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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Assessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 110 • Julho-Agosto/2002 www.pucrs.br/pucinformacao www.pucrs.br/pucinformacao Capa: Marcos Colombo

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Publicação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do SulAssessoria de Comunicação Social • Ano XXV • Nº 110 • Julho-Agosto/2002 www.pucrs.br/pucinformacaowww.pucrs.br/pucinformacao

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te Reitor: Norberto Francisco Rauch • Vice-Reitor: Joaquim Clotet • Coordenador da Assessoria de Comunicação Social e Diretor-Editor da RevistaPUCRS Informação: Carlos Alberto Carvalho - Reg. Prof. 1276 • Editora Executiva: Magda Achutti - Reg. Prof. 6232 • Repórteres: Ana PaulaAcauan - Reg. Prof. 8474, Paula Oliveira de Sá - Reg. Prof. 8575 e Carine Simas - Reg. Prof. 9547 • Arquivo Fotográfico: Maria Rosália Rech - Reg.Prof. 6088 • Circulação: Mirela Vieira da Cunha Carvalho • Documentação: Lauro Dias • Estagiários: Angela Vencato e Rodrigo Ojeda • RelaçõesPúblicas: Sandra Becker • Fotografia: Marcos Colombo e Gilson de Oliveira • Revisão: José Renato Schmaedecke • Conselho Editorial: MainarLonghi, Elvo Clemente, Paulo Galia e Délcia Enricone • Editoração Eletrônica: Pense Design • Impressão: Epecê-Gráfica • PUCRS Informação éeditada pela Assessoria de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Avenida Ipiranga, 6681, Prédio 1, 5º andar,CEP 90619-900, Fone (51) 3320-3500, ramais 4446 e 4338, Fax (51) 3320-3603, E-mail: [email protected], Site: www.pucrs.br/pucinformacao.

PUCRS sedia curso paradirigentes universitários

Pela primeira vez, em 19 edições do evento,a PUCRS é sede do Curso de Especialização emAdministração Universitária, realizado de 1º a 27de julho. A programação anual é desenvolvida

pela Organização Universitária Interamericana(OUI), em conjunto com o Instituto de Gestão

e Liderança Universitárias (IGLU) e com o Conse-lho de Reitores das Universidades Brasileiras(CRUB). Os professores Joaquim Clotet, SolangeKetzer, Cesar Augusto Mazzillo e Maria EmíliaEngers têm a responsabilidade de coordenar asatividades na PUCRS.

Tendências de gestãoO projeto é voltado para líderes universitári-

os em cargos de direção superior no Brasil e na

América Latina, como vice-reitores, pró-reitorese diretores de Faculdades. O Pró-Reitor de Ex-tensão Universitária da PUCRS, Paulo RobertoFranco, e o diretor da Faculdade de Química,Assis Piccini, participam da edição deste anocomo representantes da Universidade.

O programa do curso aborda temas como ten-dências da gestão universitária e as diferentes rea-lidades entre as instituições da América Latina ede países desenvolvidos. A capacitação inclui arealização de estágios em universidades nacionaise estrangeiras. As melhores monografias produzi-das durante a especialização são publicadas e po-dem concorrer ao Prêmio Gilles Boulet, criado em1998, em homenagem ao presidente fundador daOrganização Universitária Interamericana.

A Pró-Reitoria de Administração, por meio daGerência de Recursos Humanos, iniciou no primeirosemestre o Programa de Integração para novos fun-cionários. O propósito é familiarizar os colaborado-res com a instituição e os colegas. O programaconsiste em um dia de atividades.

No primeiro momento é abordada a históriada Universidade, da Congregação Marista e sãoapresentados os setores de Serviço Especializadoem Segurança e Medicina do Trabalho, Trabalhistae Desenvolvimento da Gerência de Recursos Huma-nos. À tarde é ministrada uma palestra sobre prin-cípios de bom atendimento, que orienta os novosfuncionários sobre apresentação pessoal, atendi-mento ao telefone e tratamento com os clientes.

A encarregada do setor de Desenvolvimento,Irma Lopes, diz que a iniciativa tem ótimo retornodos participantes. “Pessoas que trabalham há maistempo na instituição também demonstraram inte-resse em participar”, afirma.

Cursos de qualificaçãoDentro da proposta de qualificação dos funcio-

nários, novos cursos estão sendo organizados paraos próximos meses. Ainda no primeiro semestreforam realizados treinamentos de bom atendimen-to e para encarregados de secretarias. A Gerênciade Recursos Humanos e o Centro de Pastoral ofere-cem a atividade Cultivando a Vida a todos os cola-boradores da PUCRS. Realizada todas as terças e

quartas-feiras até dezembro, a iniciativa proporcionaum momento de reflexão aos participantes.

Para o segundo semestre estão previstos cur-sos de informática, de formação de líderes da Pre-feitura Universitária, de desenvolvimento de equi-pes de serventes, de redação técnica para pessoalde secretarias, de formação de brigada de incêndioe de capacitação para gestores. Além de fornecerum aperfeiçoamento profissional, o gerente de re-cursos humanos, Luiz Anselmo Colling, destaca queesses treinamentos incentivam a troca de experi-ências e o relacionamento interpessoal.

Integração para novos funcionários

Palestras orientam os colaboradores

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LABORATÓRIODE PRÓTESE

A Faculdade de Odontologia inaugurou um La-boratório de Prótese. O novo espaço de ensinoresulta de um convênio de cooperação técnica ecientífica com a Universidade de Frankfurt e aempresa Degussa Dental, ambas da Alemanha. Se-gundo o diretor da Faculdade, Raphael Loro, oobjetivo é tornar a PUCRS um centro referencial datecnologia ankylos. Trata-se de uma nova técnicade implantes, elaborada pelos parceiros alemãesda Universidade. A forma de rosca progressiva doimplante na ankylos, em comparação com a simé-trica usada normalmente, garante melhor fixaçãoao osso e o tempo de calcificação menor. A PUCRSé a única instituição do Sul e uma das pioneirasdo país a utilizar a técnica. O laboratório seráutilizado para atividades de graduação, pós-gradu-ação, pesquisas e confecção de peças (como pon-tes e coroas) pelos próprios alunos e professores.A técnica também é usada no atendimento à po-pulação, que paga apenas os custos dos materiais.

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a PUCRS E SEBRAEA PUCRS e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae-RS)

iniciaram parceria para promover cursos, seminários, prestação de serviços e encontros técnicos. AUniversidade também participará de atividades desenvolvidas pelo Sebrae, como o Programa de ApoioTecnológico à Microempresa (PATME) e o Programa Energia Brasil. No PATME o objetivo é disponibilizara base tecnológica e de conhecimentoda PUCRS para auxiliar no desenvolvi-mento de equipamentos aos micro epequenos empresários. No ProgramaEnergia Brasil, professores e pesquisa-dores atuam como consultores das em-presas, apresentando formas de racio-nalizar o uso de energia. Ainda fazemparte do conjunto de atividades, aimplementação e formação do Labora-tório de Gestão e Centro de Designjunto ao novo Parque Tecnológico eoutras iniciativas vinculadas à Facul-dade de Engenharia.

PLANO ESTRATÉGICOO Plano Estratégico 2001-2010 da PUCRS

é fruto de um processo de elaboração quereuniu mais de 80 pessoas, representando Uni-dades e Órgãos da Universidade. Esse processocaracterizou-se por uma abordagem participa-tiva, gerando um clima de comprometimento erelativo entusiasmo com as decisões a seremtomadas pela organização. O coordenador doGrupo Técnico de Planejamento Estratégico,professor Alziro Rodrigues, destaca ser essen-cial assegurar a qualidade, tanto para a formu-lação do Plano quanto para sua implantação.No momento, os trabalhos estão fortementeorientados à implantação, num exercício dereflexão, debate e compreensão dos elementoscontidos no Plano.

A participação dos responsáveis e dos exe-cutores no desdobramento do Plano 2001-2010em ações permite um aprofundamento nas de-cisões planejadas. Mas, para manter o clima eo foco no planejamento, é fundamental que onúcleo inicial de executores, formado pelo res-ponsável pela Unidade e sua Equipe de Im-plantação, seja ampliado gradativamente. Odetalhamento dos planos de ação é uma boaoportunidade para envolver mais pessoas.

Outro fator que pode contribuir para amanutenção do clima de mobilização e o focono planejamento é a definição da contribuiçãode cada Unidade de Implantação para a efeti-va realização do Plano Estratégico da PUCRS.Os indicadores, adequadamente alinhados comas estratégias estabelecidas no Plano, devemproporcionar aos executores e responsáveis,índices acerca do cotidiano, por meio dos quaispodem ser determinados os objetivos e as prio-ridades para a alocação de tempo e de pes-soal, além de avaliar e adequar os desempe-nhos individuais ou setoriais.

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Ciên

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A sensação de pisar na Lua não é mais ex-clusividade dos astronautas. A equipe do Museude Ciências e Tecnologia (MCT) criou uma má-quina para simular a sensação de pular em sololunar. A idéia do projeto é do professor LuizMarcos Scolari e não se tem conhecimento deum experimento semelhante em nenhum museudo mundo.

O simulador é uma máquina onde a pessoafica presa a um cabo de aço de um lado e dooutro estão os contrapesos, ajustados com 70%da massa corporal do visitante. Essa estruturareproduz a aceleração gravitacional da Lua, queé aproximadamente seis vezes menor que a daTerra. Um dos efeitos produzidos por essa dife-rença é que a altura atingida ao pular sobre osolo lunar torna-se maior do que a altura atingi-da sobre a superfície terrestre. Conseqüentemen-te o tempo de permanência no ar durante osalto aumenta.

Moréia verdeEntre as novidades do Museu, está uma mo-

réia com aproximadamente 1,30m de compri-mento doada pelo Restaurante Kaiseki. O ani-

mal, da espécieGymnothoraxfunebris, tam-bém conhecidocomo moréiaverde do Atlân-tico, é conside-rado um dosmais perigososdo hábitat ma-rinho quandoprovocado. Omotivo são seusdentes fortes,que podem cau-sar ferimentosgraves. É solitá-

ria e vive entre rochas e corais. Durante o dia,vigia os arredores com a cabeça na entrada datoca e, à noite, sai à procura de alimento (pei-xes, crustáceos e polvos).

A espécie é encontrada no Nordeste e noSudoeste do Brasil e pode medir até 2,5m. OMCT já possuía um exemplar de moréia, mas detamanho e peso inferiores. Para expor o peixeaos visitantes, um aquário especial foi projetadopelo museu, no térreo. Com capacidade para 3mil litros de água, o suporte conta com umequipamento especial de filtragem, esterilização,oxigenação, resfriamento, aquecimento e ilumi-nação próxima à ambiental.

Caminhando na Lua: é a sensação no simulador

Música nos pésUm teclado para ser tocado com os pés. As-

sim é o órgão projetado por Scolari – um instru-mento musical de sopro composto por tubos afi-nados ligados a um sistema de foles e acionadospor um teclado. A estrutura foi montada da mes-ma forma que esses instrumentos eram feitos an-tigamente, produzindo o som apenas com a pas-sagem do ar pelos foles, sem o uso de palhetas.No futuro, outros oito experimentos que demons-trarão efeitos de ondas sonoras serão integradosao teclado.

O Museu Itinerante ganhou mais um atrativoinédito. Uma apresentação em terceira dimensão(3D) é um dos recentes projetos criados. O traba-lho foi coordenado por Scolari, que contou com oauxílio do técnico em computação gráfica SílvioGlock. O show tem 45 minutos de duração e mos-tra figuras em 3D e ilusão de ótica. Para visuali-zar as imagens são usados óculos especiais. Aapresentação pôde ser vista pela primeira vezpelos moradores de Santa Rosa, que receberam ocaminhão do MCT em maio. A apresentação faráparte da estrutura do museu.

Moréia: exótica e perigosa

Som e diversão: crianças pulam sobre teclado

Novos experimentosà mostra no museu

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coordenadora da especialização, Marisa Müller. Naopinião da psicóloga, o conhecimento auxilia nodesenvolvimento de condutas mais humanas e namelhoria da qualidade de vida do paciente.

São 15 meses que totalizam 375 horas-aula,aos sábados pela manhã. Algumas disciplinas ofe-recidas são Introdução e os Fundamentos da Psico-oncologia, O ciclo vital e o câncer e Os cuidadospaliativos em enfermos com câncer. Mais infor-mações pelo telefone (51) 3320-3651 ouwww.ead.pucrs.br.

Começou em junho o Mestrado em Economia doDesenvolvimento, motivado pela necessidade de as re-giões e de as empresas se adaptarem ao crescimentodo sistema financeiro em escala mundial e à revoluçãotecnológica. As áreas de concentração são Desenvolvi-mento Econômico e Economia Regional. “Buscamosconstituir um curso mais aplicado e voltado à realida-de do Rio Grande do Sul”, afirma o coordenador doMestrado, Adalmir Marquetti.

O Programa de Pós-Graduação em Economia nãoteve origem no lançamento do curso. Resulta da ini-ciativa do Departamento de Economia de qualificar econtratar professores a partir de 1992. Sete anos de-pois, foi criado o Núcleo de Estudo e Pesquisa – Eco-nomia (NEP), que realiza projetos financiados poragências como CNPq, Capes, Rede Ipea, Fundação Forde Fapergs. A definição das linhas de pesquisa do Mes-trado – Modelos Multissetoriais, Crescimento e Distri-buição, Agronegócios e Desenvolvimento Regional –estão relacionadas às desenvolvidas no NEP.

Entre os objetivos do mestrado está formar profis-sionais capazes de realizar diagnósticos econômicosregionais e nacionais a fim de propor estratégias alter-nativas de desenvolvimento. Outra meta é estimular apesquisa acadêmica. São 15 vagas anuais. Além de

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asLançado o mestradoem Economia

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A PUCRS, em parceria com a Sociedade Brasileirade Psicooncologia-Regional Sul, lançou o curso deespecialização a distância em Psicooncologia, o úni-co do país credenciado pelo Ministério da Educaçãona área. O câncer é a segunda causa de morte nomundo, de acordo com dados da Organização Mundi-al da Saúde. Mesclando ensinamentos teóricos e prá-ticos de psicologia e de oncologia, as aulas visam ahumanizar a assistência e dar instrumentos aos pro-fissionais da saúde e da educação que trabalhamcom esses pacientes e suas famílias.

O público-alvo é constituído por psicólogos, médi-cos, enfermeiros, pedagogos, fonoaudiólogos, assisten-tes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas e terapeutasocupacionais. Como o curso é ministrado a distância, érequisito que o aluno tenha computador com acesso àinternet. As aulas são realizadas na sede da PUCRS Vir-tual (prédio 40 do Campus), com retransmissão ao vivopara 57 cidades de diferentes estados do país. Nas lo-calidades que não dispõem de pontos remotos, os par-ticipantes recebem o conteúdo em CD-ROM.

Repensando a prática“O curso oportuniza aos profissionais repensar

sua prática em relação aos pacientes”, afirma a

Especialização a distância emPsicooncologia

economistas, participam da primeira turma profissio-nais de Administração, Jornalismo, Contabilidade, En-genharia, Direito, História, Matemática e Estatística.Informações: (51) 3320-3500, ramal 4502.

As aulas são na sede da PUCRS Virtual

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TECNOPUC traz empresasà Universidade

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por ANA PAULA ACAUANCa

pa O TECNOPUC, Parque Tecnológico, começa a funcio-nar no dia 9 de julho representando a crescente integra-ção da Universidade com as empresas. O empreendimen-to reúne iniciativas da PUCRS em pesquisa e projetosresultantes de parcerias. Nessa data ocorre a inaugura-ção do Centro de Desenvolvimento de Software da Dell,companhia norte-americana fabricante de computadores.A atividade, que ficava concentrada nos Estados Unidos,faz parte da iniciativa da empresa de descentralizar acriação de novas tecnologias e tornar o Brasil um dospólos na área. O Centro localizado no Campus será osegundo da empresa fora dos Estados Unidos – o outroficará na Índia.

Para o Parque Tecnológico, a PUCRS dispõe de 5,4hectares. A área adquirida pela Universidade pertenciaao 18º Batalhão de Infantaria Motorizada. As instala-ções existentes estão sendo reformadas e adequadas pela

Divisão de Obras para cada um dos vários projetos queformarão o TECNOPUC. A Dell utilizará um prédio commais de 1,3 mil m².

O Parque resulta do investimento em infra-estruturae no programa de qualificação e titulação do corpo do-

cente. A Universidade abreoportunidades para estudan-tes de todos os níveis esta-rem em contato com o mun-do profissional e com as ino-vações científicas e tecnoló-gicas. “A capacidade dosegressos da PUCRS é reco-nhecida e temos cursos naárea de Tecnologia da Infor-mação, como Análise de Sis-temas, Ciência da Computa-ção, Sistemas de Informaçãoe Engenharia da Computa-ção”, lembra o diretor daAgência de Gestão Tecnoló-gica e Propriedade Intelec-tual (AGT), Jorge Audy, re-ferindo-se à escolha da Dellpela Universidade.

Próximosempreendimentos

Os próximos empreendi-mentos previstos, em fase denegociação, são com duasempresas-âncora: uma naárea da Tecnologia da Infor-mação, que poderá ocupardois prédios no total de 4mil m², e outra de Biotec-nologia, que está sendo for-

mada por um grupo de professores. Pretende-se abrigarainda um conjunto de corporações de médio porte. Ha-verá espaço destinado a pesquisas aplicadas na área deenergia, pois a PUCRS mantém convênios com todas asprincipais concessionárias do Estado, a CEEE, RGE, AES-Sul e CGTEE. Entidades ligadas aos meios empresarial egovernamental também terão espaço no Parque.

Grupos de Pesquisa da FísicaAgência de Gestão Tecnológica e Propriedade Intelectual/PUCRS,Laboratório de Gestão, Centro de Design e parceirosEspaço reservado a empresas de médio porteNova Subestação ElétricaCentro de Desenvolvimento de Software da DELLEspaço reservado para empresa-âncora de Tecnologia da InformaçãoIncubadora de EmpresasEspaço reservado para empresa-âncora de Biotecnologia

Arte: Fábio Zatti

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objetivo é chegar a 120 nos próximos 12 me-ses. No primeiro ano teremos nove bolsistasde pós-graduação em Tecnologia da Informa-ção. No segundo haverá 12 e no terceiroano, 16. Inicialmente, dois professores daFaculdade de Informática atuarão no projetode pesquisa.

Como será a absorção de mão-de-obra? Os alunos da PUCRS terão perspec-tiva?

Esse é um dos motivos que determinamnossa instalação na PUCRS. Mais adiante te-remos estagiários, que poderão ser contrata-dos, além dos bolsistas e de formandos.

Há projetos de cursos cooperados coma Universidade?

Estamos ainda discutindo o formato doscursos, que serão em áreas correlatas à Tecno-logia da Informação. Também planejamos con-templar públicos diferenciados, como a tercei-ra idade e deficientes. Sabemos da atuação daPUCRS na comunidade. Pretendemos oferecer,por exemplo, curso de reciclagem para quemusa Cobol, um sistema mais antigo.

Qual é a perspectiva da empresa alongo prazo?

Pretendemos avançar na questão da qua-lidade. No Brasil, apenas duas empresas atin-giram o nível 3 na certificação CapabilityMaturity Model , semelhante a ISO 9000.Ainda em 2002, queremos chegar ao nível 2.Em dez anos planejamos atingir o nível 5.Outra meta é crescer em número de funcio-nários e na complexidade dos projetos à me-dida que ganhamos confiança da matriz.

Como conciliar o interesse da Univer-sidade em pesquisas de ponta com o daempresa em realizar protótipos?

O Brasil não investe pouco em pesquisa.A maioria dos projetos está nas universida-des, dez vezes mais do que nas empresas. NaCoréia do Sul, a proporção é inversa. O Par-que Tecnológico é a oportunidade que a em-presa tem de se voltar mais para a pesquisa ea Universidade de direcionar esforços paraprojetos que interessem ao mercado. Nãoquero dizer que a Universidade deve seguir oque a empresa dita. Acredito que há condi-ções de entendimento. A PUCRS tem benefí-cio indireto com a participação de pesquisa-dores em projetos sigilosos da Dell.

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A inauguração doCentro de Desenvolvi-mento de Software daDell dará início aoTECNOPUC, ParqueTecnológico da Uni-versidade. A empresa,que tem a PUCRScomo uma das maio-res parceiras, procurainserir o país comopólo mundial na cria-ção de novas tecnolo-gias. A instalação re-presenta a aposta daDell na qualificaçãoda mão-de-obra e nopotencial do ambienteuniversitário. “O par-que tecnológico é aoportunidade que aempresa tem de se

voltar mais para a pesquisa e a Universidadede direcionar esforços para projetos que inte-ressem às empresas”, salienta o diretor doCentro, Jairo Avritchir . Um dos primeirosprojetos no TECNOPUC será o desenvolvimen-to de um sistema globalizado de entrada depedidos da Dell, líder em vendas de compu-tador pela Internet e pelo telefone.

Por que a Dell escolheu a PUCRS parainstalar o Centro de Desenvolvimento deSoftware no Brasil?

