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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PUNÇÃO EM LAJES COGUMELO PROTENDIDAS COM
PILARES DE EXTREMIDADE
CARLOS EDUARDO LUNA DE MELO
ORIENTADOR: GUILHERME SALES S. A. MELO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM ESTRUTURAS E
CONSTRUÇÃO CIVIL
PUBLICAÇÃO: E.DM-005 A/05
BRASÍLIA/DF: MARÇO – 2005
ii
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PUNÇÃO EM LAJES COGUMELO PROTENDIDAS COM PILARES DE EXTREMIDADE
ENG.º CARLOS EDUARDO LUNA DE MELO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISÍTOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL.
APROVADA POR: _________________________________________________ Prof. Guilherme Sales S. de A. Melo (Orientador – Ph.D. – UnB) _______________________________________________ Prof. Yosiaki Nagato (Examinador Interno – D.Sc. – UnB) _________________________________________________ Prof. Dênio Ramam Carvalho de Oliveira (Examinador Externo – D.Sc. – UFPA) BRASÍLIA/DF, 23 DE MARÇO DE 2005
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FICHA CATALOGRÁFICA
MELO, CARLOS EDUARDO LUNA DE Punção em Lajes Cogumelo Protendidas com Pilares de Extremidade [Distrito Federal] 2005. xvi, 169p., 210 x 297 mm (ENC/FT/UnB, Mestre, Estruturas e Construção Civil, 2005). Dissertação de Mestrado – Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia. Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. 1.Punção 2.Lajes Cogumelo 3.Protensão não aderente 4.Cordoalha Engraxada 5. Pilares de Extremidade I. ENC/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
MELO, C. E. L. (2005). Punção em Lajes Cogumelo Protendidas com Pilares de
Extremidade. Dissertação de Mestrado em Estruturas e Construção Civil, Publicação
E.DM-005 A/05, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
Brasília, Brasília, DF, 169p.
CESSÃO DE DIREITOS
AUTOR: Carlos Eduardo Luna de Melo
TÍTULO: Punção em Lajes Cogumelo Protendidas com Pilares de Extremidade.
GRAU: Mestre ANO: 2005
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação
de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte dessa dissertação
de mestrado pode ser reproduzida sem autorização por escrito do autor.
____________________________________
Carlos Eduardo Luna de Melo Rua João Araripe, 120 - Apto 901 - Fátima 60.410-750 Fortaleza - CE - Brasil.
iv
“Comece logo a fazer, que o sentimento aparece, as coisas mudam fora e dentro de
você. Intenção sem ação é ilusão. Ouse a fazer e o poder lhe será dado.”
Dr. Lair Ribeiro
Dedico este trabalho a minha mãe, Nilma e
a Angélica, pelo amor e paciência.
v
AGRADECIMENTOS
A DEUS, a luz que ilumina os meus passos, pela saúde, dom da vida e graças alcançadas;
Aos meus pais, familiares e amigos, pelo incentivo e apoio à realização deste trabalho;
Ao Professor Guilherme Sales S. de A. Melo, pela confiança, orientação segura, motivação
e apoio constante para a realização deste trabalho;
Ao Professor Paul Regan, pelas contribuições nos ensaios e pela troca constante de
informações;
Ao Professor Yosiaki Nagato, pela disponibilidade, paciência e importante auxílio no
Laboratório de Estruturas;
Ao Professor da graduação, Gulielmo Viana Dantas, pela motivação e incentivo em
realizar atividades científicas;
Ao amigo Ricardo Carvalho Silva, pela ajuda e apoio durante o mestrado;
Aos colegas: Fábio, Ronaldson, Selênio, Neres, Nélvio, Vladimir e Washington, pelo
convívio, ajuda nos programas MAPLE e SAP 2000 e auxílio nos ensaios das lajes;
A Delane Palácio, pela ajuda nos momentos mais difíceis;
Aos técnicos: Leonardo, Severino e Xavier, pela colaboração na realização dos ensaios;
A Sra. Rejane e Sr. Barreira (Intergraf), pelas cópias desta dissertação;
A UFG, pelo fornecimento das cunhas e cones de ancoragem para a protensão;
À Impacto Protensão, pelo apoio na área de protensão e pelo fornecimento das cordoalhas;
Ao CNPq, pelo suporte financeiro durante o período do Mestrado.
vi
RESUMO
Foram ensaiadas 7 lajes cogumelo protendidas de 2000 x 1200 x 120 mm, com pilar de
extremidade de seção quadrada, de 200 x 200 mm, com cabos não-aderentes com perfil
curvo. O modelo experimental é do tipo local, simulando uma ligação laje cogumelo-pilar
de extremidade. A principal variável do presente estudo foi a relação entre as cargas
aplicadas, perpendicular (P1) e paralela (P2) à extremidade da laje, levando a relações M/V
de 0,15 (laje L1) a 0,70 (laje L7), entre o momento fletor perpendicular à extremidade da
laje (M), calculado na face interna do pilar, e a força cortante total na ligação laje-pilar (V).
Resultados de cargas últimas e tipos de ruptura, fissuração, flechas, deformações do
concreto, da armadura passiva e variação da força de protensão dos cabos são apresentados
e analisados. Os resultados foram analisados também em comparação com as estimativas
das normas ACI-318:2002, NBR 6118:2003, FIP:1998 e EC2:2002.
Foram obtidas rupturas por punção, flexão/punção, flexão/punção/torção e flexão/torção,
em função da variação da relação M/V atuante na laje.
O FIP:1998 apresentou as estimativas menos conservadoras dentre as normas analisadas,
seguido da NBR 6118:2003, que apresentaria estimativas um pouco menos conservadoras
caso a parcela de compressão do concreto devido à protensão (Vcp) fosse incorporada à
resistência da laje.
O EC2:2002 apresentou as estimativas mais conservadores dentre as quatro normas
estudadas, em função de considerar, ao contrário do FIP:1998 e da NBR 6118:2003, um
limite para a parcela que leva em conta a resistência do concreto e taxa de armadura
passiva (Vc).
vii
ABSTRACT
Seven post-tensioned flat slabs, 2000 x 1200 x 120 mm, with square (200 x 200 mm)
columns at the border, using curved unbonded tendons, were tested submitted to punching
shear. It’s a local model simulating the connection between the column and the flat slab.
The main variable of the study was the ratio between the applied loads, perpendicular (P1)
and parallel to the border of the slab (P2), leading to ratios M/V from 0,15 (slab L1) to 0,70
(slab L7), between the bending moment perpendicular to the edge of the slab (M), taken at
the column edge, and the total shear force at the connection (V).
Results of ultimate loads and failure types, cracking, deflections, concrete and non
prestressed reinforcement strains, and variation of the cables forces are presented and
analyzed. The test results were also compared with the estimations from ACI-318:2002,
NBR 6118:2003, FIP:1998 and EC2:2002.
Ruptures by punching, bending / punching, bending / punching / torsion, and bending /
torsion were obtained.
FIP:1998 presented the least conservative estimates, followed by the NBR 6118:2003, that
would present less conservatives estimates if the concrete compression component due to
the prestress (Vcp) was incorporated to the slab resistance.
EC2:2002 presented the most conservative estimates among the four codes studied, as it
considers a limit for the component that takes into account the concrete resistance and the
ratio of non prestressed reinforcement (Vc), opposite to is done by FIP:1998 and NBR
6118:2003.
viii
SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO 1 1.1 - MOTIVAÇÃO DA PESQUISA 1 1.2 - OBJETIVOS E METODOLOGIA 2 1.3 - ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 3 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5 2.1 - PESQUISAS REALIZADAS NO EXTERIOR 5 2.1.1 - Foutch, Gamble e Sunidja (1990) 5 2.1.2 - Gardner e Shao (1996) 9 2.1.3 - Gardner e Kallage (1998) 12 2.1.4 - Gardner e Sharifi (2000) 16 2.2 - PESQUISAS REALIZADAS NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB 19 2.2.1 - Corrêa (2001) 19 2.2.2 - Alves (2002) 23 2.2.3 - Villaverde (2003) 24 2.2.4 - Silva (2005) 25 2.2.5 - Carvalho (2005) 25 2.3 - PRESCRIÇÕES NORMATIVAS 27 2.3.1 - ACI-318:2002 27 2.3.2 - NBR 6118:2003 31 2.3.3 - FIP:1998 (Fédération Internationale de la Précontrainte) 35 2.3.4 - EC2:2002 40 3 - PROGRAMA EXPERIMENTAL 43 3.1 - LAJES ENSAIADAS E ESQUEMA DE ENSAIO 43 3.2 - ARMADURAS 49 3.2.1 - Armadura passiva 49 3.2.2 - Armadura ativa 52 3.2.3 - Resumo das armaduras das lajes 53 3.3 - CARACTERÍZAÇÃO DOS MATERIAIS 54 3.3.1 - Concreto 54 3.3.2 - Armadura passiva 55 3.3.3 - Armadura ativa 55 3.4 - INSTRUMENTAÇÃO 56 3.4.1 - Instrumentação da armadura de flexão 56 3.4.2 - Instrumentação do concreto 58 3.4.3 - Instrumentação da armadura ativa 59 3.4.4 - Deslocamentos verticais e fissuras 61 3.5 - SISTEMA DE PROTENSÃO ADOTADO 63 3.6 - PROCEDIMENTO DE ENSAIO 66 3.6.1 - Protensão 66 3.6.2 - Carregamento até a ruptura 66 3.6.3 - Medição de deformações na armadura e no concreto 66 3.6.4 - Medição de deslocamentos verticais 68
ix
4 - RESULTADOS EXPERIMENTAIS – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE 69 4.1 - CONCRETO 69 4.1.1 - Módulo de Elasticidade do Concreto 70 4.1.2 - Resistência à Tração do Concreto 70 4.2 - ARMADURA 71 4.2.1 - Armadura Passiva 71 4.2.2 - Armadura Ativa 72 4.3 - PROTENSÃO INICIAL E PERDAS IMEDIATAS 73 4.4 - VARIAÇÃO DA PROTENSÃO NAS CORDOALHAS 82 4.5 - FISSURAÇÃO E CONE DE RUPTURA 88 4.6 - DEFORMAÇÕES DAS ARMADURAS 94 4.6.1 - Armadura de flexão 94 4.7 - DEFORMAÇÃO DO CONCRETO 99 4.8 - DESLOCAMENTOS VERTICAIS 104 4.9 - CARREGAMENTOS E MODOS DE RUPTURA 111 5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS DA CARGA E MODO DE RUPTURA 117 5.1 - RESUMO DE DADOS E RESULTADOS EXPERIMENTAIS 117 5.2 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS COM AS NORMAS 119 5.3 - COMPARAÇÃO ENTRE OS MODOS DE RUPTURA ESTIMADOS E
OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE 133 6 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 137 6.1 - CONCLUSÕES 137 6.1.1 - Comportamento das lajes 138 6.1.2 - Comparação com as normas 139 6.2 - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 141 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 143 ANEXO A – EQUAÇÕES PARA O CÁLCULO DA PARCELA VP 147 ANEXO B – EXEMPLO DE CÁLCULO DE RESISTÊNCIA À PUNÇÃO 151 ANEXO C – CÁLCULO DO MÓDULO DE RESISTÊNCIA PLÁSTICA W1 166 ANEXO D – PERFIL DOS CABOS DAS LAJES ENSAIADAS 169
x
LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 – Resultados dos ensaios – Foutch, Gamble e Sunidja (1990) 7 Tabela 2.2 – Comparação de resultados – Gardner e Shao (1996) 11 Tabela 2.3 – Comparação dos resultados experimentais – Gardner e Kallage (1998) 14 Tabela 2.4 – Comparação dos resultados com as equações do ACI 318:1995 – Gardner e
Sharifi (2000) 18 Tabela 2.5 – Comparação dos resultados com a equação de Gardner e Kallage (1998) –
Gardner e Sharifi (2000) 18 Tabela 2.6 – Resumo das Lajes – (Corrêa 2001) 22 Tabela 2.7 – Resumo dos resultados experimentais (Corrêa 2001) 23 Tabela 2.8 – Valores estabelecidos para K1 (NBR 6118:2003) 33 Tabela 2.9 – Determinação do coeficiente k (FIP:1998) 35 Tabela 3.1 – Relações P1/P2 utilizadas nos ensaios 44 Tabela 3.2 – Resumo das armaduras 53 Tabela 3.3 – Traço em peso do concreto utilizado 54 Tabela 3.4 – Dosagem para 1 m3 de concreto 54 Tabela 3.5 – Propriedades mecânicas exigidas da armadura passiva 55 Tabela 3.6 – Características de massa e seção da armadura passiva (fabricante) 55 Tabela 4.1 – Resultados experimentais do concreto 69 Tabela 4.2 – Características mecânicas da armadura passiva utilizada 72 Tabela 4.3 – Características das cordoalhas engraxadas 72 Tabela 4.4 – Forças de protensão nos cabos – Laje L1. 74 Tabela 4.5 – Forças de protensão nos cabos – Laje L2. 75 Tabela 4.6 – Forças de protensão nos cabos – Laje L3. 76 Tabela 4.7 – Forças de protensão nos cabos – Laje L4. 77 Tabela 4.8 – Forças de protensão nos cabos – Laje L5. 78 Tabela 4.9 – Forças de protensão nos cabos – Laje L6. 79 Tabela 4.10 – Forças de protensão nos cabos – Laje L7. 80 Tabela 4.11 – Resumo das perdas totais médias em cada direção 81 Tabela 4.12 – Variação da força de protensão – Cabos paralelos à extremidade 86 Tabela 4.13 – Variação da força de protensão – Cabos perpendiculares à extremidade 87 Tabela 4.14 – Variação da força de protensão – Cabos 2, 3, 4 e 5 87 Tabela 4.15 – Carga de fissuração de flexão visível e direção de propagação 89 Tabela 4.16 – Cargas de ruptura das lajes ensaiadas 111 Tabela 5.1 – Resumo dos resultados experimentais 117 Tabela 5.2 – Dados das lajes ensaiadas 118 Tabela 5.3 – Dados para o cálculo pelo FIP:1998 120 Tabela 5.4 – Relações M/V utilizadas 121 Tabela 5.5 – Cargas últimas de punção – Laje L1 122 Tabela 5.6 – Cargas últimas de punção – Laje L2 122 Tabela 5.7 – Cargas últimas de punção – Laje L3 123 Tabela 5.8 – Cargas últimas de punção – Laje L4 123 Tabela 5.9 – Cargas últimas de punção – Laje L5 124 Tabela 5.10 – Cargas últimas de punção – Laje L6 124 Tabela 5.11 – Cargas últimas de punção – Laje L7 125 Tabela 5.12 – Cargas últimas de punção pelo ACI-318: 2002 127 Tabela 5.13 – Cargas últimas de punção pelo ACI-318: 2002* 128 Tabela 5.14 – Cargas últimas de punção pelo FIP:1998 129 Tabela 5.15 – Cargas últimas de punção pelo EC2:2002 130
xi
Tabela 5.16 – Cargas últimas de punção pela NBR 6118:2003 131 Tabela 5.17 – Valores de M/V para cada ensaio 134 Tabela 5.18 – Valores de VFlexão nas duas direções para cada relação P1/P2 134 Tabela 5.19 – Modo de ruptura estimado e de ensaio 136
xii
LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 – Momento torçor na extremidade da laje – McGregor (1997) 2 Figura 2.1 – Esquema de Ensaio – Foutch, Gamble e Sunidja (1990) 5 Figura 2.2 – Arranjo das cordoalhas – Foutch, Gamble e Sunidja (1990) 6 Figura 2.3 – Esquema de Ensaio - Gardner e Shao (1996) 10 Figura 2.4 – Esquema de ensaio – Gardner e Kallage (1998) 13 Figura 2.5 – Perfil dos cabos de protensão – Gardner e Kallage (1998) 13 Figura 2.6 – Arranjo dos cabos e numeração dos pilares – Gardner e Sharifi (2000) 16 Figura 2.7 – Esquema de ensaio – Vista superior – Corrêa (2001) 20 Figura 2.8 – Esquema de ensaio – Vista lateral – Corrêa (2001) 20 Figura 2.9 – Detalhe das lajes – Corrêa (2001) 21 Figura 2.10 – Seção crítica e distribuição das tensões assumidas (ACI-318:2002) 28 Figura 2.11 – Determinação de Vp – Mitchell e Collins (1991) 29 Figura 2.12 – Perímetro crítico de punção (NBR 6118:2003) 31 Figura 2.13 – Representação da carga equilibrante (NBR 6118:2003) 33 Figura 2.14 – Perímetro de controle de punção (FIP:1998) 36 Figura 2.15 – Parcela da carga equilibrante (FIP:1990) 37 Figura 2.16 – Perímetro de controle de punção (EC2:2002) 41 Figura 3.1 – Detalhe das lajes ensaiadas 43 Figura 3.2 – Esquema de ensaio – Vista Lateral 45 Figura 3.3 – Esquema de ensaio 46 Figura 3.4 – Bomba elétrica utilizada 47 Figura 3.5 – Sistema de rótula utilizado para aplicação da carga P2 47 Figura 3.6 – Fixação do pilar ao pórtico de ensaios 48 Figura 3.7 – Detalhe da armadura passiva superior. 50 Figura 3.8 – Detalhe da armadura passiva inferior. 50 Figura 3.9 – Armadura passiva – Vista Lateral 51 Figura 3.10 – Traçado dos cabos de protensão e disposição das armaduras 51 Figura 3.11 – Traçado em planta dos cabos de protensão 52 Figura 3.12 – Perfil dos cabos poligonais na direção paralela à extremidade – Laje L1 53 Figura 3.13 – Perfil dos cabos perpendiculares à extremidade – Laje L1 53 Figura 3.14 – Extensômetro colado na barra de aço 56 Figura 3.15 – Extensômetro colado e protegido com ARALDITE 56 Figura 3.16 – Localização dos extensômetros 57 Figura 3.17 – Extensômetros na posição definitiva 57 Figura 3.18 – Localização dos extensômetros na face inferior do concreto 58 Figura 3.19 – Extensômetros colados na superfície inferior do concreto 59 Figura 3.20 – Instrumentação da armadura ativa 60 Figura 3.21 – Numeração e posicionamento das células de carga 60 Figura 3.22 – Numeração e posicionamento dos defletômetros 61 Figura 3.23 – Defletômetros na face superior da laje 61 Figura 3.24 – Fissuras iniciais na laje L4 62 Figura 3.25 – Marcação de fissuras após a ruptura da laje L4 62 Figura 3.26 – Detalhe da armadura e ancoragem ativa 63 Figura 3.27 – Sistema de protensão adotado – Villaverde (2003) 64 Figura 3.28 – Reprotensão e desprotensão do cabo 65 Figura 3.29 – Sistema de aquisição de dados utilizado 67 Figura 3.30 – Ensaio montado – Vista lateral 68 Figura 4.1 – Gráfico tensão x deformação. Armadura passiva - φ 6,3 mm 71
xiii
Figura 4.2 – Gráfico tensão x deformação. Armadura passiva - φ 8,0 mm 72 Figura 4.3 – Força nos cabos versus tempo, em horas 73 Figura 4.4 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L1. 74 Figura 4.5 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L2. 75 Figura 4.6 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L3. 76 Figura 4.7 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L4. 77 Figura 4.8 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L5. 78 Figura 4.9 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L6. 79 Figura 4.10 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L7. 80 Figura 4.11 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L1. 82 Figura 4.12 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L2. 83 Figura 4.13 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L3. 83 Figura 4.14 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L4. 84 Figura 4.15 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L5. 84 Figura 4.16 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L6. 85 Figura 4.17 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L7. 85 Figura 4.18 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L1 90 Figura 4.19 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L2 90 Figura 4.20 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L3 91 Figura 4.21 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L4 91 Figura 4.22 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L5 92 Figura 4.23 – Mapeamento das fissuras – Laje L6 92 Figura 4.24 – Mapeamento das fissuras – Laje L7 93 Figura 4.25 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L1 94 Figura 4.26 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L2 95 Figura 4.27 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L3 95 Figura 4.28 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L4 96 Figura 4.29 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L5 96 Figura 4.30 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L6 97 Figura 4.31 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L7 97 Figura 4.32 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L1 99 Figura 4.33 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L2 100 Figura 4.34 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L3 100 Figura 4.35 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L4 101 Figura 4.36 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L5 101 Figura 4.37 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L6 102 Figura 4.38 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L7 102 Figura 4.39 – Fissura de torção – Laje L6 103 Figura 4.40 – Reação do pilar versus flecha – Laje L1 104 Figura 4.41 – Reação do pilar versus flecha – Laje L2 105 Figura 4.42 – Reação do pilar versus flecha – Laje L3 105 Figura 4.43 – Reação do pilar versus flecha – Laje L4 106 Figura 4.44 – Reação do pilar versus flecha – Laje L5 106 Figura 4.45 – Reação do pilar versus flecha – Laje L6 107 Figura 4.46 – Reação do pilar versus flecha – Laje L7 107 Figura 4.47 – Deslocamentos da laje L1 108 Figura 4.48 – Deslocamentos da laje L7 108 Figura 4.49 – Reação do pilar versus flecha – Defletômetro 10 109 Figura 4.50 – Reação do pilar versus flecha – Defletômetro 11 109 Figura 4.51 – Reação do pilar versus flecha – Defletômetro 13 110
xiv
Figura 4.52 – Ruptura da laje L1 112 Figura 4.53 – Ruptura da laje L2 113 Figura 4.54 – Ruptura da laje L3 113 Figura 4.55 – Ruptura da laje L4 114 Figura 4.56 – Ruptura da laje L5 114 Figura 4.57 – Ruptura da laje L6 115 Figura 4.58 – Ruptura da laje L7 – Fissuras de flexão e torção 115 Figura 4.59 – Ruptura da laje L7 – Fissuras de torção 116 Figura 5.1 – Discretização utilizada no programa SAP 2000 121 Figura 5.2 – Carga atuante versus carga resistente pelo ACI-318:2002 128 Figura 5.3 – Tensão atuante versus tensão resistente pelo ACI-318:2002* 129 Figura 5.4 – Tensão atuante versus tensão resistente pelo FIP:1998 130 Figura 5.5 – Tensão atuante versus tensão resistente pelo EC2:2002 131 Figura 5.6 – Tensão atuante versus tensão resistente pela NBR 6118:2003 132 Figura 5.7 – Equilíbrio das forças da seção da laje na ruptura por flexão 133 Figura 5.8 – Modo de ruptura estimado das lajes ensaiadas 135
xv
LISTA DE SÍMBOLOS
As - área da armadura passiva;
Asp - área total da armadura de protensão em uma direção;
bo - comprimento do perímetro de controle à d/2 da face do pilar definido pelo ACI-
318:2002;
β coeficiente de majoração da carga atuante em uma laje cogumelo com
transferência de momento entre a laje e o pilar;
d - altura útil da armadura passiva;
d (ACI) - Altura útil considerada para o ACI-318:2002;
dp - altura útil dos cabos de protensão;
f 'c - resistência a compressão de corpos de provas cilíndricos;
fck - resistência característica da compressão de corpos de provas cilíndricos;
fcm - resistência à compressão de corpos de provas cilíndricos;
fpc - tensão média no plano da laje, devido as cargas de protensão iniciais;
fyp - tensão convencional de escoamento da armadura de protensão;
fys - tensão de escoamento da armadura passiva;
h - altura da laje;
m'- média dos momentos devido as cargas verticais aplicadas na laje, no alinhamento
da face do pilar;
m’pe - momento devido às excentricidades dos cabos devido à protensão;
m’po - momento devido à compressão da superfície superior da laje promovido pela
protensão;
Mu - momento perpendicular à extremidade no momento da ruptura;
P - força aplicada nos cabos de protensão por um macaco hidráulico de protensão;
P0 - força no cabos de protensão após as perdas imediatas;
Pi - força de protensão inicial aplicada pelo macaco hidráulico de protensão;
PSd - valor de dimensionamento da força de punção atuante;
PSd,eff - força efetiva de punção;
Pu - carga de ruptura observada nos ensaios;
Pc - carga de ruptura calculada;
u1 - comprimento do perímetro de controle a 2d da face do pilar (FIP:1998, EC2:2001
e NBR 6118:2003);
xvi
u1* - comprimento do perímetro de controle reduzido a 2d da face do pilar (FIP:1998,
EC2:2001 e NBR 6118:2003);
uo - comprimento do perímetro do pilar;
V - reação do apoio da laje para uma carga unitária aplicada na laje;
Vn - resistência à punção calculada sem ponderação;
Vc - parcela de Vn independente da protensão;
Vcp - parcela de Vn dependente da tensão no plano devido a protensão;
Vp - parcela de Vn dependente das componentes verticais das forças de protensão;
VR,c - resistência de uma laje cogumelo de concreto armado;
VRk - resistência característica do valor de VR;
VRk,c - resistência característica do valor de VR,c;
Vu - carga de ruptura experimental;
ρ - taxa de armadura passiva;
σcp - tensão média de compressão no plano;
φ - Fator de redução da resistência nominal;
1
1 - INTRODUÇÃO
1.1 - MOTIVAÇÃO DA PESQUISA
A solução em lajes cogumelo em concreto protendido vem sendo uma alternativa cada vez
mais utilizada, pela simplicidade de execução, economia de material e diminuição da altura
final da estrutura, possibilitando em muitos casos obter estruturas mais leves e com
fundações mais econômicas. Outras vantagens que podem ser citadas: graças aos efeitos da
protensão há a possibilidade de se obterem vãos maiores; redução das flechas em relação
às lajes de concreto armado; valorização da estrutura esteticamente. A protensão influencia
bastante a resistência de uma laje cogumelo, podendo a resistência variar de acordo com a
força de protensão, a distribuição e o traçado dos cabos.
Um dos fatores que exigem atenção em se tratando de lajes cogumelo em concreto armado
ou protendido, é a possibilidade de ruptura da laje por punção. Entende-se por punção um
tipo de ruptura transversal por cisalhamento em torno de carregamentos localizados, que
ocorre de maneira brusca e que pode acarretar um colapso parcial ou total da estrutura.
O fenômeno da punção é ainda mais complexo em lajes cogumelo com pilares de
extremidade e de canto, devido à grande transferência de momento entre a laje e o pilar,
fazendo com que a resistência da laje seja reduzida.
Segundo MacGregor (1997), quando existe a transferência de momento entre a laje e o
pilar, ou vice-versa, o comportamento é complexo, pois envolve combinações de tensões
devidas à flexão, ao esforço cortante e ao momento de torção atuantes na porção da
extremidade da laje que está ligada ao pilar, e dependendo do nível de concentração dessas
tensões, diversos tipos de ruptura podem ser esperados. A Figura 1.1 esquerda mostra as
ações em uma laje cogumelo com pilar de extremidade. Verifica-se que existem rotações
diferentes em relação à extremidade da laje (Figura 1.1 direita), destacando o surgimento
do momento torçor na extremidade da laje.
2
Diversos estudos em lajes cogumelo protendidas com pilares internos foram realizados,
podendo ser citados os trabalhos de Shehata (1982), Regan (1985), Melges (2001), Corrêa
(2001), Alves (2002), Ramos (2003), Villaverde (2003), Silva (2005) e Carvalho (2005).
Porém, em se tratando de laje com pilar de extremidade ou de canto submetida à punção,
existem poucos estudos relacionados com o assunto, podendo ser citados os trabalhos de
Foutch, Gamble e Sunidja (1990), Gardner e Kallage (1998) e Gardner e Sharifi (2000), e
somente com estudos teóricos e experimentais pode-se definir uma base sólida para a
criação de uma teoria consistente para o caso de lajes com pilares de extremidade ou de
canto submetidas à punção.
