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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL PPG – CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES DISSERTAÇÃO QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE ARROZ COM DIFERENTES GRAUS DE UMIDADE, TRATADAS COM FUNGICIDA CLARISSA SANTOS DA SILVA PELOTAS Rio Grande do Sul- Brasil Março de 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PPG – CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

DISSERTAÇÃO

QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE ARROZ COM DIFERENTES GRAUS DE UMIDADE,

TRATADAS COM FUNGICIDA

CLARISSA SANTOS DA SILVA

PELOTAS

Rio Grande do Sul- Brasil

Março de 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

PPG – CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SEMENTES

QUALIDADE FISIOLÓGICA E SANITÁRIA DE SEMENTES DE ARROZ COM DIFERENTES GRAUS DE UMIDADE,

TRATADAS COM FUNGICIDA

CLARISSA SANTOS DA SILVA

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Pelotas, sob orientação do Prof.

Dr. Orlando Antônio Lucca Filho, como

parte das exigências do programa de Pós-

Graduação em Ciência e Tecnologia de

Sementes, para a obtenção do título de

Mestre em Ciência e Tecnologia de

Sementes.

Orientador: Orlando Antônio Lucca Filho

Co- orientador: Paulo Dejalma Zimmer

PELOTAS

Rio Grande do Sul- Brasil

Março de 2007

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Banca Examinadora: Prof. Dr.Orlando Antônio Lucca Filho

Prof. Dr. Paulo Dejalma Zimmer

Prof. Dr. Dario Munt de Moraes

Dr. Cley Donizeti Martins Nunes

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iii

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e tecnologia de Sementes,

pela oportunidade oferecida para a realização do curso de Mestrado em Ciência e

tecnologia de Sementes.

À CAPES pela concessão da bolsa de estudos que possibilitou a realização

deste trabalho.

Ao Professor orientador Orlando Antônio Lucca Filho, pela orientação e

amizade durante o curso.

Ao co-orientador Paulo Dejalma Zimmer pela amizade e conselhos.

À Roberto Boninni, pela ajuda na execução deste trabalho.

À todos os professores do curso, no qual tiveram grande importância para o

meu crescimento profissional.

Aos funcionários dos laboratórios, por toda a ajuda.

À minha família que sempre me apoiou em todos os momentos.

Ao meu noivo, João Roberto Gervasio pela paciência e compreensão.

Aos meus amigos e colegas que de uma forma ou outra contribuíram para a

realização deste trabalho.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Grau de umidade de sementes de arroz cultivar EL PASO 144 lote 1, armazenadas hermeticamente durante 240 dias à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007........................................................................... 21

TABELA 2. Grau de umidade de sementes de arroz cultivar EL PASO 144

lote 2, armazenadas hermeticamente durante 240 dias à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007........................................................................... 21

TABELA 3. Porcentagem inicial de incidência de fungos em dois lotes de

sementes de arroz cultivar EL PASO 144. Pelotas, RS/ UFPel, 2007 ............................................................................................................... 28

TABELA 4. Porcentagem dos fungos de campo(C), armazenamento (A) e

outros (O), no período de 120 dias, após realização do teste de sanidade de sementes de arroz, lote 1, cultivar EL PASO 144. Pelotas, RS/ UFPel, 2007........................................................................... 29

TABELA 5. Porcentagem dos fungos de campo(C), armazenamento (A) e

outros (O), no período de 120 dias, após realização do teste de sanidade de sementes de arroz, Lote 2, cultivar EL PASO 144. Pelotas, RS/ UFPel, 2007........................................................................... 29

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1. Porcentagem de germinação de sementes de arroz cultivar EL PASO 144, lote 1, armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007 ............................................. 23

FIGURA 2. Porcentagem de germinação de sementes de arroz cultivar EL

PASO 144, lote 2, armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007 ............................................. 24

FIGURA 3. Porcentagem de plântulas normais obtidas no teste de vigor do

lote 1 de sementes de arroz cultivar EL PASO 144 armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007 .................................................................................................. 26

FIGURA 4. Porcentagem de plântulas normais obtidas no teste de vigor do

lote 2 de sementes de arroz cultivar EL PASO 144 armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007 .................................................................................................. 27

FIGURA 5. Padrão eletroforético da atividade enzimática da Glutamato

Oxalacetato Transaminase, em plântulas de arroz do lote 1 obtido aos 60 dias de armazenamento. Pelotas, RS/ UFPel, 2007 ................ 31

FIGURA 6. Padrão eletroforético da atividade enzimática da Esterase, em

plântulas de arroz do lote 2 obtido aos 60 dias de armazenamento. Pelotas, RS/ UFPel, 2007............................................ 31

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RESUMO

SILVA, CLARISSA SANTOS DA. Qualidade Fisiológica E Sanitária De Sementes de Arroz Com Diferentes Graus De Umidade, Tratadas Com Fungicida. 2007, 48p. Tese(Mestrado)- Programa de Pós-Graduação Ciência e Tecnologia de Sementes- Universidade Federal de Pelotas, Pelotas

Este trabalho foi conduzido com objetivo avaliar a qualidade de sementes de arroz tratadas com fungicida em diferentes graus de umidade durante o período de armazenamento. Foram utilizados dois lotes de sementes da cultivar EL PASO 144, de diferentes graus de umidade e sanidade, produzidos na região de Pelotas, RS, na safra 04/05. Para a formulação da calda fungicida foram adicionados 10mL(1%), 20mL (2%), e 30mL (3%) de água em mistura com fungicida Carboxin/Thiram (300mL/100Kg de sementes). Mesmas percentagens de água, sem adição do fungicida, além de uma testemunha, constituíram os sete tratamentos. Após, foram embaladas em recipientes herméticos, durante o período de oito meses de armazenamento. A qualidade das sementes foi monitorada através do teste para determinação do grau de umidade, germinação, vigor e sanidade. Avaliações bioquímicas das sementes, através da técnica de eletroforese de sistemas enzimáticos, determinou-se a atividade das enzimas Fosfatase Ácida, Álcool Desidrogenase, Glutamato Oxalacetato Transaminase, Esterase e Alfa-amilase. O modelo estatístico utilizado foi o completamente casualizado, com três repetições. Os efeitos benéficos do tratamento fungicida sobre a qualidade fisiológica são evidentes logo após o tratamento das sementes. Os resultados obtidos demonstram decréscimo na porcentagem de germinação e vigor das sementes tratadas, intensificado a partir do 60º dia de armazenamento. O fungicida utilizado no tratamento de sementes é eficiente na redução da incidência de fungos associados à semente. Não foi possível detectar o efeito do fungicida na expressão das enzimas das sementes viáveis. PALAVRAS-CHAVE: fungicida, arroz, armazenamento, Carboxin/Thiram

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ABSTRACT

SILVA, CLARISSA SANTOS DA. Phisiological And Sanitary Quality Of Rice Seeds Whit Different Moisture Contents, Trated With Fungicide. 2007, 48p. Tese(Mestrado)- Programa de Pós-Graduação Ciência e tecnologia de Sementes- Universidade Federal de Pelotas, Pelotas

This work was conducted to evaluate the quality of rice seeds treated whit fungicide in different moisture contents during of stored period. Were used two rice seeds lots, cv EL PASO 144, produced in Pelotas/RS during 04/05. For the formularization of fungicide, were additioned 10mL (1%), 20mL (2%) e 30mL (3%) of water in mixed with fungicide Carboxin/Thiram (300mL/ 100Kg of seeds). Same water percentages, without addition of the fungicide, besides one control, had constituted the seven treatments. The seeds were stored in hermetic recipient during eight months period. The quality of seeds was submitted to moisture determination, standard germination, vigor and health. Biochemical evaluation of the seeds was obtained by the technique of electrophoresis of enzymatic systems, being evaluated the activity of the enzymes Acid Phosphates, Alcohol Dehydrogenize, Glutamate Oxalacetate Transaminase, Esterase and a- amylase. The statistic model was of randomizes completely blocks with three replications. The benefic effect of fungicide on physiological quality are evident immediately after the treatment of seeds. The results indicate the germination and vigor reduction of treated seeds increase after 60 days of storage. The fungicide used in treatments of seeds is efficient in reduction of the fungi associates on the rice seeds. Wasn’t possible to identify the effect of fungicide in the expression of enzymes of viable seeds. Key- words: fungicide, rice, storage, Carboxin/Thiram

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SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS ......................................................................................................... iii

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... iv

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... v

RESUMO.............................................................................................................................. vi

ABSTRACT ........................................................................................................................ vii

