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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL William Yutaka Mizushima QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DE ARGAMASSA: ANÁLISE DE CASOS Porto Alegre julho 2013

QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Page 1: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

William Yutaka Mizushima

QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS

LÁTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DE

ARGAMASSA: ANÁLISE DE CASOS

Porto Alegre

julho 2013

Page 2: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

WILLIAM YUTAKA MIZUSHIMA

QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS

LÁTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DE

ARGAMASSA: ANÁLISE DE CASOS

Trabalho de Diplomação apresentado ao Departamento de

Engenharia Civil da Escola de Engenharia da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obtenção do

título de Engenheiro Civil

Orientador: Luis Carlos Bonin

Porto Alegre

julho 2013

Page 3: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

WILLIAM YUTAKA MIZUSHIMA

QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS

LÁTEX EM REVESTIMENTOS INTERNOS DE

ARGAMASSA: ANÁLISE DE CASOS

Este Trabalho de Diplomação foi julgado adequado como pré-requisito para a obtenção do

título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo Professor Orientador e

pela Coordenadora da disciplina Trabalho de Diplomação Engenharia Civil II (ENG01040) da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Porto Alegre, 15 de julho de 2013

Prof. Luis Carlos Bonin

Mestre pelo PPGEC/UFRGS

Orientador

Profa. Carin Maria Schmitt

Coordenadora

BANCA EXAMINADORA

Profa. Lucília Maria Silveira Bernardino da Silva (UFRGS)

Mestre em Engenharia pelo PPGEC/UFRGS

Anderson Augusto Müller (UFRGS)

Engenheiro Civil pela UFRGS

Prof. Luis Carlos Bonin (UFRGS)

Mestre em Engenharia pelo PPGEC/UFRGS

Page 4: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

Dedico este trabalho a meus pais, Osamu e Christy,

que sempre estiveram ao meu lado e que sempre me

apoiaram durante o período do meu Curso de Graduação.

Page 5: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Professor Luis Carlos Bonin por toda a sua dedicação, apoio e paciência durante

a realização deste trabalho.

Agradeço à professora Carin Maria Schmitt pelo constante acompanhamento com importantes

críticas para aprimorar este trabalho.

Agradeço à Eng. Kira Krebs pelo auxílio na realização deste e por estar sempre disponível

para esclarecer dúvidas.

Agradeço ao Eng. Rafael Waldman pelo tempo despendido e por suas sugestões para o

melhoramento deste trabalho.

Agradeço aos meus pais e irmãos pela compreensão, pela paciência e pelo encorajamento

durante todos estes anos de curso.

Page 6: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

Pensar é o trabalho mais difícil que existe,

talvez por isso tão poucos se dediquem a ele.

Henry Ford

Page 7: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

RESUMO

O presente trabalho consiste em uma comparação, referente à execução da pintura em

revestimentos internos de argamassa, entre o que é recomendado pela bibliografia

especializada e o que é executado pelas empresas construtoras analisadas. Através da revisão

da literatura, foi realizada a apresentação das práticas recomendadas de execução da pintura,

dentre as quais se destacam a aquisição de materiais, a qualidade da mão de obra, o descarte

de resíduos e a gestão. Com base nessas etapas, foi adaptado um check-list de avaliação das

conformidades dos serviços da pintura para que se obtivesse uma ferramenta de verificação da

execução de pinturas em revestimentos internos de argamassa. Concluída a ferramenta e

passada por uma aplicação teste, avaliaram-se duas empresas a fim de realizar um diagnóstico

das mesmas e de identificar possíveis tendências através dessa análise. A partir das respostas

obtidas, foram elaborados gráficos com o intuito de auxiliar na visualização e na identificação

de pontos importantes ou pontos que necessitem de uma maior atenção por parte das

empresas. De maneira geral, a empresa de maior porte obteve resultados relativamente

melhores, porém, em ambos os casos avaliados foram identificados considerável parcela de

itens fora da conformidade.

Palavras-chave: Qualidade na Pintura de Edifícios. Pintura Interna de

Revestimento Argamassado. Tinta Látex PVA.

Page 8: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama esquemático do delineamento da pesquisa...................................... 17

Figura 2 – Exemplos de formulação de tintas................................................................... 23

Figura 3 – Ferramentas utilizadas para o preparo de superfícies..................................... 27

Figura 4 – Ferramentas e equipamentos utilizados na execução da pintura..................... 28

Figura 5 – Esquemas de pintura para acabamentos internos............................................. 32

Figura 6 – Eflorescência.................................................................................................... 34

Figura 7 – Desagregamento............................................................................................... 34

Figura 8 – Descascamento................................................................................................. 35

Figura 9 – Manchas causadas por pingos de chuva.......................................................... 35

Figura 10 – Bolhas............................................................................................................ 36

Figura 11 – Manchas escuras provenientes de mofo......................................................... 37

Figura 12 – Manchamento amarelado............................................................................... 37

Figura 13 – Fissuras.......................................................................................................... 38

Figura 14 – Trincas........................................................................................................... 38

Figura 15 – Destinação final inadequada de latas de tintas, com resíduo no fundo da

embalagem.......................................................................................................... 43

Figura 16 – Ciclo PDCA................................................................................................... 45

Figura 17 – Reprodução parcial da ferramenta................................................................. 48

Figura 18 – Vista da fachada do edifício .......................................................................... 51

Figura 19 – Local de armazenamento das tintas e almoxarifado ..................................... 51

Figura 20 – Rampa de acesso ao elevador ....................................................................... 52

Figura 21 – Aplicação de massa em superfície molhada ................................................. 53

Figura 22 – Local para o depósito de resíduos gerados pela pintura ............................... 54

Figura 23 – Fachada da obra ............................................................................................ 55

Figura 24 – Almoxarifado ................................................................................................ 56

Figura 25 – Armazenamento dos materiais novos ........................................................... 56

Figura 26 – Reservatório destinado a resíduos líquidos ................................................... 58

Figura 27 – Distribuição das questões entre os níveis hierárquicos de tomada de

decisão ................................................................................................................ 59

Figura 28 – Distribuição dos itens verificados na empresa E1 ........................................ 60

Figura 29 – Distribuição entre níveis de tomada de decisões .......................................... 60

Figura 30 – Distribuição das questões de acordo com cada área ..................................... 61

Figura 31 – Distribuição dos itens verificados na empresa E2 ........................................ 63

Page 9: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

Figura 32 – Distribuição entre níveis de tomada de decisões .......................................... 63

Figura 33 – Distribuição das questões de acordo com cada área ..................................... 64

Page 10: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

LISTA DE SIGLAS

Abrafati – Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas

ATT – Área de Transbordo e Triagem

ISO – International Organization for Standardization – Organização Internacional para

Normalização

PBQP-H – Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat

PDCA – Plan, Do, Check, Act – Planejar, Executar, Verificar, Atuar

PSQ – Programa Setorial da Qualidade

PVA – Polyvinyl acetate – Acetato de polivinila

Qualihab – Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de São Paulo

Simac – Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos

Page 11: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

LISTA DE SÍMBOLOS

PVC – fração volumétrica percentual do pigmento sobre o volume total de sólidos

(adimensional);

Vp – volume de pigmento (L);

Vv – volume de veículo sólido (L), isto é, volume da resina.

Page 12: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13

2 DIRETRIZES DA PESQUISA .................................................................................. 15

2.1 QUESTÃO DE PESQUISA ....................................................................................... 15

2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA .................................................................................... 15

2.2.1 Objetivo Principal ................................................................................................. 15

2.2.2 Objetivos Secundários ........................................................................................... 15

2.3 PRESSUPOSTO......................................................................................................... 16

2.4 DELIMITAÇÕES ...................................................................................................... 16

2.5 LIMITAÇÕES ............................................................................................................ 16

2.6 DELINEAMENTO .................................................................................................... 16

3 EXECUÇÃO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM REVESTIMENTOS

INTERNOS DE ARGAMASSA ...............................................................................

19

3.1. SISTEMAS DE PINTURAS ..................................................................................... 19

3.1.1 Tipos de fundos ...................................................................................................... 20

3.1.2 Tipos de massas niveladoras ................................................................................. 21

3.1.3 Tinta ........................................................................................................................ 21

3.1.3.1 Tinta látex acrílica ................................................................................................ 25

3.1.3.2 Tinta látex vinílica ou PVA .................................................................................. 25

3.2 EXECUÇÃO DE PINTURA ..................................................................................... 26

3.2.1 Ferramentas e equipamentos utilizados .............................................................. 26

3.2.1.1 Ferramentas utilizadas na preparação do substrato .............................................. 26

3.2.1.2 Ferramentas utilizadas na execução da pintura .................................................... 27

3.2.2 Armazenamento dos produtos .......................................................................... 28

3.2.3 Preparo do substrato ....................................................................................... 29

3.2.3.1 Condições gerais .................................................................................................. 29

3.2.3.2 Procedimentos ...................................................................................................... 30

3.2.4 Execução do sistema de pintura ........................................................................... 31

3.2.5 Defeitos mais comuns na pintura ......................................................................... 33

3.2.5.1 Eflorescência ........................................................................................................ 34

3.2.5.2 Desagregamento ................................................................................................... 34

3.2.5.3 Descascamento ..................................................................................................... 35

3.2.5.4 Manchas causadas por pingos de chuva ............................................................... 35

3.2.5.5 Bolhas ................................................................................................................... 36

Page 13: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

3.2.5.6 Manchas escuras provenientes de mofo ............................................................... 36

3.2.5.7 Manchamento amarelado em áreas internas ......................................................... 37

3.2.5.8 Fissuras ................................................................................................................. 37