Primeiramente optamos por uma univer-sidade devido à constatação de que o paísprecisa evoluir no desenvolvimento desoftware. A Índia, onde instalaremos o segun-do centro no mundo, está vários anos à frentedo Brasil. Numa universidade temos condiçõesde absorver a tecnologia e facilitar os proces-sos de treinamento e recrutamento. Podere-mos criar cursos em conjunto com a PUCRS ouutilizar os que ela oferece. A Universidade éuma das mais importantes parceiras da Dell naárea de educação. Temos convênio do Centrode Pesquisa em E-Business na PUCRS, queapresenta resultados positivos.

Qual a finalidade do Centro?O Centro busca descentralizar o desen-

volvimento de software voltado para a Dellglobalmente. O trabalho será coordenadocom o desenvolvido nos Estados Unidos e naÍndia. No início haverá 60 funcionários. O

DELL SERÁ A PRIMEIRA EMPRESA

Modelo decapacitaçãodematuridadepara aprodução desoftware. Osníveis, de 2a 5, sãoemitidos poravaliadoresautorizadosdo SoftwareEngineeringInstitute

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Capa A instalação da área de pesquisa e

desenvolvimento de corporações emuniversidades busca aproveitar a capa-cidade científica e técnica dos seusrecursos humanos, dos laboratórios edos centros existentes. A Lei de Infor-mática e a legislação dos fundos seto-riais determinam que as empresas des-tinem parte do faturamento a essa fi-nalidade. Na PUCRS, podem usufruir deserviços qualificados, como do Labora-tório Especializado em Eletroeletrôni-ca (Labelo), da Biblioteca Central e doCentro de Eventos. O sistema de video-conferência e de teleconferência daPUCRS Virtual, unidade de educação adistância, pode ser utilizado para reu-niões, palestras ou aulas.

“O TECNOPUC beneficia os dois la-dos: a Universidade e as empresas. Ademanda existe e agora estamos pre-parados para atendê-la”, salienta o Pró-Reitor de Pesqui-sa e Pós-Graduação, Urbano Zilles. O ambiente permiteainda a troca de informações, projetos cooperados epedidos de patentes. “O Parque permitirá a integraçãoainda maior com a comunidade”, afirma o Pró-Reitor deExtensão Universitária, Paulo Franco.

Professores e alunos da Faculdade de Informática,que participam de projetos em parceria com a Dell, HP eParks, por exemplo, terão a oportunidade de fazer parteda realidade das empresas. Alguns estão sendo selecio-nados para o Centro de Desenvolvimento de Software daDell. “O relacionamento é bom e a proximidade podeestreitá-lo ainda mais”, avalia o vice-diretor da Faculda-de, Bernardo Copstein. Além da transferência de tecnolo-gia, os convênios trazem benefícios ao ensino. É o casodo Centro de Pesquisa e Teste de Software, criado em1999 pela PUCRS e pela HP e coordenado por Copstein.

A experiência chega ao Bacharelado em Ciência da Com-putação pela disciplina Tópicos Especiais em Engenhariade Software I: Teste de Software.

A Faculdade de Engenharia também está apta a ampli-ar as parcerias. Mantém relações com a Telefônica, AES-Sul, Motorola, RGE e CEEE, entre outras. “Há uma mudançaem curso no Brasil. As empresas começam a investir naformação dos seus funcionários e o suporte em pesquisa edesenvolvimento vem sendo suprido pelas universidades”,salienta o diretor da Faculdade, Eduardo Giugliani.

Gestão cabe à AGTA AGT será responsável pela gestão do Parque Tecno-

lógico. Criada em 1999, desenvolve mecanismos institu-cionais para coordenar e viabilizar a relação com empre-sas e instituições sociais. Desde então, foram ampliadasas parcerias da Universidade. Haverá um prédio específi-

co para a administração.Além de envolver principalmente Engenha-

ria, Informática e Saúde, o TECNOPUC estaráaberto a todos os campos. “Nosso desafio étrazer para o TECNOPUC também as ciênciashumanas, jurídicas e sociais”, afirma Audy. Umexemplo é o Laboratório de Gestão, que estásendo desenvolvido em parceria pelas Faculda-des de Administração, Contabilidade e Econo-mia, de Filosofia e Ciências Humanas e de Di-reito e pelo Serviço de Apoio às Micro e Peque-nas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae-RS). O projeto visa a oferecer apoio relativo amarketing, finanças, gestão, formação de com-petências e área jurídica a empresas nascentesno Parque.

Outras iniciativas relacionadas diretamentea unidades da Universidade são o Centro deDesign e a Incubadora de Empresas. As Facul-dades de Engenharia, Comunicação Social e Ar-quitetura e Urbanismo se responsabilizarão peloprojeto do Centro, contando com o Sebrae-RSÁrea destinada à instalação do Parque Tecnológico

Espaço interno: à esq. prédio que será ocupado por empresa-âncora

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EMPREENDIMENTOS QUEINTEGRARÃO O PARQUE

• Centro de Desenvolvimento de Softwareda Dell

• Projetos com outras empresas-âncora,nas áreas de Tecnologia da Informaçãoe Biotecnologia

• Incubadora de Empresas• Centro de Design• Laboratório de Gestão• Projetos de pesquisa tecnológica da PUCRS• Outras empresas de diversos setores

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para dar suporteàs empresas que seinstalarão no Parque.A Incubadora ocupa-rá um prédio deaproximadamente900 m². O projeto,coordenado pelo pro-fessor Roberto Mos-chetta, será desen-volvido pela AGT epela Faculdade deAdministração, Con-tabilidade e Econo-mia, que lançou nes-te ano a ênfase emEmpreendedorismo eSucessão, no cursode Administração de Empresas. Pretende-se incentivar acriação de microempresas em diferentes setores, aprovei-tando as oportunidades que surgirão dos projetos depesquisa cooperados.

Grupos de pesquisa da FísicaA Faculdade de Física projeta transferir para o

TECNOPUC até o final do ano os Grupos de Energia Solar(GES), de Estudos de Propriedades de Superfícies e Inter-faces (GEPSI) e de Física das Radiações (GFR). O objeti-vo é ampliar a prestação de serviços a empresas, tornara Universidade referência nessas áreas e motivar alunospara se prepararem aos desafios do mercado. “Isso repre-sentará a difusão da imagem da Faculdade como produ-tora de pesquisas relacionadas a atividades tecnológicase de Física Aplicada”, enfatiza a diretora da unidade,Maria Emília Bernasiuk.

Os grupos da Faculdade cresceram muito nos últimosquatro anos, com a qualificação de pesquisadores, ointeresse de alunos e a subvenção de instituições deamparo à pesquisa como CNPq, PADCT e Fapergs e em-presas como CEEE e Vipro. Isso requer infra-estruturaadequada, facilitando essas parcerias e projetos de coo-peração internacional com Alemanha, Argentina e Espa-nha. Os trabalhos focalizam área priorizada por institui-ções, como a de energia.

O GEPSI dá suporte a indústrias locais no desenvol-vimento de materiais biocompatíveis para implantes or-

topédicos, materiaisprotetores contracorrosão e desgastemecânico e sensoresà base de filmes fi-nos magnéticos (re-vestimentos compoucos átomos de es-pessura que modifi-cam as propriedadessuperficiais dos ma-teriais). O grupo éum dos únicos no Es-tado que realiza es-tudos na área de ul-tra-alto-vácuo e na-notecnologia. Estaprevê o uso de téc-

nicas aplicadas a dispositivos do tamanho de poucosátomos. Para esses projetos, o GEPSI tem o nanodurôme-tro, o único do Rio Grande do Sul e um dos três apare-lhos operando no país.

O GRF está apto a prestar serviços na quantificaçãoda emissão de UV-A e UV-B, verificação do fator deproteção dessa radiação em lentes ópticas, determinaçãoda solidez da cor e caracterização óptica e térmica dosmateriais. Desenvolver dispositivos fotovoltaicos parareduzir o custo da energia elétrica com a conversãodireta da energia solar é o objetivo do GES. O grupoestá iniciando linha de pesquisa em células solares parauso espacial. Projetos já desenvolvidos resultaram emcélulas solares com eficiência superior a 17% , omaior valor de um dispositivo fabricado no país.

Para o TECNOPUC, a Universidade conta com o apoiodo Ministério da Ciência e Tecnologia, a Secretaria deEstado da Ciência e Tecnologia, o Finep, a Prefeitura dePorto Alegre, a Softsul e o Sebrae/RS. O Parque tambémintegra o Projeto Tecnópole, da prefeitura, que envolveações visando a estimular a inovação tecnológica e aatração de investimentos para a capital.

Nanodurômetro: mede materiais em nível atômico

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A escritora e psicóloga Berenice Sica Lamasdefendeu a tese Lygia Fagundes Telles: imaginário e aescritura do duplo no Programa de Pós-Graduação emLetras da UFRGS. Ela realizou a análise simbólica desete contos da vertente fantástica de Lygia,abrangendo diferentes momentos da sua trajetória,datados de 1960 a 2000. O trabalho focalizou atemática do duplo, associada à busca de identidade ede unicidade, anseio do homem moderno que seencontra fragmentado. O duplo pode aparecer sobvárias representações, como espelho, sombra,máscara, sósia, sonho, gêmeo, fantasma, clone,retrato e alma. Como desdobramento psíquico, trazuma inquietação interna: um outro “eu” ou aalteridade.

A tese utilizou a perspectiva teórica dos regimesdo imaginário do antropólogo francês Gilbert Durande os conceitos essenciais da Psicologia Analítica dopsicanalista Carl Gustav Jung. Berenice detecta amorte como tema recorrente na obra de Lygia

Fagundes Telles, constituindo-se como o domínioprincipal de representação do duplo. “A buscaincessante da interioridade marca a essência do seu

texto. Ela recusa os caminhos fáceis de uma escritalinear e se dirige ao discurso labiríntico dofantástico”, afirma.

“As facetas do duplo são instigantes, poisremetem aos conflitos existenciais mais profundos daalma humana, seus anseios de unidade perdida”,afirma. Berenice destaca que o trabalho resgata, decerta forma, a relação entre a Psicologia e aLiteratura, ao se aproximar de temas comonarcisismo, conflitos psicológicos, desdobramentosde certas patologias mentais, as personagens comorepresentações das pessoas reais, as fronteiras, àsvezes tênues, entre ficção e realidade e a literaturacomo recriação do real.

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o Trabalho analisacontos de LygiaFagundes Telles

A convivência com os alunos de 4ª sériedespertou o interesse de Zuleica Rangel sobre assuas dificuldades ao passarem para a 5ª, quandotêm de se adaptar a vários professores,disciplinas específicas, horários, livros didáticose provas. Para a dissertação O processo detransição da unidocência para a pluridocência emclasses de 4ª para 5ª série do ensinofundamental: olhando a realidade e apontandocaminhos, entrevistou dez professores e dez deseus alunos da 5ª série. O estudo mostrou que oestudante apresenta fragilidade no desempenhoescolar e espera encontrar alguém que o ajude. Amaioria também está na pré-adolescência, fasede alterações hormonais e aumento de conflitos.

Compreensão, calma e atenção são algumasdas características que os alunos gostariam dever nos professores de 5ª série. A dissertaçãoaponta que eles não se apropriam da docênciadesse nível especificamente e apresentam umolhar estereotipado. “Isso leva a uma prática nasala de aula por vezes distante da necessidadedo aluno nesse momento de sua escolaridade”,constata Zuleica.

A autora buscou a construção de umreferencial pedagógico facilitador para essatransição. Ela propõe que o professor seaproxime dos estudantes, procure saber quemsão, estabeleça clima de bem-estar e reconheçaas atividades lúdicas como reinvenção dealternativas criativas. “Devemos mudar a idéia deque os alunos brincam porque são infantis eimaturos. Apenas podemos nos conhecer quandovalorizamos a contribuição da ilusão e do sonhona abertura para a possibilidade de aprender eapreender na escola, no mundo e na vida”.

Alunos têmdificuldadede adaptação

BERENICE SICA LAMASFaculdade de Psicologia

ZULEICA RANGELProfessora da Faculdade deEducação

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SONIA MARA ROMEROProfessora da Faculdadede Administração, Contabilidadee Economia

A professora Sonia Mara Romero realizou abordagens emtrês organizações, um hotel, uma cooperativa e umaindústria, para a tese Relações de Gênero no ContextoOrganizacional. Entrevistou colaboradores e aplicouquestionários para descobrir como eles se percebem emrelação a temas como liderança, solidariedade e cooperação,relacionamento, competição, volume de trabalho, tipos detarefas e proteção. Sônia notou que a participação dasmulheres no mercado de trabalho não está em ascensãoquando se trata de cargos de chefia. Concluiu também que acultura das organizações pode influenciar as relações degênero, mantendo o status quo vigente ou dirimindo asdesigualdades. O trabalho foi defendido no Programa dePós-Graduação em Psicologia da PUCRS.

A cooperativa investigada apresentou uma abordagempluralista. Sonia acredita que, como os sócios tomamdecisões em grupo, a busca por participação é maior.“Apesar de existir ainda a divisão sexual do trabalho, ogrupo tem consciência da desigualdade”, constata. Naindústria, a visão dominante é masculina. As mulheres sevêem em condição inferior e explicam as suas atitudes porcaracterísticas naturais, próprias do sexo, comosensibilidade, cordialidade e organização. O hotel é avaliadocomo organização feminina. Os homens que trabalham nacozinha, por exemplo, ajudam em casa nas tarefasdomésticas.

Sonia observou ainda que os cursos estereotipadoscomo femininos ou masculinos continuam com os mesmosparadigmas. Na Engenharia Elétrica da PUCRS houvedecréscimo na participação de alunas em 0,5% de 1992 a2001. O número de homens que fazem Psicologia aumentou3,7% e Pedagogia, 3,8% nesse período.

As sociedades anônimas se constituemcomo instrumento jurídico importante paraa concretização dos empreendimentos. Osacionistas que fazem investimentosprecisam estar certos de que não serãovítimas durante o processo. Preocupado emchamar a atenção para essas relaçõesenvolvendo Direito e Economia, o professorSérgio Müller apresentou a dissertaçãoDireitos essenciais dos acionistas:interpretação sistemática da proteção aosminoritários. O trabalho, defendido noPrograma de Pós-Graduação em Direito daPUCRS, procurou a interpretação sistemáticados direitos assegurados na Lei dasSociedades Anônimas que devem conciliar aproteção dos acionistas com agovernabilidade da corporação.

Müller, que é desembargadoraposentado, atua como consultor jurídico everifica na prática vários conflitos nessetipo de sociedade. A distribuição dedividendos e os limites do direito de votoexemplificam. O professor defende que acompanhia deve adotar prática de respeitoaos acionistas para conseguir estabelecer-semelhor no mercado e captar recursos.

A visão sobre os minoritários comotolos (investem as suas economias) epretensiosos (querem receber dividendos)precisa ser combatida de acordo com Müller.Ele ressalta que o direito empresarial deveseguir padrões de ética.

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Organizaçõesinfluenciam nasrelações de gênero

Respeito aodireito dosacionistas

SERGIO MÜLLERProfessor da Faculdadede Direito

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A tese A publicidade na Revista do Globo:intercorrência da Literatura na construção do discursopublicitário Sul-Rio-Grandense resgatou a fase inicial dapublicidade no Estado. A pesquisa, realizada no Pós-Graduação em Letras da PUCRS, estabeleceu a naturezae a influência da literatura sobre as mensagenspublicitárias. A professora Maria Helena Steffens deCastro selecionou os anúncios veiculados nos primeiros20 anos da Revista do Globo, identificando o percursoda nova linguagem em busca de sua autonomia.

Para o trabalho, foram catalogados 25.792 anúnciosda Revista do Globo, no período entre 1929 a 1949, dosquais há 7.069 inéditos. O período marca a faseamadora da publicidade gaúcha, feita por escritores,poetas e artistas plásticos que imprimiramcaracterísticas artísticas aos anúncios. Constata-se opredomínio (87%) de classificados e textosinformativos.

A intercorrência é analisada sob o aspectodiscursivo, verificando as estratégias usadas pelospublicitários para chamar a atenção do leitor. O estudose detém também na análise dos aspectos estilísticosdos textos em prosa e verso, com base na discussãosobre as diferenças entre o discurso literário e onão-literário.

Como os redatores eram escritores, estabeleceramcom o leitor o mesmo pacto de leitura que adotavam naliteratura, mas redigiam anúncios com o objetivo detransformar o leitor num consumidor efetivo demercadorias. Empregavam recursos estilísticos paraconquistar pelo efeito estético, ocultando a finalidadecomercial da publicidade. Os dados catalogados servemde fonte a outras pesquisas sobre a Revista do Globo ea publicidade e podem ser acessados pelo sitehttp://www.ipct.pucrs.br/letras.

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Pesquisa em Foco

Autora: Eliete Biasotto Hauser – Faculdade deMatemáticaTese: Estudo e solução da equação de transportede nêutrons bidimensional pelo método LTSn paraelevadas ordens de quadraturas angulares: LTSn2D– Diag e LTSn2D - DiagEspLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emEngenharia Mecânica da UFRGS

Autor: Ricardo Wainer – Faculdade de PsicologiaTese: Os processos inferenciais nos diálogospsicoterapêuticos: correlações entre a semânticado dito e a pragmática do comunicadoLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emPsicologia da PUCRS

Autor: Jurema Cruz do Nascimento – Faculdadede BiociênciasTese: Análise das modulações metabólicas aolongo da idade de machos e fêmeas deAnastrepha fraterculus (Wied. Diptera: Tephritidae)mantidas em três diferentes dietasLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emBiociências da PUCRS

Autora: Rossana Angélica Schenato – Faculdadede QuímicaTese: Estudos visando a preparaçãoestereosseletiva de octalonas 4,5 –dissubstituídas e sua aplicação na síntese da (-)deidrofuquinonaLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação doNúcleo de Pesquisas e Produtos Naturais daUniversidade Federal do Rio Janeiro

Autora: Patrícia Helena Lucas Pranke – Faculdadede FarmáciaTese: Perfil imunofenotípico e cultura de célulasCD34+ de sangue de cordão umbilical humanoLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emGenética e Biologia Molecular da UFRGS

Autor: Henrique Luiz Staub – Faculdade deMedicinaTese: Auto-anticorpos contra fosfolípides eproteínas de choque térmico em pacientes emacidente vascular cerebral isquêmico em faseagudaLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emClínica Médica da PUCRS

Autor: Jarbas Lima – Faculdade de DireitoDissertação: O processo legislativo brasileiro esuas disfunçõesLocal da defesa: Programa de Pós-Graduação emDireito da PUCRS

NOVOS MESTRESE DOUTORES

Literatura influenciaa publicidade daRevista do Globo

MARIA HELENASTEFFENS DE CASTROFaculdade de Comunicação Social

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Muitas vezes a doença é confundida comsintomas de gripe, infecções respiratórias ouproblemas intestinais. Estudos demonstram queela é mais comum nos povos de raça branca.Indícios também revelam maior incidência noSul do país, que pode estar relacionada à co-lonização italiana e alemã.

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Mais auxílio para criançascom fibrose cística

Atendecrianças comfibrosecística pormeio deconvênios eatendimentosemiprivativo.Marcação deconsultaspelotelefone (51)3320-3407.

A fibrose cística foi diagnosticada noescoteiro Paulo Ricardo , 12 anos, quan-do ele era um bebê de seis meses. A pere-grinação por hospitais da Capital e a faltade conhecimento sobre a doença levarama mãe do garoto, Elaine Almeida, a lutartambém pelo atendimento e qualidade devida de outras crianças. “Hoje meu únicofilho é símbolo dessa batalha diária pelavida”, destaca Elaine que preside a Associa-ção Gaúcha de Assistência à Mucoviscido-se. Há poucos meses, Paulo, o primeirotenente mirim salva-vidas das praias gaú-chas, começou a freqüentar o Serviço doHospital São Lucas. “Sinto-me muito bemaqui. Gosto de receber atenção dos médi-cos e da fisioterapeuta”, diz o garoto. ParaElaine, a criação do atendimento chegouem boa hora: “Precisamos de mais locaisque dêem esperança aos pequenos.”

O PEQUENOSALVA-VIDAS

SAIBA MAISA fibrose cística é uma doença de ori-

gem genética, progressiva e incurável queatinge principalmente os pulmões e o apa-relho digestivo. Também é chamada de mu-coviscidose porque provoca a formação deum muco espesso no pulmão, causador demuita tosse e pneumonias. A criança apre-senta mau funcionamento das glândulasexócrinas – responsáveis por secreçõescomo suor, enzimas digestivas e secreçõesbrônquicas. Nos pulmões, as secreções obs-truem a passagem do ar e retêm bactériasque facilitam infecções respiratórias.

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

Proporcionar tratamento e melhorar a qua-lidade de vida de crianças portadoras de fibro-se cística é um dos trabalhos desenvolvidospela equipe multidisciplinar do Ambulatóriode Pediatria do Hospital São Lucas da PUCRS.Desde 2001, os pneumologistas pediátricos Re-nato Stein e Paulo Maróstica coordenam umaequipe que recebe crianças de todo o Estado.O Rio Grande do Sul lidera as estatísticas naincidência de fibrose cística entre as capitaisdo país. Conforme a Associação Gaúcha de As-sistência à Mucoviscidose, de cada 1.587 nas-cimentos de crianças brancas, uma desenvolvea doença.