A
C
B
D
A'
B'
A
Aθ
CθC
Aθ
Figura 1.1 – Momento torçor na extremidade da laje – McGregor (1997)
1.2 - OBJETIVOS E METODOLOGIA
Esse trabalho dá continuidade aos estudos sobre punção em lajes cogumelo protendidas
realizados por Corrêa (2001), Alves (2002), Villaverde (2003), Silva (2005) e Carvalho
(2005) na Universidade de Brasília.
O principal objetivo deste trabalho é contribuir para o melhor conhecimento do mecanismo
de resistência à punção de lajes cogumelo protendidas com pilar de extremidade, sendo
este o primeiro a ser realizado na Universidade de Brasília sobre o assunto. Os objetivos
específicos deste trabalho são:
3
Analisar a influência da variação do momento fletor e do esforço cortante atuantes na
ligação laje-pilar de extremidade, na resistência ao puncionamento da laje;
• Verificar as contribuições das parcelas de compressão no plano (Vcp) e parcela da carga
equilibrante ou vertical (Vp), na resistência à punção de uma laje cogumelo com pilar
de extremidade;
• Comparar os resultados experimentais obtidos com os estimados segundo as normas:
ACI 318:2002, NBR 6118:2003, FIP:1998 e EC2:2002;
• Verificar as restrições impostas pelo ACI 318:2002 e NBR 6118:2003 na contribuição
da parcela da compressão no plano (Vcp) no cálculo da resistência da laje à punção.
Para se atingir os objetivos propostos, a metodologia será a realização de ensaios de
ruptura de 7 lajes com pilar de extremidade, protendidas com cabos não aderentes
(cordoalhas engraxadas) e carregadas com diferentes relações entre o momento fletor e o
esforço cortante atuantes na ligação laje-pilar. Esta série de ensaios faz parte do projeto de
tese de doutorado do Eng. Vladimir Villaverde Barbán, em andamento na Universidade de
Brasília.
1.3 - ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO
Além deste Capítulo 1, este trabalho está estruturado da seguinte forma:
O Capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica na qual são descritos os trabalhos
realizados recentemente em lajes de concreto armado e protendido com armadura não
aderente, possuindo pilares de extremidade. Também são apresentadas quatro
recomendações normativas para se estimar a resistência à punção de lajes cogumelo
protendidas com pilares de extremidade.
No Capítulo 3 é apresentado detalhadamente todo o programa experimental realizado,
destacando os materiais e processos utilizados para a realização dos ensaios.
4
No Capítulo 4 são apresentados e analisados os resultados experimentais das lajes, tais
como: propriedades dos materiais utilizados, protensão inicial, cargas e tipos de ruptura,
variação da força de protensão nos cabos durante os ensaios, deformações da armadura
passiva e do concreto, deslocamentos verticais, fissuração e inclinação das fissuras do cone
de ruptura.
O Capítulo 5 apresenta as comparações dos resultados experimentais da carga e do modo
de ruptura das lajes com as estimativas segundo normas.
No Capítulo 6 são apresentadas as conclusões desta pesquisa e sugestões para trabalhos
futuros.
As Referências Bibliográficas são apresentadas após o Capítulo 6, seguindo-se os Anexos,
A, B ,C e D.
O Anexo A apresenta o desenvolvimento das expressões para a determinação da parcela
Vp. O Anexo B apresenta um exemplo resolvido e comentado do cálculo da resistência à
punção da laje L5 pelas diferentes normas apresentadas no trabalho. O Anexo C apresenta
o cálculo do módulo de resistência plástica da seção crítica W1, para pilares de
extremidade, pois as normas não apresentam este desenvolvimento. O Anexo D apresenta
os perfis dos cabos observados para todas as lajes.
5
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
São apresentadas neste capítulo as recentes pesquisas realizadas no exterior em punção em
lajes cogumelo protendidas com pilares de extremidade, e as pesquisas realizadas na
Universidade de Brasília na área de punção em lajes cogumelo protendidas.
2.1 - PESQUISAS REALIZADAS NO EXTERIOR
2.1.1 - Foutch, Gamble e Sunidja (1990)
Apresentaram resultados de ensaios de quatro lajes quadradas protendidas de 1524 mm x
1524 mm x 102 mm, com pilares de extremidade de concreto armado, quadrados, de 305
mm x 305 mm, com cordoalhas não aderentes dispostas de duas maneiras: concentradas na
região do pilar na direção perpendicular à extremidade da laje e uniformemente
distribuídas na outra direção.
PLANTA
D
A
S4
A
305
S2
S3
S1
D (mm)
610
610
1067
CORTE A - A
CÉLULA DE CARGA
MACACO HIDRÁULICO
MECANISMO DE CARGA
LAJE DE REAÇÃO
1524
305
305
1524
305
102D
Figura 2.1 – Esquema de Ensaio – Foutch, Gamble e Sunidja (1990)
Os objetivos desse trabalho foram estudar o efeito da relação momento/cortante na resposta
da ligação laje-pilar, estudar o aumento das tensões nos cabos e o mecanismo de ruptura e
desenvolver um procedimento de cálculo simples para avaliar a resistência das ligações
laje-pilar de extremidade. As principais variáveis foram a distribuição das cordoalhas
consideradas e a distância do carregamento em relação à face do pilar, no sentido
6
perpendicular à extremidade livre da laje, para estudar o efeito da relação
momento/cortante.
Os autores compararam os resultados dos ensaios com as formulações prescritas pelo ACI
318:1983, que apresentava as equações para o cálculo de resistência à punção em lajes com
pilares de extremidade sem levar em consideração os efeitos da protensão.
A restrição da resistência à compressão do concreto imposta pelo ACI 318:1983 em 35
MPa também foi testada utilizando-se um concreto com uma média de resistência de 45,8
MPa para as 4 lajes ensaiadas.
As lajes S1 e S2 tiveram o mesmo tipo de armadura ativa e passiva, possuíam 11
cordoalhas concentradas próximas ao eixo do pilar, dispostas perpendicularmente à
extremidade livre da laje, e na outra direção foram dispostas 5 cordoalhas. As lajes S3 e S4
tiveram também o mesmo tipo de armadura ativa e passiva, possuíam 6 cordoalhas
concentradas próximas ao eixo do pilar, dispostas paralelamente à extremidade livre da
laje, enquanto na outra direção foram dispostas 4 cordoalhas. A Figura 2.2 mostra o arranjo
das cordoalhas utilizado.
343
114
114
343
76
LAJES S1 E S2
76
7676
7676
7676
LAJES S3 E S4
279
406
152
406
279
40676 152 406406 76 7676 11476 7676 1029
Figura 2.2 – Arranjo das cordoalhas – Foutch, Gamble e Sunidja (1990)
A força máxima de protensão em cada cabo no início do ensaio foi cerca de 70% da carga
última do cabo para prover uma certa margem de segurança durante os ensaios.
7
O carregamento foi aplicado gradualmente até a ruptura em diferentes distâncias da face do
pilar (1067, 610, 610 e 305 mm), utilizando dois macacos hidráulicos de 30 ton. ancorados
à laje de reação, e produzindo força de cima para baixo na laje. As relações Mu/Vu das
lajes ensaiadas foram: 1,00 (S1), 0,60 (S2), 0,59 (S3) e 0,31 (S4), considerando o momento
na face do pilar.
O pilar foi armado de tal forma a resistir à transferência de momento da laje e estava preso
a um sistema que impedia a sua rotação.
A laje S1 rompeu por flexão com superfície de ruptura passando ao longo da face do pilar,
enquanto a laje S2 teve um modo de ruptura frágil por punção, com um colapso súbito da
zona de compressão ao longo de uma superfície formada por fissuras inclinadas nas
vizinhanças imediatas do pilar. A ruptura da laje S3 ocorreu de forma dúctil por flexão ao
longo de uma linha de ruptura passando pela laje e a face do pilar.
A laje S4 era idêntica à S3, exceto pelo ponto de carregamento, e apresentou uma relação
Mu/Vu = 0,31, pelo fato do carregamento estar bastante próximo da face do pilar. A
ruptura da laje S4 foi semelhante à laje S2 e ocorreu de forma frágil. Os resultados dos
ensaios, destacando os modos de ruptura, são apresentados na Tabela 2.1
Tabela 2.1 – Resultados dos ensaios – Foutch, Gamble e Sunidja (1990)
Modelo D* (mm)
Md* (kN.m) ACI 318-77
Md* (kN.m) Forças Internas
Mu* (kN.m)
Mu** (kN.m)
Vu (kN)
Modo de
Ruptura S1 1067 55,53 56,48 58,62 67,28 58,15 Flexão
S2 610 50,31 49,45 50,19 62,74 83,82 Punção
S3 610 37,83 39,72 40,40 50,50 67,65 Flexão
S4 305 33,47 35,38 35,78 52,99 114,64 Punção * Em relaçao à face do pilar. ** Em relação ao centro do pilar Foi verificado que a seção mais apropriada para se calcular os momentos atuantes na seção
crítica é em relação ao eixo que passa na face do pilar, sendo também a seção apropriada
para considerar a resistência à flexão usando a teoria das linhas de ruptura.
8
Em relação ao aumento das tensões nos cabos, os autores verificaram que em nenhum
ensaio o aumento da tensão no cabo em relação ao nível de tensão no início do ensaio foi
maior que 50% do aumento estimado pelo ACI 318:1977 e foi de apenas 84% do esperado
pelo ACI 318:1983. O aumento médio das tensões das cordoalhas nos ensaios foi de 65 a
81% do maior aumento registrado numa cordoalha. Os autores verificaram que o aumento
das tensões nos cabos é similar à relação momento versus deflexão dos modelos.
Em relação aos efeitos da protensão, os autores verificaram que a parcela da compressão
no plano Vcp aumenta significativamente a resistência à punção, e a não consideração dessa
parcela em lajes cogumelo protendidas com pilares de extremidade, como recomenda o
ACI 318:1983, acarretaria resultados subestimados de resistência das lajes. Os autores
concluíram que é recomendado o uso da equação de cálculo da resistência à punção para
ligações laje-pilar de interior no cálculo da resistência à punção de ligações laje-pilar de
extremidade, considerando a contribuição da compressão do concreto devido à protensão.
Os autores observaram também que para o caso de uma ruptura por punção, a armadura
passiva superior não é efetiva no combate ao pós-puncionamento, porque tende a arrancar
uma área significativa de concreto na parte superior da laje.
Os autores concluíram também que os limites de 35 MPa para a resistência do concreto e
de 3,5 MPa para a tensão de compressão do concreto devido à protensão, tal como
recomenda o ACI 318:1983, podem ser estendidos respectivamente para 50 MPa e 3,9
MPa.
9
2.1.2 - Gardner e Shao (1996)
Apresentaram resultados experimentais para punção de uma laje cogumelo contínua de
concreto armado, com 9 pilares e um comprimento de vão de 2743 mm, que foi carregada
até a ruptura, simulando uma carga uniformemente distribuída por meio de 40 pontos de
cargas concentradas na laje. A laje possuía 4 pilares de extremidade, 4 pilares de canto e 1
pilar de interior, sendo que 1 pilar de extremidade e 1 pilar de canto eram de seção circular,
com diâmetro de 254 mm e os demais eram de seção quadrada de 254 x 254 mm. A
espessura da laje foi de 140 mm, com uma altura útil de 120 mm e as extremidades norte e
leste tinham uma aba de 125 mm.
O objetivos do estudo foram: 1) investigar a adequabilidade de se usar modelos isolados
para representar lajes contínuas reais ; 2) o estudo da validade das prescrições do ACI
318:1989, BS 8110:1985 e o código CEB-FIP:1990 na punção; 3) o comportamento das
ligações laje-pilar de interior, extremidade e de canto; 4) os efeitos das escoras ao redor
dos pilares na resistência da laje.
A armadura foi calculada de acordo com o ACI 318:1989 e distribuída para assegurar que
a laje tivesse rupturas por punção antes de rupturas por flexão.
Os cálculos de resistência da laje cogumelo foram feitos desconsiderando as restrições de
resistência do concreto impostas pelo ACI 318:1989, BS 8110:1985 e o Código Modelo do
CEB-FIP:1990.
A metodologia do ensaio consistiu da aplicação gradual de 40 cargas concentradas
simultâneas, simulando uma carga uniformemente distribuída, até verificar a ruptura de
alguma ligação laje-pilar. Inicialmente rompeu o pilar de interior para uma carga de 34,4
kN/m2. Para dar prosseguimento ao ensaio, a ligação laje-pilar de centro foi escorada. Após
mais incremento de carga, os pilares de extremidade nº 2 e nº 5 romperam a uma carga de
34,4 kN/m2. As ligações nº 2 e nº 5 foram escoradas e o ensaio prosseguiu até a ruptura da
ligação laje-pilar de canto. A ligação laje-pilar de extremidade 3 e a ligação laje-pilar de
canto romperam a uma carga de 44,8 kN/m2. A Figura 2.3 mostra o esquema de ensaio
utilizado, destacando os pontos de aplicação de carga, numeração dos pilares e localização
das escoras.
10
5867
2743
686
2743
458
8
914
L12
L11
5
913458
L14
L37
L32
L13
L36
L31
L38
L33
Escoras de 95 x 95 mm
L9
3
L10
6
L17 L18 L19
L28
L23
L27
L22
1
L24
L1 L22
5867
2743
685
9
L8
L7
127458458228 228
L15
L39
L34
L16
L40
L35
12768
6
N
S
127O L
458
228
45822
8
4
7
L6
L5L20 L21
L29
L25
L30
L26
L3
D = 254 mm
L4
2743
914
458
458
D = 254 mm
127
127
Figura 2.3 – Esquema de Ensaio - Gardner e Shao (1996)
Todas as rupturas observadas nas ligações laje-pilar foram combinadas de flexão e punção,
apresentando fissuras grandes o bastante para indicar que o aço teria escoado devido aos
momentos negativos.
Os autores assumiram que a carga uniformemente distribuída aplicada na laje foi
distribuída da seguinte forma: a ligação laje-pilar de interior recebeu 26,2%, a ligação laje-
pilar nº 2 recebeu 12,14% e a ligação de canto recebeu 5,7%.
Verificou-se que a ligação laje-pilar de interior é mais crítica em punção que a ligação laje-
pilar de extremidade e de canto, numa laje contínua corretamente projetada e com taxa de
armaduras aproximadamente iguais. As ligações laje-pilar 2 e 6, que possuíam pilares de
seção circular, romperam com cargas mais baixas que as ligações análogas usando pilares
de seção quadrada (ligações laje-pilar 4 e 9). Os comentários do ACI 318:1989 sugerem
que um pilar de seção circular pode ser tratado como um pilar de seção quadrada para o
cálculo da resistência à punção.
11
A equação linear de interação de momento e cortante do ACI 318:1989 é não-conservadora
no cálculo dos coeficientes das ligações nº 2 e nº 5, mas conservadora para a ligação nº 6.
A comparação das ligações de extremidade com as normas é exposto na Tabela 2.2.
Tabela 2.2 – Comparação de resultados – Gardner e Shao (1996)
Pc (kN/m2) Pu (kN/m2) Pu/Pc Pc (kN/m2) Pu (kN/m2) Pu/Pc
ACI 45,2 0,76 43,6 0,79
BS 8110 31,7 1,09 31,7 1,09
CEB 38,1 0,90 31,8 1,08
Método proposto 36,5 0,94 35,5 0,97
Coeficiente Proposto 34,5 1,00 33,1 1,04
Taxa de armadura (ρ)
FORMULAÇÕES LIGAÇÃO 2
0,0057 0,0057
LIGAÇÃO 5
34,4 34,4
Os autores concluíram que os ensaios isolados de punção podem representar o
comportamento de punção em ligações laje-pilar de interior em sistema de lajes contínuas,
por darem valores próximos aos estimados.
O mais fiel resultado experimental foi para o pilar de interior, pois os resultados para os
pilares de extremidade e de canto foram baixos devido à ruptura das ligações iniciais que
transferem carga para as ligações laje-pilar que não romperam.
Em relação às ligações laje-pilar de extremidade e de canto, verificou-se que uma interação
momento-cisalhamento é adequada para determinar a resistência à punção com
transferência de momento entre a laje e o pilar.
Os autores afirmaram que a punção não é um fenômeno de cisalhamento puro e sempre
ocorre em locais de grandes momentos e é um fenômeno de flexo-punção e sugerem que
um modelo de bielas e tirantes pode ser mais válido que os atuais métodos que utilizam
perímetros críticos de punção.
Os autores sugerem que sejam incorporadas às equações do ACI 318:1989 termos que
considerem o efeito do tamanho da laje.
12
2.1.3 - Gardner e Kallage (1998)
Apresentaram resultados experimentais de ruptura por punção de uma laje cogumelo
contínua, de 5690mm x 5690 mm, com protensão não-aderente, calculada de acordo com
as provisões do ACI 318-95, exceto que não foi adicionada nenhuma armadura aderente. A
laje possuía em vão de 2700 mm entre os pilares, espessura de 89 mm e era apoiada em
nove pilares, sendo seis pilares quadrados com lado de 203 mm e três pilares circulares
com diâmetro de 203 mm. Uma carga uniformemente distribuída foi simulada por meio de
40 pontos de carregamento afastados de 914 mm em cada direção principal.
A laje foi protendida com cabos não-aderentes, sendo 20 cabos em cada direção. Na
direção leste-oeste os cabos foram dispostos em faixas passando pelos pilares e na direção
norte-sul os cabos foram uniformemente distribuídos. A tensão nos cabos de protensão foi
medida por meio de 19 células de carga. O arranjo dos cabos, pontos de aplicação de carga
e a identificação das células de carga é mostrado na Figura 2.4 e o perfil dos cabos é
mostrado na Figura 2.5.
Os cabos de protensão eram do tipo engraxado, com sete fios e diâmetro de 13 mm,
envolvidos por um plástico para eliminar a aderência, satisfazendo as especificações do
ASTM-A416-88b e GSA-G279 e foram protendidos aproximadamente 60 dias após a
concretagem da laje com uma força de 96 kN, apresentando uma força final de 89 kN por
cabo após as perdas de ancoragem. A tensão no concreto após a protensão foi de 3,5 MPa
em ambas direções.
O concreto apresentou uma resistência à compressão média de 44 MPa no dia do ensaio.
13
8
2,74
m92
5 m
m
2,74 m340 mm
1 7
32
A
4
64
7
2,74
m
2,74 m
2 9
B
1 3
15
C 914
mm
9
914 mm
610
11 1312 14
DN
19
5
16 17 18
8
Figura 2.4 – Esquema de ensaio – Gardner e Kallage (1998)
2,74 m
50 m
m
75 m
m
2,74 m
20 m
m
90 m
m
Figura 2.5 – Perfil dos cabos de protensão – Gardner e Kallage (1998)
14
A laje foi carregada de modo a obter rupturas em todas as ligações laje-pilar existentes.
Primeiramente rompeu a ligação laje-pilar nº 2. Os ângulos da superfície de ruptura da
ligação laje-pilar nº 2 foram medidos na face da extremidade da laje e foram de 16 e 20º.
Houve um acréscimo de tensão na ordem de 25% dos dois cabos que passavam dentro do
pilar 2, na direção norte-sul.
Após a ruptura da ligação laje-pilar nº 2, a carga foi aliviada e a laje foi escorada ao redor
da ligação rompida. Após o escoramento a laje foi novamente carregada até a ruptura de
outra ligação. O pilar de interior rompeu com uma carga 10% menor que a carga aplicada
para romper a ligação laje-pilar nº 2, provavelmente por uma redistribuição de cargas do
sistema, ou uma redução da protensão dos cabos, ou a ligação laje-pilar de interior sofreu
uma ruptura por punção iniciada por uma fissura diagonal interna na ordem de 1/2 a 2/3 da
carga última.
Após essa etapa, a carga foi novamente aliviada, a laje foi escorada ao redor da ligação
laje-pilar de interior e foi aplicado novamente o carregamento, rompendo então o pilar de
canto.
O resultado mais fiel foi para a ligação laje-pilar de extremidade, pois a redistribuição das
cargas das ligações rompidas e a degradação da laje provavelmente afetaram a resistência
das ligações laje-pilar de interior e de canto. A Tabela 2.3 mostra a comparação dos
resultados obtidos com os valores prescritos e com o método proposto pelo autor somente
para a ligação laje-pilar de extremidade.
Tabela 2.3 – Comparação dos resultados experimentais – Gardner e Kallage (1998)
Carga Experimental
(kN/m2)
Vu (kN)
dp (mm)
fcp(1) (Mpa)
ACI 318-95(2) (d = def) (kN)
ACI 318-95(3) (d = 0,8h) (kN)
BS 8110 (kN)
Método Proposto 1
(kN)
Método Proposto 2
(kN)
32,9 135 50 9,84 95 56 133 128 114
Vu/Vn - - - - 1,42 2,41 1,02 1,05 1,18
Método Proposto 1 - Proposta de um fator de acréscimo da carga efetiva.
Método Proposto 2 - Resistência de cálculo proposta considerando uma excentricidade do cortante
Ligação Nº 2
(1) Tensão no concreto calculada na face do pilar
(2) Desconsiderando o efeito da componente vertical Vp da força de protensão(3) Desconsiderando o efeito da compressão no plano
15
Os autores propuseram um método de cálculo para prever resistência de ligações laje-pilar
de interior de concreto armado e protendido, que foi estendido dos trabalhos de Shehata e
Regan (1989) e Shehata (1990), considerando uma excentricidade do cortante na ligação
laje-pilar de extremidade e também propôs um simples coeficiente para determinação da
carga efetiva aplicada na laje.
Os autores concluíram que:
- O comportamento à flexão das lajes de concreto protendido com cabos não-aderentes é
excelente, com as lajes sustentando grandes cargas após a fissuração.
- A protensão é efetiva para a extremidade da laje e pode ser usada nos cálculos da
resistência estimada à punção.
- As simplificações do perímetro de punção retangular e a altura efetiva da laje, em no
mínimo a 80% da altura da laje permitida pelo ACI 318:1995 nos cálculos da capacidade
de punção de lajes de concreto protendido, deveriam ser eliminadas.
- Não é adequado desprezar o efeito do desvio dos cabos na vertical e o efeito da
descompressão da protensão, pois nesse caso o cálculo da resistência da ligação seria
subestimado.
- A consideração de punção e transferência de momentos pode ser realizada com um
simples fator multiplicador ou através de uma equação de excentricidade de cortante para
prever a resistência da laje.
16
2.1.4 - Gardner e Sharifi (2000)
Apresentaram resultados de uma investigação experimental de uma laje cogumelo contínua
de concreto protendido com 9 pilares, com 89 mm de espessura e com 3200 mm de vão,
projetada para investigar o efeito da protensão em ligações laje-pilar de extremidade. Os
resultados foram comparados com a prescrição do ACI 318:1995 e com a proposta de
Gardner e Kallage (1998).
Os pilares de extremidade e de canto eram quadrados de 203 mm de lado e o pilar de
interior era de 305 mm de lado para evitar uma ruptura por punção. O modelo da laje foi
protendido com 18 cabos em cada direção. Foram usadas células de carga para medir as
forças em cabos selecionados, que após as perdas foi de 85 kN (859 MPa). Os cabos foram
colocados a uma altura dp = 70 mm. A Figura 2.6 mostra o arranjo dos cabos da laje de
ensaio.
5 6 7
304
375
304
375375375
3
305
305
375305
305305305
4
457
305305457
457457
357
357
357
357
357
304
304
76 357
357
357
2
9
76426
426
426
1
8
76 N
Figura 2.6 – Arranjo dos cabos e numeração dos pilares – Gardner e Sharifi (2000)
17
O concreto utilizado possuía uma resistência especificada de 35 MPa aos 28 dias, 70 mm
de slump e um tamanho máximo de agregado de 19 mm. A resistência obtida do concreto
no dia do ensaio foi de 45 MPa.
Os cabos protendidos eram de 13 mm de diâmetro, engraxados, com sete fios, envoltos em
uma proteção plástica para eliminar a aderência com o concreto, satisfazendo as
especificações do ASTM-A416-88b e CSA-G279. A resistência última dada pelo
fabricante foi de 1860 MPa.
Para simular uma carga uniformemente distribuída, a laje foi carregada para baixo por 48
pontos de carga espaçados 914 mm em cada direção. Cada carga foi aplicada por meio de
uma barra de aço de 15 mm de diâmetro e fixada numa laje de reação e foi carregada com
macacos hidráulicos situados abaixo da laje de reação que reagia contra a superfície
inferior da laje de reação.
A ruptura por punção ocorreu para uma carga de 24 kN/m2 na ligação laje-pilar nº 2. Após
a ruptura a carga da laje foi aliviada, a protensão dos cabos que passavam pelo pilar 2 foi
liberada e foi feita uma recuperação da ligação laje-pilar rompida. Após 10 dias, os cabos
foram novamente protendidos e a ligação foi escorada. Por causa da redução de tensões no
cabos passando entre os pilares 2 e 6 na direção norte-sul, a laje ao redor do pilar 6 foi
também escorada para prevenir uma ruptura.
A laje foi novamente carregada e a ligação laje-pilar 8 rompeu para uma carga de 26
kN/m2 e foi feito o mesmo procedimento de recuperação já descrito. As ligações laje-pilar
2 e 8 foram escoradas e as escoras ao redor do pilar 6 foram removidas.
Foi aplicada novamente uma carga na laje e houve uma ruptura na conexão 6 para uma
carga de 25,7 kN/m2. Para aumentar a velocidade do ensaio, a ligação 6 não foi reparada,
mas foi escorada com 2 filas de apoios. Todas as ligações exceto a ligação 4 foi escorada.
A laje foi recarregada e a ligação 4 rompeu à uma carga entre 23,3 e 23,9 kN/m2. Após
esse procedimento todas as ligações laje-pilar foram escoradas, exceto as ligações de canto.
A laje foi novamente carregada até a ruptura das ligações de canto. A Tabela 2.4 mostra
uma comparação entre as cargas estimadas pelo ACI 318:1995 com as cargas de ensaio,
desconsiderando o efeito da compressão do concreto.
18
Tabela 2.4 – Comparação dos resultados com as equações do ACI 318:1995 – Gardner e Sharifi (2000)
Ligação Laje-PilarMu
(kN.m)Vu
(kN)νu
(MPa)νc
(MPa)fpc
(MPa)νu/νc
(MPa)
2 22,7 94,1 3,63 1,72 - 2,11
8 28 122 4,59 1,72 - 2,68Calculado usando fck = 35 MPa e d = 0,8h
A Tabela 2.5 compara as tensões atuantes de punção e estas são calculadas usando a
equação desenvolvida por Gardner e Kallage (1998). Estimar a compressão devida à
protensão para ser usada na equação desenvolvida por Gardner e Kallage (1998) é difícil,
porque é diferente nas duas direções e na direção perpendicular com a extremidade,
dependendo do espaçamento do cabo, pode ser consideravelmente maior localmente do
que a calculada, tornando-se a largura do painel da laje toda.
Tabela 2.5 – Comparação dos resultados com a equação de Gardner e Kallage (1998) – Gardner e Sharifi (2000)
νc (kN) νu/νc νu (MPa) νu/νc
2 5,08 0,0105 64,6 4,59 7,39 1,61 4,63 1,01
8 3,43 0,0071 42,3 3,80 9,28 2,44 6,00 1,58
Interação Linear Simples Coeficiente
Calculado usando fck = 35 MPa e d = 0,8h
νc
(MPa)Ligação
Laje-Pilarfpc
(MPa)ρp
Vd
(kN)
Os autores concluíram que ao desconsiderar o efeito da compressão do concreto devido à
protensão, como considerado pelo ACI 318:1989, torna o valor calculado da resistência à
punção da ligação subestimado. Uma estimativa fornecida pela protensão pode ser
determinada pelo método proposto por Gardner e Kallage (1998), que considera o efeito da
protensão e a armadura aderente. Em pilares de extremidade e de canto, deve ser ressaltado
que cabos aderentes promovem menos compressão do concreto do que cabos não
aderentes.
