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PUERPÉRIO PATOLÓGICO RANUCE RIBEIRO AZIZ YDY

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PUERPÉRIO PATOLÓGICO

RANUCE RIBEIRO AZIZ YDY

PUERPÉRIO NORMAL

# CONCEITO

É o período do ciclo gravídico-puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, imprimidas pela gestação no organismo materno, retornam ao estado pré-gravídico.

Seu início ocorre após a expulsão total da placenta e seu término não tem sido uniformemente definido

# CLASSIFICAÇÃO: Imediato – Tardio – Remoto

PUERPÉRIO NORMAL

# Puerpério Imediato: inicia-se após a dequitação e se

estende até o 10º dia pós parto. Caracteriza-se por

regressão manifesta da alterações gravídicas locais e

gerais

# Puerpério Tardio: 11 a 45 dias. Nas não lactantes a

recuperação do sistema genital é intensa

# Puerpério Remoto: de 46 dias até a completa

recuperação das alterações imprimidas pela gestação

e a volta dos ciclos menstruaias ovulatório normais

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HEMORRAGIAS

# FORMAS CLÍNICAS:

- Lacerações de Trajeto: colo e vagina. Tratamento: sutura

- Atonia Uterina: Sangramento intenso. Útero amolecido e

globoso.

- Tratamento: - Massagem

- Ocitócitos

- Metilergonovina

- Prostaglandina intramiometrial

- Laqueadura da artéria uterina

ascendente ou hipogástrica

- Histerectomia

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HEMORRAGIAS

- Inversão Uterina: útero não palpável na região

suprapúbica. Manobra de Taxe. Cirurgia

- Retenção de Restos Placentários: Útero sub-

involuído; ultrassonografia mostra material amorfo.

Tratamento: Curetagem, uterotônicos, antibiótico se

infectado

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INFECÇÃO PUERPERAL

É localizada nos órgão genitais, após parto ou

abortamento recente

Infecção Puerperal, Febre Puerperal, Morbidade Febril

Puerperal ► aumento da temperatura corpórea, no

mínimo 38º C, durante dois dias quaisquer, dos primeiros

10 dias do pós-parto, excluídas as primeira 24 horas.

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INFECÇÃO PUERPERAL

# ETIOPATOGENIA – FATORES PREDISPONENTES

- Cesarina - Parto Prolongado

- Amniorrexe Prematura - Circlagem

- Manipulação repetida no canal do parto

- Hemorragia ante, intra e pós parto

- Condições Sócio-econômicas

- Monitorização Interna - Gemelaridade

- Retenção de restos ovulares

- Placenta Baixa

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INFECÇÃO PUERPERAL # FORMAS CLÍNICAS

- Períneo-Vulvovaginite e Cervicite: as infecções ocorrem

das soluções de continuidade aí produzidas pela

passagem do feto, além das episiotomias

- Infecção da Episiotomia:

- Infecção Simples: limitada à pele e à fascia supercial

adjacente. O local apresenta edema, eritema e

posteriormente deiscência da zona de sutura.

- Infecção da Fascia Superficial: como a fascia

superficial dessa área tem continuidade com as da parede

abdominal, região glútea e pernas, o edema e eritema

estendem-se para essas áreas.

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INFECÇÃO PUERPERAL

- Necrose da Fascia Superficial: infecção muito grave:

edema ► eritema ► pele coloração azulada ou castanha

► grangrenoso, com formação de vesículas e bolhas ►

sinais tóxicos de septicemia.

- Mionecrose: atinge os músculos do períneo.

- Endometrite: surge no sítio de implantação placentária.

Aumento da temperatura (até 39º C), lóquios tornam-se

purulentos e com mal cheiro. Útero amolecido e doloroso,

engrandecido, colo permeável.

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INFECÇÃO PUERPERAL

- Parametrite: é infecção do tecido conjuntivo fibro-

areolar, parametrial; decorrente de lacerações do colo e

da vagina, propagando-se o germe pela via linfática.

Temperatura atinge 39º C, toque: dor intensa, com

endurecimento dos paramétrios.

- Anexite (Salpingite e Ooforite): - endossalpingite ►

piossalpingite. Dor abominal aguda, predominante em

fossas ilíacas, febre alta (39 a 39,5º C) , discreta defesa

abdominal

- Peritonite: dor intensa e defesa muscular no baixo

ventre. Febre alta (40º C), perturbação funcional dos

intestino, com retenção de gases e fezes (íleo paralítico),

taquicardia, sinal de Blumberg positivo. Toque: dor em

fundo de saco vaginal posterior (abaulamento).

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INFECÇÃO PUERPERAL

- Tromboflebite Pélvica: os agentes infecciosos são

geralmente anaeróbios, abscessos renais,

pulmonares... Febre, calafrios, taquicardia, taquipnéia,

dor torácica, tosse, hemoptise.

- Choque Septicêmico: o principal responsável é a E.

coli, a mortalidade chega cerca de 20-25%.