Atualmente, o HSL atende sete criançascom idades de zero a 12 anos. “Lutamos paramelhorar e prolongar suas vidas”, destaca Ma-róstica. Os pacientes são acompanhados deforma individual e sistemática por fisiotera-peutas, nutricionistas, gastrenterologistas emicrobiologistas. Problemas digestivos geral-mente são tratados com enzimas que corrigemdeficiências digestivas devido ao bloqueio en-tre o pâncreas e o intestino. Calorias, proteí-nas, gorduras e líquidos são indicados pararepor vitaminas perdidas numa digestão in-completa de gorduras e proteínas.

“O diagnóstico precoce é essencial paraevitar lesões pulmonares permanentes”, alertaRenato Stein. A doença pode ser detectadapor meio do teste do pezinho e de exames deDNA e de eletrólitos do suor. As infecçõesrespiratórias são combatidas com antibióticosque previnem complicações pulmonares. Mes-mo sem proporcionar a cura, o tratamento me-lhora o prognóstico. A terapia gênica para fi-brose cística está sendo testada e representauma esperança.

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tório multidisciplinar para o tratamento da enfermidade.As pacientes têm acesso gratuito a médicos, enfermei-

ros, psicólogos, fisioterapeutas especialistas em dor e as-sistente social. “A estrutura é voltada à assistência, ensinoe pesquisa médica”, explica o chefe do Departamento, Ál-varo Petraco. O ambulatório desenvolve pesquisas clínicasnacionais e internacionais e mantém parcerias com labora-tórios para o tratamento da endometriose. As pessoas po-dem participar como voluntárias e ser beneficiadas comatendimento especializado, medicações e exames.

“Nem sempre há sintomas clínicos, mas quando elesaparecem, estão relacionados com a dor pélvica antes,durante e depois da menstruação. Às vezes os sintomas sãotão intensos que impedem tarefas corriqueiras e afetam oequilíbrio emocional e relação do casal”, destaca Petracco.

A busca pelo tratamento da infertilidade causada pelaendometriose é comum. Pode haver alteração do sistemareprodutivo impedindo a fecundação ou, se ela chega aocorrer, dificulta a implantação do óvulo fecundado noútero.

O ambulatório agenda consultas de convênios, do Sis-tema Único de Saúde e de particulares. O atendimentoocorre somente às quintas-feiras, das 14h às 18h, na sala317. Informações: (51) 3320-3354.

Pesquisa investiga surtosde salmonela no EstadoSaúde

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Hospital São Lucas inaugura novo laboratório

exigir maior rigor em normas de higiene, fabricação e con-trole de qualidade”, destaca Mercedes.

Utilizando dados fornecidos pela Divisão de VigilânciaSanitária, de 1997 a 1999, Mercedes verificou que a maiorincidência por salmonela ocorreu em residências (43,70%),comércio (25,21%) e clubes e associações (7,56%). Osprincipais fatores foram decorrentes da utilização de maté-ria-prima sem inspeção, principalmente os ovos (22,92%),manipulação inadequada (13,04%) e manutenção em refri-geração imprópria (12,65%).

Dados da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grandedo Sul mostram que a bactéria salmonela é responsável porcerca de um terço dos surtos de contaminação alimentarno Estado. As características das salmonelas gaúchas estãosendo investigadas pela professora da disciplina de Micro-biologia da Faculdade de Biociências da PUCRS MercedesGeimba. A pesquisa verifica – a partir de técnicas molecu-lares – se mais de uma linhagem da bactéria causa infec-ções. A docente também vai identificar a suscetibilidadedos microorganismos aos antibióticos.

Informações preliminares de 1999 a 2000 mostram quea Salmonella enteretidis aparece com maior freqüência emalimentos de origem animal, como a carne de frango e,principalmente, nos produtos à base de ovos. Episódios decontaminação ocorrem mais na primavera.

A pesquisadora associa sintomas como diarréia, dorabdominal, náuseas, vômitos e má digestão à intoxicaçãoalimentar provocada por carnes cruas contaminadas. Asreações variam conforme a pessoa, o tipo e a concentraçãoda bactéria. “No Estado, as saladas preparadas com maio-nese caseira são as principais causadoras de problemas”,afirma.

A pesquisa Caracterização genotípica e fenotípica desalmonelas provenientes de surtos alimentares no Estado,faz parte da tese de doutorado desenvolvida pela professo-ra. As informações foram repassadas pelo Serviço de Vigi-lância Sanitária e Laboratório Central do Estado, onde osalimentos suspeitos passam por análise laboratorial. “Osresultados vão auxiliar os setores de inspeção pública a

Vilões: produtos à base de ovos, como a maionese

A endometriose é uma inimiga silenciosa de origem eevolução desconhecida. Afeta 10% das mulheres em idadefértil e pode chegar a 40% entre as que têm diagnósticode infertilidade. A doença ocorre quando o tecido

endometrial –que recobre a ca-mada interna doútero – é elimi-nado em outroslocais, como ová-rios, trompas defalópio e liga-mentos de sus-tentação do úte-ro , tendo a possi-bilidade de atingiro intestino, bexi-ga ou vagina. ODepartamento deGinecologia e Obs-tetrícia, do Hospi-tal São Lucas daPUCRS, inaugurouem maio, ambula-

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Saúde

Agendaconsultas deconvênios, doSistema Únicode Saúde e departiculares.O atendimentoocorresomente àssextas-feiras,pela manhã,no térreo doHSL.Informações:3320-3000,ramal 2556.

Pequenasmolas oucilindros ocosde açoinoxidáveltrançado eexpansível,inseridosexatamenteno local daobstruçãoatravés de umbalão, queestabilizam olocal dilatado,mantendo-oaberto.

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Nova técnica auxiliapacientes cardíacos

disponibilizada gratuitamente para pacientes doSistema Único de Saúde. O médico detecta quaisos músculos comprometidos e, por meio de umaagulha especial, acoplada em equipamento deestimulação, o músculo é localizado e a medi-cação injetada. “A ação medicamentosa dura detrês a quatro meses, podendo ser reaplicada di-versas vezes sem riscos”, explica o chefe do Ser-viço de Fisiatria, Carlos Alberto Musse.

O botox age como relaxante muscular deação prolongada. “A medicação não cura a para-lisia mas, por relaxar a musculatura, diminui asdificuldades causadas pela dor como caminhar esentar, por exemplo”, conclui Musse.

Botox é usado para reabilitardeficientes neurológicos

A primeira imagem mostra uma artéria obs-truída. Na segunda, o stent está compri-mido e dilatado. Na terceira, a artéria foidesobstruída após a introdução do stent.

O Serviço de Fisiatria do Hospital São Lu-cas da PUCRS proporciona aos portadores de de-ficiências neurológicas um novo tratamentocom a toxina butolínica (botox). A substânciautilizada nos tratamentos de estética, agoraestá sendo usada no Ambulatório de Trata-mento da Espasticidade para tratar pacientescom derrames, doenças medulares, paralisia ce-rebral, traumatismo crânio-encefálico e esclero-se múltipla. A toxina proporciona relaxamentoe diminuição de movimentos involuntários fa-zendo com que a pessoa recupere habilidades.

Desde 2001, mais de 40 pessoas já forambeneficiadas com a aplicação da toxina que é

A equipe do serviço de Hemodinâmicado Hospital São Lucas da PUCRS, em conjun-to com o Serviço de Cardiologia, realizouprocedimento inédito no Estado. A desobs-trução de artérias do coração, por meio deuma nova tecnologia que utiliza stentsrecobertos com medicamentos. A técnicaimpede a obstrução do fluxo sangüíneo nasartérias do coração. O primeiro paciente aser beneficiado pelo procedimento tem 73anos e recebeu alta menos de 24 horasdepois da aplicação.

As doenças do coração são a principalcausa de morte no Brasil e no mundo. O Mi-nistério da Saúde avalia que 300 mil brasilei-ros morrem anualmente de complicações car-díacas, o que representa 34% do índice demortalidade geral. Entre os fatores de riscoestão estresse, fumo, pressão alta, diabetes ecolesterol.

Segundo o cardiologista Paulo Caramori,chefe do serviço de Hemodinâmica, a utiliza-ção do novo procedimento, além de ser umaeficaz alternativa terapêutica, reduz de 20%para praticamente zero as chances de recor-rência da obstrução das artérias.

A técnica utilizada consiste na inserção,através de cateter, de minúscula estrutura me-tálica de aço inoxidável recoberta pelo medi-camento denominado Rapamicina. A substân-cia é liberada gradualmente pelo stent, impe-dindo o crescimento do tecido que poderiaobstruir o fluxo sangüíneo. O procedimentodura em média 45 minutos, dependendo dagravidade do problema.

Fotos: Divulgação

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Na Central de Transplantes do Estado, mais de1,5 mil pessoas aguardam pela doação de órgãos.Para Malvina Nogueira, 51 anos, vítima de insufici-ência renal crônica, o sofrimento e a espera aca-baram no Dia das Mães. Naquela data, seu filhomais velho, Sérgio, 29, hospitalizou-se para doarum dos rins à mãe. Pela primeira vez no Estado, aretirada de rim de um doador vivo foi realizada porvideolaparoscopia pela equipe de transplante re-nal do Hospital São Lucas da PUCRS.

Malvina viveu muitos anos sem saber que nãotinha um dos rins. “Ela passou por momentos difí-ceis ao ser aposentada compulsoriamente por in-validez”, lembra Sérgio. A decisão de fazer a doa-ção partiu do desejo de ver a mãe saudável e fora

A Câmara de Pesquisa e Pós-Graduação aprovou propostado Comitê de Ética em Pesquisa da PUCRS para criar um Ban-co de Armazenamento de Dados e de Material Biológico,também chamado de Biobanco. A base de dados que armaze-nará informações, soro e material genético fundamenta-se nanecessidade de normatizar o uso adequado de material bio-lógico. A finalidade é proteger tanto o pesquisador como osvoluntários estudados. A iniciativa propõe, dentro da legis-lação vigente, regras adequadas para assegurar os princípioséticos ao uso e ao armazenamento de material biológico.

Para a pesquisadora do Instituto de Geriatria e Gerontolo-gia Ivana da Cruz, que realizou o parecer para criação do Bio-banco, legislar sobre o assunto será uma tarefa difícil. “Alémdos riscos e benefícios associados à pesquisa é necessário as-segurar ao voluntário a manutenção de todos os principais re-quisitos bioéticos exigidos”, afirma. “A principal finalidade doBiobanco é proteger e assegurar a identidade da pessoa quedoa o material genético para o desenvolvimento de pesqui-sas”, explica o coordenador Antônio Carlos Araújo de Souza,médico do Instituto de Geriatria e Gerontologia.

da rotina das sessões de hemodiálise. “Queria vê-labrincar com os netos e fazer coisas que não podiamais”, conta. Tudo resolveu-se com uma dose decoragem, três pequenas incisões e um corte naparte inferior do seu abdômen.

O cirurgião Eduardo Carvalhal conduziu a ope-ração. A recuperação do doador foi rápida e pratica-mente indolor, com uma incisão mínima. Com a uti-lização da nova técnica, o tempo de internação éreduzido para dois dias e meio. A cirurgia foi consi-derada um sucesso em relação ao estado de saúde dodoador e à função do órgão transplantado. Participa-ram também os chefes das equipes de Urologia do HSL,Henrique Barata, da Nefrologia, Domingos d’Avila, eda Cirurgia Vascular, João Batista Petracco.

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PUCRS aprova criação de Biobanco

Inovação na técnica deretirar rim para transplante

Consiste naintrodução demicrocâmerade vídeo eequipamentocirúrgico noabdômen pormeio depequenoscortes.

A PUCRS foi sede do 3º Congresso Gaúchode Ortopedia e Traumatologia, promovido pelaSociedade de Ortopedia e Traumatologia do RioGrande do Sul. Profissionais das áreas de Educa-ção Física, Fisioterapia, Enfermagem, Traumato-logia e Ortopedia debateram temas como trau-ma, reabilitação e medicina do esporte.

O presidente do evento e chefe do Serviçode Ortopedia e Traumatologia do Hospital SãoLucas, Monik Fridman, informa que 30% dosleitos dos hospitais são ocupados por vítimas

ESPECIALISTAS DEBATEM TRAUMAS E LESÕESde lesão ou trauma. As principais causas sãoacidentes de trânsito, de trabalho e a falta deorientação durante a prática esportiva.

Como hoje as pessoas se dedicam mais aoesporte, principalmente nos finais de semana,são freqüentes nos consultórios lesões de joe-lho, tornozelos, mãos e punhos. Os especialistastrocaram experiências sobre como preparar o pú-blico leigo para a prática desportiva evitandolesões, novas formas de tratamento e reabilita-ção de traumas.

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ALGUMAS MUDANÇAS

Debates

O novo Código Civil brasileiro, promulgado em ja-neiro de 2002, surge precisando de ajustes para acom-panhar a revolução nos costumes. A lei passa a vigorarno início de 2003. Uma comissão de advogados, juízese especialistas foi convocada para elaborar projetos delei que ajudem a interpretá-lo e aplicá-lo. Na PUCRS,os professores da Faculdade de Direito trazem o deba-te para os alunos. Diversas atividades estão sendodesenvolvidas para informar e discutir os principaisavanços.

O Departamento de Direito Privado realizou o se-minário O novo Código Civil brasileiro. Os efeitos daunião estável, direito sucessório e questões ligadas àgenética foram alguns dos tópicos polêmicos. O de-sembargador e professor de Direito Civil Paulo Sanse-verino diz que a crítica à nova legislação relaciona-seà demora de mais de 25 anos de tramitação no Con-gresso Nacional. “Houve defasagem em alguns setores,especialmente no Direito de Família que evoluiu muitonesse período”.

Inovações científicasO fato de o novo Código Civil não regular inova-

ções científicas recentes na Medicina, como fertiliza-ção in vitro, engenharia genética e clonagem, nãoseria um problema, na opinião de Sanseverino. “Aindanão há consenso na comunidade científica acerca dosproblemas éticos”, diz. “Antes deve ocorrer uma regu-lamentação prévia em leis especiais próprias para de-pois serem incorporadas.”

Elsita Collor, professora de Direito Privado, tam-bém compartilha da opinião de que temas ligados àárea da genética devem ser inseridos em legislaçãoparticular, assim como os direitos do consumidor. Aatual união estável, que hoje funciona como umcasamento sem registro civil e não tem definiçãoclara no código vigente, recebe atenção especial. Nanova lei basta que a união seja pública, contínua eduradoura.

A juíza e vice-diretora da Faculdade de Direito,Maria Aracy da Costa, explica que o novo código prevêdiferenças entre esse tipo de união e concubinato. Aunião estável passa a ser definida como uma relaçãoduradoura de família, com aparência de casamento. Oconcubinato fica restrito a relações não eventuais en-tre homem e mulher impedidas pela lei. “Isso geraconflito nos direitos e deveres conquistados pelo casalna lei atual”, destaca.

De acordo com o coordenador do Departamento deDireito Privado, Emílio Boeckel, o Direito de Família foiuma das áreas em que houve o maior número de alte-rações. “O projeto transformado em código teve de in-corporar ao texto primitivo todas as inovações intro-duzidas não só pela Constituição Federal de 1988, mastambém as leis ordinárias editadas posteriormente aela”, explica.

Novo Código Civil ampliadebate e divide opiniões

por PAULA OLIVEIRA DE SÁ

HERANÇAComo é: em regime de comunhão parcial, metade dos

bens do casal fica para o viúvo (a) e a outra metade parafilhos ou pais.

Como fica: o viúvo (a) terá direito à metade dos bensdo casal e ainda dividirá a outra metade com filhos ou pais.

GUARDA DE FILHOSComo é: em caso de separação, a tendência é de os

filhos ficarem com a mãe.Como fica: os filhos podem ficar com quem tiver

melhores condições de exercer a guarda. Serão avaliadoscritérios como vontade do filho, estabilidade emocional efinanceira e grau de educação dos pais.

CONDÔMINO PROBLEMÁTICOComo é: não existia.Como fica: prevê punição ao condômino que apresen-

tar comportamento problemático, a ser decidido em as-sembléia, que vai de multa a obrigação de sair do prédio.

IGUALDADEComo é: faz referência ao “homem”.Como fica: usa-se a palavra “pessoa”.

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A Faculdade de Educação e obacharelado em Psicopedagia, ha-bilitação em Psicopedagogia Clí-nica e Institucional, implantarãoneste segundo semestre o Centrode Atendimento e Estudos Psico-pedagógicos. A iniciativa tem porobjetivo complementar a forma-ção dos alunos e será dirigidaaos casos de dificuldades e repe-tências escolares de crianças eadolescentes. O atendimentoocorrerá por meio de convêniosentre a PUCRS e escolas, hospi-tais e outras instituições.

Inédito no Estado, o cursosurgiu no início do ano para for-mar profissionais especificamentevoltados ao diagnóstico e ao tra-tamento de questões relacionadasà aprendizagem. O campo de tra-balho existe desde a década de 60e é exercido por educadores e psi-cólogos. “Falta uma identidadepara fortalecer a formação teóri-ca e a atuação psicopedagógica”,justifica a coordenadora do cur-so, Maria Beatriz Ramos.

Prevenção e práticaA professora Valéria de Leon-

ço, psicopedagoga há 14 anos,acredita que o curso está con-quistando aceitação do mercado.Ela enfatiza que a atuação nãose restringe às dificuldades deaprendizagem, mas envolve a prevenção. Os profissio-nais devem estar qualificados para apresentarem novasperspectivas em hospitais, creches, escolas e centroscomunitários. “Como vivemos na sociedade do conheci-mento, precisamos mostrar o quanto aprender é bom econtribui para a saúde física e mental”, afirma Valéria.

Desde o início da graduação, os alunos se envolvemcom a prática. Os 60 que formam a primeira turmaatuam no Centro Social Marista, no Centro Vida e noArtesanato Santa Isabel, onde há atendimento socioedu-cativo a crianças e adolescentes fora da escola. No 1ºsemestre, observaram as atividades e entrevistaram alu-nos, profissionais e a comunidade. No 2º, estarão inte-grados a grupos de atendimento. A intervenção começano 3º e no 4º semestre. Do 5º até o 8º, ocorrem aspráticas clínicas com supervisão.

Em junho, foi realizada a I Jornada de Estudos Psicope-dagógicos, que teve por objetivo integrar o conteúdo dasdisciplinas e as diferentes visões da Medicina, da Psicaná-lise, da Filosofia e da Psicologia Social, entre outras.

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Psicopedagogia criacentro de atendimentoEducação Aplicada

O que pensam os alunos da primeira turma:

Augusto Viale, 24 anos – “Fiz dois anos deSociologia e gostei muito da disciplina de PsicologiaSocial, que me levou à Psicopedagogia. Estou achan-do o máximo atuar com a comunidade desde o1º semestre. Falando com um jovem de 12 anos, queestá na 4ª série, notei o quanto poderia ajudá-lo sefosse profissional.”

Ana Beatriz Nunes, 27 anos – “Quando estavano 4º semestre de Biologia, numa cadeira de Psicolo-gia da Educação, tive aulas sobre dificuldades deaprendizagem. Ocorreu também de uma amiga quererfazer Psicopedagogia. Ajudei-a buscando informações.Quem acabou optando pelo curso fui eu. Estou bemsatisfeita com a minha escolha e a integração entreprofessores e alunos.”

A OPINIÃO DE QUEM FAZ

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Educ

ação

Apl

icad

aCursos sob medida paraempresas

A PUCRS está investindo numa nova tendênciaem ensino superior: as universidades corporativas.A idéia é voltada às empresas interessadas emoferecer um aperfeiçoamento profissional específi-co para os funcionários. A solução é a parceriacom universidades que têm toda a infra-estruturae a experiência na área.

A primeira iniciativa da PUCRS nesse sentidofoi o convênio firmado com a Companhia CarrisPorto-Alegrense. Por meio de uma licitação, a Uni-versidade foi escolhida para ministrar o curso se-qüencial de formação específica Gestão em Trânsi-to e Transporte Urbano, sob responsabilidade daFaculdade de Administração, Contabilidade e Eco-nomia.

Currículo para a CarrisAs aulas da turma iniciante, composta por fun-

cionários com ensino médio completo, começaramem junho com 60 alunos, entre eles motoristas,cobradores e pessoal de manutenção. A ênfase éem administração, mas as disciplinas também en-

volvem as áreas deengenharia, matemá-tica e estatística. Ocurrículo foi montadoem parceria com aCarris, atendendo atodas as necessidadesda empresa.

