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Quadro das Eras Era Medieval Era clássica 1ª época (séc. XII – XIV) 2ª época (séc. XV – XVI) Classicism o (séc. XVI) Barroco (séc.XVII) Arcadismo (séc. XVIII)

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Quadro das Eras

Era Medieval Era clássica

1ª época(séc. XII – XIV)

2ª época(séc. XV – XVI)

Classicismo(séc. XVI)

Barroco(séc.XVII)

Arcadismo(séc. XVIII)

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BARROCOBARROCO

Barroco x Renascimento

O Renascimento caracterizou-se pelo racionalismo, pelo equilíbrio, pela clareza e linearidade dos contornos.

O Barroco tenta conciliar duas concepções de mundo opostas: a medieval e a renascentista.

Assim, valores como humanismo, o gosto pelas coisas terrenas, as satisfações mundanas e carnais, trazidos pelo Renascimento, fundem-se a valores espirituais trazidos pela Contra-Reforma, do que resulta uma forma de viver conflituosa, expressa na arte barroca.

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Linguagem A linguagem é a expressão das idéias

e dos sentimentos humanos, assim, a linguagem barroca exprime os sentimentos conflituosos vividos pelo homem no século XVII.

Requinte formal: vocabulário rebuscado, pois o barroco era uma arte da aristocracia, e seu público consumidor desejava esse refinamento, porque lhe conferia status.

Figuração: o texto barroco utiliza as metáforas, comparações símbolos e alegorias e não a objetividade.

Conflito espiritual: o homem barroco senti-se dilacerado e angustiado diante da alteração dos valores, dividindo-se entre o mundo espiritual e o material. Essa angústia é representada por figuras de linguagem como a antítese e o paradoxo

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Temas contraditórios: gosto pela confrontação violenta de temas opostos como amor/dor, vida/morte, juventude/velhice, pecado/perdão, etc.

Efemeridade do tempo e o carpe diem: o homem barroco tem consciência de que a vida é passageira, por isso é preciso pensar na salvação espiritual. Mas, já que a vida é passageira, sente-se, ao mesmo tempo, um desejo de aproveitá-la.

Cultismo: rebuscamento formal, caracterizado pelo uso excessivo de figuras de linguagem, pelo jogo de palavras. Também, chamado de gongorismo, o cultismo explora efeitos sensoriais como cor, forma, volume, imagens violentas e fantasiosas, coisas que sugerem o a superação dos limites da realidade.

Conceptismo: jogo de idéias, constituídos pelas sutilezas do raciocínio e do pensamento lógico.

Jogo de claro/escuro: mais perceptível nas artes plásticas, o Barroco gosta de fundir a luz à sombra, como uma representação do conflito resultante do desejo de fundir a fé à razão

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O O BARROCOBARROCO EM PORTUGAL EM PORTUGAL

Portugal passa por uma crise de identidade, pois se encontra sob o domínio da Espanha, pelo fato de o trono português ter sido herdado por Felipe II, da Espanha, depois do desaparecimento de D. Sebastião na África.

Na produção literária existem dois aspectos: o esforço português para preservar sua cultura e sua língua e as influências da Contra-Reforma, que deram origem a uma ampla produção de caráter religioso.

Dentre os autores destacam-se: Nos sermões, cartas, na prosa religiosa e moralista: Pe. Antônio Vieira, Pe.

Manuel Bernardes, Francisco Manuel de Melo e sóror Maria Alcoforado; Na poesia: temos Francisco Manuel de Melo; No teatro: Antônio José da Silva e Francisco Manuel de Melo

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Pe. Antônio Vieira Veio para o Brasil aos 7 anos

de idade e aos 15 ingressou na Companhia de Jesus.

A maior parte de suas obras foram escritas aqui.

Propagava suas idéias políticas tanto na catequese e na defesa do índio como na defesa da colônia em favor de Portugal.

Por acreditar na ressurreição de D. João IV, morto em 1650, foi processado e preso entre 1665 e 1667 pela Inquisição.

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Entre suas obras as mais conhecidas são:

“Sermão da sexagésima” - 1653, tematiza a arte de pregar;

“Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda” – 1640, coloca-se contrário à invasão holandesa;

“Sermão de Santo Antônio (aos peixes)” – 1654, ataca a escravização de índios;

“Sermão de mandato” – 1645, desenvolve o tema do amor mítico.

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O Barroco no Brasil Bento Teixeira com o texto

Prosopopéia (1601) marca o início do barroco brasileiro.

1720 - 1750 – reconhecimento tardio.

Sentimento nativista – valorização da terra, aqui não havia o luxo da corte européia.

Dentre os autores destacam-se

Na poesia: Gregório de Matos, Bento Teixeira, Botelho de Oliveira e Frei Itaparica;

Na prosa: Pe. Antonio Vieira, Sebastião da Rocha Pita e Nuno Marques Pereira.

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Gregório de Matos Um dos fundadores da poesia lírica

e da satírica, dedicou-se aos poemas eróticos-irônicos e às sátiras, o que o levou ao exílio.

Poeta irreverente como pessoa, por chocar os valores e a falta moral da sociedade baiana de seu tempo;

Irreverente como poeta lírico, pois seguia e, ao mesmo tempo, quebrava os modelos do barroco europeu;

Irreverente como poeta satírico, pois empregava um vocabulário de baixo calão, denunciou as contradições e falsidades da sociedade, ignorando as autoridades políticas e religiosas.

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A Lírica de Gregório de Matos Lírica amorosa:: marcada pelo

dualismo amoroso carne/espírito, que leva, normalmente, a um sentimento de culpa no plano espiritual. Utiliza a mulher como personificação do próprio pecado, da perdição espiritual;

Lírica filosófica:: refere-se ao desconcerto do mundo e às frustrações humanas diante da realidade. São poemas que marcam a transitoriedade da vida e do tempo, marcados pelo carpe diem;

Lírica religiosa:: usa temas como o amor a Deus, a culpa, o arrependimento, o pecado e o perdão, além das referências bíblicas. Utiliza uma linguagem culta,, com abundantes figuras de linguagem e inversões.

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Antologia de Gregório de Matos

A Jesus Cristo Nosso Senhor

Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,Da vossa alta clemência me despido;Porque quanto mais tenho me delinqüido,Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,A abrandar-vos sobeja um só gemido:Que a mesma culpa, que vos há ofendido,Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobradaGlória tal e prazer tão repentinoVos deu, como afirmais na sacra história,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,Cobrai-a; e não queiras, pastor divino,Perder na vossa ovelha a vossa glória

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Soneto

Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:Com sua língua ao nobre o vil decepa:O Velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;Quem menos falar pode mais increpaQuem dinheiro tiver pode ser Papa.

A flor baixa se inculca por tulipa;Bengala hoje na mão, ontem garlopa:Mais isento se mostra, o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vazo a tripa,E mais não digo, porque a Musa topaEm apa, epa, ipa, opa, upa

Soneto

Há cousa como ver um PaiaiáMui prezado de ser Caramuru,Descendente de sangue de Tatu,Cujo torpe idioma é cobepá.

A linha feminina é carimáMoqueca, pititinga, caruruMingau de puba, e vinho de cajuPisdo num pilão de Piraguá.

A masculina é um AricobéCuja filha Cobé um branco PaíDormiu no promotório de Passé.

O Branco era um marau, que veio aqui,Ela era uma Índia da MaréCobepá, Aricobé, Cobé, Paí.