20
Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Odontologia Entidade conveniada à Faculdade de Odontologia da USP - Venda proibida.

Publicação semestral da ffo - fundecto - Fundação para … fileAnexo à revista está o caderno completo dos cursos que serão ministrados durante o segundo semestre de 2012,

Embed Size (px)

Citation preview

Pub

licaç

ão s

emes

tral

da

ffo -

fund

ecto

- F

unda

ção

para

o D

esen

volv

imen

to C

ient

í� co

e T

ecno

lógi

co d

a O

dont

olog

iaEn

tidad

e co

nven

iada

à F

acul

dade

de

Odo

ntol

ogia

da

US

P -

Ven

da p

roib

ida.

Editorial

Índice

� o-fundectoConveniada à Faculdade deOdontologia da USP

DIRETOR PRESIDENTEProf. Dr. João Batista de Paiva

DIRETOR VICE PRESIDENTEProf. Dr. Leonardo Eloy Rodrigues Filho

DIRETOR TESOUREIROProf. Dr. Rodolfo Francisco H. Melani

DIRETOR SECRETÁRIOProfª. Drª. Míriam Lacalle Turbino

DIRETOR VOGALProf. Dr. Atlas Edson Moleros Nakamae

CONSELHO CURADORPresidente:Prof. Dr. Giorgio De MicheliMembros:Prof. Dr. Carlos GilProf. Dr. Edgard Crosato Prof. Dr. Jose Rino Neto Prof. Dr. Igor Studart Medeiros Prof. Dr. Manoel Eduardo de Lima Machado Prof. Dr. Michel Nicolau YoussefProf. Dr. Reinaldo Brito e Dias Prof. Dr. Waldyr Antonio Jorge

COMISSÃO DE CURSOSPresidente:Prof. Dr. José Rino Neto Membros:Prof. Dr. Edgard CrosatoProf. Dr. Fernando Ricardo Xavier da SilveiraProf. Dr. Glauco Fioranelli VieiraProf. Dr. João Gualberto de Cerqueira LuzProf. Dr. Paulo Eduardo Capel CardosoProfª. Drª. Regina Tamaki

COORDENAÇÃO DEPARTAMENTO DE MARKETINGLetícia Bezinelli - [email protected] M. Malheiros - [email protected]

PROJETO GRÁFICOPingo No I - Publicidade e [email protected]

JORNALISTA RESPONSÁVELPriscila Gonçalves Biella - MTB 52367

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO35.000 exemplares

Caro Colega Cirurgião-Dentista,

A ff o-fundecto, nestes 29 anos de apoio acadêmico e de assistência na área da saúde, tem demonstrado êxito no desempenho de suas atividades. Os indicadores positivos são inúmeros mas, o mais importante é a sua aprovação, caro leitor. E para continuarmos merecendo o seu respeito e a sua confi ança não poupamos esforços no planejamento e construção dos cursos ministrados em 2012.

O Clinical Consult continua a todo vapor! Nesta edição estão disponíveis mais artigos e casos clínicos, de diversas áreas da Odontologia, escritos pelos nossos professores para colaborar com a sua prática clínica e com o seu crescimento profi ssional.

Anexo à revista está o caderno completo dos cursos que serão ministrados durante o segundo semestre de 2012, além da agenda das Especializações. Hoje temos mais de 100 opções de cursos, de diversas modalidades e em todas as áreas da Odontologia.

Verifi que os detalhes em nosso site:

www.fundecto.org.br ou ligue para nosso call center: 0800 771 7001

Boa leitura e, como sempre, estamos esperando por você!

Especial: Programa de Parcerias.

Especial: Responsabilidade Social.

� o-fundecto com você e por você!

Agenda: Datas de seleção para especialização.

Diferenciais: Con� ra todas as vantagens oferecidas pela � o.

Artigo: Odontopediatria.

Artigo: Implantodontia.

Artigo: Prótese.

Artigo: Endodontia.

Artigo: Radiologia.

Artigo: Reabilitação Oral.

6 7 8/18

456

78

10

141618

Prof. Dr. João Batista de PaivaPresidente ffo-fundecto

4

12

8/18

ClinicalConsult

Encarte Especial:Catálogo de

Cursos.

4revista ffojul/dez 2012

Programa de Parcerias Dep. Marketing/fotos: Arquivo ff o

Desde seu início a ff o-fundecto tem como uma das principais características aliar trabalhos científi cos com a prática clínica para mostrar as novidades e as tendências dentro da Odontologia. Além do embasamento científi co, a ff o-fundecto também se preocupa em compartilhar as tecnologias existentes hoje no mercado odontológico. Para isso, há um programa de parcerias que traz para os

cursos equipamentos e materiais de última geração. As empresas parceiras da ff o-fundecto também desenvolvem semanas e atividades especiais para apresentar o que há de moderno no mercado.Confi ra algumas dessas ações que aconteceram no primeiro semestre de 2012:

A Kota e a Oral B

promoveram na ff o-fundecto as palestras com os Professores Carlos de Paula Eduardo e Jansen Ozaki.

O evento foi um sucesso. Confi ra:

Semana Ultradent na ff o:maio de 2012

Confi ra uma das sorteadas da semana: Secretária Karina representando a Dra. Ismenia Galvão (CRO 36253), do curso de Dentística Estética, coordenado pelo Prof. Dr. Narciso Garone.

Semana Heraeus Kulzer: junho de 2012

A HERAEUS promo-veu o lançamento da resina nano-híbrida “Charisma Diamond” e do adesivo denti-nário “Gluma 2Bond” na ff o-fundecto. O evento contou com a palestra dos profes-sores Walter Miran-da e Luís A. Felippe, além de demonstra-ção dos produtos e diversos sorteios.

Especial

5revista ffo

jul/dez 2012

Responsabilidade Social

A ffo-fundecto sempre buscou oferecer excelência em educação continuada na área da Odontologia, gerar e di-fundir conhecimentos. Entretanto, além do compromisso com a formação dos Cirurgiões-Dentistas, a Fundação tam-bém tem consciência do seu papel para a contribuição da melhoria da saúde bucal brasileira.Dessa maneira, no dia cinco de maio de 2012, a ffo-fun-decto e a ODONTO USP Junior realizaram mais uma edição do Projeto de Prevenção e Promoção de Saúde Bucal: o “CONSTRUINDO SORRISOS”.O Projeto “CONSTRUINDO SORRISOS” iniciou em 2005 e conta com a participação voluntária de cerca de 100 pes-soas, entre as quais estão alunos de graduação, pós-gra-duação e professores da FOUSP. O diferencial do projeto é que as comunidades são trazidas até a ffo-fundecto. Dessa forma, toda infra-estrutura da Fundação é utilizada, poden-do oferecer um atendimento completo à comunidade. Veja o que aconteceu na última edição do projeto e se in-forme em nosso callcenter sobre as próximas atividades, pois você, Cirurgião-Dentista, aluno da ffo-fundecto, tam-bém pode participar.