O curso é de ní-vel superior e tem du-ração de dois anos.Após o término, osestudantes interessa-dos poderão fazer asdisciplinas de Admi-nistração de Empresas

Registros fotográficos e objetos museológicos dosbondes da Companhia Carris Porto-Alegrense estão emexposição no terceiro pavimento do Museu de Ciências eTecnologia até 28 de julho. A mostra itinerante Carris 130anos de História integra a programação de aniversário damais antiga empresa de transporte coletivo em atividadedo Brasil. O tema é a evolução do transporte coletivo nacapital gaúcha. O primeiro veículo utilizado pela empresaforam os bondes de tração animal, no ano de 1873. OMCT está aberto à visitação de terça-feira a domingo, das9h às 17h. Grupos de estudantes, idosos com mais de 65anos, crianças de até 12 anos, alunos e funcionários daUniversidade têm desconto de 50% no ingresso.

1873: bondes usavam tração animal

CARRIS EXPÕE SUAHISTÓRIA NO MCT

Diferenciam-seda graduaçãopor seremrealizados numperíodo maiscurto, com asdisciplinasdirecionadaspara ointeresse doaluno ou deuma empresa,focadas napráticaprofissional.

restantes e obter o grau de bacharel. Se tivereminteresse em pós-graduação, a opção é a especiali-zação. Para o coordenador do curso de Administra-ção, professor Roberto Moschetta, a qualificaçãodo funcionário se reflete na competitividade daempresa.

A elaboração do curso foi fundamentada naLei de Diretrizes e Bases do Ministério da Educa-ção, que instituiu os cursos seqüenciais comouma opção de formação superior em relação à gra-duação. O estudante recebe o diploma de nívelsuperior, mas não se torna um graduado com pro-fissão específica.

O processo é semelhante ao da especialização,mas com alunos de ensino médio. O Gestão emTrânsito e Transporte Urbano enfoca as questõestrânsito, transporte, estatística, qualidade, infor-mática e ferramentas de gestão comportamental,financeira e estratégica. A coordenação é do pro-fessor Enio Barbosa de Leon.

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PUCRS e Carrisiniciam parceria

Foto: Divulgação

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Uruguaiana investe na criaçãode um pólo queijeiroPelo Rio Grande

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Leite deovelha

Thompsonestima para ametade de2003 o inícioda comerciali-zação do BleuVache. O Bleude Brebis leva-rá mais tempo.No Brasil, a utilização do leite ovino é praticamenteinexistente. As outras variedades fabricadas no centropodem ser vendidas antes. A produção inicial diária de-verá ficar entre 30 e 40 quilos, com o processamento decinco mil litros de leite.

Além da equipe do Pólo de Inovação Tecnológica,atuarão no pólo professores e alunos da Faculdade deZootecnia, Veterinária e Agronomia. Por intermédio doespecialista francês, a equipe de Uruguaiana poderá rea-lizar estágios em indústrias da França e participar deeventos na área.

Produzir queijos finos de qualidade e criar uma alter-nativa de produção para a região de Uruguaiana são me-tas a alcançar com a criação de um pólo queijeiro no mu-nicípio. O projeto é do Campus II da PUCRS, que buscouna França, país com a mais alta tecnologia de produçãode queijos no mundo, auxílio para implantar o centro. Ainiciativa tem como parceiro o Pólo de Inovação Tecnoló-gica da Fronteira Oeste do Estado e utilizará as instala-ções existentes na Universidade em Uruguaiana.

Para avaliar a estrutura do local, o especialistafrancês Francis Espinasse, consultor da organização Échan-

ges et Consulta-tions TechniquesInternat ionaux(ECTI), visitou aInstituição a con-vite do Assessorpara Assuntos In-ternacionais e In-terinstitucionaisFrancisco Massa.Espinasse verificouque as técnicasusadas são seme-lhantes às da Ho-landa, pois não hácontato manual no

sistema de ordenhamento das vacas e processamento doleite. Essa característica indica a alta qualidade do leiteproduzido no Campus e fornece as condições para arealização do projeto.

CooperativaAs tecnologias empregadas no pólo queijeiro serão

adequadas às condições locais e poderão ser repassadasa pequenos e médios produtores por meio de uma coo-perativa. Segundo o coordenador do Pólo Tecnológico,professor Douglas Thompson, o objetivo é criar uma em-presa com a comunidade leiteira da região para fabricare comercializar o alimento no mercado gaúcho. “Nãoexiste no Brasil uma tradição de qualidade no queijo”,destaca Thompson. A utilização de um processo de altatecnologia irá agregar valor aos produtos da região. En-quanto um quilo de queijo comum é vendido a R$ 5, oquilo do queijo fino fica em torno de R$ 30.

A previsão é de que até o final do ano o póloqueijeiro esteja em funcionamento. A comercializaçãodependerá do tipo de queijo. Serão produzidas as varie-dades Prato, Muzzarela, Minas Frescal, Suíço, Colonial edois tipos finos franceses – Bleu Vache (azul de vaca) eBleu de Brebis (azul de ovelha). A fórmula para a fabri-cação dos queijos “azuis” (semelhantes ao Roquefort eassim denominados por causa dos fungos de coloraçãoazul) será elaborada por Espinasse, de acordo com ascondições de Uruguaiana, que conta com 50 anos deexperiência na área de laticínios.

CURIOSIDADES FRANCESASA França é conhecida mundialmente pelo hábi-

to de comer queijo e pela tecnologia empregadana sua fabricação. Com cerca de 365 variedades dequeijos, os franceses podem comer um tipo dife-rente a cada dia. Entre os mais conhecidos estão oRoquefort (leite de ovelha), o Camembert, o Brie,o Comté e o Bleu d´Auvergne. Costuma-se dizerque uma refeição no país está dividida em quatroetapas: entrada, pratos quentes, queijos e sobre-mesa. Cada francês consome cerca de 24 quilos dequeijo por ano, sendo um quilo de tipos “azuis”.

Pasteurização do leite

Na França há 365 tipos de queijos

Ordenhamento automatizado

por ANGELA VENCATO

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local, há uma espécie de espinilho (Acacia caven) e asárvores inhanduvá (Prosopis affinis), algarrobo (Pro-sopis nigra), cina-cina (Parkinsonia aculeata) e quebra-cho (Aspidosperma quebracho-blanco). No Brasil, as duasespécies de Prosopis são encontradas apenas na regiãoe a Aspidosperma é endêmica do Rio Grande do Sul. Aárea apresenta também ambientes mais úmidos com es-pécies características de mata ciliar e banhado, decor-rente da presença do arroio Quaraí-Chico em toda asua extensão. Essa diversificação de ambientes favore-ce a existência de um grande número de espécies deaves, sendo muitas delas encontradas apenas na área,além de ofídios, anfíbios e mamíferos.

A AES é a operadora da Usina Termelétrica deUruguaiana. Para obter o licenciamento da usina, eladeve cumprir uma resolução do Conselho Nacional doMeio Ambinete. O decreto federal institui a implanta-ção de uma unidade de conservação como forma dereparar danos ambientais causados com a derrubadade florestas e a destruição de outros ecossistemas.Em 2000, a companhia fez uma parceria com a Secre-taria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e o Ibamapara ativar o parque, no qual deve investir 0,5% dovalor empregado na construção da usina. A empresa éresponsável pela realização de estudos ambientais eplano de manejo. Quando o local estiver pronto parareceber visitantes, a coordenação passa para a Divisãode Unidadesde Conserva-ção do Depar-tamento deFlorestas eÁreas Protegi-das da Sema.O órgão fica-rá responsá-vel pela ope-ração e ma-nutenção domesmo.

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Campus II trabalha paraabrir parque estadualAmbiente

Ambiente semelhante ao de uma savana africanano oeste do Rio Grande do Sul. Assim é o Parque Esta-dual do Espinilho, no município de Barra do Quaraí, 60quilômetros de Uruguaiana. As árvores baixas, com nomáximo sete metros de altura e troncos retorcidos, fa-zem parte de um ecossistema único no Brasil, mas queainda não pode ser apreciado pela comunidade.

Desde a sua criação, em 1975, o local está desati-vado. Em 2002, a AES Uruguaiana EmpreendimentosLtda. firmou convênio com o Campus II para elaborar oplano de manejo do Espinilho e abri-lo à visitação. Emfevereiro deste ano, um decreto estadual ampliou aárea de 276 hectares para 1.617 hectares. As terras sãode propriedade particular e os donos serão indenizadospelo governo. A previsão é de que até o final do anoestejam concluídas as obras de infra-estrutura.

Alojamento para estudantes e pesquisadores, trilhasecológicas, áreas de visitação pública e específicas parapesquisa são pontos abordados no plano de manejo. O

projeto seráentregue nofinal de ju-lho e con-tou com aajuda deprofissionaisda FundaçãoZoobotâni-ca, da Uni-v e r s i dad eFederal doRio Grandedo Sul e da

Universidade Federal de Pelotas. O professor FranciscoRenato Galvani, um dos coordenadores, destaca que aunidade de conservação funcionará da mesma forma queo Parque Estadual de Itapuã (Porto Alegre).

Espécies nativasA vegetação do local é do tipo parque (as árvo-

res parecem ter sido plantadas em linha) e savanóide,por ser composta de plantas de ambientes secos. No

O ESPINILHOÉ uma espécie de árvore típica do pampa rio-

grandense e platino. Atingindo uma altura máxi-ma de quatro a cinco metros, é conhecido porsua abundante floração amarela na primavera.Mesmo sendo encontrado no Parque Estadual doEspinilho, o nome do local não se deve à planta,mas à sua localização. A unidade de conservaçãositua-se numa unidade fitogeográfica denomina-da “espinilhar”, que abrange Argentina, Uruguaie Sul do Brasil.

Fotos: Francisco Galvani

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Entr

evis

ta Clonagem humana é um dos grandes temasde questionamento ético e científico atual.Mas é preciso distinguir a clonagem repro-dutiva, para gerar embriões que são cópiasde pessoas, da terapêutica que utiliza célu-las-tronco obtidas de embriões clonados paratratamento de uma série de doenças. Consi-deradas as vedetes da medicina do futuro,as células-tronco – presentes em algumaspartes do corpo, como a medula óssea e ocordão umbilical, e em embriões nas primei-ras fases de seu desenvolvimento – teriamcapacidade de se transformar em qualquertipo de célula ou tecido humano. Os cientis-tas esperam que os estudos levem à produ-ção de tecidos capazes de substituir órgãospara transplante e acenam com a possibili-dade de curar doenças como Parkinson e malde Alzheimer. Acredita-se que as células-tron-co de embriões clonados têm maior capaci-dade de transformação em qualquer tecido emenor risco de serem rejeitadas. O seu uso,porém, envolve um problema ético. O em-brião, que é portador de uma vida, seriadestruído. Por isso, muitos pesquisadores de-fendem apenas o tratamento a partir de cé-lulas-tronco adultas, extraídas do próprio in-divíduo. Doutor em Filosofia, membro da Co-missão Nacional sobre Acesso e Uso do Ge-noma Humano, vinculada ao Ministério daSaúde, e Vice-Reitor da PUCRS, Joaquim Clo-tet é um dos mais destacados especialistasdo país em Bioética debruçado sobre os as-pectos éticos da genética e da clonagem. Amédica Mariangela Badalotti, diretora do Fer-tilitat Centro de Medicina Reprodutiva, inte-grante da Sociedade Brasileira de Reprodu-ção Humana e professora de Ginecologia daFaculdade de Medicina também está empe-nhada na pesquisa dos mecanismos que re-gem a vida e podem beneficiar o ser huma-no respeitando sua identidade e autonomia.Clotet e Mariangela foram conferencistas do1º Curso Avançado de Bioética sobre Clona-gem, realizado na Universidade, em junho.Nesta entrevista à Revista PUCRS Informa-ção, falaram sobre a redução das barreirasbiológicas para a clonagem, potenciais ris-cos, o temível uso com fins seletivos e eugê-nicos e as implicações éticas do método.

JOAQUIM CLOTETE MARIANGELA BADALOTTI

Quais as implicações éticas de usar embriões clonados?Clotet — Significa fazer uma vida humana para servir a ou-

tra. Usar a vida como um instrumento. Os princípios éticos maisimportantes envolvidos na clonagem são o da autonomia e o daidentidade. A clonagem de embriões vai contra a identidade pró-pria que caracteriza cada um dos seres humanos. Em relação àautonomia, será que as células-tronco poderiam ser usadas sema autorização do doador? Uma das questões debatidas hoje é obanco de células-tronco.

O que é isso?Mariangela — Seria um banco de sangue de cordão umbili-

cal a partir do qual poderiam ser feitas “n” tentativas terapêu-ticas com células-tronco. Acredita-se que no cordão umbilicalhá uma célula-tronco para cada 10 mil células. A célula-troncoembrionária, teoricamente, teria maior potencial do qualquer ou-tra. Hoje isso está sendo constestado, pois as células do cordãoparecem ter o mesmo potencial. Além disso, há outras fontesalternativas como medula óssea, fígado, cérebro e gordura. Foidemonstrado que as células-tronco desses tecidos também se di-ferenciam em vários outros tecidos.

Qual o uso terapêutico das células-tronco adultas?Mariangela — Recentemente, no Rio, fizeram um experi-

mento de retirar células-tronco da medula de um paciente e in-jetar diretamente em áreas do coração necrosadas por enfarte.Elas se transformaram em tecido cardíaco. Há dois casos divul-gados. As células da medula têm potencial para a formação devários tecidos. Poderíamos dirigir essas células a criar tecido ner-voso, por exemplo, e tratar um paciente com Parkinson. Ou di-rigi-las para formação de pele e tratar pessoas com grandes quei-maduras. Poderiam ainda ser usadas no tratamento de doençasauto-imunes e em transplantes, entre outros.

Seria possível produzir outros ór-gãos?

Mariangela — Ao pegar célulasda medula e dirigir para a formaçãode um fígado, ninguém sabe aindase elas terão a configuração do ór-gão. O tecido, já se sabe, é possí-vel produzir. No músculo cardíaco,as células do tecido criado secontraem. Não chegamosao ponto de ver se teráo formato de um coração.

Quem au-toriza o usode células-tronco?

Clotet —

Clonagem humana:o debate científicoe ético

por MAGDA ACHUTTI

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A pesquisa sobre as células-tronco adultas ainda estáse iniciando. Existem muitas hipóteses sobre o seu uso, mascomo elas procedem do próprio indivíduo, em princípio, ca-beria a ele a autorização.

Mariangela — No caso de células de cordão umbilical,quem autorizará o congelamento são os pais, porque a cri-ança não teria condições de permitir ou não. Mas o sangueé do cordão dela. Se for necessário o uso deste sangue poroutra pessoa, um familiar, por exemplo, serão os pais tam-bém a autorizar o uso. Seria lícito do ponto de vista éticoem relação à criança? Os bancos não-anônimos de células-tronco podem criar questões éticas familiares.

Como a Igreja Católica se posiciona em relação à clo-nagem?

Clotet — É contra a clonagem reprodutiva. Cabe es-clarecer que este é o posicionamento da maioria dos paí-ses. Não aceitam a produção de embriões para uso e extra-ção de células-tronco e depois a sua destruição. Mas comfinalidade terapêutica, a Igreja admite a força das células-tronco adultas.

Quais os países mais adiantados na pesquisa?Mariangela — Inglaterra e Estados Unidos. A Inglaterra

permite, inclusive, que se criem embriões humanos com essafinalidade.

E qual a postura ética adotada por esses países?Clotet — O Parlamento inglês tem leis de 1990 e 2002

que abriram as portas para a experimentação em embriõese para a clonagem terapêutica. Quem mais motivou os par-lamentares foi a Associação Médica Britânica. Eles olhammuito para a pesquisa, são pioneiros. Olham, também, parao aspecto econômico. Porém existem problemas éticos. Ne-nhum estudo de células-tronco pode ser aprovado se nãopassar por um comitê central existente no país cuja funçãoé zelar pelos princípios da ética por eles estabelecidos. NosEstados Unidos, a Lei Clinton proibiu a pesquisa e a produ-ção de embriões humanos com verba dos cofres públicos.Mas permite isso às empresas particulares.

Qual a diferença entre o uso de embriões em clona-gem terapêutica e na reprodução assistida?

Mariangela — A clonagem destrói embriões. A repro-dução assistida busca a vida. Os embriões que não são usa-dos ficam congelados. Há países que têm legislação sobrequanto tempo devem permanecer congelados. No Brasil nãohá lei. Ficam congelados indefinidamente, aguardando se-rem transferidos para o útero. É claro que nem todos serão.Por isso, hoje se vê com bons olhos o congelamento de óvu-los, em vez do de embriões. Mesmo sendo uma técnica ex-perimental, os casais estão optando por ela. Eles não sesentem confortáveis com os embriões congelados.

Alguns cientistas falam na criação de um banco declones para servir ao transplante de órgãos?

Clotet — Isso seria um atentado contra a identidade e

liberdade que todo o ser humano tem. Seria introduzir a dis-criminação, formando seres para serem utilizados a serviçodos outros. Uma injustiça desde o início, porque iríamos pro-duzir pessoas condicionadas pela nossa própria vontade edecidir quem seriam os doadores de órgãos e os que seriamsomente receptores. A ciência tem que ajudar para o bem-estar da humanidade, a igualdade entre as pessoas.

Qual seria o limite do bom uso da ciência?Mariangela — A sociedade deve colocar os limites. A

clonagem deve ser extremamente debatida e a sociedadeexaustivamente informada.

Clotet — O Conselho da Europa (grupo com caráter mul-tidisciplinar, composto por 12 dos maiores especialistas dospaíses da União Européia) publicou, em novembro de 2000,um documento sobre os aspectos éticos da pesquisa e douso das células. Este documento fala na relevância da edu-cação e do diálogo. O pesquisador deve ter liberdade, mascom limites quando pode prejudicar a vida de uma pessoa,seu destino.

Os senhores acreditam que será feito um clone hu-mano com características escolhidas, predeterminadas?

Mariangela — Se me perguntassem há alguns anos eudiria que jamais chegaríamos a esse ponto. Hoje tenho mui-tas dúvidas. Ninguém quer assumir riscos. Muitas pessoasfazem amniocentese. E quem a faz geralmente está pensan-do em interromper uma gestação de três, quatro meses sehouver problemas com o bebê. As pessoas fazem diagnósti-co pré-gestacional. Nos Estados Unidos há milhares de cen-tros especializados em diagnóstico pré-implantacional. Ouseja, biópsia de embriões que apontam quais os que têmproblemas ou doenças genéticas para descartar. A síndro-me de Down é detectada num embrião de oito células, porexemplo. As coisas estão se encaminhando para a euge-nia. Isso é apenas um primeiro passo. Preocupa-me muitoa possibilidade de outros passos serem dados. É uma dis-cussão ética infinita.

Clotet — Estamos procurando emtudo a qualidade. Mas há aspectos quetêm a ver com a vida humana que sãoindependentes da qualidade. O serhumano não deveria ser objeto dediferença e discriminação por causados seus genes. Buscamos a qualida-de, porém deve haver um limite. Apergunta é onde colocar esselimite. Tomar posicio-namentos definiti-vos não adianta. Épreciso incentivara pesquisa, o es-tudo e o diá-logo.

“As coisas estão se encaminhando para aeugenia. Isso é apenas um primeiro

passo. Preocupa-me muito apossibilidade de outros passos serem

dados. É uma discussão ética infinita.”Mariangela Badalotti

“Há aspectos que têm a ver com a vidaque são independentes da qualidade.

O ser humano não deveria serobjeto de diferença e discriminação

por causa dos seus genes.”Joaquim Clotet

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ALUNOS PARTICIPAMDO SHOW DO MILHÃO

Grupo canta aPsicologia em CDAlunos da PUCRS

As acadêmicas de Relações Públicas Laura Vasquez, PatríciaCarnet, Raquel Möller e Rosicler Ternes presenciaram como ocorre

um combate aéreo em época de guer-ra. Elas integraram a equipe brasileirada Operação Cruzeiro do Sul 2002, amaior manobra militar com aviões fei-ta em território nacional. O exercíciofoi uma simulação de guerra entre ospaíses Azul, Amarelo e Vermelho, res-pectivamente Rio Grande do Sul, San-ta Catarina e Paraná. Realizada pelaForça Aérea Brasileira, a operação reu-niu mais de mil militares do Brasil, daArgentina, da França e do Chile. Asestudantes auxiliaram nas atividadesde assessoria de comunicação, ajudan-do na organização das atividades, narecepção das autoridades e da imprensae na produção de material distribuídoaos combatentes. Rosicler diz que aoportunidade serviu para aproximá-lada área na qual quer trabalhar. “Temosque buscar novos nichos de mercado”,ressalta.

SIMULAÇÃO DE GUERRAENVOLVE ACADÊMICAS

Estudantes formam a banda Sublimantes

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Uma música feita para apresentar um trabalho de aulalevou à formação da banda Sublimantes. Composto por seisalunos da Faculdade de Psicologia, o grupo começou afazer paródias de músicas conhecidas abordando os temasensinados em aula. Com o incentivo dos colegas, monta-ram a banda e começaram a produzir canções próprias. Otrabalho foi reunido no CD Criar é Psico, lançado em maiodeste ano. A última faixa do disco é a regravação deBalada do louco, melodia composta por Rita Lee e ArnaldoBaptista, que tem a participação do coral do Centro Comu-nitário de Saúde Mental de São Lourenço do Sul. A casatrabalha com métodos alternativos de tratamento. “Tantoeles como nós temos o papel de desmitificar o papel dopsicólogo”, ressalta o baterista Marcos Dou.

