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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais QUALIDADE DA MADEIRA JUVENIL DE CLONES DE EUCALIPTO CULTIVADOS NA REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO LAERCIO SERENINE JUNIOR CUIABÁ-MT 2019

QUALIDADE DA MADEIRA JUVENIL DE CLONES DE EUCALIPTO ... · Ao professor Dr. Rafael Rodolfo de Melo, pela orientação, ajuda e toda atenção que disponibilizou sempre que precisei

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

QUALIDADE DA MADEIRA JUVENIL DE CLONES DE

EUCALIPTO CULTIVADOS NA REGIÃO NORTE DE

MATO GROSSO

LAERCIO SERENINE JUNIOR

CUIABÁ-MT

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL

Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais

QUALIDADE DA MADEIRA JUVENIL DE CLONES DE

EUCALIPTO CULTIVADOS NA REGIÃO NORTE DE

MATO GROSSO

Orientador: Prof. Dr. Rafael Rodolfo de Melo

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia Florestal da Universidade Federal

de Mato Grosso, como parte das exigências do

Curso de Pós-Graduação em Ciências

Florestais e Ambientais para obtenção do título

de mestre.

Cuiabá-MT

2019

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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

S483q Serenine Junior, Laercio.

Qualidade da madeira juvenil de clones de eucalipto

cultivados na região norte de Mato Grosso / Laercio Serenine Junior. -- 2019

xii, 75 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Rafael Rodolfo de Melo.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Mato

Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, Cuiabá, 2019.

Inclui bibliografia.

1. densidade. 2. propriedades mecânicas. 3. retratibilidade. 4. tecnologia da madeira. I. Título.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus e a minha

família.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que permitiu que eu

realizasse este trabalho sem maiores problemas e sempre com saúde. Aos

meus pais amigos e à minha família, que sempre me apoiaram e me

ajudaram da melhor forma possível.

Tenho que deixar um agradecimento especial ao Tio Tião e a Tia

Edna que me deixaram residir em sua casa durante os primeiros semestres

do mestrado, assim como nos momentos que eu precisei.

Ao professor Dr. Rafael Rodolfo de Melo, pela orientação, ajuda

e toda atenção que disponibilizou sempre que precisei para a realização

deste trabalho. Também ao Prof. Diego Martins Stangerlin, que também

contribui significativamente para estre trabalho em diversas etapas.

Ao professor Dr. Alexandre Florian da Costa por ter aceitado o

convite de membro da banca examinadora.

À empresa Flora Sinop, que permitiu que fossem retirados os

materiais necessários para a realização da pesquisa e à Madeireira Made

Mato Grosso que efetuou o desdobro das toras e cedeu um espaço para

que as pranchas de madeira ficassem armazenadas por um período.

Ao laboratório de tecnologia da madeira da UFMT Campus

Sinop e aos alunos que fazem ou fizeram parte do grupo de estudos do

laboratório, que me ajudaram a realizar os ensaios sempre que possível.

À UFMT e FAPEMAT que contribuíram com a estrutura e aporte

financeiro para a possível realização de toda a pesquisa.

Por fim, ao Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais

e Ambientais (PPGCFA), que me proporcionou momentos especiais,

permitiu-me conhecer pessoas competentes e importantes no cenário

acadêmico, além de permitir-me conseguir este título, pra mim, muito

importante.

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Sumário RESUMO ..................................................................................................xi

ABSTRACT .............................................................................................xii

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................13

2. OBJETIVOS......................................................................................16

2.1 OBJETIVO GERAL .....................................................................16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................16

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................17

3.1 O GÊNERO EUCALYPTUS ........................................................17

3.2 USOS DA MADEIRA DE EUCALYPTUS ....................................18

3.3 PROPRIEDADES DA MADEIRA ................................................19

3.4 PROPRIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA..................................20

3.4.1 Densidade ...............................................................................20

3.4.2 Contração e Inchamento .........................................................23

3.5 PROPRIEDADES MECÂNICAS .................................................24

3.5.1 Ensaios mecânicos de resistência ...........................................25

3.6 CARACTERIZAÇÃO DA MADEIRA ............................................30

4 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................32

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .............................32

4.2 AVALIAÇÃO DENDROMÉTRICA DO PLANTIO CLONAL ..........33

4.3 ESCOLHA DOS MATERIAIS E PREPARO DAS AMOSTRAS ...35

4.4 OBTENÇÃO DA DENSIDADE BÁSICA NOS SENTIDOS AXIAL E RADIAL ................................................................................................37

4.5 DETERMINAÇÃO DA VARIAÇÃO DIMENSIONAL ....................38

4.6 OBTENÇÃO DA DENSIDADE APARENTE (12%)......................39

4.7 ENSAIOS MECÂNICOS .............................................................40

4.8 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................43

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................44

5.1 SELEÇÃO DOS CLONES ..........................................................44

5.2 DENSIDADE BÁSICA NOS SENTIDOS AXIAL E RADIAL .........49

5.3 DETERMINAÇÃO DA VARIAÇÃO DIMENSIONAL ....................53

5.4 DENSIDADE APARENTE (12%), COMPRESSÃO PARALELA E PERPENDICULAR ÀS FIBRAS ...........................................................56

5.5 FLEXÃO ESTÁTICA E DUREZA JANKA ....................................60

6 CONCLUSÕES .................................................................................65

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................66

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LISTA DE TABELAS TABELA 1. RESULTADOS DE DENSIDADE BÁSICA PARA O GENÊRO EUCALYPTUS EM DIFERENTES IDADES ENCONTRADOS NA LITERATURA. .........................................................................................22 TABELA 2. TIPOS DE CARACTERIZAÇÃO DA MADEIRA ESTABELECIDAS PELA NORMA NBR 7190 (ABNT, 1997), E OS ENSAIOS NECESSÁRIO PARA CADA UMA DELAS. .............................31 TABELA 3. CLASSES DE RESISTÊNCIA DAS DICOTILEDÔNIA NA UMIDADE PADRÃO DE 12%. .................................................................31 TABELA 4. RELAÇÃO DOS MATERIAIS EXISTENTES NO PLANTIO ESTUDADO. ............................................................................................34 TABELA 5. ENSAIOS MECÂNICOS REALIZADOS PARA A CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA MADEIRA DE CLONES DE EUCALIPTOS COM 60 MESES DE IDADE CULTIVADOS NA REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO. .................................................................41 TABELA 6. VALORES MÉDIOS DE DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO, ALTURA E MORTALIDADE E COMPARAÇÃO DE MÉDIAS. .................45 TABELA 7. VALORES MÉDIOS DO VOLUME DA ÁRVORE, VOLUME POR HECTARE E VOLUME POR HECTARE/ANO E COMPARAÇÃO DE MÉDIAS. ..................................................................................................47 TABELA 8. MATERIAIS SELECIONADOS PARA OS ENSAIOS TECNOLÓGICOS. ...................................................................................49 TABELA 9. MÉDIA DA DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS. ................................................................................................................50 TABELA 10. INTERAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE NOS SENTIDOS AXIAL E RADIAL DA MADEIRA DOS CLONES DE EUCALIPTO ESTUDADOS. ....................................................................52 TABELA 11. VALORES MÉDIOS DE CONTRAÇÃO RADIAL, TANGENCIAL, VOLUMÉTRICA E COEFICIENTE ANISOTRÓPICO DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS. ..................................................................................................54 TABELA 12. VALORES MÉDIOS DE RESISTÊNCIA (fc0,m) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (Ec0,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS; RESISTÊNCIA (fc90,m) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (Ec90,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS. ..............58

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TABELA 13. VALORES MÉDIOS DE RESISTÊNCIA (fM,m) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (EM,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA, DUREZA JANKA PARALELA ÀS FIBRAS (fH0,m), DUREZA JANKA NO SENTIDO RADIAL (fHRadial,m) E DUREZA JANKA NO SENTIDO TANGENCIAL (fHTangencial,m), DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS. ..............61 TABELA 14. VALOR CARACTERÍSTICOS DE RESISTÊNCIA (fc0,k) E VALOR MÉDIO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE (Ec0,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS, VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE BÁSICA E DENSIDADE APARENTE, DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE. ....................64

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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. PLANTIO CLONAL DE EUCALIPTO. ....................................18 FIGURA 2. ESQUEMA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS. ..................................................................................................26 FIGURA 3. ESQUEMA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS. ..............................................................26 FIGURA 4. ESQUEMA DO ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA. ................28 FIGURA 5. ESQUEMA DOS ENSAIOS DE DUREZA JANKA PARALELA E PERPENDICULAR ÀS FIBRAS. ..............................................................29 FIGURA 6. MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO PLANTIO CLONAL, EM REFERÊNCIA A UFMT – CAMPUS SINOP/MT. .....................................32 FIGURA 7. ÁREA EXPERIMENTAL. .......................................................33 FIGURA 8. ESQUEMA PARA OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS UTILIZADAS PARA OS ENSAIOS. ...............................................................................36 FIGURA 9. PRANCHAS DE MADEIRA SECANDO À SOMBRA E POSTERIORMENTE DESDOBRADAS. ..................................................36 FIGURA 10. AMOSTRAS UTILIZADAS PARA OBTENÇÃO DA DENSIDADE BÁSICA NOS SENTIDOS LONGITUDINAL E RADIAL. .....38 FIGURA 11. OBTENÇÃO DA DENSIDADE APARENTE SE UTILIZANDO DE PAQUÍMETRO, RÉGUA E BALANÇA. ..............................................40 FIGURA 12. ESQUEMA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS (a); DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS (b); DO ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA (c); DOS ENSAIOS DE DUREZA JANKA PARALELA (d) E PERPENDICULAR ÀS FIBRAS (e). .42 FIGURA 13. GRÁFICO ILUSTRANDO OS VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE APARENTE (12%) DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS. ..............57

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RESUMO

O Eucalipto é uma das espécies mais importantes e a base da silvicultura florestal no Brasil. Porém, no estado de Mato Grosso estudos voltados aos plantios florestais ainda são bastante incipientes. Híbridos de Eucalyptus vêm apresentando elevado potencial, porém, para a região norte de Mato Grosso, não há um material genético produzido para as características edafoclimáticas da região e o eucalipto plantado no estado é utilizado quase que exclusivamente para fins energéticos. Logo, a sua caracterização tecnológica apresenta grande importância. Diante disso, o presente estudo teve por objetivo realizar a avaliação das propriedades tecnológicas da madeira juvenil de clones de eucalipto cultivados na região Norte do Mato Grosso. Para isso, foi feito a medição do diâmetro à altura do peito e altura de todas as árvores de um plantio contendo 21 clones de Eucalyptus plantados no município de Sinop. Com base na mortalidade e produtividade de cada material, foram escolhidos seis clones dentre os superiores, e destes abatidas cinco árvores aleatoriamente. Os clones selecionados foram utilizados para a caracterização tecnológica da madeira. Foram determinadas: a variação axial e radial da densidade básica da madeira; a retratibilidade da madeira foi determinada por meio das contrações lineares no sentido radial e tangencial, contração volumétrica, e determinação do coeficiente anisotrópico; a densidade aparente; e as propriedades mecânicas da madeira (compressão paralela, compressão perpendicular; flexão estática e dureza). Dentre os clones avaliados, o híbrido Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis foi que apresentou o melhor desempenho. Não foi possível determinar um padrão de comportamento na variação da densidade básica no sentido axial, porém, no sentido radial a densidade aumentou no sentido medula-casca. Em relação a variação dimensional, identificou-se que dois dos seis clones avaliados obtiveram a classificação da madeira como sendo excelente, já os outros materiais estudados foram classificados como madeira normal. Considerando os ensaios mecânicos, de maneira geral, os clones analisados obtiveram valores intermediários de resistência e rigidez, podendo ser empregadas em usos estruturais menos exigentes. Palavras-chave: densidade, propriedades mecânicas, retratibilidade, tecnologia da madeira.

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ABSTRACT

Eucalyptus is one of the most important species and the basis of forest forestry in Brazil. However, in the state of Mato Grosso, studies on forest plantations are still very incipient. Eucalyptus hybrids are showing high potential, yet, for the northern region of Mato Grosso, there is no genetic material produced for the region’s edaphoclimatic characteristics and the eucalyptus planted in the state is used almost exclusively for energy purposes. Therefore, its technological characterization is of great importance. Thus, the present study aimed to evaluate the technological properties of juvenile wood from eucalyptus clones grown in northern Mato Grosso. For this, the diameter measurement at chest height and height of all the trees of a plantation containing 21 Eucalyptus clones planted in the city of Sinop. Based on the mortality and productivity of each material, six superior clones were chosen, and from these five randomly felled trees. The selected clones were used for the technological characterization of the wood. The following parameters were determined: axial and radial variation of the basic wood density; the wood shrinkability was determined by means of the linear and radial contractions, volumetric contraction, and determination of the anisotropic coefficient; the bulk density; and the mechanical properties of the wood (parallel compression, perpendicular compression, static bending and hardness). Among the clones evaluated, the hybrid Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis showed the best performance. It was not possible to determine a behavior pattern in the basic density variation in the axial direction, but in the radial direction the density increased in the spinal-shell direction. In relation to dimensional variation, it was identified that two of the six evaluated clones obtained the classification of the wood as excellent, since the other materials studied were classified as normal wood. Considering the mechanical tests, in general, the analyzed clones obtained intermediate values of resistance and rigidity, being able to be used in less demanding structural uses. Keywords: density, mechanical properties, shrinkability, wood technology.