Diretoria ffo-fundecto e Equipe Odonto USP Jr.

Orientação dehigiene bucal

Atedimento clínicoAtividade lúdica Atividade lúdica

6revista ffojul/dez 2012

Seja Bem Vindo!!!

A equipe da ff o-fundecto quer estar próxima de seus alunos, por isso vem desenvolvendo maneiras de ampliar sua comunicação, cada vez mais fácil e direta. Assim, criou seu Facebook e Twitter, que trazem notícias em primeira mão da comunidade ff o-fundecto, FOUSP e do mercado odontológico. Outra iniciativa que já virou tradição é a

SEMANA DE BOAS VINDAS, realizada em conjunto com a Johnson & Johnson. Logo no início do curso o aluno é recebido por uma equipe preparada que orienta o aluno sobre o funcionamento do curso e da Fundação, esclarece as dúvidas e ainda faz a entrega de diversos brindes.

Em agosto, estaremos te esperando aqui!Venha para � o-fundecto!

AgendaCall Center: [email protected]

segunda a sexta das 08h às 18h

Parcerias com hotéis

Especialização Seleção

SEMANAISCirurgia Abr/2014Cirurgia 03/07/12Dentística Jan/2013Endodontia Jan/2013Implantodontia Mar/2014 Odontologia Legal Mar/2013Odontopediatria 22/11/12Ortodontia Out/2014Pacientes Especiais Mai/2013Periodontia 08/12/12Prótese Dez/2012Radiologia Nov/2012

Especialização Seleção

QUINZENAISRadiologia Fev/2013Saúde Coletiva 04/08/12

MENSAISDentística Mar/2014 Endodontia 11/08/12Endodontia Ago/2012 Odontologia do Trabalho Fev/2013Odontopediatria 19/03/13Prótese Set/2012Radiologia Set/2013

PRÓXIMAS TURMAS DE ESPECIALIZAÇÃO

Radiologia Fev/2013Radiologia Fev/2013Saúde Coletiva Saúde Coletiva

Dentística Dentística Endodontia Endodontia Endodontia Endodontia Odontologia do Trabalho Fev/2013Odontologia do Trabalho Fev/2013

Prótese Prótese Odontopediatria 19/03/13Odontopediatria 19/03/13

Radiologia Set/2013Radiologia Set/2013

Cirurgia Cirurgia Cirurgia Abr/2014Cirurgia Abr/2014

Implantodontia Mar/2014 Implantodontia Mar/2014

Ortodontia Out/2014Ortodontia Out/2014

Odontologia Legal Mar/2013Odontologia Legal Mar/2013

Periodontia Periodontia Prótese Prótese

Dentística Jan/2013Dentística Jan/2013Endodontia Jan/2013Endodontia Jan/2013

Odontopediatria Odontopediatria

Pacientes Especiais Pacientes Especiais

Radiologia Radiologia Descontos exclusivos. Consulte!

ffo-fundecto com você e por você!

A Oral B ofereceu aos alunos da Especia-lização de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais kits comple-tos de cuidados bucais com escova de dente, creme dental, enxaguatório e fi o

dental! Além dos alunos a Oral B ofereceu ao Cen-tro de Pacientes Especiais (CAPE) da FOUSP esco-vas elétricas para serem distribuí-das aos pacien-tes com necessi-dades especiais, principalmente aqueles com difi -culdade motora.

Entrega da escova elétrica oral-b aos pacientes.

Profa. Karem Ortega recebe os kits oral-b

7revista ffo

jul/dez 2012

diferenciais

PRÓXIMAS TURMAS DE ESPECIALIZAÇÃO

Con� ra todas as vantagens oferecidas pela � o.

Corpo docente altamente qualifi cado

Salas de aula e clínicas com ar condicionado e

modernos recursos multimídia

Diversos materiais e equipamentos fornecidos pela fundação para

utilização no curso

Estacionamentosem custo

para o aluno

Certifi cado de especialista emitido pela Universidade de

São Paulo

Comodidade e conforto: sala de

estudo e espaços de convivência

Novas tecnologias obtidas através de parcerias com as

maiores empresas do mercado

Convênioscom hotéis

Cursos semanais, quinzenais e

mensais, além de workshops que

ocorrem durante todo o semestre

Programa de descontosexclusivo

8revista ffojul/dez 2012

OdontopediatriaAtendimento Odontologico Integral da Criança.Uma pergunta frequente entre pais e pediatras é “Quando se deve levar a criança para a primeira consulta odontológica?” Partindo do ideal, as primeiras orientações deveriam ser durante a gestação e logo após o nascimento do bebê, antes mesmo do nascimento dos primeiros dentes.Ao ouvirem estas respostas muitas vezes nos deparamos com outras dúvidas “Mas meu fi lho ainda nem nasceu!” ou “Meu fi lho não tem dente, por que devo levá-lo agora?”. A proposta deste atendimento é receber as primeiras orientações preventivas, evitando que o bebê chegue ao consultório com hábitos inadequados que possam propiciar o desenvolvimento da doença cárie, alterações oclusais, entre outras.O odontopediatra com uma visão integral da criança não está preocupado somente em prevenir doenças como a cárie e a gengivite. Ele tem muito mais a oferecer. Com o atendimento preventivo também é possível orientar, educar e evitar instalação de maloclusão e alterações na deglutição, mastigação, respiração e fonação. Trabalhamos visados na PREVENÇÃO e na mudança de hábitos tanto de sucção quanto de nutrição. Durante a gestação, a mãe está ávida por informações sobre o cuidado e a saúde do seu bebê. Aproveitamos para orientá-la sobre sua própria saúde oral e cuidados com sua boca e esclarecer mitos e verdades. Orienta-se também sobre o aleitamento materno, o momento da primeira consulta, a erupção dos primeiros dentes (sintomas comuns e como aliviá-los) e os cuidados nesta fase.Por volta dos 6 meses de idade, a criança inicia a alimentação de transição, na qual ela passa de uma dieta restritamente líquida (leite materno ou fórmula infantil) para a introdução de outros alimentos e chegue aos 12 meses de vida ingerindo a alimentação da família. A orientação quanto à consistência e processo destes alimentos nesse período é muito importante para exercitar a função da mastigação e para adaptação a novos alimentos. Orientações simples e diretas sobre a consistência dos alimentos e a importância de ter alimentos fi brosos e secos na dieta, vão facilitar e estimular o crescimento maxilo-mandibular, por estimularem