Além de abordar as teorias da Psicologia, as músicasde Alexandre Knorre (vocal), Felipe Dable (sax e flauta),Lúcio Chachamovich (guitarra), Marcos Adegas (harmôni-ca), Felipe Oliveira (baixo) e Marcos Dou (bateria) tambémfazem críticas às teorias. O nome da banda vem do concei-to freudiano de sublimar, que significa o processo incons-ciente de desviar a energia da libido para novos objetos. OCD é independente e está sendo vendido pelos componen-tes do grupo e no diretório acadêmico da faculdade, notérreo do prédio 11. O contato com os Sublimantes podeser feito pelos telefones (51) 3028-4275 e 9136-2263 epelo e-mail [email protected].

TERAPEUTA E PACIENTE (Alexandre e Marcos)

Hoje me despeço da antiga aquisiçãoFui transformado em mito em um ser sem emoçãoQuase um oráculo , talvez até um deusSou quase de ouro, espelho, espelho meu.Sou todo de ferro frio e não posso quebrarUm berro no silêncio sem ninguém pra se queixarSou até a lua que à noite é deslumbranteAo lado das estrelas sou um diamante.Sei que não sei o que/ faço para ser bom.A semente vai brotar. Sei que vou mudar...

Equipe da PUCRS naOperação Cruzeiro do Sul

André Luiz Morais (Faculdade de Far-mácia), Márcia Carine Godoy (Faculdadede Matemática) e Pedro Cunha (Faculda-de de Filosofia e Ciências Humanas) repre-sentaram a PUCRS no programa de TV Showdo Milhão, do Sistema Brasileiro de Televi-são (SBT). Os universitários ajudaram osconvidados do apresentador Silvio Santosa responder os questionamentos sobre co-nhecimentos gerais. Em todos os progra-mas participam três acadêmicos de univer-sidades do País.

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A Faculdade de Comunicação Social teve 12 títulos inscritosno 7º Festival Brasileiro de Cinema Universitário, que ocorreu en-tre maio e junho no Rio de Janeiro e em Niterói. Da Mostra Infor-mativa de Vídeos participaram os comerciais Bombeiros, Fim daLinha, Cinema Made in Famecos e Preto e Branco, dos alunos dePublicidade e Propaganda, os documentários Porto Imaginário eVida ou Morte do Super 8 e os curtas-metragens Traídos pelo Crime,Sexta-feira, A Malvada Moviola e Qualquer Lugar, do curso de Jor-nalismo. Destes trabalhos, Vida ou Morte do Super 8, A MalvadaMoviola e Qualquer Lugar foram selecionados para concorrer naMostra Competitiva de Vídeo.

Os curtas-metragens de 16 mm Cúmplices, produzido pela pri-meira turma do curso de extensão Oficinas Experimentais de Cine-ma, e Por um Fio, da última turma do curso de especialização emProdução Cinematográfica, concorreram na Mostra Competitiva deFilmes. Este é o terceiro ano de participação da PUCRS.

No mês de agosto, outros vídeos participam do 10º Gramado Cine-Vídeo, de 7 a 12. No mesmo período, realiza-se o Festival de Cinemade Gramado, no qual vai concorrer Cúmplices. O filme também estarána Mostra Internacional de Curtas de São Paulo, de 22 a 31. Os traba-lhos da Famecos também serão inscritos nos demais festivais brasi-leiros e do exterior que ocorrem ao longo do ano.

Acadêmicos engajados naSemana da Solidariedade

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Mais do que recolher donativos, a Semana da Solidarie-dade deste ano envolveu os alunos em diferentes atividadesde ajuda ao próximo. Palestras, oficinas, exposições e tor-neio esportivo foram algumas das atividades da oitava edi-ção do evento, promovido pelo Projeto Solidariedade.

Para orientar interessados em participar de trabalhosvoluntários, estudantes de Relações Públicas, integrantes doLaboratório de RP, montaram uma banca no saguão da Facul-dade de Comunicação Social. Treinadas pela Parceiros Volun-tários, cadastraram os futuros voluntários e os encaminha-ram para a organização não-governamental.

Os acadêmicos da Faculdade de Farmácia optaram porajudar os internos do Instituto Psiquiátrico Forense. Produ-ziram xampus, condicionadores e creme dental. O materialfoi entregue para os pacientes junto com escovas de dentedoadas pela Faculdade de Odontologia. A Faculdade de Ma-temática lançou a Corrente da Solidariedade, da qual partici-param professores, alunos e funcionários. A idéia era, pormeio de uma corrente com distribuição de presentes entre osparticipantes, estimular as pessoas a fazerem doações. Oresultado foi o recebimento de roupas e de quase 500 kg dealimentos, entregues ao Centro de Pastoral.

Entre as atividades propostas pela Faculdade de Educa-ção, realizaram-se oficinas com os alunos da Escola EstadualEspecial Renascença e da Escola Estadual Especial Cristo Re-dentor. O trabalho foi desenvolvido pelas universitárias dahabilitação em Educação Especial – Deficientes Mentais –dos níveis quinto e sétimo. Elas ensinaram técnicas de pin-tura para os estudantes do colégio Renascença e ministraramoficinas de história coletiva com colagem, hora do conto,

minigincana, argila e pintura, e música e dança com os alunosda Escola Cristo Redentor.

Paralelamente realizou-se a Feira de Promoção da Saúde,que atendeu moradores do Centro Social Marista, da IlhaGrande dos Marinheiros e dos centros maristas Irmão Donatoe Boa Mãe. Universitários e profissionais das áreas de Enfer-magem, Farmácia, Medicina, Odontologia, Educação Física, Fi-sioterapia, Nutrição e Psicologia participaram dos três dias deconsultas. Além de esclarecer as dúvidas e orientar os pacien-tes quanto às doenças, os voluntários realizaram exames pre-ventivos e ofereceram aconselhamento psicológico.

PRODUÇÃO DE CINEMAPRESENTE EM FESTIVAIS

Feira da Saúde: universitários em ação

Shaine Cristina Rodrigues, aluna de karate-Do Wado-Ryu (Caminho da Paz) do curso de extensão do Institutode Cultura Japonesa, ficou em 1º lugar no CampeonatoAberto de Karate Metropolitano na categoria kumite(luta). O evento foi promovido pela Federação Gaúcha deKarate. Junto com Shaine participaram os atletasAndriw´s Rodrigues, Diego Veríssimo, Felipe Zaffari, Mau-rício Silveira e Renato Guerreiro. A equipe conquistouduas medalhas de prata e duas de bronze.

Foto: Divulgação

ATLETA DA PUCRS VENCECAMPEONATO DE KARATE

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lado com algumas bolas. Ganhava aqueleque jogasse o maior número de bolas parao lado adversário no período de um minu-to, desligando-se automaticamente.

mercado de trabalho e a Universidade.A Confraria tem como padrinhos Ana Baseggio, pro-

fessora da PUCRS, Diego Selistre, gerente de relaciona-mentos da Claro Digital, Luciana Brambilla, assessora decomunicação, Mônica Riffel, consultora de recursos huma-nos, e Suzana Englert, gerenciadora de comunicação entrepessoas e empresas. Interessados em participar devemcadastrar-se pelo e-mail [email protected] informações podem ser conferidas no sitewww.confrariarrpp.com.

(Furg), ficando em primeiro, se-gundo e terceiro lugares respecti-vamente. O desafio integrou a pro-gramação da 11ª Semana da Enge-nharia.

Os participantes têm como ob-jetivo montar e programar um robôautônomo (sem o uso de controleremoto) com capacidade para exe-cutar a tarefa estipulada pelos or-ganizadores. O tamanho não deveultrapassar o de uma caixa de sa-pato. Neste ano, a mesa de provastinha o formato de um telhado,onde foi colocado um robô de cada

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Engenharia realiza finaldo Desafio de Robôs

A quarta edição da competi-ção Desafio de Robôs, promovidapela Faculdade de Engenharia, con-tou pela primeira vez com partici-pantes de outras instituições. En-tre os inscritos estavam represen-tantes do Colégio Rosário (PortoAlegre), da Fundação Universida-de Federal do Rio Grande (Furg),da Universidade Federal de SantaCatarina (UFSC) e de algumas em-presas. O confronto final ocorreuno início de junho e as equipesvencedoras foram Asimov (UFSC),Prot.C (Colégio Rosário) e Ippon

Quatro estudantes do 7º semestre do curso deRelações Públicas lançaram em junho a ConfrariaRRPP.COM. A idéia é oferecer um meio para discutirassuntos da área e integrar acadêmicos e profissionais.Os debates são realizados por uma lista de discussão nainternet e em encontros bimestrais, que devem começarem agosto. Os criadores do projeto, Letícia de Cássia,Loíze de Aguiar, Luciane Cabeda e Mateus Lampert,realizaram uma sondagem entre os profissionais e verifi-caram a carência de uma rede de comunicação entre o

EX-ALUNO CONQUISTAPRÊMIO NACIONAL

O primeiro lugar da 3ª Premiação CSN na ConstruçãoCivil foi conquistado pelo ex-aluno da Faculdade de Arqui-tetura Marco Gustavo Schmidt. Saíram vencedores tam-bém a faculdade e o professor orientador, José Carlos Cam-pos, que receberam menção honrosa. Schmidt apresentouo projeto Terminal Intermodal de Transportes Salgado Fi-lho, feito como trabalho de conclusão de curso. Ele for-mou-se na primeira turma e concorreu com 151 trabalhosde todo o Brasil. Dos finalistas, foi o único gaúcho.

O estudo buscou atender à necessidade criada com areconfiguração urbana causada pela instalação do novoaeroporto Salgado Filho. Os dados usados são reais, re-sultando num projeto tecnicamente viável. A idéia écriar um terminal que una os meios de transporte avião,ônibus, automóvel e metrô, levando em consideração osviadutos construídos nas áreas próximas. O trabalho seráentregue para a Infraero e demais órgãos que forneceraminformações ao acadêmico. Para Schmidt, a conquistaajudará no começo profissional.

CONFRARIA REÚNE INTERESSADOS EM DEBATER RP

Alunos da PUCRS

Equipamentos dispensam controle remoto

Mizoguchi (esq.), Schmidt e Campos

Projeto de Terminal Intermodal de Transportes

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Mer

cado

de

Trab

alho

Enge

nhar

iaDesenvolver soluções tecnológicas para o

cotidiano é tarefa dos engenheiros. Mesmocom formação específica em diferentes áreas,estão envolvidos na elaboração de ferramen-tas usadas na criação de novos produtos. Oimportante é unir o senso prático ao racional.

Na PUCRS, as opções de Engenharia sãoCivil, de Computação, de Controle e Automa-ção, Elétrica, Mecânica e Química. Engenhariade Controle e Automação, a mais procuradano vestibular, foi uma das três primeiras cria-das no Brasil e é a única do Rio Grande doSul. O curso é promissor junto com Engenha-ria Elétrica, valorizada por causa da questãoenergética e pelo crescimento da área de tele-comunicações.

Todos os cursos têm cinco anos de dura-ção e seus currículos estão em fase final dereformulação. Entre as novidades estão a re-dução da carga horária entre 20% e 25%, aorganização das disciplinas em apenas um tur-no e mais atividades de prática profissionaldentro e fora da Universidade. A base de to-dos os cursos é Matemática, Física e Química.

A CIÊNCIA APLICADA AO DIA-A-DIA

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Recentemente foi implantada a disciplina deIntrodução à Engenharia. Ministrada no pri-meiro semestre, ela visa a esclarecer o alunosobre a profissão e seu contexto, a faculdadee diminuir a troca de curso.

O estágio profissional é disciplina obrigató-ria e há grande procura das empresas pelos aca-dêmicos. Nos laboratórios conveniados com ou-tras companhias, os bolsistas desenvolvem pes-quisas aplicadas às necessidades da indústria.

O objetivo da faculdade é formar profissio-nais que exerçam sua atividade com autono-mia e visão crítica, com capacidade de prestarserviço, seja como funcionário, seja como pro-fissional liberal. Para tanto, é incentivado olado empreendedor e a iniciativa dos alunos.

A Faculdade de Engenharia tem dois progra-mas de pós-graduação: Engenharia Elétrica e En-genharia e Tecnologia de Materiais. Há opções deespecialização em Eficiência Energética, Enge-nharia de Segurança do Trabalho, Projeto de Tra-tamento de Resíduos Industriais Sólidos, Líqui-dos e Gasosos, Telecomunicações e Saneamentoe Engenharia Ambiental de Obras Civis.

ENGENHARIA CIVILPrimeiro curso de Engenharia da PUCRS, cria-

do em 1960.O QUE ABORDA: Projeto, construção e fis-

calização de obras.PRINCIPAIS FUNÇÕES: Desenvolver projetos e

coordenar a execução de serviços em canteiros deobras, planejando atividades e gerenciando equipes.

LOCAIS DE TRABALHO: Edificações; instalaçõesde saneamento e distribuição de água; rodovias, fer-rovias e sistema viário urbano; barragens; pontes eviadutos; contenções de encostas e obras de terraem geral; portos e aeroportos; e planejamento e con-

trole de sistemas de transporte.ÁREAS PROMISSORAS: Barra-

gens para abastecimento de água eenergia, ampliação da malha viária,manutenção de rodovias e projetosde saneamento e planejamento e ge-renciamento de obras.

REMUNERAÇÃO: Inicial entre R$1,3 mil e R$ 2,5 mil, podendo che-gar a R$ 10 mil.

OPORTUNIDADE PARA OS ALU-NOS: O curso mantém o contato comempresas do setor que necessitamde estagiários.

CONVÊNIOS: Integra o ProjetoIndústria Universidade, formado porum grupo de grandes indústrias dosetor que oferecem programas deatualização técnica, eventos e opor-tunidades de visitas às fábricas.

ENGENHARIADE COMPUTAÇÃO

Criado neste ano, é o curso mais novoda Faculdade de Engenharia.

O QUE ABORDA: Programação, orga-nização e arquitetura de computadores,circuitos eletrônicos e eletromagnéticos.

LOCAIS DE TRABALHO: Indústrias eempresas da área de processos de auto-mação, envolvendo o desenvolvimento ea gerência de projetos de hardware esoftware, redes de computadores, siste-mas embarcados, sistemas de tempo real,distribuídos e de comunicação. Como au-tônomo, pode prestar serviços de asses-soria e realizar projetos.

PRINCIPAIS FUNÇÕES: Gerenciar e im-plantar redes de computadores, projetarsistemas e desenvolver softwares.

ÁREAS PROMISSORAS: Telecomunica-ções, redes de computadores e projetosde circuitos integrados. A criação do Cen-tro de Excelência em Tecnologia Eletrôni-ca Avançada (Ceitec), em Porto Alegre,ampliará a oferta de trabalho.

REMUNERAÇÃO: A partir de R$ 1,7mil podendo chegar a R$ 10 mil.

OPORTUNIDADE PARA OS ALUNOS:Bolsas de iniciação científica e de pós-gra-duação e estágios em empresas.

CONVÊNIOS: AES Sul, Rio GrandeEnergia, Companhia Estadual de EnergiaElétrica, Telefônica, Parks e WEG.

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O QUE ABORDA: Mecânica, eletrônica, informática indus-trial e controle.

LOCAIS DE TRABALHO: Indústrias e prestação de serviçosnas áreas de automação de máquinas e processos.

PRINCIPAIS FUNÇÕES: Concepção, projeto, desenvolvi-mento, fabricaçãoe manutenção desistemas indus-triais automatiza-dos por computa-dor.

ÁREAS PRO-MISSORAS: Auto-motiva, teleco-municações, me-cânica, metalúr-gica e química.

REMUNERA-ÇÃO: Entre R$ 1,7mil e R$ 5 mil,podendo chegar aR$ 10 mil.

OPORTUNI-DADE PARA OS

ALUNOS: Projetos de pesquisa na Universidade, estágios econtratação, depois de formado, em empresas com as quais ocurso mantém parcerias.

CONVÊNIOS: Eberle, Muri e Trafo.

ENGENHARIA ELÉTRICAO QUE ABORDA: O curso tem quatro ênfases. Sistemas

de Energia: energia elétrica, sistemas e equipamentos elétri-cos nos setores industrial, comercial e doméstico. Eletrônica:equipamentos e sistemas eletrônicos. Computadores: hardwa-re e software de sistemas computacionais. Telecomunicações:equipamentos e sistemas de telecomunicações.

LOCAIS DE TRABALHO: Empresas e indústrias do setor.PRINCIPAIS FUNÇÕES: gerenciar, projetar, especificar, exe-

cutar, normatizar, desenvolver pesquisas e manutenção de sis-temas e equipamentos elétricos e eletrônicos.

ÁREAS PROMISSORAS: Telecomunicações, sistemas de ener-gia elétrica (geração, transmissão, distribuição e eficiênciaenergética), sistemas e equipamentos informatizados, eletrô-nica embarcada e desenvolvimento de circuitos integrados,principalmente com o estabelecimento do Ceitec.

REMUNERAÇÃO: A partir de R$ 1,7 mil, podendo chegar aR$ 10 mil.

OPORTUNIDADE PARA OS ALUNOS: Bolsas de iniciaçãocientífica e pós-graduação e estágios em empresas.

CONVÊNIOS: AES Sul, Rio Grande Energia, Companhia Es-tadual de Energia Elétrica, Telefonica, Parks e WEG.

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ONDE CURSARFaculdade de Engenharia – Campus Central – Av. Ipiranga, 6681, prédio 30. Informações: (51) 3320-3525,

[email protected] e www.feng.pucrs.br.

ENGENHARIA DE CONTROLE EAUTOMAÇÃO (MECATRÔNICA)

ENGENHARIA MECÂNICAO QUE ABORDA: Materiais (aço, ferros fundi-

dos etc.) e processos de fabricação (torneamen-to, forjaria, soldagem etc.); fluido-térmica (siste-mas de refrigeração e ar-condicionado, caldeiras,turbinas, compressores, motores); projetos de cria-ção, desenho e cálculo de máquinas e produtos eautomação e controle na indústria (robôs, vibra-ções e eletrônica industrial).

LOCAIS DE TRABALHO: Setores de metal-me-cânica, petroquímico, automobilístico, máquinase ferramentas em instituições públicas e priva-das.

PRINCIPAIS FUNÇÕES: projeto e manuten-ção de sistemas mecânicos (como os diferentesmeios de locomoção, linhas de fabricação e mon-tagem, máquinas, entre outros), ensino, pesquisae desenvolvimento, estudos e pareceres, períciase avaliações.

REMUNERAÇÃO: A partir de R$ 1,5 mil, po-dendo chegar a R$ 10 mil.

OPORTUNIDADE PARA OS ALUNOS: Bolsasde iniciação científica e estágios em empresas.

CONVÊNIOS: Eberle, Muri e Trafo.

ENGENHARIA QUÍMICAO QUE ABORDA: Processos de transformação

de matérias-primas em produtos de valor comer-cial.

LOCAIS DE TRABALHO: Indústrias, ensino,pesquisa, serviços e consultoria.

PRINCIPAIS FUNÇÕES: Desenvolvimento denovas tecnologias e de processos de transforma-ção, controle de qualidade, monitoramento e ge-renciamento ambiental, projeto de instalações in-dustriais e de equipamentos, gerenciamento deprodução, vendas técnicas, consultorias industri-ais, controle e automação de processos.

ÁREAS PROMISSORAS: Ambiental, biotecno-lógica, alimentícia, desenvolvimento de novosmateriais, química e petroquímica.

REMUNERAÇÃO: Inicial, em torno de seis sa-lários mínimos, elevando-se quando em cargo exe-cutivo.

OPORTUNIDADE PARA OS ALUNOS: Os estu-dantes podem realizar estágios em empresas, noslaboratórios da Faculdade e participar de pesqui-sas de iniciação científica.

CONVÊNIOS: OPP Petroquímica. Foi criado umcurso de graduação na modalidade de educação adistância com ênfase em petroquímica, único nopaís. É aberto apenas para os funcionários daempresa.

Mercado de Trabalho

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Um grupo interdisciplinar das áreasde Engenharia, Medicina, Física e Far-mácia trabalha no desenvolvimento deuma retina artificial, que será capazde devolver parte da visão para

quem nasceu cego ou perdeu a visão. Oprojeto é realizado dentro da linha depesquisa Processamento de Sinais e En-genharia Biomédica, do Programa dePós-Graduação em Engenharia Elétrica,em parceria com o Bascom Palmer EyeInstitute, da Universidade de Miami, ecom a Universidade do Novo México. Oolho eletrônico será usado em pessoascom doenças na retina.

O coordenador do projeto, professorDario Azevedo, explica que o estudo estádividido em três etapas. No primeiro mo-mento será criada uma câmera inteligen-te, composta por chips sensores de ima-gens e processadores. O passo seguinte éacoplar a câmera a um óculo e interligá-la ao nervo óptico do paciente, por meio deuma cirurgia. O instrumento realizará as mesmasfunções da retina.