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1. INTRODUÇÃO

As florestas plantadas estão cada vez mais presentes no

fornecimento de madeira para diversos fins, em substituição à madeira

oriunda de florestas nativas. O rápido crescimento, a produtividade das

florestas plantadas e as tecnologias do setor florestal favorecem tal cenário

(BENIN et al., 2017). Assim, pesquisas que buscam caracterizar

tecnologicamente espécies provenientes de florestas renováveis e de ciclo

curto estão cada vez mais frequentes.

Dentre as espécies utilizadas para reflorestamento, as espécies

do gênero Eucalyptus têm se destacado. O Brasil possui características

edafoclimáticas favoráveis a plantios florestais com espécies do gênero

Eucalyptus. A elevada produtividade, homogeneidade e a potencialidade

de usos múltiplos destas espécies fazem com que haja crescimento de

mercado consumidor desta matéria-prima, resultando no crescimento de

produtores interessados no seu plantio (BRAZ et al., 2014).

As florestas plantadas ocupam 7,84 milhões de hectares e

apesar de representar menos de 1% do território nacional, são

responsáveis por mais de 90% de toda a madeira utilizada para fins

produtivos. Atualmente, os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de

hectares, tendo um crescimento de 2,4% ao ano nos últimos cinco anos

(IBÁ, 2017).

O diversificado uso da madeira de eucalipto deve-se a

quantidade de espécies, variedades e híbridos desse gênero. A qualidade

desses materiais está intimamente ligada a um conjunto de fatores, tais

como: idade, material genético, sítio, espaçamento, nutrição e interações

ambientais (DOWNES et al., 1997). Além das diferenças entre os materiais

genéticos, a qualidade do sítio afeta a produtividade da floresta de forma

significativa, podendo então modificar a qualidade da madeira, alterando o

uso do material (LARSON et al., 2001).

Os programas de melhoramento genético vêm resultando em

materiais com rápido crescimento e elevada produtividade, fazendo com

que povoamentos florestais sejam colhidos cada vez mais jovens

(LATORRACA e ALBUQUERQUE, 2000). Portanto, a avaliação da madeira

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de plantios jovens é, atualmente, de grande importância, haja vista a

tendência de colheita de árvores em idade precoce.

A eficiente utilização de um material, principalmente para fins

estruturais, está condicionada ao conhecimento de suas propriedades

físico-mecânicas (VIVIAN et al. 2010).

Segundo Marchesan (2016), para a obtenção de produtos de

qualidade é de fundamental importância o conhecimento das propriedades

físicas e mecânicas da madeira. São essas as propriedades que irão definir

o correto uso da madeira, dentre eles, o uso estrutural.

No estado de Mato Grosso, o Eucalipto, independentemente da

espécie ou híbrido cultivado, é utilizado quase que exclusivamente para fins

energéticos, principalmente em secadores de grãos e indústrias. Além

disso, não há um material clonal que foi desenvolvido exclusivamente para

a região norte do Estado. Devido a interação espécie-ambiente, as plantas

podem apresentar comportamentos distintos quando plantados em

ambientes diferentes, portanto não pode-se extrapolar resultados

observados em um determinado ambiente para outros ambientes

(KAGEYAMA E CASTRO, 1989).

A avaliação dos materiais plantados no Mato Grosso é de grande

relevância, pois permitirá que se faça a seleção de clones que

comprovadamente terão sucesso em seu estabelecimento na região.

Adicionalmente, estudos que busquem fazer a caracterização tecnológica

desses materiais permitirá selecionar cultivares que tenham potencial para

utilização diversificada da madeira, como por exemplo o uso estrutural.

A silvicultura intensiva no estado de Mato Grosso encontra-se

em fase inicial, sendo que fatores como altos preços de terras causados

pela hegemonia agrícola da região, aliado a oferta ainda existente de

madeira nativa e falta de demanda de madeira proveniente de floresta

plantada dificultaram ao longo dos anos o desenvolvimento do setor.

Porém, as restrições ambientais impostas para a exploração de vegetação

nativa deve impulsionar o avanço da silvicultura, ampliando também as

pesquisas relacionadas a qualidade da madeira.

Neste sentido, a caracterização das propriedades físicas e

mecânicas de espécies florestais, principalmente de espécies de rápido

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crescimento, apresentam grande potencial para suprir uma escassez de

informações no setor no Estado do Mato Grosso. Outro fator relevante é a

idade, sendo que o estudo de madeiras juvenis podem trazer importantes

resultados e parâmetros que permitirão definir utilizações mais

diversificadas para madeiras colhidas precocemente.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

O presente estudo tem por objetivo realizar a caracterização

tecnológica da madeira juvenil de clones de eucalipto cultivados na região

Norte do Mato Grosso.

2.2 Objetivos específicos

Indicar quais clones apresentam maior potencial para

implantação na região Norte do estado de Mato Grosso;

Avaliar as propriedades físicas (densidade básica, densidade

aparente e retratibilidade) e mecânicas (compressão paralela, compressão

perpendicular; flexão estática e dureza) da madeira dos clones

selecionados;

Propor recomendações de usos para os clones que apresentem

maior potencial de utilização na região.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 O gênero Eucalyptus

No gênero Eucalypus encontram-se as mais bem-sucedidas

espécies arbóreas plantadas comercialmente nas zonas tropicais. Isso se

deve principalmente ao rápido crescimento, diversidade de espécies e

atendimento a uma ampla gama de propósitos industriais (SANTOS, 2002).

Por conta dessas características, os primeiros plantios de

Eucalyptus no Brasil tiveram como objetivo o suprimento de matéria-prima

para os setores de carvão e produção de celulose. As primeiras áreas

implantadas no país foram no Estado do Rio Grande do Sul em 1868. A

consolidação do gênero ocorreu a partir de 1903, na região de Jundiaí,

Estado de São Paulo, através de iniciativas da Companhia Paulista de

Estradas de Ferro, visando à produção de lenha para as locomotivas a

vapor e dormentes para as estradas de ferro (ANDRADE, 1961).

No ano de 2016, a área ocupada por plantios de eucalipto no

país totalizou aproximadamente 5,7 milhões de hectares no país. Os

Estados com as maiores áreas com o gênero plantado são: Minas gerais

(24%), São Paulo (17%), Mato Grosso do Sul (15%) (IBÁ, 2017). O Mato

Grosso não aparece dentre os destaques, demonstrando que a silvicultura

do Eucalipto no Estado ainda é bastante incipiente.

As pesquisas realizadas em universidades, institutos de

pesquisa e empresas florestais estão se intensificando, tornado o Brasil um

país de elevado nível técnico-científico nas diversas áreas da

eucaliptocultura. Dentre as inúmeras áreas de pesquisa, deve-se destacar

às de fisiologia, melhoramento e genética florestal, sendo que essas

proporcionam o domínio de técnicas de propagação vegetativa e de

obtenção de híbridos, além da de tecnologia da madeira, que proporciona

a ampliação de seus usos (ALZATE et al., 2005).

Segundo os autores supracitados, o estudo dos parâmetros da

qualidade da madeira dos híbridos e espécies é fundamental, haja vista que

o uso da madeira para usos múltiplos possui grande importância para o

desenvolvimento do setor florestal brasileiro.

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FIGURA 1 – PLANTIO CLONAL DE EUCALIPTO.

3.2 Usos da madeira de Eucalyptus

A madeira de eucalipto é amplamente utilizada pela sua

qualidade e versatilidade de aplicação para diferentes produtos. A

qualidade está intimamente ligada a matéria-prima usada para sua

produção, que, por sua vez, depende de uma série de características

físicas, químicas, anatômicas e mecânicas da madeira (FREDERICO,

2009).

A madeira de eucalipto tem sido utilizada como madeira serrada

em diversos países, como a Austrália, Chile, Nova Zelândia, África do Sul,

Uruguai e Argentina (PONCE, 1995). No Brasil, porém, o uso do eucalipto

como madeira serrada ainda é pequeno, sendo utilizado principalmente

pelas indústrias de papel e celulose (34% da área plantada), por

proprietários independentes que vendem a madeira in natura (29% da área

plantada) e para energia (carvão vegetal e lenha) (14% da área plantada)

(IBÁ, 2017).

Porém, o gênero Eucalyptus possui enorme potencial do ponto

de vista de fornecimento de matéria-prima para os diferentes setores

madeireiros, inclusive o de madeira serrada. O gênero apresenta grande

variabilidade considerando a resistência mecânica da madeira, sendo que

esta pode variar de baixa a muito elevada. Isso ocorre principalmente

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devido ao grande número de espécies, que, através dos programas de

melhoramento genético, melhoram suas características a cada dia

(OLIVEIRA, 1997).

Santos et al. (2008), estudando a madeira juvenil de híbridos de

eucalipto, concluíram que os materiais estudados apresentaram bons

resultados para a utilização como madeira maciça, sendo uma opção para

aumentar a rentabilidade econômica das florestas plantadas.

Portanto, é um gênero que possuí grande importância para o

setor florestal do país, haja vista que sua madeira pode ser utilizada para

inúmeros fins, como celulose e papel, madeira sólida, móveis, bioenergia,

dentre outros (HSING et. al, 2016).

3.3 Propriedades da madeira

A madeira é utilizada como matéria-prima pelos seres humanos

desde os primórdios, sendo que este é um material versátil e natural. As

principais características da madeira são as propriedades físicas, das quais

se destacam a densidade, umidade e a retratibilidade; e as propriedades

mecânicas, das quais se destacam a resistência da madeira a compressão,

flexão estática, cisalhamento e dureza (TSOUMIS, 1991).

A busca de conhecimento sobre o uso de diferentes espécies

florestais, através de estudos sobre suas propriedades tecnológicas,

permite que o leque de opções de mercado chegue a um nível adequado,

justificando as pesquisas de diferentes fontes de matéria-prima de origem

florestal (CARVALHO et. al, 2015).

A determinação das propriedades devem ser realizadas através

de ensaios de laboratório especializados, utilizando-se de pequenas

amostras e livres de defeitos, empregando-se normas técnicas que

especificam os procedimentos e dimensões dos corpos de prova (ARAÚJO,

2007). A aplicação de uma mesma norma técnica permite que os resultados

obtidos sejam reprodutíveis e comparáveis em qualquer tempo ou espaço,

uniformizando as investigações (BERALDO, 1987).

As principais normas utilizadas para a caracterização

tecnológica da madeira são a norte-americana (ASTM) e a Pan-americana

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(COPANT). Existe ainda o antigo Método Brasileiro MB26 de 1940,

reeditado em 1980 como NBR 6230, correspondente à NBR 7190, de 1997,

atual norma brasileira para a determinação das propriedades das madeiras

(LOGSDON et al., 2008).

3.4 Propriedades físicas da madeira

3.4.1 Densidade

A densidade básica da madeira pode ser considerada como a

quantidade de matéria lenhosa por unidade de volume ou, de modo inverso,

o volume de espaços vazios inerentes à madeira (PERES et al., 2012).

A densidade básica da madeira é reconhecida como um dos

mais importantes parâmetros para avaliação da sua qualidade, por ser de

fácil determinação e estar relacionada às suas demais características

(SHIMOYAMA E BARRICHELLO, 1991).

Segundo Oliveira et al. (2005), madeiras mais homogêneas, no

que diz respeito a sua densidade, apresentam melhor comportamento nas

operações de processamento, refletindo em uma maior uniformidade de

suas demais propriedades tecnológicas.

A densidade básica está associada a várias características da

madeira. Ela varia de espécie para espécie, entre árvores da mesma

espécie, radial e longitudinalmente em uma mesma árvore, ao longo da

idade, com diferentes espaçamentos e locais de plantio (MOKFIENSKI et

al., 2003; ALZATE et al., 2005) e em função da taxa de crescimento

(TOMAZELLO FILHO, 1985; SOUZA et al., 1986).

A variação longitudinal da densidade da madeira de eucalipto

mostra ser decrescente com a altura, decrescente até certo ponto e

crescente no topo da árvore ou crescente da base para o topo, não

obedecendo a um padrão uniforme de variação (PANSHIN e ZEEUW,

1980). Já no sentido radial, o padrão de variação mais comum é o seu

aumento da medula em direção à casca. A variação na espessura da

parede das fibras e a consequente redução no diâmetro do lume, são os

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21

principais responsáveis pelo aumento deste parâmetro no sentido medula-

casca (TOMAZELLO FILHO, 1985).