1. Introdução ....................................................................................................................... 1

2. Revisão Bibliográfica ................................................................................................... 3

2.1 Cultura do arroz........................................................................................................... 3

2.2 Qualidade de sementes ............................................................................................. 4

2.2.1 Qualidade genética.................................................................................................. 5

2.2.1.1 Eletroforese............................................................................................................5

2.2.2 Qualidade Física....................................................................................................... 6

2.2.3 Qualidade Fisiológica ............................................................................................. 6

2.2.4 Qualidade Sanitária ................................................................................................. 7

2.3 Patógenos associados às sementes .................................................................... 7

2.3.1 Principais doenças da cultura do arroz............................................................. 9

2.3.1.1 Brusone.................................................................................................................9

2.3.1.2 Mancha Parda......................................................................................................10

2.3.1.3 Escaldadura da Folha........................................................................................10

2.3.1.4 Mancha de Glumas ...........................................................................................11

2.3.1.5 Queima das Bainhas.........................................................................................11

2.4 Tratamento de sementes......................................................................................... 11

2.4.1 Tratamento químico ............................................................................................. 13

3. Material e Métodos...................................................................................................... 15

3.1 Avaliações................................................................................................................... 16

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3.1.1 Determinação do grau de umidade................................................................... 16

3.1.2 Teste de germinação............................................................................................. 16

3.1.3 Teste de vigor ......................................................................................................... 17

3.1.4 Teste de sanidade.................................................................................................. 17

3.1.5 Eletroforese ............................................................................................................ 18

3.1.5.1 Preparo dos tampões e géis ............................................................................18

3.1.5.2 Revelação e fixação dos géis.........................................................................19

3.2 Análise Estatística .................................................................................................... 19

4. Resultados e Discussão............................................................................................ 20

4.1. Determinação do Grau de Umidade.................................................................... 20

4.2. Teste de Germinação .............................................................................................. 22

4.3. Teste de Vigor ........................................................................................................... 25

4.4. Teste de Sanidade ................................................................................................... 27

4.5. Eletroforese ............................................................................................................... 30

5. Conclusões ................................................................................................................... 33

8. Referências Bibliográficas........................................................................................ 34

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1. Introdução

O arroz irrigado (Oryza sativa L.) é a cultura mais extensamente cultivada

no mundo, constituindo-se a base da alimentação de vários povos, inclusive o

brasileiro. O Estado do Rio Grande do Sul contribui com 50% da produção nacional

desse cereal (EMBRAPA, 2005). No entanto, a necessidade de maior produção de

alimento no mundo, em face ao acentuado crescimento da população no presente

século, fez com que fronteiras agrícolas fossem substancialmente aumentadas e

novas tecnologias de produção desenvolvidas e incorporadas ao setor produtivo.

Em conseqüência do uso intensificado das áreas de cultivo, sérios

problemas de natureza sanitária foram criados, notadamente nos países de terceiro

mundo. Um desses problemas consiste no fato de que agentes fitopatogênicos são

capazes de associar-se às sementes de seus hospedeiros, podendo, a partir daí,

sobreviver por longos períodos, ser disseminados a diferentes partes da terra e

causar sérios prejuízos.

A ocorrência de doenças é um dos maiores fatores de restrição à produção.

A planta de arroz, em qualquer fase de desenvolvimento, está sujeita a doenças que

reduzem tanto a qualidade quanto a quantidade final do produto. Entre os prejuízos

diretos, causados pelas doenças em arroz, incluem-se a redução do estande

plantas, grãos manchados, menor número e/ou tamanho de grão e redução geral na

eficiência produtiva dessas plantas (MIURA, 2002).

Um número grande de microrganismos são transportados e introduzidos em

outras áreas através de sementes, sendo os fungos os que causam o maior número

de enfermidades nas plantas e que ocorrem com maior freqüência do que bactérias

e nematóides (ZAPATA, 1985).

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O controle de algumas dessas contaminações pode ser feito através do

tratamento de sementes com fungicida, enquanto para outras os resultados são

negativos ou incompletos, tornando-se positivos quando usados de forma integrada

com outros métodos de controle, notadamente bom manejo de práticas culturais,

cultivares resistentes e agentes físicos e biológicos (RIBEIRO, 1996).

No controle integrado de doenças de plantas, o tratamento de sementes

constitui uma medida valiosa pela sua simplicidade de execução, baixo custo e

eficácia sob vários aspectos.

Porém, a simples opção de aplicar um fungicida e armazenar as sementes,

ou aplicá-lo e semeá-las imediatamente após o tratamento, exige cuidados,

especialmente para não causar danos à própria semente. Além disso, o tratamento

quando mal realizado, pode causar diminuição da qualidade fisiológica das

sementes, principalmente se esta for armazenada. Isto ocorre em virtude das

quantidades utilizadas para diluir o produto. PUZZI (1986) e NEERGAARD (1977)

são categóricos em afirmar que o grau de umidade influencia diretamente a

qualidade da semente armazenada, possibilitando o desenvolvimento de fungos,

insetos e ácaros.

Neste contexto, este trabalho tem por objetivo analisar e descrever o efeito

do tratamento químico sobre a qualidade fisiológica e sanitária das sementes de

arroz cv. EL PASO 144 com diferentes graus de umidade, durante o período de oito

meses de armazenamento, embaladas em recipientes herméticos.

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2. Revisão Bibliográfica

2.1 Cultura do arroz

O arroz é um dos cereais mais cultivados no mundo, especialmente na Ásia,

onde constitui a base alimentar da população. Aproximadamente 150 milhões de

hectares são produzidos anualmente e a produção atinge mais de 500 milhões de

toneladas. Mais da metade dessa produção provém da lavoura com irrigação

controlada. No Brasil cerca de 1,3 milhões de hectares são cultivados anualmente

com arroz, dos quais 950 mil no Estado do Rio Grande do Sul (NEDEL et al.; 2004).

Cultivado praticamente em todo país e tendo seu consumo difundido em

todas classes sociais, ocupa posição de destaque do ponto de vista econômico e

social, sendo responsável por suprir a dieta básica da população com um

considerável aporte de calorias, proteínas e sais minerais.

O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 50% do total da safra

nacional do arroz, participando com 3,6% do total do PIB agrícola brasileiro e

gerando 175 milhões de ICMS e 250 mil empregos no estado. A produtividade média

do estado está próxima a obtida em países tradicionais no cultivo, como Estados

Unidos, Austrália e Japão (EMBRAPA, 2005).

Além do crescimento físico da área de cultivo, parte da produção pode ser

atribuída ao desenvolvimento e à recomendações de novas cultivares, que atendem

às exigências do mercado apresentando alta produtividade, boa qualidade de grão e

estabilidade na produção, do ponto de vista de melhor relação aos estresses bióticos

( doenças, brusone) e abióticos (frio, toxidez por ferro e salinidade), com resistência

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a pragas e doenças, e adaptação às condições edafoclimáticas predominates em

cada região de cultivo.

Na safra de 2002/03 a produção de arroz no Rio Grande do Sul foi de

4.708.699 toneladas. Já na safra de 2004/05 foi de 6.310.002 toneladas e a

produção desse ano alcançou 6,6 milhões de toneladas, fazendo com que o país

atingisse a auto-suficiência (EMBRAPA, 2007). O contínuo desenvolvimento

tecnológico tem levado a um aumento de produtividade e eficiência produtiva, o que

vem colocando o Brasil em condições cada vez mais propícias para se tornar um

forte competidor mundial.

2.2 Qualidade de sementes

De acordo com PERETTI (1994), sementes de qualidade são aquelas que

possuem alta viabilidade, isto é, que são capazes de originar plantas normais em

condições ambientais desfavoráveis, o que pode ocorrer a campo. Para um lote de

sementes ser considerado de qualidade este deve pertencer à espécie e cultivar

desejada; estar puro, isto é, não conter outras sementes ou materiais inertes; não

apresentar dormência e, se apresentar, que esta seja naturalmente reversível;

possuir elevado nível de germinação e excelente estado sanitário; ser de fácil

conservação, ou seja, baixo conteúdo de água, e apresentar uma boa adaptação às

condições edáficas e climáticas da região a que se destina.

POPONIGIS (1977) relata que o desenvolvimento da cultura é influenciado

pela qualidade fisiológica das sementes, afetando fatores como população de

plantas, ausência de doenças, alto vigor e alta produtividade. IRIGON & MELLO

(1996) complementam, afirmando que a qualidade fisiológica envolve o metabolismo

para expressar seu potencial.

