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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE DE VIDA NO
AMBIENTE CORPORATIVO
Por: Rosana Gofman Alves
Orientador
Prof. William Lima Rocha
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE DE VIDA NO
AMBIENTE CORPORATIVO
Apresentação de monografia á
Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de
Relacionamento com Cliente e Ouvidoria.
Por: Rosana Gofman Alves
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha amiga Renata Barbosa, pessoa fundamental por esta
conquista, ela me ouviu, me incentivou e recomendou o Instituto a Vez do
Mestre.
Agradeço ao meu namorado Jessé pela paciência e compreensão em
determinados momentos em que precisei me dedicar ao estudo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico especialmente a minha mãe Clarisse Gofman, por
acreditar em meu potencial, sempre me apoiando e incentivando a galgar
degrau por degrau com muita determinação, garra e perseverança.
À minha avó Eny Léa Gass,por não somente acreditar em
mim,mas sim por me entender,encorajar,apoiar e orientar através de sua
sabedoria e experiência de vida.
Sempre que pode esteve ao meu lado, me guiando e fazendo
com que aprendesse de fato a aperfeiçoar cada detalhe através de seus
ensinamentos e colocar em prática.
Obrigada por sua atenção, tempo, carinho, compreensão,
dedicação, por cada gesto, cada palavra, obrigada por tudo, minha avó que eu
amo!
5
RESUMO
Atualmente podemos dizer que o stress ocupacional é de fato uma realidade na
maioria das empresas, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, sendo
necessário selecionar e contratar pessoas que saibam lidar com determinados
tipos de pressão,pois o stress ocupacional reflete diretamente na produtividade
destes profissionais,ocorrendo um aumento de absenteísmo,permanecem
constantemente desmotivadas e posteriormente sua saúde é afetada e as
empresas acabam tendo um gasto maior com a assistência médica de seus
colaboradores e dependendo do nível de stress do individuo,haverá mais
prejuízo para a empresa pois será necessário, abrir,avaliar e aprovar um novo
processo para a contratação de novos funcionários,até o momento de sua
efetivação,processos pelos quais leva se um tempo e há gastos maiores para
obter o resultado esperado pelas próprias empresas,que terão de aguardar
“pessoas habilitadas ” para ocupar determinados tipos de vagas.
As grandes empresas, atentas a isto, passaram a se especializar na
implantação da Qualidade de Vida no Trabalho, utilizam técnicas e mecanismo
que vão desde relaxamento corporal até programa de ginástica laboral,
programas que englobam mudanças físicas no ambiente de trabalho, mais a
frente constam mencionadas exemplos reais de empresas que utilizam a
proposta QVT para melhoria e beneficio para ambas as partes, trabalhadores e
empresas.
.
• Palavras- Chave: Qualidade de vida no trabalho, implementação de
normas e leis, resultados, aplicação, conceito, história, evolução, trajetória e
atualidade,stress no trabalho,ambiente corporativo,desafios da Qualidade de
Vida no Trabalho,fatores positivos e negativos no ambiente de
trabalho,empresas saudáveis e satisfação no trabalho.
6
METODOLOGIA
A metodologia foi baseada em pesquisas através de livros, artigos
e sites da internet focando no tema referente á qualidade de vida no ambiente
corporativo, partindo inicialmente de um momento conturbado até chegar à
proposta QVT e sua evolução até os dias de hoje, relatando também de como
as empresas utilizam determinadas técnicas de QVT buscando com que seja
benéfico para ambas as partes,tanto para as empresas quanto para a
qualidade de vida e produtividade de seus funcionários.
O referencial teórico baseou-se nos autores: Dejours,Ana Cristina
Limongi,Rodrigues, Helton Mayo, Frederick Herzberg, Veiga, Handy, Ricardo
Piosan, Richard Walton e Fernandes.
Mencionamos também a obra de Charlie Chaplin”Tempos Modernos”
dos anos 30,um clássico da comédia que retrata a desumanização perante aos
funcionários, que são tratados somente como peças de produção,como
verdadeiras máquinas apenas para satisfazer e atender as necessidades da
fábrica,através de situações de imposição, autoritarismo, agressão física e
também limitando sua necessidade fisiológica.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A proposta da qualidade de vida no ambiente corporativo 10
CAPÍTULO II - Legislação e Ferramenta PRL aplicados a proposta QVT 17
CAPÍTULO III - Influências do ambiente de trabalho na QVT 27
CONCLUSÃO 31
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 33
WEBGRAFIA 34
ÍNDICE 35
ANEXOS 37
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
8
INTRODUÇÃO
Primeiramente, antes de dar início ao tema “Qualidade de Vida no
ambiente corporativo”, mencionarei o filme “Tempos Modernos” de Charlie
Chaplin, um clássico da comédia dos anos 30 que retrata muito bem as
diversas situações de imposição, autoritarismo, agressão física, e até mesmo
limitação as necessidades fisiológicas realizadas contra os funcionários da
fábrica do qual o ator encenava trabalhar. Eles que eram tratados como meras
peças de produção, uma visão antiga de que o empregado só deve produzir e
que pensar e ter qualidade de vida eram irrelevantes.
Partindo deste princípio a presente pesquisa busca traçar a
origem, história, conceito e evolução da Proposta de Qualidade de Vida no
trabalho e como sua implantação colabora para obtenção de bons resultados
tornando-se uma ferramenta gerencial que traz benefícios tanto para as
empresas quanto para seus funcionários, proporcionando melhorias no clima
organizacional, aumentando os níveis de satisfação e saúde dos
colaboradores, influenciando na diminuição da pressão do trabalho e do stress,
investindo no plano de carreira.
Segundo Almeida (1995):
“deixar de existir a identidade, entre o produtor e o seu produto,
o que o leva a sentir-se alienado, por não poder ver o seu
produto como seu reflexo, como o reflexo de sua imagem {na
medida em que o trabalho è fragmentado, em função de sua
própria organização}. Não podendo reconhecer –se neste
produto, apenas pode (o trabalhador) reconhecer- se como um
pedaço dele” (ALMEIDA, 1995).