19
2.2 - PESQUISAS REALIZADAS NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB
Corrêa (2001), Alves (2002), Villaverde (2003), Silva (2005) e Carvalho (2005)
apresentaram resultados de ensaios em lajes de concreto protendidas com pilares internos.
Apesar desses estudos serem para lajes cogumelo protendidas com pilares internos, é
relevante citá-los, pois existem conclusões inerentes às lajes protendidas que se aplicam
tanto para lajes com pilares internos quanto para pilares de extremidade, como: traçado dos
cabos, força de protensão, altura e distribuição dos cabos, fissuração da laje e modo de
ruptura.
2.2.1 - Corrêa (2001)
O trabalho desenvolvido por Corrêa foi o primeiro trabalho realizado na UnB na linha de
punção em lajes cogumelo protendidas. O sistema de protensão utilizado foi do tipo não-
aderente com cordoalhas engraxadas e teve como objetivo avaliar os efeitos da protensão
na resistência última à punção.
Foram avaliados o efeito da compressão no plano e o efeito da força equilibrante nas lajes,
adotando-se para o primeiro caso um traçado reto em planta e em perfil, com os cabos
situados no plano médio da laje, para que os efeitos de desvio da força vertical fossem
minimizados, e para o segundo caso adotando-se um traçado reto em planta e semi-
poligonal em perfil, composto por dois traçados retilíneos e por uma pequena curvatura no
centro da laje.
O estudo consistiu no ensaio de 6 lajes de dimensões 2000 x 2000 mm e com espessura de
120 mm, com mesma armadura passiva aderente, mesma armadura de fretagem e mesmo
tipo de aço de protensão, e tendo como principais variáveis o traçado, disposição e
quantidade de cabos, exceto para a laje LP1, que não possuía armadura ativa e que era de
referência.
O sistema de ensaio utilizado consistiu na aplicação de uma carga por meio de um macaco
hidráulico situado no centro da laje, que transmitia a carga através de uma placa metálica
20
de 150 x 150 mm, simulando um pilar. A laje, por sua vez, reagia com uma laje de reação
por meio de vigas metálicas que estavam situadas em seus bordos e ancoradas com
parafusos de alta resistência. A Figura 2.7, a Figura 2.8 e a Figura 2.9 apresentam detalhes
das lajes ensaiadas.
280
800
10001000
ReaçãoVigas de
800
280
150x150Placa Metálica
Figura 2.7 – Esquema de ensaio – Vista superior – Corrêa (2001)
Laje de Reação
Macaco900 kN
ReaçãoViga de
Célula de Carga
Placa Metálica
Figura 2.8 – Esquema de ensaio – Vista lateral – Corrêa (2001)
21
Figura 2.9 – Detalhe das lajes – Corrêa (2001)
Foram utilizadas mono cordoalhas engraxadas do tipo CP190RB de 12,7 mm, com fptk =
1873 MPa, fp0,1k = 1686 MPa e Ep = 1,96x105 MPa, concreto com resistência de 40 MPa
aos 28 dias e aço aderente de CA50, fyk = 500 MPa e Es = 2,1x105 MPa. A armadura de
flexão consistia de barras de 12,5 mm, espaçadas a cada 100 mm em cada direção, com
altura efetiva nas duas direções de 105 mm e empregou-se uma malha inferior de barras de
6,3 mm a cada 100 mm. As lajes LP2 e LP3 foram executadas com um traçado reto nos
cabos e com 6 e 10 cabos por seção, respectivamente. As lajes LP4, LP5 e LP6 foram
executadas com um traçado poligonal e com 2, 4 e 6 cabos por seção, respectivamente. A
laje LP1 foi utilizada como referência e não possuía armadura ativa. O resumo das lajes
ensaiadas é mostrado na Tabela 2.6.
150mm x 150mm
1125mm
LP2 LP3
1125mm
150mm x 150mm
LP4
70mm
150mm x 150mm
LP5
210mm
150mm x 150mm
LP6
350mm
150mm x 150mm
22
Tabela 2.6 – Resumo das Lajes – (Corrêa 2001)
Sup. Inf. Seção crítica Toda a laje
LP1 - 1,1 0,3 - - - -
LP2 Reto 1,1 0,3 0,8 0,37 6 100
LP3 Reto 1,1 0,3 0,8 0,62 10 100
LP4 Poligonal 1,1 0,3 0,8 0,12 2 100
LP5 Poligonal 1,1 0,3 1,6 0,25 4 100
LP6 Poligonal 1,1 0,3 1,6 0,37 6 100
Laje nºρp (%)
Nº cabos
P/cabo (kN)
ρs (%)Traçado
O estudo verificou que os ângulos de inclinação das superfícies de ruptura em forma de
troncos de cone, medidos externamente, diminuem com a inserção de protensão, quando se
compara a laje LP1 com as demais. A laje LP1 teve o ângulo variando de 22º a 37º, a laje
LP2 teve o ângulo variando de 14º a 27º, a laje LP3 teve o ângulo variando de 17º a 19º, a
laje LP5 teve o ângulo de 19º e a laje LP6 teve o ângulo variando de 13º a 29º. As lajes
LP2 e LP3 fissuraram menos que a laje de referência e menos ainda que as lajes destinadas
à avaliação do efeito da força de desvio. A Tabela 2.7 apresenta os resultados dos ensaios.
Para as cargas de ruptura por punção, obteve-se um melhor resultado utilizando-se as
expressões do FIP/98, seguido pelas expressões da EC2/98. Apesar de ser simplificada a
formulação do ACI-318/95 mostrou resultados que menos se aproximaram dos ensaios
experimentais. A parcela da compressão no plano foi 1,5 vez maior que a estimada nas
expressões do FIP/98 e EC2/98 e cerca de 3 vezes menor no caso do ACI-318/95,
indicando que a expressão do ACI está mal aferida para o estudo. As expressões da FIP/98
trazem expressões do MC/90 adotadas pela NB2/00, obtendo-se os melhores resultados.
Em relação aos efeitos da protensão, Corrêa observou que houve uma contribuição maior
na resistência à punção nas lajes em que foram estudados os efeitos da força equilibrante,
na ordem de 25% de aumento médio da resistência efetiva das lajes, e um aumento por
volta de 10% da resistência nas lajes onde foi estudado o efeito da compressão no plano.
23
Tabela 2.7 – Resumo dos resultados experimentais (Corrêa 2001)
Laje Nº cabo/ direção Traçado fc (Mpa) fct (Mpa) Pt (kN)
LP1 - - 52,2 3,3 327,5
LP2 6 Reto 50,6 3,3 355,4
LP3 10 Reto 53,9 4,1 415,4
LP4 2 Poligonal 49,2 3,7 390,0
LP5 4 Poligonal 49,2 3,7 475,0
LP6 6 Poligonal 52,9 3,5 437,0
Vale ressaltar que não houve uma correção da protensão inicial nos ensaios de Corrêa
(2001), ficando os cabos de protensão com força bem inferior à prevista. O autor usou de 2
a 10 cabos em cada direção e controlou a força de protensão em apenas dois cabos em cada
ensaio, obtendo-se nos cabos controlados forças variando de 76 a 111 kN, com uma força
de protensão prevista de 100 kN.
2.2.2 - Alves (2002)
O trabalho desenvolvido por Alves (2002) teve como objetivo investigar a influência da
curvatura vertical e da curvatura horizontal dos cabos de protensão, decorrentes do não
alinhamento dos pilares, na resistência à punção de lajes cogumelo protendidas com pilares
internos e utilizando cabos não aderentes. O autor utilizou o mesmo esquema de ensaio de
Corrêa (2001), utilizando também apenas duas células de carga para medição da variação
da força de protensão nos cabos.
O autor concluiu que os cabos com configuração reta apresentam em geral uma variação
maior da tensão de protensão em comparação com os cabos curvos, apresentando um
acréscimo de 8% e 5% durante os ensaios, respectivamente.
Alves, concluiu também que os melhores resultados foram para as lajes que apresentavam
os cabos que permaneciam dentro da superfície de ruptura do tronco de cone.
24
Em relação aos efeitos da protensão, o autor concluiu que houve uma contribuição maior
na resistência à punção nas lajes que foram estudadas os efeitos da força equilibrante (Vp),
na ordem de 25%, obtendo 10% no estudo do efeito da compressão no plano (Vcp).
O autor concluiu que todos os resultados obtidos nas lajes de Corrêa foram superiores aos
resultados das lajes com cabos curvos na horizontal apresentadas em seu trabalho, exceto
para duas lajes que foram calculadas pelo EC2:1998.
2.2.3 - Villaverde (2003)
Seguindo a mesma linha de pesquisa desenvolvida por Alves (2002), Villaverde (2003)
investigou de forma mais aprofundada a influência da curvatura vertical e da curvatura
horizontal dos cabos de protensão, decorrentes do não alinhamento dos pilares, na
resistência à punção de lajes cogumelo com pilares de interior.
O autor concluiu que a resistência última à punção pouco varia quando se inclinam os
cabos em até 30º, apresentando uma maior variação na resistência na ordem de 3,5%.
Em relação à parcela da carga equilibrante (Vp), o autor recomendou a consideração das
componentes verticais das forças de protensão dos cabos que passam dentro de um suposto
cone formado a 45º a partir da face do pilar, uma vez que este procedimento apresentou os
melhores resultados.
Em relação à parcela de compressão no plano, o autor concluiu que esta parcela influi
cerca de 10% na resistência última por punção em níveis usuais de tensão e recomendou a
consideração desta parcela pela NBR 6118:2003 no cálculo da resistência de uma laje
cogumelo protendida com pilar de interior.
25
2.2.4 - Silva (2005)
O trabalho desenvolvido por Silva (2005) teve os seguintes objetivos: realizar um estudo
detalhado da resistência ao puncionamento em lajes cogumelo protendidas com pilares de
interior, destacando principalmente as parcelas de compressão no plano (Vcp) e a
equilibrante (Vp); estudar a resistência ao puncionamento para lajes com diferentes
relações “lado do pilar”/ “altura útil da laje” (c/d); e estudar a resistência ao
puncionamento para lajes com a cablagem passando dentro e fora da seção transversal do
pilar.
Foi observado um crescimento da carga de protensão durante os ensaios, para as lajes com
pilar de 300 x 300 mm, entre 8% e 17%. Observou-se também que esses aumentos da
carga de protensão foram maiores nas cordoalhas próximas ao pilar.
O autor concluiu que a localização dos cabos de protensão fora do pilar reduz a resistência
à punção da laje. Também se verificou que as lajes com menor espaçamento entre os
cabos, possuem mais resistência que as lajes com o mesmo número de cabos, com maior
espaçamento.
O autor apresentou resultados em que a parcela da resistência relativa à compressão do
concreto devido à protensão (Vcp) é superior à parcela devido à curvatura dos cabos na
vertical (Vp).
2.2.5 - Carvalho (2005)
O trabalho apresentado por Carvalho (2005) teve como objetivo estudar o comportamento
e resistência de lajes cogumelo protendidas com pilares internos, com cabos não aderentes
e armadura de cisalhamento, submetidas à punção, tendo como principais variáveis a área,
a distribuição e o número de camadas da armadura de cisalhamento e o comprimento do
lado do pilar.
26
O autor concluiu que o acréscimo de armadura de cisalhamento nas lajes protendidas
aumentou a resistência à punção de 16% a 60% em relação às lajes de referência e a altura
efetiva da laje também exerceu importante influência na resistência ao puncionamento.
Em relação ao aumento na força de protensão, o autor observou um incremento entre 5% e
27% da força de protensão em relação à força média de protensão no início do ensaio,
observando incrementos maiores em carregamentos próximos ao aparecimento da primeira
fissura circunferencial.
27
2.3 - PRESCRIÇÕES NORMATIVAS
2.3.1 - ACI-318:2002
O dimensionamento de uma seção sujeita à uma transferência de momento entre a laje e o
pilar e sem armadura de cisalhamento deve ser baseado em:
un vv ≥φ (2.1)
onde:
uv = tensão de cisalhamento atuante na seção considerada;
nv = tensão resistente nominal ao cisalhamento, dada por db
Vv c
n0
φφ = ;
cV = resistência nominal de punção;
ob = perímetro crítico;
d = altura útil da laje;
φ = fator de redução da resistência nominal, igual a 0,85 para peças solicitadas por
cisalhamento.
A distribuição de tensões é assumida como ilustrado na Figura 2.10 e as tensões de
cisalhamento atuantes podem ser calculadas usando as seguintes expressões:
c
ABuv
c
uABu J
cMAV γ
ν +=)( (2.2)
c
CDuv
c
uCDu J
cMAV γ
ν −=)( (2.3)
)1( fv γγ −= (2.4)
21 /)3/2(11
bbf+
=γ (2.5)
onde:
Vu = força ou reação do pilar;
Mu = momento perpendicular à extremidade da laje em relação ao eixo que passa no centro
de gravidade da seção crítica;
28
b1 = largura da seção crítica medida na direção do vão para quais os momentos são
determinados;
b2 = largura da seção crítica medida na direção perpendicular a b1;
Ac = área de concreto da seção crítica assumida = bo.d;
Jc = momento polar de inércia da seção crítica assumida;
cAB = centro de gravidade do perímetro crítico..
Seção CríticaC
CABCCD
c
BCisalhamentoTensão de
D
b1= c2 + d
c AvCD
V
M
C.G. Pilar
vAB
c
cb2 = c1 + d/2
Figura 2.10 – Seção crítica e distribuição das tensões assumidas (ACI-318:2002)
O valor da resistência à punção, Vc, para lajes cogumelo protendidas é dado pela equação:
p0pc'cpc Vdbf3,0fV +⋅⋅
+= β (2.6)
onde:
sα =
'cf = resistência à compressão especificada do concreto;
ob = perímetro crítico (mm), dado por: b0 = 3c + 2d, para pilares com seção quadrada;
c = lado da seção quadrada do pilar;
d = altura útil da laje considerando a armadura ativa e passiva. d ≥ 0,8h;
pβ : o menor valor entre
0,29
12
5,1bd
os
+⋅α
;
40 para pilares de interior 30 para pilares de extremidade; 20 para pilares de canto
29
pcf = valor médio da tensão no concreto nas duas direções;
pV = componente vertical da força de protensão efetiva que atravessa a seção critica.
Observa-se que o valor de Vc na expressão anterior está em função de três fatores:
resistência do concreto, resistência acrescida ao concreto pelo confinamento causado pela
componente horizontal da protensão, e finalmente a resistência devida à carga equilibrante
ou de desvio, causada pelas componentes verticais da força de protensão dentro do
perímetro crítico, como se observa na Figura 2.11.
O perímetro crítico é dado pelo contorno distante a d/2 do contorno do pilar, da carga
concentrada ou da região carregada, como mostra a Figura 2.10.
A equação apresentada para o cálculo da parcela Vp é sugerida por Mitchell e Collins
(1991) e vale para o esquema da Figura 2.11.
( )( )dc
lhPVp +⋅
⋅⋅= 12
1
22β
(2.7)
onde:
P = força de protensão aplicada no cabo;
Βl1 = corresponde à distancia do centro do pilar ao ponto de inflexão do cabo;
h2 = altura vertical do ponto de inflexão à altura máxima do cabo.
1c
do caboPonto de inflexão
Vp
β
Seção crítica parad/2a punção
2h
1l
Figura 2.11 – Determinação de Vp – Mitchell e Collins (1991)
30
As restrições para o cálculo da parcela Vc são:
- Nenhuma porção da seção transversal do pilar deve estar mais próxima de uma
descontinuidade menor do que quatro vezes a espessura da laje;
- 'cf na equação não deve ser maior do que 35 MPa;
- pcf em cada direção não deve ser menor do que 0,9 MPa, e não maior do que 3,5 MPa.
De acordo com o ACI-318:2002, para o caso da laje estudada, a protensão no perímetro
crítico não é totalmente efetiva no cálculo da resistência da laje à punção e devem ser
desprezadas as parcelas devidas ao efeito da protensão.
Para possibilitar uma análise de quanto carga atuante é majorada, será considerado um
termo β, que será o coeficiente de majoração da carga atuante e que é fruto da interação
momento/cortante atuante na laje. A Equação 2.2 pode ser escrita então da seguinte forma:
dbV
o
uABu βν =)(
(2.8)
onde:
+=
cu
ABuv
JVdbcM 01
γβ
(2.9)
Vale ressaltar que a relação M/V é constante para cada laje ensaiada, por isso o termo β
pode ser tratado como um coeficiente de redução da capacidade resistente, visto que é
necessário saber com que carga vertical a laje vai romper em cada ensaio.
Dessa forma, pode-se determinar a equação da capacidade resistente à punção de uma laje
cogumelo protendida com pilar de extremidade, de acordo com o ACI-318:2002.
( )[ ]ppccpn VdbffV +⋅⋅+= 0' 3,01
ββ
(2.10)
31
2.3.2 - NBR 6118:2003
A verificação à punção em lajes pela norma NBR 6118:2003 analisa três superfícies
criticas: na primeira superfície critica (Contorno C), do pilar ou da carga concentrada, deve
ser verificada a tensão de compressão diagonal do concreto através da tensão de
cisalhamento; na segunda superfície (Contorno C’), afastada a 2d do contorno do pilar,
deve ser verificada a capacidade da ligação à punção associada à tensão resistente da
compressão diagonal; e a terceira superfície (Contorno C’’) apenas é verificada quando for
preciso colocar armadura transversal de cisalhamento.
2d2d da lajeda laje
reduzido u*Perímetro crítico
Perímetro crítico u
Borda livreC1
C2
2d2d
Borda livre
1,5d e 0,5C1
Figura 2.12 – Perímetro crítico de punção (NBR 6118:2003)
Deve ser verificada indiretamente a tensão de compressão diagonal do concreto através da
tensão de cisalhamento no contorno do pilar (Contorno C), em lajes submetidas à punção,
com ou sem armadura de punção, de acordo com a Equação 2.11.
cdvRdefsd fαττ 27,02, =≤ (2.11)
onde:
)250f1( ck
v −=α ; com fck em MPa. (2.12)
32
Além da verificação da tensão resistente no contorno crítico C, deve ser feita uma
verificação da tensão resistente na superfície crítica C’, de acordo com a Equação 2.13.
3/1
1, )..100)(/201(13,0 ckRdefsd fd ρττ +=≤ (2.13)
onde:
d = altura útil da laje ao longo da superfície crítica C’ da área da aplicação da força (cm);
ρ = taxa de armadura de flexão aderente calculada para uma faixa igual a 3d da face do
pilar;
A tensão atuante na superfície crítica é calculada fazendo uma interação entre o momento e
o cortante atuante na laje, levando em consideração as características do pilar e da laje.
Quando não agir momento no plano paralelo à borda livre a tensão atuante deve ser
calculada usando a Expressão 2.14.
dWMK
duF
p
SdSdSd
1
11
*+
⋅=τ (2.14)
onde:
0*)(1 ≥−= SdSdSd MMM (2.15)
Fsd = força ou reação concentrada de cálculo;
d = altura útil da laje = 0,5(dx+dy);
u* = perímetro crítico reduzido;
MSd = momento de cálculo no plano perpendicular à borda livre em relação ao eixo que
passa pelo centro do pilar;
MSd* = momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico reduzido u*
em relação ao centro do pilar;
WP1 = módulo de resistência plástica perpendicular à borda livre, calculado para o
perímetro crítico u.
O desenvolvimento para se chegar à equação de WP1 para lajes cogumelo com pilares
interior e de extremidade é apresentado no Anexo C. A norma NBR 6118:2003 adota o
33
mesmo critério para o cálculo de W1 utilizado pelo EC2:2002 e pelo FIP:1998. O valor de
WP1 para lajes cogumelo com pilares de extremidade pode ser tomado por:
12
221
21
1 8222
dcddcccc
WP π++++= (2.16)
Tabela 2.8 – Valores estabelecidos para K1 (NBR 6118:2003)
C1/C2 0,5 1,0 2,0 3,0K1 0,45 0,60 0,70 0,80
C1 é a dimensão do pilar paralela à excentricidade da força;C2 é a dimensão do pilar perpendicular à excentricidade da força;
Com relação aos efeitos da protensão, a norma introduziu como redução da força efetiva o
valor correspondente à força devida ao efeito da inclinação dos cabos que atravessam o
contorno considerado e passam a menos de d/2 da face do pilar. Dos cabos que passam a
menos de d/2 da face do pilar, a parcela da carga equilibrante deve ser calculada de acordo
com o esquema da Figura 2.13.
2P.sen
P.sen
P
α
2d
α
α2d
P.senα
P
α
Figura 2.13 – Representação da carga equilibrante (NBR 6118:2003)
A tensão atuante efetiva, τSd,ef, deve ser calculada levando em consideração o efeito dos
cabos inclinados que atravessam o contorno considerado e passam a menos de d/2 da face
do pilar e deve ser calculada usando a seguinte expressão:
PdSdefSd τττ −=, (2.17)
onde:
34
dusenP iik
Pd .inf,∑=
ατ (2.18)
onde:
τPd = tensão devida ao efeito da inclinação dos cabos;
Pkinf,i = força de protensão do cabo i;
αi = inclinação do cabo i em relação ao plano da laje no contorno considerado;
u = perímetro crítico considerado, em que se calculam τSd,ef e τSd.
Tal como mostrado no item 2.3.1, será considerado um coeficiente β que será o coeficiente
de majoração da carga atuante. Dessa forma, a Equação 2.14 pode ser escrita da seguinte
forma:
duFSd
Sd ⋅=
*βτ ; (2.19)
onde:
+=
1
11 *1
pSd
Sd
WFuMK
β ; (2.20)
Como a relação M/V é constante para cada ensaio, a capacidade resistente à punção de
uma laje cogumelo protendida com pilar de extremidade, de acordo com a norma NBR
6118:2003, pode ser calculada pela equação:
( )pcR VVP +=β1 ; (2.21)
onde:
Vc = parcela da resistência do concreto juntamente com contribuição da armadura passiva;
Vp = parcela devido à curvatura vertical dos cabos que atravessam o contorno considerado.
35
2.3.3 - FIP:1998 (Fédération Internationale de la Précontrainte)
As recomendações do FIP:1998 para as verificações de punção em lajes cogumelo
protendidas consideram lajes com altura constante dentro de uma área crítica, podendo ter
diferentes níveis de protensão nas duas direções ou ser protendida em apenas uma direção.
A carga efetiva atuante de punção pode ser definida levando-se em conta os efeitos de um
possível momento transmitido entre a laje e o pilar. A carga efetiva aplicada é dada pela
seguinte expressão:
),(, PPPP SdSdeffSd β= (2.22)
PSd(PSd,p,P) é obtido pela análise de cargas externas e cargas de protensão. PSd é a carga
atuante na laje e pode ser reduzida da carga equilibrante de protensão que age dentro de um
perímetro que dista 0,5h da face do pilar ou da carga aplicada.
O coeficiente β para ligações laje-pilar de extremidade, na qual a excentricidade
perpendicular à extremidade livre da laje é na direção do interior da laje, é dado por:
+=
1
1*1
1
wPuM
kuu
Sd
Sdβ (2.23)
O valor de k depende da relação entre as dimensões do pilar, e é mostrado na Tabela 2.9.
Tabela 2.9 – Determinação do coeficiente k (FIP:1998)
c1/c2 0,5 1,0 2,0 3,0 k 0,45 0,60 0,70 0,80 c1 (paralelo à excentricidade, dada por e = MSd/PSd) e c2 (perpendicular à excentricidade)
O parâmetro w1 pode ser determinado por:
∫= 1
01
udlew (2.24)
onde:
dl = comprimento infinitesimal do perímetro crítico u1;
e = distância de dl ao eixo em que atua o momento MSd.
36
De acordo com o exposto no Anexo C, o valor de w1, para lajes cogumelo com pilares de
extremidade, pode ser determinado pela seguinte equação:
12
221
21
1 8222
dcddccccw π++++= (2.25)
O perímetro de controle u1 e o perímetro de controle reduzido, u1* são obtidos a partir do
contorno afastado de 2d da face do pilar ou área carregada de acordo com a Figura 2.14.
Zona de ancoragem
Perímetro de controle
reduzido u*1
2d
2d
C1
C2
2d
2d
1,5d e 0,5C1
Menor valor entre
Perímetro de controle u1
Figura 2.14 – Perímetro de controle de punção (FIP:1998)
A carga efetiva de punção, apresentada na Equação 2.22, pode ser reduzida pela carga de
punção de descompressão equivalente Pp0.
0, ),( pSdSdeffSd PPPPP −= β (2.26)
O efeito da compressão da protensão pode ser obtido pela equação:
yx
yxxyp bb
bPbPP
+
+= 00
0 (2.27)
onde bx e by são as dimensões do perímetro de controle em x e em y. Px0 e Py0 são as forças
de descompressão correspondentes às forças de protensão nas duas direções.
As forças de descompressão devem ser calculadas usando:
37
SdySd
yx P
MM
P 00 = e Sd
xSd
xy P
MM
P 00 = (2.28)
onde PSd = PSd(PSd,P) é a força de punção de projeto e MxSd(PSd,P) e MySd(PSd,P) sãos os
momentos fletores na face do pilar para a largura bx e by, respectivamente, definido como:
6
2
0hbM x
cpyx σ= e 6
2
0
hbM y
cpxy σ= (2.29)
onde σcpx e σcpy são as tensões principais na seção transversal da laje devido a protensão.
A Equação 2.26 pode ser tomada como sendo:
0,, )( ppSdSdeffSd PPPP −−= β (2.30)
onde:
PSd = carga vertical atuante na laje (reação do pilar);
PSd,p = parcela da carga equilibrante de protensão que age dentro de um perímetro que dista
0,5h da face do pilar ou da carga aplicada;
Pp0 = parcela carga de punção de descompressão equivalente ou de compressão no plano.
O valor de PSd,p, ou parcela da carga equilibrante deve ser obtido pelo esquema da Figura
2.15.
P.tan
P
α
0,5h
α
α0,5h
P.tan α
P
α
2P.tan
Figura 2.15 – Parcela da carga equilibrante (FIP:1990)
38
O valor da carga resistente à punção, em Newtons, com fck em MPa, pode ser obtido pela
expressão:
dufP ckRd ..).100(12,0 1
3/1ρξ= (2.31) onde:
d2001+=ξ , d em milímetros;
ρ = taxa de armadura de flexão aderente calculada para uma faixa igual a 2d da face do
pilar;
u1 = perímetro de controle;
d = altura útil da laje;
Fck = resistência característica do concreto.
Para a verificação ser satisfeita é necessário que PSd,eff ≤ PRd.
Dessa maneira, pode-se criar uma expressão para a carga resistente da punção em lajes
cogumelo protendidas com pilares de extremidade:
[ ] pSdpckRd PPdufP ,013/1 ..).100(12,01
++= ρξβ
(2.32)
SdeffSd PP =, (2.33)
Silva (2005) apresenta a equação da carga resistente de uma laje cogumelo protendida com
pilar interno pelo FIP:1998 da seguinte forma:
pe
ppPcRkRk mm
mVVVVV
'''
)( 0, −
−++= (2.34)
O mesmo autor apresenta a Equação 2.34 de modo que a relação de V/m’ seja conhecida e
apresenta a Equação 2.35.