A variabilidade da maior parte das propriedades mecânicas da

madeira pode ser estimada com base na variação da densidade. Essa boa

correlação entre tais propriedades se deve principalmente as alterações

nas dimensões das paredes celulares, sendo que a densidade tende a

aumentar com a idade, em função do aumento da espessura da parede

celular e diminuição da largura das células (VIVIAN et al., 2010).

Segundo Panshin e Zeeuw (1980), a densidade, normalmente,

aumenta rapidamente no período juvenil. Depois, este aumento se torna

mais lento até atingir a maturidade, permanecendo mais ou menos

constante. Os mesmos autores afirmam que as propriedades de resistência

da madeira estão correlacionadas com a densidade. A presença de

extrativos na madeira pode alterar a relação entre a densidade e as

propriedades mecânicas, provocando aumento, principalmente na

resistência à compressão axial da madeira.

Em estudo realizado com Eucalyptus grandis aos 24, 36 e 72

meses de idade, foi observado que para a densidade básica, as dimensões

das fibras e o diâmetro dos vasos do lenho das árvores, aumentaram com

a idade e que as variações observadas nessas características, até 72

meses de idade, indicaram que o meristema cambial estava formando o

lenho juvenil (SETTE JÚNIOR et. al., 2012). Santana et al. (2012) também

obtiveram um aumento gradativo da densidade básica da madeira em um

clone de Eucalyptus grandis e Eucalyptus uropylla, considerando as idades

de 34, 48, 61, 74 e 86 meses.

A Tabela 1 apresenta resultados encontrados de densidade

básica da madeira de variados autores encontrados na literatura.

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TABELA 1 – RESULTADOS DE DENSIDADE BÁSICA PARA O GENÊRO EUCALYPTUS EM DIFERENTES IDADES ENCONTRADOS NA LITERATURA.

Espécie Idade

Densidade

básica

(g/cm³)

Autor

Eucalyptus grandis 24 meses 0,430 Sette Junior et al.

(2012)

Eucalyptus saligna 24 meses 0,436 Trugilho et al.

(1996)

Eucalyptus grandis x

Eucalyptus urophylla 27 meses 0,449 Hsing et al. (2016)

E. grandis x E.

urophylla

30 e 35

meses 0,400 Braz et al. (2014)

Eucalyptus grandis x

Eucalyptus uropylla 36 meses 0,444

Gouvêa et al.

(2011)

Eucalyptus sp. 48 meses 0,448 Trugilho et al.

(2015)

Eucalyptus grandis - 0,420

Instituto de

Pesquisas

Tecnológicas (IPT)

(2018)

Considerando a variação da densidade básica da madeira no

sentido longitudinal, Hsing et al. (2016), Alzate et al. (2005), Sette Júnior et

al. (2012) e Lopes et al. (2011) obtiveram comportamentos distintos,

demonstrando que não há um padrão definido para o gênero Eucalyptus.

Considerando a variação radial, os autores concluíram que a

densidade básica da madeira de eucalipto aumenta gradativamente no

sentido medula-casca. Esse modelo foi retratado para diferentes espécies

de eucalipto por diversos autores, dentre eles Panshin e Zeeuw (1980),

Tomazello Filho (1985), Shimoyama e Barrichelo (1991), Oliveira (1997),

Gonçalves (2006).

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23

3.4.2 Contração e Inchamento

Além da densidade básica da madeira, outra propriedade física

de grande importância para se determinar os possíveis usos da madeira,

assim como para a correta condução do processo de secagem da madeira

é a retratibilidade (OLIVEIRA et al., 2010).

A madeira é um material higroscópico, ou seja, é um material

que pode inchar ou contrair pelos processos de adsorção e desorção,

respectivamente, das moléculas de água contidas nos espaços

submicroscópicos da parede celular (MORESCHI, 2014; CARVALHO et al.,

2015).

A densidade básica e a variação dimensional da madeira

apresentam correlação positiva, sendo que as madeiras de maior

densidade apresentam maior variação dimensional, devido à maior

quantidade de parede celular por unidade de volume. O espessamento da

parede celular durante o processo de absorção de água, é responsável pelo

inchamento da madeira (TSOUMIS, 1991).

A madeira contrai ou incha distintamente entre os três planos

anatômicos, sendo que, de maneira geral, o plano tangencial é o mais

afetado, seguido pelo plano radial e por fim, afetado de forma mínima, o

plano longitudinal. Esse fenômeno é denominado anisotropia (PANSHIN E

ZEEUW, 1980; MOREIRA, 1999; MORESCHI, 2014).

O coeficiente de anisotropia é determinado pela razão entre as

retrações tangencial e radial, sendo um importante índice no estudo das

propriedades tecnológicas da madeira, uma vez que quanto mais elevado,

maior a probabilidade de a madeira apresentar defeitos, como fendas

(rachaduras), torções, empenamentos e abaulamentos (OLIVEIRA, 1988).

Quanto mais próximo a 1,00 melhor será a qualidade da madeira

para este parâmetro. Madeiras com fator anisotrópico superiores a 2,00

apresentam qualidade inferior e devem ser evitadas para fins exigentes em

relação a sua trabalhabilidade, como móveis e esquadrias (DURLO E

MARCHIORI, 1992).

A madeira de Eucaluptys grandis possuí valores médios de 5,3%

para contração radial, 8,7% para contração tangencial e 15,7% para a

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contração volumétrica, segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas

(IPT).

3.5 Propriedades mecânicas

O interesse pela determinação das características mecânicas da

madeira é justificado pelo fato de que, na maioria das situações de

utilização, os esforços a que a madeira está submetida devem ser

reconhecidos, possibilitando o correto dimensionamento dos vários

componentes que formam o conjunto estrutural como um todo (TEIXEIRA,

2008). A avaliação das características mecânicas da madeira garantem

segurança e qualidade ao produto final (ATHANÁZIO-HELIODORO, 2015).

As propriedades mecânicas da madeira são dependentes de

diversos fatores, dentre eles a densidade básica, a porcentagem de

madeira juvenil, a largura dos anéis, o ângulo micro fibrilar, a inclinação da

grã, a quantidade de extrativos, o teor de umidade, o sítio florestal, etc

(LOBÃO et al., 2004).

O teor de umidade influência as propriedades mecânicas da

madeira de forma significativa até o ponto de saturação das fibras (PSF),

sendo que quanto maior o teor de umidade, menor a resistência da madeira

à esforços mecânicos (LOGSDON, 1998).

Pinto (2007), Scanavaca Junior e Garcia (2004), definem o

módulo de ruptura (MOR) e o módulo de elasticidade (MOE) como sendo

dois parâmetros de grande importância na caracterização tecnológica da

madeira. Embora o MOE não proporcione informações completas da

madeira, altos valores deste parâmetro indicam alta resistência e baixa

capacidade de deformação do material, qualificando-o para fins

construtivos (KLOCK, 2000).

Pinto (2007), assim como Sousa Júnior (2004), afirmam que por

seu um material anisotrópico, a madeira possui propriedades mecânicas

diferentes considerando os eixos ortogonais, sendo assim, suas

propriedades mecânicas se diferenciam com a direção da carga em relação

aos seus eixos.

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A resistência mecânica é uma das mais importantes

propriedades da madeira como material construtivo, sendo o fator

primordial na construção de casas, pontes e demais construções de

madeira (OLIVEIRA, 1997).

De acordo com Carrasco e Moreira (2003), as principais

vantagens da madeira são consequência de suas propriedades físicas e

mecânicas, destacando-se: excelente relação resistência-peso, baixa

condutibilidade térmica, facilidade de ligação com outros materiais de

construção, possibilidade de execução de obras de grandes vãos livres,

como as estruturas em madeira laminada colada, bom desempenho

acústico, dentre outras.

Existem diversos tipos de ensaios mecânicos para determinar a

capacidade da madeira de resistir à ação de forças aplicadas. Os ensaios

são realizados com pequenos corpos de prova, isentos de defeitos e com

fibras bem orientadas. De maneira geral, as propriedades mecânicas são

avaliadas em duas direções principais, sendo paralela e perpendicular às

fibras (LEONELLO, 2011).

3.5.1 Ensaios mecânicos de resistência

- Compressão

O ensaio de compressão paralela às fibras consiste na aplicação

de uma carga no sentido das fibras da madeira, com velocidade controlada,

determinada pela norma, até a peça atingir a ruptura (Figura 2). A partir

desse ensaio é possível determinar a resistência e a rigidez da madeira a

compressão paralela as fibras (MORESCHI, 2009).

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FIGURA 2 – ESQUEMA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS

FIBRAS. Fonte: Adaptado de Melo (2010).

O ensaio de compressão perpendicular às fibras consiste na

aplicação de uma carga no sentido normal ou perpendicular às fibras da

madeira, com velocidade controlada, determinada pela norma, até a peça

atingir a ruptura (Figura 3). A partir desse ensaio é possível determinar a

resistência e a rigidez da madeira a compressão perpendicular às fibras

(MORESCHI, 2009).

FIGURA 3 – ESQUEMA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO

PERPENDICULAR ÀS FIBRAS. Fonte: Adaptado de Melo (2010).

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Dentre as propriedades mecânicas mensuradas da madeira, a

compressão paralela às fibras é a mais importante. Ela possui uma boa

correlação com as demais propriedades mecânicas da madeira, sendo o

parâmetro principal na classificação estrutural do material (ATHANÁZIO-

HELIODORO, 2015).

A resistência da madeira na direção normal ou perpendicular às

fibras é aproximadamente 25% da observada na direção paralela às fibras,

no caso do ensaio à compressão. Já a rigidez ou módulo de elasticidade

na direção normal às fibras tem valores na faixa de 5% a 8% daquela na

direção paralela às fibras (BODIG e JAYNE, 1993).

Gonçalves et al. (2009), estudando clones do híbrido E. grandis

x E. uropylla com 70 meses observaram valores de resistência à

compressão paralela às fibras variando de 49,80 a 51,17 MPa.

Santos et al. (2008), analisando vários híbridos de eucalipto e

um clone de E. globulus, com idades de 7 e 8 anos, obtiveram valores

médios de compressão paralela às fibras variando de 37,71 a 53,86 MPa,

valores médios de compressão normal às fibras variando de 6,57 a 13,11

MPa.

Lobão et al. (2004), analisando madeiras de E. grandis

provenientes do mercado local, encontraram valor médio de resistência à

compressão paralela às fibras de 40,3 MPa e valor médio do módulo de

elasticidade de 12813 MPa. Valor próximo ao encontrado por Stangerlin et

al. (2008), que estudando árvores de E. grandis com 15 anos de idade,

obtiveram valor médio do módulo de elasticidade obtido por meio do ensaio

de compressão paralela à fibras próximo da medula de 13119 MPa.

- Flexão estática

Segundo Oliveira (1997), a determinação da resistência e rigidez

à flexão é uma das mais importantes propriedades da madeira

considerando-a como material construtivo. Esse parâmetro é primordial na

construção de casas, pontes, telhados, construções marítimas e demais

construção de madeiras.

O ensaio de flexão estática consiste numa carga que é aplicada

tangencialmente aos anéis de crescimento na metade do comprimento de

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um corpo de prova apoiado nos extremos (Figura 4), causando tensões e

deformações até a ruptura da peça (LIMA JUNIOR et al., 2008).

O módulo de ruptura (fM) e de elasticidade (EM) são obtidos

simultaneamente no ensaio de flexão estática, sendo que o fM é um valor

fornecido pela máxima tensão que pode atuar em um corpo de prova. Já a

determinação do EM fornecerá a rigidez da madeira, ou seja, a capacidade

da madeira em resistir à deformação quando sujeita a esforços externos de

flexão (SCANAVACA JUNIOR e GARCIA, 2004; OLIVEIRA, 1997).

FIGURA 4 – ESQUEMA DO ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA. Fonte: Adaptado de Melo (2010).

A resistência e o módulo de elasticidade à flexão são

propriedades de fácil determinação, por conta disso são considerados pela

norma norte americana (ASTM) como determinantes para a classificação

da madeira em classes de resistência (ATHANÁZIO-HELIODORO, 2015).

Considerando o ensaio de flexão estática de E. benthamii, Muller

et al. (2014), obtiveram valor médio de resistência de 83,53 MPa e do

módulo de elasticidade de 9754,67 MPa. Gonçalves et al. (2009),

estudando clones do híbrido E. grandis x E. uropylla com 70 meses

provenientes de talhadia simples e reforma, encontram resistência à flexão

estática variando entre 82,95 e 83,21 MPa, módulo de elasticidade à flexão

estática variando entre 9652 e 9798 MPa. Já Santos et al. (2008)

observaram valores médios do módulo de elasticidade à flexão estática

variando de 6.707 a 15.718 MPa para o E. globulus.