Dejours e sua obra “A loucura do trabalho” deixa claro ao mencionar
que a duração do trabalho em 1987 atingia correntemente 12,14 ou mesmo 16
horas por dia, até mesmo crianças atuavam na produção industrial,algumas
vezes a partir dos três anos de idade e com maior freqüência aos sete anos de
idade.
Dejours diz:
9
“O problema do medo no trabalho surge desta oposição entre a
natureza coletiva e material do risco residual e a natureza
individual e psicológica da prevenção a cada instante de
trabalho”. (DEJOURS, 1987, p- 64).
Alega também que os salários eram muito baixos e o período de
desemprego colocava em perigo a sobrevivência da família.
Villermé: “a mortalidade cresce em razão inversa ao bem-estar”
No Brasil os principais fatores que contribuem para a demanda
excessiva de agente estressores no trabalho são a redução de mão-de-obra
sem redução da quantidade de trabalho, inflação, custo de vida, incertezas no
painel econômico nacional, concorrência de empresas com maior tecnologia ou
menor preço.Tudo isso reflete na vida da empresa e seus funcionários
O desafio lançado é para demonstrar a importância do papel da
motivação feita através da Qualidade de Vida no ambiente corporativo que traz
benefícios para ambas as partes a fim de obter um melhor resultado que
interfere diretamente na produtividade dos colaboradores.
Outro desafio é voltado ás grandes empresas e de que maneira estão
implantando os programas através de ferramentas gerenciais em prol de sua
sobrevivência no mercado e se manter perante a concorrência.
Foi realizado um levantamento dos fatores positivos e negativos do
ambiente corporativo, com o objetivo de alertar para a saúde dos funcionários e
exemplificar casos de sucesso após a implementação da QVT no qual o foco
trabalhado é a motivação,uma alavanca que move constantemente a auto
estima,produtividade e o grau de satisfação dos funcionários.
O objetivo desta pesquisa é alertar para a saúde dos funcionários
através da implementação dos Programas de Qualidade de Vida no ambiente
corporativo feito por grandes empresas com o intuito de minimizar possíveis
conflitos,stress,aumento da insatisfação e absenteísmo e desta maneira reter e
manter talentos estimulados,saudáveis,motivados,satisfeitos e possuindo alto
nível de produtividade
10
CAPÍTULO I
A PROPOSTA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE
CORPORATIVO
1.1 Visão histórica da QVT
Segundo Rodrigues (1999), a qualidade de vida sempre foi objeto
de preocupação da raça humana, na antiguidade 300 a.C,Euclides de
Alexandria já utilizava os princípios da geometria para melhorar o trabalho dos
agricultores á margem do Nilo.
Arquimedes com a “Lei das Alavancas”, em 287 a.C. auxiliou a
diminuição do esforço físico de muitos trabalhadores.
Estes dois exemplos nos ajudam a observar que desde as
primeiras civilizações havia a preocupação com a forma de execução das
tarefas e que houve vários métodos ou teorias que aplicados, minimizavam o
mal- estar do trabalhador.
Segundo Frederick Herzberg, foram feitas pesquisas onde os
entrevistados eram engenheiros e contadores que associavam a insatisfação
com o trabalho ao ambiente e a satisfação com o trabalho ao conteúdo, e os
fatos motivadores estariam relacionados á realização e reconhecimento do
próprio trabalho,responsabilidade, progresso e desenvolvimento.
Na verdade,o que querem esses idealizadores citados é tornar a
QVT uma ferramenta gerencial efetiva para que possa de fato melhorar a
qualidade de vida no ambiente corporativo,respeitando,incentivando,cuidando e
valorizando cada tipo de profissional independentemente do ramo em que ele
atua.
De acordo com Veiga (2000) de fato expõe nossa realidade, onde
as pessoas não têm tempo para si mesmas e seus familiares, pois trabalham
cada vez mais e ainda assim,não ganhando o quanto deveriam,infelizmente
esta é a nossa realidade,por isso,determinadas empresas vêm
estudando,compreendendo,investindo e selecionando a melhor maneira para a
implementação da QVT.
11
1.2 Conceitos de QVT
Para Limongi-França (1997)-“QVT é o conjunto das ações de uma
empresa que envolvem a implementação de melhorias e inovações gerenciais
e tecnológicas no ambiente de trabalho”.
A mesma autora (2010) conceitua muito bem a QVT:
“Embora historicamente a QVT esteja mais associada a
questões de saúde e segurança no trabalho, seu conceito
passa a sinalizar a emergência de habilidades, atitudes e
conhecimentos em outros fatores, abrangendo agora
associações com produtividade, legitimidade, experiências,
competências gerenciais e mesmo integração social.”
(LIMONGI-FRANÇA,2010, p-175)
Richard Walton (1975) como uns dos pesquisadores pioneiros na
sistematização dos critérios e conceitos de QVT definiu a QVT como algo além
dos objetivos da legislação trabalhista. Surgiu no começo do século XX, com a
regulamentação do trabalho de menores, da jornada de trabalho e descanso
semanal e das indenizações por acidentes de trabalho.
Já Fernandes (1996) define QVT como a gestão dinâmica e
contingencial de fatores físicos, tecnológicos e sociopsicológicos que afetam a
cultura e renovam os climas organizacionais, refletindo-se no bem-estar do
trabalhador e na produtividade das empresas.
O conceito de Qualidade de Vida no Trabalho engloba, além de
atos legislativos que protegem o trabalhador, o atendimento a necessidades e
aspirações humanas calcadas na idéia de humanização do trabalho e na
responsabilidade social da empresa.
De acordo com Walton (1975), a qualidade de vida no trabalho
vem recebendo destaque como forma de resgatar “valores humanísticos e
ambientais, que vêm sendo negligenciados em favor do avanço tecnológico, da
produtividade e do crescimento econômico”. Não defende as práticas antigas
de trabalho, mas alerta para os impactos da automação na Qualidade de Vida
12
do trabalhador,ainda segundo o autor, a qualidade de vida no trabalho é
resultante direta da combinação de diversas dimensões básicas do
desempenho das atividades, e de outras dimensões não dependentes
diretamente das tarefas, capazes de produzir motivação e satisfação em
diferentes níveis, além de resultar em diversos tipos de atividades e condutas
dos indivíduos pertencentes a uma organização (WALTON, 1975).