( ) ( ) ( )[ ] 0'''
''' 0,,0
2 =++
+
+++
− pppcRkpepcRkpepRkRk VmVVm
mVVVmm
mVVV (2.35)
39
Porém, a Equação 2.35 considera uma relação V/m’ constante para as duas direções e
considera a média dos efeitos da protensão nas duas direções. Considerando-se, no entanto,
os efeitos da protensão em cada sentido da laje e as devidas relações V/m’ em cada
direção, chega-se a Equação 2.36 para o cálculo da resistência à punção de uma laje
cogumelo de seção quadrada, de extremidade ou não.
( )
0''''
2''
2''
''''
''
''
2'
''2
''
'
2''
2''
''''
2'
''2
''
'
,,
,,0,,0,,
,,,
,0,
,0,
,,0,,0,,
,0,
,0,
23
=
+
+
++
−
−
+
+
+
+
+
+
+
+
++
+
+
++
+
+
+
−
yPexPeyx
c
xPeypyPexpyPexPe
yxp
xPex
yPey
cRk
ypyPe
y
xpxPe
xp
xPeypyPexpyPexPe
yx
Rk
pcyp
yPey
xpxPe
xRkRk
mmmV
mVV
mmmmmm
mV
mVV
mmVm
mVV
mm
mVm
mmVV
mmmmmm
mV
mV
V
VVm
mmVm
mmVVV
β
ββ
β
ββββ
(2.36)
onde:
VRk = carga resistente de uma laje cogumelo protendida com pilar de extremidade;
β = coeficiente de minoração da resistência da laje (β = 1 para pilar interno sem
transferência de momento entre a laje e o pilar);
V = reação de apoio para uma carga unitária aplicada na laje;
m’ = momento em relação à face do pilar, calculado para uma carga unitária na laje;
m’p0 = momento devido à compressão da superfície superior da laje promovido pela
protensão = Ph/6;
m’pe = momento devido à protensão = P.e
A Equação 2.35 apresentada por Silva (2005) torna-se então um caso particular da equação
2.36.
40
2.3.4 - EC2:2002
De acordo com o EC2:2002, a verificação de punção em lajes cogumelo protendidas com
pilares de extremidade deve ser feita em relação às tensões atuantes e resistentes em um
perímetro de controle afastado a 2d da face do pilar e deve obedecer à seguinte condição:
cRdEd vv ,< (2.37)
O código determina também que seja feita uma verificação resistência à punção no
contorno do pilar, de modo que:
)250
1(5,0max,0
ckRd
EdEd
fv
duV
v −=≤= com fck em MPa (2.38)
yxx ccdcu 230 +≤+= ; (2.39)
onde:
cx e cy são as dimensões do pilar, com cx paralelo e cy perpendicular à extremidade.
A tensão atuante no perímetro de controle deve ser calculada de acordo com a seguinte
equação:
duV
vi
EdEd β= (2.40)
onde:
vEd = tensão atuante no perímetro crítico considerado;
VEd = força ou reação no pilar;
β = coeficiente de majoração da carga atuante;
ui = perímetro de controle considerado;
d = altura útil da laje.
Para ligações laje-pilar de extremidade, na qual a excentricidade seja perpendicular à
extremidade da laje, na direção interna da laje, e que não exista excentricidade paralela
com a extremidade devido a um momento desbalanceado, a força atuante deve ser
41
considerada uniformemente distribuída ao longo do perímetro de controle u1* apresentado
na Figura 2.16. O valor de β deve ser calculado então pela seguinte equação:
+=
1
1.1Wu
VM
kEd
Edβ (2.41)
O perímetro de controle u1 e o perímetro de controle reduzido u1* para pilar de
extremidade são mostrados na Figura 2.16.
2d
2d
reduzido u*
Perímetro de controle
C1
C2
2d2d
1,5d e 0,5C1
Menor valor entre
1
Perímetro de controle u1
Figura 2.16 – Perímetro de controle de punção (EC2:2002)
Como a relação M/V é constante para cada ensaio, a capacidade resistente à punção de
uma laje cogumelo pode ser calculada pela seguinte equação:
[ ]{ }PcpckRd VdufKV ++= *1
3/11 .10,0).100(18,01
σρβ
(2.42)
( ) PcpctdRd VufV ++≥ *1.10,0.4,01
σβ
(2.43)
onde:
dK /2001+= ≤ 2, com d em milímetros;
d = altura útil da armadura passiva = 0,5(dx+dy);
ρ1 = taxa de armadura passiva calculada para uma faixa igual a 3d da face do pilar ≤ 0,02;
f’c = resistência à compressão especificada do concreto ≤ 90 MPa;
σcp = tensão de compressão no concreto devido à protensão;
42
Vp = somatório das componentes verticais das forças dos cabos que passam dentro do
perímetro de controle u;
fctd = resistência à tração do concreto;
W1 = módulo resistente da seção crítica.
W1 pode ser determinado por:
∫= 1
01
udlew (2.44)
onde:
dl = comprimento infinitesimal do perímetro de controle u;
e = distância de dl ao eixo em que atua o momento MEd.
De acordo com o exposto no Anexo C, o valor de w1, para lajes cogumelo com pilares de
extremidade, pode ser determinado pela seguinte equação:
12
221
21
1 8222
dcddccccW π++++= (2.45)
O valor de σcp deve ser obtido pela força dos cabos que atravessam o perímetro crítico,
pela seguinte equação:
2/)( czcycp σσσ += (2.46)
onde:
σcy e σcz = tensões normais no concreto na seção crítica nas direções y e z (perpendicular e
paralela à extremidade) e devem ser calculadas dividindo-se a força de protensão pela área
da seção crítica da direção considerada.
A norma não define as equações para o cálculo da parcela da carga equilibrante ou de
desvio, Vp, podendo-se usar qualquer uma das equações mostradas no Anexo A.
43
3 - PROGRAMA EXPERIMENTAL
3.1 - LAJES ENSAIADAS E ESQUEMA DE ENSAIO
O presente trabalho consiste na análise experimental de ensaios à punção de 7 lajes
cogumelo protendidas de 2000 x 1200 x 120 mm, com pilar de extremidade de concreto
armado, de seção quadrada de 200 x 200 mm e altura de 600 mm acima e abaixo da laje. O
modelo experimental proposto é do tipo local, simulando uma ligação laje-pilar de
extremidade e a principal variável estudada foi a relação das cargas P1/P2 (Figura 3.1).
Locação das cargas em planta
Locação das vigas de reação de cargas
Vista lateral
Vista frontal
Figura 3.1 – Detalhe das lajes ensaiadas
44
A principal variável do presente estudo foi a relação P1/P2 aplicada na laje, fazendo com
que em cada ensaio fosse possível obter uma combinação entre o momento fletor e o
esforço cortante atuante na laje. Foram esperadas rupturas por flexão para relação P1/P2 <
0,5 e rupturas por punção para relação P1/P2 > 0,5. Na laje L1 só atua a carga P1 enquanto
na laje L7 só atua a carga P2. A Tabela 3.1 mostra as variáveis, destacando as relações
P1/P2 utilizada nos ensaios.
Tabela 3.1 – Relações P1/P2 utilizadas nos ensaios
Laje P1 P2 P1/P2
L1 P1 0 ∞
L2 P1 0,25.P1 4
L3 P1 0,5.P1 2
L4 P1 P1 1
L5 P1 2.P1 0,5
L6 P1 4.P1 0,25
L7 0 P2 0
O esquema de ensaio consistiu na fixação do pilar no quadro metálico de ensaios do
laboratório, o qual teve de ser adaptado para esta pesquisa, aumentando-se tanto sua altura
como sua largura. O pilar ficava apoiado na viga inferior do quadro e a laje ficava em
balanço, como mostra a Figura 3.2.
O tirante duplo superior serviu para fixar inicialmente o pilar à coluna do pórtico e também
para oferecer parte da reação horizontal (tração) necessária para equilibrar o momento
gerado pela carga aplicada na laje durante o ensaio. O tirante duplo inferior serviu para
fixar inicialmente o pilar apertando-o contra a coluna do pórtico, tendo uma viga metálica
entre eles.
A viga metálica serviu para fornecer a outra parte da reação horizontal (compressão)
necessária para equilibrar a carga aplicada na laje. Da Figura 3.2 à Figura 3.30 são
mostrados os detalhes do esquema de ensaio.
45
Viga de Reação
Macaco Hidráulico
Rótula
Célula de Carga
Viga Metálica
Tirante
Tirante
Pórtico de Ensaios
Laje de Reação
Laje
Suporte
Viga Superior
Placa de Aço
Viga Metálica
Viga Inferior
Figura 3.2 – Esquema de ensaio – Vista Lateral
Como mostram a Figura 3.1e a Tabela 3.1, o carregamento foi aplicado em 2 pontos (laje
L7), 4 pontos (laje L1) ou 6 pontos (lajes L2 a L6) sobre a laje, usando de um a três
macacos hidráulicos. Para a aplicação das cargas P1 foram utilizados dois macacos
hidráulicos com furo central por onde passava um tirante ancorado inferiormente na laje de
reação e superiormente acima de uma célula de carga colocada sobre o cilindro de carga.
Cada cilindro se apoiava numa viga metálica de distribuição que aplicava a carga em dois
pontos sobre a laje (Figura 3.2 e Figura 3.30). Uma bomba hidráulica elétrica (Figura 3.4)
foi usada para aplicar pressão simultaneamente nos dois macacos hidráulicos. Como foi a
primeira vez que se usou a bomba elétrica, foi feito um ensaio preliminar com uma viga de
concreto armado moldada especialmente para esse fim, comprovando-se
experimentalmente a eficácia do sistema.
46
Para a aplicação da carga P2 fez-se uso de uma bomba hidráulica manual que acionava um
cilindro de carga fixado na viga de reação ajustável do pórtico, tendo uma célula de carga
intermediária. O macaco hidráulico se apoiava numa viga metálica de distribuição que
aplicava a carga em dois pontos sobre a laje. Como a laje se deforma com o carregamento,
foi colocada uma rótula entre o cilindro de carga e a viga metálica de modo que esta
pudesse acompanhar a deformação da laje (Figura 3.5). Foi colocado também um
dispositivo de segurança fixando a viga metálica à laje de modo a impedir a queda da viga
quando a laje se rompesse.
Figura 3.3 – Esquema de ensaio
47
Figura 3.4 – Bomba elétrica utilizada
Figura 3.5 – Sistema de rótula utilizado para aplicação da carga P2
48
Figura 3.6 – Fixação do pilar ao pórtico de ensaios
49
3.2 - ARMADURAS
3.2.1 - Armadura passiva
A armadura passiva foi a mesma nas 7 lajes ensaiadas. A armadura superior de cada laje
foi de 16φ8,0 mm na direção perpendicular à extremidade, sendo 8 barras concentradas
numa faixa de 350 mm passando pelo eixo do pilar e mais 8 barras com espaçamentos de
100 e 300 mm. A armadura superior na direção paralela à extremidade foi de 15φ8,0 mm
espaçados uniformemente a cada 75 mm. O detalhe da disposição da armadura superior é
mostrado na Figura 3.7. Cada laje foi armada na face inferior com barras de φ6,3 mm,
espaçadas de 200 mm nas duas direções, como mostra a Figura 3.8. O recobrimento da
armadura foi de 12 mm.
Para manter a distância especificada entre a armadura inferior e superior optou-se por
colocar espaçadores do tipo caranguejo fora da zona de carregamento da laje para que este
não influenciasse na resistência da laje. Para garantir a distância adequada da armadura no
restante da laje, optou-se em amarrar a armadura superior junto à armadura longitudinal do
pilar, de forma que a armadura se mantivesse na sua altura prevista durante a montagem e
concretagem. Os detalhes da ancoragem da armadura de flexão são mostrados na Figura
3.9.
O pilar foi armado de forma que pudesse resistir os efeitos da flexão composta normal
causada pela transmissão do momento entre a laje e o pilar e aos efeitos do esforço cortante
atuantes durante os ensaios, principalmente no ensaio da laje L7, cuja relação P1/P2 foi
igual a zero, ou seja, quando apenas fosse aplicada a carga P2. Foram utilizadas 6φ16,0 mm
de armadura longitudinal e estribos de φ6,3 espaçados a cada 10 mm como armadura do
pilar.
Foi utilizada também uma armadura de fretagem de 2φ12,5 mm em cada face da laje
próximas as ancoragens dos cabos para promover uma melhor distribuição de esforços e a
Figura 3.10 mostra duas lajes preparadas para serem concretadas (formas geminadas).
50
100
2000
14x7
5=10
50
30025 300
7575
3007x50=350 100100 300100 25
Ø8,0
Figura 3.7 – Detalhe da armadura passiva superior.
5x20
=100
0
9x20=1800100
100
100
100
Ø6,3 c 200
Figura 3.8 – Detalhe da armadura passiva inferior.
51
1000
121212
0
Ø6,3 mmArmadura Inferior
200
2Ø12,5 mmZona de Ancoragem
Pilar
Ø8,0 mmArmadura Superior
Figura 3.9 – Armadura passiva – Vista Lateral
Figura 3.10 – Traçado dos cabos de protensão e disposição das armaduras
52
3.2.2 - Armadura ativa
A armadura não-aderente foi composta por monocordoalhas engraxadas de φ12,7 mm. Na
direção perpendicular à extremidade foram colocados 4 cabos espaçados de 100 mm na
região do eixo do pilar e 2 cabos afastados de 250 mm da borda em cada lado. Na direção
paralela à extremidade foram dispostos 3 cabos afastados 50, 150 e 850 mm da
extremidade livre da laje, respectivamente, como mostra a Figura 3.11.
700
250
100
50
600600 3x100=300 250
350
(r)(r)
Figura 3.11 – Traçado em planta dos cabos de protensão
Com exceção dos cabos afastados do pilar e marcados com “r” na Figura 3.11, todos os
cabos tiveram um traçado na vertical do tipo poligonal, para que se pudesse tirar proveito
da parcela vertical Vp devido a curvatura vertical dos cabos de protensão. Os dois cabos
afastados do pilar ficaram retos devido a impossibilidade de serem poligonais, pois se
chocariam com os cabos paralelos à extremidade da laje. Com isso pôde-se avaliar também
o acréscimo das tensões nesses cabos retos durante os ensaios. A Figura 3.12 e a Figura
3.13 mostram os perfis dos cabos na direção paralela e perpendicular à extremidade.
53
200
92
250
61
600
78
50
92
Pilar
25060050
92
78 61
Figura 3.12 – Perfil dos cabos poligonais na direção paralela à extremidade – Laje L1
69
Cabos que cruzam o pilar
325350
60
350
Cabos afastados do pilar
250200325
7674
Pilar
6076
200
63
400
Pilar
63
Figura 3.13 – Perfil dos cabos perpendiculares à extremidade – Laje L1
3.2.3 - Resumo das armaduras das lajes
A Tabela 3.2 mostra um resumo das armaduras ativa e passivas que foram utilizadas em todas as lajes:
Tabela 3.2 – Resumo das armaduras
Sup. Inf. Direção Y Direção X
Poligonal 0,62 0,14 0,40 6 3 130
Armadura Passiva Armadura AtivaTraçado dos
cabos na vertical
ρs (%) Nº de Cabos P /cabo (kN)ρp (%)
Para o cálculo da taxa de armadura ativa e passiva, utilizou-se o critério adotado pela NBR
6118:2003, considerando-se uma faixa igual à dimensão do pilar acrescida de 3d para cada
um dos lados e que equivale a taxa de armadura média geométrica das duas direções.
54
3.3 - CARACTERÍZAÇÃO DOS MATERIAIS
Serão apresentadas a seguir as propriedades especificadas para os materiais usados na
pesquisa. Os resultados dos ensaios de caracterização serão apresentados no Capítulo 4.
3.3.1 - Concreto
Todas as lajes foram concretadas no mesmo dia com um único caminhão betoneira. Foi
utilizado um concreto do tipo bombeável fornecido pela empresa Supermix, com fck28 = 40
MPa, slump = 16 ± 2 cm, com diâmetro máximo do agregado de 6,3 mm e massa
específica do concreto fresco de 2428 Kg/m3. O traço em peso do concreto é mostrado na
Tabela 3.3 e a dosagem para 1 m3 de concreto é mostrado na Tabela 3.4. Todos os dados
foram fornecidos pelo fabricante.
Tabela 3.3 – Traço em peso do concreto utilizado
Cimento Areia Natural Areia Artificial Calcário 0 Água/Cimento
1 1,315 0,564 1,999 0,426
Tabela 3.4 – Dosagem para 1 m3 de concreto
Consumo de Materiais para 1 m3 de Concreto Material Unidade Quantidade
Cimento (CP-II F32) kg 458 Areia Natural m3 0,494 Areia Artificial m3 0,216 Brita de Calcário 0 m3 0,584 Água Litros 195 Aditivo (MBT 390 RB) Litros 2,746
Para cada grupo de 2 lajes foram utilizados 3 corpos de prova para o ensaio de compressão,
3 corpos de prova para o ensaio de tração por compressão diametral e 3 corpos de prova
para o ensaio do módulo de elasticidade secante do concreto. Os ensaios dos corpos de
prova foram realizados no dia do ensaio da primeira laje do grupo de 2 lajes. O tempo de
ensaio entre a primeira e a segunda laje de cada grupo de 2 lajes não foi superior a 7 dias.
55
Para os ensaios de compressão, tração e módulo de elasticidade secante do concreto, foram
utilizadas as normas: NBR 5739:1994, NBR 7222:1994 e NBR 8522:2003,
respectivamente.
3.3.2 - Armadura passiva
Foram utilizadas barras de aço CA50 com superfícies nervuradas, obtidas por laminação a
quente, fabricados pela Companhia Belgo Mineira. A armadura passiva utilizada foi
produzida de acordo com as especificações da norma NBR 7480:1996, segundo o
fabricante. A Tabela 3.5 apresenta as propriedades mecânicas das barras de aço e a Tabela
3.6 apresenta as características de massa e seção das barras de aço utilizadas.
Tabela 3.5 – Propriedades mecânicas exigidas da armadura passiva
Ensaio de Tração (valores mínimos) Ensaio de Dobramento a 180º Aderência
Diâmetro de Pino
(mm)
fy (MPa)
fst (MPa)
Alongamento (%)
φ<20 φ≥20
Coeficiente de conformação mínimo para
φ 10 mm
500 1,1 fy 8 4φ 6φ 1,5 fy: resistência característica de escoamento fst: limite de resistência
Tabela 3.6 – Características de massa e seção da armadura passiva (fabricante)
Bitola (mm)
Massa Nominal (kg/m)
Tolerância (%)
Seção Nominal (mm2)
6,3 0,245 ±10 31,2 8,0 0,395 ±10 50,3 16,0 1,578 ±6 202,1
3.3.3 - Armadura ativa
Os dados da armadura ativa serão apresentados no subitem 3.5.
56
3.4 - INSTRUMENTAÇÃO
3.4.1 - Instrumentação da armadura de flexão
Foram utilizados extensômetros elétricos de resistência da marca KYOWA para medir as
deformações específicas da armadura de flexão em 8 barras. Foram colocados 2
extensômetros em cada barra à meia altura, para se avaliar as deformações próximas à face
do pilar nas duas direções durante os ensaios. Os extensômetros foram colados com cola
específica para extensômetros e foram soldados os fios que estavam fixos na barra com
abraçadeiras de plástico e protegidos com cola ARALDITE 10 min. Após essa etapa os
extensômetros receberam uma proteção de silicone e depois foram protegidos com fita de
autofusão. A Figura 3.14 mostra um extensômetro utilizado colado na barra de aço e a
Figura 3.15 mostra um extensômetro colado e protegido com ARALDITE. A Figura 3.17
apresenta as barras instrumentadas e posicionadas na laje.
Figura 3.14 – Extensômetro colado na barra de aço
Figura 3.15 – Extensômetro colado e protegido com ARALDITE
57
1160
180
180
1200
880
678
9020
0
1 2 3 4
880
90
5
200
Figura 3.16 – Localização dos extensômetros
Figura 3.17 – Extensômetros na posição definitiva
58
3.4.2 - Instrumentação do concreto
O concreto foi instrumentado em sua face inferior, ao redor do pilar, com 6 extensômetros
elétricos de resistência, para se poder avaliar o que ocorre na região de compressão durante
os ensaios. Foram usadas três marcas de extensômetros: EXCEL, com fator de
extensômetro de 2,06, KYOWA, com fator de extensômetro de 2,10 e TOKYO SOKKI
KENKYUJO, com fator de extensômetro de 2,09. Todos os fatores de extensômetro foram
corrigidos no programa de controle do sistema de aquisição de dados, CATMAN 4.5,
como observado anteriormente.
A superfície do concreto foi lixada para reduzir as imperfeições e posteriormente foi
regularizada com cola ARALDITE (10 min). Após essa etapa os extensômetros foram
colados com cola específica para extensômetros e os fios foram soldados. A Figura 3.18
apresenta a localização dos extensômetros utilizados e a Figura 3.19 apresenta os
extensômetros posicionados antes do ensaio.
C3 C1
C5C4
100 100
150
C6C2
200 10
010
0
Figura 3.18 – Localização dos extensômetros na face inferior do concreto
59
Figura 3.19 – Extensômetros colados na superfície inferior do concreto
3.4.3 - Instrumentação da armadura ativa
Os cabos foram instrumentados com células de carga posicionadas na ancoragem passiva
de cada cabo para poder avaliar o comportamento da tensão nos cabos durante a protensão
e realização dos ensaios. As células de carga foram previamente calibradas em prensa
hidráulica juntamente com a célula de carga utilizada na protensão. Após essa calibração
foi possível alimentar o sistema de aquisição de dados para que a resposta da excitação já
saísse em unidade de carga, dispensando um cálculo posterior para poder se determinar a
carga de cada cabo por meio da deformação lida.
O projeto das células de carga utilizadas é de autoria do Professor Yosiaki Nagato, do
Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil da Universidade de Brasília.
Foram colados em cada célula de carga 4 extensômetros elétricos de resistência do tipo
KFG-5-120-C1-11 da marca KYOWA e com fator de calibração de 2,10, ligados em ponte
completa, sendo dois extensômetros da posição transversal e dois na posição longitudinal.
A Figura 3.20 apresenta uma parte das células de carga instaladas nos cabos de uma das
lajes e a Figura 3.21 apresenta a numeração das células de carga.
60
Figura 3.20 – Instrumentação da armadura ativa
7
1 32 4 5 6
8
9
Figura 3.21 – Numeração e posicionamento das células de carga
61
3.4.4 - Deslocamentos verticais e fissuras
Para medir as flechas (deslocamentos verticais) das lajes foram utilizados quinze
defletômetros, sendo nove na face superior da laje (1 a 9), três na face inferior (10, 11 e 13)
e três no pilar (12, 14 e 15) para correção do deslocamento da laje devido ao alongamento
do parafuso de fixação do pilar ao pórtico de ensaios e para a determinação da rotação do
pilar. A localização e numeração dos defletômetros é mostrada na Figura 3.22.
11
200
200
200
50
10
1 32
8
7 4
50
5
50
200 200
13
9200
6
Figura 3.22 – Numeração e posicionamento dos defletômetros
Figura 3.23 – Defletômetros na face superior da laje
62
As fissuras da laje e do pilar foram acompanhadas marcadas com pincel atômico ao final
cada incremento de carga, após serem feitas as leituras dos defletômetros. A Figura 3.24
mostra as fissuras iniciais da laje L4 e a Figura 3.25 a marcação das fissuras após a ruptura.
Figura 3.24 – Fissuras iniciais na laje L4
Figura 3.25 – Marcação de fissuras após a ruptura da laje L4
63
3.5 - SISTEMA DE PROTENSÃO ADOTADO
Foram utilizadas monocordoalhas engraxadas de aço CP190 RB φ12,7 mm, produzidas
pela Companhia Belgo Mineira, atendendo as especificações da norma NBR 7483 e
revestidas com PEAD (Polietileno de Alta Densidade), produzido de acordo com
especificações do “PTI – POST-TENSIONING INSTITUTE”, de acordo com o fabricante.
A cordoalha possui uma lubrificação com graxa entre o cabo de aço e a capa de
revestimento, proporcionando uma redução considerável de perda por atrito, além de dar
proteção contra corrosão do cabo de aço. A massa aproximada da cordoalha foi de
aproximadamente 890 kg/km. A Figura 3.26 mostra o detalhe da armadura e da ancoragem
ativa utilizada.
Figura 3.26 – Detalhe da armadura e ancoragem ativa
Para obter a protensão desejada nos cabos de protensão, utilizou-se um macaco hidráulico
para tracionar cada cordoalha, com a atuação de seu êmbolo, e uma célula de carga,
posicionada entre o macaco e o barrilete, que serviu para medir a força aplicada no cabo. O
barrilete serviu de apoio para a célula de carga e o macaco hidráulico, todos situados em
um dos bordos da laje.
A aplicação da protensão é possível graças a um dispositivo colocado atrás do macaco que
se prende ao cabo por meio de uma cunha de ancoragem e com a abertura do êmbolo do
macaco, o cabo é esticado. O sistema de protensão adotado foi o mesmo utilizado nos
ensaios de Villaverde (2003) e Silva (2005) e é mostrado na Figura 3.27.
64
Figura 3.27 – Sistema de protensão adotado – Villaverde (2003)
Inicialmente, com a aplicação das primeiras cargas no cabo, a cunha da ancoragem passiva
ficou cravada no cone de ancoragem. Após essa verificação, continuou-se aplicando carga
no macaco hidráulico até chegar na carga de 150 kN. Nesse momento, posicionou-se a
cunha de ancoragem ativa no cone de ancoragem e a carga do macaco foi liberada, de
modo que a cunha da ancoragem ativa ficou cravada no cone de ancoragem. Em virtude da
grande perda de carga ocorrida neste processo, aproximadamente 30% da carga inicial
aplicada, houve a necessidade de se fazer a reprotensão do cabo para elevar a força de
protensão.
No processo de reprotensão, o cabo foi novamente protendido a uma carga de 150 kN e o
conjunto cunha-cone de ancoragem, como está preso no cabo, foi deslocado e deixou um
pequeno espaço entre o cone de ancoragem e a laje. Colocou-se então uma chapa metálica
com uma espessura de 2 a 5 mm entre a laje e o cone de ancoragem para ocupar o espaço
disponibilizado após a reprotensão e o macaco foi novamente liberado. Com isso, as perdas
de cravação da ancoragem que eram inicialmente de 30% passam a ser de
aproximadamente de 10%, obtendo-se uma carga de protensão de aproximadamente 130
kN por cabo, como requerido.
Dispositivo para segurar o macaco
Macaco
Célula de carga
Chapa Metálica
Barrilete
Ancoragem ativa
Face da laje
Ancoragem passiva
Célula de carga
Macaco hidráulico
65
Após o ensaio, por medida de segurança, foi necessário fazer a desprotensão dos cabos.
Inicialmente, aplicou-se uma carga no macaco hidráulico para retirar a chapa metálica que
foi colocada durante a protensão. Após esse procedimento liberou-se a carga do macaco,
colocou-se uma chapa entre o barrilete e o cone de ancoragem e aplicou-se uma carga no
macaco até a cunha se deslocar e ser retirada com o auxílio de uma chave de fenda. Feito
isso, a carga do macaco foi liberada e o cabo ficou desprotendido. A Figura 3.28 mostra a
reprotensão, a colocação da chapa e a retirada da cunha de ancoragem após a desprotensão
do cabo.
Figura 3.28 – Reprotensão e desprotensão do cabo
66
3.6 - PROCEDIMENTO DE ENSAIO
3.6.1 - Protensão
A seqüência de protensão dos cabos utilizada foi seguindo a numeração das células de
carga da armadura ativa, para facilitar a movimentação e por medida de segurança. A força
de protensão prevista após as perdas iniciais era de aproximadamente 130 kN.