Microcâmera A terceira etapa é a criação da retina arti-

ficial – uma microcâmera implantada no globoocular. Nos casos em que o nervo óptico estiverdanificado, a ligação entre o olho e o cérebropoderá ser feita diretamente no córtex visual. Aprevisão é de que o protótipo mais simples dacâmera inteligente esteja pronto em 2005 e oprojeto completo daqui a dez anos. Durante osestudos do ciclo visual são desenvolvidos váriosinstrumentos para testes do sistema visual quejá podem ser usados no diagnóstico de doençasde retina.

A aplicação mais imediata da retina artifici-al será em pessoas que enxergavam e perderama visão. Entre as doenças mais comuns, o oftal-mologista Otávio Augusto Sá, mestrando em En-genharia Biomédica, destaca retinose pigmentar– que leva à cegueira aos 40 anos –, degenera-ção macular senil, maculopatias medicamentosase diabetes. Segundo Azevedo, o objetivo do de-senvolvimento do olho eletrônico é devolver aospacientes entre 10% e 50% da visão.

Como parte do trabalho, a equipe estuda a fisi-ologia da retina e como ela processa e compacta osdados em tempo real. “No momento em que essefuncionamento for desvendado, haverá um avançona área médica e na de telecomunicações”, acredi-ta Azevedo. Em função disso, a Motorola mostrouinteresse pelo projeto e ofereceu apoio.

Tecn

olog

ia

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Parte do olholigada ao sistemanervoso centralresponsável pordetectar,processar eenviar a imagemao córtex visual(parte do cérebrousada noprocessamento ena interpretaçãodas informações)por meio donervo óptico.

Labelo testa qualidade de fogões

Retina artificialbeneficiará cegos

A partir de setembro deste ano, todos os fo-gões comercializados no Brasil terão sido testadospelo Laboratório Especializado em Eletroeletrôni-ca da PUCRS (Labelo). Os fabricantes nacionaistem esse prazo para se adequar à portaria nº 73do Instituto Nacional de Metrologia, Normaliza-ção e Qualidade Industrial (Inmetro), divulgadaem abril de 2002. Segundo o documento, os pro-dutos comercializados no país deverão apresentaruma etiqueta indicando a aprovação nos testes desegurança elétrica e eficiência energética de gás.Até o momento, o certificado de qualidade só eraexigido na exportação.

O Labelo é o único laboratório no Brasilcapacitado para realizar os ensaios elétricos,

que verificam, entre outros quesitos, a proteçãocontra choque elétrico, o aquecimento do fogão,a resistência ao calor e ao fogo, se o acendedorautomático dá choque no usuário e se a tempe-ratura do vidro do forno esquenta muito. Exis-tem dez fabricantes no país e todos estão sendotestados. O coordenador do Labelo, engenheiroÁlvaro Theisen, ressalta que o resultado para oconsumidor serão produtos com maior qualidade,mas também mais caros. Isso porque as marcasde baixa qualidade, e normalmente as mais bara-tas, devem sair do mercado. Será inaugurado, nodia 21 de agosto, o novo Laboratório de Ensaiosdo Labelo, onde são realizados testes como osfeitos nos fogões.

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O PROBLEMA DO MALNA POLÊMICAANTIMANIQUÉIA DESANTO AGOSTINHOMarcos Roberto Nunes Costa429p. – Coleção Filosofia 139

No presente volume é estudada aposição de Santo Agostinho arespeito do mal, no período dapolêmica contra o maniqueísmo. Apergunta a respeito do mal percorretoda a obra do grande bispo epreocupa-o até o final da vida. Mas éna polêmica antimaniquéia, como oautor bem mostra, que o pensamentode Agostinho sobre essa questão seexpressa em toda a grandeza.

O MUNDO DA CONSCIÊNCIA –ENSAIO A PARTIR DA FILOSOFIADA PSICOLOGIA DE L.WITTGENSTEINLuiz Hebeche272p. – Coleção Filosofia 138

Resultado da tese de doutorado defendida peloautor no Programa de Pós-Graduação emFilosofia da PUCRS, o estudo trata de eliminaralgumas dificuldades da obra tardia deWittgenstein, especialmente a noção de que arevelação do aspecto envolve um processomental.

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Cinco novos títulosLançamentos da EDIPUCRS

A CEPAL E A INDUSTRIALIZAÇÃOBRASILEIRA (1950-1961)

Jacqueline A. H. Haffner238p. – Coleção História 49

Trata-se de um estudo sobre o grau de aplicação dateoria da Comissão Econômica para América Latina e oCaribe (CEPAL) no Brasil, no período de 1950 a 1961,do ponto de vista da industrialização. Tomando comobase a análise dos principais acontecimentos sociais,

políticos e econômicos que efetivamente ocorreram nopaís, a autora realiza um minucioso confronto entre aspolíticas de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek com

os fundamentos da teoria Cepalina.

ESTATUÁRIOS,CATOLICISMO EGAUCHISMOArnoldo Walter Doberstein372p. – Coleção História 47

A obra apresenta um impressionanteconjunto de dados e uma argutacorrelação da arte com o catolicismo ecom o positivismo. A base da pesquisavem do amplo conhecimento do autorsobre história da arte, o que lhepermite compor um painel original ecativante, elaborado com a estatuáriaem seus diferentes aspectos.

SOCIEDADE, MÍDIA

E VIOLÊNCIAMuniz Sodré112p. – Coleção Comunicação 22

A velocidade e a plasticidade da mídia

eletrônica ajudam-na a adequar-se mais

facilmente a novas conjunturas

institucionais e políticas. Sem a fixação por

escrito de uma linha ideologicamente

coerente, sem memória, excessivamente

dependente do mercado e dos dispositivos

legais do Estado, a televisão é instrumento

de fácil controle, identitariamente oscilante

entre diário oficial de consumo e diário

oficial de governo.

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Promusit mostrar a serpente que mataram na portade casa. A bióloga Gláucia Pontes tranqüilizou-os,dizendo que se tratava de uma boipeva, não-veneno-sa. Condicionada num vidro com álcool, foi trazida àcoleção científica do MCT.

“Muito tri!”Uma das palestras realizadas no semi-reboque foi

sobre diagnóstico ambien-tal, ministrada pelo vice-diretor do MCT, Mário Tei-xeira, para uma platéia deprofissionais de diferentesáreas. Gláucia matou a cu-riosidade sobre as serpen-tes e apresentou uma aospequenos, que puderamtocá-la. Uma visão arque-ológica do índio no RioGrande do Sul foi o temada professora Mirian Car-le. Araújo fez truques demágica que podem ser ex-plicados pela ciência. Sco-lari mostrou num telãoilusões de óptica e ima-gens em terceira dimen-são. Na saída, os partici-pantes se despediram com“É show!”, “Maravilha”,“Muito tri!” e “Amanhãhaverá mais?”.

Também integraram o projeto em São Franciso asprofessoras Ana Clair Bertoletti, Elaine Vieira e SílviaDi Bernardo. Entre os funcionários estiveram Chris-tian Chassot, Fabiano Costa, João Gilberto Girardi eJoão Alves. Sete alunos completaram o grupo.

Prefeituras, secretarias de educação e organiza-ção de eventos podem solicitar a visita pelo telefone(51) 3320-3521. O Promusit tem cronograma fechadoaté dezembro. O projeto conta com o apoio da Vitae– Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social, doBanco Santander, do CNPq e da Fapergs.

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Pelo

Rio

Gra

ndeMuseu encanta

comunidades

Manobras divertidas no giroscópio

A 6ª Festa do Pinhão, realizada em São Francis-co de Paula, de 6 a 9 de junho, teve uma atraçãoespecial. O Projeto Museu Itinerante (Promusit) en-cantou crianças e adultos da região. A iniciativainédita do Museu de Ciências e Tecnologia (MCT) daPUCRS vai até às comunidades levando exposiçãointerativa, oficinas, palestras e shows. Cerca de 40experimentos foram montados na Sociedade Cruzei-ro. Em frente ao prédio, ficaram estacionados o ca-minhão extrapesado e o semi-reboque, transformadoem auditório. Cerca de 82 mil pessoas, de apenascinco cidades gaúchas, já visitaram o Promusit.

O diretor do MCT e coordenador-geral do Promu-sit, Jeter Bertoletti, apresentou o projeto a autori-dades do município. No dia 8, o movimento começoudepois da segunda vitória da seleção brasileira naCopa do Mundo. Enquanto Luiz Felipe Scolari vibravacom os quatro golos do Brasil, seu primo Luiz MarcosScolari, da equipe do Promusit, incentivava os pe-quenos a participar de brincadeiras, pouco depois de“assustar” um grupo com a máquina de choque. Ocoordenador das atividades, Gustavo Araújo, acreditaque o projeto contribui para a educação científica dapopulação.

Giroscópio é atraçãoJuecy Andreatta e Rosângela Carniel dos Santos,

da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, cum-priram a tarefa de acompanhar as visitas, mas nãodeixaram de levar os filhos e curtir. A supervisoraRosângela tirou o sapato de salto, calçou os tênis deum menino e foi andar no giroscópio humano. Seme-lhante ao empregado na Nasa e construído na mecâ-nica do MCT, o experimento é uma das maiores atra-ções e desafia até mesmo monitores e funcionários arealizar manobras.

Clélia Mazoti, os dois netos e o filho foram até o

Emoção: pequenos puderam tocar em serpente

Descoberta: paise filhos juntos

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MemóriaCursos comemoram60 anos

Os 60 anos de instalação dos cursos de Matemática,Física, Química, História Natural e Pedagogia, no dia 15 dejunho, estão sendo comemorados por cinco unidades uni-versitárias da PUCRS. Em comum tinham o objetivo deformar professores para o ensino secundário e constituíama Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a segunda da

Universidade e pioneira no Suldo país. Mesmo reunindo várioscursos, a unidade se expandiucom rapidez.

O pedido de funcionamentoda Faculdade de Educação, Ci-ências e Letras foi encaminha-do em fevereiro de 1939 ao Mi-nistério de Educação e Saúde.Devido à publicação de decre-to-lei em abril do mesmo ano,referente à organização da Fa-culdade Nacional de Filosofia, aInstituição Marista passou a serdesignada de Filosofia e nãoEducação. Os cursos iniciais da

Faculdade – Filosofia, Geografia e História, Ciências Soci-ais, Letras Clássicas, Letras Neolatinas e Letras Anglo-Ger-mânicas – começaram a funcionar em 26 de março de1940. Ir. Faustino João teve a responsabilidade de condu-zir os destinos da nova unidade.

Reconhecimento oficialEm 1940 foi concluída parte do novo edifício na Praça

Dom Sebastião para o funcionamento dos cursos. A inaugu-ração do prédio ocorreu em 30 de setembro de 1944, anoda publicação do reconhecimento oficial da unidade pelogoverno federal e da colação de grau da primeira turma, nodia 18 de dezembro.

Em março de 1966, transferidos para o Campus Central,na avenida Ipiranga, os cursos Matemática e Física recebe-ram prédio próprio com modernas instalações, três labora-

tórios para 60 alunos cada e anfiteatro de 300 lugares.História Natural e Física foram transferidos em 1967, ocu-pando o prédio 10.

Devido ao decreto-lei do governo sobre a reforma dauniversidade brasileira, em 1969 foi constituído o Institutode Ciências Exatas e Naturais da PUCRS. Naquele ano foiconstruída a sede própria, prédio 12, da nova unidadeacadêmica, que permitiu a organização e funcionamentoautônomo dos laboratórios, salas de aula e de administra-ção. Hou-ve grandeavanço nasatividadesdidát icas,e s p e c i a l -mente noplanejamen-to e na exe-cução daspráticas de laboratório.

Surgimento dos institutosA partir de 1970, houve reestruturação da Universidade,

com o desdobramento nos Institutos de Física, Matemática,Química, Biociências e Geociências. A Matemática reunia to-das as disciplinas e professores das áreas da Matemática, Es-tatística e Informática, esta que originou em 1977 o Institutode Informática. Nesse ano a Matemática também passou aocupar as instalações no térreo do prédio 15. Exerceram adireção da unidade AlfredoSteinbruch, Antonio Bianchi(hoje Pró-Reitor de Administra-ção), Delmar Basso e NiltonHack. Alaydes Sant’Anna Bian-chi assumiu o cargo em 1997.

Hoje a Faculdade realizaassessoria estatística aos cur-sos de Pós-Graduação da Uni-versidade. O Laboratório deMateriais Instrucionais tam-bém auxilia professores do en-sino fundamental e médio dasredes pública e particular, do-centes e alunos da PUCRS dos

Festa no Campus: Reitor e os diretores

1944: formatura com bacharéis em Ciências

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física exemplificam a abertura aosnovos tempos. Para o próximo anoestá previsto o início do bacharela-do em Biologia e do pós-graduaçãoem Biologia Celular e Molecular.

Na condição de unidade autô-noma, a partir de 1970 a Educaçãopassou a ser comandada pelo Ir.Faustino João e depois pelo Ir. Ar-mando Luiz Bortolini, que permane-ceu por aproximadamente três dé-cadas na direção. Hoje a Pedagogiatem habilitações em Educação In-fantil, Séries Iniciais, Educação Es-pecial – Deficientes Mentais, Magistério das Matérias Peda-gógicas do Ensino Normal, Orientação Educacional, Super-visão Escolar e Multimeios e Informática Educativa. Háainda o bacharelado em Psicopedagogia, instalado no iní-cio deste ano.

“Notamos a participação efetiva no movimento de for-mação do professor, com a reflexão crítica de que o aluno é

responsável diretopela aprendizagem”,salienta a diretoraMaria Waleska Cruz.A Educação, em con-junto com a Faculda-de de Administração,Contabilidade e Eco-nomia, está avalian-do o lançamento docurso de PedagogiaEmpresarial.

Com a mudançada estrutura geral daUniversidade, os ins-titutos de Educação,Matemática, Física,Química e Biociênci-as passaram a deno-minar-se faculdadesem 1998.

cursos de graduação e especialização. Em dezembro de2001 foi obtida a recomendação pela Capes para o Mestra-do Profissionalizante em Educação em Ciências e Matemáti-ca. Promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Mate-mática, tem como parceiros a Física, a Química, a Biologiae o Museu de Ciências e Tecnologia.

O atual reitor, Ir. Norberto Rauch, foi o primeiro dire-tor do então Instituto de Física. Francisco Massa, AntónioNunes e atualmente Maria Emília Bernasiuk se seguiram nacondução da unidade. Além da licenciatura plena, hoje éoferecido o bacharelado com ênfase em Física Médica, pio-neiro no Brasil. Em 2001 teve início o Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Tecnologia de Materiais, envol-vendo as Faculdades de Física, Engenharia e Química. Des-taca-se nos últimos anos a realização de convênios pelaFísica, como com a Incubadora Empresarial de Porto Ale-gre, a CEEE e o Grupo de Energia Solar da CNEA, Argentina.Houve ainda a fabricação da célula solar mais eficiente dopaís, com subvenção da PUCRS, da UFRGS, da Fapergs e doCNPq. O próximo empreendimento da Faculdade será a trans-ferência de grupos para o TECNOPUC, Parque Tecnológicoda Universidade.

Mercado de trabalhoO Instituto de Química foi conduzido por Olympio Scal-

co, Alvaro Leão Carvalho da Silva, Ivo Vedana e TizianoDalla Rosa. Assis Piccini, o atual diretor, ressalta a infra-

estrutura com equipamentosatualizados para o ensino e apesquisa. No segundo semes-tre de 1999, foi implantada ahabilitação de Química Indus-trial em substituição ao Quí-mico, atendendo às necessi-dades do mercado de trabalhoe ampliando as atribuições dosegressos. A habilitação de Li-

cenciatura Plena em Química também foi reformulada paraa introdução de melhorias no currículo.

O primeiro diretor do Instituto de Biociências foi Fer-nando Recena, que permaneceu até 1978. Também assumi-ram o cargo Francis-co Jardim, MiltonMenegotto, José Wi-llibaldo Thomé e Cla-rice Carvalho, a atu-al diretora. O cursode Licenciatura emCiências (PrimeiroGrau) foi criado em1970. Em 1982 foiassinado convêniocom a Universidadede Tübingen, Alema-nha, que desenvol-ve pesquisas e ofe-rece bolsas para in-tercâmbio de estu-dantes de gradua-ção. O Projeto Ge-noma Humano e oLaboratório de Bio-

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1967: pesquisa em laboratório no novo campus

Anos 50: atividades no Laboratório de História Natural

Fotos: Arquivo PUCRS

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do Colégio Rosário, mas atuou direta e indireta-mente na criação de todas as unidades universitá-rias de 1931 a 1947. Com a constituição das facul-dades de Filosofia, Ciências e Letras, de Direito eda Escola de Serviço Social, começou a luta paraaprovar a Universidade Católica do Rio Grande doSul, em 1948.

Honoris CausaNo ato de instalação da Pontifícia, em 7 de

março de 1951, foi outorgado o título de DoutorHonoris Causa a Ir. Afonso. “Esta Universidade ca-tólica é o mais belo florão da educação marista, éseu patrimônio”, salientou na ocasião. Em 1954,recebeu, do governo brasileiro, a comenda da Or-dem do Cruzeiro do Sul e a Cruz da Legião deHonra outorgada pelo presidente da França. Tam-bém foi reconhecido pela Santa Sé com a comendade São Silvestre Pro Ecclesia et Pontificie, concedi-da pelo Papa Paulo VI em 1967.

Foi eleito assistente-geral (hoje conselheiro-geral) dos Irmãos Maristas, um dos dez auxiliaresdo superior-geral, em 1941. Devido à guerra, se-guiu para Saint Genis Laval, na França, cinco anosdepois. Ficou encarregado da supervisão das pro-víncias do Brasil e da França e abriu casas maris-tas em Portugal, Moçambique e Angola.

Depois desse trabalho, voltou para o Brasil em1958. Seus últimos anos foram na Casa de RepousoSão José, em Viamão, onde buscava informar-se so-bre a Universidade e envolvia-se com questões deex-alunos. Faleceu em 10 de junho de 1970.

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Mem

ória

Famoso como orador

Os Fundadores - II

Irmão Afonso foi um dos maristas designadosà América do Sul, no início do século 20, depoisque o governo francês fechou colégios e exiloureligiosos. Passou a maior parte da vida no Brasil,onde, com sua liderança e visão de futuro, foi ofundador da Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul, com a colaboração de Elpídio Fer-reira Paes e Eloy José da Rocha. Faria 115 anos nodia 19 de agosto.

Nascido em Quesnoy-sur-Deûle, na França, Ir.Afonso foi criado num ambiente cristão. Ao con-cluir os estudos iniciais, a visita de um irmãomarista aos seus pais selou o seu destino. Tornou-se marista em 1903, quando a lei de laicizaçãoabalou as congregações. “Quando os sectários vo-taram a expulsão dos religiosos da França, o padrepregador nos comunicou, mas estávamos tão ale-gres que não achamos sentido no que ele afirma-va”, contou Ir. Afonso na sua última carta, em1970.

Autodidata e líderOs irmãos, acuados em Beaucamps, refugia-

ram-se num sítio na Bélgica. De lá, muitos, comoIr. Afonso, partiram para a América do Sul e adoutrina marista se espalhou pelo mundo. Em 1904,ele chegou ao Rio Grande do Sul para ser educador.Atuou no Colégio Santana de Uruguaiana e, em1907, foi designado ao Ginásio de Santa Maria. Ir.Afonso, autodidata, se aprofundou em Latim, Por-tuguês e Filosofia. Além de lecionar, exerceu a

direção do colégio.Em 1927, nomeado diretor do Co-

légio Nossa Senhora do Rosário, emPorto Alegre, deu início à trajetóriaque resultou na PUCRS. Estadualizou aescola, ampliou o espaço físico, mul-tiplicou as salas de aula, organizou ointernato e abriu o Curso de Contabi-lidade. Também se preocupava com aformação permanente dos professorese o preparo de líderes. Ao ser eleitoprovincial, em 1936, seu primeiro atofoi institucionalizar os estudos dos ir-mãos em todos os níveis. “Presenteem toda parte, ninguém o igualavaem resistência, pertinácia, ardor e ca-pacidade de ação”, comentou o pro-fessor emérito Antônio César Alves, em1971, durante inauguração do bustode Ir. Afonso no Campus Central.

Os alunos que se diplomaram noInstituto Superior de Comércio apela-ram pela criação do Curso Superior deAdministração e Finanças, que deu ori-gem à Faculdade de Ciências Políticase Econômicas. Ir. Afonso era diretor

A capacidade deempreender do Ir. Afonso

1951: Dom Vicente Scherer (esq.)entrega o diploma de Honoris Causa

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Bastidores

De olho no céu: monitor acompanha o público

Os alunos da licenciatu-ra em Física utilizam o ob-servatório durante o dia pararealizar o acompanhamentodas manchas solares. A aná-lise é feita com a projeçãoda imagem do Sol produzidapelo telescópio numa telabranca. Esse trabalho permite acompanhar as transfor-mações e a mobilidade das manchas e do Sol. Outraatividade do laboratório é fazer fotografias astronômi-cas de eventos como eclipses , alinhamentos e dapassagem da estação espacial ISS – International Spa-ce Station – sobre a cidade.