Os idealizadores mencionados, expressam de uma maneira geral a
definição da QVT, qual seu objetivo e como ela de fato interfere positivamente
na qualidade e produtividade de seus funcionários, afinal,já se torna uma
questão de sobrevivência e competitividade das próprias empresas.
1.3 Desafios QVT
Em uma pesquisa realizada por Ricardo Piovan,consultor
organizacional e autor do livro “Resilência”,foram mencionados os principais
fatores que influenciam negativamente fazendo com que os funcionários sejam
desmotivados:
1. Salário não compatível
2. Falta de Reconhecimento e Plano de Carreira
3. Conflitos com a gerência e cobranças decorrentes.
4. Muitas reuniões e pouca prática
5. Metas inatingíveis
6. Falta de treinamento
7. Impossibilidade de errar
8. Falta de Feedback
De acordo com Dejours( 1987):
“A organização do trabalho é causa de uma fragilização
somática, na medida em que ela pode bloquear os esforços do
trabalhador para adequar o modo operatório as necessidades
de sua estrutura mental” (DEJOURS, 1987, p- 128).
13
1.3.2 Fatores positivos
Através de estudos e pesquisas, podemos observar claramente e
enumerar os diversos benefícios proporcionados através da implementação da
Proposta QVT pelas empresas para com seus funcionários:
1. Melhoria na produtividade;
2. Empregados mais alertas e motivados;
3. Melhoria da imagem corporativa;
4. Menos absenteísmo;
5. Melhoria das relações Humanas e Industriais;
6. Baixas taxas de enfermidade;
7. Melhoria da moral da força de trabalho;
8. Redução em letargia e fadiga;
9. Redução de turnover
10. Missão estratégica
1.3.3 Os estudos de Cooper
Para o professor Cooper e estes autores (Cooper, Cooper e
Eaker,1988 p.11-12) , as cinco principais categorias ambientais relacionadas
ao trabalho, seriam:
1. Fatores intrínsecos ao trabalho;
2. Papel na organização;
3. Relacionamentos no trabalho;
4. Desenvolvimento na carreira;
5. Estrutura e clima organizacionais.
1.4 Implementação da proposta QVT
14
De acordo com pesquisas realizadas, podemos mencionar
exemplos de empresas que implementaram uma proposta QVT,podendo
observar que as demais situações obtiveram resultados semelhantes e
positivos para ambas as partes.
Alguns exemplos:
• Empresa: Petrobrás
• Proposta QVT: Ao passar pelo exame período anual, o
funcionário Vilmar Miranda da Petrobrás, recebeu o convite para participar do
programa de combate ao sedentarismo da empresa, estava acima do peso e
colesterol elevado, perdeu 15 KG ao longo de dois anos. Malha na academia
da empresa, sua alimentação foi reeducada por uma nutricionista.
• Resultado: Aumento do prazer de trabalhar na empresa,
tem mais disposição e maior auto-estima.
• Empresa: BNDES
• Proposta QVT: Gilberto de Oliveira, contador, possui
horário fixo em sessões de shiatsu que são feitas em cadeiras ergométricas
nas quais a pessoa fica relaxada e com a coluna ereta, faz massagem três
vezes por semana e participa das sessões de quinze minutos de ginástica
laboral.
• Resultado: Encontra se mais animado, disposto e relaxado
para voltar ao trabalho, já que essas atividades são feitas em horário de
expediente
• Empresa: Hospital Santa Mônica
• Proposta QVT: Utiliza ginástica laboral durante o horário
de expediente.
• Resultado: Aumento da produtividade na empresa e
diminuição de acidentes no trabalho.
• Empresa: TOTUS Bahia
• Proposta QVT: Promoveu entre os dias 31 e 4 de fevereiro
a semana do Bem Estar,onde participaram de atividades como aulas de
Pilates,Quick Massage,Circuito relaxante e Avaliação nutricional e possuem
15
parceria com a academia Espaço Vital,onde todos podem praticar atividades
físicas regularmente.
• Resultado: Auto-estima em cima, disposição, bem estar,
aumento da produtividade e redução de faltas no trabalho.
• Empresa: EXXON
• Proposta QVT: Realização do evento de Team Bulding do
setor de TI em Curitiba, valorizando as relações interpessoais, participaram de
algumas atividades que desenvolve no ambiente empresarial proporcionando
mais qualidade de vida dentro e fora do trabalho através do Método de Rose.
• Resultado: Melhora na respiração, melhora na ADM do
stress, melhoria do tônus muscular e da flexibilidade, concentração mental,
reeducação composta mental, boas relações humanas, Otimização da
vitalidade e produtividade.
• Empresa: Embratel
• Proposta QVT: Na sede da empresa há academia de
ginástica, sessões de shiatsu,equipes de corrida e programas de combate ao
stress.A Analista de logística,Maria Emilios Chaves,não perde as aulas de
ginástica laboral,três vezes por semana
• Resultado: Se distrai, relaxa os músculos, descontrai o
ambiente de trabalho e houve um aumento em sua produtividade.
1.5 Pesquisas American Management Association
A American Management Association publicou uma pesquisa com
os executivos, que mostrava quais eram as necessidades que essas pessoas
procuravam satisfazer no trabalho:
1. Recompensa material;
2. Progresso na carreira;
3. Reconhecimento;
4. Status na comunidade;
16
5. Satisfação no trabalho;
6. Percepção de seu trabalho como significativo;
7. Obtenção de tranqüilidade doméstica;
8. Prevenção de sua saúde;
9. Segurança no trabalho.
17
CAPITULO II
LEGISLAÇÃO E FERRAMENTA PRL (PARTICIPAÇÃO
NOS LUCROS E RESULTADOS) APLICADOS A
PROPOSTA QVT.
2.1 Lei 10.101- PRL - Participação nos Lucros e Resultados
“Art. 1º Esta Lei regula a participação dos trabalhadores nos
lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração
entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos
termos do art. 7º, inciso XI, da Constituição.