3.6.2 - Carregamento até a ruptura
O carregamento da laje foi feito inicialmente com incrementos de carga de 10 kN, mas
para se obter mais dados optou-se posteriormente por incrementos de 5 kN, tomando-se
sempre como referência a maior carga aplicada (P1 ou P2). As leituras foram feitas
imediatamente após a aplicação de cada passo de carregamento, demorando cerca de 5 a 10
minutos entre um carregamento e outro.
3.6.3 - Medição de deformações na armadura e no concreto
As leituras dos extensômetros foram feitas com um sistema de aquisição de dados,
SPIDER 8, que pela primeira vez foi utilizado nos ensaios do Laboratório de Estruturas da
UnB e que foi controlado pelo “software” CATMAN 4.5, no qual foram inseridos os
fatores de cada extensômetro e a calibração de cada célula de carga dos cabos. Ao todo
foram utilizados 5 módulos de aquisição de dados SPIDER 8 ligados em série, totalizando
31 canais. As leituras foram tomadas ao final de cada passo de carga e registravam as
deformações específicas dos extensômetros e as leituras das cargas registradas nas células
de carga dos cabos de protensão. O módulo de aquisição de dados foi aterrado em local
apropriado para evitar erros de leituras, durante os ensaios, pois durante a calibração da
primeira célula de carga, observou-se grandes variações nas leituras depois que os
extensômetros da célula de carga foram zerados. A Figura 3.29 mostra o sistema de
aquisição de dados ligado em um computador.
67
Figura 3.29 – Sistema de aquisição de dados utilizado
Foram desenvolvidos ainda dois suportes ajustáveis, para que após a ruptura a laje não
caísse bruscamente e causasse algum acidente, e também para preservar a integridade da
laje para análises posteriores. Esses suportes foram ajustados para ficarem cerca de 15 cm
abaixo da laje e também foram utilizados para nivelar a laje durante a montagem. Os
suportes funcionaram muito bem durante os ensaios, principalmente após a ruptura da laje
L1 que foi de forma brusca.
A Figura 3.30 mostra a vista lateral do ensaio montado, o carregamento aplicado, os
parafusos de fixação e os suportes ajustáveis.
68
Figura 3.30 – Ensaio montado – Vista lateral
3.6.4 - Medição de deslocamentos verticais
As leituras das cargas P1 e P2 e dos defletômetros foram realizadas visualmente em
indicadores digitais (cargas) ou analógicos (defletômetros) ao final de cada passo de carga.
69
4 - RESULTADOS EXPERIMENTAIS – APRESENTAÇÃO E
ANÁLISE
São apresentados neste capítulo os resultados experimentais dos materiais utilizados para a
confecção das lajes e os resultados dos ensaios experimentais das sete lajes estudadas. Uma
análise dos resultados é feita juntamente com a apresentação.
4.1 - CONCRETO
Na Tabela 4.1 são apresentados os resultados experimentais dos ensaios de compressão, de
tração por compressão diametral e resultados de ensaio de módulo de elasticidade do
concreto, realizados com corpos-de-prova com 300 mm de comprimento e 150 mm de
diâmetro, moldados no dia da concretagem das lajes ensaiadas.
Tabela 4.1 – Resultados experimentais do concreto
LAJES Idade (dias)
Peso Esp. (kg/m2)
fcj (MPa)f'c
médio (MPa)(1)
fct (MPa)fct
médio (MPa)(2)
Esec, 0,4fc
(GPa)
Esec, 0,4fc
médio (GPa)(3)
-40,842,445,351,949,443,343,341,047,647,847,343,648,747,051,549,850,446,4
-46,447,047,546,7
(1) NBR 5739;(2) NBR 7222;(3) NBR 8522;
4,5
2277 46,8
L7
L1
97
97
4,3
27,1
28,04,7 27,9
3,7 29,0
3,9
3,8
26,6
26,03,9 26,6
3,7 24,7
2277 48,5
L5
L6
88
88
3,0
3,2
26,8
27,92,9 26,8
3,5 30,2
2282 45,1
L3
L4
70
70
3,7
3,1
26,5
26,12,9 25,8
2,7 26,1
L2 57 2219 46,0
70
4.1.1 - Módulo de Elasticidade do Concreto
Para a determinação do módulo de elasticidade do concreto utilizou-se a NBR 8522:2003,
optando-se pela determinação do módulo de elasticidade secante (Ecs), determinado através
do coeficiente angular da reta secante ao diagrama tensão-deformação específica,
correspondente à tensão de 0,5 MPa e a tensão considerada no ensaio. Foram utilizados
três corpos-de-prova no ensaio, juntamente com um equipamento com base de medição de
145 mm, aplicando-se carregamentos com incrementos de 0,1 até 0,8 da carga de ruptura
média do ensaio de compressão (fc), e fazendo-se leituras das deformações com pausas de
60 segundos entre os carregamentos. O módulo de elasticidade secante para uma tensão
indicada σn, em gigapascais, é dado pela equação:
33 1010 −−
−−
=∆∆
=an
ancsE
εεσσ
εσ (4.1)
onde:
Ecs = módulo de elasticidade secante;
σn = tensão considerada para o cálculo do módulo de elasticidade secante;
σa = tensão básica, em megapascais (σa=0,5 MPa);
εn = deformação específica média dos corpos-de-prova ensaiados sob a tensão σn;
εn = deformação específica média dos corpos-de-prova ensaiados sob a tensão σa.
A NBR 8522:2003 não define para qual carregamento deve-se calcular o módulo de
elasticidade secante, porém o exposto na Tabela 4.1 foi calculado para uma carga
correspondente a 40% da carga de ruptura por ser o carregamento mais utilizado para a
determinação do módulo de elasticidade do concreto.
4.1.2 - Resistência à Tração do Concreto
Para a determinação da resistência à tração do concreto por compressão diametral, utilizou-
se o ensaio desenvolvido pelo ilustre Prof. Lobo Carneiro e conhecido mundialmente como
“Ensaio Brasileiro” (Sussekind 1). Foram ensaiados três corpos-de-prova de 300 mm de
71
comprimento por 150 mm de diâmetro para cada conjunto de duas lajes consecutivas e foi
utilizada a seguinte equação para a determinação de sua resistência:
dhFf ctj
55,0= (4.2)
onde: F = carga de ruptura do corpo-de-prova; d = diâmetro do corpo-de prova; h = altura do corpo-de-prova.
4.2 - ARMADURA
4.2.1 - Armadura Passiva
A Figura 4.1 e a Tabela 4.2 apresentam os resultados experimentais do ensaio da armadura
passiva utilizada, apresentando a tensão de escoamento (fy), tensão de ruptura (fu) e
deformações correspondentes e o módulo de elasticidade Es. Para a armadura passiva de
6,3 mm a tensão de escoamento foi obtida pela interseção do trecho curvo com uma reta
paralela ao trecho linear do gráfico, traçado a partir da deformação específica residual de 2
‰, especificada pela NBR 7480:1996.
Tensão x Deformação
y = 199x + 4
0100200300400500600700800
0 2 4 6 8 10 12Deformação (º/oo)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 4.1 – Gráfico tensão x deformação. Armadura passiva - φ 6,3 mm
Vale ressaltar que devido provavelmente a problemas da máquina de ensaio, o módulo de
elasticidade não deu 210 GPa, como esperado.
72
Tensão x Deformação
y = 209x + 9
0
100
200
300
400
500
600
700
800
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30Deformação (º/oo)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 4.2 – Gráfico tensão x deformação. Armadura passiva - φ 8,0 mm
Tabela 4.2 – Características mecânicas da armadura passiva utilizada
φ (mm)Área efetiva
(mm2)fy (MPa) εy ( ‰) fu (MPa) Es (Gpa)
6,3 32,53 568 4,9 765 1988,0 53,23 592 2,8 711 206
4.2.2 - Armadura Ativa
A Tabela 4.3 apresenta as características da armadura ativa, obtidas do Catálogo de Fios e
Cordoalhas para Concreto Protendido, fornecido pela CIA Siderúrgica Belgo-Mineira. As
cordoalhas não foram ensaiadas nos laboratórios da UnB.
Tabela 4.3 – Características das cordoalhas engraxadas
Tipo CP 190RB, 7 fios
Diâmetro Nominal (mm) 12,7
Área Aproximada (mm2) 101,4
Área Mínima (mm2) 98,7
Massa Aproximada (Kg/m) 0,89
Carga de Ruptura (kN) 187,3
Módulo de Elasticidade (GPa) 202
73
4.3 - PROTENSÃO INICIAL E PERDAS IMEDIATAS
Neste item são apresentados os resultados das forças de protensão nos cabos durante o
procedimento de protensão e reprotensão dos cabos.
Os cabos foram instrumentados com nove células de carga e os dados foram obtidos
utilizando o sistema de aquisição de dados SPYDER 8, juntamente com o programa
CATMAN 4.5, como descrito anteriormente. As células de carga foram calibradas duas
vezes durante a série de ensaios e os dados da calibração foram inseridos no programa
CATMAN 4.5, que transformava automaticamente as leituras dadas em mv/v para kN.
O procedimento de protensão e reprotensão dos cabos durou cerca de uma hora para cada
laje ensaiada. A Figura 4.3 mostra a ordem de protensão e a força nos cabos da laje L1
versus a hora em que o procedimento foi realizado. Observa-se que o procedimento de
protensão funcionou perfeitamente.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
9:33 9:38 9:42 9:46 9:51 9:55 9:59 10:03 10:08 10:12 10:16 10:21 10:25 10:29
TEMPO (h)
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.3 – Força nos cabos versus tempo, em horas
Da Tabela 4.4 à Tabela 4.10 e da Figura 4.4 à Figura 4.10 são apresentadas as forças de
protensão efetivas obtidas para cada laje, durante o procedimento de protensão e
reprotensão.
74
Tabela 4.4 – Forças de protensão nos cabos – Laje L1.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 153,0 96,0 153,7 120,9 120,42 Poligonal 149,2 98,0 148,9 124,5 122,13 Poligonal 152,0 99,8 146,0 125,7 123,64 Poligonal 147,3 93,7 142,0 117,8 115,65 Poligonal 150,5 103,6 154,2 139,4 138,16 Reto 150,5 102,2 153,3 137,3 136,07 Poligonal 152,8 119,9 147,4 136,9 135,18 Poligonal 149,1 114,7 150,4 130,5 126,99 Poligonal 145,4 109,8 146,0 127,8 126,8
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Carga Final de Protensão
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
APL
ICA
DA
(kN
)
CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.4 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L1.
75
Tabela 4.5 – Forças de protensão nos cabos – Laje L2.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 153,0 102,9 154,1 113,4 113,12 Poligonal 150,2 107,7 151,0 122,4 119,63 Poligonal 141,4 99,3 146,2 111,1 106,54 Poligonal 149,7 111,2 156,5 123,7 120,35 Poligonal 144,9 92,0 150,7 112,2 111,36 Reto 156,7 111,6 160,6 122,4 119,47 Poligonal 142,4 102,0 143,7 119,6 117,18 Poligonal 150,8 103,5 155,4 134,2 133,39 Poligonal 148,2 121,9 150,7 140,3 136,8
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Carga Final de Protensão
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
APL
ICA
DA
(kN
)
CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.5 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L2.
76
Tabela 4.6 – Forças de protensão nos cabos – Laje L3.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 155,1 100,2 165,9 142,8 142,22 Poligonal 142,7 79,1 143,7 109.8 104,93 Poligonal 148,6 89,6 150,3 121,3 118,14 Poligonal 145,3 88,8 146,7 120,7 117,65 Poligonal 160,5 100,5 160,4 136,0 130,06 Reto 148,2 96,7 150,6 127,2 124,47 Poligonal 148,1 111,3 153,7 144,6 142,48 Poligonal 153,5 113,0 156,9 146,2 142,49 Poligonal 152,3 111,2 157,3 146,8 144,9
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Final
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
) CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.6 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L3.
77
Tabela 4.7 – Forças de protensão nos cabos – Laje L4.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 149,2 96,4 150,6 128,1 126,82 Poligonal 149,9 95,1 150,0 131,7 127,53 Poligonal 151,3 93,9 151,7 129,2 124,54 Poligonal 150,2 105,1 154,6 138,0 135,65 Poligonal 154,3 104,0 155,4 138,3 135,96 Reto 147,0 83,0 147,6 115,9 115,27 Poligonal 149,2 115,0 150,0 138,4 136,78 Poligonal 150,8 111,4 149,4 134,0 129,69 Poligonal 143,2 98,9 149,4 134,2 132,3
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Final
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
) CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.7 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L4.
78
Tabela 4.8 – Forças de protensão nos cabos – Laje L5.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 146,1 101,6 150,6 133,0 130,82 Poligonal 155,7 92,6 154,3 126,8 124,03 Poligonal 149,6 105,5 153,7 141,3 140,64 Poligonal 146,3 84,1 147,2 118,0 118,05 Poligonal 154,9 102,3 158,4 134,0 130,56 Reto 150,3 102,2 156,3 135,6 134,07 Poligonal 142,7 107,6 145,3 131,5 130,08 Poligonal 152,6 119,2 153,2 143,5 139,89 Poligonal 144,5 106,7 145,5 131,2 130,3
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Final
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
) CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.8 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L5.
79
Tabela 4.9 – Forças de protensão nos cabos – Laje L6.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 148,9 103,4 152,5 135,9 135,62 Poligonal 146,0 85,8 150,1 115,9 113,83 Poligonal 148,3 95,7 153,4 128,9 123,84 Poligonal 149,7 93,2 151,3 127,3 125,95 Poligonal 154,2 101,8 156,1 136,0 135,46 Reto 152,2 103,1 161,4 137,7 136,17 Poligonal 143,2 110,0 144,6 132,6 131,78 Poligonal 159,5 127,8 158,8 142,8 140,69 Poligonal 135,3 98,4 137,0 120,2 119,1
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Final
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
) CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.9 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L6.
80
Tabela 4.10 – Forças de protensão nos cabos – Laje L7.
Ppi (kN) Pp0 (kN) Pri (kN) Pr0 (kN)1 Reto 150,6 102,9 154,6 137,6 137,12 Poligonal 149,6 93,2 154,4 124,6 122,23 Poligonal 147,0 88,9 150,0 123,2 120,74 Poligonal 152,1 91,6 153,6 127,0 125,45 Poligonal 153,5 103,5 154,9 138,8 137,66 Reto 149,3 96,2 151,6 130,0 130,07 Poligonal 147,5 109,5 145,2 129,4 124,88 Poligonal 146,9 111,6 148,9 133,1 130,19 Poligonal 145,8 110,7 146,4 134,7 132,7
Ppi - Força de protensão aplicada na etapa de protensão;Pp0 - Força de protensão após as perdas de ancoragem;Pri - Força de protensão aplicada na etapa de reprotensão;Pr0 - Força de protensão após as perdas na etapa de reprotensão;P0 - Força de protensão no início do ensaio.
P0 (kN)
Valores fornecidos pelas células de cargaCabos
Traçado do cabo na vertical
Protensão dos cabos Reprotensão dos cabos
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
Protensão Cravação Reprotensão Protensão Final
PASSOS DE PROTENSÃO
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
) CC 1CC 2CC 3CC 4CC 5CC 6CC 7CC 8CC 9
Figura 4.10 – Forças de protensão nas cordoalhas – Laje L7.
81
A Tabela 4.11 apresenta um resumo de perdas totais médias verificadas em cada direção
(paralela e perpendicular à extremidade da laje).
Tabela 4.11 – Resumo das perdas totais médias em cada direção
Laje Pi ⊥ (kN) P0 ⊥ (kN) ΔP ⊥ (%) Pi ║ (kN) P0 ║ (kN) ΔP ║ (%)
L1 150,4 126,0 16,2 149,1 129,6 13,1L2 149,3 115,0 23,0 147,1 129,1 12,2L3 150,1 122,9 18,1 151,3 143,2 5,4L4 150,3 127,6 15,1 147,7 132,9 10,0L5 150,5 129,7 13,8 146,6 133,4 9,0L6 149,9 128,4 14,3 146,0 130,5 10,6L7 150,4 128,8 14,4 146,7 129,2 11,9
Pi - Força média de protensão aplicada na etapa de protensão;P0 - Força média de protensão após as perdas imediatas;
⊥,║ - Cabos perpendiculares e paralelos à extremidade da laje, respectivamente.ΔP - Perda total média em relação à força média de protensão na etapa de protensão.
Verifica-se uma perda maior nos cabos perpendiculares à extremidade na laje L2,
provavelmente pelo uso de chapas metálicas finas entre o barrilete e o cone de ancoragem
utilizadas no procedimento de protensão da laje. É verificado que a perda de força de
protensão foi maior nos cabos perpendiculares à extremidade que eram mais curtos do que
os paralelos à extremidade.
82
4.4 - VARIAÇÃO DA PROTENSÃO NAS CORDOALHAS
Da Figura 4.11 à Figura 4.17 são apresentados para todas as lajes a variação das forças de
protensão nos cabos durante os ensaios (a numeração dos cabos é a da Figura 3.21). De
uma maneira geral, observou-se que os cabos que tiveram maior variação da força de
protensão foram os cabos paralelos à extremidade e que passavam dentro do pilar (cabos 7
e 8), e os que tiveram menor variação da força de protensão foram os cabos retos,
perpendiculares à extremidade, situados fora da região do puncionamento (cabos 1 e 6).
110
115
120
125
130
135
140
145
150
155
160
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.11 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L1.
83
105
110
115
120
125
130
135
140
145
150
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
CA
BO
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.12 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L2.
100
110
120
130
140
150
160
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
CA
BO
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.13 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L3.
84
110
115
120
125
130
135
140
145
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
CA
BO
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.14 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L4.
115
120
125
130
135
140
145
150
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.15 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L5.
85
110
115
120
125
130
135
140
145
0 20 40 60 80 100 120 140
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
) CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.16 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L6.
115
120
125
130
135
140
145
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0
REAÇÃO DO PILAR (kN)
FOR
ÇA
NO
S C
AB
OS
(kN
)
CC 1
CC 2
CC 3
CC 4
CC 5
CC 6
CC 7
CC 8
CC 9
Figura 4.17 – Variação das forças de protensão durante o ensaio – Laje L7.
A Tabela 4.12 e a
86
Tabela 4.13 apresentam as variações das forças de protensão médias para todas as lajes,
para os cabos paralelos à extremidade e para os cabos perpendiculares à extremidade,
respectivamente. A Tabela 4.14 apresenta as variações médias para os cabos
perpendiculares à extremidade que passam junto (2 e 5) ou atravessam o pilar (3 e 4).
Verifica-se na Tabela 4.12 que as maiores variações para os cabos paralelos à extremidade
(cabos 7, 8 e 9) foram observadas nas lajes L1 e L2, respectivamente com 16 e 11%
justificavel, pois as lajes L1 e L2 tiveram carregamentos preponderantes pela carga P1 (P1
= 1; P2 = 0 e P1 = 1; P2 = 0,25), respectivamente.
Para os cabos perpendiculares à extremidade (
Tabela 4.13) observa-se que os cabos retos (1 e 6), e que estão fora da região do
puncionamento, tiveram a menor variação da força de protensão, com no máximo 0,3% do
aumento (laje L2), havendo inclusive cabos que diminuíram força de protensão ao longo
do ensaio (laje L6 e L7). A única razão aparente para esta diminuição de tensão nos cabos
é o tipo do carregamento preponderante para a carga P2 (P1 = 0,25; P2 = 1 e P1 = 0; P2 = 1).
Já os cabos com traçado poligonal tiveram aumento médio de até 8,4% (L6). O menor
aumento dos cabos de L7 (6,7%) em relação aos de L6 se explica pelo modo de ruptura,
prevalecendo a flexão junto ao pilar e a torção na extremidade da laje.
Tabela 4.12 – Variação da força de protensão – Cabos paralelos à extremidade
LajeP0 ║
(kN)Pu ║
(kN)Pu ║ − P0 ║
(kN)ΔP ║ (%) Δσ ║
(MPa)
L1 129,6 150,4 20,8 16,0 205,1L2 129,1 143,3 14,2 11,0 140,0L3 143,2 150,1 6,9 4,8 68,0L4 132,9 139,5 6,6 5,0 65,1L5 133,4 136,6 3,2 2,4 31,6L6 130,5 132,4 1,9 1,5 18,7L7 129,2 129,5 0,3 0,2 3,0
Pu - Força média de protensão antes da ruptura;
P0 - Força média de protensão no início do ensaio;
║ - Cabos paralelos à extremidade da laje;Δσ - Acréscimo de tensão em cada cabo durante o ensaio.
87
Tabela 4.13 – Variação da força de protensão – Cabos perpendiculares à extremidade
LajePu ⊥
(kN) (1)Pu ⊥ − P0 ⊥
(kN) (1)ΔP ⊥
(%) (1)Δσ ⊥
(MPa) (1)Pu ⊥
(kN) (2)Pu ⊥ − P0 ⊥
(kN) (2)ΔP ⊥
(%) (2)Δσ ⊥
(MPa) (2)
L1 128,4 0,2 0,2 2,0 129,5 4,6 3,7 45,4L2 116,6 0,3 0,3 3,0 119,4 5,0 4,4 49,3L3 133,4 0,1 0,1 1,0 122,6 4,9 4,2 48,3L4 121,1 0,1 0,1 1,0 136,5 5,6 4,3 55,2L5 132,4 0,0 0,0 0,0 135,6 7,3 5,7 72,0L6 135,4 -0,5 -0,4 -4,9 135,3 10,5 8,4 103,6L7 133,5 -0,1 -0,1 -1,0 135,0 8,5 6,7 83,8
Pu - Força média de protensão antes da ruptura;
P0 - Força média de protensão no início do ensaio;
⊥ - Cabos perpendiculares à extremidade da laje;Δσ - Acréscimo de tensão em cada cabo durante o ensaio;(1) - Cabos com traçado reto na vertical;(2) - Cabos com traçado poligonal na vertical.
Tabela 4.14 – Variação da força de protensão – Cabos 2, 3, 4 e 5
LajePu ⊥
(kN) (1)Pu ⊥ − P0 ⊥
(kN) (1)ΔP ⊥
(%) (1)Δσ ⊥
(MPa) (1)Pu ⊥
(kN) (2)Pu ⊥ − P0 ⊥
(kN) (2)ΔP ⊥
(%) (2)Δσ ⊥
(MPa) (2)
L1 127,5 7,9 6,6 77,9 131,5 1,4 1,1 13,8L2 120,9 7,5 6,6 74,0 117,9 2,5 2,2 24,7L3 124,4 6,5 5,5 64,1 120,9 3,5 3,0 34,5L4 138,3 8,2 6,3 80,9 134,7 3,0 2,3 29,6L5 138,9 9,5 7,3 93,7 132,4 5,1 4,0 50,3L6 137,0 12,2 9,8 120,3 133,5 8,9 7,1 87,8L7 133,6 10,5 8,5 103,6 129,9 6,5 5,3 64,1
Pu - Força média de protensão antes da ruptura;
P0 - Força média de protensão no início do ensaio;
⊥ - Cabos perpendiculares à extremidade da laje;Δσ - Acréscimo de tensão em cada cabo durante o ensaio;(1) - Cabos que atravessavam o pilar (cabos 3 e 4);(2) - Cabos que não atravessavam o pilar (cabos 2 e 5). A Tabela 4.14 mostra que os cabos perpendiculares à extremidade que atravessam o pilar
(cabos 3 e 4) sofrem maior acréscimo de tensão do que os que não atravessam (cabos 2 e
5).
88
4.5 - FISSURAÇÃO E CONE DE RUPTURA
Não foi possível se determinar um padrão de fissuração que abrangesse todas as lajes, visto
que as lajes foram carregadas com diversas combinações de carga P1 e P2.
Nas lajes L1 e L2, as fissuras iniciavam na extremidade da laje, próximas ao pilar (L1), ou
na face do pilar (L2), e seguiam perpendicularmente em relação à extremidade em direção
ao ponto de carregamento P2, à medida em que os incrementos de carga aumentavam, e
posteriormente surgiram fissuras circunferenciais, radiais e de torção próximas ao pilar. As
fissuras circunferenciais surgiram para cargas correspondentes a 43% da carga de ruptura
para a laje L1 e 71% da carga de ruptura para a laje L2.
Nas lajes L3 e L4, observou-se que as fissuras iniciavam na extremidade da laje e próximas
ao pilar (L3) e na face do pilar (L4) e seguiam o padrão de fissuração observado por
Villaverde (2003), Alves (2002) e Corrêa (2001), com o aparecimento de fissuras radiais
em torno do pilar, com tendência de prosseguir até a extremidade. Com o decorrer do
ensaio foram aparecendo fissuras circunferenciais, para cargas correspondentes a 76% da
carga de ruptura da laje L3 e 86% da carga de ruptura para a laje L2, porém em menor
número. Além disso foram aparecendo fissuras características de torção próximas ao pilar,
porém em maior número do que as verificadas nas lajes L1 e L2.
O padrão de fissuração da laje L5 foi semelhante ao da laje L4, com o detalhe de que a
primeira fissura iniciou exatamente na ligação entre a laje e o pilar, na direção paralela à
extremidade da laje. Em seguida foram observadas fissuras radiais em torno do pilar, só
que em maior número na direção do carregamento P1. Posteriormente surgiu uma fissura
circunferencial para uma carga correspondente a 99% da carga de ruptura. Além disso,
várias fissuras características de torção foram observadas próximas ao pilar na face
superior e extremidade da laje. A laje L5 também rompeu de forma brusca, mas não tão
bruscamente como a laje L4.
Na laje L6 as fissuras iniciavam exatamente na ligação entre a laje e o pilar, na direção
paralela à extremidade da laje e prosseguiam em direção ao carregamento P1. À medida
em que o ensaio prosseguia poucas fissuras radiais surgiram na direção perpendicular à
extremidade e várias fissuras de torção surgiram próximas ao pilar, tanto na face superior
89
quanto na extremidade da laje. Além disso, foram observadas fissuras circunferenciais em
torno do pilar, porém em menor número. Em seguida a laje rompeu de forma brusca,
porém o cone de ruptura não chegou a se formar na extremidade da laje.
A laje L7 teve um padrão de fissuração distinto de todas as outras lajes, caracterizando
uma fissuração de flexão, com fissuras iniciando na face do pilar paralela à extremidade da
laje e prosseguindo em direção à extremidade da laje. Várias fissuras características de
torção foram observadas na face superior e na extremidade da laje e uma abertura
considerável dessas fissuras no momento da ruptura. A Tabela 4.15 mostra a carga de
ocorrência da primeira fissura visível.
Tabela 4.15 – Carga de fissuração de flexão visível e direção de propagação
Laje Carga de ocorrência da primeira fissura visível* (kN) Direção de propagação da fissura
1 48,9 Perpendicular à extremidade, acima do cabo 2
2 98,3 Perpendicular à extremidade, acima do cabo 3
3 60,3 Perpendicular à extremidade, acima do cabo 2
4 84,9 Perpendicular à extremidade, acima do cabo 3
5 60,4 Paralela à extremidade, entre a laje e o pilar
6 47,3 Paralela à extremidade, entre a laje e o pilar
7 33,3 Paralela à extremidade, entre a laje e o pilar* Reação do pilar obtida somando-se as cargas aplicadas (2xP1 + P2 + Peso Próprio da laje) Da Figura 4.18 à Figura 4.24 são apresentados os mapeamentos das fissuras e cone de
ruptura, com os respectivos ângulos de inclinação, de todas as lajes ensaiadas. As fissuras
características de torção estão representadas pela cor azul e a primeira fissura e o cone de
ruptura estão representados pela cor vermelha.