- Dureza

Dureza pode ser definida como a resistência da madeira à

penetração de um corpo sólido através da aplicação de uma determinada

força (CARVALHO, 2007). O método dureza Janka consiste basicamente

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na determinação da tensão que produz a penetração de uma semiesfera

de aço com área diametral de 1 cm² (Figura 5). Esse método tem sido

usado no Brasil para a determinação da dureza de madeiras. Segundo

Melo (2010), esta propriedade possui boa correlação com as demais

propriedades de resistência da madeira, sendo utilizada também na

comparação de propriedades entre espécies.

A determinação da dureza pode ser feita em três direções da

madeira, tangencial, radial e axial. É uma propriedade de grande

importância pelo fato de influenciar na trabalhabilidade da madeira, e em

sua utilização, como em pisos, entalhes, assoalhos, tacos e roletes

(BORTOLETTO JUNIOR, 1993; TSOUMIS, 1991).

FIGURA 5 – ESQUEMA DOS ENSAIOS DE DUREZA JANKA PARALELA

E PERPENDICULAR ÀS FIBRAS. Fonte: Adaptado de Melo (2010).

Gérard et al. (1995) afirmaram que a dureza da madeira está

correlacionada com a retratibilidade e com a densidade. Araújo (2007),

estudando diversas espécies de madeiras tropicais brasileiras, encontrou

forte correlação entre a dureza Janka e demais propriedades físicas e

mecânicas.

Para dureza Janka, Muller et al. (2014), encontram valor médio

de resistência à dureza do E. benthamii na direção paralela às fibras de

5632,94 N, de resistência à dureza na direção radial de 5137,70 N e

resistência à dureza na direção tangencial de 4137,43 N. Santos et al.

(2008), encontraram valores médios de dureza Janka na face radial

variando de 26,3 a 39,7 MPa e na face tangencial variando de 32,6 a 55,5

MPa para madeira de E. globulus.

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30

3.6 Caracterização da madeira

A caracterização tecnológica de madeiras de espécies florestais

é feita através de ensaios físicos e mecânicos normalizados. A NBR 7190

(ABNT, 1997) é a norma brasileira que especifica projetos de estruturas de

madeira e trata dos métodos de ensaio para determinação das

propriedades físicas e mecânicas das madeiras.

A norma mostra todas as notações que representam o tipo de

resistência e especifica qual o tipo de caracterização que deve ser feito

dependendo da espécie que está sendo avaliada. Quando a espécie tem

suas propriedades desconhecidas, deve-se fazer a caracterização

completa. Quando é uma espécie com propriedades pouco conhecidas e

pouco usuais, deve- se fazer a caracterização mínima. Finalmente, quando

é uma espécie usual e com suas propriedades conhecidas, deve- se fazer

a caracterização simplificada. A Tabela 2 apresenta todos os ensaios que

devem ser feitos para cada tipo de caracterização de madeira.

Um fato importante que a norma NBR 7190 (ABNT, 1997)

estabelece, é que a partir do teste de compressão paralela, se a madeira é

conhecida, ou seja, é uma madeira usual, é possível fazer as estimativas

de todos os outros tipos de resistência da madeira.

A separação de lotes de madeira em classes de resistência tem

por objetivo o emprego de madeiras com propriedades padronizadas,

orientando a escolha do material para a correta elaboração de,

principalmente, projetos estruturais. De acordo com Sales (1996), a

classificação por classes de resistência permite ao projetista utilizar a

madeira disponível na região de construção da estrutura, desde que os

valores das propriedades mecânicas dos lotes das madeiras a serem

empregados se enquadrem nas classes definidas pelo projeto. As classes

de resistência especificas para as dicotiledônias encontram-se na Tabela

3.

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31

TABELA 2 – TIPOS DE CARACTERIZAÇÃO DA MADEIRA ESTABELECIDAS PELA NORMA NBR 7190 (ABNT, 1997), E OS ENSAIOS NECESSÁRIO PARA CADA UMA DELAS.

Propriedade Completa Mínima Simplificada

fc0 X X X fc90 X ft0 X X ft90 X fv0 X X fe0 X ρap X X ρbas X X Ec0 X X Ec90 X

fc0 – resistência à compressão paralela às fibras; fc90 – resistência à compressão normal às fibras; ft0 – resistência à tração paralela às fibras; ft90 – resistência à tração normal às fibras; fv0 – resistência ao cisalhamento paralelo às fibras; fe0 – resistência ao embutimento paralelo às fibras; ρbas – densidade básica da madeira; ρaparente – densidade aparente da madeira; Ec0 – módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras; Ec90 – módulo de elasticidade na compressão normal às fibras; Fonte: NBR 7190/97 – Adaptada

TABELA 3 – CLASSES DE RESISTÊNCIA DAS DICOTILEDÔNIA NA UMIDADE PADRÃO DE 12%.

Classes fc0k (MPa) fvk (MPa) Ec0,m(MPa) ρbas,m

(kg/m³) ρaparente

(kg/m³)

C 20 20 4 9.500 500 650

C 30 30 5 14.500 650 800

C 40 40 6 19.500 750 950

C 60 60 8 24.500 800 1000

Fc0k – resistência à compressão paralela às fibras, valor característico; fvk – resistência ao cisalhamento, valor característico; Ec0,m – módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras, valor médio; ρbas,m – densidade básica da madeira, valor médio; ρaparente – densidade aparente da madeira. Fonte: NBR 7190/97 – Adaptada.

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4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Caracterização da área de estudo

O plantio clonal que foi utilizado para a retirada das amostras

estava localizado na Empresa Flora Sinop Ltda., coordenadas geográficas

11°52'1.06"S; 55°28'10.68"W, município de Sinop-MT (Figura 6).

A região possui um clima com duas estações bem definidas

(seca/chuvosa) onde predomina o clima Tropical Chuvoso, tipo Aw

segundo a classificação de Köppen (ALVARES et al., 2014), com

precipitação média anual entre 2.000 a 2.500 mm/ano. A temperatura

máxima anual é de 33°C com mínima de 27°C. O período chuvoso se

concentra entre os meses de outubro a abril e o período seco entre os

meses de maio a setembro.

FIGURA 6 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO PLANTIO CLONAL, EM

REFERÊNCIA A UFMT – CAMPUS SINOP/MT.

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O estudo foi realizado em um plantio clonal de Eucaliptos com 5

anos de idade (60 meses), onde encontravam-se implantados 21 clones de

diferentes procedências (Tabela 4). O teste foi instalado em blocos

casualizados com 4 repetições, sendo utilizado o espaçamento de 3 x 2 m.

O solo do local de plantio possui percentuais de areia, silte e

argila em 47,6%, 10,1% e 42,3% respectivamente, sendo caracterizado

como de textura franco argilosa (SANTOS, 2012). Na área de plantio foi

realizado calagem conforme recomendações da análise de solo,

subsolagem com fosfato reativo e adubação de base com a formulação

NPK 6-30-10, sendo também realizados nos primeiros dois anos 3

adubações de cobertura parcelados com a formulação NPK 20-0-20 e

aplicação de 20g de ácido bórico por muda. Nenhum desbaste foi realizado

na área experimental até a realização deste estudo (Figura 7).

FIGURA 7 – ÁREA EXPERIMENTAL.

4.2 Avaliação dendrométrica do plantio clonal

Foram mensurados o diâmetro a altura do peito (DAP) com fita

métrica e a altura comercial (H) com hipsômetro, sendo considerada a

primeira bifurcação na medição da altura comercial, além de ser aferido a

mortalidade dos materiais a partir do censo.

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TABELA 4 – RELAÇÃO DOS MATERIAIS GENÉTICOS EXISTENTES NO PLANTIO ESTUDADO.

N° Espécie/Híbrido Clonal ou Seminal

1 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(EUCA 103) Clonal

2 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(EUCA 105) Clonal

3 Eucalyptus grandis x Eucalyptus resinifera

(EUCA 608) Clonal

4 Eucalyptus camaldulensis (S23) Clonal

5 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (H13) Clonal

6 Eucalyptus camaldulensis x Eucalyptus sp.

(1277) Clonal

7 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(Urograndis Acesita) Seminal

8 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(GG100) Clonal

9 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(IO42) Clonal

10 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(Urograndis Luiz A.) Seminal

11 Corymbia citriodora (Citriodora) Seminal

12 Eucalyptus camaldulensis (Camaldulensis) Seminal

13 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis

(F1H13) Clonal

14 Eucalyptus camaldulensis (F3C219) Clonal

15 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (F8) Clonal

16 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (F11) Clonal

17 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (H77) Clonal

18 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (I144) Clonal

19 Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (I224) Clonal

20 Urograndis x Eucalyptus camaldulensis (VM 01) Clonal

21 Corymbia citriodora (CiLCA019) Seminal

Com os dados coletados, foi estimado o volume médio da árvore

de cada clone (Equação 1). O Fator de forma utilizado de 0,45 foi proposto

por Oliveira et al. (1999), sendo um valor próximo ao estimado por Venturoli

e Morales (2014) e utilizado por Santos et al. (2016). Adicionalmente foram

estimados a produção e o Incremento Médio Anual (IMA) de cada material

genético.

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35

𝑉 = (𝜋∗𝐷𝐴𝑃2

40000) ∗ ℎ ∗ 𝑓 (Equação 1)

Em que:

V = Volume da árvore (m³)

DAP = Diâmetro à altura do peito (cm)

h = Altura comercial (m)

f = Fator de Forma (0,45)

4.3 Escolha dos materiais e preparo das amostras

A seleção dos indivíduos a serem utilizados na caracterização

físico-mecânica foi realizada considerando os parâmetros dendrométricos

(volume individual, volume por hectare) e a mortalidade. A partir destas

informações foram selecionados 6 clones dentre os superiores, dos quais

foram escolhidas 5 árvores de cada clone aleatoriamente, totalizando 30

árvores.

As árvores foram abatidas com motosserra e a partir delas foram

retirados 5 discos de cada árvore, sendo o primeiro na base (0% da altura

comercial), o segundo a 25% da altura comercial, o terceiro a 50% da altura

comercial, o quarto a 75 % da altura comercial e o quinto disco a 100% da

altura comercial da árvore abatida (BENIN et. al, 2017; HSING et. al, 2016).

De cada árvore abatida, também foi retirado um torete de 2,00 metros de

comprimento, partindo da base, os quais foram encaminhados para uma

serraria local (Figura 8).

Os discos, obtidos ao longo do fuste das árvores foram

destinados à produção de sub-amostras, sendo estas separadas de acordo

com a posição relativa à medula, as quais foram destinados à realização

do ensaio de determinação da densidade básica no sentido longitudinal

(base-topo) e no sentido radial (medula-casca), conforme ilustrado na

Figura 8.

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36

FIGURA 8 – ESQUEMA PARA OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS

UTILIZADAS PARA OS ENSAIOS.

Os toretes obtidos foram encaminhados para serraria, e

desdobradas, sendo retirada uma prancha central de cerca de 8 cm de

espessura, conforme recomendação da Comisión Panamericana de

Normas Técnicas (COPANT) 458 (1972). Posteriormente, as pranchas

foram submetidas a secagem ao ar livre por aproximadamente 90 dias e

encaminhadas para uma marcenaria para manufatura das amostras

(Figura 9), sendo essas destinadas aos demais ensaios físico-mecânicos

da madeira.

FIGURA 9 – PRANCHAS DE MADEIRA SECANDO À SOMBRA E

POSTERIORMENTE DESDOBRADAS.

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De cada prancha, foram retirados os corpos de prova, que foram

acondicionados em câmara climatizada até a madeira atingir a umidade de

equilíbrio de, aproximadamente, 12%.

Foi utilizado, para cada clone selecionado, um lote formado por

cinco árvores, sendo retirados quatro corpos de prova de cada árvore,

totalizando 20 amostras para a realização de cada ensaio.

4.4 Obtenção da densidade básica nos sentidos axial e radial

De cada disco, foram retirados 3 corpos de prova considerando

a posição radial (próximo a medula, posição intermediária e próxima a

casca) resultando em um total de 15 corpos de prova por árvore e 75 corpos

de prova por clone (Figura 10).

Os corpos de prova retirados dos discos foram devidamente

identificados e posteriormente imersos em água até atingirem massa

constante (completa saturação das paredes celulares).

Subsequentemente, foram tomados para cada corpo de prova, o volume

saturado, obtido pela massa do líquido (água) deslocado, e a massa seca

da madeira, obtida após a secagem em estuda a 103°C (VITAL, 1984).

A densidade básica foi determinada pela relação entre a massa

seca e o volume saturado, conforme a Equação 2.

𝜌𝑏 =𝑀0

𝑉𝑠𝑎𝑡 (Equação 2)

Em que:

ρb = Densidade básica (g/cm³)

M0 = Massa Seca (g) do corpo de prova.

