrganismos também biossintetizam moléculas com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que poderiam ser utilizadas em diversos produtos. A inovação pode representar uma alternativa ao hidroxitolueno butilado (BHT), composto orgânico antioxidante por muito tempo usado como aditivo alimentar e conservante, inclusive na indústria de cosméticos, mas que foi proibido por oferecer riscos à saúde e ao meio ambiente.

Rita de Cássia Pessotti, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo (USP), também apresentou pesquisas relacionadas à obtenção de produtos naturais de origem microbiana.

Entre as pesquisas apresentadas por Pessotti esteve o Projeto Temático Novos agentes terapêuticos obtidos de bactérias simbiontes de invertebrados brasileiros, realizado com o apoio da FAPESP e coordenado por Mônica Tallarico Pupo, da FCFRP-USP. O projeto integra o International Cooperative Biodiversity Group (ICBG), formado por uma equipe interdisciplinar de médicos, farmacologistas, biólogos evolutivos e químicos com o objetivo de descobrir agentes terapêuticos produzidos por bactérias que não prejudicam seu hospedeiro.

Foram apresentados, ainda, trabalhos realizados no âmbito do BIOTA por pesquisadores do Instituto de Biociências do Campus Experimental do Litoral Paulista da Unesp, representados por Marcos Hikari Toyama. O pesquisador conduz estudos sobre a enzima fosfolipase A2, secretada em venenos de animais. A linha de pesquisa tem o objetivo de avaliar o potencial anti-inflamatório da enzima.

De acordo com Luciana Hashiba, gerente de Gestão de Inovação e Parcerias da Natura, o encontro pode levar a novas parcerias de pesquisa com o apoio da empresa.

“O BIOTA já é parceiro da Natura de longa data e o que buscamos com esse encontro é estreitar ainda mais os laços e promover maior interação com o ambiente diverso da pesquisa apoiada pela FAPESP, sempre com o objetivo de realizar inovação alinhada ao conhecimento científico”, disse.

Além das parcerias de pesquisa com o BIOTA, FAPESP e Natura são parceiras no Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano, formado por uma rede de pesquisadores das áreas de Psicologia e Neurociências da USP, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Sediado no Instituto de Psicologia da USP (IPUSP), o Centro é o primeiro na área de Humanidades criado a partir de modelo de financiamento compartilhado entre uma empresa privada e a Fundação.

Agência FAPESP

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Estudo aponta possível uso terapêutico da carnosina

Situações como abuso de álcool, consumo de tabaco, atividade física intensa, exposição à poluição veicular e envelhecimento podem causar no organismo uma elevação nos níveis de moléculas tóxicas conhecidas como aldeídos.

Por serem altamente reativos, os aldeídos em excesso danificam proteínas, ácidos nucleicos e outras estruturas importantes para o funcionamento das células. Algumas dessas lesões são possíveis vias para o desenvolvimento de patologias relacionadas ao estresse oxidativo, como inflamação, doenças neurodegenerativas, doenças cardiovasculares, diabetes e câncer.

Em um estudo divulgado recentemente na revista Scientific Reports, pesquisadores brasileiros demonstraram que uma importante aliada no processo de eliminação de aldeídos reativos é a carnosina – um dipeptídeo formado a partir da combinação entre os aminoácidos β-alanina e L-histidina.

No trabalho, apoiado pela FAPESP e coordenado por Marisa H. G. Medeiros, professora do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP), os pesquisadores elucidaram a estrutura do composto resultante da reação entre a carnosina e o aldeído insaturado acroleína. Esse aduto (produto da reação química) foi nomeado 3-metilpiridíneo carnosina.

O grupo também desenvolveu um método de alta sensibilidade para detectar e quantificar esse produto da reação carnosina-acroleína em tecidos e em fluidos biológicos, como urina e sangue.

“Desenvolvemos um método altamente específico e detectamos concentrações bastante significativas de 3-metilpiridíneo carnosina na urina de adultos não fumantes. Acreditamos que esse aduto pode ser usado como biomarcador da exposição a aldeídos endógenos [naturalmente produzidos pelo corpo, por exemplo, após exercícios intensos] e exógenos [por exemplo, aqueles inalados com a fumaça do cigarro ou de escapamentos]”, disse Medeiros.

