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QUALIDADE DE ENERGIA NOS SISTEMAS INDUSTRIAIS
POWER QUALITY IN INDUSTRIAL SYSTEMS
Pedro Henrique Xavier Ramos Chiqueteli1
Adilson Massa2
RESUMO
Atualmente a maioria dos equipamentos, tanto domésticos quanto industriais, dependem para
seu funcionamento da energia elétrica. O oferecimento de energia elétrica pode apresentar
distúrbios que comprometem sua qualidade, podendo causar danos tanto aos equipamentos de
medição quanto a equipamentos mais sensíveis do consumidor. Nesse sentido, a qualidade da
energia recebida influencia na vida útil de alguns equipamentos, podendo acarretar em custos
para as indústrias, causar falha na produção, dentre outros problemas. O objetivo desse estudo
é analisar quais os fatores que contribuem com a qualidade no fornecimento de energia nos
sistemas industriais. A metodologia utilizada nessa pesquisa é de revisão bibliográfica,
abarcando fatores que contribuem para a boa qualidade de funcionamento, segurança e
durabilidade do fornecimento de energia nas indústrias, como seguimento de normas (Nr10), e
estudo de caso utilizando dados da ANEEL para analisar a qualidade da energia em uma
determinada região do país. O resultados evidenciaram a necessidade de melhoria tanto no
fornecimento de dados especificando as classes dos consumidores, quanto na qualidade
referente a análise da Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora e
Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora.
Palavras chave: Energia elétrica. Qualidade da energia elétrica (QEE). Falha do fornecimento
de energia.
ABSTRACT
Currently most of the equipment both domestic and industrial depend for the operation of
electric energy. The supply of electric power can present disturbances that compromise its
quality and can cause damage to both the measuring equipment and the most sensitive
equipment of the consumer. In this sense, the quality of the energy received influences the
useful life of some equipment, being able entail to charge for costs to the industrialists, to
causing production failure, among other problems. The objective of this study is to analyze
which factors contribute to the quality of energy supply in industrial systems. The methodology
used in this research is a literature review, encompassing factors that contribute to the good
quality of operation, safety and durability of energy supply in industries, such as following
1 Graduando no Curso de Engenharia Elétrica da Universidade de Araraquara – UNIARA. E-mail:
[email protected] 2 Engenheiro e Professor Universidade de Araraquara – UNIARA. E-mail: [email protected]
2
standards (Nr10), and the ANEEL data case study for power quality analysis in a particular
region of the country. The evidence is a reason of data in the level of specification in order to
customers specific class for consumption and frequency Equivalent of Interruption by
Consumer Unit.
Keywords: Electric power. Quality of electrical energy (EQS). Power failure.
INTRODUÇÃO
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2017) são 80 milhões de
unidades consumidores, de diversos perfis, atendidas por 98 concessionárias e permissionárias
de distribuição de energia elétrica, sendo consumida pela indústria brasileira cerca de 46% da
demanda total do país, e, segundo Mamede Filho (2015) numa instalação industrial os motores
elétricos consomem em média de 75% da energia de demanda.
No que tange ao setor de produção industrial, a utilização de processos automatizados
em sistemas produtivos e de equipamentos eletronicamente controlados nas indústrias tem
ocorrido cada vez mais intensamente. Isso se dá pela busca de obter uma melhoria nos seus
processos, a fim de enfrentar a concorrência devido à globalização da economia.
Consequentemente, a manutenção desses sistemas requer um fornecimento de energia elétrica
de melhor qualidade, até porque, quando da interrupção ou falha de fornecimento pode causar
prejuízos no processo de produção (MELO, 2008; MELO; CAVALCANTI, 2008).
Coelho e Cabrera (2000 apud CHEMIN NETTO et al., p. 2) relacionam que para o
consumidor industrial, as consequências de falha ou interrupções no fornecimento de energia
elétrica, pode ocasionar custos referente a parada no processo produtivo, acarretando em “perda
de produção [...], danos em equipamentos e instalações, matérias-primas ou produtos finais
estragados ou danificados, ociosidade forçada da mão de obra, e operação de equipamentos de
emergências.”