3.2.5.9 Trincas .................................................................................................................. 38

3.3 MÃO DE OBRA NA PINTURA ............................................................................... 39

3.4 DESCARTE DE RESÍDUOS NA PINTURA ........................................................... 41

4 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE PINTURAS IMOBILIÁRIAS ..................... 44

4.1 GESTÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS ....................................................... 44

4.2 CONTROLE DE SISTEMAS DE QUALIDADE ..................................................... 45

4.3 FERRAMENTA DE ANÁLISE DO PROCESSO DE PINTURA ............................ 46

4.4 ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO TESTE DA FERRAMENTA ................................ 49

4.5 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA .......................................................................... 50

4.5.1 Aplicação do check-list na empresa E1 ............................................................... 50

4.5.2 Aplicação do check-list na empresa E2 ............................................................... 54

4.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 59

4.6.1 Análise da empresa E1 .......................................................................................... 59

4.6.2 Análise da empresa E2 .......................................................................................... 62

4.6.3 Observações ......................................................................................................... 65

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 67

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 69

APÊNDICE A .................................................................................................................. 71

APÊNDICE B .................................................................................................................. 77

APÊNDICE C .................................................................................................................. 83

Page 14: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM
Page 15: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Uemoto (2002, p. 9), “As pinturas, por proporcionarem elevada capacidade de

proteção e por seu efeito estético, têm ocupado um lugar cada vez maior como material de

acabamento de superfícies externas e internas de edifícios.”. Isto porque, ainda segundo a

autora, as pinturas, além de representarem a parcela mais visível de uma obra, têm grande

influência no desempenho e durabilidade das edificações, dando também o toque final que

valoriza o empreendimento. A sua aplicação, quando bem executada, proporciona a

manutenção de suas funções essenciais, tais como a proteção e a estética. Tornam-se,

portanto, fundamentais especificações técnicas bem elaboradas e devidamente cumpridas para

os sistemas de pinturas de edificações.

Porém, a pintura não deve ser tratada isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatores que

influenciam na qualidade final de uma obra. Isso é ainda mais importante frente à busca pela

qualidade de serviços e produtos que está cada vez mais presente nos dias atuais, em que

empresas enfrentam desafios para se tornarem competitivas e assim permanecerem no

mercado. Por isso, estes últimos anos foram marcados por esforços para inserir na construção

o conceito de qualidade total. Entretanto, a construção possui peculiaridades que dificultam a

inserção das teorias modernas de controle da qualidade. Assim, programas como o PBQP-H

(Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) foram criados para incentivar

a melhoria da qualidade dos produtos e da prestação de serviços da indústria da construção

civil.

O PBQP-H tem obtido bons resultados, um deles através da instituição do Sistema de

Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas Construtivos (Simac1), criado para

avaliar e monitorar a fabricação de materiais e componentes para a construção civil através de

Programas Setoriais de Qualidade (PSQ). Com mais de duas dezenas de PSQ elaborados,

conseguiu-se, desde a implantação do Simac, reduzir em 30% o percentual médio de não

conformidades dos materiais e componentes da construção civil.

1 Informações detalhadas podem ser acessadas no site <www.cidades.gov.br/pbqp-h/projetos_simac.php>.

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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Criado pela Abrafati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), o Programa Setorial

da Qualidade – Tintas Imobiliárias – faz parte do Simac e tem como objetivo garantir um

elevado percentual de conformidade dos produtos dos fabricantes de tintas. No entanto, a

qualidade final da pintura não depende somente desses insumos, pois o processo de execução

também influencia muito o produto final, já que vai desde a preparação do substrato, através

de fundos seladores ou preparadores de paredes, passando pela utilização de massa niveladora

até a aplicação da tinta de acabamento.

Assim, no presente trabalho, foram investigados os procedimentos mais adequados de

execução aplicados à pintura em edificações, criando-se um comparativo entre o executado e

o recomendado como prática de execução. Com a identificação de não conformidades, é

possível colaborar para que sejam propostas e aplicadas medidas corretivas, visando a

melhoria dos procedimentos e do produto final das empresas.

A primeira parte deste trabalho consiste na revisão da bibliografia, a qual trata das tintas

imobiliárias e suas características, dos procedimentos de execução da pintura em ambientes

internos e de temas referentes à mão de obra e descarte de resíduos gerados nos serviços de

pintura. A segunda parte é dedicada à adaptação de uma ferramenta de verificação de

conformidades dos serviços da pintura e à análise dos resultados obtidos por essa ferramenta

através da sua aplicação em empresas construtoras.

Page 17: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

15

2 DIRETRIZES DA PESQUISA

As diretrizes para desenvolvimento do trabalho são descritas nos próximos itens.

2.1 QUESTÃO DE PESQUISA

A questão de pesquisa do trabalho é: considerando-se as recomendações para a execução de

pintura imobiliária na bibliografia especializada, quais as diferenças que podem ser

identificadas na prática de produção?

2.2 OBJETIVOS DA PESQUISA

Os objetivos da pesquisa estão classificados em principal e secundários e são descritos a

seguir.

2.2.1 Objetivo Principal

O objetivo principal do trabalho é a realização de um diagnóstico dos procedimentos

empregados na execução de pintura em revestimentos internos de argamassa, verificando o

nível de conformidade nas empresas construtoras avaliadas.

2.2.2 Objetivos secundários

Os objetivos secundários do trabalho são:

a) apresentação, considerando-se a bibliografia especializada, das melhores

práticas de execução de pintura em revestimentos internos de argamassa;

b) adaptação de uma ferramenta de medição de conformidades para a avaliação de

empresas construtoras.

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

16

2.3 PRESSUPOSTO

O trabalho tem por pressuposto que as recomendações propostas pela Abrafati e bibliografia

especializada são procedimentos adequados e considerados como boa prática.

2.4 DELIMITAÇÕES

O trabalho delimita-se ao estudo da aplicação de sistemas de pintura sobre reboco interno

recém-executado em um conjunto de empresas construtoras de Porto Alegre.

2.5 LIMITAÇÕES

São limitações do trabalho:

a) o estudo sobre tintas látex, por serem as mais utilizadas para acabamentos nas

edificações;

b) a abordagem da execução de pintura sobre reboco previamente tratado com

massa niveladora vinílica.

2.6 DELINEAMENTO

O trabalho foi realizado através das etapas apresentadas a seguir, também representadas na

figura 1, e são descritas nos próximos parágrafos:

a) pesquisa bibliográfica;

b) descrição dos procedimentos recomendados de execução de pintura interna;

c) adaptação de uma ferramenta de medição de conformidades;

d) aplicação teste e revisão da ferramenta;

e) aplicação da ferramenta em empresas construtoras;

f) análise dos resultados;

g) considerações finais.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

17

Figura 1 – Diagrama esquemático do delineamento da pesquisa

(fonte: elaborado pelo autor)

Na etapa de pesquisa bibliográfica, foi feito um estudo sobre as tintas imobiliárias e sobre a

execução da pintura para um melhor entendimento do assunto. Para isso, foram utilizadas

normas técnicas, livros, trabalhos acadêmicos e catálogos de fabricantes. A partir deste

estudo, foi realizada a apresentação dos procedimentos de execução de pintura contendo

os métodos recomendados de preparação do substrato e a aplicação da pintura.

Posteriormente, foi realizada a adaptação de uma ferramenta de medição de

conformidades, que consistiu em ajustes de um check-list de verificação da execução de

pintura, elaborado em um trabalho acadêmico anterior por Fusinato (2012), para melhor

adequá-lo aos serviços de execução de pintura em ambientes interiores e aos objetivos deste

trabalho.

Pesquisa bibliográfica

Apresentação dos procedimentos

de execução de pintura

Adaptação de uma ferramenta de

medição de conformidades

Aplicação teste e

revisão da ferramenta

Aplicação da ferramenta em

empresas construtoras

Análise dos resultados

Considerações finais

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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Em seguida, foi realizada uma aplicação teste da ferramenta em uma obra de edifício

residencial a fim de avaliar o conteúdo da mesma e propor-lhe melhorias. Após esta etapa, foi

feita a aplicação da ferramenta em obras de algumas empresas construtoras.

A etapa posterior consistiu na análise dos resultados, em que foram avaliados os

procedimentos empregados na execução de pintura, diagnosticando o nível de conformidade

nas empresas construtoras avaliadas. Por fim, foram realizadas as considerações finais com

base nos resultados obtidos no trabalho.

Page 21: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

19

3 EXECUÇÃO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

REVESTIMENTOS INTERNOS DE ARGAMASSA

No presente capítulo, são apresentados os sistemas de pintura, a execução recomendada, a

qualidade da mão de obra e uma abordagem referente aos resíduos gerados nos serviços a fim

de caracterizar pontos importantes a serem considerados para uma boa execução da pintura.

3.1 SISTEMA DE PINTURA

De acordo com Gehbauer et al. (2002, p. 234):

As pinturas são compostas geralmente por um conjunto de camadas, aplicadas

sucessivamente sobre o reboco. A primeira delas, chamada camada de base ou de

fundo, é aplicada em uma ou mais demãos com o objetivo de preparar o substrato

para a aplicação da camada de cobertura, dando à este maior coesão, aumentando

sua aderência e reduzindo sua capacidade de absorver água. Acima desta camada é

aplicada em uma ou mais demãos a camada final, ou de cobertura, que, além de

proteger as camadas de baixo, confere à superfície as características desejadas como

cor e textura, por exemplo. Este conjunto de camadas pode ser designado também

como sistema de pintura.

