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PUBLICAÇÃO NACIONAL DA CONTRAF-CUT | ESPECIAL SANTANDER | JUNHO 2014 U m grande ato nacional foi realizado na última terça- feira, dia 27 de maio, em frente à Torre Santander, a sede do banco no Brasil, em São Paulo, com a participação de diri- gentes sindicais de todo o país. Os bancários protestaram contra milha- res de dispensas, corte de empregos e fechamento de agências. Apesar do lucro de R$ 1,428 bi- lhão no primeiro trimestre de 2014, que representa 20% do resultado mundial do Santander, o banco es- panhol cortou 4.833 empregos entre março de 2013 e março de 2014, sen- do 970 nos primeiros três meses do ano, o que é injustificável. Os trabalhadores seguraram cru- zes pretas, com a inscrição “Demi- tidos”, simbolizando pais e mães de família que o banco mandou embora desde o processo de demissões em massa na véspera do Natal de 2012. A luta dos bancários é pelo fim das dispensas e da rotatividade, por mais contratações e por melhores condi- ções de saúde, segurança e trabalho. BASTA DE DEMISSÕES! QUEREMOS MAIS BANCÁRIOS Uma carta foi enviada pelas entidades sindicais em 19 de maio para o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, reivindicando uma reunião para discutir o fim das demissões. Nova correspondência foi entregue durante a manifesta- ção para a diretora de Recursos Hu- manos, Vanessa Lobato, que ficou de levar a solicitação para Zabalza. Os bancários que permanecem no emprego estão sobrecarrega- dos, submetidos a metas abusivas e assédio moral, trabalhando no limite, estressados e adoecidos. É o banco que fechou mais va- gas no ano passado e no primeiro trimestre de 2014 do que os con- correntes Itaú e Bradesco, apesar de continuar ganhando muito. Os trabalhadores brasileiros não po- dem ser tratados como se fossem de segunda categoria. Exigimos reunião com presidente Jesús Zabalza

PUBLICAÇÃO NACIONAL DA CONTRAF-CUT | ESPECIAL SANTANDER … · 2019. 3. 25. · Correspondência: Rua Libero Badaró, 158 - 1º andar São Paulo-SP - CEP 01008-000 - Fone: (11)

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Page 1: PUBLICAÇÃO NACIONAL DA CONTRAF-CUT | ESPECIAL SANTANDER … · 2019. 3. 25. · Correspondência: Rua Libero Badaró, 158 - 1º andar São Paulo-SP - CEP 01008-000 - Fone: (11)

P U B L I C A Ç Ã O N A C I O N A L D A C O N T R A F - C U T | E S P E C I A L S A N TA N D E R | J U N H O 2 0 1 4

Um grande ato nacional foi realizado na última terça-feira, dia 27 de maio, em frente à Torre Santander,

a sede do banco no Brasil, em São Paulo, com a participação de diri-gentes sindicais de todo o país. Os bancários protestaram contra milha-res de dispensas, corte de empregos e fechamento de agências.

Apesar do lucro de R$ 1,428 bi-lhão no primeiro trimestre de 2014, que representa 20% do resultado mundial do Santander, o banco es-

panhol cortou 4.833 empregos entre março de 2013 e março de 2014, sen-do 970 nos primeiros três meses do ano, o que é injustifi cável.

Os trabalhadores seguraram cru-zes pretas, com a inscrição “Demi-tidos”, simbolizando pais e mães de família que o banco mandou embora desde o processo de demissões em massa na véspera do Natal de 2012.

A luta dos bancários é pelo fi m das dispensas e da rotatividade, por mais contratações e por melhores condi-ções de saúde, segurança e trabalho.

BASTA DEDEMISSÕES!QUEREMOS MAISBANCÁRIOS

Uma carta foi enviada pelas entidades sindicais em 19 de maio para o presidente do Santander Brasil, Jesús Zabalza, reivindicando uma reunião para discutir o � m das demissões. Nova correspondência foi entregue durante a manifesta-ção para a diretora de Recursos Hu-manos, Vanessa Lobato, que � cou de levar a solicitação para Zabalza.