A qualidade da energia pode ser um problema para a indústria 4.0, ou como também é
conhecida Quarta Revolução Industrial, atual estágio vivenciado mundialmente, consequente
do avanço da Inteligência Artificial, da Computação Cognitiva e de outras inovações
tecnológicas, na qual a robotização é utilizada em grande escala, característica da
“automatização das fábricas, fundamentada na concepção de sistemas a partir de uma rede de
máquinas, propriedades e sistemas de informações em toda a cadeia de valor e por todo o ciclo
de vida do produto” e para isso, é fundamental o fornecimento de energia de qualidade, para
que os robôs e sistemas de automação possam produzir (SILVA, COUTINHO FILHO,
ARAUJO, 2017 ).
3
O problema de fornecimento de energia elétrica, segundo o Observatório do setor
elétrico brasileiro, órgão do Instituto Acende Brasil (2014, grifo do autor), pode ser decorrente
de eventos devidos a falhas de indução e de compatibilidade eletromagnética nas subestações,
sendo denominado pelo setor de “ocorrência”, que pode ter origem interna, ocasionada por
“escassez do recurso energético natural (caso de estiagem em hidrelétricas e período de
‘calmaria’ – falta de ventos – no caso de eólicas); sobrecarga; falha de equipamento;
planejamento equivocado; e erro operacional”, ou origem externa, devido a tempestades,
queimadas; acidentes envolvendo batidas em postes, objetos enroscados nos cabos elétricos;
manipulação de instalações de distribuição por terceiros como furto de energia, furto de cabos
e equipamentos ou mesmo sabotagem na rede (INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2014).
Além das ocorrências, conforme o Operador Nacional do Sistema elétricos (ONS,
2009), o setor denomina como perturbação quando essa leva ao desligamento forçado de
componentes do sistema interligado, podendo ocasionar o corte de carga; desligamento de
outros componentes do sistema; danos em equipamentos; ou violação de limites operativos. E,
segundo afirmam Melo (2008) e Melo e Cavalcanti (2008), tornou-se uma preocupação tanto
para as distribuidoras quanto para o consumidor, e a nível industrial vem sendo objeto de
diversas pesquisas no setor.
Todos esses fatores impactam na qualidade do fornecimento de energia, tornando-a uma
tarefa complexa, isso porque envolve múltiplas dimensões no fornecimento, como
confiabilidade, conformidade e presteza do serviço. Sendo classificado como adequado o
serviço que envolve a combinação dessas três dimensões, já que a qualidade está diretamente
relacionada a atuação conjunta de agentes que inclui geradores, transmissores e distribuidores
(INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2014).
Castro (2017, p. 5) ressalta a importância, por se tratar de um serviço essencial, sobre a
necessária e continua “averiguação e controle de parâmetros técnicos da imensa e complexa
rede de distribuição, que cobre a dimensão continental do Brasil.” E por um lado, por se
tratar de uma concessão pública, apresentando estrutura de mercado de monopólio natural, seu
contrato garante um equilíbrio financeiro definido, entre outras coisas, pelas taxas de
remuneração do capital investido, e por outro lado, exigindo níveis de qualidade e
confiabilidade do serviço de distribuição da energia elétrica.
Dentre os estudos voltados a determinação dos custos das perdas devido a qualidade de
energia elétrica (QEE), relacionam-se os de Wacker e Billinton (1989); de Kariuki e Allan
(1996) e de Sullivan et al. (1996) que trazem resultados das variações de curta duração e do
desligamento decorrente da interrupção de energia. No Brasil, destacam-se estudos para avaliar
4
o impacto ou prejuízo econômico, quando acontece um evento intempestivo de corte de energia,
como os de Hideki et al. (2003), Leitão (2004), Magalhães (2008), e mais recentemente o
preparado pela Sinapsis Inovação em Energia Ltda, pela Mercados de Energia Consultoria Ltda,
e a Mercados Energéticos Consultores S.A. (2016), e do “Consultor” para a Aneel, alertando
sobre os custos gerados dessas interrupções.
Diante do exposto, e da afirmativa de Wacker e Billinton (1989, p. 919), de que “a
função básica de um moderno sistema de energia elétrica é para fornecer um fornecimento
elétrico adequado aos seus clientes tão economicamente quanto possível e com um nível
razoável de confiabilidade”, estudos que corroborem com o entendimento do tema, e alertem
sobre os problemas decorrentes do corte ou falha do fornecimento de energia, que possam afetar
a qualidade de energia nos sistemas industriais, tornam-se importantes na medida em que a
tecnologia tem assumido diversas processos de produção nos sistemas industriais.