Cristina GDC Zardetto, Marcia T Wanderley, Ricardo DN Fonoff, Selma S Suga, Antônio Carlos Guedes-Pinto

a mastigação; podendo até em alguns casos, evitar a instalação de má oclusão. Estas orientações devem ser feitas em harmonia com o pediatra e a nutricionista, visando a saúde geral e o melhor crescimento e desenvolvimento da criança (Fig 1).O atendimento odontológico da criança de pouca idade

pode ser um desafi o para os pais e dentistas. Há técnicas de condicionamento psicológicas utilizadas para que as crianças se ambientem e se familiarizem com os instrumentais e equipamentos odontológicos. Assim como há materiais e instrumentais específi cos para facilitar e ter segurança no atendimento. As crianças de pouca idade não apresentam maturidade sufi ciente para colaborarem durante o tratamento. Muitas vezes é

necessário realizar apoio do tronco da criança e da cabeça, para dar continuidade ao tratamento com segurança e ergonomia, este apoio pode ser realizado pelos pais e auxiliar, ou pode-se utilizar também um dispositivo confeccionado similar ao Pedi-wrap americano. O uso do abridor de boca é outro dispositivo fundamental (Figs 2 e 3).Orientando o núcleo familiar sobre hábitos de higiene e dieta adequadas, associadas à manutenção e estímulo das funções fi siológicas, temos a chance da criança crescer com saúde odontológica. Qual bem melhor do que permitir que a criança tenha saúde oral? Há investimento melhor do que a saúde? O odontopediatra deve adequar as orientações para a dinâmica da família, trazendo da literatura para a prática o que for viável de ser reproduzido por aquele núcleo (Fig 4).Vários pacientes buscam manter a saúde oral, contudo, ainda há um número considerável de pacientes que nos procuram devido à cárie de estabelecimento precoce, com comprometimento de vários dentes, necessitando de tratamento restaurador, endodôntico ou exodontia. É frequente nesses casos, o costume de alimentar-se com mamadeira ao longo do dia ou como um indutor de sono. São casos desafi adores, pois precisamos eliminar a dor e infecções e objetivar para que haja mudança de comportamento do núcleo familiar para que novas lesões de cárie não se instalem. São tratamentos longos e que exigem

Alunas do Curso de Especialização em Odontopediatria Se-manal FUNDECTO/FOUSP

Professores do Curso de Especialização em Odontopediatria

Semanal FUNDECTO/FOUSP

9revista ffo

jul/dez 2012

a colaboração de todos os indivíduos com quem a criança convive para que tenhamos um resultado positivo a longo prazo. Crianças com lesões de cárie extensas apresentam vários problemas. Dentre eles destacam-se o comprometimento estético e a dificuldade em mastigar. Cria-se um ciclo vicioso na qual a criança só consegue alimentar-se com alimentos líquidos, normalmente cariogênicos, que muitas vezes são oferecidos na mamadeira para maior comodidade, podendo contar ainda com o agravante da mãe não conseguir escovar porque a criança reclama de dor e há sangramento gengival. Como a criança passa a ter uma dieta pobre em nutrientes, mas muitas vezes calórica, há risco de desenvolver anemia e obesidade. Portanto a mudança de hábitos e a reabilitação oral deste pacientes trazem benefícios não somente estéticos, mas também para sua saúde geral e emocional (Figs 5 a 8).Outras alterações como traumatismos dentários podem alterar a função e a estética, necessitando de reabilitação (Figs 9 e 10). Assim como tratamentos cirúrgicos também podem ser necessários (Figs 11 e 12).Os hábitos orais persistentes, como a sucção de chupeta, dedo e mamadeira afetam não somente o posicionamento

dentário e estético, mas podem influenciar funções como a mastigação, deglutição, fala e respiração. Quando há mordida aberta anterior, favorece a interposição da língua durante a deglutição e fala, o que pode afetar também a respiração nasal. Um novo ciclo vicioso é criado, a criança inicia a respirar pela boca, há maior constrição da maxila devido à falta de estímulo de crescimento no terço médio da face, que leva ao desenvolvimento de mordida cruzada posterior, dificultando então a mastigação. Além de trabalhar com a remoção dos hábitos, muitas vezes se faz necessários tratamentos ortopédicos e ortodônticos para a reabilitação do equilíbrio bucal destes pacientes.O odontopediatra precisa ter não somente conhecimento técnico da odontologia, mas também ter conhecimento básico sobre o desenvolvimento humano, psicológico e saber diagnosticar alterações e saber quando encaminhar o paciente para o atendimento com outros profissionais. Desta maneira, realizando um atendimento odontológico integral da criança.Referências Recomendadas:Guedes-Pinto AC. Odontopediatria. 8ªed. 2010.Corrêa MSNP. Odontopediatria na primeira infância. 3ªed. 2010. Bonecker et al. Odontopediatria - Fundamentos de Odontologia. 2009. Bonecker et al. Estética em Odontopediatria: Considerações clínicas. 2011.

Fig 1 - Cozinha pedagógica da Nutrologia Pediatrica da UNIFESP.

Fig 2 - Criança dormiu utilizando dispositivo de contenção.

Fig 3 - Criança tranquila após condicionamento. Fig 4 – Mãe realizando escovação: posição joelho- joelho.

Fig 5 - Cárie rampante em criança de 3 anos.

Fig 9 – Após endodontia, recorte da coroa de acetato para auxiliar na restauração.

Fig 10 – Restauração em resina composta.

Fig 11 – Repercussão na dentição permanente por trauma nos decíduos.

Fig 12 - Cirurgia de brida com laser.

Fig 6 – Endodontia e pinos de fibra de vidro. Fig 7 – Reabilitação com coroas de resina composta. Fig 8 – Valorização da autoestima: criança

feliz com seus dentes “de dinossauro” (sic)!