Curiosidade por eclipsesA visita dura cerca de uma hora e é acompanhada

por monitores. No primeiro momento, eles explicamsobre o que pode ser visto no céu à noite e, com umsoftware específico, mostram a localização dos astros,constelações, estrelas e planetas. Fornecem explica-ções básicas sobre astronomia para depois levá-los aoobservatório.

O público é bastante variado e inclui crianças. Amaior curiosidade é em relação aos planetas. A procuraaumenta quando são anunciados acontecimentos comoeclipses lunares e solares e alinhamentos dos planetas.Fasolo explica que menos de 5% da matéria do univer-so pode ser vista devido à pouca luminosidade. Para ele,a melhor forma de visualizar o céu é a olho nu ou comum binóculo, pois o campo de visão é mais amplo.

Interessados em ir no observatório devem agendara data pelo telefone (51) 3320-3535. Os grupos sãode, no máximo, dez pessoas e a entrada é gratuita.Durante o mês de julho, não haverá visitação, que seráretomada em agosto. Outras informações podem serobtidas no site www.pucrs.br/fisica.

por ANGELA VENCATO

A visualização de outros planetas do Sistema Solaré apenas um dos atrativos oferecidos pelo observatóriodo Laboratório de Astronomia da Faculdade de Física.

O local dessa experiên-cia estelar é o terraçodo prédio 8, onde umacúpula guarda o teles-cópio para observaçãodo céu.

Criado em 1976para oferecer um com-plemento ao ensino desala de aula, o labora-tório foi reaberto à co-munidade no primeirosemestre deste ano. Oespaço foi recentemen-te reformado, melhoran-

do o acesso ao terraço e a estrutura da sala de estu-dos, que dispõe de um computador. A equipe é forma-da por três monitores e pelo professor Plínio Fasolo,responsável por orientar as atividades.

Planetas e estrelasNas noites de céu sem nuvens e com baixa

umidade relativa do ar, os interessados podem enxer-gar os planetas Mercúrio, as fases de Vênus (deacordo com a incidência do Sol), Marte (o “planetavermelho”), Júpiter (e suas quatro luas gigantescas),Saturno (com satélites e anéis), Urano e Netuno.

Estes dois últimos apa-recem semelhantes aestrelas.

Para avistar as cra-teras e as montanhasda Lua , o ideal são asfases crescente e min-guante. Nesses períodosa luminosidade não étão intensa e cria maiscontrastes, permitindoperceber os detalhes dorelevo. No início da faseminguante, porém, aLua nasce à meia-noitee cada vez mais tardenas noites subseqüen-tes. Constelações zodia-cais, aglomerados de es-trelas e nebulosas(poeiras e corpos celes-tes aglutinados) com-pletam as possibilidadesde visualização. A cons-telação mais visível dozodíaco é a de Escor-pião.

Fotos: Divulgação

Foto: Marcos Colombo

Laboratório mostra ouniverso para visitantes

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Perfil

Alexandre Gruszynski é um dos professores maisantigos da PUCRS. Sua trajetória profissional acompanhao crescimento da Universidade desde a década de 50,quando ingressou como aluno na Faculdade de Direito.Formou-se na quarta turma, em 1954, época em que asaulas ainda eram ministradas no Colégio Nossa Senhorado Rosário. Hoje, aos 70 anos, aposentado do Estadodesde 1989, continua a fazer o que mais aprecia:lecionar. Sem deixar de lado o trabalho como diácono,liturgista e juiz no Tribunal Eclesiástico da Capital.

De origem polonesa e natural de Porto Alegre,Gruszynski lembra-se do período em que fazia políticaestudantil no Diretório Central dos Estudantes. “Buscáva-mos sempre construir ideais de justiça e humanismocristão”, diz. A vocação para o magistério surgiu noperíodo do Colegial, quando dava aulas particulares delatim, matemática e português.

Ex-aluno torna-se professorEnquanto fazia Direito, também cursava disciplinas

da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Em busca demais conhecimento, ainda matriculou-se no curso deMatemática. “Tive que abandonar em função da falta detempo”, conta. Da sua turma de 50 alunos do Direito,saíram três desembargadores. “Éramos um grupo unido emuito preparado”, salienta.

Antes da formatura, Gruszynski foi admitido comosecretário da Escola de Serviço Social. Em 1956, comapenas 24 anos, passou a ministrar a disciplina deDireito Canônico. “Tive o privilégio de ser o primeiro ex-aluno a ser aceito como professor na Faculdade”, recorda

com entusiasmo. Mais tarde,por sua sugestão, a dis-

ciplina recebeu a de-nominação de Direi-to Eclesiástico.

Em 1959 oprofessor ingres-sou no Serviço

Público do Estado, onde exerceu diversas funções.Foi membro do Conselho Estadual de Educação e,concursado, assumiu em 1963 o cargo de consultorjurídico, hoje denominado procurador do Estado.Nessa época atuou por 12 anos na Casa Civil comosubchefe. Mas nunca deixou de lecionar. “O contatocom os jovens nos mantém ativos na sociedade”,acredita.

Juiz eclesiásticoHá anos Gruszynski atua no Tribunal Eclesiástico

Regional de Porto Alegre. Iniciou como advogado edesde 1983 desempenha a função de juiz, comespecial dispensa pela Santa Fé, pois não fezmestrado específico. Em 1968 foi ordenado diácono– clérigo imediatamente inferior ao padre – peloPapa Paulo VI, junto com os quatro primeiros daAmérica Latina.

A aptidão para os assuntos eclesiásticos teveinicio na Universidade, quando participou de doiscursos de extensão sobre Liturgia. “Na época, parti-cipava e auxiliava nas missas dominicais na Capelada PUCRS”. A partir de 1961 fez parte da ComissãoArquiodicesana de Liturgia de Porto Alegre e partici-pou da reforma litúrgica determinada pelo Concíliodo Vaticano em 1963.

Atualmente, na PUCRS, o professor coordena umcurso de aperfeiçoamento na área do Direito Matri-monial e Processual da Igreja. Com as mudançascurriculares, a disciplina de Direito Eclesiástico tor-nou-se optativa. A intensa atividade diária ainda

permite que se dedique a momentos de lazer coma esposa, os três filhos e os três netos. Uma

das suas paixões é pesquisar genealogia. Jáconseguiu desvendar várias gerações da famí-

lia de sua esposa.

Jacy Mendonça (esq.), Gruszynski e Alberto Klumb

Uma vida dedicadaàs leis e à Igreja

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Gruszynski:professor,diácono,liturgistae juiz

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do do Doutor Pompeu – Prê-mio Açorianos de Melhor AtorCoadjuvante de 1997–, Um Ne-gócio Chamado Família e A Coi-sa Certa. Em 1999 e 2000, foidiretor artístico do Teatro doIPE e participa da equipe quereformula a programação doTeatro da Associação Médicado Rio Grande do Sul. Ideali-zou, com Rogério Beretta, ofestival corporativo Porto Ve-rão Alegre. No cinema, traba-lhou, por exemplo, em O Qua-trilho, Lua de Outubro, A Feli-cidade É... e Jacobina.

Fama nas novelasZé Victor faz parte da nova novela das oito da

Rede Globo, Esperança. Atua como o personagemGaetano, um descendente de italianos que faz detudo para conquistar o seu grande amor, Caterina(Simone Spoladore). O seu primeiro trabalho em ní-vel nacional foi o musical Dóris para Maiores, apre-sentado na Globo em 1993. Depois de participar deprogramas de TV e minisséries, em 2000 representouo personagem Viriato na novela Laços de Família,quando ficou conhecido pelo grande público e pas-sou a conseguir mais facilmente patrocínios e pla-téia para seus espetáculos.

Sem ter precisado se mudar de Porto Alegre, oator comemora as opções que surgem. “Aproveito apopularidade que a televisão me dá para concretizarnovos projetos”, conta. Porém, ele diz que não seilude com a fama: “Busco o sucesso, que significaviver bem com o fruto do meu trabalho”. Zé Victorrecebe, semanalmente, de 30 a 50 telefonemas de

jovens pedindo sugestões decomo encaminhar a carreirade ator.

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Eu E

stud

ei n

a PU

CRS

Às vésperas da formaturana Faculdade de Direito daPUCRS, há 20 anos, José Vic-tor Castiel, 43, confrontou-secom o primeiro desafio comoator. Na tradicional festa doscem dias, que antecede a co-lação de grau, o humoristacontratado pela turma nãoagradou. Enquanto todos con-versavam desinteressados, oartista apontou para Zé Victore desafiou:

— Suba aqui e faça me-lhor.

Sabendo do talento de ZéVictor, os colegas deram gar-galhadas. Ele reagiu com na-turalidade, ficou quase duas horas no palco contandopiadas e conduzindo brincadeiras que empolgaram osconvidados. Até o humorista se rendeu no final, afir-mando que Zé Victor era profissional. Ainda não, masatuava como amador desde 1974. “Esse fato signifi-cou muito para a minha decisão de ser ator”, lem-bra.

Zé Victor escolheu o curso de Direito por acharque se aproximava mais do que queria. “Na época, oteatro era considerado marginal. Direito tinha ver-borragia e possibilitava que eu me manifestasse empúblico”, explica. Gostava do curso e guarda boasrecordações do tempo de universitário. “A PUCRSrepresenta uma das melhores fases da minha vida”,salienta.

Durante uma década, levou com seriedade a car-reira de advogado. Começou em 1979, como estagiá-rio, e depois da formatura se dedicou com exclusivi-dade à profissão por três anos. Mas não estava feliz.

Carreira como atorZé Victor iniciou a carreira artística profissional

em 1984 no espetáculo Rasga Coração. Procurou oator Ludoval Campos, que o encaminhou ao diretorNéstor Monastério. Ao mesmo tempo que atuava comodiretor e ator, montou escritório e se dedicou à áreade Direito Autoral. Em 1989, quando a mulher estavagrávida da primogênita (o casal tem também ummenino) e o seu dinheiro ficou confiscado napoupança pelo Plano Collor, ele resol-veu abandonar o Direito.Não se arrepende.

Desde en-tão, fez partede várias pe-ças no Estado,como O Mari-

Zé Vitor Castiel:o formando humorista

Por quase dez anosCastiel atuou naárea de Direito

Autoral

por ANA PAULA ACAUAN

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IR. FAUSTINO JOÃOIr. Faustino João, educador marista e um dos principais consolidadores da PUCRS,

faleceu no dia 28 de junho, aos 93 anos, após breve enfermidade. Todo o desenvolvi-mento da instituição nesses 50 anos passou pelas mãos e pela orientação do Ir.Faustino. Força eficiente e silenciosa das iniciativas da Universidade e das faculda-des, de 1940 a 1990, o religioso nascido na Espanha foi um dos criadores dos cursosde Serviço Social, Direito e Jornalismo. Atuou também como diretor da Faculdade deEducação e Pró-Reitor de Extensão. Na última década supervisionou e observou osatuais progressos da instituição e empreendeu com Ir. Elvo Clemente a tarefa deredigir a História da PUCRS. Recebeu o título de Cidadão de Porto Alegre, da Prefeitu-ra Municipal, foi condecorado Professor Emérito pelo governo do Estado e lhe foiconcedida a Comenda da Ordem de Isabel a Católica, da Espanha.

EXPOFOTOSA evolução arquitetônica-estrutural da PUCRS

a partir de 1978, quando Norberto Rauch assumiua Reitoria da Instituição, é o tema da segundaedição da Expofotos da Universidade. Organizadospela direção da Biblioteca Central Ir. José Otão,os 18 banners ficaram expostos no saguão da bi-blioteca de 17 a 21 de junho. A mostra foi inau-gurada no dia 20 de maio no lançamento do PlanoEstratégico da PUCRS.

LABINTERO sociólogo Pedro Varón, coordenador científico do Centro Coordenador de Investi-

gação da Federação Internacional de Universidades Católicas (Fiuc), esteve na Universi-dade visitando a filial na PUCRS do Laboratório Internacional Universitário de EstudosSociais (Labinter). Varón é responsável pelo projeto para a América Latina do laborató-rio. O representante da Fiuc avaliou o desenvolvimento do projeto e as perspectivasfuturas, como a renovação do convênio da PUCRS com a federação e o desenvolvimentode novos estudos de investigação e ação na área social.

MICROGRAVIDADEUma teleconferência sobre Me-

dicina e Fisiologia Espacial, reali-zada em Estocolmo (Suécia), pôdeser assistida em tempo real no pré-dio 40 da Universidade. A transmis-são da apresentação, que integrouo congresso organizado pela Agên-cia Espacial Européia, foi organi-zada pelo Laboratório de Microgra-vidade e pela PUCRS Virtual. Pelaprimeira vez um congresso espaci-al foi transmitido na íntegra paravárias localidades do mundo compossibilidade de interação do pú-blico. A PUCRS foi o único pontode teleparticipação no Brasil.

ERICO VERISSIMOCentro Cultural CEEE Erico Verissimo –

Uma idéia luminosa é o nome do livro aser lançado em parceria entre o Centro deMemória Literária do Programa de Pós-Gra-duação em Letras e a Companhia Estadualde Energia Elétrica. A edição de luxo, comtiragem de 3 mil exemplares, será entre-gue na inauguração do novo espaço, quedeve ocorrer no final do ano. Reproduçõesde documentos do acervo e fotos dos es-critores compõem as 150 imagens conti-das na obra. O livro terá textos de ReginaZilberman, Maria da Glória Bordini, MariaLuíza Remédios e Luiz Antonio de AssisBrasil. Os autores abordam a literatura noRio Grande do Sul, a importância de EricoVerissimo, o surgimento dos acervos e apreservação e difusão da memória literá-ria do Centro Cultural.

30 ANOS DA VETERINÁRIAO curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Zootecnia,

Veterinária e Agronomia completou 30 anos no dia 24 de maio.Na ocasião foi descerrada uma placa referente ao aniversário, noprédio da unidade, no Campus II, em Uruguaiana. A comemora-ção contou com a realização de um memorial do curso, um jan-tar e homenagens a professores e alunos. O diretor da revista AHora Veterinária, Alcy Cheuiche, proferiu a palestra Medicina Ve-terinária: passado, presente e futuro.

LITERATURAO site relativo ao Banco de Textos Raros de Literatura

Brasileira, criado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras,foi incluído na Biblioteca Virtual de Literatura, patrocinadapelo CNPq. No endereço www.prossiga.br/pacc/bvl há infor-mações sobre escritores, ensaístas, associações, editoras, bi-bliografias e revistas eletrônicas. A página (www.pucrs.br/le-tras/pos/historiadaliteratura/textosraros) também foi classi-ficada com dois diamantes pelo portal BOL na categoria O me-lhor da Internet.

MINISTÉRIO PÚBLICOCom o intuito de qualificar os

membros do Ministério Público doEstado do Rio Grande do Sul, o ór-gão firmou um termo de cooperaçãocom a Universidade. A parceria pre-vê que os profissionais cursem mes-trado no Programa de Pós-Gradua-ção em Ciências Criminais. Os alu-nos devem passar por um processode seleção para ingressar em 2003.

DCEA nova diretoria do Diretório Central de Estudantes

tomou posse, tendo como componentes Filipe Tisbierek(presidente), Raul Siqueira (vice-presidente), Fabricio Du-tra (secretário-geral), Paulo Renato Rizzardi (primeiro se-cretário), Giangrei Chaves e Joni Wagner (ambos da Co-missão de Finanças). Concorreram nas eleições as chapasAção Consciente e DCE Para Todos, sendo a primeira a ven-cedora.

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FILHOS PRÓDIGOSAlunos egressos do curso de Administra-

ção, da Faculdade de Administração, Contabi-lidade e Economia, voltaram à Universidadepara proferir a palestra Filhos Pródigos – Expe-riências bem-sucedidas de prática profissional.Os ex-acadêmicos falaram sobre as vivênciasdo último ano do curso, como as experiênciascom a monografia e as diferentes situações en-frentadas no mercado de trabalho.

ORDEM DE RIO BRANCOEntre os recém-admitidos na Ordem de Rio Branco, no grau de oficial,

está a coordenadora do Programa de Alfabetização Solidária, professora MariaConceição Christofoli, da Faculdade de Educação. A Ordem foi criada pelaPresidência da República e valoriza os serviços meritórios e as virtudes cívi-cas, incentivando a prática de ações e feitos dignos de menção honrosa. Em1997 Maria Conceição ajudou a implantar o Alfabetização Solidária na Univer-sidade, que desde então ensinou cerca de 4 mil pessoas a ler e a escrever. Asatividades são desenvolvidas no interior da Bahia e da Paraíba, e em 2001foram estendidas para São Tomé e Príncipe.

NEUROLOGIAImad Najm, neurologista e neuro-

cientista da Cleveland Clinic (Cleveland,Ohio), ministrou palestra no HospitalSão Lucas sobre o tratamento das epi-lepsias com base no que ocorre no cé-rebro humano. Najm é um dos respon-sáveis pelo programa de cirurgia da epi-lepsia e de neurologia experimental daCleveland Clinic. A linha de pesquisautilizada pelo médico está começandoa ser usada no Laboratório de Neuroci-ências do Instituto de Pesquisas Bio-médicas da PUCRS.

ENFERMAGEMO curso de Enfermagem forma a

primeira turma no dia 3 de agosto, às21h, no Salão de Atos. A graduaçãofoi criada no primeiro semestre de1998. Como parte das atividades, os37 alunos realizaram o 1º EncontroCientífico dos Formandos do Curso deEnfermagem, no qual fizeram umaapresentação pública dos trabalhos deconclusão. A missa em Ação de Gra-ças está marcada para o dia 2 de agos-to, às 19h, na Igreja Universitária Cris-to Mestre.

CONDECORAÇÃO IMPERIAL O diretor do Instituto de Geri-

atria e Gerontologia, Yukio Morigu-chi, foi agraciado com a condecora-ção imperial Ordem do Tesouro Sa-grado, entregue pelo cônsul-geral doJapão, Kanji Tsushima. A homena-gem é uma das maiores distinçõesque o imperador japonês concede apessoas acima de 70 anos. É um re-conhecimento ao intercâmbio técni-co-cultural entre o Brasil e o Japãopromovido por Moriguchi.

PRÊMIO PELA QUALIDADEOs serviços prestados pelo Hospital São Lucas da PUCRS foram reconhecidos com o

recebimento do Prêmio Qualidade Hospitalar 2001 na categoria nacional. Foram premiadosdez hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde. O ministro da Saúde, BarjasNegri, entregou o troféu para o diretor técnico e clínico do HSL, Marco AntônioGoldani. A instituição também recebeu o diploma de Centro Colaborador do ministério.

ANIVERSÁRIOUm jantar comemorativo marcou o ani-

versário do Reitor, Norberto Rauch, no dia 20de maio. Mais de 400 pessoas da comunidadeacadêmica participaram da celebração reali-zada no Restaurante Panorama.

CIÊNCIA HOJEO diretor do Museu de Ciências e

Tecnologia, Jeter Bertoletti, será home-nageado com a Medalha Ciência Hoje20 Anos, conferida pela Sociedade Bra-sileira para o Progresso da Ciência. Asolenidade de entrega será no dia 12 deagosto, no Rio de Janeiro, e marca os20 anos da revista da SBPC. A medalhaé um reconhecimento ao trabalho de-senvolvido por jornalistas e cientistasna difusão científica no Brasil.

ESPECIALIZAÇÃO EM GEOGRAFIAO curso de Geografia lançou a especialização Fazendo a Geografia para o terceiro milênio: Prática e

textualização. Dirigido para graduados em Estudos Sociais, Geografia, História, Ciências Sociais, Peda-gogia (Séries Iniciais) e Filosofia, o objetivo é contribuir para a formação de professores que sejamcapazes de organizar situações de aprendizagem na área, como oficinas. As inscrições vão até 2 deagosto e podem ser feitas na sala 105 do prédio 5. Informações pelo telefone (51) 3320-3555.

PUCRS VIRTUALA equipe de professores da PUCRS Virtual foi convidada para participar da Conferência

Ibero-Americana sobre Sistemas, Cibernética e Informática, que ocorre de 19 a 21 de julhoem Orlando (EUA). O grupo apresentará a temática Proposta de uma arquitetura pedagógicana formação de docentes diferenciados: Uma experiência brasileira em EAD. A diretora daunidade, Marilú Medeiros, o gerente de marketing, Gilberto Medeiros, e a professora BeatrizRegina Franciosi debaterão Um cenário educacional criado para a implantação de um para-digma e de uma arquitetura pedagógica em educação a distância: A PUCRS Virtual. Partici-pam também os docentes Rubem Mário Vargas, Elaine Faria e Anamaria Colla.

SEMINÁRIO DE COMUNICAÇÃOO Programa de Pós-Graduação em

Comunicação realiza, de 16 a 18 desetembro, o VI Seminário Internacio-nal de Comunicação. Interessados emparticipar dos grupos de trabalhodevem enviar um resumo de dez li-nhas até 5 de agosto. Informaçõesna secretaria do pós, 3º andardo prédio 7, e pelo telefone (51)3320-3658.