O objetivo desse estudo é analisar quais os fatores que contribuem com a qualidade no
fornecimento de energia nos sistemas industriais.
A metodologia utilizada nesse estudo é de revisão bibliográfica, abarcando fatores que
contribuem para a boa qualidade de funcionamento, segurança e durabilidade do fornecimento
de energia nas indústrias, como seguimento de normas (Nr10), e como método utilizou-se o
estudo de caso, com coleta de dados no site da ANEEL, analisou- a qualidade da energia elétrica
fornecida em determinada região.
1 ENERGIA ELÉTRICA QUALIDADE E DEFINIÇÕES
A preocupação com a qualidade da energia teve início no Brasil nos anos de 1920,
juntamente com a criação da Comissão de Estudos de Forças Hidráulicas vinculada ao
Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. No ano de 1940, após diversas reformas e
mudanças de nomenclatura, o Decreto Lei n. 6.402, criou a Divisão de Águas do Departamento
Nacional de Produção Mineral. Em 1960 o Decreto Lei n. 3.782 criou o Ministério de Minas e
Energia, alterando a denominação da Divisão Águas, em 1965 para Departamento Nacional de
Águas e Energia (DNAE), que em 1968 pelo Decreto n. 63.951 a denominou Departamento
Nacional de Águas e Energia Elétrica (DNAEE) (CORRÊA, 2007).
Atualmente, a crescente utilização de equipamentos tecnológicos, tanto a nível
comercial, residencial quanto industrial, em consonância com as exigências do novo modelo do
setor elétrico brasileiro, contribuem para tornar os requisitos de qualidade ainda mais rígidos
para o fornecimento de energia. Esse cenário tem levado a uma preocupação, referente a
5
influência da qualidade da energia elétrica (QEE) sobre equipamentos e processos, tanto pelas
empresas concessionárias dos serviços de eletricidade, quanto dos consumidores finais (CRUZ,
2007).
O interesse pelo assunto, segundo Dugan et al. (1996) é movido por quatros razões,
consideradas principais pelos autores:
1 – Equipamentos elétricos: muitos atualmente são controlados por microprocessadores
e ou componentes sensíveis a variações da QEE;
2 – Ênfase na melhoria da eficiência dos sistemas de potência: almejando ganhos de
produtividade o que tem levado ao crescimento de equipamentos de alta eficiência, motores
ajustados por velocidade e capacitores para correção de potência, visando redução de perdas;
3 – Crescimento da conscientização dos usuários finais de energia elétrica sobre os
problemas relacionados com a QEE: o acesso a informações sobre interrupções de
fornecimento, variações de tensão de curta duração (sag e swell) e transitórios provocados por
chaveamentos, tem ocasionado questionamentos e cobranças às concessionárias dos serviços
de eletricidade, no sentido de que seja melhorada a qualidade da energia fornecida;
4 – Grande quantidade de sistemas interconectados em rede: diferindo dos sistemas
isolados utilizados no passado, que por sua vez podem ocasionar falha em qualquer
componente.
Complementando esses motivos, ressalta-se a importância da qualidade da energia,
correspondendo a um diferencial para promoção do desenvolvimento regional, aliado a
incentivos fiscais, meios de transporte, proximidade entre matéria-prima e centros
consumidores (CRUZ, 2007), a continuidade e conformidade da energia elétrica que são fatores
influentes na qualidade da energia (BONEBERG et al., 2017), e o fator competitividade entre
as empresas fornecedores de energia, na busca de contratos diferenciados em função dos
requisitos de qualidade da energia (LEBORGE, 2003).
Sob o ponto de vista tecnológico, a análise da QEE somente pode ser detectada ou
mensurada quando da constatação de interrupções no fornecimento de energia ((MEHL, 2012).
Segundo Oleskovicz et al. (2006) para alcançar a QEE é preciso manter o nível de tensão
dentro de certos limites operacionais aceitáveis, tanto para transmitir quanto para distribuir, e
esses níveis regulam-se por medidas de controle, já que estão sujeitos a variações ocasionais de
tensão, que mesmo dentro do limite pré-estabelecido pode causar operações incorretas em
equipamentos elétricos sensíveis utilizados nos diversos setores.
A energia elétrica chega ao consumidor por meio de um complexo denominado de
Sistemas de Potência de Energia, formado por usinas geradoras e subestações, linhas de
6
transmissão, linhas de distribuição e alimentadores. O sistema de energia tem início nas usinas
geradoras, onde ocorre a geração da energia elétrica, na sequência é transportada por uma
complexa rede de Linhas de Transmissão Aéreas ou de Cabos subterrâneos até alcançar os
centros consumidores (MELO, 2008).