Os principais constituintes do sistema de pintura são: o fundo selador ou o fundo preparador

de paredes, a massa niveladora e, por fim, a tinta de acabamento. Cada produto possui uma

função definida (UEMOTO, 2002):

a) fundo: produto destinado à primeira demão ou mais demãos sobre a superfície

com a função de preparar o substrato. É chamado de selador quando aplicado

sobre superfícies de argamassa, e é indicado para reduzir e/ou uniformizar a

absorção do substrato. Quando aplicado sobre superfícies metálicas, é chamado

de primer. Nesse último caso, entram em sua composição pigmentos

anticorrosivos que servem para inibir a corrosão de superfícies metálicas;

b) fundo preparador de paredes: tem como função principal promover a coesão

de partículas soltas do substrato, por isso é especialmente recomendada a sua

aplicação sobre superfícies não muito firmes e sem coesão, como a argamassa

sem resistência mecânica, caiação ou repinturas;

c) massa niveladora: produto pastoso que serve para a correção de

irregularidades da superfície. Este produto deve ser aplicado em camadas

muito finas para evitar o surgimento de reentrâncias ou fissuras;

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20

d) tinta de acabamento: parte visível do sistema de pintura, sendo este produto o

possuidor das propriedades necessárias para o fim a que se destina.

A seguir, são abordadas as características técnicas dos fundos e das massas niveladoras.

Posteriormente, é apresentado um estudo sobre a tinta, seus componentes, suas características

e os tipos de classificação.

3.1.1 Tipos de fundos

Para cada tipo de tinta a ser aplicada, há um fundo selador correspondente. Na aplicação de

tinta acrílica ou vinílica, usa-se o fundo acrílico ou vinílico, respectivamente. O uso desses

produtos é recomendado para proporcionar, em muitos casos, a economia de tinta, além de

preparar a superfície para a pintura.

Empregando-se sistemas acrílicos, o fundo selador acrílico é o produto que deve ser

utilizado para o preparo da superfície. As características técnicas deste produto são

apresentadas a seguir (UEMOTO, 2002):

a) geralmente são produzidos em cores claras, como a branca;

b) apresenta maior poder de enchimento e cobertura em relação ao fundo

preparador de paredes e maior resistência à alcalinidade e à água em relação ao

fundo com base PVA;

c) em condições normais de temperatura e umidade apresenta secagem rápida,

possibilitando a aplicação da tinta de acabamento ainda no mesmo dia.

Há ainda, entre os produtos acrílicos, o fundo preparador de paredes. Este produto

apresenta maior capacidade de penetração em substratos porosos e maior poder de

aglomeração de partículas, se comparado com os fundos seladores (UEMOTO, 2002).

Já dentre os produtos vinílicos, há o fundo selador vinílico, utilizado para preparar a

superfície. Abaixo, as características técnicas deste produto (UEMOTO, 2002):

a) geralmente são produzidos em cores claras, como a branca;

b) apresenta maior poder de enchimento e cobertura em relação ao fundo

preparador de paredes;

c) em condições normais de temperatura e umidade apresenta secagem rápida,

possibilitando a aplicação da tinta de acabamento ainda no mesmo dia.

Page 23: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

21

3.1.2 Tipos de massas niveladoras

Da mesma forma que os fundos, a escolha adequada do tipo de massa niveladora a ser

utilizada deve ser observada. Utiliza-se a massa acrílica para aplicações de acabamentos

acrílicos, e suas características são as seguintes (UEMOTO, 2002):

a) possui resistência de aderência, à alcalinidade e à água maior que a massa

vinílica;

b) há maior dificuldade de aplicação e lixamento em relação à massa vinílica;

c) em condições normais de temperatura e umidade apresenta secagem rápida,

possibilitando o lixamento e a aplicação da tinta de acabamento ainda no

mesmo dia.

Para acabamentos vinílicos utiliza-se a massa vinílica (à base de PVA – poliacetato de

vinila), mais conhecida como massa corrida, a qual, em condições normais de temperatura e

umidade, apresenta secagem rápida, possibilitando o lixamento e a aplicação da tinta de

acabamento ainda no mesmo dia (UEMOTO, 2002).

3.1.3 Tinta

A tinta é uma composição química composta por pigmentos dispersos em solução ou emulsão

de polímeros que se torna num revestimento aderente à superfície, quando aplicada em forma

de uma película, com a finalidade de colorir, proteger e embelezar a parede (FAZENDA,

2008). Os componentes básicos da tinta são a resina, o pigmento, o diluente e os aditivos.

A resina é a parte não volátil da tinta, que tem a função de aglomerar as partículas de

pigmentos. A composição da resina tem elevada importância nas propriedades da película, e é

ela que define o tipo de tinta ou revestimento empregado. Propriedades da tinta como dureza,

resistência à abrasão, resistência à álcalis, retenção de cor, brilho, flexibilidade do filme e

adesão são governadas basicamente pela resina (FAZENDA, 2008; UEMOTO, 2002).

Os pigmentos são partículas (pó) sólidas e insolúveis, geralmente com grande finura, sendo

sintéticos ou naturais, as quais dão cor e poder de cobertura à tinta. Na formulação das tintas

látex, o dióxido de titânio é o pigmento de maior importância, pois confere alvura, cobertura e

durabilidade à tinta, através do seu poder de reflexão da luz. Os pigmentos podem ser

classificados em dois grandes grupos: ativos e inertes. Os pigmentos ativos conferem cor e

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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poder de cobertura à tinta, enquanto que os inertes (ou cargas) conferem lixabilidade, dureza,

consistência, entre outras características (FAZENDA, 2008; UEMOTO, 2002).

O diluente, também chamado de solvente ou veículo volátil, é um líquido responsável por

dissolver a resina e conferir viscosidade adequada para a aplicação da tinta. Nas tintas à base

de látex, a fase líquida principal é a água, também utilizada na sua diluição (FAZENDA,

2008; UEMOTO, 2002).

Aditivos são substâncias adicionadas em pequenas proporções para modificar as propriedades

da tinta. Os aditivos mais comuns têm a função de estabilizar as emulsões, aumentar a

resistência a fungos e bactérias, aumentar a temperatura de formação de filme, entre outros

(FAZENDA, 2008; UEMOTO, 2002).

De acordo com Uemoto (2002), a composição e formulação destes componentes têm elevada

importância nas propriedades das películas de tinta. O conhecimento dos elementos que

compõe a tinta, assim como as proporções em sua formulação, permite estimar algumas

propriedades da pintura, como a porosidade e a durabilidade. Segundo a mesma autora, o

parâmetro mais utilizado para descrever a composição (formulação) da tinta é a relação entre

pigmento e resina, denominada PVC (Pigment Volume Content). O PVC corresponde à fração

volumétrica percentual do pigmento sobre o volume total de sólidos do filme seco, conforme

fórmula 1:

(fórmula 1)

Onde:

PVC – fração volumétrica percentual do pigmento sobre o volume total de sólidos

(adimensional);

Vp – volume de pigmento (L);

Vv – volume de veículo sólido (L), isto é, volume da resina.

O fator PVC, além de influir na porosidade e permeabilidade do sistema de proteção por

barreira, é responsável por distinguir os acabamentos em brilhante, semibrilho e fosco. As

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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tintas semibrilho possuem PVC baixo enquanto que as tintas foscas possuem PVC elevado

(UEMOTO, 2002).

Segundo Cunha (2011), além do fator PVC, a porcentagem de resina na composição da tinta

também influi no tipo de acabamento (figura 2). Ainda, segundo Polito (2009), tintas mais

foscas, com elevado PVC e baixa porcentagem de resina, possuem menor lavabilidade,

resistência mecânica e resistência às intempéries, ao passo que as tintas mais brilhantes, com

baixo PVC e alta porcentagem de resina, possuem maior lavabilidade e grande resistência

mecânica e resistência às intempéries.

Figura 2 – Exemplos de formulação de tintas

(fonte: POLITO, 2009)

Além de conhecer seus componentes, é importante observar as características técnicas

fundamentais da tinta para que uma devida avaliação possa ser feita com relação à qualidade

do produto. Tais características são descritas a seguir (FAZENDA, 2008):

a) estabilidade: capacidade do produto em manter-se inalterado durante o seu

prazo de validade;

b) cobertura: capacidade do produto em ocultar a cor da superfície sobre a qual foi

aplicada (a diluição afeta esta propriedade, portanto, as recomendações do

fabricante quanto a isso devem ser seguidas);

c) rendimento: área a qual se consegue pintar com um volume de tinta

estabelecido, sendo geralmente expresso em m²/galão/demão;

d) aplicabilidade/pintabilidade: facilidade de aplicação, ou seja, o produto não

deve apresentar dificuldade na sua utilização. Respingamentos e escorrimentos

não devem ocorrer durante a aplicação;

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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e) nivelamento/alastramento: propriedade da tinta em formar uma película

uniforme, sem deixar marcas de aplicação;

f) secagem: processo no qual a tinta deixa de ser líquida para tornar-se uma

película sólida. Comparando-se produtos similares, o ideal é aquele que possui

o menor tempo de secagem;

g) lavabilidade: capacidade da tinta em resistir à limpeza com produtos

domésticos, tais como o sabão, detergente, entre outros, permitindo a remoção

de manchas sem afetar a integridade da camada formada pela pintura;

h) durabilidade: capacidade da tinta em resistir às intempéries, tais como o sol ou

a chuva. Quanto maior for o tempo em que a película de tinta conseguir manter

as propriedades de proteção e embelezamento, maior é a sua durabilidade.