Art. 2º A participação nos lucros ou resultados será objeto de
negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um
dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de
comum acordo:
I - comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um
representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria;
II - convenção ou acordo coletivo”
No Brasil foi regulamentada através da lei 10.101 a remuneração
flexível que têm como objetivo orientar as grandes empresas de como proceder
em relação à PRL, como uma estratégia para motivar seus funcionários e
incentivar o cumprimento de metas e prazos pelos funcionários, sendo assim
um investimento em longo prazo por parte das empresas, que ao mesmo
tempo, busca reter e valorizar seu capital humano, algo que conseqüentemente
interfere em sua produtividade, lembrando que para as empresas, mesmo
tendo acesso a mais esta ferramenta gerencial,é necessário saber de que
forma utilizar,como aplicar ,quem deve aplicar e onde aplicar,pois para as
empresas tanto sua sobrevivência,concorrência e competitividade permanecem
em jogo a todo o momento.
Esta é mais uma ferramenta que veio auxiliar na “motivação” dos
demais funcionários, exigindo destes um maior comprometimento
18
impulsionando sua produtividade através de uma parcela previamente definida,
variando de 5 e 15% do lucro líquido em benefício dos funcionários.
O perigo na condução de um programa de PLR sem a
participação de uma consultoria jurídica é a não observação dos requisitos
legais, o que pode fazer com que o benefício concedido tenha “natureza
salarial” e, por conseguinte, incidência de encargos trabalhistas, risco de
pedidos de equiparação salarial, pedidos de horas extras com base no suposto
salário inflacionado pela PLR irregular, tende outros riscos.
Ao invés de uma ferramenta capaz de impulsionar produção e
lucro, um programa de PLR mal conduzido por vir a ser foco de um grande
passivo trabalhista; ao invés de beneficiar, pode vir a estrangular a empresa.
Na verdade, esta ferramenta gerencial veio trazer soluções
positivas e impulsionar esta grande roda, este grande ciclo, esta grande
relação entre empresa X funcionários, sendo bem aplicada e pelos Gestores de
RH competentes, não há o que temer,mas estes sim devem dominar
,conhecer,saber aplicar e se especializar,já que estamos mencionando a todo o
momento de que há grandes empresas focadas neste assunto,onde ao mesmo
tempo que se é aplicada gerando resultados,há quem não
acredita,considerando a apenas como uma ferramenta que é mal aplicada ou
pouco aplicada,enfim,assim como qualquer outro tema,haverá sempre quem
concorde ou discorde.
As principais vantagens do programa de participação nos lucros
são:
• Substituição dos custos fixos por custos variáveis;
• Não incidência de encargos trabalhistas e previdenciários;
• Os pagamentos a título de PLR são dedutíveis no imposto
de renda da pessoa jurídica;
• Melhora na distribuição de renda dos trabalhadores;
• Aumento da participação dos trabalhadores nas mudanças
tecnológicas do processo produtivo e;
• Aumento da produtividade e qualidade dos serviços,
visando à satisfação dos clientes externos da empresa
19
• Maior comprometimento dos colaboradores nos lucros e
nos resultados da empresa;
• Maior o interesse dos empregados pelos negócios da
empresa;
• Remuneração dos profissionais com uma parcela variável,
de acordo com os desempenhos individuais, setoriais ou em equipe;
• Garantia do reconhecimento dos empregados pela parcela
de contribuição prestada à empresa;
De acordo com Rosa (2006) as grandes empresas que já vêm
utilizando os chamados PPR’s ou Programas de Participação nos Resultados
são: Banco Real, Delmia, Klabin, Basf, Papaiz, Philips, Maxxion.
2.1.1 As leis 1898/1936
Em 1898 surgiu a lei sobre os acidentes de trabalho, previa a
criação de ambulatórios de fábricas a cargo dos seguros privados, levando
determinadas empresas a organizar exames pré – dimensionais e de controle
em período de trabalho.
Em 1936 foi votada a semana de 40 horas, contendo férias pagas,
e os acordos Matignon instituindo as convenções coletivas e os delegados de
pessoal, reconhecendo o direito á livre adesão aos sindicatos e o direito a
greve.
Albert Thomas,em 1916,reduziu a jornada de trabalho para oito
horas por dia e constata o efeito paradoxal desta medida, sobre a produção
que aumenta.
A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação
entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir
descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo:
I – Comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um
representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria;
II – Convenção ou acordo coletivo.
§ 2º - omissis
§ 3º - omissis"
20
2.2 Análise BPSO-96
2.2.1 Biológicos, Psicólogos, Sociais e Organizacionais
O modelo BPSO permite alinhar as especialidades: saúde,
benefícios, cultura e lazer, qualidade e produtividade, entre outros. Permite
também alocar os setores que têm competências afins. Desta forma há
possibilidade de gerenciar os modelos de equilíbrio relativos às melhores
práticas de bem-estar pessoal e organizacional. Este modelo foi desenvolvido e
validado nos anos noventa, por Limongi-França (2004). A inspiração conceitual
está subsidiada nos estudos da Organização Mundial de Saúde, Ergonomia,
Comportamento no Trabalho, Gestão Organizacional e nos Indicadores de
Desenvolvimento Humano e Social – IDS – IDH.
Considerando que as ações e programas de qualidade de vida no
trabalho são de natureza multidisciplinar, utilizou-se o modelo de critérios
biológico, psicológico, social e organizacional, onde cada critério tem o
seguinte conceito fundamental:
• Biológico: aspectos relativos às características físicas herdadas
e adquiridas, bem como os aspectos metabólicos (alimentação, atividades
físicas) e ergonômicos.
• Psicológico: afetos, emoções, memória, desejos, personalidade
e necessidades. Sintetizada especialmente pela auto-estima e reconhecimento.
• Social: crenças e valores compartilhados, grupos de
convivência e afinidades, suporte e acesso condições sociais e econômicas.
associado principalmente a benefícios, educação, consumo e comunidade.
• Organizacional: missão e valores da organização, tecnologia,
mercado e demandas de gestão, produtividade e lideranças. Representado
especialmente por lideranças, comunicação e produtividade saudável.
O instrumento BPSO-96 tem como finalidade analisar as
possíveis relações existentes entre os programas de QVT e RSE, considerando
a satisfação de QVT dos indivíduos que participam dos programas de RSE nas
empresas que adotam ambos os programas.