Os bancários que permanecem no emprego estão sobrecarrega-dos, submetidos a metas abusivas e assédio moral, trabalhando no limite, estressados e adoecidos.

É o banco que fechou mais va-gas no ano passado e no primeiro trimestre de 2014 do que os con-correntes Itaú e Bradesco, apesar de continuar ganhando muito. Os trabalhadores brasileiros não po-dem ser tratados como se fossem de segunda categoria.

Exigimos reunião com presidente Jesús Zabalza

Page 2: PUBLICAÇÃO NACIONAL DA CONTRAF-CUT | ESPECIAL SANTANDER … · 2019. 3. 25. · Correspondência: Rua Libero Badaró, 158 - 1º andar São Paulo-SP - CEP 01008-000 - Fone: (11)

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Publicação da Contraf/CUT. Presidente: Carlos Cordeiro. Secretário de Imprensa: Ademir Wiederkehr.Jornalista responsável: José Luiz Frare. Arte: Tadeu Araujo. Correspondência: Rua Libero Badaró, 158 - 1º andarSão Paulo-SP - CEP 01008-000 - Fone: (11) 3107-2767 - Site: www.contrafcut.org.br E-mail: [email protected]

Jornada Nacional de Luta ganha apoio dos clientesA

Contraf-CUT, federações e sindicatos realizaram uma Jornada Nacional de Luta contra as demissões do Santander de 12 a 23

de maio. Houve protestos, leitura de manifesto e reuniões em inúmeras agên-cias do banco em todo o país, ganhando apoio de clientes e da população.

Cerca de 25 mil clientes insatisfeitos assinaram cartas ao presidente do San-tander, Jesús Zabalza, onde se solidari-zam com a luta pelo fi m das demissões e querem redução de tarifas e mais contratações de funcionários.

As cartas foram recebidas pela di-retora de Recursos Humanos, Vanessa Lobato, após uma manifestação de di-rigentes sindicais no saguão do imenso prédio, onde fi ca a diretoria e a presi-dência do banco.

Cópias das cartas foram afi xadas em cordas, formando um enorme varal, e deram várias voltas na Torre Santander, valorizando o recado de milhares de clientes solidários com os bancários e descontentes com o atendimento precá-rio. Não é à toa que o banco liderou por oito meses em 2013 e por três entre os quatro meses de 2014 o ranking de re-clamações de clientes no Banco Central.

Os dirigentes sindicais deixam claro que não irão descansar enquanto não pararem as demissões e não houver uma reunião com o presidente do Santander.

As demissões fazem parte da gestão equivocada do banco de reduzir despe-sas, que incluem transporte e até limpeza nas agências e centros administrativos. “Falamos que vamos ter custos baixos por um ou dois anos e vamos ter”, disse Zabalza em entrevista publicada em 26 de maio no jornal Valor Econômico.

No primeiro trimestre deste ano, as despesas de pessoal do Santander so-

maram R$ 1,76 bilhão, valor 0,4% maior na comparação com os três primeiros meses de 2013. A variação fi cou abaixo do reajuste dos bancários conquistado na Campanha Nacional de 2013, que foi de 8%.

O caminho para crescer no Brasil não é reduzir custos, mas sim mudar a gestão do banco: parar as demissões, fazer contratações, melhorar as condi-ções de trabalho e o atendimento aos clientes, ampliar o crédito, reduzir juros e tarifas, e investir no desenvolvimento econômico e social do país.

BANCÁRIOS QUEREM MUDANÇA NA GESTÃO DO BANCO

MILHÕES PARA ALTOS EXECUTIVOS

Um enorme cartaz com um che-que gigante no valor de R$ 465 mil foi estendido pelos bancários em frente à Torre Santander para mostrar a re-muneração média mensal de um alto executivo do banco, o que perfaz R$ 5,5 milhões por ano.

Enquanto o banco paga bônus milionários, os bancários e as bancá-rias que permanecem no emprego recebem um dos menores salários da categoria, o que revela falta de valo-rização para quem produz os lucros bilionários do banco.