10revista ffojul/dez 2012

A era da Osseointegração na Implantodontia iniciou na década de 50 do século passado. As pesquisas coordenadas pelo Professor Brånemark tiveram divulgação mundial após o trabalho científi co publicado em 1981.1 Um grupo de profi ssionais brasileiros foram até “Gothenburg” aprender a técnica em 1988. Naquele momento, a estética era deixada para segundo plano, pois o objetivo era reestabelecer a função mastigatória dos ditos inválidos orais.1

A equipe liderada pelo Prof Dr Francisco Todes-can iniciou o Curso de Especialização na FUN-DECTO em 1996 e após 17 anos de existência, vivencia grande evolução na área. Ainda no início da osseointegração, a estabilidade primária e a secundária recebiam atenção especial por parte da comunidade científi ca. A estabilidade primária do implante é a es-tabilidade que o implante adquire na sua inserção no osso durante a cirurgia e pode ser aferida pela quan-tidade de Newtons por centímetro. A estabilidade se-cundária é obtida com a osseointegração e depende do contato entre a superfície do implante e o osso neo-formado, sem a interposição de tecido conjuntivo. As pesquisas foram evoluindo, os diversos implantes e componentes protéticos foram se adequando e a estética foi cada vez mais desejada pelos pacientes e profi ssionais.Uma das técnicas muito utilizadas é a da carga imedia-ta, onde o paciente recebe uma prótese imediatamente após a cirurgia. Fatores importantes como: a quantida-de de osso sufi ciente, qualidade do osso e a estabilida-de primária dos implantes acima de 32Ncm no osso são necessários para que a técnica seja aplicada. 2,3,4. Algumas vantagens da utilização dessa técnica são: a redução do tempo de tratamento, maior porcentagem de contato do osso com o implante, menor reabsorção

do osso marginal e elimina a fase da dentadura em casos de reabilitação total. Também existem desvanta-gens como: o risco de perda dos implantes, o risco da perda da prótese e a frustração do paciente.

Pacientes que apresen-tam fratura da raiz de um único dente na zona estética devem ser cui-dadosamente avaliados. O remanescente ósseo passa a ter importância decisiva para a estética fi nal e o sucesso do tra-tamento com implantes. Nesses casos, pode ser indicado a instalação do implante imediata à ex-tração da raiz do dente com enxerto para pre-encher o espaço entre o implante e a parede do

alvéolo e a carga imediata. A fi nalidade da instalação do implante imediato com carga imediata na zona es-tética é a preservação da arquitetura dos tecidos peri--implantares.5

Para situações onde os pacientes não apresentam quantidade de osso sufi ciente, um dos quesitos que in-viabiliza a técnica da carga imediata, faz-se a opção pe-los enxertos ósseos que podem ou não ser realizados no mesmo momento da instalação do implante. O tipo de enxerto e a técnica a ser utilizada depende do grau de reabsorção óssea e a sua fi nalidade. A reconstrução de defeitos ósseos maiores, na maioria das situações requer a colocação de osso em bloco e os menores po-dem utilizar biomateriais para a regeneração óssea.Na atualidade, muito se discute em torno da preserva-ção dos tecidos peri-implantares ao longo dos anos. Nesse contexto, as doenças peri-implantares estão ga-nhando evidência.6

Referências Bibliográfi cas1. Adell R, Lekholm U, Rockeler B, Brånemark P-I. A 15 years study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaws. Int J Oral Surg 1981;10(6):387-416.

ImplantodontiaA Implantodontia na sua íntegra baseia-se no diagnóstico visando reabilitação.

Equipe do Curso de Esp. em Implantodontia

Equipe do Curso de Especialização em Implantodontia - FUNDECTO/FOUSP

11revista ffo

jul/dez 2012

2. Schnitman PA, Wöhrle PS, Rubenstein JE, da Silva JD, Wang NH. Ten-year for Brånemark implants immediately loaded with fi xed prostheses at implant placement. In J Oral Maxillofac Implants 1997; 12(4):495-503.

3. Tarnow DP, Emtiaz S, Classi A. Immediate loading of threaded implants at stage 1 surgery inedentulous archés: ten consecutive case reports with 1- to 5-year data. In J Oral Maxillofac Implants 1997;12(3):319-24.

4. Nikellis I, Levi A, Nicopoulos C. Immediate loading of 190 endosseous dental implants: a prospective observationa study of 40 patient treatments with up to 2-year data. In J Oral Maxillofac Implants 2004;19(1):116-23.

5. Inada E, Todescan FF. Implante imediato com carga imediata na zona estética: Parte I – Fase cirúrgica. Revista da APCD 2007; 61(4);317-22

6. Inada E, Todescan FF. Doença peri-implantar: realidade indesejada. Revista da APCD 2011;65(4):252-7.

Figura 1 – Paciente portadora de prótese parcial removível oclusal e desarmonia do sorriso.

Figura 2 – Vista intraoral onde observa-se rebordo remanescente com reabsor-ções importantes e higiene oral pobre.

Figura 3 – Vista do rebordo ósseo com defeitos e a instalação dos implantes.

Figura 4 – Vista do rebordo ósseocom implantes instalados, do alvéolo de extração e do procedimento de regeneração óssea com membrana.

Figura 05 – Vista do sorriso da paciente ainda com a prótese provisória suportada por implantes.

12revista ffojul/dez 2012

Equipe de professores e alunos do curso de Especialização em Prótese.

O restabelecimento da dimensão vertical de oclusão (DVO) e nivelamento do plano oclusal em portadores de próteses removíveis, associadas ou não a próteses fi xas e próteses totais, é quase uma rotina no dia a dia do espe-cialista em reabilitação oral. A perda da DVO é resultado de um grande desequilíbrio oclusal, onde não apenas a perda dos dentes pode ser o fator responsável, como tam-bém as parafunções, den-tre elas, o bruxismo. Além disso, a grande maioria dos pacientes, apesar de ser alertada sobre as ma-nutenções e controles periódicos, não segue tais recomendações pro-fi ssionais e passa anos uti-lizando as próteses sem qualquer tipo de controle (Figuras 1 e 2).Nesse sentido, quando procuram o profi ssional para a confecção de novas próteses o caso geralmen-te se apresenta em uma situação bastante agravada no aspecto da relação maxilo mandibular. Com isso, todo um trabalho de restabelecimento de DVO, nivelamento de plano oclusal e preparo de boca prévio precisa ser reali-zado a ponto de se executar novas próteses.A não obser-vância desse aspecto resulta em trabalhos mal sucedidos, com desgaste tanto do profi ssional, quanto do pacienteO seguinte caso clínico se trata de um paciente do sexo masculino de 50 anos de idade, que procurou o curso de especialização em prótese da FFO queixando-se da estéti-ca e da função que suas próteses ofereciam.Tratava-se de um caso superior Classe III de Kennedy - modifi cação 1com a presença dos elementos dentais 17,11,21,22 e 27. No arco inferior o paciente apresentava uma Classe II- modifi cação 1 com a presença dos elemen-tos dentais 35,33,32,31,41,42,43 e 44. Clinicamente, o paciente apresentava um grande dese-quilíbrio oclusal, uso de próteses antigas, desgastadas, mal adaptadas e mordida profunda com severo desgaste dos dentes anteriores inferiores, o que nos levou a con-clusão de que houve uma importante perda de dimen-