21
De acordo com o sociólogo Gilberto Freire (1993):
“o ser humano é um todo biológico, ecológico e socialmente
determinado. E seu bem-estar além do físico, psicossocial-
está dependente e relacionado a situações que o envolve,
como membro de um grupo em particular,e de uma
comunidade,e mais do que sito,de um sistema sociocultural em
geral,não apenas de sua herança biológica ou de fatores
ecológicos”.( FREIRE,1993,p-27).
É essencial e cada vez mais urgente a adoção dos conceitos de
Desenvolvimento Sustentável ao nível das organizações é uma condição de
bem-estar interno e de um fator de competitividade externa das empresas.
É um elemento importante para o desenvolvimento dos negocios
e para estabelecer relações positivas das empresas assim chamadas partes
interesadas (stakeholdwers),pois são impulsionadas a adotar novas posturas
diante de questões ligadas à ética e à qualidade da relação empresas-
sociedade.
2.3 Conceito de responsabilidade social corporativa de acordo
com AECA (2004).
Ação social: ajuda voluntária, expressada em recursos econômicos ou de outro tipo, outorgada pelas empresas a projetos externos de caráter filantrópico e desenvolvimento socioeconômico (assistência social, saúde, educação, etc). A ação social é um dos diversos comportamentos socialmente responsáveis que a empresa pode acometer.
Auditoria social: Avaliação sistemática do impacto social de uma empresa em relação a certas expectativas.
22
Capital relacional (capital social): expressão do grau de
responsabilidade e integração social das organizações, medido em termos de
capacidade relacional com os distintos grupos de interesses. Alguns autores
consideram o capital relacional como um dos componentes do capital
intelectual.
Código de conduta: expressão formal de valores e boas práticas da
organização, enunciado com caráter orientador e normativo e com categoria de
preceito a cumprir por todos os integrantes da corporação. Às vezes também
se aplica aos fornecedores e a outros prestadores de serviços.
Código de bom governo: pronunciamento formal de valores e boas
práticas dos órgãos de gestão e administração da organização, enunciado com
dignidade de preceito a cumprir por todas as pessoas que compõem ditos
órgãos, de maneira muito especial o Conselho de Administração.
Desenvolvimento sustentável: modelo de desenvolvimento que busca
compartilhar a exploração racional de recursos naturais e sua regeneração,
eliminando o impacto nocivo da ação do ser humano, em geral, e dos
processos produtivos, em particular, para satisfazer as necessidades das
gerações presentes sem pôr em perigo a satisfação daquelas que possam ser
apresentadas pelas gerações futuras.
Empresa cidadã: Concepção de empresa como membro integrante da
sociedade, com o dever de promover seu desenvolvimento e a preservação do
entorno vital onde rea za sua atividade. O cumprimento de suas obrigações
como cidadão corporativo é uma forma de alcançar a legitimidade na
sociedade da qual faz parte.
Ética empresarial: é o estudo e a aplicação da moral ao mundo da
empresa. Compreende o conjunto de valores, normas e providências que as
23
organizações vinculam a seus membros em forma de ideais compartilhados e
obrigações, em torno do que é bem e mal, do que é correto e incorreto.
Filantropia estratégica: ação social da empresa, formulada e implantada
sobre a base de um planejamento estratégico de negócio, associando a ação
filantrópica a alguns benefícios determinados em termos econômicos de
vantagem competitiva.
Gestão ambiental: gestão orientada à prevenção, redução, minimização e
eliminação do impacto ambiental negativo que ocasiona ou pode ocasionar a
atividade da empresa.
Marketing com causa social: campanha com apoio da comercialização de
produtos e serviços oferecidos por países com vistas ao desenvolvimento e
organizações não governamentais que canalizam ajuda a ditos países.
Reputação corporativa: reconhecimento público alcançado, expressão, em
certa medida, de legitimidade social.
Sustentabilidade: expressão do impacto de atividade de empresa na tríplice
dimensão: econômica, social e ambiental. Compromisso com o modelo de
desenvolvimento sustentável que se pode alcançar por meio da
responsabilidade social corporativa. Capacidade ou qualidade para alcançar o
desenvolvimento sustentável.
Tríplice conta de resultados (triple bottom line): é aquela que representa,
em termos quantitativos, o valor econômico, o valor para o desenvolvimento
social ou para o meio ambiente que as empresas criam ou destroem. Este
conceito reflete a importância de considerar as conseqüências econômicas e
também ambientais e sociais das decisões que tomam as organizações
2.4 Ferramentas utilizadas no processo de implementação dos
princípios da RSE no seio das empresas:
24
1. Definição dos objetivos da empresa em prol do Desenvolvimento
Sustentável, tendo como base sua atividade, visão, valores e objetivos,
suportados por estratégias que permitam sustentar as ações futuras.
2. Planejamento das ações necessárias para a realização dos objetivos e
estratégias de Desenvolvimento Sustentável. Estabelecimento dos recursos
necessários à realização dessas atividades, como é o caso dos sistemas de
informação e de gestão. Definição de metas e ainda de indicadores para
monitorizar o desempenho.
3. Integração das atividades stituadas no plano operacional da empresa e de
acordo com o plano de negócios..
4. Integração das atividades na atividade diária da empresa e nos processos de
gestão.
5. Fase de revisão e aprendizagem: análise dos resultados de forma a tirar
conclusões que permitam desempenhar o desenvolvimento dos objetivos de
Desenvolvimento Sustentável.