Os tipos de tintas imobiliárias atualmente existentes no mercado possuem suas denominações

baseadas na porção líquida de sua composição. As tintas à base de água, utilizadas em

revestimentos de argamassa das edificações, dividem-se em látex PVA e látex acrílicas. A

denominação tinta látex deriva do aspecto das emulsões utilizadas no processo de fabricação,

pois se assemelham às emulsões da seringueira. Sua disseminação é atribuída à facilidade de

aplicação e manuseio, proporcionando ainda diversos tipos de acabamentos.

A NBR 15.079 caracteriza as tintas látex de acordo com os requisitos mínimos de

desempenho. As definições são as seguintes (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2011b, p. 1-2):

3.1 [...];

3.2 tinta látex econômica: tinta que corresponde ao menor nível de desempenho de

uma tinta látex, independentemente do tipo de acabamento proporcionado (fosco,

acetinado, semibrilho ou qualquer outra denominação), indicada exclusivamente

para ambiente interior, e que deve atender no mínimo às especificações indicadas

nesta Norma;

3.3 tinta látex standard: tinta látex fosca, indicada para ambiente interior e/ou

exterior, e que deve atender no mínimo às especificações indicadas nesta Norma;

3.4 tinta látex premium: tinta látex fosca, indicada para ambiente interior e/ou

exterior, e que deve atender no mínimo às especificações indicadas nesta Norma;

3.5 tinta látex para “especialidades”: tinta látex que se destina a aplicações

especiais e que, portanto, deve apresentar desempenho adicional relacionado à

sua especificidade. São consideradas especialidades os seguintes produtos: látex

para gesso, látex para azulejo, látex elastomérico, látex lavável e látex para

ambientes críticos à contaminação por fungos. As tintas látex para especialidades

devem atender ao menor nível de desempenho em função da sua aplicação

(interior ou interior/exterior).

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

25

Um dos fatores que influenciam no aspecto do brilho obtido nas pinturas látex é o tipo de

emulsão utilizado na composição da tinta, podendo ser acrílica ou vinílica (CUNHA, 2011). A

seguir, são caracterizados esses tipos de tintas.

3.1.3.1 Tinta látex acrílica

A tinta látex acrílica proporciona um acabamento semibrilho ou fosco aveludado, e sua

aplicação se dá em superfícies internas e externas de alvenaria à base de cimento e cal

(argamassa), concreto, bloco de concreto, gesso e cerâmica não vitrificada (UEMOTO, 2002).

Suas características técnicas são descritas a seguir:

a) fácil aplicação e secagem rápida, possibilitando a aplicação da segunda demão

ainda no mesmo dia (aproximadamente 4 horas de intervalo entre demãos);

b) a resistência de aderência, durabilidade, resistência à água e à alcalinidade são

superiores às das tintas com base de poliacetato de vinila (PVA);

c) a película obtida por esta tinta é menos porosa que a das tintas à base de

poliacetato de vinila (PVA);

d) o acabamento fosco aveludado é indicado para fins decorativos e o acabamento

semibrilho é mais indicado para proteção;

e) em ambientes externos de baixa agressividade, possui vida útil de

aproximadamente cinco anos até a primeira repintura.

3.1.3.2 Tinta látex vinílica ou PVA

A tinta látex vinílica é formulada com base de polímeros vinílicos (poliacetato de vinila ou

PVA), possui acabamento semibrilho ou fosco aveludado e seu uso é recomendado para

superfícies internas e externas de alvenaria à base de cimento e cal (argamassa), concreto,

bloco de concreto, gesso e cerâmica não vitrificada (UEMOTO, 2002). Da mesma forma que

as tintas acrílicas, as tintas vinílicas possuem fácil aplicação e secagem rápida, permitindo a

aplicação da segunda demão ainda no mesmo dia (aproximadamente 4 horas de intervalo

entre demãos), e em ambientes externos de baixa agressividade, possui vida útil de

aproximadamente três anos até a primeira repintura.

Observa-se que os vernizes, os produtos dos sistemas alquídicos e os silicones não foram

mencionados, uma vez que não fazem parte do sistema de pintura em revestimentos internos

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de argamassa. As tintas à base de cimento e cal hidratada também não foram abordadas, pois

seus usos nas edificações são relativamente pequenos.

3.2 EXECUÇÃO DE PINTURA

Conforme Meseguer (1991), os procedimentos de uma operação na construção são elaborados

considerando-se os requisitos que devem seguir, porém, os procedimentos não devem ser

confundidos com a norma. As normas determinam o que se deve obedecer, mas não dizem

como se deve executar para consegui-lo, pois isso é específico de cada empresa. Por isso, os

procedimentos de execução de pintura descritos adiante não são os únicos, mas ajudam a

garantir resultados esperados de qualidade tendo em vista as especificações de normas.

3.2.1 Ferramentas e equipamentos utilizados

São apresentados, a seguir, os materiais utilizados na pintura e a descrição do armazenamento

correto dos produtos.

3.2.1.1 Ferramentas utilizadas na preparação do substrato

As ferramentas utilizadas no preparo das superfícies, ilustrados na figura 3 são (UEMOTO,

2002):

a) espátula: utilizada para remover a tinta e aplicar massas em áreas pequenas;

b) desempenadeira: utilizada para aplicar massa corrida e acrílica, em áreas

extensas;

c) lixa: utilizada para uniformizar a superfície e melhorar a aderência da pintura.

O tipo de lixa deve ser compatível com as características do substrato.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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Figura 3 – Ferramentas utilizadas para o preparo de superfícies

(fonte: UEMOTO, 2002)

3.2.1.2 Ferramentas utilizadas na execução da pintura

As ferramentas e equipamentos utilizados para a execução da pintura, ilustrados na figura 4,

são (UEMOTO, 2002):

a) pincel, trincha ou broxa: utilizados para pintar áreas pequenas e superfícies

irregulares. A aplicação com estas ferramentas é lenta, não garante boa

penetração no substrato e a película obtida é pouco uniforme. Os pincéis

redondos ou ovais são recomendados para pintar superfícies ásperas ou

irregulares, e as trinchas largas e chatas, superfície plana e de grande extensão

com largura não superior a 12,5 cm;

b) rolos de lã de carneiro, de espuma de poliéster, de espuma rígida: utilizados

para pintar superfícies extensas e regulares. O uso do rolo de lã de pêlo baixo

(sintético ou de carneiro) é recomendado para aplicação com tintas látex. Já o

rolo de espuma é indicado para tinta a óleo, esmalte sintético ou vernizes. Para

acabamentos texturizados, utiliza-se o rolo de espuma rígida;

c) revólver ou pistola: o método por pulverização com ar é recomendado para

tintas a óleo, esmaltes ou vernizes. O sistema airless, o qual opera com

pressões mais elevadas que o método anterior, é recomendado para pintar

superfícies extensas, sem janelas e portas, e de difícil acesso, tendo como

principal vantagem a rapidez na sua execução. A principal desvantagem é a

necessidade de proteger os locais que não serão pintados;

d) recipientes para acondicionamento de tintas: os mais utilizados são as

bandejas e as caçambas, que favorecem a transferência da tinta para o pincel ou

rolo;

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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e) mexedores: têm o formato de uma régua e são utilizadas para auxiliar na

homogeneização da tinta.

Figura 4 – Ferramentas e equipamentos utilizados na execução da pintura

(fonte: UEMOTO, 2002)

3.2.2 Armazenamento dos produtos

De maneira geral, as tintas devem ser armazenadas em ambientes ventilados, ou conforme o

indicado na embalagem do produto. No caso de obras de grande escala, deve haver um local

próprio para o armazenamento dos produtos (UEMOTO, 2002).

Além disso, no ato do recebimento, as amostras de tinta, entre outros produtos, devem ser

mantidas fechadas e registradas com a data de entrega e o número do lote. Este procedimento

serve para que os produtos sejam utilizados conforme a sequência de entrega, garantindo a sua

validade (UEMOTO, 2002).

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

29

3.2.3 Preparo do substrato

O substrato é a superfície onde a pintura se fixa. Pode ser a parede, a alvenaria, o reboco, a

porta, entre outros. Conforme Cunha (2011, p. 56):

O desempenho do sistema de pintura influi diretamente com o estado que se

encontra o substrato. Antes de aplicar o material é importante verificar se há

permeabilidade e porosidade excessiva [...], resistência mecânica, resistência a

fissuração, boa aderência e bom estado de acabamento superficial. [...].

Os substratos de argamassa possuem permeabilidade, porosidade e rugosidade

relativamente alta, têm a tendência de abrigar e desenvolver fungos e é um meio

básico e alcalino, sendo incompatível com determinados sistemas de pintura.

Tendo em vista essas características, são descritos a seguir as condições e métodos de preparo

de substratos e também uma descrição dos principais defeitos encontrados na pintura.

3.2.3.1 Condições gerais

Para a obtenção de pinturas que atendam tanto à função protetora quanto à decorativa, é

importante que sejam seguidas as orientações dos fabricantes relativas a seus produtos e aos

sistemas de pinturas. A NBR 13.245 descreve tais orientações (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011c):

a) definir o tipo do substrato;

b) definir o tipo de ambiente no qual será realizada a pintura;

c) pintar à temperatura entre 10ºC e 40ºC e umidade do ar inferior a 90%;

d) aguardar, no mínimo, 30 dias após o término da execução do reboco para que o

mesmo esteja curado;

e) proteger a pintura recém-executada contra a poeira, a água e contatos acidentais

durante o tempo de secagem da tinta.