Na avaliação desses sistemas, para detectar se a operação está dentro das condições
normais, utilizam-se duas grandezas básicas: a tensão e a frequência. Em um sistema
interligado, a frequência situa-se na faixa de 60 ± 0,5Hz. Já a grandeza tensão requer observar
três aspectos considerados principais: “a forma de onda, a qual deve ser o mais próximo possível
de uma senóide; a simetria de fases do sistema elétrico e as magnitudes das tensões dentro de
limites aceitáveis.” (OLESKOVICZ et al., 2006, p. 332).
1.1 Fenômenos que afetam a qualidade da energia
Quando se emprega o termo qualidade de energia, faz-se referência a diversos
“fenômenos eletromagnéticos que influenciam as formas de onda de tensão e corrente do
sistema elétrico de potência em um dado tempo e local.” (CORRÊA, 2007, p. 10).
Dugan et al. (1996) observaram a ocorrência de fenômenos como: afundamentos e/ou
elevações de tensões (sag / swell), interrupção da tensão, distorções harmônicas, flutuações de
tensão, transitórios oscilatórios ou impulsivos, ruídos, sobretensões e sobtensões, considerados
aleatórios ou intrínsecos no sistema elétrico, fazendo com que a tensão e frequência sofressem
alterações, levando a deteriorar a qualidade do fornecimento de energia elétrica. A figura 1
identifica, de forma geral, algumas dessas perturbações na forma de ondas de tensão.
Figura 1 – Alguns dos distúrbios típicos que ocorrem na forma de onda da tensão
Fonte: Corrêa (2007, p. 10).
Corroborando na relação desses fenômenos, a Aneel (2016) especifica a existência de
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diversos parâmetros que podem ser considerados na análise, como flutuação de tensão,
variações de tensão de curta duração, desequilíbrio de sistemas trifásicos, entre outros.
Para Oleskovicz et al. (2006) essas situações, em sistemas de potência, são comuns e
podem ser ocasionadas por descargas atmosféricas, correntes de magnetização dos
transformadores, faltas sustentadas, correntes de partida de grandes motores, ou pelos efeitos
capacitivos e de chaveamento em linhas de transmissão. Sendo que, análise e entendimentos
desses fenômenos associados às condições anormais auxiliam na mitigação e retificação dos
mesmos. Aggarwal e Kim (2000) sugerem, para análise dos distúrbios em sistemas Elétricos de
Potência (SEP), ligados a QEE as ferramentas Transformada de Fourier com Janela (TFJ),
Transformada Wavelet (TW) e Redes Neurais Artificiais (RNAs).
Lima (2009) classifica como distúrbio de QEE qualquer anomalia referente a tensão
corrente ou desvio de frequência, que acarrete problemas na operação de equipamentos
elétricos. Logo, para ele, as questões econômicas estão relacionadas a QEE, tendo em vista
distúrbios comuns poderem ocasionar maus funcionamento de equipamentos, levando ao
aumento do consumo e assim causando possíveis avarias.
A Aneel, por meio da publicação dos Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica
no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST, Módulo 8 – Qualidade da Energia Elétrica, relaciona
três seções: Seção 8.1 - QUALIDADE DO PRODUTO [...] Seção 8.2 - QUALIDADE DO
SERVIÇO [...] Seção 8.3 - QUALIDADE DO TRATAMENTO DE RECLAMAÇÕES.
(ANELL, 2018, p. 5). Essas seções estabelecem os procedimentos relativos à qualidade da
energia elétrica (QEE), e nesse sentido, Cruz (2007) relaciona que a qualidade de energia
elétrica que não atende aos requisitos básicos, estipulados pelo PRODIST – Modulo 8, geram
perdas tanto na produção, devido à ociosidade do processo, quanto nos equipamentos instalados
em funcionamento, devido à falta de fornecimento de energia elétrica.
1.2 NR 10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade
A NR 10 é uma norma reguladora que,
[...] estabelece requisitos e condições mínimas objetivando a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou
indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com
eletricidade. (BRASIL, 2004, p. 1).
Tem sua aplicação focada
8
[...] às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo
as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das
instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas
proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais estabelecidas
pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão destas, as normas
internacionais cabíveis. (BRASIL, 2004, p. 1).