Vsat = Volume Saturado (cm³) do corpo de prova.

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FIGURA 10 – AMOSTRAS UTILIZADAS PARA OBTENÇÃO DA

DENSIDADE BÁSICA NOS SENTIDOS LONGITUDINAL E RADIAL.

4.5 Determinação da variação dimensional

De cada prancha foram retirados 4 corpos de prova com

dimensões de 2 x 2 x 10 cm, resultando em um total de 20 corpos de prova

para cada clone. Os corpos de prova foram devidamente identificados e

medidos utilizando-se de um paquímetro digital de 0,01 mm de precisão.

Esses foram medidos primeiramente na umidade de equilíbrio, e

posteriormente foram submetidos à saturação em água por um período de

26 dias, sendo feito o acompanhamento diariamente. Posteriormente os

corpos de prova foram submetidos a secagem a 103°C até atingirem massa

constante.

Em seguida, foi realizado o ensaio de retratibilidade linear nos

sentidos longitudinal, radial e tangencial (Equação 3) e a retratibilidade

volumétrica (Equação 4), conforme padronizado pela norma COPANT 462

(1972). Para auxiliar na análise dos resultados foram utilizados

adicionalmente informações referentes ao fator de anisotropia, obtido pelas

relações entre a retratilidade tangencial e radial (Equação 5).

𝑅(L,R,T) = Dv− Ds

Dv * 100 (Equação 3)

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𝑅(V) = Vv− Vs

Vv * 100 (Equação 4)

𝐹(A) = RT

RR (Equação 5)

Em que:

R (L, R, T) = Retratibilidade linear longitudinal, radial ou tangencial (%);

R (V) = Retratibilidade volumétrica (%);

F (A) = Fator de Anisotropia;

DV = Dimensão da peça de madeira verde (cm);

DS = Dimensão da peça de madeira seca (cm);

VV = Volume da madeira verde (cm³);

VS = Volume da madeira seca (cm³).

4.6 Obtenção da densidade aparente (12%)

De cada prancha foram retirados 4 corpos de prova com

dimensões de 5 x 5 x 20 cm, resultando em um total de 20 corpos de prova

para cada clone.

A densidade aparente (12%) foi obtida a partir das dimensões e

peso das amostras, conforme recomendações da NBR 7190 (ABNT, 1997).

As dimensões de cada amostra foram obtidas utilizando um paquímetro

digital de 0,01 mm de precisão, e a massa em uma balança de precisão

(Figura 11). A densidade foi calculada utilizando a Equação 6.

𝜌𝑎𝑝 =𝑀

𝑉 (Equação 6)

Em que:

ρap = Densidade aparente (g/cm³);

M = Massa (g) do corpo de prova a 12% de umidade;

V = Volume (cm³) do corpo de prova a 12% de umidade.

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FIGURA 11 – OBTENÇÃO DA DENSIDADE APARENTE SE UTILIZANDO

DE PAQUÍMETRO, RÉGUA E BALANÇA.

4.7 Ensaios Mecânicos

De cada prancha foram retirados 4 corpos de prova para cada

um dos ensaios mecânicos, resultando em um total de 20 corpos de prova

para cada clone.

Os corpos de prova foram devidamente identificados e

posteriormente realizados o ensaios mecânicos, seguindo as

recomendações da ASTM D 143 (2014), na máquina universal de ensaios,

com capacidade de aplicar uma carga de 30 toneladas, localizada no

laboratório de tecnologia da madeira da Universidade Federal do Mato

Grosso (UFMT). A Tabela 5 apresenta os ensaios mecânicos realizados, e

a Figura 12 demonstra os esquemas de cada ensaio mecânico.

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TABELA 5 – ENSAIOS MECÂNICOS REALIZADOS PARA A CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DA MADEIRA DE CLONES DE EUCALIPTOS COM 60 MESES DE IDADE CULTIVADOS NA REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO.

Ensaio Realizado Dimensão dos

Corpos de Provas Parâmetros Obtidos

Compressão

Paralela às Fibras 5 x 5 x 20 cm fc0,m e Ec0,m

Compressão

Perpendicular às

Fibras

5 x 5 x 15 cm fc90,m e Ec90,m

Flexão Estática 2 x 2 x 30 cm fM,m e EM,m

Dureza Janka* 5 x 5 x 15 cm fH0,m, fH Radial,m e fH

Tangencial,m

fc0,m – valor médio de resistência à compressão paralela às fibras; Ec0,m – valor médio do módulo de elasticidade obtido no ensaio de compressão paralela às fibras; fc90,m – valor médio de resistência à compressão normal às fibras; Ec90,m – valor médio do módulo de elasticidade obtido no ensaio de compressão normal às fibras; fM,m – valor médio de resistência à flexão estática; EM,m – valor médio do módulo de elasticidade obtido no ensaio de flexão estática; fH0,m – valor médio de resistência à dureza Janka paralela às fibras; fH Radial,m – valor médio de resistência à dureza Janka no sentido radial às fibras; fH

Tangencial,m – valor médio de resistência à dureza Janka no sentido tangencial às fibras; Fonte: NBR 7190/97 – Adaptada. *Para determinação da Dureza Janka foram realizadas seis leituras, sendo duas em cada uma das faces do corpo de prova (axial, tangencial e radial).

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FIGURA 12 – ESQUEMA DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS (a); DO ENSAIO DE COMPRESSÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS (b); DO ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA (c); DOS ENSAIOS DE DUREZA JANKA PARALELA (d) E PERPENDICULAR ÀS FIBRAS (e).

a) b)

c) d) e)

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4.8 Análise dos resultados

Para análise dos resultados dos parâmetros dendrométricos foi

utilizada a estatística descritiva e comparadas as diferentes variáveis

avaliadas para cada material, utilizando análise de variância, com posterior

comparação pelo teste de médias (Scott-Knott; p < 0,05) para as variáveis

detectadas como significativa pelo teste de F.

A análise da variação radial e axial da densidade básica da

madeira dos clones foi realizada em delineamento em blocos casualizados

com arranjo fatorial. O efeito dos tratamentos (clones) e posições de

amostragem (quando avaliado) foi verificado pela aplicação da análise de

variância e teste F (p < 0,05) e, quando significativo, aplicou-se o teste de

Scott Knott (p < 0,05), para discriminação das médias.

Para análise dos resultados das demais propriedades físicas e

propriedades mecânicas foi empregada análise de variância, com posterior

comparação pelo teste de médias (Scott-Knott; p < 0,05) para as variáveis

detectadas como significativa pelo teste de F.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Seleção dos clones

Os resultados obtidos na avaliação do diâmetro à altura do peito

(DAP), altura e mortalidade dos materiais em estudo estão descritos na

Tabela 6. A mesma tabela também traz o teste de comparação de médias

(Scott-Knott), em que é possível observar que há diferenças significativas

entre os clones considerando todas as variáveis em estudo.

Analisando a tabela pode-se observar os materiais com

resultados superiores de diâmetro variando de 15,47 cm (FS GG 100) até

17,76 cm (EUCA 105). Os resultados demonstram valores médios de

diâmetro à altura do peito bastante próximos nos clones EUCA 105, FI F3

C219, FI F11, VZ I144, EUCA 103, FS I042, FI F1 H13, FI F8, VV H13,

sendo que desses, apenas um dos materiais não é o híbrido Eucalyptus

urophylla x Eucalyptus grandis, o que demonstra uma ótima adaptação

deste material.

Analisando os resultados obtidos na medição da altura dos

indivíduos, observa-se grande semelhança com os dados de diâmetro à

altura do peito (DAP), sendo que os materiais com melhores resultados

dessa variável são, em sua grande maioria, os mesmos com resultados

superiores de altura dos indivíduos, demonstrando assim que realmente

esses clones possuem melhor adaptação a região de estudo.

Braz et al. (2014), estudando dez clones do híbrido Eucalyptus

urophylla x Eucalyptus grandis com 30 e 35 meses de idade encontrou

valores médios de diâmetro entre os clones variando de 10,82 a 12,80 cm

e valores de altura média entre os clones variando de 14,89 a 20,10 m.

Trugilho et al. (2015), analisando quatro clones de Eucalyptus com 48

meses de idade chegou a valores médios de diâmetro e altura variando de

12,36 a 12,46 cm e 18,40 a 21,36 m, respectivamente, demonstrando assim

que os materiais analisados neste estudo possuem parâmetros

dendrométricos superiores aos avaliados pelos autores. Apesar da

pequena diferença de idade, o DAP dos clones superiores analisados

possuem valores maiores aos encontrados na literatura citada.

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TABELA 6 – VALORES MÉDIOS DE DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO, ALTURA E MORTALIDADE E COMPARAÇÃO DE MÉDIAS.

Clones DAP (cm) Altura (m) Mortalidade (%)

FS CI 8,69 b 9,89 b 28,00 b

0,54* 0,99* 2,16*

VV 1277 11,33 b 12,33 b 43,00 b

7,56* 8,38* 9,91*

S 23 11,70 b 13,52 b 1,00 c

0,54* 1,84* 0,50*

VZ CILCA 019 11,75 b 13,13 b 17,00 c

0,98* 2,03* 1,71*

EUCA 608 12,66 b 14,31 b 67,00 a

8,45* 10,03* 5,91*

VZ H77 13,46 b 16,50 a 25,00 c

0,61* 1,92* 5,19*

FS CA 13,67 b 13,61 b 38,00 b

1,02* 1,74* 2,89*

FS GG100 15,47 a 16,85 a 51,00 a

17,33 a 19,69 a 8,00 c

VV UG 16,07 a 14,06 b 57,00 a

0,71* 2,62* 2,22*

VZ I224 16,13 a 16,18 a 1,00 c

0,36* 5,50* 0,50*

VZ VM 01 16,37 a 13,42 b 2,00 c

0,89* 4,34* 1,00*

FS UG 16,87 a 19,90 a 42,00 b

1,19* 0,58* 2,65*

VV H13 17,04 a 21,69 a 2,00 c

0,44* 0,61* 1,00*

FI F8 17,07 a 19,43 a 13,00 c

0,37* 1,32* 4,57*

FI F1 H13 17,26 a 18,20 a 2,00 c

0,86* 4,89* 0,58*

FS I042 17,33 a 19,69 a 8,00 c

0,19* 0,23* 2,71*

VZ I144 17,41 a 16,59 a 2,00 c

0,26* 5,55* 0,58*

EUCA 103 17,41 a 19,56 a 31,00 b

0,99* 1,54* 2,87*

FI F11 17,49 a 19,00 a 9,00 c

0,72* 4,62* 1,89*

FI F3 C219 17,52 a 19,16 a 14,00 c

0,69* 3,57* 2,38*

EUCA 105 17,76 a 17,03 a 3,00 c

0,81* 5,01* 0,50* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. *Desvio Padrão.

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A mortalidade é um parâmetro de grande importância na

avaliação de um plantio, haja vista que um clone que não se adapte bem

ao ambiente, pode apresentar uma elevada mortalidade, o que acarretará

um baixa produtividade, trazendo prejuízo ao produtor rural.

Assim, os resultados de mortalidade, em percentual,

apresentados na Tabela 6, demonstram que há materiais que

apresentaram altas taxas de mortalidade, por exemplo, O EUCA 608 e o

VV UG, apresentaram 67% e 57% de mortalidade, respetivamente, não

diferindo estatisticamente. Já os materiais com valores de mortalidade

menores são os VZ I244, S 23, VZ VM 01, VV H13, FI F1 H13 e EUCA 105.

Os resultados obtidos na avaliação do volume médio das

árvores, volume por hectare e volume por hectare/ano ou Incremente Médio

Anual (IMA) dos materiais em estudo estão descritos na Tabela 7, sendo

que a mesma tabela também traz o teste de comparação de médias (Scott-

Knott), em que é possível observar que há diferenças significativas entre

os clones.

Com base nos dados obtidos a partir do teste de Scott-Knott,

houve a formação de três grupos com produtividade média semelhante,

sendo o grupo A com os clones FS UG, FI F11, FI F8, FI F3 C219, FS I042,

VZ I144, VV H13, FI F1 H13, EUCA 103 e EUCA 105, com valores variando

de 58,85 m³.ha-1.ano-1 a 74,16 m³.ha-1.ano-1, grupo B com os clones VZ

I224, EUCA 608, FS GG100, VZ VM 01, VV UG, VZ H77, VV 1277, com

valores variando de 33,14 m³.ha-1.ano-1 a 50,07 m³.ha-1.ano-1 e por fim o

grupo C com os demais materiais com valores variando de 8,77 m³.ha-

1.ano-1 a 29,73 m³.ha-1.ano-1.

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TABELA 7 – VALORES MÉDIOS DO VOLUME DA ÁRVORE, VOLUME POR HECTARE E VOLUME POR HECTARE/ANO E COMPARAÇÃO DE MÉDIAS.