90
27° 27°
L1
Figura 4.18 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L1
L2
30° 25°
Figura 4.19 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L2
91
31°27°
27°
L3
Figura 4.20 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L3
L4
25° 23°
Figura 4.21 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L4
92
40°
L5
38°
Figura 4.22 – Mapeamento das fissuras e cone de ruptura – Laje L5
L6
Figura 4.23 – Mapeamento das fissuras – Laje L6
93
L7
Figura 4.24 – Mapeamento das fissuras – Laje L7
As lajes L1, L2 e L3 apresentaram uma inclinação do cone de ruptura em torno de 30º.
Esta inclinação diminuiu para aproximadamente para 25º na laje L4 e chegando a quase
40º de inclinação, no ensaio da laje L5.
Seria necessário se fazer um corte perpendicular à extremidade da laje, atravessando o
pilar, para se poder verificar a mudança de inclinação do cone de ruptura nessa direção,
principalmente para se verificar o cone de ruptura da laje L6, que rompeu de forma brusca,
caracterizando uma ruptura por punção e apresentou um cone de ruptura reduzido que não
chegou a contornar toda a periferia do pilar.
94
4.6 - DEFORMAÇÕES DAS ARMADURAS
4.6.1 - Armadura de flexão
Da Figura 4.25 à Figura 4.31 são apresentadas as curvas da reação do pilar versus a
deformação da armadura passiva. Os gráficos mostram também a carga de ruptura da laje e
a carga em que a primeira fissura visível foi observada destacando a carga de ruptura da
laje e a carga em que a primeira fissura visível foi observada. A numeração dos
extensômetros é a da Figura 3.16.
Como já comentado, a reação do pilar é obtida somando-se o carregamento atuante (2xP1 +
P2) mais o peso próprio da laje. Foi tomada a média aritmética dos valores da deformação
de dois extensômetros de cada barra. As deformações são apresentadas a partir da carga
correspondente ao peso próprio da laje, com valores iniciais devidos à protensão. Note-se
que tanto a escala vertical como a horizontal mudam de gráfico para gráfico.
0
50
100
150
200
250
300
-1.000 1.000 3.000 5.000 7.000 9.000 11.000 13.000 15.000 17.000 19.000 21.000
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1EA 2EA 3EA 4EA 5EA 6EA 7EA 8Ruptura1ª Fissura visível
Figura 4.25 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L1
95
0
50
100
150
200
250
-1.000 1.000 3.000 5.000 7.000 9.000 11.000 13.000 15.000
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1
EA 2
EA 3
EA 4
EA 5
EA 6
EA 7
EA 8
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.26 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L2
0
50
100
150
200
250
-500 -250 0 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1
EA 2
EA 3
EA 4
EA 5
EA 6
EA 7
EA 8
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.27 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L3
96
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
-500 -250 0 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1
EA 2
EA 3
EA 4
EA 5
EA 6
EA 7
EA 8
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.28 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L4
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
-500 -250 0 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1
EA 2
EA 3
EA 4
EA 5
EA 6
EA 7
EA 8
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.29 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L5
97
0
20
40
60
80
100
120
140
160
-500 -250 0 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1
EA 2
EA 3
EA 4
EA 5
EA 6
EA 7
EA 8
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.30 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
-500 -250 0 250 500 750 1.000 1.250 1.500 1.750 2.000 2.250 2.500 2.750 3.000 3.250 3.500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EA 1
EA 2
EA 3
EA 4
EA 5
EA 6
EA 7
EA 8
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.31 – Reação do pilar versus deformação nas armaduras de flexão – Laje L7
98
Verifica-se que as três barras paralelas e próximas à extremidade da laje L1 (EA6, EA7 e
EA8), que foram instrumentadas junto à face do pilar, apresentaram uma deformação
plástica excessiva, mostrando inclusive uma provável perda de aderência entre o aço e o
concreto ou entre o aço e o extensômetro, com o extensômetro deixando de funcionar.
Como era esperado, as barras perpendiculares à extremidade da laje sofreram pequenas
deformações, exceto para as barras que atravessavam o pilar (EA 4 e EA5), e que foram as
que sofreram as maiores deformações obtidas.
A laje L2 se comportou de maneira análoga à laje L1, com a diferença de que apenas uma
barra paralela à extremidade (EA 6) apresentou deformação plástica excessiva. Apenas
duas barras escoaram (EA 6 e EA 8).
As lajes L3 e L4 se comportaram de maneira semelhante, com deformações maiores nas
armaduras que atravessavam o pilar. Nenhuma barra chegou a escoar durante o ensaio.
Nas lajes L5, L6 e L7, verifica-se um aumento das deformações das barras perpendiculares
à extremidade da laje em relação às barras paralelas, o que era esperado, visto que a
parcela de carregamento P2 tornava-se maior em relação à P1 em cada laje estudada.
Apenas a barra perpendicular que estava passando praticamente pelo centro do pilar escoou
nos ensaios das lajes L5, L6 e L7 e as barras mais afastadas do pilar sofreram menos
deformações do que as que atravessavam o pilar.
Nenhuma conclusão sobre as deformações das barras que atravessam o pilar pode ser
tomada pelas barras instrumentadas distantes do pilar, caso só sejam instrumentadas as
barras afastadas do pilar. A conclusão, no caso, é apenas para a barra específica e não para
todas as barras.
99
4.7 - DEFORMAÇÃO DO CONCRETO
Da Figura 4.32 à Figura 4.38 são apresentadas as curvas reação do pilar versus deformação
do concreto. O gráfico mostra também a carga de ruptura da laje e a carga em que a
primeira fissura visível foi observada. A numeração dos extensômetros é a da Figura 3.18.
0
50
100
150
200
250
300
-3.000 -2.500 -2.000 -1.500 -1.000 -500 0 500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.32 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L1
100
0
50
100
150
200
250
-3.000 -2.500 -2.000 -1.500 -1.000 -500 0
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.33 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L2
0
50
100
150
200
250
-2.500 -2.250 -2.000 -1.750 -1.500 -1.250 -1.000 -750 -500 -250 0
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.34 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L3
101
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
-2.000 -1.750 -1.500 -1.250 -1.000 -750 -500 -250 0 250
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
CC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.35 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L4
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
-3.500 -3.000 -2.500 -2.000 -1.500 -1.000 -500 0 500 1.000 1.500 2.000
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.36 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L5
102
0
20
40
60
80
100
120
140
160
-2.500 -2.000 -1.500 -1.000 -500 0 500 1.000 1.500 2.000
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.37 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L6
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
-2.500 -2.000 -1.500 -1.000 -500 0 500 1.000 1.500 2.000 2.500
DEFORMAÇÃO (xE-06)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
EC 1
EC 2
EC 3
EC 4
EC 5
EC 6
Ruptura
1ª Fissura visível
Figura 4.38 – Reação do pilar versus deformação no concreto – Laje L7
103
Verifica-se que a deformação medida no eixo do pilar, centro da laje (EC 3), é sempre
maior do que a medida de deformação da superfície inferior da laje na direção do canto do
pilar (EC2), exceto para a laje L6.
Em relação às deformações paralelas à extremidade da laje, verifica-se que nos ensaios das
lajes L4, L5 e L6 há uma mudança de direção da curva, caracterizando uma perda de
compressão na região do pilar. Esta descompressão, chegando a provocar tração no
concreto nesta região, provavelmente deve-se ao fato do aparecimento das fissuras de
torção na laje. A Figura 4.39 mostra a fissura de torção na laje L6 para uma carga P1 =
16,25 kN, que equivale nesse caso a uma reação no pilar no valor de 107,6 kN,
considerando o carregamento total mais o peso próprio da laje.
Figura 4.39 – Fissura de torção – Laje L6
Após o aparecimento dessa fissura na laje L6, os gráficos dos extensômetros EC 4 e EC6
mudam totalmente de sentido, mostrando uma tração no concreto, como se verifica na
Figura 4.37. O mesmo tipo de comportamento ocorreu nas lajes L5 e L7
104
4.8 - DESLOCAMENTOS VERTICAIS
As medidas dos deslocamentos verticais (flechas) foram obtidas com o uso de 13
defletômetros mecânicos, sendo 12 para medir os deslocamentos verticais e 1 defletômetro
colocado na lateral superior do pilar para medir o alongamento do parafuso que impedia a
rotação do pilar. A partir desses alongamentos, as leituras foram corrigidas, considerando
que a rotação causada pelo alongamento do parafuso era a mesma rotação causada na laje
devido a esse efeito.
Nas lajes L2 e L3 o deslocamento vertical do ponto de aplicação da carga P2 foi estimado a
partir da leitura do defletômetro 9, considerando que a laje teve um ângulo de inclinação
constante na direção da carga P2 em relação a horizontal. Com isso puderam-se analisar as
flechas próximas aos pontos de aplicação de carga. Este procedimento foi necessário, pois
não foram colocados defletômetros naquele ponto nas lajes L2 e L3.
Da Figura 4.40 à Figura 4.46 são mostrados os gráficos de deslocamentos para os três
extensômetros situados a 800 mm do eixo do pilar. A numeração dos defletômetros é a da
Figura 3.22.
0
50
100
150
200
250
300
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 13
Figura 4.40 – Reação do pilar versus flecha – Laje L1
105
0
50
100
150
200
250
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 9
D 13 (Estimado)
Figura 4.41 – Reação do pilar versus flecha – Laje L2
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
-2 0 2 4 6 8 10 12
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 9
D 13 (Estimado)
Figura 4.42 – Reação do pilar versus flecha – Laje L3
106
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 2 4 6 8 10 12 14 16
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 13
Figura 4.43 – Reação do pilar versus flecha – Laje L4
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
-5 0 5 10 15 20
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 13
Figura 4.44 – Reação do pilar versus flecha – Laje L5
107
0
20
40
60
80
100
120
140
160
-5 0 5 10 15 20 25
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 13
Figura 4.45 – Reação do pilar versus flecha – Laje L6
0
20
40
60
80
100
120
-5 0 5 10 15 20
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
D 10
D 11
D 13
Figura 4.46 – Reação do pilar versus flecha – Laje L7
108
A Figura 4.47 e a Figura 4.48 apresentam gráficos de iso-deslocamentos para as lajes L1 e
L7, que foram plotados utilizando os dados dos deslocamentos máximos obtidos nos
ensaios, que foram inseridos no programa SURFER 8.0, que fez a devida interpolação dos
deslocamentos verticais.
-30
-28
-26
-24
-22
-20
-18
-16
-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
Figura 4.47 – Deslocamentos da laje L1
-24
-22
-20
-18
-16
-14
-12
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
Figura 4.48 – Deslocamentos da laje L7
109
Da Figura 4.49 à Figura 4.51 são apresentadas comparações entre os deslocamentos
obtidos na laje para os pontos de aplicação de carga (defletômetros 10, 11 e 13).
0
50
100
150
200
250
300
-5 0 5 10 15 20
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Figura 4.49 – Reação do pilar versus flecha – Defletômetro 10
0
50
100
150
200
250
300
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Figura 4.50 – Reação do pilar versus flecha – Defletômetro 11
110
0
50
100
150
200
250
300
-5 0 5 10 15 20 25
FLECHA (mm)
REA
ÇÃ
O D
O P
ILA
R (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Figura 4.51 – Reação do pilar versus flecha – Defletômetro 13
Verifica-se em todos os gráficos que as lajes apresentam uma acomodação após terem
apresentado deslocamentos diferentes na direção das cargas P1. A existência desse
deslocamento é pelo fato do pilar não estar totalmente preso ao pórtico de ensaios na
direção paralela à extremidade e no início do ensaio existe uma acomodação do sistema.
Após essa acomodação as lajes deformam-se normalmente.
Nota-se que para os defletômetros 10 e 11 os maiores deslocamentos (laje L1) foram
obtidos para as lajes com carregamento preponderante naquela direção, enquanto que para
o defletômetro 13 o maior deslocamento foi obtido para a laje L6, ao contrário da laje L7,
que teve o maior carregamento nessa direção, indicando que essa laje poderia ainda
deformar-se mais não fosse a ruptura por flexo-torção.
Pode-se dizer que as lajes L1 e L6 foram as que apresentaram então o comportamento mais
dúctil.
111
4.9 - CARREGAMENTOS E MODOS DE RUPTURA
A Tabela 4.16 apresenta as cargas de ruptura das lajes e os modos de ruptura determinados
através dos ensaios, mostrando inclusive uma boa concordância dos valores das cargas P1
que não foram controlados individualmente. A carga Vu é a soma de P1(E), P1(D) e P2,
acrescido do peso próprio da laje (7,1 kN).
Tabela 4.16 – Cargas de ruptura das lajes ensaiadas
LajeP1 (E)
(kN)P1 (D)
(kN)P2
(kN)Vu (kN) Mu ⊥
(1)
(kN.m)Mu ⊥
(2)
(kN.m)Modo de Ruptura
(Ensaio)
L1 124,1 122,3 0,0 253,5 39,9 65,2 Flexão/Punção
L2 103,6 101,1 25,2 237,0 51,3 75,0 Flexão/Punção
L3 82,6 81,5 39,2 210,4 55,0 76,0 Punção
L4 58,1 60,1 58,2 183,5 61,4 79,7 Punção
L5 39,1 38,4 78,2 162,8 69,3 85,6 Flexão/Punção
L6 19,8 21,9 85,2 134,0 68,8 82,2 Flexão/Punção/Torção
L7 0,0 0,0 98,4 105,5 71,8 82,3 Flexão/Torção(1) Momento em relação à face do pilar(2) Momento em relação ao centro do pilar
Obs: Peso próprio da laje = 7,1 kN
Para a determinação do modo de ruptura através dos ensaios foi verificado o tipo de
ruptura havido durante os ensaios, as deformações na armadura passiva, abertura de
fissuras e deformações do concreto.
Foram definidas rupturas por punção para as lajes L3 e L4 que tiveram a ruptura mais
brusca, e nas quais as aberturas das fissuras não foram grandes e a armadura passiva não
escoou.
A ruptura das lajes L1, L2 e L5 foram definidas como flexão/punção, pois além dessas
lajes terem rompido por punção, a armadura passiva atingiu o escoamento e as fissuras de
flexão foram grandes. Já a laje L6 teve o modo de ruptura definido como
112
flexão/punção/torção, pois além da punção e de flexão, como observado nas lajes L1, L2 e
L5, verificou-se torção.
O mecanismo de ruptura da laje L7 foi definido como flexão/torção, o que ficou
evidenciado com a configuração final da ruptura.
Da Figura 4.52 à Figura 4.59 são apresentadas as configurações finais de ruptura para as
lajes e os modos de ruptura então podem ser verificados.
Figura 4.52 – Ruptura da laje L1
Laje L1 Mu
(1) = 39,9 kN.m Vu = 253,5 kN.m
113
Figura 4.53 – Ruptura da laje L2
Figura 4.54 – Ruptura da laje L3
Laje L2 Mu
(1) = 51,3 kN.m Vu = 237,0 kN.m
Laje L3 Mu
(1) = 55,0 kN.m Vu = 210,4 kN.m
114
Figura 4.55 – Ruptura da laje L4
Figura 4.56 – Ruptura da laje L5
Laje L4 Mu
(1) = 61,4 kN.m Vu = 183,5 kN.m
Laje L5 Mu
(1) = 69,3 kN.m Vu = 162,8 kN.m
115
Figura 4.57 – Ruptura da laje L6
Figura 4.58 – Ruptura da laje L7 – Fissuras de flexão e torção
Laje L6 Mu
(1) = 68,8 kN.m Vu = 134,0 kN.m
Laje L7 Mu
(1) = 71,8 kN.m Vu = 105,5 kN.m
116
Figura 4.59 – Ruptura da laje L7 – Fissuras de torção
Laje L7 Mu
(1) = 71,8 kN.m Vu = 105,5 kN.m
117
5 - ANÁLISE DOS RESULTADOS DA CARGA E MODO DE
RUPTURA
5.1 - RESUMO DE DADOS E RESULTADOS EXPERIMENTAIS
Neste capítulo são apresentadas comparações entre os resultados obtidos nos ensaios das
sete lajes com os estimados pelas normas: FIP:1998, ACI-318:2002, EC2:2002 e NBR
6118:2003. Todas as lajes possuíam a mesma geometria e quantidade de armadura passiva
e ativa, porém pequenas variações foram observadas na seção transversal dos pilares, altura
útil da laje, bem como no perfil e força de protensão dos cabos.
A Tabela 5.1 apresenta um resumo dos resultados experimentais e de alguns parâmetros
necessários para o cálculo da resistência efetiva de cada laje. P0 é a média da força de
protensão na direção paralela (P0║) e perpendicular (P0⊥) à extremidade no início do
ensaio, e Vu é a reação do pilar, obtida como o somatório das cargas verticais aplicadas na
laje no momento da ruptura, adicionado do peso próprio da laje. Mu e Mu(ACI) são os
momentos fletores perpendiculares ao pilar, e determinados respectivamente em relação ao
eixo do pilar (Mu), e ao centro de gravidade da seção crítica (Mu(ACI)), considerando
também o momento do peso próprio da laje. Mu é utilizado pelas normas: FIP:1998,
EC2:2002 e NBR 6118:2003, enquanto que Mu(ACI) é utilizado pelo ACI-318:2002.
Tabela 5.1 – Resumo dos resultados experimentais
Laje f'c (MPa) fct (MPa) P0║ (kN) P0⊥ (kN) Vu (kN) Mu (kN.m)
Mu(ACI)
(kN.m)
L1 46,8 4,3 129,6 126,0 253,5 65,2 46,5
L2 46,0 3,1 129,1 115,0 237,0 75,0 57,4
L3 45,1 3,2 143,2 122,9 210,4 76,0 60,4
L4 45,1 3,2 132,9 127,6 183,5 79,7 66,2
L5 48,5 3,8 133,4 129,7 162,8 85,6 73,4
L6 48,5 3,8 130,5 128,4 134,0 82,2 72,2
L7 46,8 4,3 129,2 128,8 105,5 82,3 74,5 Mu
(ACI) - Em relação ao centro de gravidade da seção crítica do ACI-318:2002; Mu - Em relação ao centro do pilar.
118
Vale ressaltar que o momento em relação ao eixo perpendicular à extremidade da laje não
é considerado no cálculo da resistência da laje por nenhuma norma, apenas quando este é
desbalanceado.
A Tabela 5.2 apresenta mais alguns dados das lajes ensaiadas: a tensão de compressão
média na laje devido à protensão pelo ACI-318:2002 (fcp(ACI)), determinada dividindo-se a
força dos cabos em cada direção pela área da seção total da laje em cada direção e
tomando-se a média; a tensão de compressão média na laje devido à protensão pelo
EC2:2002 (fcp(EC2)), determinada dividindo-se a força dos cabos presentes na seção crítica
em cada direção pela área da seção transversal da seção crítica em cada direção, e
tomando-se a média; a altura útil referente ao ACI-318:2002 (d (ACI)), determinada pelo
centróide da armadura de tração (passiva e ativa) em cada direção e tomando-se a média,
mas tomando-se no mínimo 0,8h como prescrito pelo código; a altura útil determinada
segundo o FIP:1998 e que foi utilizada para o EC2:2002, FIP:1998 e NBR 6118:2003; a
altura total da laje (h); o tamanho do lado do pilar (c); a taxa de armadura passiva,
determinada tomando 3d a partir de cada lado do pilar, como recomendado pelo EC2:2002
e pela NBR 6118:2003; e a mesma taxa tomando-se 2d a partir de cada lado do pilar, como
recomendado pelo FIP:1998.
Tabela 5.2 – Dados das lajes ensaiadas
Laje fcp(ACI)
(MPa) fcp
(EC2) (MPa)
d(ACI) (mm)
d(EC2, FIP e NBR)
(mm) h
(mm) c
(mm) ρ(NBR e
EC2) (%) ρ(FIP) (%)
L1 2,81 8,87 100 100 125 203 0,55 0,59
L2 2,65 8,35 101 100 126 203 0,55 0,59
L3 2,98 9,29 98 102 122 202 0,56 0,60
L4 2,93 9,22 98 101 122 202 0,56 0,60
L5 2,78 8,84 104 99 130 203 0,53 0,57
L6 2,78 8,79 102 100 128 203 0,54 0,58
L7 2,77 8,73 102 101 128 202 0,54 0,57 .
119
5.2 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS COM AS NORMAS
A resistência última à punção de uma laje cogumelo protendida pode ser expressa pela
Equação 5.1.
pcpcn VVVV ++= (5.1)
A parcela Vc corresponde à resistência do concreto juntamente com a contribuição da
armadura passiva na região do puncionamento, enquanto que os efeitos da protensão são
considerados pelas outras duas parcelas: a parcela da compressão do concreto devido à
protensão (Vcp) e a parcela devido à curvatura vertical dos cabos que passam pelo
perímetro crítico (Vp).
Devido aos efeitos da transmissão de momento entre a laje e o pilar, ou momentos
desbalanceados, a capacidade resistente à punção pode ser reduzida por um coeficiente β,
explicitamente nas normas FIP:1998 e EC2:2002, que leva em consideração as
características da seção de controle, o momento aplicado e a reação do pilar.
As normas ACI-318:2002 e NBR 6118:2003 não consideram um coeficiente β diretamente
no cálculo, mas este coeficiente pode ser facilmente considerado com a manipulação das
equações utilizadas, tal como visto no Capítulo 2.
Vale ressaltar que a NBR 6118:2003 não considera a parcela da compressão devido à
protensão nos cálculos da resistência à punção de uma laje cogumelo protendida.
O cálculo pelo ACI-318:2002 foi feito de duas maneiras: considerando ou não as restrições
da resistência e da tensão de compressão no concreto devido à protensão.
A Tabela 5.3 apresenta os parâmetros necessários para a determinação da resistência das
lajes utilizando o FIP:1998, através da Equação 2.3 sugerida pelo autor. Os parâmetros,
calculados nas duas direções, x (paralelo à extremidade da laje) e y (perpendicular à
extremidade da laje) são: V/m’, razão entre a reação do pilar unitária e o momento no eixo
da face do pilar; m’po, momento necessário para descomprimir a fibra comprimida; e m’pe,
120
momento devido à excentricidade dos cabos em relação ao centro de gravidade da laje. O
momento na face do pilar (m’) foi determinado usando o Método dos Elementos Finitos
com o programa SAP 2000, para o qual foi utilizada a descrição apresentada na Figura 5.1,
para uma carga unitária (somatório das cargas verticais igual a 1), de acordo com a relação
entre P1 e P2 para cada laje. Depois de algumas tentativas, os melhores resultados foram
obtidos com a laje representada com elementos de placa e com o pilar representado com
elemento sólido de 8 nós. Os valores de m’po e m’pe foram obtidos utilizando-se a média
aritmética da força de protensão no início de cada ensaio em cada direção.
Tabela 5.3 – Dados para o cálculo pelo FIP:1998
Laje V/m'║ (x) m'po║ (x) (kN.m)
m'pe║ (x) (kN.m) V/m'┴ (y)
m'po┴ (y) (kN.m)
m'pe┴ (y) (kN.m)
L1 4,56 5,40 5,57 6,89 10,50 10,84
L2 4,79 5,42 5,42 5,58 9,66 9,66
L3 4,98 5,82 7,16 4,85 10,00 12,29
L4 5,27 5,40 6,38 4,05 10,38 12,25
L5 5,70 5,78 4,80 3,36 11,24 9,34
L6 6,40 5,57 5,22 2,87 10,96 10,27
L7 7,40 5,51 5,43 2,22 10,99 10,82
onde:
V = reação do pilar unitária;
m’ = momento na face do pilar em cada direção;
m’po = momento necessário para descomprimir a fibra comprimida;
m’pe = momento devido à excentricidade dos cabos em relação ao centro de gravidade da
laje;
121
Figura 5.1 – Discretização utilizada no programa SAP 2000
A Tabela 5.1 mostra as relações M/V que permanecem constantes durante cada ensaio e
que foram utilizadas para o cálculo de β. Vale ressaltar que as normas ACI-318:2002 e a
NBR 6118:2003 não possuem este coeficiente, mas este foi considerado com a
manipulação das equações para a determinação da carga de ruptura de cada laje.
Tabela 5.4 – Relações M/V utilizadas
Laje Msd1/V (m) (NBR) M/V (m) (EC2,FIP) M/V (m) (ACI)
L1 0,042 0,250 0,200
L2 0,103 0,311 0,222
L3 0,152 0,360 0,280
L4 0,225 0,433 0,367
L5 0,342 0,550 0,450
L6 0,392 0,600 0,533
L7 0,592 0,800 0,700
122
Da Tabela 5.5 à Tabela 5.11 são apresentadas comparações entre os resultados das cargas
de ruptura (reação do pilar) e as cargas resistente de cada laje estudada, mostrando os
valores de cada parcela para o cálculo da carga resistente à punção. Também foi
considerada uma carga de ruptura estimada, considerando a resistência do concreto de 45
MPa, força de protensão de 130 kN, traçado dos cabos, espessura da laje e largura do pilar
antes da concretagem.
Tabela 5.5 – Cargas últimas de punção – Laje L1
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 138,8 68,2 9,0 1,79 120,7 114,1 46,5 2,10 2,22
ACI-318:2002* 160,5 68,2 9,0 1,79 132,8 123,8 46,5 1,91 2,05
FIP:1998 162,3 89,6 9,7 2,02 134,4 139,1 65,2 1,89 1,82
NBR 6118:2003 134,3 - 16,7 1,12 134,8 133,1 65,2 1,88 1,90
EC2:2002 110,0 61,3 16,7 1,82 103,3 103,8 65,2 2,45 2,44
253,5L1
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
Tabela 5.6 – Cargas últimas de punção – Laje L2
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 140,5 65,1 8,4 1,87 114,4 108,7 57,2 2,07 2,18
ACI-318:2002* 161,1 65,1 8,4 1,87 125,5 117,9 57,2 1,89 2,01
FIP:1998 160,9 64,0 9,0 2,22 110,3 118,0 75,0 2,15 2,01
NBR 6118:2003 133,5 - 15,4 1,28 116,3 115,6 75,0 2,04 2,05
EC2:2002 109,4 57,6 15,4 2,02 90,3 93,5 75,0 2,62 2,53
237,0L2
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
123
Tabela 5.7 – Cargas últimas de punção – Laje L3
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 134,8 70,3 7,9 2,12 100,5 96,5 60,8 2,09 2,18
ACI-318:2002* 153,1 70,3 7,9 2,12 109,1 104,7 60,8 1,93 2,01
FIP:1998 164,9 69,9 8,5 2,36 108,0 109,9 76,0 1,95 1,91
NBR 6118:2003 136,6 - 15,2 1,41 107,7 107,1 76,0 1,95 1,96
EC2:2002 112,6 66,0 15,2 2,17 89,3 89,2 76,0 2,36 2,36
210,4L3
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
Tabela 5.8 – Cargas últimas de punção – Laje L4
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 134,8 69,1 9,1 2,47 86,2 82,9 66,5 2,13 2,21
ACI-318:2002* 153,1 69,1 9,1 2,47 93,6 90,0 66,5 1,96 2,04
FIP:1998 163,5 59,4 9,7 2,61 95,1 95,1 79,7 1,93 1,93
NBR 6118:2003 134,9 - 16,8 1,62 93,6 92,8 79,7 1,96 1,98
EC2:2002 110,8 64,5 16,8 2,42 79,4 79,3 79,7 2,31 2,31
183,5L4
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
124
Tabela 5.9 – Cargas últimas de punção – Laje L5
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 145,8 70,9 8,4 2,76 81,6 73,0 73,4 2,00 2,23
ACI-318:2002* 171,6 70,9 8,4 2,76 90,9 79,2 73,4 1,79 2,06
FIP:1998 160,7 50,1 9,0 3,02 78,8 79,5 85,6 2,07 2,05
NBR 6118:2003 132,5 - 15,2 1,95 75,7 75,5 85,6 2,15 2,16
EC2:2002 108,2 60,0 15,2 2,82 65,0 66,2 85,6 2,50 2,46
162,8L5
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
Tabela 5.10 – Cargas últimas de punção – Laje L6
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 142,3 69,2 10,5 3,08 72,1 65,1 72,2 1,86 2,06
ACI-318:2002* 167,5 69,2 10,5 3,08 80,3 70,7 72,2 1,67 1,90
FIP:1998 162,9 48,2 11,2 3,17 77,8 75,7 82,2 1,72 1,77
NBR 6118:2003 135,1 - 18,7 2,08 73,9 71,3 82,2 1,81 1,88
EC2:2002 110,7 60,7 18,7 2,97 64,0 63,7 82,2 2,09 2,10
134,0L6
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
125
Tabela 5.11 – Cargas últimas de punção – Laje L7
Laje CódigoVc
(kN)Vcp
(kN)Vp
(kN)β
Vn
(kN)Vn (Est.)
