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Qualidade do solo e manejo de nematoides
em sistemas de produção de soja
Henrique Debiasi - Embrapa Soja
Julio Cezar Franchini - Embrapa Soja
Waldir Pereira Dias - Embrapa Soja
Edison Ulisses Ramos Jr. - Embrapa Soja
Alvadi Antonio Balbinot Jr. - Embrapa Soja
Gabriel Ponce - Soloplanta Consultoria
Luiz Nery Ribas - Aprosoja
Roteiro
1) Principais espécies de nematoides de importância para a cultura da soja
2) Danos ocasionados à soja
3) Ambiente x tolerância da soja aos nematoides
4) Ambiente x nematoides
5) Qualidade do solo x magnitude dos danos dos nematoides à soja
6) Considerações finais
Principais espécies
- Meloidogyne javanica e M. incognita
- Heterodera glycines
- Pratylenchus brachyurus
- Rotylenchulus reniformis
- Scutellonema brachyurus
- Tubixaba tuxaua
Nematoide das galhas
Nematoide-de-cisto
Nematoide das lesões radiculares
Danos à soja
Ação espoliadora
Ação mecânica
Ação tóxica
Predisposição a doenças
Perdas de produtividade
Meloidogyne spp.
49% (Carneiro et al., não publicado)
H. glycines
75% (Garcia et al., 1996)
P. brachyurus
50% (Franchini et al., 2014)
R. reniformis
32% (Asmus et al., 2013)
Compromete crescimento das
raízes e sua eficiência na
absorção de água e nutrientes
Danos à soja
Doenças
Hospedeiro Patógeno
Ambiente
Ataque ou Sintoma localizado?
Por que se formam as reboleira?
Danos à soja
- População do nematoide mais elevada?
- Condições de solo (químicas, físicas e biológicas)
favoráveis à sobrevivência, reprodução e danos do
nematoide?
- Condições de solo (químicas, físicas e biológicas)
desfavoráveis ao desenvolvimento das plantas?
Ambiente x tolerância da planta
ÁGUA NUTRIÇÃO
Crescimento radicular
Armazenamento de água
● ↑ CAD
● ↑ Infiltração
● ↓ perdas por evaporação
Disponibilidade e absorção de
nutrientes
Cobertura do solo
Estrutura do solo
Ambiente químico
Ambiente x tolerância da planta
Efeito de “diluição”
O dano será menor se a infestação
for diluída em uma maior quantidade
de raízes
Escape
Menor concentração de nematoides
em maiores profundidades
Nova Ubiratã, MT (arenoso)
16.800 P. brachyurus por planta (bioensaio) – 2010/11
19.400 P. brachyurus por planta (bioensaio) – 2011/12
Nova Ubiratã, MT (argiloso)
16.800 P. brachyurus por planta (bioensaio) – 2010/11
20.800 P. brachyurus por planta (bioensaio) – 2011/12
Ambiente x tolerância da planta
Estrutura do solo
2) Adição CONSTANTE de material orgânico
1) Mínima mobilização do solo
3) Raízes: exudatos e formação de bioporos
- SPD
- Diversificação de
espécies vegetais
Ambiente x tolerância da planta
Estrutura do solo
Ambiente x tolerância da planta
ILPSoja/Milho 2ª + Gradagens
Ambiente químico
2) pH e saturação por bases
1) Capacidade de troca de cátions - CTC
4) Ausência de elementos tóxicos
3) Equilíbrio e disponibilidade de nutrientes
Correção do solo
Adubação correta
MOS
Ambiente x tolerância da planta
Ambiente x nematoide
Densidade populacional do nematoide
FATORES BIÓTICOS FATORES ABIÓTICOS
Comunidade microbiana
● Composição
● Atividade
● Diversidade
● Abundância
Adaptação do nematoide ao ambiente
● Acidez
● Umidade
● Volume e tamanho de poros
Ambiente x nematoide
Espécie vegetal Fêmeas/sistema radicular da soja
Soja suscetível 86
Alqueive 49
Urochloa decumbens 19
Urochloa brizantha “Marandu” 18
Panicum maximum “Tobiatã” 15
Número de fêmeas de Heterodera glycines em raízes de soja cultivada sob condições
controladas em sequência a diferentes manejos aplicados por 92 dias, em solo
naturalmente infestado.