A identificação do tipo de ambiente auxilia no processo de escolha da tinta. A NBR 13.245

classifica os ambientes em cinco tipos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2011c):

a) interno seco: locais sem umidade e incidência de água, com condensação

ocasional e pouco uso das superfícies, como dormitórios, salas de edifícios

residenciais e comerciais;

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b) interno úmido: locais com contato ocasional com a água, possibilidade de

condensação e uso moderado da superfície, como banheiros, cozinhas e

lavanderias;

c) externo não agressivo seco: áreas não industriais, afastadas da orla marítima e

com incidência baixa de chuvas;

d) externo não agressivo úmido: áreas não industriais, afastadas da orla marítima e

com incidência elevada de chuvas;

e) externo agressivo: áreas dentro da orla marítima e/ou com elevada poluição

atmosférica.

Além disso, a identificação das condições do substrato deve ser realizada para que se possa

empregar o método mais adequado para o preparo da superfície. Os procedimentos de preparo

de superfícies conforme os tipos de substratos são descritos no próximo item.

3.2.3.2 Procedimentos

A superfície a ser pintada deve ser adequadamente preparada, a fim de se garantir o

cumprimento satisfatório das funções de pintura. Os métodos para a preparo das superfícies

podem ser de quatro tipos: limpeza da superfície, correção de falhas, tratamentos

superficiais e preparação com acabamento liso.

Na limpeza da superfície, deve ser feita a remoção da sujeira, poeira, eflorescência e

materiais soltos de modo geral através de escovação, raspagem e/ou lavagem com água.

Contaminantes gordurosos, como a graxa e o óleo, devem ser removidos através da lavagem

com sabão e detergente neutros. Em caso de existência de bolor, mofo ou algas,

primeiramente executar a escovação com cerdas mais duras e com auxílio de um pano seco.

Após a escovação, aplicar uma solução de hipoclorito de sódio com 4% de cloro ativo (água

sanitária) e bactericidas diluídas em água na proporção 1:1. A solução é aplicada através de

escovas de cerdas grossas, deixando agir por 1 hora e enxaguando em seguida com água em

abundância (CUNHA, 2011).

A correção de falhas consiste em reparar imperfeições, fissuras, trincas, saliências e

reentrâncias. Imperfeições rasas, de depressões inferiores a 0,5 cm, podem ser reparadas com

o uso de massas niveladoras compatíveis com a tinta de acabamento e com as características

do ambiente. Já as imperfeições profundas, de profundidade superior a 0,5 cm, devem ser

reparadas com material e textura idênticos ao que foi utilizado no substrato. Neste caso, é

necessário aguardar o tempo de cura de 30 dias antes de proceder com a pintura. Caso ocorra

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

31

a infiltração de água, deve-se eliminar a umidade e aguardar a secagem da superfície

(CUNHA, 2011).

Os tratamentos superficiais são voltados para corrigir propriedades como a absorção e

resistência mecânica da superfície. Em superfícies com elevada porosidade (absorção de água

maior que 15%) é recomendada a aplicação prévia de fundos seladores ou a própria tinta de

acabamento, diluída em água ou solvente na proporção de 1:1, enquanto que em superfícies

de baixa resistência mecânica (reboco magro, por exemplo), com pouco cimento, deve-se

aplicar fundo preparador de superfícies diluído conforme indicação do fabricante. A

verificação da resistência mecânica pode ser feita esfregando-se o substrato com a mão ou

colando um pedaço de fita crepe, observando-se em seguida a quantidade de grãos que ficou

aderida na fita (UEMOTO, 2002).

Para a preparação com acabamento liso, deve-se aplicar, sobre a superfície limpa, corrigida

e tratada, sucessivas camadas de massa niveladora com desempenadeira ou espátula até que se

obtenha o nivelamento desejado. O intervalo entre demãos é de aproximadamente 1 hora e,

após a secagem completa da massa, lixar a superfície (CUNHA, 2011).

3.2.4 Execução do sistema de pintura

São apresentados, a seguir, as etapas de manuseio da tinta e seus produtos, os esquemas de

pintura aplicados em superfícies de reboco recém-executados das edificações, e também os

procedimentos de execução de pintura específicos para ambientes interiores previamente

tratados com massa PVA.

Segundo Uemoto (2002), algumas etapas devem ser seguidas antes e durante a aplicação da

tinta. Tais etapas são descritas a seguir:

a) abertura de embalagens: não utilizar tintas com elevada sedimentação,

coagulação, geleificação, separação de pigmentos, empedramento, formação de

pele, odor desagradável ou sinais de corrosão na superfície do produto;

b) homogeneização da tinta: agitar bem os produtos, manual ou mecanicamente,

para a sua adequada homogeneização;

c) diluição: geralmente a diluição é indicada na embalagem para a aplicação com

rolos ou pincéis;

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d) misturas: não misturar produtos de marcas diferentes sem uma consulta prévia

ao fabricante;

e) aplicação com pincel, trincha ou broxa: devem ser mergulhados até a metade do

comprimento das cerdas, aplicando-se pinceladas curtas e procurando depositar

quantidades uniformes do material de modo a formar uma película uniforme;

f) aplicação com rolo: a molhagem do rolo deve ser feita em uma bandeja. Além

disso, a pintura é realizada de cima para baixo, procurando cobrir o maior

comprimento possível.

Quanto aos sistemas de pinturas, a observação da apresentação das linhas de produtos pela

grande maioria dos fabricantes mostra a presença de três categorias de produtos, sendo estes

os fundos, as massas niveladoras e os acabamentos. A adequada combinação desses produtos

é conhecida como esquema de pintura (FAZENDA, 2008).

Existem diversos tipos de combinações que geram diferentes esquemas de pintura. Isso

depende do tipo e características da superfície a pintar, das condições ambientais a que estão

sujeitas as superfícies e também da relação custo/benefício mais favorável. Souza et al. (1996)

classificam os esquemas de pintura sobre reboco novo em acabamento convencional e

convencional liso, para superfícies interiores, e acabamento convencional, convencional liso e

texturizado, para superfícies exteriores. A figura 5 apresenta os esquemas de pintura para

acabamentos internos. Vale ressaltar que, devido às particularidades dos diferentes produtos e

dos fabricantes, estes podem sugerir esquemas de pintura diferentes dos aqui apresentados.

Figura 5 – Esquemas de pintura para acabamentos internos

(fonte: adaptado de SOUZA et al., 1996)

O acabamento convencional liso para interiores consiste na aplicação de pintura sobre a base

preparada e previamente tratada com massa corrida em toda a sua extensão. Fazenda (2008)

descreve os procedimentos para a obtenção desse acabamento:

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

33

a) aplicar massa corrida para interiores, conforme mencionado anteriormente no

item preparo do substrato;

b) aplicar tinta látex PVA. A diluição deve seguir a recomendação do fabricante; a

primeira demão deve ser mais diluída que as demais;

c) a primeira demão pode ser substituída por um fundo selador.

De acordo com Uemoto (2002), a quantidade de material aplicada em cada demão deve ser a

mínima possível e espalhada ao máximo a fim de se obter uma cobertura através de várias

demãos, dentre as quais a última deve propiciar à superfície uma película uniforme, sem

escorrimentos, falhas ou imperfeições. Em caso de falhas de pintura, corrigi-las respeitando-

se o tempo de secagem antes da aplicação da demão subsequente. Além disso, um número

maior de demão é recomendado em superfícies muito porosas, com contornos angulosos ou

com inclinação.

Logo após a pintura, deve-se providenciar a devida proteção contra a poeira e água, ou mesmo

do contato acidental até que ocorra a total secagem. O tempo de secagem não deve ser inferior

àquele recomendado pelo fabricante do produto, visto que o mesmo é influenciado pelas

condições atmosféricas (UEMOTO, 2002).

Caso ocorram escorrimentos e/ou salpicos de tinta em superfícies não destinadas à pintura,

como o piso, devem ser removidos ainda em seu estado fresco, empregando-se pano

umedecido com produto à base de água (UEMOTO, 2002).

3.2.5 Defeitos mais comuns na pintura

Existem diversos fatores que causam problemas na pintura, como má execução durante o

processo de pintura, fatores ambientais e problemas no reboco, entre outros. A correta

preparação do substrato durante o processo de pintura é de fundamental importância, pois

diversos problemas são ocasionados, em sua grande maioria, pela má preparação das

superfícies. De acordo com Fazenda (2008), os defeitos mais comuns em superfícies de

reboco, são: eflorescência, desagregamento, descascamento, manchas causadas por pingos de

chuva, bolhas, manchas escuras provenientes do mofo, manchamento amarelado, fissuras e

trincas, sendo estes dois últimos diretamente relacionados a problemas do reboco, mas que

afetam a pintura. Nos próximos itens, esses problemas serão descritos mais detalhadamente

conforme o mesmo autor.

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3.2.5.1 Eflorescência

Eflorescência são manchas esbranquiçadas que aparecem na superfície pintada. Ocorre

geralmente quando a tinta foi aplicada sobre o reboco úmido (figura 6). Para que isto não

ocorra, recomenda-se aguardar até que o reboco esteja seco e curado.

Figura 6 – Eflorescência

(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)

3.2.5.2 Desagregamento

O desagregamento ocorre quando a pintura se esfarela, destacando-se da superfície

juntamente com partes do reboco (figura 7). Recomenda-se aguardar até que o reboco esteja

seco e curado. Deve-se executar também o lixamento e cuidar para que não seja utilizado um

traço fraco na argamassa, pois esses fatores também podem provocar o desagregamento.