são vertical (Figura 2).Na anamnese verifi cou-se um perfi l psicológico de muita ansiedade e estresse ocasionados provavelmente pelo tipo de profi ssão. O caso descrito di-fi culta qualquer tipo de reabilitação oral, por isso a impor-tância de um planejamento criterioso, onde a montagem dos modelos em articulador é sempre de grande valia.Aspectos radiográfi cos relevantes a serem notados no

caso são: elementos den-tais remanescentes com satisfatório nível de inser-ção óssea, à exceção do dente 35 que apresentava apenas um terço de inser-ção, bolsas periodontais profundas e mesialização para o espaço protético do 34. Tal condição clínica nos levou a condenar tal dente que seria utilizado como um pilar direto da futura prótese parcial re-movível (PPR). Sendo as-sim o elemento dental 33

passou a ser o pilar direto da PPR. Observou-se também, presença de tratamento endodôntico nos dentes 11, 22 e 44, com núcleo metálico fundido e coroa metaloplástica no 11. Os demais apresentavam restaurações em resina composta e dentes 21 e 22 com coroas metaloplásticas (Figura 3).

O tratamento iniciou-se com a montagem do caso em articulador semi ajustável (ASA) através da confecção de um plano de orientação superior e registro de dimensão verticalde oclusão através do compasso de Willis (Figura 4). Estabelecida a DVO ideal prosseguiu-se com a con-fecção de núcleos metálicos fundidos e provisórios nos dentes 11, 21, 22, 33 e 44. As próteses removíveis antigas foram aproveitadas como próteses provisórias através de reembasamento e nivelamento do plano oclusal com re-sina acrílica ativada quimicamente, ajustando-se a curva de spee e monson de acordo com o plano de orientação utilizado para a montagem em ASA.

Realizado o preparo prévio de boca, iniciou-se o preparo específi co dos elementos pilares e confecção de próteses fi xas unitárias metalo-cerâmicas nos dentes 31,41 e 42 e

PróteseReabilitação Oral Estética e Funcional de Pacientes com Severa Perda de Dimensão Vertical.

Equipe do curso de Especialização em Prótese Semanal FUNDECTO/FOUSP

13revista ffo

jul/dez 2012

fresadas no 33,32,43 e 44 para receberem a futura PPR no eixo de inserção determinado inicialmente no delineador. Optou-se por uma PPR a grampos no caso inferior visto que a necessidade estética não se fazia presente (Figura 9).Já no arco superior, as coroas dos dentes 11, 21 e 22 fo-ram ferulizadas e fresadas para o acoplamentos de encai-xes resilientes ASC 52 da CNG (Figuras 5, 6 e 7) A indicação dos encaixes se justificou pela necessidade estética do caso, que apresentava como retentores dire-tos anteriores os dentes 11 e 22. Nos posteriores 27 e 17 foram planejados grampos circunferenciais simples de Ackers (Figura 8).Outro fator que contribuiu muito no âmbito estético foi o processamento caracterizado das bases das próteses re-movíveis através da técnica Tomaz Gomes de caracteriza-ção de gengiva (Figura 10). Nesse caso clínico foi possível verificar que o trabalho protético restabeleceu a função do paciente, corrigindo proteticamente a posição dos elementos, a correta DVO e melhorando de forma significativa a estética a um cus-to menor, se comparado aos outros tipos de reabilitação (Figura 10).Por fim, uma placa de mordida miorrelaxante foi instalada no arco superior devido ao diagnóstico de severo bruxis-mo constatado na anamnese. Tal aparelho permitirá uma maior longevidade da reabilitação e um prognóstico mais favorável.A aceitação do paciente frente a um tratamento reabilita-dor com prótese removível foi indicada e aceita, uma vez que a associação de prótese fixa com removível, por meio de encaixes, possibilitou a eliminação dos grampos metá-licos, objeto de repulsa por parte dos pacientes no que diz respeito a esse tipo de prótese.

Referências bibliográficas1- Gil C. Prótese parcial removível: preparo de boca e sua aplicação clíni-ca. São Paulo: FOUSP;1993[4].

2- Galhardo APM, Mukai MK, Pigozzo MN, Mori M, Gil C, Laganá DC. Re-abilitação oral por meio de prótese parcial removível associada à Barra de Dolder: uma visão interdisciplinar. RPG Rev Pós Grad. 2008;15(1):71-6.

3- Mukai MK, Sanae C, Yamaguchi CA, Galhardo APM, Mori M, Gil C. Uti-lização de overlay removível como meio de determinação da dimen-são vertical de oclusão na reabilitação oral. Rev Assoc Paul Cir Dent. 2009;63(5):384-8.

4- Mukai MK, Gil C, Costa B, Stegun RC, Galhardo APM, Chaccur DC, Fukuda ACCS, Kammerer BA. Restabelecimento da dimensão vertical de oclusão por meio de prótese parcial removível. RPG Rev Pós Grad. 2010;17(3):167-72.

Figura 1

Figura 3

Figura 5

Figura 7

Figura 9

Figura 2

Figura 4

Figura 6

Figura 8

Figura 10

14revista ffojul/dez 2012

EndodontiaAlternativa com Plug de MTA para o Tratamento em Dentes Traumatizados com Rizogênese Incompleta – Relato de Caso.

Tatiana Lira*, George Táccio de Miranda Candeiro**, Giulio Gavini***, Marcelo dos Santos*** , Celso Luiz Caldeira***

* aluna do curso de Especialização em Endodontia da FUNDECTO** doutorando em Endodontia da FOUSP

*** professores do curso de Especialização em Endodontia da FUNDECTO e FOUSP

Equipe do Curso de Especialização em Endodontia - Mensal.