Segundo POPONIGIS (1977), a qualidade de sementes é o somatório dos

atributos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários da semente, responsáveis por

sua capacidade de originar plântulas altamente produtivas.

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2.2.1 Qualidade genética

A qualidade genética constitui-se na pureza varietal, no potencial de

produtividade, na resistência a pragas e moléstias, na precocidade, na qualidade do

grão, resistência a condições adversas de solo e clima, ciclo, características

organolépticas, arquitetura da planta, entre outros (PESKE & BARROS, 1998).

NASCIMENTO (2001) complementa que algumas destas características,

entretanto, podem variar com o ambiente (fatores climáticos, tratos culturais,

irrigação etc.). Este conjunto de características é demasiadamente importante para o

produtor na tomada de decisões da melhor época de plantio e/ou cultivar mais

adaptada para sua região, com efeitos diretos na produção e conseqüente lucro.

De acordo com TOLEDO & MARCOS FILHO (1977), a manifestação da

pureza varietal em uma lavoura é geralmente observada pela uniformidade das

plantas. É considerada a característica mais importante de um lote de sementes,

pois determina a qualidade do produto colhido.

2.2.1.1 Eletroforese

No campo, as características morfológicas são utilizadas normalmente para

descrever e discriminar variedades e novas linhagens de plantas. Entretanto,

diferenças genéticas são expressas inicialmente na forma de ácidos nucléicos e

proteínas, podendo ser usadas para caracterizar cultivares através de eletroforese.

O uso de isoenzimas substituindo expressões fenotípicas das plantas na

caracterização de cultivares está amplamente difundido, uma vez que propicia a

obtenção de padrões altamente repetitivos, visto que as isoenzimas são expressões

originárias em sua quase totalidade da constituição genética da planta e, portanto,

pouco afetadas por condições ambientais (TANKSLEY & ORTON, 1983).

A análise por isoenzimas é uma técnica acessível e que fornece ampla

informação genética para diversas aplicações (FERREIRA & GRATTAPAGLIA,

1998). Ela tem sido utilizada na avaliação de alterações fisiológicas e bioquímicas

em sementes armazenadas (CAMARGO et al., 2000; SANTOS et al., 2005). A

atividade enzimática pode indicar transformações degenerativas nas sementes.

Como exemplo disto, temos a alta atividade da enzima álcool desidrogenase que foi

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verificada por BOCK (1999) em sementes de soja, indicando aumento na respiração

em função do acréscimo no grau de hidratação.

2.2.2 Qualidade Física

A qualidade física da semente engloba não apenas a sua aparência e

integridade, mas também seu grau de contaminação com sementes de outras

espécies e com material inerte, como terra, fragmentos de plantas e sementes,

pedras, etc (PERETTI, 1994 e PESKE & BARROS,1998).

Para PESKE et al. (2006), os principais atributos da qualidade física das

sementes incluem pureza física, umidade, danificações mecânicas, peso

volumétrico, peso de 1000 sementes e aparência.

Segundo TOLEDO & MARCOS FILHO (1977), a qualidade física é

importante componente do cálculo do valor cultural de um lote de sementes, pois

este se baseia nos resultados da análise da pureza física e da germinação das

mesmas. O resultado desse cálculo, em porcentagem de sementes puras viáveis,

serve de parâmetro para o produtor, tanto para o cálculo da densidade de

semeadura quanto para a escolha do lote a ser adquirido.

2.2.3 Qualidade Fisiológica

Para POPINIGIS (1977) e PESKE & BARROS (1998), a qualidade

fisiológica da semente é um somatório de seus atributos que indicam a capacidade

da mesma de desempenhar funções vitais, como germinação, vigor e longevidade. A

utilização de sementes com alta qualidade fisiológica influencia diretamente no

desenvolvimento da cultura, proporcionando maior uniformidade da população,

ausência de doenças transmitidas por semente, alto vigor das plantas, e alta

produtividade.

No processo de formação das sementes, considera-se como ponto de

máxima qualidade fisiológica aquele em que a semente apresenta máxima

germinação e vigor. Como, em geral, nesse momento a umidade das sementes é

considerada elevada para realização da colheita, esta é postergada, permanecendo

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as sementes armazenadas no campo, expostas às condições ambientais

(CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).

2.2.4 Qualidade Sanitária

As sementes utilizadas para propagação devem ser sadias e livres de

patógenos. Sementes infectadas por doenças podem não apresentar viabilidade ou

serem de baixo vigor. A semente é um veículo de disseminação de patógenos, os

quais podem, às vezes, causar surtos de doenças nas plantas, pois pequenas

quantidades de inóculo na semente podem ter uma grande significância

epidemiológica (PESKE et al., 2006).

De acordo com MACHADO, (1988), dentre os danos que um patógeno pode

provocar, considerando-se a planta individualizada, a partir de sementes, podem ser

citados: morte em pré-emergência; podridões radiculares; tombamentos; manchas

necróticas em folhas, caules, frutos e sistema vascular; deformações (hipertrofias e

subdesenvolvimento); descolorações (desvio da coloração normal); infecções

latentes, etc. Nos campos de produção de sementes, além desses tipos de danos

que causam reduções na produtividade, as doenças podem causar depreciações

profundas na qualidade do produto. Abortos, estromatizações, perda do poder

germinativo são alguns dos efeitos que patógenos podem causar nas sementes.

2.3 Patógenos associados às sementes

Existe um grande número de fatores que podem afetar a qualidade das

sementes. Dentre eles podemos citar os fatores sanitários, que se caracterizam pelo

efeito deletério provocado pela ocorrência de microrganismos associados às

sementes, desde o campo de produção até o armazenamento ( LUCCA FILHO,

1996).

Segundo MENTEN (1991) a constatação de patógenos associados à

sementes é uma evidência concreta da ocorrência de danos e perdas de

produtividade à cultura, quando da utilização de sementes infestadas.

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Os danos causados por microrganismos transmitidos por sementes são

bastante variáveis, estando na dependência do patógeno envolvido e do inóculo

inicial do mesmo, da espécie cultivada, das condições climáticas vigentes no

decorrer do desenvolvimento da cultura, etc. ( LUCCA FILHO, 2006).

Os mesmos autores ressaltam que o comportamento do hospedeiro pode

ser modificado, semeando-se na época adequada, usando cultivares resistentes, na

densidade recomendada, adubando-se de forma adequada e irrigando-se de forma

contínua. Tais práticas poderão contribuir para o maior grau de tolerância das

plantas às diferentes doenças e resultam na garantia de rendimentos mais

satisfatórios e lucrativos. Ressalta-se que uma doença se estabelece com maior

facilidade se a planta estiver submetida a estresses de qualquer natureza,

principalmente térmicos, hídricos ou nutricionais, se ocorrer elevada população de

patógenos virulentos na área e se as condições climáticas forem favoráveis à

epifitotia (epidemia).

PRABHU et al. (1999), ratificando esta afirmação comenta que o arroz, em

todas as fases de crescimento e desenvolvimento, está sujeito ao ataque de

doenças que reduzem a produtividade e a qualidade de grãos. A prevalência e

severidade das doenças dependem da presença de patógeno virulento, de ambiente

favorável à incidência e da suscetibilidade da cultivar. Mais de 80 doenças causadas

por patógenos, inclusive, fungos, bactérias, vírus e nematóides, em diferentes

países, foram registrados na literatura.

A importância da ocorrência de patógenos em sementes pode ser avaliada

sob diferentes prismas, culminando todos, entre tanto, com a dimensão econômica

que cada interação patógeno-hospedeiro determina. Desta forma o significado

econômico dessa associação pode ser estimado tomando-se como base a própria

expressão de cada doença na forma como ela ocorre na natureza e considerando-se

o fato de que a maioria das doenças conhecidas pode ter seus agentes etiológicos

transmitidos eficazmente pelas sementes de seu hospedeiro (MACHADO, 1994).

Dentre os agentes patogênicos que podem associar-se às sementes de

plantas, os fungos formam o maior grupo, seguido das bactérias e, em menor

proporção, dos vírus e dos nematóides.