Figura 7 – Desagregamento

(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)

Page 37: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

35

3.2.5.3 Descascamento

Descascamento causado por diversos fatores, tais como a pintura sobre caiação sem o devido

preparo da superfície, a má diluição da primeira demão de tinta na superfície de reboco, o

excesso de poeira na superfície, o uso da massa corrida para interiores em superfícies

externas, entre outros (figura 8). Recomenda-se a adequada preparação da superfície, através

da eliminação de partes soltas ou mal aderidas e a aplicação de fundos seladores ou fundos

preparadores de paredes. No caso da incorreta diluição da tinta, a primeira demão deve estar

bem diluída (30% a 50%).

Figura 8 – Descascamento

(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)

3.2.5.4 Manchas causadas por pingos de chuva

As manchas causadas por pingos de chuva ocorrem em paredes recém-pintadas que foram

afetadas por pingos isolados (figura 9). Para eliminá-las, deve-se lavar a superfície pintada

com água, sem esfregar, de maneira a molhar a superfície por igual.

Figura 9 – Manchas causadas por pingos de chuva

(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)

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3.2.5.5 Bolhas

As bolhas em pintura ocorrem, principalmente, pela presença de umidade no substrato (figura

10). Em paredes externas, geralmente são causadas pelo uso da massa corrida para interiores.

Em paredes internas, podem ocorrer quando a poeira não for eliminada após o lixamento da

massa corrida, ou quando a tinta não foi devidamente diluída. Para prevenir o surgimento

destas bolhas, deve-se encontrar o foco gerador da umidade, se for o caso, e eliminá-lo. Em

geral, deve-se eliminar a poeira após o lixamento da massa corrida e aplicar tinta devidamente

diluída, tomando sempre o cuidado de utilizar o produto adequado a cada tipo de situação e

não utilizar produtos de baixa qualidade.

Figura 10 – Bolhas

(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)

3.2.5.6 Manchas escuras provenientes de mofo

São manchas que aparecem normalmente sobre a superfície devido ao ambiente favorável ao

seu surgimento, como por exemplo, ambientes úmidos e mal ventilados (figura 11). Para

combater estas manchas, recomenda-se lavar a área afetada com escova de náilon ou pano e

uma mistura de água sanitária e água potável na proporção de 1:2, deixando agir por

aproximadamente 4 horas. Em seguida, lavar com água a fim de eliminar resíduos de água

sanitária. Deve-se repetir todo o processo até a remoção total do mofo.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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Figura 11 – Manchas escuras provenientes de mofo

(fonte: FUTURA TINTAS, 2013)

3.2.5.7 Manchamento amarelado

São manchas causadas principalmente por gorduras, óleo ou fumaça de cigarro (figura 12).

Para remover estas manchas, recomenda-se lavar a superfície com uma solução de água com

10% de amoníaco ou com detergente à base dessa substância.

Figura 12 – Manchamento amarelado

(fonte: FAZENDA, 2008)

3.2.5.8 Fissuras

As fissuras são trincas estreitas, superficiais e sem continuidade, causadas por diversos

fatores, entre as quais se destacam a falta de hidratação do reboco e a má qualidade da

argamassa fina (figura 13). Para o tratamento de fissuras, recomenda-se raspar/escovar a

superfície, eliminando as partes soltas, a poeira, as manchas de gordura, o sabão ou mofo, e,

em seguida, aplicar fundo preparador para paredes. Uma alternativa é aplicar duas demãos de

tinta elastomérica e aplicar em seguida o acabamento.

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Figura 13 – Fissuras

(fonte: FAZENDA, 2008)

3.2.5.9 Trincas

As trincas, em geral, são decorrentes dos movimentos da estrutura (figura 14). Para tratá-las,

deve-se, primeiramente, identificar a sua origem e, após isso, executar a intervenção de

acordo com o tipo de problema encontrado.

Figura 14 – Trinca

(fonte: FAZENDA, 2008)

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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3.3 MÃO DE OBRA NA PINTURA

De acordo com a NBR 15.927, o pintor de obras imobiliárias é o profissional responsável pela

análise, planejamento e realização de serviços de pintura em edificações, atendendo projetos e

ordens sempre de acordo com os procedimentos de execução, com as normas específicas e

com a segurança do trabalho, meio ambiente e saúde. Estas competências são estabelecidas

pela Norma para que profissionais interessados possam atuar com pintura em obras

imobiliárias. Além de avaliar competências, ela define os requisitos mínimos para o exercício

da profissão e, com isso, objetiva garantir a qualidade dos serviços prestados (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011a).

Os perfis desejados de competências do pintor de obras imobiliárias são fundamentais para

que se estabeleça ampla ação de formação do indivíduo que atue ou venha a atuar no setor.

Conforme a NBR 15.927, é importante que o pintor de obras imobiliárias possua as seguintes

unidades de competência (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2011a):

a) análise dos serviços;

b) planejamento dos serviços;

c) realização dos serviços.

No que se refere à análise dos serviços de pintura, os seguintes elementos de competência

são definidos pela mesma Norma (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2011a):

a) interpretação das necessidades do cliente,

- leitura de plantas baixas arquitetônicas ou elaboração do croqui (desenho);

- identificação das superfícies a serem pintadas;

- identificação das especificações;

- atendimento ao cliente;

b) inspeção da obra a ser pintada,

- verificação dos tipos de substratos;

- verificação da presença de manifestações patológicas nos substratos;

- identificação das condições de trabalho, como segurança, armazenamento e

execução;

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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- medição das áreas a serem pintadas.

Os elementos de competência referentes ao planejamento dos serviços de pintura são

apresentados a seguir, conforme NBR 15.927 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2011a):

a) definição do serviço a ser executado,

- elaboração de um plano de trabalho;

- especificação de produtos, equipamentos, ferramentas e materiais adequados;

- especificação dos sistemas de pintura;

b) elaboração do cronograma,

- verificação do tempo de aplicação dos produtos;

- definição da equipe de produção e estimativa das horas de trabalho

necessárias;

- utilização de tabelas de referência de produção e produtividade;

- previsão de interferências das condições climáticas e definição das etapas do

serviço;

- consideração das características da obra;

c) orçamento do serviço,

- quantificação dos materiais e demais recursos;

- atribuição de valores aos recursos a serem aplicados;

d) elaboração da proposta de serviço com apresentação:

- do orçamento da mão de obra com ou sem material;

- das condições de pagamento;

- cronograma de trabalho;

- da relação de serviços a serem empregados;

- de justificativa do orçamento com base nos recursos, nos sistemas de pintura

e nas características da obra.

De acordo com a mesma Norma, para a realização dos serviços de pintura em alvenaria, os

elementos de competência são (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2011a):

a) preparação do local a ser pintado,

- organização do ambiente a ser pintado;

- proteção das superfícies e objetos que não serão pintados;

- separação dos equipamentos, ferramentas e materiais a serem utilizados;

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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b) execução da pintura,

- identificação e correção de manifestações patológicas existentes na superfície

a ser pintada;

- limpeza das superfícies com produtos e ferramentas adequados;

- lixamento e remoção do pó de superfícies;

- aplicação de fundo de acordo com o tipo de superfície e recomendações

contidas na embalagem do produto;

- aplicação de massas niveladoras, texturas ou acabamentos de acordo com as

recomendações contidas na embalagem do produto;

- aplicação da tinta de acabamento;

- correção de imperfeições da pintura através de lixamento, remoção de

resíduos e aplicação de recorte e demãos necessárias até o resultado

desejável;

- limpeza dos acessórios, ferramentas e equipamentos de pintura;

- destinação adequada dos resíduos;

- observação das normas de segurança do trabalho, higiene e preservação

ambiental.

3.4 DESCARTE DE RESÍDUOS NA PINTURA

Como todas as demais etapas do processo produtivo da construção civil, a correta

administração da execução de pinturas é fundamental para a minimização dos impactos

ambientais negativos.

Conforme Uemoto et al.2 (2004 apud GUIMARÃES JUNIOR, 2008, p. 40):

[...] as tintas imobiliárias, seus resíduos, e os solventes usados na sua diluição e na

limpeza da aparelhagem utilizada para a sua aplicação, emitem compostos orgânicos

voláteis [...] geralmente constituídos por hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos,

hidrocarbonetos contendo halogênio, cetonas, ésteres, álcoois, os quais apresentam

impacto ambiental que são considerados contaminantes potenciais do meio

ambiente, da qualidade do ar interno de edificações, com baixa renovação de ar e,

além disso, afetam a saúde do trabalhador durante a fase de construção do edifício,

portanto classificados como resíduos perigosos.

A atenção e a competência do gestor de construção civil são de grande importância para a

gestão de pinturas imobiliárias quanto à minimização do impacto ambiental negativo em

2 UEMOTO, K. L.; IKEMATSU, P.; AGOPYAN, V. As tintas imobiliárias e o impacto ambiental: parte II. In:

CONFERÊNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL, 1., 2004, São Paulo.

Anais... São Paulo: USP, 2004. Não paginado.

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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obras. Conforme a Resolução 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, secundado

por Guimarães Junior3 (2006 apud GUIMARÃES JUNIOR, 2008), as tintas, os solventes, os

óleos, os materiais de pinturas e outros, considerados resíduos classe D (resíduos perigosos),

devem ser monitorados de acordo com o projeto de gestão de resíduos da obra para que a

destinação final desses produtos esteja em conformidade com a legislação específica

municipal.