Clones Volume (m³) Vol/ha (m³.ha-1) Vol/ha/ano ou IMA

(m³.ha-1.ano-1)

FS CI 0,0263 c 43,86 c 8,77 c 0,0028* 4,69* 0,94*

VZ CILCA 019 0,0650 c 108,34 c 21,67 c

0,0181* 30,18* 6,04*

S 23 0,0660 c 110,00 c 22,00 c

0,0146* 24,39* 4,88*

FS CA 0,0892 c 148,67 c 29,73 c

0,0064* 10,59* 2,12*

VV 1277 0,0994 b 165,71 b 33,14 b

0,0674* 112,36* 22,47*

VZ H77 0,1059 b 176,53 b 35,31 b

0,0164* 27,41* 5,48*

VV UG 0,1297 b 216,18 b 43,24 b

0,0318* 52,96* 10,59*

VZ VM 01 0,1308 b 217,93 b 43,59 b

0,0558* 92,96* 18,59*

FS GG100 0,1431 b 238,54 b 47,71 b

0,0360* 60,02* 12,00*

EUCA 608 0,1432 b 238,63 b 47,73 b

0,0978* 163,05* 32,61*

VZ I224 0,1502 b 250,37 b 50,07 b 0,0547* 91,17* 18,23*

VZ I144 0,1766 a 294,26 a 58,85 a

0,0549 91,58* 18,32*

EUCA 105 0,1933 a 322,24 a 64,45 a

0,0699* 116,57* 23,31*

FI F1 H13 0,1947 a 324,51 a 64,90 a

0,0617* 102,78* 20,56*

FI F8 0,1998 a 333,02 a 66,60 a

0,0084* 13,99* 2,80*

FS UG 0,2003 a 333,86 a 66,77 a

0,0226* 37,62* 7,52*

FI F11 0,2044 a 340,61 a 68,12 a

0,0447* 74,55* 14,91*

FS I042 0,2089 a 348,23 a 69,65 a

0,0029* 4,89* 0,98*

EUCA 103 0,2094 a 349,05 a 69,81 a

0,0238* 39,64* 7,93*

FI F3 C219 0,2097 a 349,53 a 69,91 a

0,0498* 82,93* 16,59*

VV H13 0,2225 a 370,81 a 74,16 a

0,0087* 14,49* 2,90* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. *Desvio Padrão.

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Assim, pode-se observar que o híbrido VV H13 (E. urophylla x

E. grandis) apresentou valores de volume por hectare de 370,81 m³ e

considerando o incremento médio anual, chegou-se a uma média de 74,16

m³.ha-1.ano-1, o que pode ser considerado uma alta produtividade. Outros

materiais apresentam altos valores de produtividade, o clone FI F3 C219

(E. camaldulensis) obteve uma produção de 349,53 m³ por hectare e um

incremento médio anual de 69,91 m³.ha-1.ano-1, sendo esses valores

bastante superiores da média de IMA obtida comercialmente no Brasil (40

– 60 m³.ha-1.ano-1) (BRACELPA, 2013).

Silva et al. (2013), analisando diversos clones de Eucalyptus

spp. com 7,5 anos de idade obteve valores de incremento médio anual

variando de 9,92 a 29,68 m³.ha-1.ano-1, valores bastante inferiores aos

encontrados neste estudo. Porém, Jardim et al. (2017) encontraram

incremento médio anual variando de 16 a 101,6 m³.ha-1.ano-1, sendo que o

maior crescimento foi obtido pelo híbrido triplo de (E. dunnii x E. grandis x

E. urophylla).

Pereira (2015) estudando clones de E. grandis x E. urophylla, E.

platyphylla e E. urophylla x E. camaudulensis com espaçamento de 3 x 2

m, sendo o mesmo espaçamento deste estudo, encontrou valores de

Incremento médio anual de 46,69 m³.ha-1.ano-1 para o clone de E. grandis

x E. urophylla, 49,36 m³.ha-1.ano-1 para o clone de E. platyphylla e 68,44

m³.ha-1.ano-1 para o clone de E. urophylla x E. camaudulensis. Todos

valores foram inferiores aos encontrados neste estudo para o materiais

superiores.

Dentre os materiais analisados, observa-se que o clone VV H13,

que é um híbrido E. grandis x E. urophylla, obteve o maior incremento

médio anual e também um dos menores desvios padrões, portanto pode-

se afirmar que todos os indivíduos se desenvolveram de forma homogênea.

Portanto, este seria um material indicado para implantação, considerando

seu desenvolvimento, para a região norte de Mato Grosso.

Os altos valores de produtividade demonstrados neste estudo,

apesar de se tratar de um plantio jovem, em que há um incremento mais

rápido, demonstram o grande potencial da região para a implantação de

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plantios florestais de eucalipto para a produção com grande rendimento em

volume de madeira.

Assim, a Tabela 8 apresenta os materiais selecionados para o

estudo tecnológico da madeira, sendo que todos os selecionados fazem

parte do grupo dos materiais superiores, considerando as variáveis

dendrométricas e a mortalidade.

TABELA 8 – MATERIAIS SELECIONADOS PARA OS ENSAIOS TECNOLÓGICOS.

Clone Denominação Espécie/Híbrido IMA (m³.ha-1

.ano-1)

1 EUCA 105 E. grandis x E. urophylla 64,45

2 VV H13 E. grandis x E. urophylla 74,16

3 FI F1 H13 E. grandis x E. urophylla 64,90

4 FI F3 C219 E. camaldulensis 69,91

5 FI F8 E. grandis x E. urophylla 66,60

6 FI F11 E. grandis x E. urophylla 68,12

5.2 Densidade básica nos sentidos axial e radial

Houve diferença significativa na densidade básica da madeira

entre os clones avaliados (p<0,001) e entre as posições de amostragens

(radial (p<0,001) e axial (p=0,0116)), porém, a única interação significativa

foi a interação entre as posições avaliadas (p<0,001), sendo que as demais

interações não foram significativas a nível de 5% de probabilidade.

Dentre os clones avaliados, os clones FI F3 C219 e FI F8

apresentaram maiores valores médios de densidade básica, sendo 0,501 e

0,494 g/cm³, respectivamente (Tabela 9). Os clones EUCA 105, FI F1 H13

e FI F11, apresentaram valores intermediários de densidade básica, com

0,482, 0,487 e 0,487 g/cm³, respectivamente. Por fim, o clone VV H13

obteve o menor valor médio de densidade básica (0,475 g/cm³).

Para Trianoski (2012), espécies com maior densidade deverão

apresentar maior resistência mecânica, maior rendimento em massa seca

e normalmente melhor acabamento superficial, tendo assim melhores

aplicações na indústria, portanto, os materiais com valores superiores,

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mesmo se tratando de madeira juvenil, possuem potencial para aplicações

industriais.

Hsing et al. (2016), estudando cinco clones de E. grandis x E.

urophylla aos 30 meses encontraram valores médios de densidade básica

variando de 0,429 a 0,471 g/cm³, sendo valores menores aos encontrados

neste trabalho, o que pode ser explicado pelo fator idade.

De acordo com Sette Junior et al. (2012), há tendência de

aumento da densidade básica da madeira com a idade, o que se deve a

alterações do meristema cambial e das exigências mecânico-fisiológicas

resultantes do processo de desenvolvimento das árvores, representadas

pelo aumento da espessura da parede das fibras e redução da frequência

de vasos, à medida que o lenho adulto é formado.

Já Silva (2018), analisando seis clones de híbridos de

Eucalyptus com 14 anos de idade, encontrou valores médios de densidade

básica superiores ao encontrado neste estudo, variando de 0,54 a 0,68

g/cm³, sendo também explicado pelo fator idade.

TABELA 9 – MÉDIA DA DENSIDADE BÁSICA DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS.

Denominação Espécie/Híbrido Densidade

Básica (g/cm³)

VV H13 E. grandis x E. urophylla 0,475 c

0,035*

EUCA 105 E. grandis x E. urophylla 0,482 b

0,043*

FI F1 H13 E. grandis x E. urophylla 0,487 b

0,042*

FI F11 E. grandis x E. urophylla 0,487 b

0,040*

FI F8 E. grandis x E. urophylla 0,494 a

0,048*

FI F3 C219 E. camaldulensis 0,501 a

0,055* Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. *Desvio padrão.

Considerando as variações, Pimentel Gomes (2000), considera

como baixos coeficientes de variação inferiores a 10%, médios quando

variam de 10 a 20%, altos quando variam de 20 a 30% e muito altos quando

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51

são superiores a 30%. Assim, pode-se observar através dos desvios

padrões que todos os materiais tiveram baixa variação.

A Tabela 10 apresenta a interação entre as posições axial e

radial para a densidade básica da madeira dos clones avaliados. Observa-

se um comportamento padrão de aumento de densidade básica no sentido

medula-casca em quase todas as posições, porém, na posição 100% da

altura comercial houve uma grande diminuição na posição intermediária do

tronco, aumentando novamente quando mais próximo da medula. Essa

variação pode ser explicada pela inserção dos ramos da copa, sendo que

nessas regiões há alterações na estrutura anatômica da madeira, podendo

provocar tais variações (PALERMO et. al, 2003).

Este aumento gradativo de densidade básica no sentido medula-

casca caracteriza formação da madeira juvenil na região central (próxima a

medula) e adulta (próxima à casca). Esse modelo de variação é

amplamente retratado por inúmeros autores para a madeira de diferentes

espécies de eucalipto (PANSHIN e DE ZEEUW, 1980; HILLIS e BROWN,

1984; TOMAZELLO FILHO, 1985; SHIMOYAMA e BARRICHELLO, 1991;

OLIVEIRA, 1997; TRUGILHO et al., 2002; SILVA et al., 2005; GONÇALEZ

et al., 2006).

O resultado encontrado neste estudo está condizente com os

resultados obtidos por Silva (2018) estudando 5 clones do híbrido

Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla e um clone do híbrido

Eucalyptus grandis x Eucalyptus camaldulensis, com os resultados

encontrados por Lopes et al. (2011) analisando madeira de árvores de

Eucalyptus grandis, Eucalyptus urophylla e Eucalyptus dunnii, aos 18 anos,

visando à sua utilização pela indústria de móveis.

Considerando o comportamento da densidade básica ao longo

do fuste, observa-se que não há um comportamento padrão. Esses

resultados são semelhantes aos obtidos por São Teago (2012), estudando

variação da densidade básica da madeira ao longo do fuste de Eucalyptus

grandis x Eucalyptus urophylla, em plantios puros ou em consórcio com

Acacia mangium. Hsing et al. (2016), estudando variação da densidade

básica da madeira ao longo do fuste de híbridos de Eucalyptus grandis x

Eucalyptus urophylla, aos 2,25 anos de idade, encontraram tendência de

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decréscimo dos valores de densidade básica da madeira da base para o

DAP, com comportamentos distintos a partir do DAP.

TABELA 10 – INTERAÇÃO DOS VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE NOS SENTIDOS AXIAL E RADIAL DA MADEIRA DOS CLONES DE EUCALIPTO ESTUDADOS.

Posição Axial/Radial Externa Intermediária Interna

0% 0,529 Aa 0,496 Ab 0,439 Cc

25% 0,525 Aa 0,484 Ab 0,473 Ab

50% 0,525 Aa 0,491 Ab 0,426 Cc

75% 0,504 Ba 0,486 Ab 0,460 Bc

100% 0,539 Aa 0,459 Bc 0,481 Ab

Posição externa (mais próxima a casca); Posição intermediária; Posição interna (mais próxima a medula). Médias seguidas pela mesma letra na coluna (Maiúscula) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade para a posição axial de amostragem e médias seguidas pela mesma letra na linha (Minúscula) não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade para a posição radial de amostragem.

Por outro lado, Alzate et al. (2005), chegaram à conclusão que a

densidade básica da madeira de clones do hibrido do E. grandis x E.

urophylla, aos 8 anos de idade, aumentou no sentido base topo. De acordo

com Chies (2005), é esperada uma redução da densidade básica no

sentido base-topo da árvore, em razão da diminuição da porcentagem de

lenho adulto e, consequentemente, da maior proporção de madeira juvenil,

de menor densidade.

Os dados disponíveis na literatura de variação na densidade

básica ao longo do fuste demonstram que não há um padrão definido,

porém, para o gênero Eucalyptus há um decréscimo da densidade básica

até 50% da altura da árvore e crescentes desse ponto até o topo ou

corredução próximo ao topo (GOULART et. al, 2003).

As diferenças de densidade básica da madeira ocorrem devido

a variações na estrutura celular, principalmente na espessura da parede

celular, e diâmetro do lume, além da composição química da madeira

(TRUGILHO et al., 1996). Assim, maiores valores de densidade básica da

madeira são encontrados em genótipos com maior espessura da parede

celular e menor diâmetro da célula, tendo assim, um menor lume (VITAL,

1984; SETTE JUNIOR et al., 2012).