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2.3.1 Principais doenças da cultura do arroz

Conforme RIBEIRO & SPERANDIO (1998) E RIBEIRO (1996), entre todas

as doenças que ocorrem em lavouras de arroz, a mais importante, devido ao

prejuízo causado na produtividade, é a Brusone (Pyricularia oryzae Cav.), com

menor importância seguem-se a Mancha Parda (Dreschslera oryzae Breda de

Haan), a Escaldadura das Folhas ( Gerlachia oryzae (Hask & Yok) W. Sams), a

Mancha das Glumas ( Phoma sp., Phoma sorhina, Curvularia lunata, Nigrospora

oryzae, Alternaria sp., Fusaruim sp., e bactérias ); Podridão do colmo (Sclerotium

oryzae Catt.); Queima das bainhas (Rhizoctonia solani Khun), a Mancha das bainhas

(Rhizoctonia oryzae Riker & Gooch); a Mancha estreita ( Cercospora janseana).

2.3.1.1 Brusone

A Brusone, causada pelo fungo (Pyricularia oryzae Cav.) é a doença do

arroz mais expressiva no Brasil.

A Brusone o corre em todo o território brasileiro, do Rio grande do Sul ao

Amazonas. Os prejuízos são variáveis, sendo maiores em arroz de sequeiro, no

Centro-Oeste brasileiro, onde em situações mais drásticas, as perdas podem chegar

até 100% (PRABHU et al., 1999).

PRABHU et al., (1999) citando FRANTTINI & SOAVE, relatam que no Rio

Grande do Sul, a doença causa grande danos, atingindo em alguns anos, de 5 a

10% da área cultivada. Contudo dentro dessa mesma área atacada, a severidade

variou desde 10-15% até 70-80% da média da produção de algumas lavouras. Nesta

região, os ataques da brusone são mais severos nas lavouras localizadas na

depressão central e no litoral do Rio Grande do Sul.

Essa doença pode ocorrer em todas as partes da planta, desde os estádios

inicias de desenvolvimento até a fase final de produção dos grãos BEDENDO

(1997). De acordo com RIBEIRO (1996) em arroz, os esporos deste fungo

geralmente ocorrem junto ao pedicelo dos grãos, mas podem ser localizados

também no ráquis das panículas. O ataque do fungo pode produzir plântulas

anormais e reduzir a germinação, além de tornar a semente infectada uma fonte de

inoculo primário.

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2.3.1.2 Mancha Parda

O fungo Drechslera oryzae (Breda de Haan) é o agente causal da Mancha

Parda, a qual é uma doença comum no Brasil e assume grande importância

econômica, principalmente nas Regiões Norte e Nordeste (PRABHU et al., 1999).

As perdas atribuídas a essa doença não são tão drásticas, porém, são

significativas em função da suscetibilidade da variedade e da ocorrência de

condições ambientais favoráveis. A importância da mancha parda tem sido

subestimada pelo fato de ser freqüentemente confundida com a brusone

(BEDENDO, 1997).

Segundo RIBEIRO (1984), essa doença é a principal causa das manchas

dos grãos, tanto em arroz irrigado como em sequeiro. Afeta a emergência das

plântulas nas lavouras semeadas mais cedo, em outubro, e as plantas adultas

próximas da maturação, porém não causa danos significativos nas grandes lavouras

no Rio Grande do Sul.

No entanto, em lavouras mais antigas, na região Sul, com sistematizações

do solo mal conduzidas, os focos da Mancha Parda são severos e as sementes

colhidas nesta área apresentam maiores percentuais de contaminação por D. oryzae

(RIBEIRO,1996).

2.3.1.3 Escaldadura da Folha

O agente causal da Escaldadura da Folha é o fungo ( Gerlachia oryzae

(Hask & Yok) W. Gams). Sua ocorrência é bastante generalizada, tendo sido

identificada em diferentes partes do mundo onde o arroz é cultivado. A doença pode

provocar perdas consideráveis em vários países da América Latina, inclusive no

Brasil (BEDENDO, 1997). De acordo com PRABHU et al. (1999), a escaldadura da

folha vem se manifestando em níveis significativos em todas as regiões brasileiras,

principalmente nas Regiões Norte e Centro Oeste, tanto em ambientes de várzea

como em terras altas.

A doença tem potencial de reduzir significativamente a produção, através da

destruição da área foliar, sendo facilmente encontrado em percentuais variando de

20 a 50% (RIBEIRO,1996).

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2.3.1.4 Mancha de Glumas

As manchas de Glumas, causadas por fungos dos gêneros Phoma,

Drechslera, Curvularia, Fusarium, Alternaria, Nigrospora, representam problemas

importantes para a qualidade das sementes de arroz e podem ser passíveis de

controle pelo tratamento de sementes (RIBEIRO, 1996).

Em arroz irrigado no Rio Grande do Sul, os grãos manchados causaram

redução no rendimento dos grãos inteiros. Os danos causados por agentes

patogênicos têm importância maior quando ocorrem associados com temperaturas

baixas (15-17°C) e umidade elevada. Normalmente, o frio e os insetos causam os

danos físicos iniciais, que favorecem a entrada de microorganismos manchadores de

grãos (RIBEIRO, 1984).

2.3.1.5 Queima das Bainhas

O agente causal dessa doença é o fungo Rhizoctonia solani ( Khün).

Descrita no Japão em 1910, a doença encontra-se disseminada em praticamente em

todas as áreas do mundo onde se cultiva arroz. Sua importância vem aumentando

devido ao uso de fertilizantes e de variedades altamente produtivas, melhor resposta

ao nitrogênio, isto implica em maior perfilhamento de plantas, e, conseqüentemente,

em aumento de umidade na cultura, criando condições favoráveis ao patógeno

(BEDENDO, 1997).

No Rio Grande do Sul, o aumento da incidência da queima da bainha foi

observado nos últimos anos, devido ao plantio em rotação ou sucessão com a

cultura da soja e com pastagens de trevo e azevém (PRABHU et al. ;1999).

2.4 Tratamento de sementes

Tratamento de sementes, no sentido amplo, envolve a aplicação de diversos

processos e substâncias às sementes, com o objetivo de preservar o seu

desempenho e aumentar a produtividade das plantas. No sentido restrito e mais

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tradicional, tratamento de sementes visa, exclusivamente, o controle de agentes

causais de doenças que interferem na produtividade das plantas (MENTEN, 1996).

De acordo MACHADO (1998), através desse tipo de tratamento é também

possível assegurar-se a qualidade das sementes durante o período de

armazenamento.

O tratamento de sementes é uma das técnicas mais utilizadas na agricultura

moderna. A sua eficiência depende basicamente, do tipo e localização do patógeno,

do vigor da semente e da existência de substâncias e processos eficazes (MENTEN,

1996; MACHADO, 1998).

CARVALHO & NAKAGAWA (1983) enfatizam ser o potencial do inóculo do

solo de fundamental importância para a germinação e emergência das plântulas no

campo. Se o produtor souber que o solo está muito contaminado, mesmo as

condições climáticas sendo favoráveis e as sementes tendo alto vigor, o tratamento

deve ser realizado. O nível de vigor das sementes por ocasião da semeadura tem

um pronunciado efeito sobre a intensidade da resposta da semente ao tratamento

com fungicida. Sementes de alto vigor, não reagem ao tratamento químico, as de

vigor médio reagem, até um certo ponto, com uma intensidade crescente à medida

que cai o nível de vigor, desse ponto em diante o índice de resposta é cada vez

menor, e as sementes de baixo vigor, praticamente não reagem ao fungicida.

Deve-se enfatizar, segundo MENTEN (1996), que o tratamento de sementes

é a última alternativa para obtenção de sementes livres de patógenos. Deve-se

sempre considerar a possibilidade da produção de sementes sadias através do

manejo do campo de produção, beneficiamento visando a eliminação das sementes

portadoras de patógenos (peneiras, mesa gravitacional, separação pela cor),

armazenamento sob condições adequadas e seleção dos melhores lotes após

análise de amostras representativas.

De maneira genérica, o tratamento de sementes para o controle de

patógenos, pode ser praticado utilizando-se diversos recursos, os quais são

baseados em conhecimentos de pesquisa, que derivam da ação ou interferência de

fatores diretamente sobre os patógenos ou sobre as doenças que esses agentes

causam (MACHADO, 2000).

O mesmo autor comenta ainda, que as modalidades empregadas na prática

do tratamento de sementes consistem na aplicação de agentes químicos, físicos,

biológicos e bioquímicos. A razão da existência de diferentes recursos para o

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tratamento de sementes tem seu fundamento no fato de que a diversidade e

natureza dos agentes causadores de doenças são enormes e nem sempre um único

método de tratamento propicia o controle de todos os casos. Diversos fatores de

natureza controlável e não controlável também podem interferir na eficiência de uma

modalidade de tratamento.