Fazenda (2008) determina que os profissionais da construção civil devem evitar ao máximo o

desperdício de materiais. Recomendações em relação a tintas, solventes e materiais como

pincéis, rolos e outros, são descritas a seguir:

a) apenas o volume de tinta necessário deve ser adquirido, calculando-se

corretamente a quantidade a ser utilizada;

b) a tinta deve ser armazenada corretamente durante o trabalho – as latas de tintas

em uso devem estar fechadas para evitar que ressequem ou estraguem;

c) os instrumentos de pintura devem ser conservados adequadamente durante o

trabalho;

d) as sobras de tintas não devem ser guardadas, pois a mesma dura muito pouco

tempo depois da abertura da embalagem. Recomenda-se doá-las ou utilizá-las

imediatamente para outros trabalhos;

e) os instrumentos de pintura devem ser lavados somente no final do dia. Nos

intervalos do trabalho, manter as ferramentas imersas na tinta que está sendo

aplicada, cobrindo-a com saco plástico;

f) as latas não devem ser lavadas. O seu conteúdo deve ser esgotado, escorrido e

raspado (com a tinta ainda úmida);

g) os resíduos de tinta seca devem ser encaminhados a uma ATT (Área de

Transbordo e Triagem) ou a pontos de coleta autorizados pelo órgão público do

meio ambiente;

h) as embalagens devem ser inutilizadas no momento do descarte, a fim de evitar

seu uso para outros fins, e as latas com filme seco não devem ser misturadas ao

lixo convencional ou entulho da obra (figura 15), e sim direcionadas a uma

ATT ou para reciclagem;

i) os solventes utilizados na limpeza dos instrumentos de pintura devem ser

armazenados para a diluição de outras tintas similares. Caso isso não seja

possível, os mesmos devem ser enviados para uma empresa de recuperação ou

de incineração. A fim de evitar a evaporação, as sobras de solventes devem ser

guardadas em recipientes bem fechados.

3

GUIMARÃES JUNIOR, V. A importância da gestão de pinturas imobiliárias como instrumento de

minimização do impacto ambiental negativo na construção civil. In: ENCONTRO NACIONAL DE

TECNOLOGIAS DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 2006, Florianópolis. Anais... Florianópolis: ANTAC,

2006. Não paginado. 1 CD.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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Figura 15 – Destinação final inadequada de latas de tintas,

com resíduo no fundo da embalagem

(fonte: GUIMARÃES JUNIOR, 2008)

Estas são apenas algumas recomendações para que os responsáveis das obras civis sejam

vistos pela sociedade como profissionais que cumprem a legislação a qual rege o controle de

resíduos na construção civil, buscando sempre eliminar o desperdício e evitar a contaminação

do meio ambiente (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS,

2012).

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4 AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS DE PINTURAS IMOBILIÁRIAS

Neste capítulo é tratada a importância dos sistemas de gestão da qualidade, apresentando um

instrumento adequado para implantação desse sistema assim como uma ferramenta de coleta

de dados para a avaliação dos serviços de pintura.

4.1 GESTÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS

De acordo com Meseguer (1991, p. 12):

A preocupação pela qualidade é uma característica das sociedades avançadas, uma

vez superadas as etapas de subdesenvolvimento nas quais predomina a preocupação

pela quantidade. A cada dia que passa, a qualidade, usada como arma empresarial,

está recebendo mais atenção em todas as indústrias.

Para obtê-la na construção civil, é necessária uma série de procedimentos, tais como o

planejamento e gerenciamento, a organização do canteiro de obras, as condições de higiene e

segurança do trabalho, a correta operacionalização dos processos administrativos em seu

interior, o controle de recebimento e armazenamento de materiais e equipamentos e a

qualidade na execução de cada serviço específico do processo de produção (SOUZA et al.,

1996).

Por isso, segundo Gehbauer et al. (2002), para melhor controlar todos esses procedimentos, as

empresas adotam sistemas de gestão da qualidade que podem ajudar as organizações a

aumentar a satisfação do cliente e melhorar o desempenho global da empresa. Ainda segundo

os mesmos autores, motivadas por ampliar mercados, atender exigências de clientes, cumprir

exigências contratuais ou mesmo acompanhar a concorrência, as empresas buscam a

certificação de seus sistemas de qualidade, mesmo não sendo obrigatória, com o objetivo de

comprovar o cumprimento dos requisitos e padrões de uma norma ou modelo aceito

oficialmente.

Um instrumento adequado para inserir a gestão da qualidade na execução de serviços de

qualquer empresa é o ciclo PDCA (plan, do, check, act), como mostra a figura 16. Além de

contribuir com a padronização de processos, o ciclo PDCA também auxilia no aprimoramento

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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contínuo desses processos, através do estabelecimento de novas metas ou da introdução de

novas tecnologias de processos construtivos (SOUZA et al., 1996).

Figura 16 – Ciclo PDCA

(fonte: SOUZA et al., 1996)

4.2 CONTROLE DE SISTEMAS DE QUALIDADE

As empresas do setor da construção civil, como qualquer organização, têm utilizado as

normas da família ISO 9000 (International Organization for Standardization) para introduzir

e operar com eficiência seus sistemas de gestão da qualidade, pois ela agrega as normas mais

completas sobre Sistemas de Qualidade, não se tratando de especificações de produtos, mas

de normas sistêmicas que estabelecem os elementos do Sistema de Gestão e Garantia da

Qualidade a serem considerados pelas empresas (SOUZA et al., 1995). Uma das normas que

serve de base para a certificação de sistemas é a NBR ISO 9001 (GEHBAUER et al., 2002).

Existem ainda modelos específicos para sistemas de gestão da qualidade da construção civil,

como exemplos o Qualihab (Programa da Qualidade da Construção Habitacional do Estado de

São Paulo), criado para otimizar a qualidade da habitação popular por meio da parceria com o

meio produtivo, e o PBQP-H, que visa, de um modo geral, organizar o setor da construção

civil através da melhoria da qualidade do habitat e da modernização produtiva (GEHBAUER

et al., 2002).

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46

Na construção civil, para tornar a empresa mais estável com relação à qualidade das obras que

oferece a seus clientes, é fundamental documentar os procedimentos de execução e inspeção

de cada serviço, pois isso permitirá um adequado treinamento do pessoal e uma futura

certificação do sistema de qualidade da empresa de acordo com as normas ISO 9000. Esses

registros devem ser anotados em formulários específicos, denotando a devida realização do

controle de qualidade. Tais registros permitem a retroalimentação efetiva do sistema da

qualidade e a recomposição do arquivo da qualidade da obra, e ainda possibilitam o

rastreamento caso ocorram patologias construtivas (SOUZA et al., 1996).

4.3 FERRAMENTA DE ANÁLISE DO PROCESSO DE PINTURA

A avaliação por parte da empresa em relação à qualidade dos serviços é fundamental para

identificar os pontos fortes que podem ser aperfeiçoados e os pontos fracos que necessitam ser

corrigidos e melhorados posteriormente (SOUZA et al., 1995). Uma opção para este tipo de

avaliação é a utilização de um check-list, o qual faz parte do ciclo PDCA e serve de suporte

para que, a cada ciclo, a verificação ajude nessa busca contínua pelo aperfeiçoamento.

Com este intuito, Fusinato (2012), em seu trabalho de conclusão de curso, elaborou um check-

list para a análise de conformidades no processo de pintura. Essa ferramenta foi baseada em

perguntas referentes ao processo, desde o contato com o gestor da empresa com o fornecedor

até o produto executado, e funciona como um registro de dados, coletados de forma racional e

não empírica, para que problemas possam ser analisados e solucionados. Na figura 17, é

apresentada parte dessa ferramenta.

Para a elaboração do check-list, levou-se em consideração sua fácil aplicabilidade em campo

e, para isso, foram formuladas perguntas buscando-se obter respostas objetivas, como: (S)

representando a conformidade; (N), a não conformidade; (P) quando está parcialmente

conforme; e (NA) quando a pergunta não se aplica ao caso (FUSINATO, 2012).

De acordo com a bibliografia especializada, foram estabelecidas as etapas do sistema de

pinturas, assim como sua sequência, cada qual representando um grande momento no controle

deste processo. Dentre essas etapas – ou macroetapas – do serviço de pintura, destacam-se a

aquisição, recebimento e armazenamento, preparação e aplicação, divididas linearmente na

estrutura do check-list (FUSINATO, 2012).

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

47

As macroetapas podem ser categorizadas, de um modo genérico, de acordo com os níveis

hierárquicos de tomadas de decisão: estratégico (E), quando envolvem a presidência; tático

(T), quando envolvem os gestores da obra; e operacional (O), quando envolve a mão de obra.

Além disso, esses níveis podem ser classificados em alto, médio e baixo, de acordo com o

grau de tomada de decisão (FUSINATO, 2012).

Há ainda, para ajudar na objetividade e na fácil aplicação em campo do check-list, uma coluna

de considerações, contendo informações complementares em relação à pergunta que auxiliam

na resposta da pessoa entrevistada (FUSINATO, 2012). Ainda segundo o autor, embora a

ferramenta não tenha sido avaliada para o serviço de pintura de revestimentos internos,

verifica-se um potencial para tal.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

49

4.4 ADAPTAÇÃO E APLICAÇÃO TESTE DA FERRAMENTA

Como ponto de partida, foi utilizado o check-list elaborado por Fusinato (2012), do qual foi

retirado o modelo para a elaboração de uma ferramenta de análise de conformidades voltada à

execução de pintura interna sobre revestimentos de argamassa. Com base na bibliografia

especializada, foram selecionadas e avaliadas, primeiramente, as questões relativas às áreas de

Gestão, Aquisição de Materiais, Mão de Obra e Descarte de Resíduos, visto que constituem

temas em comum tanto para pintura em ambientes internos e externos. Para as áreas de

Execução da Pintura e Segurança, foram mantidas somente as questões relacionadas

exclusivamente à pintura interna, eliminando assim, perguntas referentes ao trabalho em

altura, por exemplo. Em conjunto a estas etapas, realizou-se a adição de novas questões

julgadas importantes, mas que não foram abordadas na elaboração do check-list original.