(kN)Vu
(kN)Mu
(kN.m)Vu / Vn Vu / Vn (Est.)
ACI-318:2002 141,7 68,7 8,4 3,76 58,2 53,6 74,5 1,81 1,97
ACI-318:2002* 163,9 68,7 8,4 3,76 64,1 58,2 74,5 1,65 1,81
FIP:1998 162,9 60,0 9,0 3,81 67,5 67,4 82,3 1,56 1,57
NBR 6118:2003 134,9 - 15,2 2,62 57,3 57,1 82,3 1,84 1,85
EC2:2002 110,9 61,1 15,2 3,62 51,7 52,8 82,3 2,04 2,00
105,5L7
+=
cu
ABuvACI JV
dbcM 0)( 1
γβ
+=
1
11)(
*1
pSd
SdNBR WF
uMKβ
* Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
Observa-se que Vn não é obtido simplesmente somando-se as parcelas Vc, Vcp e Vp, pois o
cálculo da resistência de cada laje foi feito considerando o coeficiente β, pelo qual a soma
das parcelas é dividida. No caso do FIP:1998, no entanto, somente as duas primeiras
parcelas (Vc e Vcp) são divididas pelo coeficiente β e então é somada a terceira parcela
(Vp).
Para o cálculo da parcela da compressão no plano (Vcp) e da carga equilibrante (Vp), foram
tomadas respectivamente a média da força de protensão nos cabos em cada direção no
início do ensaio e no fim do ensaio, tal como considerado por Silva (2005).
Verifica-se que todas as lajes tiveram uma relação Vu/Vn bem maior que 1, com todas as
normas consideradas. A menor relação Vu/Vn foi de 1,56, obtida para a laje L7 pelo
FIP:1998.
A NBR 6118:2003 e o EC2:2002 apresentam algumas semelhanças e muitas diferenças. As
semelhanças são o perímetro de controle e o valor de β (considerado pela manipulação das
equações da NBR 6118:2003). As diferenças são: a pequena diferença na determinação de
Vc; a tensão resistente de compressão diagonal do concreto no contorno do pilar (3c para a
NBR 6118:2003), o momento atuante considerado, pois o EC2:2002 considera o momento
126
total enquanto que a NBR 6118:2003 considera um momento reduzido, igual ao momento
total subtraído do momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico
reduzido em relação ao centro do pilar; e na determinação do Vp, pois a NBR 6118:2003
considera em cada direção os cabos que passam até d/2 da face do pilar, enquanto que o
EC2:2002 considera todos os cabos que passam no perímetro crítico
O FIP:1998 apresenta valores de β superiores para todas as lajes. Este conservadorismo de
β mostrado pelo FIP:1998 pode ser verificado pelo termo u1/u1* considerado no cálculo
deste coeficiente, que para o caso das lajes estudadas é em torno de 1,20, porém este
conservadorismo de β não afetou os resultados e apresentou os melhores resultados para
todas as lajes, exceto para as lajes L1 e L2 que apresentaram os melhores resultados pela
NBR 6118:2003.
Verifica-se que o procedimento utilizado pelo EC2:2002 para a determinação da
resistência à punção mostra-se ser menos adequado em comparação com a NBR
6118:2003, obtendo valores mais conservadores para todas as lajes. A NBR 6118:2003 não
considera a parcela da compressão do concreto devido à protensão e pelo exposto nota-se
que se esta parcela fosse considerada o conservadorismo seria reduzido, obtendo-se os
melhores resultados entre as normas apresentadas.
O EC2:2002 apresentou os resultados mais conservadores para todas as lajes, com Vu/Vn
entre 2,04 para a laje L7 e 2,62 para a laje L2, em virtude da limitação do termo K
considerado no cálculo da parcela Vc e que é limitado a 2,0 e que não é limitado na
NBR6118:2003 e no FIP:1998.
Na laje L5 o resultado do ACI-318:2002 não foi tão conservador quanto as demais lajes
devido a essa laje ter sido a mais espessa (h = 130 mm), o que acarretou uma altura útil
maior pelo código, que preconiza que seja utilizado no mínimo d = 0,8h. Neste caso a
altura útil pelo ACI-318:2002 foi de 104 mm, enquanto que pelas outras normas essa altura
útil foi de 99mm. Por outro lado a laje tinha sido especificada com h =120 mm, mas
especialmente no caso de cobrimentos maiores, o ACI-318:2002 pode deixar de ser o mais
conservador.
127
Observa-se também que sem atender as restrições de resistência do concreto (≤ 35 MPa) e
tensão de compressão devido à protensão (≤ 3,5 MPa), o ACI apresentou os melhores
resultados para as lajes L2, L3, L5 e L6, indicando que este conservadorismo pode ser
eliminado.
A curvatura vertical dos cabos que passavam pelo perímetro crítico apresentou pouca
contribuição na resistência das lajes estudadas, exceto para a NBR 6118:2003 e o
EC2:2002, que consideram a contribuição da parcela vertical Vp a uma distância de 2d da
face do pilar.
A Tabela 5.12 e a Figura 5.2 apresentam os resultados obtidos pelo ACI-318:2002, a
Tabela 5.13 e a Figura 5.3 apresentam os resultados obtidos pelo ACI-318:2002 sem as
restrições da resistência do concreto e da tensão de compressão do concreto devido à
protensão, a Tabela 5.14 e a Figura 5.4 apresentam os resultados obtidos pelo FIP:1998
para as lajes ensaiadas, a Tabela 5.15 e a Figura 5.5 apresentam os resultados obtidos pelo
EC2:2002 e a Tabela 5.16 e a Figura 5.6 apresentam os resultados obtidos pela NBR
6118:2003.
Tabela 5.12 – Cargas últimas de punção pelo ACI-318: 2002
Laje Vc (kN)
Vcp (kN)
Vp (kN) β
Vn (kN)
Vu (kN)
Mu (kN.m) Vu/ Vn
L1 138,8 68,2 9,0 1,79 120,7 253,5 46,5 2,10
L2 140,5 65,1 8,4 1,87 114,4 237,0 57,2 2,07
L3 134,8 70,3 7,9 2,12 100,5 210,4 60,8 2,09
L4 134,8 69,1 9,1 2,47 86,2 183,5 66,5 2,13
L5 145,8 70,9 8,4 2,76 81,6 162,8 73,4 2,00
L6 142,3 69,2 10,5 3,08 72,1 134,0 72,2 1,86
L7 141,7 68,7 8,4 3,76 58,2 105,5 74,5 1,81
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
128
0
50
100
150
200
250
300
0 50 100 150 200 250 300
Vn (kN)
V u (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Média Aritmética (Vu/Vn) = 2,01Desvio Padrão (Vu/Vn) = 0,126Coef. de variação (Vu/Vn) = 6,3%
Figura 5.2 – Carga atuante versus carga resistente pelo ACI-318:2002
Tabela 5.13 – Cargas últimas de punção pelo ACI-318: 2002*
Laje Vc (kN)
Vcp (kN)
Vp (kN) β
Vn (kN)
Vu (kN)
Mu (kN.m) Vu/ Vn
L1 160,5 68,2 9,0 1,79 132,8 253,5 46,5 1,91
L2 161,1 65,1 8,4 1,87 125,5 237,0 57,2 1,89
L3 153,1 70,3 7,9 2,12 109,1 210,4 60,8 1,93
L4 153,1 69,1 9,1 2,47 93,6 183,5 66,5 1,96
L5 171,6 70,9 8,4 2,76 90,9 162,8 73,4 1,79
L6 167,5 69,2 10,5 3,08 80,3 134,0 72,2 1,67
L7 163,9 68,7 8,4 3,76 64,1 105,5 74,5 1,65 * Desconsiderando a restrição da resistência e tensão de compressão do concreto.
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
129
0
50
100
150
200
250
300
0 50 100 150 200 250 300
Vn (kN)
V u (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Média Aritmética (Vu/Vn) = 1,83Desvio Padrão (Vu/Vn) = 0,128Coef. de variação (Vu/Vn) = 7,0%
Figura 5.3 – Tensão atuante versus tensão resistente pelo ACI-318:2002*
Tabela 5.14 – Cargas últimas de punção pelo FIP:1998
Laje Vc (kN)
Vcp (kN)
Vp (kN) β
Vn (kN)
Vu (kN)
Mu (kN.m) Vu/ Vn
L1 162,3 89,6 9,7 2,02 134,4 253,5 65,2 1,89
L2 160,9 64,0 9,0 2,22 110,3 237,0 75,0 2,15
L3 164,9 69,9 8,5 2,36 108,0 210,4 76,0 1,95
L4 163,5 59,4 9,7 2,61 95,1 183,5 79,7 1,93
L5 160,7 50,1 9,0 3,02 78,8 162,8 85,6 2,07
L6 162,9 48,2 11,2 3,17 77,8 134,0 82,2 1,72
L7 162,9 60,0 9,0 3,81 67,5 105,5 82,3 1,56
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
130
0
50
100
150
200
250
300
0 50 100 150 200 250 300
Vn (kN)
V u (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Média Aritmética (Vu/Vn) = 1,89Desvio Padrão (Vu/Vn) = 0,199Coef. de variação (Vu/Vn) = 10,5%
Figura 5.4 – Tensão atuante versus tensão resistente pelo FIP:1998
Tabela 5.15 – Cargas últimas de punção pelo EC2:2002
Laje Vc (kN)
Vcp (kN)
Vp (kN) β
Vn (kN)
Vu (kN)
Mu (kN.m) Vu/ Vn
L1 110,0 61,3 16,7 1,82 103,3 253,5 65,2 2,45
L2 109,4 57,6 15,4 2,02 90,3 237,0 75,0 2,62
L3 112,6 66,0 15,2 2,17 89,3 210,4 76,0 2,36
L4 110,8 64,5 16,8 2,42 79,4 183,5 79,7 2,31
L5 108,2 60,0 15,2 2,82 65,0 162,8 85,6 2,50
L6 110,7 60,7 18,7 2,97 64,0 134,0 82,2 2,09
L7 110,9 61,1 15,2 3,62 51,7 105,5 82,3 2,04
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
131
0
50
100
150
200
250
300
0 50 100 150 200 250 300
Vn (kN)
V u (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Média Aritmética (Vu/Vn) = 2,34Desvio Padrão (Vu/Vn) = 0,213Coef. de variação (Vu/Vn) = 9,1%
Figura 5.5 – Tensão atuante versus tensão resistente pelo EC2:2002
Tabela 5.16 – Cargas últimas de punção pela NBR 6118:2003
Laje Vc (kN)
Vcp (kN)
Vp (kN) β
Vn (kN)
Vu (kN)
Mu (kN.m) Vu/ Vn
L1 134,3 - 16,7 1,12 134,8 253,5 65,2 1,88
L2 133,5 - 15,4 1,28 116,3 237,0 75,0 2,04
L3 136,6 - 15,2 1,41 107,7 210,4 76,0 1,95
L4 134,9 - 16,8 1,62 93,6 183,5 79,7 1,96
L5 132,5 - 15,2 1,95 75,7 162,8 85,6 2,15
L6 135,1 - 18,7 2,08 73,9 134,0 82,2 1,81
L7 134,9 - 15,2 2,62 57,3 105,5 82,3 1,84
Obs: β(ACI) e β(NBR) obtidos por manipulação das equações.
132
0
50
100
150
200
250
300
0 50 100 150 200 250 300
Vn (kN)
V u (k
N)
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
Média Aritmética (Vu/Vn) = 1,95Desvio Padrão (Vu/Vn) = 0,118Coef. de variação (Vu/Vn) = 6,1%
Figura 5.6 – Tensão atuante versus tensão resistente pela NBR 6118:2003
Verifica-se que o critério utilizado pelas normas de majorar o valor da carga atuante em
uma laje cogumelo protendida com pilar de extremidade é adequado, porém pode ser
revisto, pois leva a valores subestimados de resistência das lajes.
O FIP:1998 apresentou os melhores resultados em relação aos demais códigos analisados,
com uma média aritmética de Vu/Vn = 1,89 e coeficiente de variação de 10,5%.
Os ACI-318:2002 quando utilizado com todas as restrições prescritas de resistência do
concreto e tensão de compressão devido à protensão, apresentou uma média aritmética de
Vu/Vn = 2,01 e coeficiente de variação de 6,3% em relação às lajes ensaiadas.
Quando se utiliza o ACI-318:2002 sem levar em consideração as restrições impostas
descritas acima, Vu/Vn em média foi igual a 1,83 e apresentou um coeficiente de variação
de 7,0%.
Os resultados estimados pela NBR 6118:2003 são bons, e seriam ainda melhores se a
parcela de compressão no plano, Vcp, fosse considerada nos cálculos da resistência da laje à
133
punção. A NBR 6118:2003 apresentou uma média aritmética de Vu/Vn = 1,95 e coeficiente
de variação de 6,1%.
O EC2:2002 apresentou os piores resultados em relação às lajes ensaiadas, apresentando
uma média aritmética de Vu/Vn = 2,34 e um coeficiente de variação de 9,1%, podendo ser
atribuído pela limitação do coeficiente K na parcela Vc que é limitado a 2,0 e que não é
limitado para as normas NBR 6118:2003 e FIP:1998.
5.3 - COMPARAÇÃO ENTRE OS MODOS DE RUPTURA ESTIMADOS E
OBTIDOS EXPERIMENTALMENTE
Para a determinação do modo de ruptura da laje foi utilizado o cálculo apresentado pelo
FIP:1998 para a determinação de VPunção, e para a determinação do VFlexão foi utilizado o
equilíbrio das forças tal como sugerido pelo Professor Paul Regan e apresentado por Silva
(2005). A Figura 5.7 mostra o equilíbrio de forças considerado para a determinação do
VFlexão.
y = 0,8x Rc = 0,8 b x σc
Fs = ΣAs fy
Fp = ΣP
dp ds
σc = c1 c2 c3 fc = 0,95 fc
c1 = 1 (acréscimo da resistência do concreto após 28 dias);
c2 = 0,95 (a resistência em corpo de prova é superior a da peça estrutural);
c3 = 1 (efeito da carga de longa duração).
Figura 5.7 – Equilíbrio das forças da seção da laje na ruptura por flexão
Para a determinação da carga de ruptura de cada laje, foi considerado o peso próprio de
todos os equipamentos utilizados para aplicação de carga na laje e o peso próprio da laje. A
Tabela 5.17 apresenta valores para a relação M/V para as lajes ensaiadas, obtidas a partir
134
de uma reação unitária no pilar para cada laje, e observando-se as relações entre P1 e P2 de
cada caso. Esses momentos são calculados em relação à face do pilar.
Tabela 5.17 – Valores de M/V para cada ensaio
M/V (mm) M/V (mm)Momento perpendicular à extremidade Momento paralelo à extremidade
Face do pilar Face do pilarL1 ∞ 150 350L2 4 211 322L3 2 260 300L4 1 330 267L5 0,5 425 225L6 0,25 520 183L7 0 700 100
P1/P2Laje
VFlexão da laje, em cada direção, pode ser obtido dividindo-se o momento resistente da laje
pela relação M/V. A Tabela 5.18 apresenta os valores de VFlexão calculados para todas as
lajes ensaiadas, considerando uma faixa de 600 mm (FIP:1998) para a determinação do
momento resistente na direção perpendicular à extremidade e toda a largura da laje para a
determinação do momento resistente na direção paralela à extremidade. Esses momentos
resistentes são iguais a 65,1 kN.m na direção perpendicular à extremidade, e 65,7 kN.m na
direção paralela à extremidade.
Tabela 5.18 – Valores de VFlexão nas duas direções para cada relação P1/P2
Para M⊥ Para M║
L1 ∞ 434 193L2 4 309 210L3 2 250 225L4 1 197 253L5 0,5 153 300L6 0,25 125 369L7 0 93 675
VFlexão (kN) (FIP)LAJE P1/P2
135
A Figura 5.8 apresenta um gráfico da relação Vu/VPunção (FIP) versus a relação Vu/VFlexão
(FIP). O VPunção (FIP) foi obtido da Tabela 5.14 e o VFlexão (FIP) obtido da Tabela 5.18, que
representa em o modo de ruptura estimado usando os dados obtidos pelo FIP:1998.
L6
L7
L1
L2L3
L4
L5
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50
Vu/VFlexão
V u/V
Punç
ão
Figura 5.8 – Modo de ruptura estimado das lajes ensaiadas
A partir dessa figura podem ser estimados os modos de ruptura das lajes. Esse
procedimento foi sugerido por Silva (2005).
Observa-se pela Figura 5.8 que as lajes L3 e L4 teriam modos de ruptura estimados como
punção, enquanto que as demais lajes apresentariam modo de ruptura por punção. A
Tabela 5.19 apresenta uma comparação entre os modos de ruptura estimados, utilizando o
FIP:1998 e os modos de ruptura obtidos nos ensaios.
136
Tabela 5.19 – Modo de ruptura estimado e de ensaio
VFlexão Modo de ruptura LAJE
Para M⊥ Para M║ VPunção Vu
Estimado Ensaio
L1 193,0 434,0 139,1 253,5 Punção Flexão/Punção
L2 210,0 309,0 118,0 237,0 Punção Flexão/Punção
L3 225,0 250,0 109,9 210,4 Punção Punção
L4 253,0 197,0 95,1 183,5 Punção Punção
L5 300,0 153,0 79,5 162,8 Punção Flexão/Punção
L6 369,0 125,0 75,7 134,0 Punção Flexão/Punção/Torção
L7 675,0 93,0 67,4 105,5 Punção Flexão/Torção
Observa-se na Tabela 5.19 que o modo de ruptura estimado foi diferente ao ocorrido nos
ensaios para todas as lajes. Isto se deve ao conservadorismo já detectado das estimativas de
ruptura por punção no item 5.1.
Já as lajes L3 e L4 tiveram nos ensaios exatamente o modo de ruptura estimado (punção).
Como visto no Capítulo 4, as lajes L1, L2, L3, L4 e L5 tiveram rupturas bruscas
características de ruptura de punção. A ruptura da laje L1 foi a mais brusca de todas as
lajes ensaiadas, apesar de grandes aberturas de fissuras observadas durante o ensaio e uma
considerável deformação da armadura de flexão.
Para a laje L6 o mesmo comentário feito para as lajes L1, L2 e L5 pode ser repetido,
caracterizando-se o fato de ter surgido claramente torção, o que o critério não prevê. Na
realidade o critério poderia ser estendido para a conclusão de torção.
A laje L7 foi a que mais se afastou da previsão inicial, devido a forte presença da torção.
Como visto para a laje L6, estimativas melhores deverão ser obtidas com a inclusão da
torção no critério de ruptura.
137
6 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
6.1 - CONCLUSÕES
As conclusões apresentadas a seguir são baseadas em resultados de um pequeno número de
ensaios realizados com lajes cogumelo protendidas com pilares de extremidade. Foram
ensaiadas sete lajes cogumelo protendidas, simulando uma ligação laje-pilar de
extremidade, com nível de protensão e taxas de armadura aproximadamente iguais para
todas as lajes, com o objetivo de se avaliar o comportamento das lajes submetidas às
diversas combinações de momento fletor e esforço cortante aplicados às lajes.
Devido às diversas combinações de P1 e P2 utilizadas foi possível obter então várias
relações entre o momento fletor e o esforço cortante aplicado nas lajes, partindo de uma
relação Mu/Vu = 0,157 para a laje L1 e chegando a uma relação Mu/Vu = 0,681, para a laje
L7, em relação aos momentos desequilibrantes medidos na face do pilar, de tal forma que
foram obtidas rupturas variadas nas lajes ensaiadas. Esta variação da relação Mu/Vu
influenciou fortemente o comportamento das lajes em todos os aspectos analisados: carga e
modo de ruptura, fissuração, deformação da armadura e do concreto, variação da força de
protensão.
O aparato utilizado nos ensaios funcionou satisfatoriamente, seja para a aplicação e
medição do carregamento aplicado, para as medições das deformações e deslocamentos, e
para a leitura das células de carga dos cabos de protensão. Também funcionou muito bem o
sistema de aquisição utilizado pela primeira vez no laboratório de estruturas da UnB,
composto pelo sistema de aquisição de dados SPIDER 8 em conjunto com o programa
CATMAN 4.5. No entanto, recomenda-se que seja criada também uma restrição de
movimento do pilar em relação ao pórtico de ensaio (extremidade da laje), para que a laje
fique ainda mais estável durante a fase de acomodação nos estágios iniciais de
carregamento.
138
6.1.1 - Comportamento das lajes
Fissuração – As lajes não apresentaram um padrão único de fissuração, o que se justifica
pelas lajes terem sido carregadas com diversas combinações de cargas P1 e P2. Nas lajes L1
e L2, as fissuras iniciavam na região do pilar, e seguiram perpendicularmente em relação à
extremidade em direção ao ponto de carregamento P2, e posteriormente surgiram fissuras
circunferenciais, radiais e de torção próximas ao pilar. Nas lajes L3 e L4 as fissuras
também iniciaram na região do pilar e seguiram o padrão de fissuração observado por
Villaverde (2003), Alves (2002) e Corrêa (2001), com o aparecimento de fissuras radiais
em torno do pilar, com tendência de prosseguir até a extremidade da laje. As lajes L5 e L6
apresentaram um padrão semelhante à laje L4, mas com o aparecimento de um maior
número de fissuras de torção. A laje L7 teve um padrão de fissuração distinto de todas as
outras lajes, caracterizando uma fissuração de flexão, e com várias fissuras de torção
observadas na face superior e na extremidade da laje, fissuras essas com grandes aberturas
na ruptura.
Deformação da armadura – As barras paralelas à extremidade foram as mais solicitadas
e apresentaram deformação plástica excessiva nas lajes L1 e L2, como esperado em função
do carregamento. Nas lajes L3 e L4 nenhuma barra chegou a escoar durante o ensaio,
caracterizando comportamento típico de punção. Nas lajes L5, L6 e L7, verifica-se um
aumento das deformações das barras perpendiculares à extremidade da laje, o que era
esperado também em função do carregamento, e com as barras que atravessavam o pilar
apresentando as maiores deformações. A barra com o EA5 atingiu o escoamento nas lajes
L5 a L7.
Deformação do Concreto – Com exceção de uma laje (L6), as deformações medidas no
eixo do pilar, no centro da laje foram sempre superiores às obtidas na região do canto do
pilar. Observou-se uma descompressão nas lajes L4, L5 e L6, que chegou a se tornar
tração, provocada pelas fissuras de torção na laje. As deformações do concreto requerem
uma análise mais apurada que considere em detalhe a torção.
Protensão – De uma maneira geral observou-se que os cabos que tiveram maior variação
da força de protensão foram os cabos paralelos à extremidade e que passavam dentro do
pilar, principalmente nas lajes L1 e L2, que apresentaram acréscimos de 16% e 11%,
139
respectivamente. Recomenda-se inclusive, por segurança, que seja utilizada uma protensão
inferior, por exemplo, em 10%, nas lajes com transferência de momentos grandes na
direção paralela à extremidade, ou com relação Mu/Vu < 0,26.
Ruptura – As lajes L3 (Mu/Vu = 0,261) e L4 (Mu/Vu = 0,335) tiveram a ruptura definida
como punção, mais brusca, as aberturas das fissuras não foram grandes e a armadura
passiva não escoou. A ruptura das lajes L1 (Mu/Vu = 0,157), L2 (Mu/Vu = 0,216) e L5
(Mu/Vu = 0,426) foram definidas como flexão/punção, pois além dessas lajes terem
rompido por punção, a armadura passiva atingiu o escoamento e as fissuras de flexão
foram grandes. Já a laje L6 (Mu/Vu = 0,513) teve o modo de ruptura definido como
flexão/punção/torção, pois além da punção e de flexão, como observado nas lajes L1, L2 e
L5, verificou-se torção. O mecanismo de ruptura da laje L7 (Mu/Vu = 0,681) foi definido
como flexão/torção, o que ficou evidenciado com a configuração final da ruptura. Com
mais resultados deverá ser possível relacionar o tipo de ruptura obtido com a relação
Mu/Vu.
Estimativa do modo de ruptura - O procedimento sugerido pelo Professor Paul Regan e
apresentado por Silva (2005) para a determinação do modo de ruptura da laje, que utiliza
VPunção calculado pelo FIP:1998, apresentou bons resultados, apesar de sempre estimar a
ruptura por punção antes da de flexão, o que não aconteceu nos ensaios, indicando o
conservadorismo presente na formulação de punção. No entanto, a formulação deve ser
estendida para levar em conta a torção, de grande importância, por exemplo, nas lajes L6 e
L7 (Mu/Vu = 0,513, e 0,681, respectivamente).
6.1.2 - Comparação com as normas
Verifica-se que o critério utilizado pelas normas de majorar o valor da carga atuante de
uma laje cogumelo protendida com pilar de extremidade é adequado, porém pode ser
revisto, pois subestima a resistência das lajes.
O FIP:1998 apresentou os melhores resultados em relação aos demais códigos analisados,
com uma média aritmética de Vu/Vn = 1,89 e coeficiente de variação de 10,5%.
140
O procedimento utilizado pela NBR 6118:2003 para a determinação da resistência à
punção mostrou-se de uma maneira geral ser mais adequado do que o do EC2:2002. A
NBR 6118:2003 não considera a parcela da compressão do concreto devido à protensão e
com essa consideração o conservadorismo seria reduzido, e os melhores resultados seriam
obtidos entre as normas apresentadas.
O EC2:2002 apresentou os resultados mais conservadores para todas as lajes, apresentando
uma média aritmética de Vu/Vn = 2,34 e um coeficiente de variação de 9,1%. Tal
conservadorismo pode ser justificado pela limitação do termo K utilizado no cálculo da
resistência da laje (parcela Vc) e que é limitado a 2,0. Este termo não possui esta limitação
na NBR 6118:2003 e FIP:1998, apesar de ser calculado da mesma forma.
Na laje L5 o resultado do ACI-318:2002 não foi o mais conservador devido a essa laje ter
sido a mais espessa (h = 130 mm), o que acarretou uma altura útil maior pela norma, que
preconiza que seja utilizado no mínimo d = 0,8h. Como conseqüência, no caso de
cobrimentos maiores o ACI-318:2002 pode deixar de ser o mais conservador. Observou-se
também que sem atender as restrições de resistência do concreto (≤ 35 MPa), e de tensão
de compressão devido à protensão (≤ 3,5 MPa), o ACI apresenta bons resultados,
indicando que este conservadorismo pode ser eliminado. Resultados conservadores pelo
ACI foram também encontrados por Foutch, Gamble e Sunidja (1990), Gardner e Kallage
(1998) e Gardner e Sharifi (2000).