2.4.1 Tratamento químico

O tratamento químico é o método mais utilizado na agricultura moderna,

sendo de grande valor comercial. O seu princípio é bastante simples e baseia-se na

existência de produtos eficientes no controle de patógenos, que apresentem baixa

fitotoxidade, e sejam poucos tóxicos ao homem e ao ambiente. É um método

bastante diversificado em expansão: freqüentemente surgem novos produtos com

características desejáveis (MENTEN, 1996).

MACHADO (2000) afirma que, além das características citadas

anteriormente, quando da escolha de um produto para tratamento de sementes, as

seguintes são também importantes: deve ser não acumulável no solo; não ser

explosivo nem corrosivo; ser capaz de permanecer armazenado sem deterioração;

não ser afetado por temperaturas extremas; deve ser facilmente obtido no comércio

e ser de baixo custo.

O tratamento químico de sementes tem-se tornado importante procedimento

na produção agrícola, por diversas razões: controlar de maneira eficiente muitos dos

fitopatógenos não só na semente como no solo, e em alguns casos, na parte aérea

das plantas (MACHADO, 1998), pode ser realizado sem o risco de interferência dos

fatores climáticos que ocorrem no campo, menor risco aos operadores, menos

agressivo aos organismos benéficos do solo, reduz a necessidade de aplicações

complementares, entre outros (MACHADO, 2000).

Por outro lado, MENTEL (1996) comenta que o tratamento antecipado das

sementes apresenta alguns problemas: durante o armazenamento pode-se acentuar

o efeito fitotóxico e, caso as sementes não sejam utilizadas, não poderão ser

destinadas ao consumo humano ou animal. Outro fator refere-se à possibilidade de

surgimento de linhagens resistentes ou insensíveis aos fungicidas. Isto deve ocorrer

principalmente com produtos de ação específica, principalmente os sistêmicos.

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O mesmo autor descreve que os fungicidas podem estar classificados em

dois grupos: protetores e sistêmicos. Os fungicidas protetores são mais numerosos

e, de modo geral, incluem produtos com espectro de atuação mais amplo. Já os

fungicidas sistêmicos, desenvolvidos a partir da década de 60, são mais específicos

e em menor número.

No Brasil os fungicidas registrados para o tratamento de sementes de arroz

são: Captan, Carboxin, Carboxi-Thiram, Pyroquilon, Quintozene, Thiram,

Thiabendazole e Carpropramida (SOSBAI, 2005).

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3. Material e Métodos

Para o desenvolvimento deste trabalho, foram utilizados dois lotes de

sementes de arroz da cultivar EL PASO 144, com diferentes níveis de qualidade

sanitária, provenientes de lavouras da região de Pelotas, produzidas na safra

2004/2005.

Foram usadas sementes com diferentes níveis de umidade, sem tratamento

e tratadas com Carboxin/Thiram.

As sementes foram separadas em porções de 1Kg, recebendo os seguintes

tratamentos:

T1: Testemunha, sem adição de água – 0%

T2: Pulverização com 10 ml de água – 1%

T3: Pulverização com 20 ml de água – 2%

T4: Pulverização com 30 ml de água – 3%

T5: Pulverização com 10 ml de água mais fungicida ( 3,6 mL de fungicida

mais 20,4 mL de água) – 1%

T6: Pulverização com 20 ml de água mais fungicida ( 3,6 mL de fungicida

mais 20,4 mL de água) – 2%

T7: Pulverização com 30 ml de água mais fungicida ( 3,6 mL de fungicida

mais 20,4 mL de água) – 3%

Os tratamentos foram realizados com pulverizadores manuais (frascos

borrifadores domésticos utilizados em plantas), dentro de sacos plásticos e, em

seguida, as sementes foram homogeneizadas manualmente por agitação.

Imediatamente após o tratamento, as sementes foram acondicionadas em garrafas

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de PVC de 2 litros, e colocadas em caixas de isopor onde permaneceram por oito

meses á temperatura de ±22°C.

3.1 Avaliações

As avaliações foram realizadas em cinco épocas diferentes, no início do

armazenamento e a cada dois meses. As sementes foram submetidas ao teste para

determinação do grau de umidade, teste de germinação e vigor, que foram

conduzidos no Laboratório de Análise de Sementes; teste de sanidade, que foi

conduzido no Laboratório de Patologia de Sementes; e eletroforese no Laboratório

de BioSementes. Ambos na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da Universidade

Federal de Pelotas.

3.1.1 Determinação do grau de umidade

Foi utilizado o método da estufa elétrica a 105±3°C, para a determinação do

grau de umidade, conforme BRASIL (1992). Este procedimento compreende o

acondicionamento de duas repetições de quatro a cinco gramas de sementes

inteiras em cápsulas de alumínio, sendo estas pesadas anteriormente (com tampa)

em balança digital com três casas decimais. Após a temperatura da estufa atingir

105°C, o material permaneceu em seu interior por 24h. Ao término do período, as

cápsulas foram retiradas e colocadas em dessecador, por cerca de 15 minutos, para

esfriar, e fazer a pesagem fina l.

3.1.2 Teste de germinação

Para a realização do teste de germinação foram utilizadas 200 sementes de

arroz (4 repetições de 50 sementes), semeadas sobre uma folha de papel germitest

dobrada e umedecida, previamente, com água destilada na proporção de 2,5 vezes

o peso do papel. Em seguida, foi colocada outra folha de papel germitest dobrada

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sobre as sementes. Os rolos foram colocados no germinador á uma temperatura de

25 ± 2°C.

Para obtenção dos resultados foram realizadas duas contagens , sendo a

primeira aos 7 dias, quando foram retiradas apenas as plântulas consideradas

normais e a segunda aos 14 dias, quando as plântulas foram classificadas em

normais ou anormais e as sementes remanescentes em dormente ou mortas. Os

resultados foram expressos em porcentagem, após a obtenção da média aritmética

das quatro repetições (BRASIL, 1992).

3.1.3 Teste de vigor

Para a análise de vigor, foi utilizado o teste de frio conforme

KRZYZANOWSKI (1999). Foram distribuídas uniformemente, quatro repetições de

50 sementes em papel germitest, previamente umedecido com água destilada na

proporção de 2,5 vezes o peso do papel seco, sendo em seguida cobertas por

outras duas folhas do mesmo papel sobre as sementes, montando-se os tradicionais

rolos. Estes foram colocados em sacos plásticos fechados e levados a uma

geladeira regulada a 10°C, onde permaneceram por sete dias. Após este período os

rolos foram transferidos para um germinador à temperatura de 25 ± 2°C.

Para avaliação do teste foi realizada primeira contagem aos 7 dias,

classificando-se as plântulas em normais, e segunda contagem aos 14 dias

classificando as plântulas normais ou anormais, e as sementes remanescentes em

dormentes ou mortas. Os resultados foram expressos através da média aritmética

das quatro repetições, em números percentuais inteiros (KRZYZANOWSKI, 1999).

3.1.4 Teste de sanidade

Para o teste de sanidade, foi utilizado o método do papel de filtro ou “Blotter

test” (NEERGAARD, 1977). Foram avaliadas 200 sementes, distribuídas em quatro

repetições de 25 sementes em caixas gerbox. As caixas gerbox foram previamente

desinfestadas com uma solução de hipoclorito de sódio de 1%. Em cada gerbox

foram colocadas duas folhas de papel filtro, umedecidas com água destilada até a

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saturação. Sobre elas foram distribuídas as sementes, as quais permaneceram em

incubação por sete dias, sob temperatura de 20 ± 2°C e regime luminoso de 12

horas de luz e 12 horas de escuro. A iluminação foi obtida com lâmpadas

fluorescente de 40W, dispostas sobre os gerbox a uma distância de 40 cm. Após o

período de incubação as sementes foram avaliadas individualmente, utilizando-se

um microscópio estereoscópio e um microscópio composto, quando necessário,

para preparação de lâminas microscópicas.

3.1.5 Eletroforese

Cinqüenta sementes, por tratamento, foram semeadas em rolo de papel, e

acondicionadas em germinador regulado a 25°C, segundo as Regras para Análises

de Sementes (BRASIL, 1992). O material vegetal (plântulas) usado para extração de

proteínas foi coletado aos 4 dias após as sementes terem sido submetidas ao teste

de geminação. Dez plântulas coletadas aleatoriamente foram pesadas, e o extrato

vegetal de cada uma das amostras foram colocados em tubo eppendorf acrescidos

de solução extratora (borato de lítio 0,2µL + triitrato 0,2µL (9:1) juntamente com

0,15% de 2- mercaptoetanol) na proporção 1:3 (p/v) e macerados com o auxílio de

um bastão de vidro esmerilhado.