A pesquisa foi realizada no âmbito do Centro de Pesquisa em Processos Redox em Biomedicina (Redoxoma), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela FAPESP.

Na avaliação de Medeiros, os resultados apontam para um possível uso terapêutico da carnosina em patologias relacionadas com o aumento da produção de aldeídos reativos, como, por exemplo, a esclerose lateral amiotrófica.

A carnosina é encontrada naturalmente em tecidos como músculos, coração, cérebro, fígado, rins, entre outros. Suas concentrações podem ser elevadas por meio da ingestão de carnes ou de suplementos de β-alanina, aminoácido precursor da carnosina.

Atualmente, a suplementação com β-alanina é bastante usada por atletas com o objetivo de melhorar o desempenho durante os treinos, especialmente em práticas anaeróbicas como musculação.

“Ainda não é totalmente compreendida a ação da carnosina nos músculos. Já se sabe que ela ajuda a equilibrar o pH do tecido, que tende a diminuir com a

prática de atividade física intensa, pois esta induz a liberação de ácido láctico. Acreditamos que o efeito benéfico também esteja relacionado ao fato de a carnosina se ligar a aldeídos insaturados, ajudando a eliminá-los do organismo”, explicou Medeiros.

De acordo com Medeiros, diversas vias endógenas para eliminação de aldeídos insaturados já foram descritas na literatura científica, sendo as principais a conjugação dessas moléculas com a enzima glutationa (GSH) e as reações de redução ou oxidação catalisadas pelas enzimas álcool desidrogenase, aldo-ceto redutase e aldeído desidrogenase.

Dipeptídeos contendo histidina, como é o caso da carnosina e também da homocarnosina e da anserina, são reconhecidos como agentes capazes de eliminar compostos carbonílicos insaturados, como os aldeídos. Alguns produtos resultantes da reação entre a carnosina e os aldeídos insaturados já haviam sido caracterizados e descritos na literatura.

“Nosso objetivo inicial era desenvolver um método não invasivo para detecção desses compostos já caracterizados, que poderiam servir de biomarcadores de estresse oxidativo em modelos pesquisados no âmbito do CEPID Redoxoma, como, por exemplo, o envelhecimento e a esclerose lateral amiotrófica. Mas, quando analisamos o aduto da reação carnosina-acroleína por ressonância magnética nuclear, descobrimos que sua estrutura era diferente da que havia sido descrita anteriormente e, desta forma, percebemos que havíamos caracterizado um produto inédito”, contou Medeiros.

Os pesquisadores detectaram e quantificaram o aduto em amostras de urina humana com auxílio de uma metodologia baseada em cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas. Nas amostras analisadas, a substância 3-metilpiridíneo carnosina foi o mais abundante metabólito de acroleína na urina.

Para Medeiros, o método de detecção representa uma ferramenta importante para identificar o aumento da produção e o acúmulo de aldeídos reativos em tecidos, bem como para desvendar o papel da carnosina na desintoxicação desses aldeídos, possibilitando o desenvolvimento de estratégias terapêuticas.

“Temos um modelo de camundongo geneticamente modificado para desenvolver uma condição semelhante à esclerose lateral amiotrófica. Nossa proposta é acompanhar a evolução da doença por meio da observação e quantificação desses adutos na urina dos animais”, contou Medeiros

O grupo do Redoxoma também inicia uma colaboração com dois professores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, Guilherme Giannini Artioli e Bruno Gualano, que desenvolvem estudos com atletas suplementados com β-alanina.

“Vamos monitorar a liberação desses adutos na urina dos atletas antes e depois da prática de atividade física para ver se os níveis desse possível biomarcador aumentam. Se realmente a carnosina estiver ajudando na eliminação dos aldeídos, o nível desses adutos deverá aumentar após o treino”, explicou a pesquisadora.