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Alguns autores, ao trabalhar com cinco posições ao longo do

tronco (0, 25, 50, 75 e 100%), reportaram a altura de 25% como a posição

de maior correlação com massa específica média para as madeiras de

Eucalyptus saligna e Eucalyptus grandis (Souza et al., 1986), Acacia

mangium (Vale et al., 1999) e Pinus caribaea var. hondurensis (Nogueira e

Vale, 1997).

A densidade varia significativamente entre árvores e dentro da

mesma árvore, tanto no sentido axial como no sentido radia (KOCH, 1972).

Este comportamento ficou bastante evidente no presente estudo, assim,

pode-se considerar que esta variabilidade, possivelmente, afetará as

propriedades que dependem ou se correlacionam com a densidade da

madeira, afetando a trabalhabilidade da madeira.

5.3 Determinação da variação dimensional

Os valores médios das contrações tangencial, radial e

volumétrica, assim como o Coeficiente Anisotrópico para os seis clones

estudados estão apresentados na Tabela 11.

De maneira geral, o clone FI F3 C219 apresentou

significativamente os valores mais altos para a contração radial (6,04%),

tangencial (8,89%) e volumétrica (14,49%), diferindo estatisticamente de

todos os outros materiais, exceto do clone FI F11 na contração tangencial,

enquanto que o clone VV H13 apresentou os valores mais baixos para a

contração tangencial (6,73%) e volumétrica (11,36%), diferindo

estatisticamente dos outros materiais apenas na contração tangencial.

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TABELA 11 – VALORES MÉDIOS DE CONTRAÇÃO RADIAL, TANGENCIAL, VOLUMÉTRICA E COEFICIENTE ANISOTRÓPICO DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS.

Clone Contração (%)

Coeficiente anisotrópico

Radial Tangencial Volumétrica T/R

VV H13 4,91 b 6,73 c 11,36 c 1,39 a

0,74* 0,94* 1,37* 0,23*

FI F8 4,68 b 7,57 b 11,91 c 1,69 a

1,05* 1,28* 1,81* 0,43*

FI F1 H13 5,11 b 7,42 b 12,19 c 1,49 a

0,86* 0,82* 1,32* 0,27*

EUCA 105 5,14 b 7,66 b 12,49 c 1,52 a

0,97* 1,37* 1,89* 0,24*

FI F11 5,30 b 8,41 a 13,39 b 1,63 a

0,94* 1,06* 1,58* 0,32*

FI F3 C219 6,04 a 8,89 a 14,49 a 1,52 a

1,40* 1,47* 2,18* 0,34*

Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. *Desvio Padrão.

Considerando apenas os resultados de contração radial, o clone

FI F3 C219 apresentou valor bem próximo ao encontrado por Carvalho et

al. (2015) para E. cloeziana (6,05%) com 16 anos de idade, diferente do

resultado médio encontrado pelo mesmo autor para Eucalyptus grandis

com a mesma idade (5,19%), valor este bem próximo ao encontrado por

Motta et al. (2014), estudando um híbrido clonal de eucalipto (E. urophylla

x E. grandis), que chegaram a um valor de contração radial de 5,02%, valor

próximo ao encontrado neste trabalho para os clones EUCA 105, VV H13

e FI F1 H13.

Quanto aos resultados de contração tangencial, o clone VV H13

foi o que obteve o menor valor (6,73%), seguido dos clones FI F1 H13, FI

F8 e EUCA 105, que apresentaram valores de 7,42%, 7,57 e 7,66%,

respectivamente, sendo todos esses valores inferiores aos encontrados por

Muller et al. (2014), que chegaram ao resultado de contração tangencial

para madeira de E. benthammi com seis anos de idade de 13,87%.

Carvalho et al. (2015), estudando madeira de E. cloeziana e E. grandis com

16 anos de idade, Motta et al. (2014), estudando um híbrido clonal de

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eucalipto (E. urophylla x E. grandis), e Alves et al. (2017), estudando

madeira de E. cloeziana com 10 anos de idade, também encontraram

valores superiores aos encontrados neste trabalho para contração

tangencial considerando os melhores materiais analisados.

Considerando os resultados de contração volumétrica, observa-

se que o clone VV H13 apresentou o menor valor (11,36%), e o clone FI F3

C219 apresentou o maior valor (14,49%), porém, de maneira geral, os

valores obtidos ficaram relativamente próximos aos resultados obtidos por

Motta et al. (2014) estudando um híbrido clonal de eucalipto (13,75%) e por

Carvalho et al. (2015), estudando madeira de E. grandis com 16 anos de

idade (13,03%), e foram inferiores aos resultados obtidos por Muller et al.

(2014), estudando a madeira de E. benthammi com seis anos de idade

(18,52%) e por Alves et al. (2017), estudando madeira de E. cloeziana com

10 anos de idade (19,68%).

Observa-se através dos desvios padrões que as variações dos

resultados podem ser classificados como de média dispersão, sendo que a

grande maioria dos resultados obtiveram coeficiente de variação entre 10

e 20%.

As maiores alterações dimensionais da madeira ocorrem no

sentido tangencial aos anéis de crescimento, seguidos pelo sentido radial,

sendo praticamente desprezível no sentido longitudinal (MOREIRA, 1999),

portanto os resultados deste estudo foram condizentes com tal

comportamento.

Gonçalez (1993) classifica a madeira quanto a retratibilidade

volumétrica, sendo que madeiras com retratibilidade volumétrica fraca

apresentam valores de 4% a 9%, com retratibilidade volumétrica média

valores de 9,1% a 14% e com retratibilidade volumétrica forte valores de

14,1% a 19%. Assim, o único clone considerado como madeira com

retratibilidade volumétrica forte foi o FI F3 C219.

Para Durlo e Marchiori (1992), o fator anisotrópico é o mais

importante índice para se avaliar a estabilidade dimensional da madeira,

sendo que os mesmos autores, consideram uma classificação da madeira

quanto a este parâmetro, sendo que para valores variando de 1,2 a 1,5, a

madeira é considerada excelente, valores variando de 1,5 a 2,0 a madeira

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é considerada normal, e acima de 2,0 a madeira é considerada de baixa

qualidade.

Considerando os valores de coeficiente anisotrópico, o clone VV

H13 obteve o menor valor de anisotropia (1,39), seguido do clone FI F1 H13

(1,49), e apesar de não diferirem estatisticamente dos clones EUCA 105,

FI F3 C219 e FI F11, foram classificados igualmente como madeira

excelente. Os demais clones foram todos classificados como madeira

normal, sendo que o clone FI F8 obteve o maior valor de coeficiente

anisotrópico (1,69), demonstrando que possuem potencial para outras

utilizações, como o uso industrial por exemplo.

Todos os valores encontrados foram bastante inferiores aos

encontrado por Muller et al. (2014) para a madeira de E. benthammi com

seis anos de idade (2,36). Porém, apesar de também possuírem valores

menores, ficaram mais próximos aos resultados encontrados por Carvalho

et al. (2015) para E. cloeziana (1,71) e para E. grandis (1,59) com 16 anos

de idade, e por Motta et al. (2014) para um híbrido clonal de eucalipto

(1,81).

Analisando os resultados e as classificações recomendadas por

Goncalez (1993) e Durlo e Marchiori (1992), pode-se afirmar que a madeira

dos clones analisados não devem apresentar problemas mais graves em

seus aproveitamentos, desde que o processo de desdobro e secagem

sejam conduzidos conforme as técnicas recomendadas.

5.4 Densidade Aparente (12%), Compressão Paralela e

Perpendicular às Fibras

Os valores médios de densidade aparente à 12% de umidade

são apresentados graficamente na Figura 13. O clone FI F3 C219

apresentou maior valor médio de densidade aparente (0,592 g/cm³), não

diferindo estatisticamente dos clones FI F11 e FI F1 H13, que apresentaram

valores de densidade aparente de 0,580 e 0,569 g/cm³, respectivamente.

Os clones com menores valores de densidade aparente foram os clones

EUCA 105 (0,548 g/cm³) que diferiu estatisticamente dos clones VV H13 e

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FI F8 com os valores médios de densidade aparente de 0,516 e 0,517

g/cm³, respectivamente.

FIGURA 13 – GRÁFICO ILUSTRANDO OS VALORES MÉDIOS DE

DENSIDADE APARENTE (12%) DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS.

Em média, os valores de densidade aparente foram condizentes

com valores observados para outras espécies de Eucalyptus spp.

Evangelista et al. (2010), estudando madeira de E. urophylla com seis anos

de idade chegaram ao valor médio de densidade aparente de 0,55 g/cm³.

Já Muller et al. (2014) ao analisar a madeira de E. benthamii com seis anos

de idade no Estado de Santa Catarina encontraram valor médio de 0,56

g/cm³. Arantes (2009), ao avaliar a madeira de um clone de E. grandis x E.

urophylla, também com seis anos de idade, considerando três classes

diamétricas, chegou a valores variando entre 0,52 e 0,59 g/cm3, variação

semelhante a encontrada neste trabalho.

Nogueira et al. (2018), estudando a madeira de E. umbra com

28 anos de idade encontraram valor médio de densidade aparente à 12%

de umidade de 0,89 g/cm³, valor bem superior ao encontrado neste

trabalho, podendo ser explicado pela diferença de idade entre os materiais.

Conforme observado por Sette Júnior et al. (2012) e Santana et al. (2012),

que concluíram que a densidade aumenta gradativamente com a idade,

0,516 c 0,517 c 0,548 b0,569 a

0,580a0,592 a

0,000

0,100

0,200

0,300

0,400

0,500

0,600

0,700

VV H13 FI F8 EUCA 105 FI F1 H13 FI F11 FI F3 C219

Den

sid

ade

Ap

aren

te

Clones de Eucalyptus

Densidade Aparente (12%)

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sendo que madeiras adultas apresentam menor quantidade de lenho

juvenil, tendo células com paredes mais espessas e consequentemente

maior densidade.

O módulo de ruptura (fc0) e módulo de elasticidade (Ec0) para o

ensaio de compressão paralela às fibras, módulo de ruptura (fc90) e módulo

de elasticidade (Ec90) para o ensaio de compressão perpendicular às fibras

na madeira de seis clones de eucaliptos com cinco anos de idade estão

apresentados na Tabela 12.

TABELA 12 – VALORES MÉDIOS DE RESISTÊNCIA (fc0,m) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (Ec0,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS; RESISTÊNCIA (fc90,m) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (Ec90,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO PERPENDICULAR ÀS FIBRAS DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS.

Clone fc0,m Ec0,m fc90,m Ec90,m

MPa

FI F8 39,19 b 9.884 b 5,52 a 379,54 a

3,91* 1037,15* 1,26* 90,16*

FI F3 C219 41,42 a 10.736 a 5,17 a 382,86 a

4,83* 1136,86* 0,96* 174,42*

FI F1 H13 42,34 a 10.370 b 6,08 a 414,92 a

2,65* 706,41* 1,39* 141,94*

FI F11 43,03 a 10.832 a 5,37 a 350,89 a

4,22* 1088,98* 1,25* 101,89*

VV H13 43,28 a 10.728 a 5,87 a 399,37 a

3,63* 1042,42* 1,71* 131,51*

EUCA 105 43,35 a 10.978 a 6,04 a 387,30 a

3,19* 786,95* 0,99* 157,89* Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. *Desvio Padrão.

Considerando o ensaio de compressão paralela às fibras, os

clones EUCA 105, VV H13, FI F1 H13, FI F3 C219 e FI F11 não obtiveram

diferenças significativas entre eles, tendo valores de módulo de ruptura (fc0)

à compressão paralela às fibras de 43,35, 43,28, 42,34, 41,42 e 43,03 MPa,

respectivamente. O material menos resistente ao ensaio de compressão

paralela às fibras foi o FI F8 com o valor médio de 39,19 MPa.

O módulo de elasticidade (Ec0) expressa a capacidade que a

madeira têm de voltar a sua condição original, sem alterar suas

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propriedades, após ser submetida a uma força, assim, os clones EUCA

105, VV H13, FI F3 C219 e FI F11 obtiveram os maiores resultados do

parâmetro analisado, não diferindo estatisticamente entre si, já os clones

FI F1 H13 e FI F8 apresentaram valores inferiores, possuindo valores de

Módulo de Elasticidade (Ec0) de 10.370 e 9.884 MPa, respectivamente.

Nogueira et al. (2018), estudando madeira de Eucalyptus umbra

com 28 anos de idade obteve valor médio de resistência à compressão

paralela às fibras de 42,7 MPa, resultado inferior aos resultados

encontrados para os clones superiores (EUCA 105, VV H13 e FI F11) e

resultado semelhante aos encontrados para os clones com resistência

intermediária (FI F1 H13 e FI F3 C219), porém o valor encontrado pelos

mesmos autores para o módulo de elasticidade (14.576,8 MPa) foi superior

aos encontrados neste estudo para todos os materiais analisados.