3.1.5.1 Preparo dos tampões e géis

A técnica de eletroforese foi realizada em gel de poliacrilamida 7%. Os géis

foram obtidos pela mistura de Acrilamida, bis-acrilamida, tampão gel, Temed e

Persufato de amônio 10%. As soluções preparadas foram vertidas em placas de

vidro (160x180x2mm), permanecendo à temperatura ambiente por cerca de 50

minutos, a fim de permitir a polimerização, sendo posteriormente feita a aplicação

das amostras.

Nos géis foram colocadas 20µL de cada amostra, em orifícios feitos com

auxílio de um pente de acrílico, e transferidos para as cubas eletroforéticas verticais

mantidas em câmara fria com temperatura entre 4 e 6°C. As migrações

eletroforéticas foram realizadas aplicando-se uma diferença de potencial ao redor de

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10volts/cm linear, deixando-se migrar até que a linha de frente, marcada pelo azul de

bromofenol, atingisse 9cm do ponto de aplicação.

3.1.5.2 Revelação e fixação dos géis

Após a retirada dos géis da câmara fria, os mesmos foram colocados em

bandejas acrescidas do tampão de coloração até o aparecimento das bandas. Os

géis foram revelados para os sistemas enzimáticos Fosfatase Ácida, Ácool

Desidrogenase, Glutamato Oxalacetato Transaminase, Esterase e Alfa-amilase,

conforme descrito por PAYNE, ALFENAS (1991), SCANDALIOS (1969),

SCANDALIOS (1969) e ALFENAS (1998) respectivamente.

Depois da revelação, os géis foram fixados em solução de glicerol 10% (v/v)

A interpretação dos resultados foi baseada na análise visual dos géis de

eletroforese, levando em consideração a presença/ausência de bandas

eletroforéticas.

3.2 Análise Estatística

O modelo utilizado para realizar a análise estatística foi inteiramente

casualizado, com sete tratamentos, três repetições e cinco épocas de avaliação. A

análise foi efetuada com o programa para estatística WinStat 2.0 (MACHADO &

CONCEIÇÃO, 2003) e, para a comparação das médias, foi utilizado o teste de Tukey

(5%).

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4. Resultados e Discussão

4.1. Determinação do Grau de Umidade

O grau de umidade das sementes nos diferentes tratamentos, está

apresentado nas tabelas 1 e 2, registrados no pré-armazenamento (imediatamente

após o tratamento) e aos 60, 120, 180 e 240 dias de armazenagem.

Nestas tabelas ao comparar-se o tratamento do lote 1 e 2 sem adição de

água (T1), com os que receberam 1% (volume/peso) de água ou calda fúngica (T2 e

T5), observa-se o aumento do grau de umidade de aproximadamente 0,9%.

Enquanto os que receberam 2% (T3 e T6) o aumento foi de 1,4%, e com 3% (T4 e

T7) tiveram acréscimo de 2,2%.

Constata-se que, entre o pré-armazenamento e os 240 dias, houve um

acréscimo de aproximadamente 2,0% em ambos os lotes. Ressaltando que as

sementes do lote 2 possuíam uma umidade inicial bem mais elevada (15,8%)

quando comparada a umidade inicial de 12,8 % do outro lote.

Segundo BAUDET (1996) o grau de umidade das sementes é o fator mais

importante que afeta a taxa de respiração, já que a mesma aumenta

exponencialmente com o aumento do grau de umidade. Quando as sementes de

arroz são armazenadas com uma umidade inferior a 13,5% minimiza-se a taxa

respiratória, porém não a elimina; e a deterioração provocada por microorganismos é

negligenciável. Porém, acima deste nível o incremento é exponencial.

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TABELA 1. Grau de umidade de sementes de arroz cultivar EL PASO 144 lote 1, armazenadas hermeticamente durante 240 dias à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Tratamentos Pré-

armazenamento

60 dias 120 dias 180 dias 240 dias

T1 12,7 e 13,4 e 12,5 e 14 e 14,5 e

T2 13,5 d 14,4 d 13,5 d 15,3 c 15,5 c

T3 14,3 bc 15,2 bc 14,3 abc 16,5 a 16,1 bc

T4 15,0 a 16,0 a 14,9 a 16,5 a 16,9 a

T5 13,8 cd 14,7 cd 13,7 cd 15,5 c 15,8 c

T6 14,1 cd 15,0 cd 14,1 bcd 15,5 c 15,9 bc

T7 14,8 ab 15,8 ab 14,7 ab 16,2 ab 16,6 ab

C.V (%) 0,82 0,74 0,72 3,20 1,98

Médias seguidas por letras minúsculas distintas na coluna, diferem entre si, pelo teste de Tukey (5%)

TABELA 2. Grau de umidade de sementes de arroz cultivar EL PASO 144 lote 2, armazenadas hermeticamente durante 240 dias à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Tratamentos Pré-

armazenamento

60 dias 120 dias 180 dias 240 dias

T1 15,8 d 16,9 c 15,6 f 16,6 e 17,4 e

T2 16,5 cd 17,6 c 16,4 e 17,8 d 18,0 de

T3 17,5 ab 18,5 b 17,3 cd 18,7 bc 19,1 bc

T4 18,1 a 19,3 a 18,4 a 19,5 a 19,8 a

T5 16,8 bc 17,6 c 16,7 de 18,2 cd 18,5 cd

T6 17,2 b 18,4 b 17,7 bc 18,5 bcd 18,9 bc

T7 18,2 a 19,1 ab 18,1 ab 19,2 ab 19,5 ab

C.V (%) 1,48 1,52 1,17 2,03 2,03

Médias seguidas por letras minúsculas distintas na coluna, diferem entre si, pelo teste de Tukey (5%)

As sementes em ambos os lotes acondicionadas nesta embalagem, tiveram

a atividade metabólica favorecida pelo elevado teor de água, que não pode se

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difundir através do PVC, acelerando desta forma o processo de respiração e queima

de reservas, contribuindo para uma velocidade maior do processo de deterioração

(HARRINGTON, 1973) citado por PADILHA et al., (1998). Esses fatores estão

relacionados com os dados obtidos nos testes de germinação e vigor que serão

apresentados a seguir.

Ratificando essa afirmação, BAUDET (1996) relata que o aumento da

umidade, como conseqüência do aumento da respiração das sementes,

desencadeia processos como o aumento da atividade enzimática (enzimas

hidrolíticas) e da atividade dos ácidos graxos livres. Também, a temperatura

aumenta a taxa de reações enzimáticas e metabólicas causando aceleração da

velocidade de deterioração de sementes.

4.2. Teste de Germinação

Os resultados de germinação dos dois lotes de sementes, observados

durante o período de armazenamento, encontram-se nas figuras 2 e 3. Verifica-se

que sementes tratadas com fungicidas (T5, T6 e T7) apresentam percentagem de

germinação realizada no pré-armazenamento superior às não-tratadas (T1, T2, T3 e

T4), excetuando o Tratamento 7 no lote 2.

Estas diferenças podem ser atribuídas à menor incidência de fungos nas

sementes tratadas. De acordo com SEDIYAMA et al. (1989), citado por CARDOSO

et al. (2004), o controle de fungos por meio de tratamento de sementes contribui

para aumentar a capacidade germinativa e a emergência das plântulas, como

também para elevar o rendimento da cultura.

De acordo com HENNING et al. (1991) o tratamento de sementes tem a

finalidade de melhorar a germinação de sementes infectadas, assim como controlar

patógenos importantes transmitidos por estas.

A eficiência de fungicidas na erradicação de fungos, sejam eles patogênicos

ou não, bem como o efeito nocivo de fungos sobre a qualidade de sementes,

encontram-se muito bem caracterizada em vários artigos técnico-científicos, como os

realizados por RIBEIRO (1996); MACHADO (2000); LUCCA FILHO (2001) e

ZORATO & HENNING (2001).