ACORDO INTERNACIONALA PUCRS e a École Nationale

d’Ingénieurs de Saint-Étienne (França)assinaram um acordo de cooperação in-ternacional. A parceria prevê o inter-câmbio de estudantes de quarto e quin-to semestres com reconhecimento daequivalência das formações realizadas.Como parte do acordo, um aluno da ins-tituição francesa está estudando na Fa-culdade de Engenharia.

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ANIMAIS EM PERIGOO Rio Grande do Sul tem 261 espécies animais ameaçadas de ex-

tinção (como a onça-pintada, na foto) ou já extintas. A Lista Verme-lha é resultado de pesquisa realizada pelo Museu de Ciências e Tecno-logia da PUCRS (MCT), Fundação Zoobotânica e a Pangea – Associa-ção Ambientalista envolvendo 127 pesquisadores, sob a coordenaçãodo MCT. Dos animais citados, 44 também constam na lista brasileiraelaborada pelo Ibama. As aves são as mais ameaçadas, com 128 espé-cies em perigo. O Rio Grande do Sul é o quinto estado brasileiro a ela-borar um documento desse tipo. A lista faz parte do Projeto Livro Ver-melho que será lançado este ano pelo Museu. A obra aponta as prin-cipais ameaças e ações para a conservação das espécies.

MATEMÁTICAA Faculdade de Matemáti-

ca, junto com a Sociedade Bra-sileira de Matemática Aplicadae Computacional e o Institutode Matemática da UFRGS, pro-moveu o Encontro Regional deMatemática Aplicada e Compu-tacional. O evento foi realiza-do na Universidade. Os profes-sores da faculdade CarlosEduardo Pinent, Rubén Edgar-do Pazos e Helena Cury apre-sentaram trabalhos, respectiva-mente, no 8º Congresso Inter-nacional de Informática emEducação (Cuba), na 10ª Con-ferência Internacional de Ener-gia Nuclear (EUA) e na 12ª Jor-nada Regional de Educação Ma-temática (Passo Fundo).

EPILEPSIAO grupo de epilepsia dos Serviços

de Neurologia e Neurocirurgia do Hospi-tal São Lucas (HSL) participou do II Con-gresso Latino-Americano e XXVII Congres-so Brasileiro de Epilepsia, em Foz do Igua-çu (Paraná). O médico residente DanielBranco e a bióloga Andrea Tavares fica-ram em segundo lugar nos prêmios Me-lhor Trabalho em Pesquisa Clínica e Me-lhor Trabalho em Pesquisa Básica e Ex-perimental, respectivamente. Dos 170 tra-balhos apresentados, 23 foram desenvol-vidos no HSL. Os professores da PUCRSestiveram entre os palestrantes. A con-ferência de abertura O futuro da Epilep-tologia: Uma perspectiva clínica e experi-mental foi proferida por Jaderson Costada Costa. André Palmini falou sobre Tra-tamento cirúrgico das Displasias Corticais:A verdade e o mito e integrou duas me-sas-redondas. A palestra Cirurgia de Epi-lepsia na criança. Quanto mais cedo me-lhor? foi ministrada por Eliseu PaglioliNeto. Magda Nunes proferiu palestra eparticipou do Workshop sobre Neurolo-gia das Epilepsias. Em Avaliação por neu-roimagem vs. avaliação neuropsicológicatradicional Mirna Portuguez falou sobrea experiência inédita do Serviço com aRessonância Magnética Funcional.

PROFESSORES EM DESTAQUEUrbano Zilles, Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, e Ernildo Stein, do Programa de

Pós-Graduação em Filosofia, foram destacados no volume 4 da obra História da Filosofia noBrasil, de Jorge Jaime (Editora Vozes). Para cada um há um capítulo de 20 páginas. Elestambém constam na Enciclopédia de Filosofia Logos (Lisboa) e no Dicionário Bibliográfico deAutores Brasileiros, do Senado Federal. Zilles recebeu ainda um capítulo em Curso deIntrodução à Filosofia Brasileira, de José Maurício de Carvalho (editora UEL), e A FilosofiaContemporânea Brasileira, de Antonio Paim (editora CEFIL).

BIOLOGIA CELULARDe 16 a 19 de julho ocorre o XI Congresso

Brasileiro de Biologia Celular, no Centro deEventos da PUCRS. Promovido pela SociedadeBrasileira de Biologia Celular, a atividade visapromover um foro de debates sobre o tema,novas tendências técnicas e últimos avançosna área. O evento terá palestrantes da Alema-nha, Japão, Inglaterra, Uruguai e Chile. Entreos assuntos abordados, estão manipulação deembriões humanos (clonagem), bioética, em-briologia humana e envelhecimento celular.Junto com o congresso haverá uma exposiçãodos principais fabricantes de equipamentos emateriais relacionados à investigação em bio-logia celular. Informações pelo telefone(51) 3320-3500, ramal 4737, e no sitewww.pucrs.br/biocel.

NOVO PROVINCIALIr. Roque Ari Salet foi escolhido como primeiro provincial, para os próximos três anos, da recém-criada Província Marista

do Rio Grande do Sul. A nova unidade administrativa é fruto da unificação das províncias maristas de Porto Alegre e de SantaMaria e marca o início de uma reestruturação do Instituto Marista que agilizará o trabalho de irmãos e leigos. Nascido emCerro Largo (RS), em 1939, Ir. Salet iniciou sua vida como religioso em 1953, em Bom Princípio. Com formação em Teologiae Mariologia, por 12 anos atuou como superior da Província de Santa Maria. Hoje tem uma extensa folha de serviços pres-tados à Congregação de São Marcelino Champagnat. Desde janeiro deste ano estava em Roma, nomeado como superior daCasa Generalícia. Ir. Salet toma posse no dia 21 de julho, no Colégio Champagnat, em Porto Alegre.

PESQUISA EPÓS-GRADUAÇÃO

O Pró-Reitor de Pesquisa ePós-Graduação, Urbano Zilles, re-cebeu o professor de Direito e di-retor do Centro de Estudos Inter-nacionais da Universidade de Wis-consin-Madison (EUA), David Tru-bek. Ele veio conhecer essa áreacom o intuito de desenvolver umintercâmbio entre as duas insti-tuições. Na ocasião, Trubek minis-trou a palestra Globalização, direi-tos fundamentais sociais e Estadodemocrático de direito na aberturado Congresso Internacional – OsDesafios Contemporâneos dos Di-reitos Fundamentais Sociais.

COMÉRCIO EXTERIORUm projeto de capacitação em Comércio Exterior na forma de curso de extensão para executi-

vos de micro, pequenas e médias empresas gaúchas. Este é o resultado do convênio entre oDepartamento de Administração de Empresas da Faculdade de Administração, Contabilidade eEconomia com a Secretaria de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do Governo do Estado.Serão realizadas até dez turmas, com 40 alunos cada. Interessados devem apresentar o registro daempresa e se inscrever na Pró-Reitoria de Extensão Universitária, sala 201 do prédio 40. As aulasiniciam conforme os grupos são definidos.

EPECÊO Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade entregou à Gráfica Epecê o Certificado

de Qualidade no ramo gráfico. O reconhecimento refere-se à avaliação realizada em 2001.

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Soci

al

CONSTRUINDO A HISTÓRIADA ALFABETIZAÇÃO

O projeto Alfabetização: a leitura nofio da história, organizado pelo Pós-Graduação da Faculdade de Letras, pre-tende incrementar o desenvolvimento depesquisas nessa área no Estado. Serámontado na Universidade um acervo coma finalidade de mostrar o espaço que aleitura ocupou em diferentes momentosda história da alfabetização. Pesquisa-dores e professores terão à disposição,cartilhas, depoimentos, materiais didáti-cos e obras cientificas.

“Queremos ser referência na área dealfabetização”, explica a professora VeraPereira. A organização do futuro acervosolicita à comunidade a doação de carti-lhas antigas, fotos envolvendo situaçõesde aprendizado, boletins escolares e tudoo que possa contribuir para a compreen-são do lugar da leitura na história daalfabetização.

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Oficinas motivam alunos aoaprendizado da linguagem

Escolasinteressadasem seintegrar aoprojetopodementrar emcontato pelotelefone (51)3320-3500,ramal 4615.

O sucesso das oficinas também estimula osfuturos professores. “Os resultados aparecemlogo nos primeiros encontros”, diz Vera. Em vezde passar horas na frente da televisão, a garo-tada tem contato com livros e autores. As ofi-cinas também funcionam como laboratório paraos universitários. “O projeto auxilia pessoas ca-rentes e ao mesmo tempo me faz crescer comoprofissional e ser humano”, destaca a estudan-te de Letras, Camila dos Santos.

Vera acompanha os alunos

Computadores são ferramenta de ensino

Alunos de escolas públicas e privadas doensino fundamental estão superando dificul-dades de aprendizagem em leitura e escritapor intermédio de um projeto que integra oCentro de Referência para o Desenvolvimen-to da Linguagem (Celin) . O Centro é vincu-lado ao Pós-Graduação da Faculdade de Le-tras, sob a coordenação da professora ReginaZilberman. A ferramenta de ensino é um CDRom desenvolvido com o apoio da Fapergs eCNPq, em parceria com o Colégio Champagnate os professores da Letras.

O software pedagógico auxilia os adoles-centes a despertar o gosto pela leitura e avencer dificuldades por meio da informática.Na atual etapa do projeto, os grupos beneficia-dos são do Campus Aproximado Vila NossaSenhora de Fátima, Escola Estadual Lea RosaCecchini, Escola Erico Verissimo e ColégioChampagnat.

Estímulo à leitura e escritaDuas vezes por semana, alunos da 6ª sé-

rie da Escola Estadual Lea Rosa Cecchini e daEscola Erico Verissimo recebem ensinamentosno Centro de Informática da Educação. Elessão avaliados em relação às suas competênci-as para o aprendizado da leitura e da escrita.O acompanhamento é individual e cada apren-diz dispõe de um computador. Fábulas, pe-quenos contos, poemas e artigos de jornaisfazem parte do imaginário das aulas. Os ado-lescentes são estimulados a compreender eproduzir textos. “A leitura beneficia o desen-volvimento cognitivo”, explica a coordenado-ra do projeto, Vera Pereira.

Carine Martins, 14 anos, diz que o seu ren-dimento nas tarefas da escola melhorou. “Ado-rei a oportunidade e vou aproveitar até ao finaldo curso”, conta satisfeita. Carlos Henrique, 15

anos, com-partilha daopinião dacolega, maslamenta abreve duraçãodo curso.“Não queriaque os en-contros aca-bassem. Gos-taria de teracesso a con-teúdos maisavançados”,ressalta.

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saúde da periferia e duas unidades móveis. SegundoEdgar Erdmann, a concretização da viagem é reivindica-ção antiga da Prefeitura. A partir de agora, outros muni-cípios interessados também poderão usufruir de açõesrealizadas pelos estudantes.

Em sua quarta edição, o Programa Universidade Soli-dária promete dar continuidade e garantir momentos deeducação, saúde e lazer para os 25 mil habitantes dapequena localidade de Porto da Folha, em Sergipe. Emritmo de preparação desde o começo do ano, um grupode dez acadêmicos dos cursos de Psicologia, Odontolo-gia, Comunicação Social e Geografia viajam, em julho,rumo à região da Hidroelétrica do Xingó. São 21 dias detrabalho voluntário.

Desde 1996, a ação se realiza por intermédio deconvênio entre o Programa Comunidade Solidária e oConselho de Reitores das Universidades Brasileiras. Duasvezes por ano, os moradores recebem cursos e orienta-ções de higiene corporal e bucal, introdução à informáti-ca e atividades esportivas e culturais.

Brasil e CanadáO Projeto Rondon vai além dos limites do país. Em

parceria com a organização não-governamental JeunesseCanada Monde – o estudante tem a oportunidade deconhecer um país estrangeiro, aprender o idioma e de-senvolver ações comunitárias. Pelo período de seis me-ses, acadêmicos gaúchos e de universidades do Canadáestarão atuando na cidade de Val D’or, no Canadá, e emUruguaiana, no Rio Grande do Sul.

As equipes serão divididas pelos temas saúde e educa-ção e realizarão oficinas de artes e palestras nas escolas.Cada dupla, formada por um canadense e um brasileiro, fi-cará na casa de uma família. A idéia é integrar duas realida-des diferentes dentro de um mesmo projeto social.

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Projetos sociais mobilizamcomunidade acadêmicaAção Comunitária

O envolvimento de alunos da PUCRS em programassociais contribuem para o conhecimento e a prática dacidadania. Em cada projeto de ação comunitária há his-tórias de aprendizado, integração e de auxílio ao próxi-mo. Das oficinas de alfabetização ao cultivo de plantas,da prevenção de doenças a realizações culturais, a fina-lidade é complementar a formação acadêmica e desen-volver ações que beneficiem comunidades carentes deNorte a Sul do país.

Nas férias deste inverno, estudantes de várias áreascolocam em prática o que aprenderam em sala de aula.“As palavras de ordem são mobilização, trabalho e entro-samento”, resume o professor do curso de Odontologia ecoordenador dos projetos, Edgar Erdmann.

O Projeto Litoral possibilita aos universitários a vi-vência de situações novas de conhecimento e socializa-ção. Em julho, dez alunos de Odontologia prestam aten-dimento e dão noções de higiene bucal às comunidadescarentes de Morrinhos do Sul e Maquiné. Em média, cadadupla de universitários atende a dez pacientes por dia. Oconvênio firmado em 1989 entre a Secretaria de Saúdedo Estado e a Universidade abrange 19 municípios doLitoral Norte gaúcho.

Maturidade profissionalFelipe Oliveira, 24 anos, aluno de Odontologia, este-

ve em duas edições e diz que a experiência foi inesque-cível. “Conhecer a realidade fora dos consultórios é es-sencial para o amadurecimento profissional”, acredita. Aprogramação também foi estendida à região de Rosáriodo Sul. Os futuros dentistas estão acompanhando crian-ças e adultos, durante uma semana, em quatro postos de

Projeto Rondon: grupo embarca para o Canadá

Universidade Solidária: a equipe que está em Sergipe

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do “juízo dos pares”, ou seja, dos especialis-tas da mesma área. A relevância diz respeitoà aplicabilidade da mesma a áreas externas àdo desenvolvimento e à sua importância paraa sociedade.

Uma instituição como a PUCRS é avalia-da pelos produtos que gera e pelas funçõesque desempenha na sociedade. Ora, de umauniversidade espera-se que forme profissio-nais e pesquisadores competentes e comsólidos valores éticos e de cidadania, queproduzam conhecimento voltado à soluçãodos grandes problemas da sociedade e dopaís.

Para alcançar a meta proposta pela PUCRSna área de pesquisa, nesta década, parecem-me oportunas algumas considerações. Pri-meiro, pressupõem-se recursos humanos qua-lificados. O Programa de Capacitação Docen-te, ainda em andamento, já produziu cercade 500 doutores, muitos titulados nas me-lhores instituições do país e do exterior.Segundo, precisa-se de uma mentalidade quevalorize a competência e a produção cientí-fica dos docentes. Isso exigirá uma inovaçãona docência em todos os níveis, levando oaluno da graduação mais a aprender a apren-der e diminuir o ensino paternalista. Desdelogo o discente deverá perceber que a PUCRSé uma instituição que coloca grandes desafi-os aos jovens. Terceiro, será necessário uminvestimento permanente na Biblioteca e noslaboratórios, favorecendo o convívio de alu-nos de graduação e pós-graduação em proje-tos de pesquisa. Quarto, serão necessáriosprojetos viáveis para a busca de recursosfinanceiros em órgãos externos ou atravésde parcerias com empresas e com o setorindustrial.

Para a busca de parcerias, a PUCRS crioua Agência de Gestão Tecnológica e de Proprie-dade Intelectual (AGT), sediada no recém-criado Parque Tecnológico da PUCRS-Tecno-PUC. A AGT atua como facilitadora no pro-cesso de interação entre os pesquisadores daUniversidade e as empresas, na gestão eco-nômico-financeira dos projetos de pesquisaaplicada, envolvendo o apoio aos pesquisa-dores na negociação, contrato, execução fi-nanceira e prestação de contas. Tal iniciativavai ao encontro do propósito de sedimentarnão apenas a pesquisa pela pesquisa, masum espírito, uma filosofia que oriente asiniciativas nessa área.

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URBANOZILLESPró-Reitor de Pesquisae Pós-Graduaçãoda PUCRS

Opin

ião Em seu recente Plano Estratégico, a

PUCRS propõe-se, para 2010, “ser referêncianacional e internacional pela relevância daspesquisas e excelência dos seus cursos eserviços”. Ora, para alcançar meta tão ousa-da em menos de uma década não há tempoa perder.

Nos últimos anos houve um grande avan-ço na pesquisa em nosso país. Em primeirolugar, deve-se esse progresso à consolidaçãoda política de pós-graduação a partir da

década de 1960. Em taldécada, se um docenteuniversitário pudesse di-zer que fazia pesquisa selhe reconhecia um statusdiferenciado. Nos anossetenta, o professor uni-versitário diferenciado eraaquele que publicasse pa-pers. Nas duas décadasseguintes começou aolhar-se para os traba-lhos e para o fator deimpacto das revistas nasquais eram publicados epela interação com o se-tor produtivo.

Para que a pesquisauniversitária se torne re-ferência, precisa procurardois objetivos: qualidadee relevância. A qualidade

refere-se ao âmbito interno da área na qualse desenvolve a pesquisa. Geralmente resulta

“Precisa-se de umamentalidade que valorize acompetência e a produçãocientífica dos docentes. Issoexigirá uma inovação nadocência em todos osníveis, levando o aluno dagraduação mais a aprendera aprender e diminuir oensino paternalista. Desdelogo o estudante deveráperceber que a PUCRS éuma instituição que colocagrandes desafios aosjovens.”

A pesquisana Universidade

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Os fatos que foram notícia, os costumes ea vida no Rio Grande do Sul de 1929 a 1967registrados por matérias jornalísticas na Revistado Globo serão disponibilizados em CD-ROM ena internet. O Acervo Literário da Livraria doGlobo (Allglobo), do Centro de Pesquisas Lite-rárias da Faculdade de Letras da PUCRS, digita-lizou todas as 943 edições da publicação gaú-cha quinzenal que circulou no país durantequase quatro décadas. São milhares de páginascom literatura, notícias, história, moda, cultu-ra, esportes, culinária e vida social.

“A Revista do Globo é um retrato da socie-dade daquele tempo. Um dos destaques é a boacobertura da Segunda Guerra Mundial”, destacao coordenador do Allglobo, assessor da ReitoriaIr. Elvo Clemente. Os maiores escritores daépoca fizeram parte do veículo, conta. Entreeles, EricoVe r i s s imo ,como diretor,Moysés Velli-nho, MarioQuintana eM a n s u e t oBernardi, es-crevendo ar-tigos.

A t u a l -mente, estásendo reali-zada a últi-ma etapa doprojeto, con-templando revisão final e edição. Segundo apesquisadora e vice-diretora da Faculdade deLetras, Alice Campos Moreira, o resultado seráum conjunto de CDs armazenando as imagens

fac-similares das páginas (com tex-tos, fotos e ilustrações), catálogoliterário, de publicidade e de notíci-as esportivas. O material será distri-buído para bibliotecas públicas, pre-feituras e universidades do Brasil edo exterior. O conteúdo ainda estarádisponível no site da Biblioteca Cen-tral da PUCRS (www.pucrs.br/biblio-teca) a partir do final deste ano,época prevista para a conclusão.

Acervo doadoO trabalho começou em 1990,

com a catalogação dos artigos lite-rários da Revista do Globo. “A idéiainicial era fazer um fichário comum,mas o material era tão farto que

decidimos infor-matizar”, explicaAlice. Essa primei-ra etapa foi feitacom a coleção doMuseu da BrigadaMilitar. A digita-lização, de 1998a 2000, contoucom originais em-prestados peloMuseu de Comu-nicação HipólitoJosé da Costa eArquivo HistóricoMoysés Vellinho.

As imagensde algumas páginas estão sendo refeitas, pois

há folhas danificadas e fal-tantes. Para o trabalho fi-nal ficar completo, o All-globo pede doações ou em-préstimos a quem tiverexemplares guardados. Bas-ta entrar em contato coma secretaria da Letras, pelotelefone (51) 3320-3528ou no terceiro andar doprédio 8 do Campus (Ave-nida Ipiranga, 6681). Asetapas já finalizadas po-dem ser conferidas na ho-mepage www.ipct.pucrs.br/letras.

O projeto é financiado pela Livraria doGlobo, por meioda Lei Estadual deIncentivo à Cul-tura. O grupo, co-ordenado por Cle-mente, tem a par-ticipação dos pes-quisadores FlávioSoibelmann Glock,Maria HelenaSteffens de Cas-tro, além de Ali-ce Campos Morei-ra e do publicitá-rio José Fernandode Azevedo. Cer-ca de 50 estudan-tes da Faculdadede Letras traba-lharam como bol-sistas.

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Cult

ura

1961: Brizola desencadeiaa Campanha da Legalidade

Revista do Globo emCD e na internet

por CARINE SIMAS

1929: A primeira capa

1930:Yolanda

Pereira é aMiss

Universo

1942: Tempos de guerra e de arte