Precede o choque a septicemia: calafrios, elevação da

temperatura a 40º C, taquicardia (120-140 bpm) e estado

geral mau.

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TRATAMENTO

Em todas as formas clínicas de infecção puerperal a

terapêutica antiinfecciosa é fundamental e em geral

suficiente para a cura do processo.

Medidas complementares como hidratação venosa,

antitérmicos, antiinflamatórios, oxigênio são

indispensáveis para garantir a sobrevivência das

pacientes.

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TRATAMENTO

Etiologia é Polimicrobiana

# Esquema de Antibióticos:

1. Penicilina Cristalina – Cloranfenicol – Metronidazol

2. Penicilina Cristalina – Gentamicina – Metronidazol

3. Ampicilina – Gentamicina – Metronidazol

4. CLINDAMICINA - GENTAMICINA

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MASTITES

- É um processo inflamatório agudo das mamas, de

origem infecciosa, associado à lactação – entre 2 a 4

semanas de puerério.

- Incidência: 1 – 5%

- Etiologia: Staphylococcus aureus: 50% dos casos (ou +)

- Casos Graves: (lesões extensa, ulceradas e

necrosantes) Gram-negativos aeróbicos (E. coli,

Pseudomonas, Serratia) e anaeróbios (bacterióides)

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MASTITES

# FATORES PREDISPONENTES:

- Malformações da papila mamária

- Primiparidade (maior sensibilidade da pele)

- Fissuras

- Técnica incorreta de amamentação

- Ingurgitamento mamário

- Higiene local inadequada

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MASTITES

# QUADRO CLÍNICO – MANIFESTAÇÕES

- GERAIS: febre, cefaléia, anorexia e mal-estar

- LOCO-REGIONAIS: aumento de volume, dor, edema de

pele, sinais flogísticos (dor, hiperemia e hipertermia);

abscessos superficiais com flutuação ou drenagem

espontânea (subareolares ou subcutâneos)

- PROFUNDAS: de difícil identificação (intramamários ou

retromamários)

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MASTITES

# DIANGNÓSTICO

- Clínico

- Laboratorial

- Ultrassonográfico

- Mamografia

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MASTITES

# TRATAMENTO

- PROFILÁTICO: preparação dos mamilos e aréolas,

higiene local, manutenção dos mamilos e aréolas secas,

elevação das mamas, evitar ou tratar fissuras, esvaziar

os ingurgitamentos.

- CLÍNICO: antibióticos, anti-inflamatórios e antitérmicos

- CIRÚRGICO: drenagem

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MASTITES

# TRATAMENTO CLÍNICO

- Casos Leves: Cefalexina (7-10 dias)

- Casos Graves: Oxacilina 500 mg a 1 grama EV de 6/6

horas associado ou não à cefoxitina 1 grama EV de 8/8

horas – durante 7 a 10 dias

# TRATAMENTO CIRÚRGICO

- Drenagem do abscesso sob anestesia geral

- + antibioticoterapia endovenosa

NÃO SUSPENDER A AMAMENTAÇÃO

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PSICOPATOLOGIA PUERPERAL

# TRANSTORNOS DO HUMOR

- Disforia do Pós-Parto (“puerperal bues”): grau de

tristeza ou humor depressivo nos primeiro dias do pós

parto (85% das puéperas); labilidade emocional,

irritabilidade, tensão, cefaléia, cansaço/fadiga, déficito de

memória, sentimentos de inadequação. Diminui após 10º

dia de pós parto.

- Depressão Puerperal: incide em 10 a 15% das

puérperas, normalmente após a segunda ou terceira

semana pós parto. Sintomas de ansiedade, inquietude,

insônia, humor deprimido, idéias delirantes, alucinações,

humor lábil.

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PSICOPATOLOGIA PUERPERAL

# TRANSTORNOS PSICÓTICOS – Psicose Puerperal

- Em até 3 semanas de puerério: Início agudo, sintomas

afetivos realcionados à mania ou à hipomania

(desinibição, hiperatividade motora, distraibilidade,

euforia e disforia)

- Quadro mais tardio (até o sexto mês): mais frequentes

os quadros esquizofrênicos: desconfiança, ideação

paranóide, alucinações, discurso incoerente e

desorganizado, mutismo, atos irracionais)

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PSICOPATOLOGIA PUERPERAL

# TRATAMENTO

- Transtornos mentais no pós-parto interferem não apenas

na segurança da paciente, mas também na de seu bebê.

- Psicoterapia

- Antidepresivos tricíclicos de 2ª geração

- Suporte Psiquiátrico

- Diazepínicos (crises confuso-delirantes)

- Todo medicamento passa pelo leite em maior ou menor

proporção - avaliar cada paciente.

LITERATURA RECOMENDADA

1. Rezende Obstetrícia, 11ª edição, Montenegro Rezende,

2010

2. Zugaib Obstetrícia, 1ª edição, 2008

3. Neme Obstetrícia Básica, 3ª edição, 2006