Adaptado de Valle et al. (1996)
Qualidade do solo x danos
y = -0.012x + 59.324r = 0.744
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
0 600 1200 1800 2400
Pro
dutivid
adade (
sc/h
a)
População (indivíduos/g raiz)
- 24,3 scs ha-1
(41%)
- 4,8 scs ha-1
(8%)
Relação entre a produtividade da soja e a população de Pratylenchus brachyurus em
R5. Fazenda Dacar, Vera/MT, safra 2011/2012.
+ 19,5 scs/ha
+ R$ 1.400,00
MOS
Ca, Mg, K
pH
100 pontos
Adaptado de Franchini et al. (2014)
Qualidade do solo x danos
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
MilhoPousio
dessecadoBraquiária
decumbens
indiv
/200 c
m-3
solo
+ 5
g r
aíz
es
3118
667 735
MOS = 18 g/kg
1614
317475
MOS = 35 g/kg
0
10
20
30
40
50
60
70
Milho Pousiodessecado
Braquiáriadecumbens
Pro
du
tivid
ad
e d
a s
oja
, scs h
a-1
38 38
61MOS = 18 g/kg
40
48
65MOS = 35 g/kg
Adaptado de Costa et al. (2014)
Densidade populacional de P. brachyurus e produtividade da soja (TMG 115RR) em
função do teor de MOS e da cultura de 2ª safra. Lucas do Rio Verde/MT, safra 2010/11.
Qualidade do solo x danos
Relação entre população e danos de P. brachyurus na soja, em função do manejo
de entressafra. Embrapa Soja/FACS, Vera/MT, safra 2012/13.
Pousio
527 a 589 a Milho
154 b 323 b 159 b
Densidade populacional (nematoides g-1 raiz)
Gradagem C. spectabilis Milheto + CS
36 b 39 b45 a 50 a 36 b
Produtividade da soja (scs ha-1)
Adaptado de Debiasi et al. (2016)
Qualidade do solo x danos
35 lavouras de
soja entre R4 e R5,
atacadas por P.
brachyurus.
Sinop
Campos
de Júlio
Querência
Vera
Sapezal Nova Ubiratã
Nova Mutum
Campo VerdeGeneral Carneiro
Rondonópolis
Safra 2011/12
Safra 2010/11
Safra 2009/10
Monitoramento
de Pratylenchus
em áreas de
soja no Mato
Grosso
Qualidade do solo x danos
P < 0,05
N = 10 (29%)
R = 2.877
F = 1.537
Pra
tyle
nchus
Indiv
iduos
por
g r
aiz
0100020003000400050006000700080009000
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213 1 2 3 5 6 7 8 9 101112131415
2010 2011 2012
Reboleira Fora Média R Média F
-1000-500
0500
1000150020002500300035004000
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213 1 2 3 5 6 7 8 9 101112131415
2010 2011 2012
Diferença Média D
População de nematoides nas raízes de soja dentro e fora das reboleiras em 35
áreas de soja no Mato Grosso (2009/10, 2010/11 e 2011/12).
Qualidade do solo x danos
Teor de carbono orgânico do solo (COT) dentro e fora das reboleiras em 35 áreas
de soja no Mato Grosso (2009/10, 2010/11 e 2011/12).
P < 0,05
N = 20 (57%)
R = 10,8
F = 11,9
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213 1 2 3 5 6 7 8 9 101112131415
2010 2011 2012
CO
T, g
kg
-1
Reboleira Fora
-4,0
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213 1 2 3 5 6 7 8 9 101112131415
2010 2011 2012
CO
T, g
kg
-1
Média R Média F
Qualidade do solo x danos
Saturação por bases (0-20 cm) dentro e fora das reboleiras em 35 áreas de soja no Mato Grosso
(safras 2009/10, 2010/11 e 2011/12).