2.5 Ferramentas de Responsabilidade Social Empresarial: ao
serviço das empresas
1. Código de Conduta e Ética
Todos os dados relativos à empresa devem ser registrados numa
declaração que levará à adoção de um Código de Conduta e Ética. Este será o
modelo ou ponto de referência para os colaboradores da empresa aferir até
que ponto os temas ali descritos estão a ser cumpridos de forma justa. Esta
declaração só cumprirá os seus objetivos se for assumida por toda a empresa,
sendo fundamental para isso o trabalho com os colaboradores para que,
sistematicamente, funcionem como um elo entre a declaração e as suas tarefas
diárias
25
2. Guidelines for Multinational Enterprises
Adotada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) em Junho de 2000, as Guidelines for Multinational
Enterprises constituem um conjunto de recomendações voluntárias destinadas
a empresas multinacionais em todas as grandes áreas da ética no trabalho,
relações de emprego, relações comerciais e industriais, direitos humanos,
ambiente, corrupção, competitividade, interesses do consumidor, ciência e
tecnologia, entre outras
3.Global Reporting Initiative
O Global Reporting Initiative (GRI) é uma instituição independente
composta por múltiplos grupos de interesse, cuja missão é desenvolver e
divulgar a aplicação global das Sustainability Reporting Guidelines. Estas
diretrizes são aplicadas voluntariamente pelas organizações nas dimensões
econômicas, ambientais e sociais das suas atividades, produtos e serviços. O
GRI incorpora a participação ativa de representantes das áreas como
comércio, investimento, ambiente, direitos humanos, investigação e
organizações laborais provenientes de todas as partes do mundo.
4. Sustainability Reporting Guidelines
As Sustainability Reporting Guidelines começaram a ser esboçadas em
meados dos anos 90 e foram lançadas pela primeira vez em 2000, tendo uma
segunda versão sido lançada em 2002, atuando da Cimeira Mundial sobre o
Desenvolvimento Sustentável, em Joanesburgo. Conhecidas por G2, estas
guidelines foram-se tornando na base da monitorização da performace
sustentável de muitas centenas de organizações pelo mundo inteiro.
Neste momento, o referido documento encontra-se num processo de
atualização, com base nos feedbacks das mais de 500 entidades participantes,
situadas por todo o mundo, que reúnem voluntários das áreas comerciais, de
gestão e investimento, universidades, organizações não-governamentais,
organizações laborais, entre outras.. Deste processo, cuja fase de consulta
pública terminou recentemente (de 2 de Janeiro a 31 de Março), vai nascer a
26
terceira geração das GRI Guidelines, chamadas de G3, que prevê serem
oficialmente apresentadas no próximo mês de Outubro.
Foi realizado um estudo de caso associado com métodos quantitativos
para aplicação do instrumento BPSO (Biólogos, Psicólogos, Sociais e
Organizacionais) e métodos qualitativos a partir de entrevistas. Concluiu-se que
o grupo “Envolvido” em programas de RSE (Responsabilidade Social
Empresarial) não apresentou maior satisfação de QVT em relação ao grupo
“Não Envolvido”. O fato da participação do funcionário em RSE não foi
associado como um indicador de QVT.
“Sem trabalho, toda vida apodrece,mas um trabalho sem alma
a vida sufoca e morre”Albert Camus(Rodrigues,1992,p-17)
27
CAPÍTULO III
INFLUÊNCIAS DO AMBIENTE DE TRABALHO NA
QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR.
3.1Trabalho Taylorizado
Onde a organização é tão rígida que domina não somente a vida
durante o expediente no ambiente de trabalho, mas invade o tempo fora do
ambiente de trabalho, fazendo com que seus funcionários sejam confrontados
um por um, individualmente e na solidão ás violências da produtividade.
O trabalho taylorizado cria ansiedade, o tédio frente á tarefa, ele
deverá assumi-los individualmente, mesmo se estiver no meio de uma colméia,
pois as comunicações estão excluídas, às vezes até proibidas.
Dejours ( 1987) diz:
“A organização do trabalho e,em particular,sua caricatura no
sistema taylorista e na produção por peças é capaz de
neutralizar completamente a vida mental durante o trabalho”.
( DEJOURS, 1987, p-129 )
3.1.1Análise do trabalho
Os autores de um relatório sobre a analise do trabalho no ramo
industrial mostraram que o aumento da cadencia, a aceleração dos tempos e a
exigência de desempenhos produtivos de rendimento crescente conduzem a
descompensações rápidas, que se desencadeiam como epidemias.
Pessoas do sexo feminino descompensam em crises de choro, de
nervos e desmaios, que podem atingir como uma doença contagiosa, toda uma
seção de trabalho.
Lucca Neto (1999, p.43)diz:
“Os programas de qualidade de vida no trabalho são
exigências dos tempos. Expressam um compromisso com os
28
avanços da ciência da civilização,da cidadania.E ainda,por
isso,um desafio para muitos” (NETO,1999,p.43)
3.1.2 Fatores que influenciam negativamente no ambiente de
trabalho
Segundo Dejours, há três componentes da relação homem-
organização do trabalho que influenciam negativamente no ambiente de
trabalho:
1. Fadiga (Faz com que o aparelho mental perca sua
versatilidade).
2. O sistema frustração- agressividade reativa (Deixa sem
saída uma parte importante da energia pulsional).
3. Organização do trabalho (Torna – se uma correria de
transmissão de uma vontade externa que se opõe aos investimentos das
pulsões e ás sublimações.
Segundo Freudesenberger e Richelson:
“O nível de expectativa é dramaticamente oposto á realidade e
estas pessoas persistem em tentar alcançar estas
expectativas, suas trajetórias se tornam turbulentas,
problemáticas e o resultado è uma depleção dos recursos
individuais e um comprometimento de suas habilidades”
(Freudesenberger e Richelson,1980,p-52).
3.1.3 As síndromes associadas ao stress
1. Somatizações 2. Fadiga 3. Depressão 4. Síndrome do Pânico 5. Síndrome de Burnout 6. Síndrome do desamparo
29
3.2 Análise do contrato psicológico
A análise do contrato psicológico revela interesses e condições
em ambas as partes, abaixo seguem os fatores que estruturam o contrato
psicológico de trabalho:
• A extensão pessoal-empresarial do contrato;
• Tipo de envolvimento empregado - empresa;
• Qualidade e fonte das informações;
• Natureza da função e sua respectiva demanda tecnológica;
• Realidade nas expectativas e nos acertos;
• Eficácia das formas de comunicação;
• Espaço para recriação e singularização das funções;
• Padrões de confidencialidade e ética;
• Nível de flexibilidade necessária ao trabalho;
• Desempenho funcional.