Ao garantir requisitos de segurança dos serviços que envolvem a eletricidade, essa
norma também promove a responsabilidade de garantir a saúde, a segurança e a integridade
física dos profissionais envolvidos direta ou indiretamente na prestação de atividades e serviços
ligados e energia elétrica.
Uma de suas diretrizes é o estabelecimento da obrigatoriedade de os profissionais
envolvidos com as atividade elétricas realizarem treinamento de 40 horas, correspondendo a
uma espécie de curso básico da NR 10, com conteúdo programático abordando as principais
características do trabalho com eletricidade, seus riscos, medidas de controle, e técnicas e
procedimentos seguros de trabalho em eletricidade.
Sua efetividade pode ser comprovada mediante a busca pelas empresas privadas do meio
elétrico em adotarem-na como forma de oferecer ambiente de trabalho mais seguro, melhoria
de qualidade de vida e segurança de seus colaboradores.
1.3 Índices de continuidade
Como forma de manter a qualidade na prestação do serviço de distribuição de energia
elétrica, a ANEEL exige das concessionárias um padrão de continuidade, e para isso edita os
limites para os indicadores de continuidades coletivos: Duração Equivalente de Interrupção por
Unidade Consumidora (DEC) e Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade
Consumidora (FEC), e os indicadores de continuidade individuais: Duração de interrupção
individual por unidade consumidora (DIC), Frequência de interrupção individual por unidade
consumidora (FIC), Duração máxima de interrupção contínua por unidade consumidora ou
ponto de conexão (DMIC), e Duração da interrupção individual ocorrida em dia crítico por
unidade consumidora ou ponto de conexão (DICRI), de acordo com o definido no Módulo 8
dos PRODIST (ANEEL, 2016a).
Esses indicadores coletivos são enviados periodicamente à ANEEL pelas distribuidoras
para verificação da continuidade do serviço, e representam o tempo (DEC) e o número (FEC)
em que deixaram de oferecer o referido serviço, permitindo a avaliação da continuidade da
energia oferecida a população, ou seja, o DEC corresponde a indicação do número de horas,
9
em média, que uma unidade consumidora ficou sem energia elétrica, enquanto o FEC indica
quantas vezes, em média, houve interrupção na unidade consumidora.
Os registros das ocorrências durante o período pode ser mensal, trimestral ou anual. No
entanto, esses indicadores apresentam duas fragilidade: a primeira referente ao tempo, pois
registram somente as ocorrências que ultrapassaram 3 minutos, e a segunda referente as classes
de consumo, pois não especificam o tipo de consumidor ou suas subclasses conforme especifica
a Resolução Normativa ANEEL n. 414/2010, Seção II, “Art. 4º - A distribuidora deve
classificar a unidade consumidora de acordo com a atividade nela exercida e a finalidade da
utilização da energia elétrica, ressalvadas as exceções previstas nesta Resolução,” e art. 5º,
especificando se residencial, industrial, comercial, rural e poder público (ANEEL, 2010, p. 12),
o que impossibilita aferir as medição para categorizar a qualidade fornecida para classes
especificas, como por exemplo para as indústrias.
A frequência de interrupções tem relação com a configuração da rede, o grau de
redundância e a condição dos equipamentos (qualidade de sua manutenção e idade dos
equipamentos), estando ligados aos gastos de capital (capex), investimentos realizados pela
distribuidora ao longo dos anos. Enquanto que a duração das interrupções tem relação com os
recursos humanos e materiais disponíveis para execução de reparos, ou seja, tem associação
com custos operacionais (opex) da distribuidora (INSTITUTO ACENDE BRASIL, 2014).
Quando a distribuidora ultrapassa os limites dos indicadores de continuidade duração
relativa da transgressão de tensão precária (DRP) e duração relativa da transgressão de tensão
crítica (DRC), que são apurados trimestralmente pela ANEEL (2016b), deve ser feita uma
compensação financeira aos consumidores, devendo essa ser quitada em até dois meses após a
data de apuração do indicador, sendo estabelecido os limites para os indicadores de tensão em
regime permanente: 3% para o DRP e 0,5% para o DRC, conforme ANEEL (2019).