Karina Toledo (Agência FAPESP)

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QUER COLABORAR? Para colaborar com o jornal ALQUIMISTA, entre em contato através do e-mail: [email protected] Eventos, artigos, sugestões de matérias ou qualquer outra atividade de interesse do IQUSP podem ser enviados. Todos podem colaborar. Sejam eles, professores, funcionários, alunos ou interessados.

Teses e Dissertações

Alunos do Programa de Pós-Graduação do IQ que defenderão seus

trabalhos de Mestrado (M) e Doutorado (D)

1. Rodrigo Vieira Rodrigues – “Síntese, e caracterização termoanalítica e

estudo da fotoluminescência dos oxisulfetos e oxisulfatos de Terras Raras

obtidos a partir de sulfatos e sulfonatos”. Orientador: Prof. Dr. Jivaldo do

Rosário Matos. Dia: 13/09/2016, às 13:30 h, no Anfiteatro Cinza (D).

2. Rosiris Sindeaux de Alencar Pires de Oliveira – “Conceitos alternativos

sobre radicais livres: origens, prevalência e intervenções”. Orientador: Prof.

Dr. Bayardo Baptista Torres. Dia: 14/10/2016, às 09:30 h, no Anfiteatro

Vermelho (M).

3. Fernando Henrique do Nascimento – “Desenvolvimento de métodos de

análise por injeção sequencial com detecção eletroquímica para a aplicação

em estudos de interação de Hg(II), As(III) e Se(IV) com ligantes heterogêneos

de ocorrência natural”. Orientadora: Prof. Dr. Jorge Cesar Masini. Dia:

29/09/2016, às 13:30 h, na Sala A2 do ‘Queijinho’ (D).

Milton César Santos Oliveira

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - Instituto de Química -

Reitor Prof. Dr. Marco Antonio Zago

Pró-Reitor de Cultura e Extensão

Profa. Dra. Maria A. Arruda

Diretor Prof. Dr. Luiz Henrique Catalani

Vice-Diretor

Prof. Dr. Prof. Paolo Di Mascio

Chefe do DQF Prof. Dr. Mauro Bertotti

Chefe do DBQ

Prof. Dr. Shaker Chuck Farah

Editor Prof. Dr. Hermi F. Brito

Redator e Jornalista-Responsável

Prof. Dr. Paulo Q. Marques (reg. prof. MTb nº 14.280/DRT-RJ)

Tiago B. Paolini (Secretário)

Colaboradores

Cássio Cardoso

Fábio Yamamoto

Cezar Guizzo Ivan Guide N. Silva

Jaílton Cirino Santos Lucas C.V. Rodrigues

23/9. Rodrigo Marques Oliboni

24/9. Adriana Yamaguti Matsukuma

25/9. Fabio Massami Yamamoto

25/9. Marivon Pereira Alves Pereira

26/9. Carlos Takeshi Hotta

26/9. Luciana da Silva Cunha

28/9. Marina Mayumi Yamashita

29/9. Maria Cristina R. Machado

29/9. Priscilla Elisangela de Avila

30/9. Juliana Raveli Domingos

2/9. Fernando Alves Dornelas

2/9. Roberto Rosim Bertoza

6/9. Francenilda Costa Pereira Ciferi

7/9. Daisy de Brito Rezende

8/9. Ademir Bernardo de Souza

10/9. Daniel Nopper Silva Rodrigues

10/9. João Carlos Prado Santolaria

11/9. Donisete Dalmo Lara Campos

12/9. Alexander Henning Ulrich

12/9. Daniel da Silva

13/9. Renato Vieira Nascimento Junior

15/9. Alessandra de Carvalho Ramalho

17/9. Ednailson Pereira de Carvalho

17/9. Regina Lúcia Baldini

18/9. Letícia Marques Peron

18/9. Maria Perpetua Batista M. Araujo

20/9. Marcelo Nakamura

22/9. Adriano dos Santos Braga

ANIVERSARIANTES

Parabéns aos aniversariantes do IQ

- mês de setembro -

Frase do mês

“O coração tem razões que a própria razão desconhece.”

Blaise Pascal