3.3 Empresas Psicologicamente Saudáveis
O evento foi apresentado por Reinaldo Passadori,onde ocorreu a
cerimônia de premiação e certificação da terceira edição da Pesquisa Nacional
“As 50 Melhores Empresas Psicologicamente Saudáveis" (EPS) 2010,
realizada pela Editora Gestão & RH, aconteceu dia 29 de novembro no Grande
Auditório da Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo – SP
As dez mais:
• Copagaz, empresa do Grupo Zahran
• Colgate Palmolive
• Laboratório Sabin
• Ecorodovias
• Copagás
• Souza Cruz
• Eucatex
30
• Tecban
• Natura
• Embraer
• BV Financeira
• Sabesp
• Catho
De acordo com Ricardo de Marchi um dos fundadores e ex-
presidente da Associação Brasileira de Qualidade de Vida:
“Nos anos 1998-1999,qualidade de vida é estar
saudável,desde a saúde física,cultural,espiritual ate a saúde
profissional,intelectual e social.Cada vez mais as empresas
que desejarem estar entre as melhores do mercado deverão
investir nas pessoas.Portanto,qualidade de vida é um fator de
excelência pessoal e organizacional”. (MARCHI,1997p.43I)
31
CONCLUSÃO
Diante ao tema polêmico Qualidade de vida no ambiente corporativo
que se iniciou na antiguidade 300 a.C., inúmeros idealizadores mencionam seu
ponto de vista, pode se afirmar de que realmente estamos em uma era
globalizada, onde os conceitos estão sendo colocados em prática, onde
grandes empresas possuem uma maior preocupação com o bem estar e saúde
de seus funcionários, que atualmente há determinadas ferramentas gerenciais
capazes de auxiliar as empresas em um processo evolutivo de melhoria, de
disputa, concorrência e de sua sobrevivência, proporcionando resultado
positivo para ambas as partes, afinal os funcionários é que move esta imensa
alavanca,assim como estes dependem da empresa,elas também dependem de
seus colaboradores, de sua produtividade, de seu reconhecimento, de sua
motivação, de seu plano real de carreira, de uma nova perspectiva de vida, de
uma qualidade de vida melhor, de um ambiente e clima favorável e de gestores
eficientes, pois todos estes fatores interferem quando o assunto se refere a
qualidade de vida no trabalho.
Rodrigues, em sua obra “Stress e Trabalho” expõe claramente os
pontos negativos e as reais causas do stress no ambiente de trabalho, desde
uma pequena dor considerada como “frescura” até o afastamento do
profissional de seu ambiente de trabalho por motivos de saúde.
Rodrigues menciona também as seis principais síndromes associadas
ao stress (Somatizações, Fadiga, Depressão, Síndrome do Pânico, Síndrome
de Burnout e Síndrome do desamparo) como forma de alertar as empresas
para com seus funcionários e fazer com que não somente coloquem em
prática, mas sim, que mantenham este modelo de ferramenta gerencial a fim
de proporcionar beneficio para ambas as partes.
Esta preocupação tornou – se cada vez maior e passou a ser
aplicada como ferramenta gerencial, onde foram mencionados exemplos reais
de grandes empresas que já utilizam esta ferramenta e todas tiveram
resultados idênticos, independentemente de qual foi a proposta QVT
32
elaborada, todas obtiveram o resultado esperado, proporcionando a todos, um
ambiente agradável, menos agressivo, tenso, o relacionamento entre as
pessoas houve melhoria, colaboradores se sentiam bem e felizes indo a
caminho de seu trabalho, sentindo – se mais dispostos, mais motivados,com
sua auto estima elevada e seu índice de produtividade também aumentou.
O tema “Qualidade de Vida no Ambiente Corporativo, me proporcionou
a analisar seus dois lados, o negativo, que inicia se na era da antiguidade, nos
anos 30 o filme “Tempos Modernos” relatou sobre a exploração dos
funcionários de uma fábrica e o lado positivo, com o surgimento de ferramentas
gerenciais pesquisadas, analisadas, desenvolvidas e aplicadas por empresas
de diversos portes e segmentos, através de um mesmo pensamento mais
humano, saudável, justo e democrático, visando não somente seu lado, mas
sim a preocupação com o estado de saúde de seus colaboradores, afinal para
as empresas é uma questão de sobrevivência, por este
motivo,estudaram,implementaram, analisaram e contrataram pessoas que
soubessem aplicar estas ferramentas gerenciais em beneficio de ambas as
partes e de fato alcançar os objetivos de melhoria traçados por cada empresa
em relação a seus funcionários.
Em minha pesquisa realizada constam casos reais de empresas que
aplicaram esta ferramenta e todas obtiveram o resultado esperado:
Profissionais mais motivados, presentes, felizes, saudáveis, competitivos,
menos estressados e produtivos.
33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CHAPLIN, Charles. Artigo Caderno de pesquisa em administração. V 08, N1. São
Paulo, 2001
DEJOURS, Christophe. A loucura do trabalho. 5ª ed.São Paulo: Cortez, 1987.
LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Qualidade de vida no trabalho - Qvt conceitos e
práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RODRIGUES, Avelino Luiz. Stress e trabalho – Uma abordagem Psicossomática. .
. Atlas. 4 ª ed. São Paulo, 1997.
34
WEBGRAFIA
DEJOURS, Christophe. O medo e precarização do trabalho. Revista IHU ON
LINE nº181 22/05/06. São Leopoldo, 2007. Disponível em <
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&intemid=18&task=d
etalhe&id=8563> Acesso em 18 de agosto de 2011.
NADRUZ, Aston Pereira. Uma ferramenta útil para aumentar lucratividade e
produtividade. Campinas, 2011. Disponível em
<http://www.depaulaenadruz.com.br/dpnz/?p=281> Acesso em 28 de julho de
2011.
ROTHEN, Dalton. EPS - Empresas Psicologicamente Saudáveis. São Paulo,
2010. Disponível em <http://www.paraumavidamelhor.com.br/empresa-
positiva/eps> Acesso em 13 de agosto de 2011.