Seguindo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN,
2016), dos anos de 2008 a 2015 a qualidade do fornecimento da energia através da evolução da
continuidade do serviço representada pelo DEC e o FEC apresentou uma piora a partir de 2009,
mantendo-se acima do limite estipulado pela Aneel. O cálculo é resultado da análise
comparativa entre os conjuntos elétricos e desempenho de cada um deles, demonstrando a
evolução do DEC e FEC (em horas e minutos) entre os anos de 2008 e 2015 (Figura 2).
10
Figura 2 – Evolução do FEC e DEC – Brasil (2008-2015)
Fonte: FIRJAN (2015).
O indicador apresentou uma piora a partir de 2009, mantendo-se acima do limite
estipulado pela Aneel, não havendo melhora no indicador e chegando no ano de 2015 a 18h35
de interrupções no fornecimento de energia.
Conforme demonstra a figura 2, o FEC mostrou que houve uma melhoria no período de
2008 a 2015, já que a quantidade de interrupções de energia registrou uma pequena queda. No
entanto, no ano de 2015 por 9,86 vezes houve interrupções de energia, um índice ainda alto, e
se analisado em conjunto com o resultado DEC, os indicadores mostram que as interrupções,
apesar de terem ocorrido menos vezes, foram mais longas (CNI, 2016).
No ano de 2015 a Confederação Nacional da Indústria (CNI), utilizando uma amostra
de 2.876 empresas, sendo 1.143 pequenas, 1.070 médias e 663 grandes, demonstrou que quase
80% das indústrias utilizam a energia elétrica como fonte principal de energia. Assim, energia
elétrica de qualidade é primordial para a competitividade da indústria brasileira. Entretanto,
falhas de fornecimento são frequentes e quase 70% das empresas têm prejuízos com essas
falhas, pois o estudo evidenciou que 2/3 (67%) das indústrias tiveram prejuízos decorrente das
falhas de energia no Brasil, resultado da interrupção da produção, inutilização de material, perda
de dados com queda nos sistemas e acionamento de geradores, confirmando o impacto e
prejuízos que as interrupções de fornecimento de energia pode causar nas indústrias,
acarretando dentre outras coisas a interrupção da produção, perda de material, perda de dados
com queda nos sistemas e acionamento de geradores. As indústrias por serem segmentos
intensivos no uso da energia elétrica são as mais afetadas e segundo de interrupções pode causar
prejuízos de milhares de reais (CNI, 2016).
2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, que deu subsídios para entendimento do
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tema, e utiliza como método o estudo de caso, pois segundo Roesch (2013) é uma escolha de
um objeto a ser estudado, podendo ser único ou múltiplo e a unidade de análise pode ser um ou
mais indivíduos, grupos, organizações, eventos, países ou regiões. Nesse estudo trata-se da
coleta de indicadores de qualidade no fornecimento do serviço de energia elétrica.
Foram realizadas pesquisas no site da ANEEL, selecionando os dados DEC e FEC na
região atendida pela concessionaria CPF Paulista, permitindo a montagem dos gráficos
conforme as necessidades do pesquisador. Após essa coleta os dados foram analisados e
expostos.
A pesquisa utiliza os dados da Aneel, da concessionária CPF Paulista, tendo em vista o
estudo estar sendo desenvolvido na região atendida pela referida concessionária.
Conforme Tabela 1, demonstra-se o cálculo da análise comparativa de desempenho do
DEC e FEC da concessionária Paulista, entre os anos de 2014 e 2018.
Tabela 1 – Índices de continuidade – CPF Paulista (2014-2018)
Fonte: Aneel (2019a).
A figura 3 apresenta a Evolução do DEC e FEC – CPF Paulista no anos de 2014 a 2018,
sendo que os indicadores são passiveis de alterações após fiscalização da ANEEL e, eventual
ausência de informações indica inadimplência do concessionário/ permissionário.
Figura 3 - Evolução do DECe FEC – CPF Paulista (2014 a 2018)
Fonte: Aneel (2019a).
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Conforme demonstra a figura 3, no ano de 2018 houve uma queda no DEC apurado em
relação ao limite estabelecido pela ANEEL, já nos anos de 2015 a 2017 o DEC esteve muito
próximo a esse limite. No ano de 2018 demostra um total de 6h17 de interrupções no
fornecimento de energia, abaixo do limite estabelecido nesse ano que foi de 7h42.