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23

T1 y = 1.7142x2 - 7.7738x + 91.12

R2 = 96.59

T2y = -3.6190x2 + 2.6428x + 90.62

R2 = 0.9934

T3 y = - 0.6190x2 - 0.8571x + 90.96

R2 = 92.34

T4 y = 2.9285x2 - 6.2698x + 89.19

R2 = 98.53

T5 y = -24.1190x2 - 2.4126x + 94.16

R2 = 99.36

T6 y = -32.0714x2 + 17.6746x + 93.05

R2 = 0.9923

T7 y = -5.5238x2 - 39.2936x + 80.4

R2 = 94.75

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 60 120 180 240

Tempo de armazenamento (dias)

Ger

min

ação

(%

) T1 0% H2O

T2 1% H2OT3 2% H2O

T3 3% H2O

T5 1% H2O + fungT6 2% H2O + fung

T7 3% H2O + fung

FIGURA 1. Porcentagem de germinação de sementes de arroz cultivar EL PASO 144, lote

1, armazenadas hermeticamente durante oito meses a à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Na Figura 1 se pode observar que a qualidade inicial das sementes tratadas

com fungicidas é superior às não tratadas. No entanto esta superioridade é

observada apenas logo após o tratamento, pois a partir deste período há uma

acentuada redução nos percentuais germinativos em todos os tratamentos

fungicidas. Observa-se também que a perda de qualidade das sementes não

tratadas com fungicidas, ao longo do período de armazenamento, não foi muito

acentuada, permitindo a manutenção da germinação acima de 80%, embora o

tratamento com maior porcentagem de água e sem fungicida (T4), a redução da

qualidade tenha sido mais acentuada.

Estes resultados sugerem a existência do efeito nocivo da alta umidade

associada ao tratamento com fungicida, ou seja, as reduções mais significativas nas

porcentagens de germinação podem ser observadas nos tratamentos com maior

volume de calda, indicando que, em sementes armazenadas com baixo conteúdo de

umidade, o possível efeito nocivo do fungicida não ocorre.

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24

T1 y = -21.6666x2 + 23.6111x + 91

R2 = 73.37

T2 y = 6.9761x2 - 11.8214x + 89.78

R2 = 94.89

T3 y = -1.2380x2 + 0.0912x + 88.55

R2 = 99.46

T4 y = -12.6904x2 + 10.2896x + 87.78

R2 = 95.88

T5 y = -41.7857x2 + 35.8095x + 88.02

R2 = 99.13

T6 y = -22.8571x2 + 21.2896x + 88.9190

R2 = 96.78

T7 y = -35.7619x2 + 34.9920x + 85.87

R2 = 97.88

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 60 120 180 240

Tempo de armazenamento (dias)

Ger

min

ação

(%

) T1 O% H2O

T2 1% H2OT3 2% H2O

T4 3% H2O

T5 1% H2O + fungT6 2% H2O + fung

T7 3% H2O + fung

FIGURA 2. Porcentagem de germinação de sementes de arroz cultivar EL PASO 144, lote

2, armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

À semelhança do observado na Figura 1, também na Figura 2 fica evidente

o efeito benéfico do tratamento de sementes no primeiro mês de armazenamento.

Aos dos 60 dias de armazenamento se observa o declínio da qualidade das

sementes, muito mais acentuado nas sementes que receberam tratamento fungicida.

Entre os tratamentos sem fungicida, a redução de germinação mais acentuada foi

observada no tratamento 4 (aproximadamente 30% de germinação aos 240 dias de

armazenamento) e naquelas com fungicida, independentemente do tratamento

utilizado, os percentuais de germinação decaem a zero no período de 240 dias. A

redução da germinação de sementes tratadas observada no lote 2, indicada na

Figura 2, mostra-se mais acentuada do que em sementes não-tratadas com calda

fúngica.

Ao analisar a porcentagem de germinação do lote 1 observa-se que nas

sementes não tratadas (Figura 1), houve perda de qualidade mais acentuada

naqueles tratamentos que receberam maior volume de água (T4 e T7), indicando

que manutenção da qualidade durante o período de armazenamento está associada

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25

ao conteúdo de água da semente. Entretanto, este comportamento não foi

observado para os mesmos tratamentos do lote 2. Isso pode ser atribuído ao menor

vigor inicial apresentado por este lote.

O tratamento de sementes com fungicidas tem suas vantagens, como a

erradicação de fungos patogênicos, mas pode também causar redução de qualidade

quando fitotóxico (LUCCA FILHO, 2005). Além da fitotoxicidade causada pela

dosagem excessiva, outros problemas podem estar associados ao tratamento de

sementes. Alguns destes problemas foram discutidos por MENTEN (1996), o qual

enfatiza que no tratamento de sementes antes do armazenamento o possível efeito

fitotóxico do fungicida pode se acentuar, bem como pode haver diminuição da

eficiência do mesmo

FESSEL et al., (2003) relatam que os tratamentos químicos aplicados em

sementes tendem, com o aumento das dosagens, a gerar efeitos latentes,

desfavoráveis ao desempenho das sementes, intensificados com o prolongamento

do período de armazenamento.

4.3. Teste de Vigor

Com relação ao desempenho das sementes no teste de vigor (Figuras 3 e

4), realizados no pré-armazenamento, estes mostraram que as sementes tratadas

com fungicida (T5, T6 e T7) apresentaram maior vigor que as não-tratadas (T1, T2,

T3 e T4).

Resultados semelhantes foram obtidos por ZORATO & HENNING (2001),

onde tratamentos com Thiabendazole + Thiram e Carbendazin + Thiram aplicados

às sementes de soja e armazenadas por 30 dias, contribuíram para o aumento da

germinação, tendo respostas superiores às sementes não-tratadas. MARCOS-

FILHO & SOUZA (1983) verificaram que, o tratamento fungicida pode, antes do

início do período de armazenamento, beneficiar a conservação do vigor.

Aos 60 dias de armazenamento, pode-se verificar que sementes do lote 1

tratadas com fungicidas (Figura 3) perderam vigor, sendo este efeito, mais

acentuado no tratamento com maior volume de calda fungicida.

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T1 y = -4.2142x2 + 6.0793x + 85.7

R2 = 82.24

T2 y = -4.7857x2 + 4.1984x + 86.62

R2 = 90.94

T3 y = -3.3571x2 + 4.7896x + 86.11R

2 = 98.32

T4 y = -0.0952x2 - 1.2023x + 88.24

R2 = 99.83

T5 y = 1.9285x2 - 44.8253x + 88.79

R2 = 99.27

T6 y = -30.9523x2 + 16.1428x + 88.22R

2 = 0.9975

T7 y = 11.4285x2 - 63.2420x + 90.75R

2 = 98.68

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 60 120 180 240

Tempo de armazenamento (dias)

Vig

or

(%)

T1 0% H2OT2 1% H2OT3 2% H2OT4 3% H2OT5 1% H2O + fungT6 2% H2O + fungT7 3% H2O + fung

FIGURA 3. Porcentagem de plântulas normais obtidas no teste de vigor do lote 1 de

sementes de arroz cultivar EL PASO 144 armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Observa-se também que após os 120 dias de armazenamento, os níveis de

vigor decaem severamente naqueles tratamentos com aplicação do fungicida.

Notando-se os mais baixos valores (1%) para o tratamento T7 no lote 1.

As avaliações feitas aos 180 e 240 dias de armazenamento das sementes

mostram uma redução ainda maior no vigor das mesmas. Efeitos drásticos são

encontrados em sementes tratadas com fungicida, chegando a zero os percentuais

germinativos. Contudo, em sementes sem nenhum tipo de tratamento a redução da

qualidade foi menos acentuada, confirmando os resultados obtidos no teste de

germinação.

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T1y = -0.0233x + 82R

2 = 0.2692

T2 y = -0.0817x + 82R

2 = 0.5326

T3 y = -0.2817x + 90.2R

2 = 0.7047

T4 y = -37.0476x2 + 44.3849x + 73.47

R2 = 94.38

T5 y = - 31.6904x2 + 19.6785x + 99.8

R2 = 0.9979

T6 y = - 3.0895x2 + 32.6269x + 81.84

R2 = 97.54

T7 y = -36.5238x2 + 36.6785x + 98.5

R2 = 98.5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 60 120 180 240

Tempo de armazenamento (dias)

Vig

or

(%) T1 0% H2O

T2 1% H2OT3 2% H2OT4 3% H2OT5 1% H2O + fungT6 2% H2O + fungT7 3% H2O + fung

FIGURA 4. Porcentagem de plântulas normais obtidas no teste de vigor do lote 2 de

sementes de arroz cultivar EL PASO 144 armazenadas hermeticamente durante oito meses à ±22°C. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Os resultados contidos na Figura 4 indicam a mesma tendência, ou seja,

sementes tratadas com fungicidas apresentam maior vigor inicial, perdendo esta

característica mais rapidamente que as não tratadas, ao longo do armazenamento.

Destaca-se que as perdas de vigor mais acentuadas foram registradas nos

tratamentos T5 e T7, fazendo com que aproximadamente aos 200 dias de

armazenamento, as sementes não mais germinassem.