O tratamento endodôntico em dentes permanentes jovens com rizogênese incompleta atualmente representa uma situação emer-gente no quadro geral dos atendimentos clínicos. Esta condição crescente é determinada tanto pela atividade fi siopatológica da cárie, que atua intensamente através das fóssulas, fi ssuras e áreas com esmal-te pouco coalescente em dentes jo-vens, permitindo a ação bacteriana destrutiva do órgão dentário, como também pela alta frequência com que ocorrem traumas dentários, principalmente em dentes anteriores, na faixa etária entre 8 e 10 anos, fase em que a maturação radicular geralmente está incompleta.Em muitos casos porém, a morte pulpar se faz presente, direcio-nando o caso para um acompanhamento mais cuidadoso e deta-lhado, em função da obtenção do fechamento apical em ambiente desprovido de condições anatômicas ideais e patologicamente afetado.Diversas técnicas e medicamentos têm sido avaliadas quanto à sua capacidade de indução do fechamento apical ou apicifi cação. Entre os parâmetros utilizados para esta análise destacamos: a) formação ou não de tecido mineralizado à nível apical, b) resposta tecidual periapical, c) aplicabilidade do método.Com todos estes obstáculos a serem ultrapassados, fez-se preverí-vel adotar uma conduta mais conservadora, visando induzir a for-mação de um tecido duro mineralizado que, servindo como uma barreira ao nível apical, facilitasse a obturação radicular, possibili-tando um selamento adequado do canal radicular e impedindo a sobrevivência das periapicopatias.Para que esse fechamento apical possa ser alcançado, várias técni-cas e materiais tem sido amplamente analisados, principalmente quanto à capacidade de indução do tecido calcifi cado apicalmente, sua biocompatibilidade e aplicabilidade clínica.Apesar da indução de tecido mineralizado com pastas a base de Hidróxido de Cálcio ser o método mais amplamente divulgado na literatura científi ca, tal método esbarra em algumas difi culdades adicionais, a saber: a necessidade de trocas freqüentes para melhor ação da pasta, o controle do paciente, as sucessivas investidas no interior do canal com excessivo desgaste dentinario, etc.Procurando diminuir as visitas ao consultório para as trocas da me-

dicação e conseguir uma imediata obturação desses dentes com polpa mortifi cada e ápice aberto, recentes pesquisas têm demons-trado o uso de um material biocompatível condensado intracanal

junto a região apical, criando-se as-sim um batente ou parada apical com o objetivo de permitir a obturação ra-dicular nessa mesma sessão. Esta técnica é denominada apicifi ca-ção em uma única sessão, que têm sido desenvolvida com o objetivo de promover um fechamento ideal do terço apical e num espaço de tempo

o mais curto possível, e utilizando no-vos compostos minerais, como o Mineral Trioxide Agreggate (MTA), composto basicamente de partículas hidrofílicas de tricálcicos (síli-ca, fosfato e óxidos) que se transformam em géis coloidais em con-tato com umidade que tomam presa, solidifi cando-se e tornando--se resistente à compressão. O mesmo espera ser obtido com novos materiais chamados biocerâmicos que apresentam capacidades semelhantes.O caso a seguir foi realizado na Clínica de Especialização em Endo-dontia da Fundecto, acompanhada por pósgraduandos e profes-sores do curso da FUNDECTO e da Faculdade de Odontologia da FOUSP.

RELATO DE CASOUm paciente do gênero masculino, de 08 anos de idade, procu-rou o atendimento no Curso de Especialização em Endodontia da FUNDECTO-FOUSP para realizar tratamento endodôntico no dente 11. O paciente relatou a ocorrência de um traumatismo dentário, há cerca de 6 meses. Na ocasião, o paciente foi atendido num serviço de urgência odontológica, sendo realizada a contenção semi-rígida do dente 11 com fi o de aço. Após 15 dias, foi realizada a pulpectomia, pois o paciente relatou uma dor muito forte no dente. Três meses antes da consulta no curso, o paciente relatou o apareci-mento de uma “bolhinha” próximo ao referido dente. Assim, durante o atendimento clínico, foi observado que o paciente ainda portava a contenção com fi o de aço, além de apresentar uma pequena fístula na vestibular, próximo ao ápice do dente 11.No teste de sensibilidade pulpar, com estímulo térmico frio, não foi relatada nenhuma resposta pelo paciente, indicando a presença de possível necrose pulpar. Na radiografi a periapical inicial (Fig. 1), foi

15revista ffo

jul/dez 2012

observado que o dente 11 não possuía completo desenvolvimento do ápice radicular, além de apresentar uma lesão periapical radio-lúcida, difusa, sugestiva de periodontite apical crônica. Diante do diagnóstico, foi indicado o tratamento endodôntico no dente 11, com aplicação de um Plug Apical de MTA.Fig. 1 – Radiografia Periapical do dente 11, evidenciando a presença da contenção e uma lesão periapical.Na primeira sessão, o dente foi acessado coronariamente para re-moção de todo tecido pulpar necrótico, tanto coronário quanto ra-dicular, com instrumento hedstroen de pequeno calibre e irrigação com solução de hipoclorito de sódio 1%.O preparo químico-cirúrgico foi completado com um instrumento #80 no comprimento de trabalho e irrigação com solução de hipo-clorito de sódio 1% associado ao Endo-PTC leve (Fórmula e Ação, São Paulo, Brasil). Em seguida, o canal foi irrigado com 10 mL de EDTA 17% por 3 minutos, sendo o canal seco com pontas de papel absorvente. Dentro do canal, foi colocada uma medicação com hi-dróxido de cálcio associada ao PRP, que permaneceu por 30 dias.Na sessão seguinte, a medicação foi removida com abundante irri-gação com 10 mL de hipoclorito de sódio 1%. Após a secagem do canal, foi inserido um plug de Mineral Trióxido Agregado branco MTA (Ângelus, Londrina, Brasil) com o auxílio de um micro-aplica-dor de MTA (Ângelus, Londrina, Brasil), selando os 4 mm apicais do dente (Fig.2). Em seguida, o dente foi obturado com cones de guta-percha e cimento endodôntico AH Plus (Dentsply, Maillefer, Ballaigues, Suíça) pela técnica da Condensação Lateral (Fig. 3). Na mesma sessão, o dente foi obturado coronariamente com ionômero de vidro e resina composta (Fig. 4).Fig. 2 – Plug Apical realizado com MTA, selando os 4 mm apicais do dente 11.

Fig. 3 – Obturação das porções médias e cervicais do canal radicular com guta-percha e cimento endodôntico AH Plus, pela técnica da condensação lateral.Fig. 4 – Radiografia periapical após a conclusão da obturação do canal radicular.Após 6 meses de acompanhamento, o paciente não relatou nenhu-ma dor ou sensibilidade, apresentando o dente com função mas-tigatória normal. Radiograficamente, observa-se regressão total da lesão periapical, com normalidade dos tecidos apicais (Fig. 5).Fig. 5 – Radiografia periapical de acompanhamento (6 meses após a conclusão do tratamento endodôntico), evidenciando normalidade dos tecidos periradiculares e regressão total da lesão periapical.

CONCLUSÕESNo tratamento de dentes permanentes jovens com necrose pulpar e ápice aberto torna-se necessário a realização de medidas com o objetivo de ultrapassar fatores biológicos e anatômicos que impe-dem a correta obturação do sistema de canais radiculares.Em vista disso, diversas substâncias tem sido avaliadas, principal-mente quanto ao seu poder de induzir ao nível apical a formação de um tecido mineralizado impermeável e homogêneo.Neste sentido, atualmente o emprego de técnicas em sessão única de apicificação com alto índice de sucesso e o uso de materiais bio-compatíveis com excelente capacidade de vedamento como o MTA ou os biocerâmicos, permitem uma maior brevidade no tempo de tratamento sem prejuízo da qualidade.

Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5

16revista ffojul/dez 2012

Equipe do curso de Esp. em Radiologia

O estudo imagenológico das cavidades paranasais assegura aos profi ssionais das diferentes Especialidades Odontológicas, uma melhor avaliação e planejamento de suas atuações no Sistema Estomatognático. A proximidade anatômica dos seios paranasais, em particular dos seios maxilares, com o processo alveolar da ma-xila resulta em interações, as quais podem representar um proces-so de defesa ou até mesmo a ocorrência de afecções, com ou sem manifestações clínicas, o que torna imprescindível uma avaliação imagenológica do Complexo Maxilo-Facial, principalmente dos seios maxilares.O seio maxilar é considerado uma cavidade piramidal, localizada no interior das maxilas, sendo que a sua arquitetura pode apresentar variações anatômicas, considera-das como dentro da normalidade, referentes à ocorrência de septos intraósseos, também denominados de tabiques, os quais podem subdi-vidir parcialmente ou totalmente, a cavidade sinusal em pequenos compartimentos denominados de divertículos.O seio maxilar apresenta uma via de drenagem, para o interior da cavidade nasal, denominada de complexo óstio-meatal, com as fi nalidades de proporcionar ae-ração e drenagem mucociliar, caracterizada pela presença de um óstio principal e outros acessórios, situados no meato nasal médio, entre as conchas nasais inferior e média, na parede lateral da ca-vidade nasal.

É necessário que o Cirurgião Dentista conheça as possíveis alte-rações que possam acometer o seio maxilar, pois muitas vezes, quando da execução de uma reabilitação oral, a identifi cação e a compreensão dessas afecções, podem ser fatores importantes à realização do planejamento clínico. Serão descritas a seguir, algu-mas das alterações mais frequentes no seio maxilar.Mucosite – Espessamento mucoso – Osteoesclerose sinusal focal - Quando da presença de um foco infeccioso de origem odontogênica,localizado no periápice de um órgão dental, contí-guo ao assoalho do seio maxilar; a mucosa sinusal correspondente, como defesa frente a essa lesão periapical, estabelece um proces-so infl amatório, in loco, denominado de mucosite, caracterizado por um espessamento mucoso, representado por um aumento de hiperdensidade não corticalizada da mucosa, presente no assoa-

RadiologiaEstudo Imagenológico das Afecções mais Frequentes nos Seios Maxilares.

Equipe do curso de Esp. em Radiologia Semanal - FUNDECTO/FOUSP

lho sinusal. Geralmente a mucosite é um achado imagenológico, pois o paciente não apresenta nenhuma característica clínica re-levante (Figura 01). A mucosite, representada pelo espessamento mucoso, presente no assoalho da cavidade sinusal, quando per-siste por longa duração, frente à presença do foco infeccioso pe-riapical, poderá estar associada a uma reação da cortical óssea, na área comprometida, denominada de osteoesclerose sinusal focal.Pólipo sinusal - Polipose sinusal - O pólipo sinusal ou a polipose sinusal (presente em todas as corticais sinusais) ocorre quando o

processo infl amatório se estabele-ce na mucosa que reveste qualquer uma das paredes do seio maxilar, frente a fatores etiológicos, consi-derados extrínsecos (por exemplo a poeira, pó, pólen das fl ores), pois a via de entrada dos mesmos é por meio do complexo óstiomeatal; esse espessamento mucoso pode-rá ser observado nas respectivas paredes sinusais, causando muitas vezes, formações pendulares que se projetam para o interior do an-tro, na dependência da presença crônica do agente etiológico exter-

no (Figuras 02).

Sinusite - Para que o seio maxilar possa realizar suas funções, é necessário que haja uma relação de equilíbrio entre o funciona-mento do conjunto ciliar (a mucosa que reveste as paredes sinu-sais se caracteriza por ser um epitélio pseudo-estratifi cado colu-nar ciliado, apoiado em um tecido conjuntivo denso, com células apresentando cílios na superfície apical, e a presença de células caliciformes produtoras de muco) e a manutenção da via de dre-nagem, representada pelo complexo óstiomeatal. Quando ocorre a obstrução do complexo óstiomeatal, por um processo infl ama-tório generalizado na mucosa sinusal, devido a agentes etiológi-cos bacterianos, virais ou alérgicos, compromete-se a drenagem natural de secreções, conseqüentemente há uma diminuição da ventilação, e a presença natural de microorganismos na cavidade sinusal, proporciona o estabelecimento da sinusite.

A etiologia da sinusite aguda pode ser uma infecção do trato res-piratório superior, em particular o resfriado comum, a qual quan-do persiste, pode resultar em uma sinusite crônica; sendo que esta pode estar também relacionada a traumas e comunicações bucosinusais.

17revista ffo

jul/dez 2012

Na interpretação dessa afecção, por meio da to-mografia computadorizada, utiliza-se a nomen-clatura de obliteração parcial ou total do seio maxilar (Figura 03).Cisto de retenção mucoso - Acredita-se que a provável etiologia esteja relacionada à obstru-ção dos ductos secretores das células calicifor-mes, presentes na mucosa sinusal, responsáveis pela produção de muco. Esta lesão é conside-rada como um achado imagenológico, carac-terizando-se por uma imagem hiperdensa, ho-mogênea, não corticalizada, de forma ovalada, esférica ou em cúpula, de base estreita ou larga, localizada no assoalho do seio maxilar (Figura 04).O cisto de retenção mucoso pode perma-necer estacionário no seu tamanho, bem como diminuir ou aumentar na sua dimensão, sendo que a regressão da lesão geralmente é espon-tânea. A interpretação radiográfica dos seios maxi-lares, por meio dos recursos imagenológicos, associada a outros exames complementares, oferecem subsídios à avaliação clínica, possi-bilitando a uma equipe multiprofissional, uma atuação criteriosa, planejada e com segurança no Complexo Maxilofacial, em particular na-queles casos clínicos com intervenção nos seios maxilares.Referências BibliográficasCAMPBELL, P.D.; ZINREICH, S.J.; AYGUN, N. Imaging of the paranasal sinuses and In-Office CT.Otolaryngol Clin N Am, v.42, n.5, p. 753-64, 2009.

EBERHARDT, J.A.; TORABINEJAD, M.; CHRISTIANSEN, E.L. A computed tomographic study of the distances between the maxillary sinus floor and the apices of the maxillary pos-terior teeth. Oral Surg Oral Med Oral Pathol, v. 73, n. 3, p. 345-6, 1992.