Conforme dados da evolução do FEC, relativo a frequência de ocorrências do
interrupções da energia, de 2014 a 2017 há uma continuidade da frequência, no entanto, no ano
de 2018 registra uma pequena queda (4,03 vezes). Se comparado aos demais anos, apesar de
ser uma pequena queda, a nível das indústrias da região representa um grande ganho. Ao
comparar os indicadores em conjunto (DEC e FEC) observa-se que há uma concordância, já
que o período das interrupções foram também reduzido no mesmo ano de 2018.
Apesar da melhoria no indicador DEC nos últimos anos, o estudo ainda mostra que há
necessidade de melhorias ou investimentos em operação e manutenção pela CPFL Paulistana
região estudada, que possa priorizar a redução da quantidade de horas que o consumidor,
independentemente da classe, possa ficar sem energia, e, tendo em vista a perda das indústrias
quando dessas ocorrências, se faz necessário mecanismos que agilizem esses aspectos.
Também é necessário que seja revisto e complementado o fornecimento de dados que
possam identificar a classe dos consumidores conforme especifica a Resolução Normativa
ANEEL n. 414/2010, Seção II, tornando possível analisar prontamente o nível de qualidade de
energia fornecida as indústrias, evidenciando o tipo de consumidor, permitindo identificar o
quanto de investimento se faz necessário para garantir a qualidade adequada da energia para
cada grupo.
A nível industrial, essa necessidade se dá mediante a utilização da indústria por
equipamentos eletroeletrônicos exigindo um nível maior de segurança, estabilidade e qualidade
da energia, sendo imprescindível que nesse segmento, dado a consequências de segundos sem
energia, podem acarretar grandes prejuízos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo permitiu observar que a manutenção da qualidade de energia elétrica é
complexa, tendo em vista estar a mercê de diversos distúrbios que podem interferir nessa
qualidade, podendo ser prejudicada tanto por fatores de origem interna quanto externa.
Economicamente, a má qualidade de energia pode ser prejudicial aos consumidores,
independentemente de sua classificação, se consumidor público, privado ou doméstico.
13
Quando de consumidores domésticos, esse corre o risco de ter seus eletrodomésticos
danificados, aumento do valor da energia dentre outros probemas. No setor público encontram-
se hospitais, onde o produto são vidas humanas, e a falta ou queda da energia pode afetar o
paciente e comprometer o atendimento. Também pode prejudicar departamentos públicos que
dependem da energia para acessar sistemas informatizados, que atualmente interligam dados
necessários para agilizar burocracias.
Porém, quando se trata da falta ou queda de fornecimento de energia elétrica às
industrias, pode ter efeitos desastrosos, já que a qualidade pode interferir no desempenho de
máquinas, afetando o processo de produção. Esse fator é ainda mais agravante quando se leva
em conta que o mundo está entrando na Quarta Revolução Industrial, ou como também vem
sendo denominada, Indústria 4.0, onde a grande parte, senão a maioria das máquinas, nos
processos produtivos, são movidas e dependem da energia elétrica. Uma das caracteristicas da
Industria 4.0 é a conectividade e comunicação-se entre máquinas que agilizam o processo
produtivo, e qualquer falha nesse processo significa grandes perdas econômicas para tais
empresas, tanto de materia-prima quanto de manutenção de equipamentos, pois, o sitema
permite diminuir a geração de resíduos e aumentar a vida útil dos produtos. Isso leva a
considerar a importância do fornecimento de qualidade de energia nesse setor.
Serviços de oferecimento de energia elétrica, como a qualidade do fornecimento deve
levar em conta a necessidade que os setores de geração, transmissão e distribuição de energia
requeiram melhorias em seus processos, tanto no que diz respeito a produção quanto na de
manutenção do serviço.
Portanto, esse estudo permitiu verificar a necessidade de melhoria tanto no fornecimento
de dados, especificando as classes dos consumidores, pelos responsáveis pelo envio de dados à
Aneel, quanto na qualidade referente a análise dos indicadores de continuidades coletivos DEC
e FEC. Como sugestão, fica a possibilidade de especificar essa classificação de consumidores,
permitindo dados mais concretos sobre a qualidade de energia oferecida e explicitando a quem
foi direcionada.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Indicadores Coletivos de
Continuidade (DEC e FEC). 2019. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/indicadores-
coletivos-de-continuidade . Acesso em: 28 mar. 2019a.
14
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL. Indicadores de
conformidade do nível de tensão em regime permanente. 2019. Disponível em:
http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/Indicadores_de_conformidade_nivel_tensao/ Acesso
em: 28 mar. 2019b.
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