P < 0,05
N = 21 (60%)
R = 28
F = 40
V, %
0
10
20
30
40
50
60
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
2010 2011 2012
Reboleira Fora Média R Média F Recomendado
-16
-12
-8
-4
0
1 2 3 4 5 6 7 8 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
2010 2011 2012
Diferença Média D
Qualidade do solo x danos
- Grade 20 x 20 m
- Coleta de amostras
de solo, nematoides,
folhas e grãos
- Medição da altura
de plantas. 100 pontos
5 subamostras por ponto
Camada 0,0-0,2 m
Vera
Variabilidade espacial de atributos químicos do solo, da população e danos de P. brachyurus
na soja, na região Médio Norte do MT. Embrapa Soja/FACS, 2010/11 e 2011/12.
Fazenda Dacar
Qualidade do solo x danos
Mapa de ocorrência de
reboleiras e da população
de P. brachyurus
(bioensaio).
Fazenda Dacar, Vera/MT,
2010/11.
0 50 1000
50
100
150
200
250
300
350
400
Dis
tância
, m
Distância, m
Fora
Reboleira
58 Reboleira
42 Fora
0 50 1000
50
100
150
200
250
300
350
400
1000
6000
11000
16000
Distância, m
Dis
tân
cia
, m
Indivíduos/g raiz
Qualidade do solo x danos
Fora Reboleira
pH
4,70
V
0 50 100
31,0
Dis
tân
cia
, m
0
50
100
150
200
250
300
350
400Mg
0,49
0 50 100
Ca
1,20
0 50 100
Al
0,08
0 50 1000 50 100
Franchini et al.
(2011)
73% 74% 67% 73% 73%
Variabilidade espacial de atributos relacionados à acidez do solo (0-20 cm) e dos danos
de P. brachyurus à soja. Fazenda Dacar, Vera/MT, safra 2010/2011.
Qualidade do solo x danos
Al (cmolc dm-3)
Fora
Reboleira
66%66%
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 50 100
Distância, m
Dis
tân
cia
, m
0 50 100
Distância, m
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Dis
tância
, m
220,28
V (%)
Variabilidade espacial de
atributos relacionados à
acidez do solo (0-0,2 m) e
dos danos de P. brachyurus à
soja. Fazenda Dacar,
Vera/MT, safra 2011/12.
Qualidade do solo x danos
y = -7,1x + 70,7
r = 0,61*
20
30
40
50
60
2 3 4 5
H+Al cmolc/dm-3
Relações entre a produtividade da soja e os teores foliares de P, K e S e os teores no
solo de H+Al e K. Fazenda Dacar, Vera, MT. Safra 2011/2012
Qualidade do solo x danos
K,
cm
ol c
/dm
-3
População, indivíduos g-1 raiz
+6 scs/ha
(12,5%)
+12 scs/ha
(40%)
Relação entre a população
de P. brachyurus, teor de K
no solo e a produtividade
da soja.
Fazenda Dacar, Vera/MT.
Safra 2011/12.
Qualidade do solo x danos
Relação entre acidez do solo
e população de P. brachyurus
em raízes de soja, após 60
dias de cultivo em casa de
vegetação. Embrapa Soja,
2012.y = 15167x-0,831
R² = 0,92**
0 10 20 30 40 50 60
V (%)
y = 200.9e0,3535x
R² = 0,84**
2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 7.0
H+Al (cmolc dm-3)
y = 860237x-4,282
R² = 0,83**
0
500
1000
1500
2000
2500
4.0 4.5 5.0 5.5 6.0
indiv
íduo
s/p
lanta
pH CaCl2
y = 1504x-0,866
R² = 0,92**
0
500
1000
1500
2000
2500
0.0 1.0 2.0 3.0 4.0
indiv
íduo
s/p
lanta
Ca+Mg (cmolc dm-3)
900
540-40%
Franchini et al., 2014.
