24
MEU DIÁRIO DE BORDO Ensino Fundamental • 4º . ano #Semana5 – #Dia3

QUADRO SINÓPTICOmonicagusmao.com.br/apoio/boafe.pdf · tal como esse se acha definitivamente configurado nos documentos que o legitimam. Poder-se-ia concluir afirmando que a boa-fé

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: QUADRO SINÓPTICOmonicagusmao.com.br/apoio/boafe.pdf · tal como esse se acha definitivamente configurado nos documentos que o legitimam. Poder-se-ia concluir afirmando que a boa-fé

QUADRO SINÓPTICO

Princípios

autonomia da vontade

Poder conferido às partes contratantes de auto-regulamentarem a sua atividade jurídica.

“pacta sunt servanda”

“Os pactos(contratos) são(existem) para serem cumpridos”[1]. Regra de conteúdo ético que pressupõe o cumprimento do contrato ou da obrigação segundo o que foi espontaneamente ajustado, como se se tratasse de preceito legal imperativo.

“rebus sic stantibus”

“Pelas coisas, no estado em que estavam”.Regra de conteúdo ético que obriga as partes no contrato se e enquanto subsistirem as condições iniciais sobre as quais o ajuste foi firmado[2].

relatividade Fia-se na máxima romana “res inter alios acta, aliis neque nocet neque potest”[3], ou seja, o contrato somente obriga aqueles que tomaram parte em sua formação,não prejudicando nem aproveitando a terceiros, já que ninguém pode se tornar devedor ou credor sem sua plena aquiescência. É o efeito interna corporis dos contratos.

eticidade Eticidade é conceito metajurídico, trespassa o formato jurídico para incluir valores — tais como a lealdade, a transparência, a moralidade etc[4]— de outras disciplinas.

socialidade Socialidade é a superação do caráter individualista[5].O coletivo sobrepondo-se ao individual.

operacionalidade É a efetivação do direito. A possibilidade de sua efetiva concreção.

boa-fé objetiva Uma das condições essenciais da atividade ética, nela incluída a jurídica, caracterizando-se pela sinceridade e probidade dos que dela participam, em virtude do que se pode esperar que será cumprido e pactuado sem distorções ou tergiversações, máxime se dolosas, tendo-se sempre em vista o adimplemento do fim visado ou declarado como tal pelas partes[6]. Boa-fé é tanto forma de conduta como norma de comportamento, numa correlação objetiva entre meios e fins, como exigência de adequada e fiel execução do que tenha sido acordado pelas partes, o que significa que a intenção destas somente pode ser endereçada ao objetivo a ser alcançado,

Page 2: QUADRO SINÓPTICOmonicagusmao.com.br/apoio/boafe.pdf · tal como esse se acha definitivamente configurado nos documentos que o legitimam. Poder-se-ia concluir afirmando que a boa-fé

tal como esse se acha definitivamente configurado nos documentos que o legitimam. Poder-se-ia concluir afirmando que a boa-fé representa o superamento normativo, e como tal imperativo, daquilo que, no plano psicológico, se põe como intentio leal e sincera, essencial à juridicidade do pactuado.

“venire contra factum proprium”

Proibição de que a parte se comporte de maneira a contravir o próprio fato, depois de despertar confiança legítima na contraparte. Exige das partes comportamento de acordo com as expectativas geradas pelo acordo de vontades.

“tu quoque?” Veda a deslealdade contratual. Impede que aquele que viola norma contratual exija da outra satisfação de sua pretensão com base na norma por ele mesmo infringida.

“suppressio” É a situação de fato em que o direito, por inação da parte, não mais pode ser exercitado se contrariar a boa-fé. É o não-agir do titular de um direito, durante certo tempo, que o impede de fazê-lo depois, se o exercício desse direito contrariar a boa-fé do outro de que tal direito não mais seria exercitado.

“surrectio” “É um direito subjetivo que decorre da configuração da suppressio, ou seja, é o direito subjetivo de impedir a ação. Seria, por assim dizer, o lado reflexivo da suppressio. Tendo ficado certo que o exercício temporão desse direito não poderá ocorrer por contrariar a boa-fé do outro consorte, nasce para o sujeito passivo da obrigação contra quem aquele direito – embora tardinheiro – seria exercitado o direito subjetivo de impedir o exercício do direito do outro contratante”[7].

[1] GOMES, Orlando. Contratos. 18ª ed, Forense, Rio, 1998, p. 36.

[2] De Plácido e Silva. Vocabulário Jurídico. Ed.Forense.

[3] “O que foi negociado entre as partes não pode prejudicar nem beneficiar terceiros”.[4]O Código Civil afastou-se do formalismo jurídico adotando conceitos abertos, cláusulas gerais que permitem oxigenação constante dos seus institutos e maior proximidade das relações jurídicas em concreto.

[5] Prof. Miguel Reale.

[6] Prof. Miguel Reale.

[7] FONSECA, José Geraldo(monografia citada).