Os resultados estimados pela NBR 6118:2003 são bons, e seriam ainda melhores se a
parcela de compressão no plano, Vcp, fosse considerada nos cálculos da resistência da laje à
punção. A NBR 6118:2003 apresentou uma média aritmética de Vu/Vn = 1,95 e coeficiente
de variação de 6,1%.
A NBR 6118:2003 e o EC2:2002 apresentam algumas semelhanças e muitas diferenças: As
semelhanças são o perímetro de controle e o valor de β, coeficiente para levar em conta o
efeito da transmissão de momento entre a laje e o pilar. As diferenças estão na
determinação de Vc, tensão resistente de compressão diagonal do concreto no contorno do
pilar, quanto ao momento considerado, pois o EC2:2002 considera o momento total
enquanto que a NBR 6118:2003 considera um momento reduzido, igual ao momento total
141
subtraído do momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro crítico
reduzido em relação ao centro do pilar; e na determinação do Vp, pois a NBR 6118:2003
considera em cada direção os cabos que passam até d/2 da face do pilar, enquanto que o
EC2:2002 considera todos os cabos que passam no perímetro crítico.
6.2 - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Com relação a novos ensaios a serem realizados em lajes com pilares de extremidade,
recomenda-se:
- Uso de cunha tri-partida ao invés da bi-partida, pois falhas em seu ajuste podem
acarretar rupturas dos cabos durante a protensão ou durante os ensaios;
- Substituição das células de carga dos cabos por células mais robustas para que os
resultados das leituras sejam ainda mais precisos.
- Utilização de mais medidores de deformação do concreto em torno do pilar, para
um melhor entendimento da torção nessa região;
- Restringir a rotação do conjunto laje-pilar no plano paralelo à extremidade
causada por eventual desequilíbrio entre as cargas P1 aplicadas sem controle
individual. Uma viga metálica colocada entre o pilar e o pórtico na posição do
tirante superior e um carregamento inicial do tirante poderiam resolver tanto este
problema como o da rotação do pilar pelo alongamento do tirante. A compressão
inicial da viga deve ser tal que a descompressão provocada pelo carregamento da
laje não elimine a compressão liberando a viga. De qualquer modo, a viga deve
ser fixada de modo a não cair, seja durante o ensaio ou durante a montagem;
- Marcação de fissuras na face inferior da laje, de modo a se avaliar a torção na
extremidade da laje;
142
- Utilização de placas finas associadas a placas de diversas espessuras para
preencher melhor o espaço criado pela reprotensão e assim diminuir a perda de
protensão na reprotensão;
- Análise da influência do momento fletor paralelo à extremidade, mesmo quando
equilibrado.
Sugestão da realização de mais ensaios em lajes cogumelo protendidas:
- Com pilares de extremidade, variando-se a taxa de armadura ativa e passiva, seção
do pilar, e aplicando-se momento desbalanceado em relação ao eixo perpendicular
à extremidade da laje. Deverá ser possível então relacionar o tipo de ruptura
obtido com a relação M/V;
- Com armadura de punção e / ou com furos próximos à face do pilar;
- Com pilares de canto e diversas combinações de cargas aplicadas e de taxas de
armadura ativa e passiva;
- Com armadura de combate ao colapso progressivo, atravessando o perímetro
crítico, para tentar preservar a laje após a ruptura por punção;
Realização de um estudo numérico em Elementos Finitos, para fazer uma comparação com
os resultados experimentais e para a realização de uma análise paramétrica.
143
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil e Ambiental. Março,
2003.
147
ANEXO A
EQUAÇÕES PARA O CÁLCULO DA PARCELA Vp Neste anexo são apresentadas as diversas equações para o cálculo da parcela da carga
equilibrante ou de desvio, Vp, para facilitar a compreensão dos termos utilizados nas
normas utilizadas e mostrar que esta parcela pode ser calculada por qualquer método
prescrito nas normas ou pelas equações de Mitchell e Collins (1991), obtendo-se os
mesmos resultados.
Segundo Mitchell e Collins (1991) a parcela da carga equilibrante ou de desvio pode ser
calculada pela equação Vp = P/R, onde esta parcela é expressa em unidade de
comprimento. A Figura A.1 mostra o arranjo considerado por Mitchell e Collins (1991)
para o cálculo do Vp e as considerações iniciais para as normas NBR 6118:2003 e
FIP:1998, lembrando que para o FIP:1998 o termo sen(α/2) é substituído pelo termo
tan(α/2). O códigos ACI-318:2002 e o EC2:2002 não definem de que maneira a parcela
pode ser calculada.
P
Pcos( /2)α
Psen( /2)α
/2α
Psen( /2)
V
α
p
R = raio
α
pV = P/R
αPcos( /2)
P
L
comprimento)(Por unidade de
Figura A.1 – Parcela Vp por Michell e Collins
Para ângulos pequenos, podemos considerar que a tangente de um ângulo se aproxima do
seno deste ângulo, portanto, podemos utilizar tanto o termo tan(α/2) quanto o termo
148
sen(α/2) nas equações do FIP:1998 ou NBR 6118:2003, caso os ângulos de inclinação
sejam pequenos. Além da diferença entre os termos tan(α/2) e sen(α/2) do FIP:1998 e NBR
6118:2003, o ponto de consideração do ângulo é diferente, mas as deduções valem para as
duas normas.
Utilizando-se da Figura A.1 e considerando a somatória das forças verticais sendo igual a
zero, temos a seguinte equação:
pVsenP =
2.2 α A.1
Podemos afirmar pela Figura A.1 que:
RLsen 2/
2=
α A.2
Substituindo a Equação A.2 em A.1, temos:
RLPVp.
= A.3
Com isso, comprovamos que podemos utilizar a Equação A.3 e a Equação A.1 para o
cálculo da parcela da carga equilibrante Vp.
1c
do caboPonto de inflexão
Vp
β
Seção crítica parad/2a punção
2h
1l
Figura A.2 – Determinação de Vp – Mitchell e Collins (1991)
149
Mitchell e Collins (1991) apresentam também a Equação A.4, que pode ser usada para o
cálculo de Vp e que é função da distância horizontal e vertical do ponto máximo da curva
ao ponto de inflexão do cabo. Esta equação é baseada no esquema da Figura A.2.
( )( )dc
lhPVp +⋅
⋅⋅= 12
1
22β
(A.4)
Para determinarmos o raio da curva consideraremos a Figura A.2, que utiliza a equação do
círculo. Serão considerados os termos da equação A.4 no cálculo do raio da curva e a
equação do raio obtida será substituída por R na Equação A.3, comprovando a utilização
da Equação A.4 para o cálculo da parcela da carga equilibrante ou desvio dos cabos.
R
B
(0,0)
lβA
1
y
x
Ay
h2
Figura A.3 – Considerações para o cálculo do raio da curva dos cabos
Partindo do esquema da Figura 4.2, temos o seguinte sistema de equações considerando a
equação do círculo nos pontos A e B:
222
1 Ryl A =+β
(A.5) ( ) 22
220 RhyA =++
Considerando que R = yA + h2 e resolvendo o sistema de equações, obtém-se a Equação
A.6 que é a equação do raio da curva.
2
22
21
.2 hhlR +
=β (A.6)
150
Substituindo R na Equação A.3, obtém-se a seguinte expressão:
Lhl
hPVp ...2
22
21
2
+=
β (A.7)
Considerando o termo h2
2 muito pequeno em relação à βl1 e a distância L igual a c1+d
obtém-se a Equação A.8 que é a mesma sugerida por Mitchell e Collins (1991).
( )( )dc
lhPVp +⋅
⋅⋅= 12
1
22β
(A.8)
Pelo exposto acima fica claro que a parcela da carga equilibrante ou de desvio, Vp, pode
ser calculada por qualquer uma das equações apresentadas, obtendo-se os mesmos
resultados.
151
ANEXO B
EXEMPLO DE CÁLCULO DE RESISTÊNCIA À PUNÇÃO Neste anexo são apresentados os cálculos de resistência à punção de uma laje cogumelo
protendida com pilar de extremidade pelas normas apresentadas no Capítulo 2. Para os
cálculos de resistência última à punção foi escolhida laje L5.
Os dados para o cálculo da resistência da laje L5 são apresentados a seguir:
h = 130 mm
dmédio = 99 mm ; d (ACI) = 104 mm (0,8h);
dp,médio = 83 mm
c = 203 mm
fcj = 48,5 MPa
fctj = 3,8 MPa
fyd = 592 MPa
ρ = 0,53 % (NBR 6118:2003 e EC2:2002)
ρp = 0,36 % (NBR 6118:2003 e EC2:2002)
ρ = 0,57 % (FIP:1998)
ρp = 0,46 % (FIP:1998)
σcp = 3,58 MPa(1) (ACI-318:2002)
σcp = 8,84 MPa (2) (EC2:2002)
(1) Considerando a largura total da laje (2000 mm e 1200mm) e a média da protensão dos
cabos que passavam dentro do perímetro crítico nas duas direções (2 cabos na direção x e 4
cabos na direção y), no início do ensaio.
(2) Considerando a força dos cabos que passam pela seção crítica e a área da seção crítica
em cada direção, como recomenda o código.
152
B.1 - ACI-318:2002
Este cálculo não considera as restrições da norma em relação à resistência do concreto,
limitada a 35 MPa e a tensão de compressão do concreto devido à protensão, limitada a 3,5
MPa.
B.1.1 - Determinação da resistência efetiva
dbfV cpc .. 0'β=
d = 92 mm
d deve ser no mínimo 0,8h, portanto, d = 0,8*130 = 104 mm
+
=
=
≤
12
5,1.
29,0
0bd
sp αβ
αs = 30 para pilares de extremidade
;29,044,012
5,1817104.30
>=
+
=pβ βp = 0,29
b0 = 3.c + 2.d = 3 . 203 + 2 . (104) = 817 mm
kNVc 6,17110481748,50,29 =⋅⋅=
B.1.2 - Determinação da parcela Vp segundo Mitchell e Collins (1991)
As parcelas serão calculadas na direção paralela (direção x) e perpendicular (direção y) à
extremidade de acordo com as seguintes expressões:
).()(
..22
1
2, xxp L
lhPV
β= e ).(
)(..2
21
2, yyp L
lhPV
β=
153
onde:
Lx = comprimento horizontal da curvatura dos cabos dentro do perímetro crítico, na
direção x;
Ly = comprimento horizontal da curvatura dos cabos dentro do perímetro crítico, na
direção y
1c
do caboPonto de inflexão
Vp
β
Seção crítica parad/2a punção
2h
1l
Figura B.1 – Determinação de Vp – Mitchell e Collins (1991)
Direção x
βl1 = 300 mm
h2 = 2,69 mm
Px = 139,0 kN (Média da protensão antes da ruptura na direção x)
kNV xp 1,5)307(300
69,2)0,1392.(22, =⋅
⋅⋅=
Direção y
βl1 = 300 mm
h2 = 1,07 mm
154
Py = 135,6 kN (Média da protensão antes da ruptura na direção y)
kNV yp 3,3)255(300
07,1)6,1354.(22, =⋅
⋅⋅=
ypxpp VVV ,, +=
kNVp 4,8=
B.1.3 - Determinação da parcela Vcp, ou parcela de compressão no plano
Para este cálculo foi considerado toda a largura da laje, igual a bx = 2000 mm e by = 1200
mm.
dbfV pccp ...3,0 0=
fpc = 2,78 Mpa
104.817.78,2.3,0=cpV
kNVcp 9,70=
B.1.4 - Cálculo do coeficiente β
O ACI-318:2002 não apresenta o coeficiente β, mas por manipulações algébricas na
equação da tensão atuante podemos determinar facilmente este coeficiente para compará-lo
com as outras normas, tal como visto no Capítulo 2.
A relação M/V = 0,450 devido a relação P1/P2 permanecer constante durante todo o
ensaio, considerando o momento no centro de gravidade do perímetro crítico.
+=
cu
ABuv
JVdbcM 01
γβ
21 /)3/2(11
bbf+
=γ
155
mmdcb 2552/1042032/1 =+=+=
mmdcb 3071042032 =+=+=
62,0307/255)3/2(1
1=
+=fγ
38,062,01)1( =−=−= fv γγ
dbdbbdbcAB
21
11
).(22/)..(2
+=
mmcAB 80104.307)104.255.(22/255).104.255.(2
=+
=
22
21
1
31
31 )..(
2)...(2
12.
.212.
.2 ABABc cdbcbdbbddbJ +
−+
+
=
2233
80)104307(802
255)104255(212
255104.212
104255.2 ⋅⋅+
−⋅⋅⋅+
⋅+
⋅=cJ
4659227920mmJ c =
76,2659227920
10481780)1000*450,0(38,01 =
⋅⋅⋅⋅
+=β
B.1.5 - Determinação da carga de ruptura
( )pcpcn VVVV ++=β1
( )4,89,706,17176,21
++=nV
kNVn ⋅= 9,90
156
B.2 - NBR 6118:2003
B.2.1 - Determinação da resistência efetiva Vc
Para a determinação da resistência de uma laje cogumelo protendida com pilar de
extremidade a norma estabelece que devem ser feitas verificações de resistência no
perímetro c (contorno do pilar) e no perímetro c’ (perímetro crítico).
Perímetro c
Vc = 0,27.αv.fcd.(u0.d)
81,0250
5,481250
1 =
−=
−= ck
vf
α
u0 = 3 . c = 3.203 = 609 mm
Vc = 0,27 . 0,81 . 48,5 . 609 . 99
Vc = 639,5 kN
Perímetro c’
+= duf
dV ckc .*.)..100(201.13,0.4,1 3/1ρ
=⋅=⋅
≤≤5,1012035,0
5,148995,1.5,0.5,1cd
a a = 102 mm
u* = 2.a + c + π.(2.d) = 2 . 102 + 203 + 3,1415 . (2 . 99) = 1029 mm
⋅⋅⋅⋅
+= 991029)5,480053,0100(
9,9201.13,0.4,1 3/1
cV
Vc = 132,5 kN
Adotando o menor valor, temos que:
Vc = 132,5 kN
157
B.2.2 - Determinação da parcela da carga equilibrante Vp
Uma especial atenção foi tomada para obter os valores dos ângulos de inclinação dos
cabos, visto que os cabos não possuíam uma curvatura vertical em todo o perímetro crítico.
Os ângulos foram obtidos considerando a distância horizontal efetiva de inclinação dentro
do perímetro crítico. Como as distâncias horizontais eram pequenas, os ângulos tiveram
valores pequenos.
2P.sen
P.sen
P
α
2d
α
α2d
P.senα
P
α
Figura B.2 – Representação da carga equilibrante.(NBR 6118:2003)
αx = 1,04º
αy = 0,27º
Vp,x = 2 . nº cabosx . Px . sen(αx) = 2 . 2 . 139 . sen(1,04) = 10,1 kN
Vp,y = 2 . nº cabosx . Py . sen(αy) = 2 . 4 . 135,6 . sen(0,27) = 5,1 kN
Vp = Vp,x + Vp,y = 15,2 kN
B.2.3 - Cálculo do coeficiente β
+=
1
11 *1
pSd
Sd
WFuMK
β
u* = 1029 mm
158
K1 = 0,60 (Tabela)
12
221
21
1 8222
cdddccccWp ⋅⋅+⋅+⋅⋅++= π
2221 22294620399998992032203 mmWp =⋅⋅+⋅+⋅⋅+= π
212
2121
* 822
dcdcdccaacWp ⋅+⋅⋅+⋅⋅++−⋅= π
222
2* 212643998203992039922
203102102203 mmWp =⋅+⋅⋅+⋅⋅++−⋅= π
mmuW
e p 2071029
212643*
**
===
A relação MSd1/FSd = 0,342 devido a relação P1/P2 permanecer constante durante todo o
ensaio, considerando o momento no eixo do pilar menos o momento devido à
excentricidade do perímetro crítico.
95,1222946
1029)1000342,0(60,01 =
⋅⋅⋅
+=β
B.2.4 - Determinação da carga de ruptura
( )pcR VVP +=β1
( )2,155,13295,11
+=RP
kNPR ⋅= 7,75
159
B.3 - EC2:2002
B.3.1 - Determinação da resistência efetiva Vc
O código recomenda que sejam feitas verificações de resistência no contorno do pilar e no
perímetro crítico.
Contorno do Pilar
dufvV cdc ⋅⋅⋅⋅= 05,0
806,0250
5,481250
1 =
−=
−= ckfv
=⋅+=⋅+
≤
⋅+⋅+
≤mm
mmccdc
uyx
x
6092032203500993203
23
0
u0 = 500 mm
995005,48806,05,0 ⋅⋅⋅⋅=cV
kNVc ⋅= 5,967
Perímetro de controle
u1* = 1029 mm
dufKV ckc ⋅⋅⋅⋅⋅⋅= *1
3/1)100(18,0 ρ
0,22001 ≤
+=
dK
4213,2992001 =
+=K
, portanto K = 2.
991029)5,480053,0100(218,0 3/1 ⋅⋅⋅⋅⋅⋅=cV
kNVc ⋅= 2,108
160
Adotando o menor valor, temos:
kNVc ⋅= 2,108
B.3.2 - Determinação da parcela da carga equilibrante Vp
A norma não especifica a equação para o cálculo do Vp, mas como demonstrado no Anexo
A, podemos calcular por qualquer método, obtendo-se os mesmos valores. Para o exemplo
do EC2:2002 será apresentado a equação sugerida por Mitchell e Collins, considerando as
duas direções:
x
xxxp R
LPV ., =
e y
yyyp R
LPV
., =
kNV xp ⋅=⋅⋅
= 0,1016681
5991392,
kNV yp ⋅=⋅⋅
= 2,542007
4016,1354,
kNVVV ypxpp ⋅=+= 2,15,,
B.3.3 - Determinação da parcela Vcp, ou parcela de compressão no plano
Para este cálculo foram consideradas as larguras do perímetro crítico bx = 599 mm e by =
401 mm e os cabos que passavam dentro do perímetro crítico, tal como recomenda o
código.
dufV pccp ...1,0 *1=
fpc = 5,89 Mpa
99102989,51,0 ⋅⋅⋅=cpV
kNVcp ⋅= 0,60
161
B.3.4 - Cálculo do coeficiente β
+=
1
1.1Wu
VM
kEd
Edβ
u1 = 3 . c + π . 2d = 3 . 203 + π . 2 . 99 = 1231 mm
12
221
21
1 8222
cdddccccW ⋅⋅+⋅+⋅⋅++= π
2221 22294620399998992032203 mmW =⋅⋅+⋅+⋅⋅+= π
k = 0,60 (Tabela)
A relação M/V = 0,550 devido a relação P1/P2 permanecer constante durante todo o
ensaio, considerando o momento no eixo do pilar.
82,2222946
1231)1000550,0(60,01 =
⋅⋅
+=β
B.3.5 - Determinação da carga de ruptura
( )pcpcRd VVVV ++=β1
( )2,150,602,10882,21
++=RdV
kNVRd ⋅= 0,65
162
B.4 - FIP:1998
O cálculo da resistência da laje L5 pelo FIP:1998 foi feito utilizando-se da equação
apresentada pelo autor no Capítulo 2.
B.4.1 - Determinação da resistência efetiva Vc
[ ]dufV ckc ..).100(12,05,1 13/1ρξ⋅=
4213,22001 =
+=
dξ
u1 = 3 . c + π . 2d = 3 . 203 + π . 2 . 99 = 1231 mm
[ ]991231)5,480057,0100(4213,212,05,1 3/1 ⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅=cV
kNVc ⋅= 7,160
B.4.2 - Determinação da parcela da carga equilibrante Vp
A equação para o cálculo do Vp pelo FIP:1998 é idêntico ao da NBR 6118:2003, apenas
trocando-se o termo sen(α) por tan(α), porém a NBR 6118:2003 considera a parcela Vp
apenas dos cabos que estão até h/2 da face do pilar. A parcela Vp desses cabos é
considerada a uma distância de 2d da face do pilar e o FIP:1998 considera os cabos que
atravessam o perímetro crítico afastado à h/2 da face do pilar.
αx = 0,58º
αy = 0,18º
Vp,x = 2 . nº cabosx . Px . tan(αx) = 2 . 2 . 139 . tan(0,58) = 5,6 kN
Vp,y = 2 . nº cabosx . Py . tan(αy) = 2 . 4 . 135,6 . tan(0,18) = 3,4 kN
Vp = Vp,x + Vp,y = 9,0 Kn
163
B.4.3 - Cálculo do coeficiente β
+=
1
1*1
1
wPuM
kuu
Sd
Sdβ
u1 = 1231 mm
u1* = 1029 mm
k = 0,60 (Tabela)
A relação M/V = 0,550 devido a relação P1/P2 permanecer constante durante todo o
ensaio, considerando o momento no eixo do pilar.
2221 22294620399998992032203 mmw =⋅⋅+⋅+⋅⋅+= π
02,3222946
1231)1000550,0(60,010291231
=
⋅⋅
⋅+=β
B.4.4 - Cálculo dos momentos de desprotensão m’po e m’pe nas duas direções
6 P cabos nº
6b
bP
cabos nº m (x) ,0(x)
2y
y
(x) ,0(x)po(x)
hhh
⋅⋅=⋅
⋅⋅
⋅=
6 P cabos nº
6b
bP
cabos nº m (y) ,0(y)
2x
x
(y) ,0(y)po(y)
hhh
⋅⋅=⋅
⋅⋅
⋅=
mkN.78,56
130 4,133 2 m po(x) ⋅=⋅⋅=
mkN.24,116
130 7,129 4 m po(y) ⋅=⋅⋅=
e⋅⋅= (x) ,0(x)pe(x) P cabos nºm'
e⋅⋅= (y) ,0(y)pe(y) P cabos nº m'
164
e = (dp – h/2)
dp = 83 mm
mkN.80,4)2/13083(133,4 2 m'pe(x) ⋅=−⋅⋅=
mkN.34,9)2/13083(7,291 4 m'pe(y) ⋅=−⋅⋅=
A equação do FIP:1998 que foi apresentada no Capítulo 2 pelo autor, foi desenvolvida para
que ficasse em função da relação V/m’. Esta relação foi obtida após análise da laje por
Elementos Finitos, aplicando-se uma carga unitária seguindo às relações P1/P2 de cada
ensaio. Os dados necessários para o cálculo da resistência à punção da laje L5 são
mostrados na Tabela B.1.
Tabela B.1 – Dados para o cálculo pelo FIP:1998 – Laje L5
Laje V/m’ (x) m’po (x) (kN.m)
m’pe (x) (kN.m) V/m’ (y)
m’po (y) (kN.m)
m'pe (y) (kN.m)
L5 5,70 5,78 4,80 3,36 11,24 9,34
( )
0''''
2''
2''
''''
''
''
2'
''2
''
'
2''
2''
''''
2'
''2
''
'
,,
,,0,,0,,
,,,
,0,
,0,
,,0,,0,,
,0,
,0,
23
=
+
+
++
−
−
+
+
+
+
+
+
+
+
++
+
+
++
+
+
+
−
yPexPeyx
c
xPeypyPexpyPexPe
yxp
xPex
yPey
cRk
ypyPe
y
xpxPe
xp
xPeypyPexpyPexPe
yx
Rk
pcyp
yPey
xpxPe
xRkRk
mmmV
mVV
mmmmmm
mV
mVV
mmVm
mVV
mm
mVm
mmVV
mmmmmm
mV
mV
V
VVm
mmVm
mmVVV
β
ββ
β
ββββ
(B.1)
Aplicando-se os valores da Tabela B.1, as parcelas Vp e Vc e o coeficiente β na Equação
B.1 temos a seguinte equação cúbica:
165
0170620-Vr14981+Vr400,6-Vr3,02 23 =⋅⋅⋅
Resolvendo a equação cúbica temos as seguintes raízes:
VR1 = 24,1 kN
VR2 = 29,7 kN
VR3 = 78,8 kN
Verifica-se que as raízes VR1 e VR2 não expressam a ordem de grandeza da resistência da
laje, portanto a resistência à punção da laje L5 calculada pelo FIP:1998 vale:
VR = 78,8 kN
B.4.5 - Cálculo da parcela da descompressão, Vcp
A parcela da descompressão está embutida na Equação B.1, portanto o cálculo da parcela
da descompressão pode ser calculado utilizando a seguinte equação:
cpRcp VVVV −⋅−⋅= ββ
7,1600,902,38,7802,3 −⋅−⋅=cpV
kNVcp ⋅= 1,50
166
ANEXO C
CÁLCULO DO MÓDULO DE RESISTÊNCIA PLÁSTICA W1 Neste anexo são apresentados os cálculos para a determinação do módulo de resistência
plástica W1, considerando uma laje cogumelo com pilares internos e com pilares de
extremidade.
As normas EC2:2001, NBR:2003 e FIP:1998 consideram o módulo de resistência plástica
para a determinação do coeficiente de redução da resistência efetiva, porém fornecem
apenas a equação de W1 para lajes cogumelo com pilares internos. Para o cálculo de W1 as
normas fornecem a seguinte equação:
∫= 1
01
udlew (C.1)
onde:
dl = comprimento infinitesimal do perímetro crítico u1;
e = distância de dl ao eixo em que atua o momento MSd.
A seguir é mostrado que não há a necessidade de se usar a Equação C.1, pois com cálculos
simples podemos demonstrar a equação para o cálculo de W1 fornecida pelas normas para
lajes cogumelo com pilares internos e seguindo o mesmo critério, podemos demonstrar a
equação para lajes cogumelo com pilares de extremidade.
Para a demonstração do cálculo de W1 para lajes cogumelo com pilares internos e de
extremidade consideraremos a Figura A.1, que mostra os perímetros de controle divididos
em segmentos A, B e C.
167
Eixo
c1/4
xcc1/2
B
2dc1/2
A
C
A
c1/2
c1/2
c1/4
Eixo
xc
B
B
C2d
Figura C.1 – Perímetros de controle considerados
O valor de W para cada segmento será calculado apenas multiplicando-se o comprimento
de cada segmento pelo centro de gravidade de cada segmento em relação ao eixo que passa
no centro do pilar.
Pilar interno
CBA WWWW ⋅+⋅+⋅= 2441 (C.2)
2424
2111 cccWA =
⋅⋅=
21
11 162)2(222
)2(422
)2(4 ddcdcdxcdW cB +=
⋅
+⋅⋅
⋅=
+⋅
⋅⋅= π
πππ
2211
2 422
2 dcccdccWC +=
+⋅⋅=
21221
21
1 16242
ddcdccccW ++++= π (C.3)
168
Pilar de extremidade
CBA WWWW +⋅+⋅= 241 (C.4)
2424
2111 cccWA =
⋅⋅=
21
11 8)2(222
)2(422
)2(2 ddcdcdxcdW cB +=
⋅
+⋅⋅
⋅=
+⋅
⋅⋅= π
πππ
dcccdccWC 2211
2 22
22
+=
+⋅=
12
221
21
1 8222
dcddccccW π++++= (C.5)
169
ANEXO D
PERFIL DOS CABOS DAS LAJES ENSAIADAS A seguir são apresentados os perfis dos cabos observados para as lajes ensaiadas e que
foram utilizados para o cálculo da parcela devido à curvatura vertical dos cabos (Vp). A
Figura D.1 e a Figura D.2 apresentam os perfis as variáveis observadas. As variáveis estão
consolidadas na Tabela D.1.
Figura D.1 – Cabos perpendiculares à extremidade
Figura D.2 – Cabos paralelos à extremidade
Tabela D.1 – Dados dos perfis dos cabos
LAJE A (mm) B (mm) C (mm) D (mm) L1 92 76 95 79 L2 92 76 92 76 L3 94 78 94 78 L4 93 77 96 80 L5 91 75 94 78 L6 92 76 95 79 L7 93 77 96 80
Laje Pilar
120
200 650 350
C A 62
B
50 50 250 600
D 62 A B
200
60