35
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIEMENTO
DEDICATÓRIA
RESUMO
METODOLOGIA
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - A PROPOSTA DA QUALIDADE DE VIDA NO AMBIENTE CORPORATIVO
1.1 Visão histórica da Qualidade de Vida no Trabalho 1.2 Conceitos de Qualidade de Vida no Trabalho 1.3 Desafios da Qualidade de Vida no Trabalho
1.3.2 Fatores positivos 1.3.3 Os estudos de Cooper
1.4 Implementação da Proposta Qualidade de Vida no Trabalho 1.5 Pesquisas American Management Association
CAPÍTULO II – LEGISLAÇÃO E FERRAMENTA PRL (Participação nos Lucros e Resultados) APLICADOS A PROPOSTA QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
2.1 Lei 10.0101-PRL (Participação nos Lucros e Resultados) 2.1.1 As Leis 1898/1936 2.2 Análise BPSO-96 2.2.1 Biológicos, Psicológicos, Sociais e Organizacionais 2.3 Conceito de responsabilidade social corporativa de acordo com AECA
(2004).
2.4 Ferramentas utilizadas no processo de implementação dos princípios da
RSE no seio das empresas:
2.5 Ferramentas de Responsabilidade Social Empresarial: ao serviço das
empresas
36
CAPÍTULO III - INFLUÊNCIAS DO AMBIENTE DE TRABALHO NA QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR
3.1 Trabalho Taylorizado
3.1.1 Análise do trabalho
3.1.2 Fatores que influenciam negativamente no ambiente de trabalho
3.1.3 As síndromes associadas ao stress
3.2 Análise do contrato psicológico
3. Empresas Psicologicamente saudáveis
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
WEBGRAFIA
ANEXO 1- Evolução do conceito de QVT: Fonte: Revista digital · Año 10 · N° 93 | Buenos Aires, Febrero 2006. Nadler e Lawler apud Fernandes (1996).
ANEXO 2:Revista. Psicologia,Organ. Trab. v.7 n.1 Florianópolis jun. 2007.
ANEXO 3: Fonte: http://www.unisinos.br/ihu.
FOLHA DE AVALIAÇÃO
1.Ta
ANEXOS
Tabela Evolução do conceito de Q
37
de QVT
38
2 Conceitos QVT
39
3 Entrevista IHU (Instituto Hunanistas Unisinos)On-
Line
Entrevista CNAM (Conservatoire National des Arts et Métiers de
Paris) instituição pública ligada ao Ministério da Educação
francês. Seus ensinamentos sobre os impactos da organização
do trabalho sobre a saúde mental do trabalhador são
especialmente utilizados por sociólogos, filósofos, estudantes,
sindicalistas, entre outros interessados nas questões da saúde
do trabalhador.
IHU On-Line - Por que as pessoas hoje têm tanto medo de perder seus
empregos? Essa é uma característica da sociedade do trabalho pós-moderna?
R: Christoph Dejours – Sinto-me impossibilitado de responder a esta questão
no geral. No que diz respeito ao caso da França, a situação é muito clara: a
estabilidade do emprego só se generalizou após longas lutas sindicais, em
1968. A precarização representa, pois, uma regressão social importante.
Atualmente, as condições dos trabalhadores são muito diferentes do que eram
durante toda a segunda metade do século XX. Era fácil, então, encontrar um
novo emprego quando se queria mudar de trabalho, de empregador ou de
região, pois não havia desemprego. Além disso, os desempregados e os
pobres (em pequeno número) se beneficiavam de sistemas de ajuda social
eficazes, em particular para os cuidados médicos. Hoje em dia, existe uma
nova pobreza na França, e há milhões de pessoas que vivem em condições
dramáticas, nas quais a miséria se complica com formação de guetos e
violência. Perder seu emprego é correr o risco de se encontrar, um dia ou
outro, condenado a se juntar aos quarteirões inviáveis da periferia urbana. E os
trabalhadores em situação de precarização de seu emprego têm boas razões
de ter medo.
40
IHU On-Line - Que conseqüências traz o fato de trabalhar com
medo e insegurança?
R: Christoph Dejours - O medo está presente nas situações de trabalho,
implicando riscos para a integridade física (acidentes do trabalho, doenças
profissionais) como na construção de obras públicas, na produção química, nas
minas, na produção nuclear, etc. Mas, hoje em dia, o medo abrange também
as pessoas envolvidas nas atividades de serviços, como as enfermeiras, os
trabalhadores ou assistentes sociais, os caixas de supermercado, os
condutores de ônibus, os agentes de segurança social e de locações
familiares, dos correios, dos impostos, dos bancos etc., que são vítimas da
violência dos clientes, dos usuários, dos jovens, dos estudantes, no próprio
exercício de suas funções profissionais. Enfim, outros, que são mais bem
protegidos contra as agressões físicas, têm medo, hoje em dia, de não atingir
os objetivos de rentabilidade que lhes são impostos. Se as sanções em caso
de insuficiência se traduzem pela demissão, compreende-se que o medo tenha
lugar no trabalho ordinário.
As conseqüências do medo são, em primeiro lugar, a perda do prazer de
trabalhar e, em seguida, o desaparecimento da confiança nos colegas. Além
disso, o medo dá lugar à agressividade, ao ódio, ao rancor etc. O medo faz
sofrer. É preciso se defender. E as estratégias de defesa são difíceis de
construir e manter. Quando elas são solidamente constituídas, porém,
transformam profundamente a personalidade. É o que certos autores
anglófonos chamam polidamente de “a corrosão do caráter ”.
IHU On-Line - O suicídio como resultado do estresse e da sobrecarga do
trabalho seria um reflexo do rumo que a sociedade do trabalho vem tomando?
IHU On-Line - O suicídio como resultado do estresse e da sobrecarga do
trabalho seria um reflexo do rumo que a sociedade do trabalho vem tomando?
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R: Christoph Dejours - Os suicidas nos lugares de trabalho
traduzem, sobretudo, o desmoronamento da ajuda mútua, da
solidariedade e da cooperação. Os suicidas são a
manifestação mais terrível da solidão e do “cada um por si”,
que se estende sobre o mundo do trabalho com o
desenvolvimento das novas formas de organização do
trabalho, de gestão e de gerência.
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FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Faculdades Integradas A Vez do Mestre
Universidade Cândido Mendes
Título da Monografia: Qualidade de vida no ambiente corporativo.
Autor: Rosana Gofman Alves
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
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