Muller et al. (2014), estudando um plantio de E. benthamii com

aproximadamente seis anos de idade e espaçamento inicial de 2,5 x 2,0 m,

sendo submetido a um desbaste seletivo por baixo com 20% de

intensidade, encontraram valores médios de resistência à compressão

paralela às fibras de 37,34 MPa e do módulo de elasticidade de 2.565,00

MPa.

Benin et al. (2017) ensaiando madeira de E. benthamii aos seis

anos de idade chegaram ao valor médio de resistência à compressão

paralela às fibras de 31,23 MPa e de Rigidez de 4.621,19 MPa, valores

inferiores aos encontrados para os clones ensaiados. Entretanto, os

resultados encontrados por Pereira et al. (2016) para o ensaio de

resistência à compressão paralela às fibras (59,17 MPa) com madeira de

E. urograndis com 14 anos de idade foi bastante superior aos encontrados

neste estudo.

Silva (2018) estudando cinco clones do híbrido E. grandis x E.

urophylla e um clone do híbrido E. grandis x E. camaldulensis, com 14 anos

de idade, encontrou valores médios de resistência à compressão paralela

às fibras variando de 42,11 a 53,75 MPa. Isso demonstra que os clones

analisados neste estudo, apesar de serem jovens, apresentaram

resultados promissores quanto a utilização diversificada da madeira.

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Considerando o ensaio de compressão perpendicular ou normal

às fibras, não houve diferenças significativas ao nível de 5% de

probabilidade tanto para o módulo de ruptura (fc90) quanto para o módulo

de elasticidade da madeira (Ec90) de todos os clones ensaiados. Os valores

de fc90 variaram de 5,17 a 6,08 MPa e os valores de Ec90 variaram de 350,89

a 414,92 MPa.

Os resultados encontrados neste estudo foram superiores aos

encontrados por Nogueira et al. (2018) para a madeira de E. umbra com 28

anos de idade, e inferiores aos resultados encontrados por Pereira et al.

(2016) estudando madeira de E. urograndis com 14 anos de idade.

Considerando os desvios padrões, no ensaio de compressão

paralela às fibras, a grande maioria dos resultados podem ser classificados

como de baixa dispersão, demonstrando que as peças são bastante

homogêneas quando a resistência no ensaio citado. Porém, no ensaio de

compressão perpendicular às fibras, os desvios podem ser classificados

como de alta e muito alta dispersão.

Apesar de se tratar de madeiras juvenis, os resultados

demonstram um bom potencial para a utilização diversificada da madeira,

como em pequenas estruturas, de todos os materiais analisados, haja vista

que houve pouca diferença entre os valores (apenas o Clone FI F8 obteve

diferença significativa o nível de 5% de probabilidade), desde que haja o

correto dimensionamento das peças de madeira.

Porém, deve-se ressaltar que os resultados obtidos demonstram

uma limitação quanto a utilizações mais exigentes, sendo que essa

característica está diretamente ligada à massa específica básica da

madeira, composição do lenho e sua estrutura anatômica, entre outras, a

idade dos indivíduos que ainda são jovens.

5.5 Flexão Estática e Dureza Janka

Os valores médios de módulo de ruptura (fM) e módulo de

elasticidade (EM) para o ensaio de flexão estática e os valores médios de

dureza Janka nos três sentidos anatômicos da madeira, em Newton, na

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madeira de seis clones de eucaliptos com 5 anos de idade estão

apresentados na Tabela 13. Todos os desvios dos resultados podem ser

considerados como de média e alta dispersão.

TABELA 13 – VALORES MÉDIOS DE RESISTÊNCIA (fM,m) E MÓDULO DE ELASTICIDADE (EM,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE FLEXÃO ESTÁTICA, DUREZA JANKA PARALELA ÀS FIBRAS (fH0,m), DUREZA JANKA NO SENTIDO RADIAL (fHRadial,m) E DUREZA JANKA NO SENTIDO TANGENCIAL (fHTangencial,m), DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE E TESTE DE MÉDIAS.

Clone fM,m EM,m fH0,m

fH

Radial,m fH

Tangencial,m

MPa N

FI F8 69,72 a 6.254 a 4.553 a 3.665 a 3.729 b 7,87* 967,02* 809,07* 792,51* 892,27*

FI F1 H13 70,83 a 6.089 a 4.070 a 3.834 a 3.910 a 12,64* 849,43* 682,46* 756,22* 587,91*

EUCA 105 71,42 a 6.940 a 4.250 a 3.988 a 4.114 a 19,46* 1795,06* 900,81* 645,15* 728,56*

VV H13 74,89 a 6.246 a 4.480 a 4.085 a 4.108 a 16,78* 1420,83* 1127,53* 642,73* 787,76*

FI F11 76,06 a 6.718 a 4.408 a 3.171 b 3.394 b 13,45* 1504,72* 541,21* 753,41* 723,79*

FI F3 C219 77,95 a 7.119 a 4.694 a 3.631 a 3.859 a 10,47* 1852,91* 905,40* 440,52* 756,20*

Médias seguidas pelas mesmas letras na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de probabilidade. *Desvio Padrão.

Não foram observadas diferenças significativas para os valores

médios do módulo de elasticidade (EM) e do módulo de ruptura (fM) no

ensaio de flexão estática entre os seis clones avaliados, sendo que o fM

variou de 69,72 a 77,95 MPa e o EM variou de 6.089 a 7.119 MPa.

Silva (2018), estudando híbridos de Eucalyptus com 14 anos de

idade observou grande variação entre os clones, sendo que os resultados

de fM ao ensaio de flexão estática na posição mais interna da árvore

variaram de 54,32 a 92,66 MPa.

Gonçalves et al. (2009), avaliando a madeira de um híbrido

clonal de E. urophylla x E. grandis, aos 70 meses de idade, observaram

resistência à flexão estática variando de 82,95 a 83,21 MPa, e módulo de

elasticidade entre 9.652 e 9.798 MPa. Já Nogueira et al. (2018), avaliando

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madeira de Eucalyptus umbra observaram resistência à flexão estática

médio de 84,1 MPa, e módulo de elasticidade médio de 14.310,8 MPa,

todos esses valores superiores aos encontrados neste trabalho.

Muller et al. (2014) estudando a madeira de E. benthamii com 6

anos de idade encontraram valores médios de fM e de EM no ensaio de

flexão estática de 83,53 e 9.754,67 MPa, respectivamente, resultados

superiores aos observados neste estudo. Já Benin et al. (2017), avaliando

a mesma espécie com a mesma idade no espaçamento 3 x 2 m,

observaram valores médios de fM e de EM no ensaio de flexão estática de

74 e 8.330 MPa, sendo valores mais próximos aos encontrados neste

trabalho.

A baixa resistência da madeira à flexão estática pode limitar seus

usos na construção civil para produtos que necessitam de maior resistência

à flexão, como pontes e telhados, portanto, deve-se tomar os devidos

cuidados no dimensionamento das peças nessas utilizações.

Em relação ao ensaio de dureza Janka, não houve diferenças

significativas no resultado médio de resistência na face axial ou paralela às

fibras, sendo que nessa posição foram observados os maiores valores,

considerando os três sentidos anatômicos da madeira, variando de 4.070 a

4.694 N.

No sentido radial, não houve diferença significativa entre os

clones EUCA 105, VV H13 e FI F1 H13, FI F3 C219 e FI F8, que

apresentaram valores médios de resistência de 3.988, 4.085 e 3.834 N,

3.631 e 3.665 N, respectivamente, e por fim, o clone com a menor

resistência foi o FI F11, com valor de 3.171 N, diferenciando

estatisticamente dos demais.

Já na face tangencial da madeira, não houve diferença

significativa entre os clones EUCA 105, VV H13 e FI F1 H13 e FI F3 C219,

que obtiveram valores médios de resistência de 4.114, 4.108, 3.910 e 3.859

N, respectivamente, e por fim, os clones com os menores valores médios

de resistência ao ensaio de dureza Janka no sentido tangencial foram o FI

F8 e FI F11, com valores de 3.729 e 3.394 N, respectivamente,

diferenciando estatisticamente dos demais.

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Os resultados encontrados neste trabalho foram inferiores aos

encontrados por Muller et al. (2014) estudando madeira de E. benthamii

com seis anos de idade, que encontrou fH0 = 5.632,94 N, fH Radial = 5.138

N e fH Tangencial = 4.137 N, aos encontrados por Gonçalez et al. (2006)

analisado a dureza da madeira de E. grandis (5.207 para a face radial e

6.512 N para a face tangencial) e para E. cloeziana (11.111 para a face

radial e 11.444 N para a face tangencial).

Porém, Nogueira et al. (2018), avaliando madeira de E. umbra

com 28 anos de idade, observaram valor médio de dureza Janka no sentido

paralelo às fibras de 1.175 N e no sentido normal às fibras de 2.092 N,

valores inferiores aos encontrados neste estudo.

De maneira geral, considerando os resultados obtidos quanto a

resistência ao ensaio de dureza Janka dos materiais analisados, podemos

classificá-los como madeira de média dureza, segundo a classificação de

dureza sugerida pela Associação Nacional de Pisos de Madeira – ANPM

(2015) para as espécies brasileiras utilizadas na produção de pisos de

madeira, sendo um resultado satisfatório quanto a este parâmetro.

A norma NBR 7190 (ABNT, 1997) estabelece algumas classes

de qualidade que estão relacionadas à resistência e massa específica da

madeira. A Tabela 3 define as condições mínimas de resistência e rigidez

que determinada espécie de madeira folhosa ensaiada deve apresentar

para ser enquadrada nas respectivas classes de resistência. Para que se

possam comparar os valores há necessidade de transformar as

resistências médias em resistências características, seguindo as

recomendações da norma NBR 7190 (ABNT, 1997).

Na Tabela 14 são apresentados os valores de resistência e

rigidez características da madeira dos clones ensaiados. Considerando a

resistência à compressão paralela às fibras em valores característicos, os

Clones FI F11, VV H13 e EUCA 105 enquadram-se na Classe C30 e os

demais materiais com valores um pouco abaixo de 30 MPa, seriam

enquadrados na Classe C20 (ABNT, 1997).

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TABELA 14 – VALOR CARACTERÍSTICOS DE RESISTÊNCIA (fc0,k) E VALOR MÉDIO DO MÓDULO DE ELASTICIDADE (Ec0,m) OBTIDOS NO ENSAIO DE COMPRESSÃO PARALELA ÀS FIBRAS, VALORES MÉDIOS DE DENSIDADE BÁSICA E DENSIDADE APARENTE, DA MADEIRA DE SEIS CLONES DE EUCALIPTO COM 5 ANOS DE IDADE.

Clones fc0k (MPa) fvk (MPa) Ec0,m(MPa) ρbas,m

(g/cm³) ρaparente

(g/cm³)

FI F8 27,43 3,29 9.884 0,494 0,517

FI F3 C219 28,99 3,48 10.736 0,501 0,592

FI F1 H13 29,64 3,56 10.370 0,487 0,563

FI F11 30,12 3,61 10.832 0,487 0,580

VV H13 30,30 3,64 10.728 0,475 0,516

EUCA 105 30,34 3,64 10.978 0,482 0,548

Fc0k – resistência à compressão paralela às fibras, valor característico; fvk – resistência ao cisalhamento, valor característico; Ec0,m – módulo de elasticidade na compressão paralela às fibras, valor médio; ρbas,m – densidade básica da madeira, valor médio; ρaparente – densidade aparente da madeira. Fonte: NBR 7190/97 – Adaptada.

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6 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos para os parâmetros

dendrométricos pode-se concluir que os clones FI F11 (Eucalyptus

urophylla x Eucalyptus grandis), FI F8 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus

grandis), FI F3 C219 (Eucalyptus camaldulensis), VV H13 (Eucalyptus

urophylla x Eucalyptus grandis), FI F1 H13 (Eucalyptus urophylla x

Eucalyptus grandis) e EUCA 105 (Eucalyptus urophylla x Eucalyptus

grandis) são os mais recomendados para a implantação na região Norte de

Mato Grosso.

Considerando os resultados para a densidade básica, pode-se

classificar a madeira dos clones analisados como madeira leve ou de baixa

densidade.

Quanto à contração, a madeira da maioria dos clones foi

considerada como madeira de retratibilidade média, e quanto ao coeficiente

de anisotropia, a grande maioria dos clones foi classificada como madeira

normal, portanto os materiais não devem apresentar problemas mais

graves em seus aproveitamentos, desde que o processo de desdobro e

secagem sejam conduzidos conforme as técnicas recomendadas.

Com relação as propriedades mecânicas, apesar de se tratar de

madeiras juvenis, os materiais avaliados apresentaram valores

intermediários de resistência e rigidez. Deste modo, adotando um

dimensionamento adequado das peças, todos os clones ensaiados podem

ser empregados como fonte de matéria-prima para construção civil.

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