4.4. Teste de Sanidade

Os fungos observados no teste de sanidade das sementes, foram

classificados em três grupos distintos: fungos de campo (Fusarium spp, Alternaria

sp, Gerlachia sp, Dreschlera sp.) fungos de armazenamento (Aspergillus spp e

Penicilluim sp.) e outros (não patogênicos e/ou contaminantes), cujos resultados de

incidência se encontram na Tabela 3.

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Observa-se nesta tabela que o lote 2, apresenta um índice mais alto nos

três grupos de fungos quando comparados com o lote 1, destacando-se

especialmente a alta porcentagem de incidência de Gerlachia sp. (21%), a qual

contribui para que a incidência total de fungos nesse lote tenha sido de 60%,

enquanto no lote 1 essa incidência foi de apenas 8%.

TABELA 3. Porcentagem inicial de incidência de fungos em dois lotes de sementes de arroz cultivar EL PASO 144. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Gêneros de fungos

Lotes Fus. Gerl. Dresch. Alter. Curv. Armaz. Outros TOTAL

Lote 1 1 1 0 2 1 1 2 8

Lote 2 6 21 2 10 4 7 10 60

Fus.= Fusarium spp.; Gerl.= Gerlachia sp.; Dresch= Dreschlera spp; Alter.= Alternaria sp.; Curv.= Curvularia sp.; Armaz.= Penicillium sp e Aspergillus spp.

Na tabela 4, pode-se perceber que aos 180 dias de armazenamento houve

uma redução do índice da maioria dos fungos em ambos lotes de sementes. Tais

resultados também foram encontrados por SOFIATTI & SCHUCH (2005)

trabalhando com duas cultivares de arroz (EL PASO 144 e IRGA 417), onde a

aplicação de fungicida reduziu acentuadamente a severidade de doenças fúngicas.

LASCA et al. (2004) verificou redução acentuada dos fungos em sementes

de Brachiaria quando avaliado o efeito do tratamento de diferentes fungicidas. Em

outro trabalho, LASCA et al. (2001) mostram a eficiência dos fungicidas thiram e

carboxin + thiran no controle de fungos em sementes de trigo.

Cabe ressaltar que o efeito benéfico do tratamento com fungicida foi mais

facilmente obtido em razão da baixa incidência de fungos.

Também pode ser observado que o efeito imediato do fungicida na

erradicação de fungos de armazenamento inexistiu, sendo a eliminação dos mesmos

observada a partir dos 60 dias de armazenamento.

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TABELA 4. Porcentagem dos fungos de campo(C), armazenamento (A) e outros (O), no período de 120 dias, após realização do teste de sanidade de sementes de arroz, lote 1, cultivar EL PASO 144. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Período de Armazenamento L1 Pré-armaz 60 dias 120 dias 180 dias

Tratamentos C A O C A O C A O C A O T1% 5 1 2 3 0 2 0 0 0 1 0 0 T2% 3 1 2 3 0 1 0 0 0 0 0 0 T3% 5 1 3 3 1 2 2 0 1 1 1 0 T4% 7 1 4 2 1 1 1 1 3 0 3 1 T5% 10 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T6% 1 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 T7% 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

O efeito nocivo dos fungos de armazenamento ocorre durante o período em

que as sementes se encontram armazenadas (CHRISTENSEN, 1972). Porém,

resultados obtidos por BERJAK (1897 a, b) citado por MACEDO et al. (2002)

sugerem que propágulos destes fungos podem estar comumente associados às

sementes recém colhidas, sendo inibidos, pela atividade de fungos de campo. Deste

modo, sugere-se que a redução de fungos de campo, devido ao tratamento químico,

permitiu que os fungos de armazenamento associados às sementes pudessem se

desenvolver, como observado nos resultados obtidos no pré-armazenamento, onde

se observa uma relação inversa entre incidência de fungos de campo e de

armazenamento.

Cabe também ressaltar que a incidência de fungos foi muito baixa, o que

torna a análise e interpretação das mesmas mais especulativa do que conclusiva.

TABELA 5. Porcentagem dos fungos de campo(C), armazenamento (A) e outros (O), no período de 120 dias, após realização do teste de sanidade de sementes de arroz, Lote 2, cultivar EL PASO 144. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

Período de Armazenamento L2 Pré-armaz 60 dias 120 dias 180 dias

Tratamentos C A O C A O C A O C A O T1% 47 7 11 22 1 3 17 6 1 3 3 0 T2% 63 9 15 6 1 1 3 2 0 2 4 1 T3% 57 10 16 5 4 0 2 3 0 1 3 1 T4% 56 17 16 7 10 0 6 11 0 2 6 2 T5% 6 7 1 2 2 0 1 2 1 0 1 0 T6% 15 8 2 3 3 0 1 3 0 1 2 0 T7% 16 4 3 2 5 0 3 3 1 0 1 0

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30

A Tabela 5 contêm as porcentagens de incidência de fungos observada ao

longo do período de armazenamento do lote 2. Esse dados indicam uma redução do

potencial do inóculo associado às sementes, principalmente para os tratamentos

com calda fungicida.

Pode-se também constatar que a incidência de fungos de campo durante o

armazenamento foi reduzida. Fato este observado por VALARINI et al., (1990) que

armazenando sementes de arroz em duas condições ambientais, por dez meses,

verificaram uma redução considerável na incidência da maioria dos fungos

associados às sementes após dois meses de armazenamento. Atribuíram essa

redução, principalmente, à perda da viabilidade do inóculo presente como

contaminante superficial , na forma de esporos. Esse declínio na sobrevivência de

fungos durante o armazenamento, está de acordo com trabalhos em sementes de

arroz de MACEDO et al. (2002), assim como também QUAGLIARIELLO et al (1997),

que constataram uma tendência de diminuição na incidência dos fungos, com o

passar do tempo de armazenamento.

Trabalhos realizados com soja indicam que a maioria dos fungos de campo

perde a viabilidade ao longo do período de armazenamento. LUCCA FILHO, (1981)

relata a redução significativa da viabilidade de Phomopsis sp., após oito meses de

armazenamento.

HENNING et al. (1997) relataram que, apesar do fungo perder a viabilidade

durante o armazenamento, o tratamento das sementes com misturas de fungicida

sistêmico e de contato, se torna necessário para garantir a erradicação do patógeno

e proteger a semente contra fungos de solo.

4.5. Eletroforese

Na figura 5, encontra-se a avaliação da atividade da enzima Glutamato

Oxalacetato Transaminase no período de 60 dias de armazenamento de sementes

de arroz do lote 1. Esta enzima participa na liberação de NH+4 para a formação de

novos aminoácidos (RIEGEL, 1998). Contudo, a mesma não mostrou diferença entre

os sete tratamentos avaliados.

A atividade da enzima Esterase em sementes de arroz do lote 2 pode ser

observada na Figura 6, onde manteve-se semelhante para todos os tratamentos.

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Esta enzima participa em reações de hidrólise de ésteres, estando diretamente

ligada ao catabolismo de lipídeos, fonte de carbono para a síntese de novas

moléculas em plântulas (BEWLEY & BLACK, 1994).

FIGURA 5. Padrão eletroforético da atividade enzimática da Glutamato Oxalacetato

Transaminase, em plântulas de arroz do lote 1 obtido aos 60 dias de armazenamento. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

FIGURA 6. Padrão eletroforético da atividade enzimática da Esterase, em plântulas de

arroz do lote 2 obtido aos 60 dias de armazenamento. Pelotas, RS/ UFPel, 2007

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A ausência de diferença entre tratamentos foi observada para todos os

zimogramas das enzimas utilizadas, desta forma, não sendo possível detectar o

efeito do fungicida na expressão das enzimas das sementes.

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5. Conclusões

De acordo com os resultados obtidos neste trabalho pode-se concluir que:

? O tratamento de sementes de arroz com fungicida Carboxin-Thiran na

dose de 300ml por 100Kg, promove aumento da percentagem de germinação,

quando a avaliação é feita imediatamente após o tratamento.

? O tratamento de sementes com o fungicida Carboxin-Thiran reduz a

incidência dos fungos Fusarium spp., Alternaria spp., Gerlachia sp., Bipolaris sp.,

Curvularia sp., associados à sementes de arroz.

? A alta umidade associada ao fungicida aplicado faz com que, sementes

armazenadas em ambientes herméticos, o processo de deterioração seja acentuado.

? Não foi possível detectar o efeito do fungicida na expressão das

enzimas das sementes viáveis.

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8. Referências Bibliográficas

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