População inicial
500 indivíduos/vaso
Qualidade do solo x danos
Densidade populacional de P. brachyurus nas raízes e produtividade da soja (cv.
P98Y70 RR) em função da calagem, associada ou não à gessagem e adubação
potássica ão, em área de textura arenosa. Embrapa Soja, Tapurah/MT, 2016.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Pro
du
tivid
ad
e, kg
ha
-1
C C+G C+G+KC+K T0
300
600
900
1200
1500
1800
2100
2400
indiv
íduos g
-1ra
iz
100
75
5550
71 100
16
44 43 42
C C+G C+G+KC+K T
Qualidade do solo x danos
Efeito total, sobre o nematoide e sobre a planta, ocasionados pela calagem (C),
gessagem (G) e adubação potássica corretiva (K), sobre a produtividade da soja
(cultivar P98Y70 RR), na área arenosa. Tapurah/MT, 2015.
y = -0,0062x + 54,3R² = 0,25**
20
25
30
35
40
45
50
55
60
0 1000 2000 3000
Pro
du
tivid
ad
e (
scs h
a-1
)
P. brachyurus (indiv g-1 raiz)
6,0
5,0
11,0
7,0
2,5
4,13,5
2,5
3,5
0,9
7,5
4,5
Total
Nematoide
Planta
C C+K C+G C+G+K
0
4
6
8
10
12
Dif. re
l. t
este
munh
a (
scs
ha
-1)
2
Qualidade do solo x danos
Relação entre acidez do solo e a população do nematoide-de-cisto da soja, em áreas
com e sem sintomas de lavouras comerciais . Embrapa Soja, 1999.
Município Sintomas V% pH CaCl2
Número cistos 100 cm-3 solo
Total Viáveis
Chapadão do
Sul/MS
Não 48 4,9
Sim 79 7,1
Chapadão do
Céu/GO
Não 49 4,9
Sim 77 6,9
26 2
44 14
51 2
19 4
Adaptado de Garcia et al., 1999.
Qualidade do solo x danos
Relação entre produtividade de soja (cultivar Msoy 8210 IPRO) e acidez do solo em
área muito argilosa infestada com nematoide-de-cisto. Tapurah/MT, 2015.
NCS>20 Ŷ = 130 - 17,3x R² = 0,72**
NCS<20 Ŷ= 5,7 + 8,4x R² = 0,33*
25
30
35
40
45
50
55
4,8 4,9 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4
Pro
du
tivid
ad
e (
scs h
a-1
)
pH CaCl2
NCS>20 Ŷ = 61 - 0,47x R² = 0,72**
NCS<20 Ŷ = 39 + 0,29x R² = 0,34*
30 35 40 45 50 55
V%
NCS< 20 = número de fêmeas por planta inferior a 20 (bioensaio)
Considerações finais
1) A densidade populacional dos nematoides NÃO É O ÚNICO FATOR
determinante da magnitude dos danos à soja.
2) A qualidade do solo influencia a DENSIDADE POPULACIONAL e a
TOLERÂNCIA DA SOJA aos danos ocasionados pelos nematoides
3) Portanto, a eficiência de uma determinada prática de manejo para o
controle dos nematoides NÃO DEVE SER AVALIADA APENAS SOB O
PONTO DE VISTA DOS EFEITOS SOBRE A DENSIDADE
POPULACIONAL. Deve levar em consideração os impactos sobre a
QUALIDADE DO SOLO e, assim, a TOLERÂNCIA DA PLANTA à doença.
Considerações finais
4) O COT e a ACIDEZ DO SOLO estão entre os principais indicadores
de qualidade do solo associado aos danos dos nematoides sobre a soja.
5) Os estudos da interações entre solo x danos de doenças às culturas
agrícolas devem ser intensificados. Destaque especial deve ser dados à
REVISÃO/ADEQUAÇÃO DE VALORES CRÍTICOS de atributos
químicos, físicos e biológicos do solo sob estresses bióticos.