FREITAS, A.C.P.A.; FENYO-PEREIRA, M.; VAROLI, O.J.; FREITAS, C.F. Anatomia radiográfica del seno maxilar. Revista Fola Oral, São Paulo, v.4, n.11, p.22-6, 1998.

HAVAS, T.E.; MOTBEY, J.A.; GULLANE, P.J. Prevalence of inci-dental abnormalities on computed tomographic scans of the paranasal sinuses.Arch Otolaryngol Head Neck Surg, v.114, n. 8, p. 856-9, 1988.

KWAK, H.H.; PARK, H.D.; YOON, H.R. Topographic anatomy of the inferior wall of the maxillary sinus in Koreans. In J Oral Maxillofac Surg, v. 33, n. 4, p. 382-8, 2004.

LAWSON, W.; PATEL, Z.M.; LIN,F.Y. The development and pa-thologic processes that influence maxillary sinus pneumati-zation. Anat Rec, v. 291, n. 11, p. 1154-63, 2008.

Figura 01 – Corte panorâmico – tomografia computadorizada volumétrica – observa-se a osteoesclerose sinusal focal adjacente a lesão periapical presente no dente 15.

Figura 02 – Imagens coronais referentes a pólipo ou polipose sinusal, presente na cavidade sinusal.

Figura 03 – Obliteração parcial da cavidade sinusal – lado esquerdo, compatível com sinusite maxilar.

Figura 04 – Imagem hiperdensa, de densidade homogênea, de limites definidos e não corticaliza-dos, em forma de cúpula, localizada no assoalho da cavidade sinusal, lado esquerdo, sugestiva de

cisto de retenção mucoso.

18revista ffojul/dez 2012

O tratamento de pessoas com câncer na região de cabeça e pescoço tem grande impacto na qualidade de vida, independente do sucesso da terapia. Além de acometerem áreas anatômicas relacionadas à fala e mastigação, as sequelas do tratamento podem levar a prejuízos sociais e emocionais importantes.A radioterapia é uma das opções terapêu-ticas para o câncer de cabeça e pescoço, podendo ser curativa, adjuvante ou pa-liativa. Apesar dos avanços tecnológicos que permitem a precisa localização do tumor e direcionamento dos feixes radio-terápicos, observam-se, ainda hoje, efeitos secundários à radiação como a mucosite, xerostomia, perda do paladar, trismo, cá-ries, e osteorradionecrose. A cárie dentária pós-radiação é agressiva e de rápida evo-lução, o que geralmente leva à destruição total da coroa, se não tratada a tempo.Pacientes submetidos à radioterapia apresentam risco de desenvolver osteoradionecrose, especialmente quando a dose total de radiação ex-cede 60 Gy. O estabelecimento da osteoradionecrose pode ser espon-tâneo, mas sabe-se que a exodontia e cirurgias resgate no leito irradia-do aumentam o risco do desenvolvimento da osteorradionecrose. Além do trauma, outros fatores relacionados ao maior ou menor risco para o desenvolvimento da osteorradionecrose, são: a dose de irradiação, lo-calização do tumor, comprometimento vascular da área, presença de outras sequelas da radioterapia na boca e hábitos do indivíduo. Por isso, as extrações dentárias em leito irradiado devem ser discutidas com o paciente e os riscos devem ser calculados na medida do possível.O caso aqui relatado é de um paciente do gênero masculino, 57 anos de idade, tratado de Carcinoma Espino Celular (CEC) de laringe por meio de cirurgia e radioterapia, em 2003. A dose total de radiação re-cebida foi de 65 Gy, incididos lateralmente à face. Em 2008 o paciente compareceu ao Centro de Atendimento a Pacientes Especiais (CAPE), queixando-se de destruição dos dentes por cárie. Ao exame clínico ob-servamos que o paciente era desdentado superior e que apresentava cárie de radiação nos dez dentes mandibulares remanescentes (Figuras 1, 2 e 3). Consideramos o caso como de risco elevado para o desenvol-vimento de osteorradionecrose, e por essa razão optamos por não re-alizar exodontias nesse paciente. Realizamos então a coronectomia e tratamento endodôntico, em todos os remanescentes. Em seguida, as raízes foram seladas com resina e amálgama, e a reabilitação concluída com a confecção de uma prótese total do tipo “over denture” (Figuras 5 e 6). O acompanhamento do paciente revelou reestabelecimento da função mastigatória, readaptação social e impacto emocional positivo, com grande satisfação do paciente (Figura 4).Agradecimento a todos os dentistas envolvidos nesse tratamento, além

dos professores do Curso de Especialização em Odontologia para Pa-cientes com Necessidades Especiais: Dr. Adriano Pires Cândido; Dr. Ale-xandre Fraige; Profª Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio.Referências Bibliográfi cas

1. Kielbassa AM, Hinkelbein W, Hellwig E, Meyer-Lückel E. Radiation-related damage to dentition. Lancet Oncol 2006; 7: 326−35

2. Koga DA, Salvajoli JV, Kowalski LP, Nishimoto IN, Alves FA. Dental extractions related to head and neck radiotherapy: ten year experience of a single institution. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. 2008;105:e1-e6

3. Ojo B, Genden EM, Teng MS, Milbury K, Misiukiewicz, Badr H. A systematic review of head and neck cancer qua-lity of life assessment instruments. Oral Oncology (2012):in

press

4. Murphy BA, Ridner S, Wells N, Dietrich B. Quality of life research in head and neck cancer: A review of the current state of the science. Critical Reviews inoncology/Hematology (2007):62:251–267

5. Rogers SN. Quality of life for head and neck cancer patients – has treatment planning altered? Oral Oncology. (2009):45:435–439

Reabilitação OralReabilitação Oral de Paciente Irradiado em Cabeça e Pescoço.

Marcus Amaral eProfa. Dra. Marina Gallottini

Figura 1

Figura 4

Figura 6Figura 5

Figura 3

Figura 2

Figura 1 - Aspecto extra oral inicial; 2: Cárie de irradiação; 3: Radiografi a panorâmica inicial; 4: Aspecto extra oral após a reabilitação; 5: Aspecto intra oral após os tratamentos endodôn-ticos e sepultamento das raízes; 6: Instalação das próteses totais.

Equipe do Curso de Esp. em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais

Parceiros

Av. Prof. Lineu Prestes, 2227Cidade UniversitáriaSão Paulo | SP | CEP 05508-000Tel.: 11 3030-0919 / 3030-0920

Sede: Av. Valdemar Ferreira, 475 | ButantãSão Paulo | SP | CEP 05501-000Tel/Fax: 11 3816-2084E-mail: [email protected]

www.pingono

i.com