Após a adaptação, foi realizada uma aplicação teste da ferramenta com o objetivo de avaliar e

aprimorar o novo check-list. A empresa na qual foi feita a aplicação teste é uma construtora de

médio porte, com sede em Porto Alegre, a qual executa obras residenciais e comerciais. Foi

escolhido um edifício residencial de classe média localizado em um bairro da capital, com

treze pavimentos, o qual se encontrava, no momento da entrevista, em fase de acabamento,

mais especificamente, na aplicação da última demão de tinta dentro dos apartamentos.

A aplicação teste possibilitou a identificação de alguns tópicos importantes da pintura que não

constavam nem no check-list original nem no check-list adaptado à pintura interna como, por

exemplo, questões referentes aos cuidados quanto ao tempo de secagem dos produtos da

pintura e às proteções de superfícies adjacentes, os quais consistem em pequenos cuidados

que melhoram a qualidade dos processos da pintura, tornando-as mais eficientes.

Ainda, o aprimoramento das questões da ferramenta foi auxiliado através de sugestões

propostas pelo próprio engenheiro entrevistado, assim como por um dos diretores de uma

empresa fornecedora de serviços de pintura. Foi sugerido, por exemplo, a retirada do item

contido no check-list original tratando do manuseio de um rolo, visto que, além de

praticamente nenhuma empresa verificar este procedimento, presume-se que o profissional de

pinturas contratado já possua este conhecimento básico.

O modelo final da ferramenta pode ser visualizado no apêndice A.

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4.5 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA

Após o teste, a ferramenta de verificação dos serviços de pintura foi aplicada em duas obras

localizadas na cidade de Porto Alegre de diferentes empresas construtoras. Uma das empresas

é de pequeno porte, atuando apenas na cidade de Porto Alegre, e a outra, de grande porte, atua

em âmbito nacional. Utilizaram-se as siglas E1 e E2 para nomear a primeira e a segunda

empresa, respectivamente. Foram escolhidas empresas de portes diferentes para se obter

resultados a partir dos quais se pudesse fazer uma comparação relacionada ao desempenho o

qual pode estar relacionado à capacidade de cada uma das empresas.

Para a aplicação do check-list, em ambas as obras foram necessárias não só as respostas por

parte do gestor, como também a verificação in loco e a análise de fotografias. A ferramenta

aplicada nas empresas pode ser visualizada nos apêndices B e C.

4.5.1 Aplicação do check-list na empresa E1

A construtora E1 é uma empresa de administração familiar, que atua no setor privado de obras

de pequeno e médio porte do ramo imobiliário. Tendo sido fundada em 1990, essa empresa

possui sede em Porto Alegre e, atualmente, possui 35 funcionários, entre os quais estão

engenheiros, pedreiros, pintores, entre outros. Por se tratar, segundo o engenheiro da obra, de

uma construtora de pequeno porte, em que não há setor ou pessoal encarregado pela busca da

qualificação da empresa, a mesma não possui qualquer tipo de programas ou certificações de

qualidade.

No momento da aplicação do check-list, acompanhou-se o processo de pintura interna de um

edifício de 16 pavimentos (figura 18) localizado próximo ao centro de Porto Alegre. Nessa

obra, foram analisadas somente superfícies nas quais o revestimento era composto por

argamassa, sendo essas as paredes internas que faziam a periferia dos apartamentos,

excluindo-se, dessa maneira, as divisórias entre os cômodos.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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Figura 18 – Vista da fachada do edifício

(fonte: foto do autor)

Quanto ao armazenamento de materiais, havia o almoxarifado e um local próprio para os

produtos do sistema de pintura. Observou-se que, embora as latas de tintas fossem mantidas

sobre paletes para evitar o contato direto com o chão, o local de estoque era completamente

fechado, impedindo a ventilação necessária para um ambiente fresco e possibilitando o

aparecimento de umidade (figura 19). A mesma situação ocorria no almoxarifado, onde a

única abertura consistia em uma pequena janela, na qual era realizado o controle de entrada e

saída de materiais. Apesar disso, ambos os locais de armazenamento davam para um corredor

onde havia uma rampa (figura 20) pela qual se tinha acesso direto ao elevador do tipo

cremalheira, possibilitando um fácil deslocamento dos materiais pela obra.

Figura 19 – Local de armazenamento das tintas e almoxarifado

(fonte: foto do autor)

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Figura 20 – Rampa de acesso ao elevador

(fonte: foto do autor)

O responsável pela conferência dos materiais no ato do recebimento e pelo controle do fluxo

de materiais e equipamentos era o apontador, que realizava esse trabalho através de planilhas

eletrônicas. Entretanto, a verificação de lotes dos produtos, importante para o controle das

tintas no caso de eventuais problemas, nunca era realizada.

Quanto à execução de pintura nos ambientes internos do edifício, a empresa seguia as

recomendações do fabricante do produto: duas demãos de massa corrida e duas de tinta de

acabamento, no entanto, para uma melhor qualidade, a empresa solicitava também a execução

de mais uma camada de massa corrida. O serviço era executado por três pintores da empresa,

sendo um deles o pintor-chefe, responsável pela inspeção. No entanto, como esta não era

realizada em todas as fases da pintura, eventuais falhas poderiam não ser corrigidas antes da

execução da demão subsequente.

Na etapa de preparo da superfície de reboco, na qual são corrigidas as irregularidades do

revestimento, foram executados, conforme o recomendado, o lixamento com a posterior

remoção de poeira através do uso de uma vassoura de pelos. Além disso, a espera de 30 dias

correspondente ao tempo de cura do reboco foi devidamente cumprida, visto que a pintura

iniciava-se nos primeiros pavimentos somente após a conclusão do reboco do último

pavimento, proporcionando, desse modo, um longo intervalo de tempo.

Finalizada a etapa de preparação da superfície, iniciou-se o processo de aplicação da primeira

demão de massa corrida. No entanto, embora o tempo de espera da cura do reboco fosse

cumprido, não houve um cuidado necessário quanto à umidade do ambiente, uma vez que foi

observada a aplicação de massa corrida em superfície ainda molhada (figura 21). Em seguida,

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

53

após a secagem da massa corrida, foi realizado o lixamento, e o ciclo foi repetido por mais

duas vezes.

Figura 21 – Aplicação de massa em superfície molhada

(fonte: foto do autor)

Por fim, foram aplicadas as demãos de tinta de acabamento: a primeira após o último

lixamento da superfície, e a segunda, somente após todos os serviços de dentro do

apartamento terem sido concluídos, como a colocação de metais e esquadrias. Nessa fase,

para evitar o contato com os respingos da tinta, foi providenciada uma proteção para as

superfícies adjacentes e para o piso, através do uso de lona plástica, todavia, o mesmo não foi

feito em relação às esquadrias. Para garantir o tempo mínimo de secagem dos produtos

aplicados, executava-se, no máximo, uma etapa por dia.

Quanto à mão de obra no processo de pintura, embora a empresa não realize o registro do

procedimento técnico formal dos serviços, estuda-se sua introdução, conforme o engenheiro

da obra. Já a análise e as anotações dos dados e das tarefas referentes à execução dos serviços

de pintura são realizadas pelo engenheiro e pelo estagiário, pois não há um representante

oficial na empresa.

No que diz respeito à segurança nos serviços da pintura, verificou-se que a empresa não

possuía um técnico responsável, mas contrata os serviços de uma empresa especializada que

envia semanalmente um funcionário para a obra. Com relação aos equipamentos de proteção

individual e coletiva (EPI e EPC), os mesmos são disponibilizados pela empresa, porém nem

todos os EPI’s eram utilizados. Na etapa de lixamento da massa corrida, a qual libera grande

quantidade de pó, não foi observada a utilização de máscara e óculos de proteção e, ainda, a

circulação na obra sem capacete, por parte dos pintores, se mostrou corriqueira.

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Para o descarte de resíduos gerados pela pintura, a empresa reservou uma área junto ao local

de armazenamento dos materiais novos para depositar latas já utilizadas e lavadas (figura 22).

Quando inutilizadas, esse material era colocado em baias para o descarte de resíduos

específicos, como é o caso do gesso, e era a própria fornecedora a empresa responsável pela

coleta das embalagens. Entretanto, os resíduos líquidos provenientes da lavagem de

ferramentas não eram recolhidos, mas apenas despejados nos ralos ou no próprio terreno da

obra, estando assim em desacordo com a Resolução 307/2002 do Conama, a qual estabelece

critérios para os resíduos da construção civil, os quais não devem ser depositados junto ao

lixo doméstico, em áreas de aterros, rios, entre outros.

Em relação à redução do desperdício de material na obra, verificou-se que a empresa não

realizava o cálculo das áreas a serem pintadas e do rendimento dos produtos, nem controlava

o consumo do material utilizado, pois a elaboração do pedido de materiais ficava sob a

responsabilidade do pintor chefe, já que (em função dos anos de trabalho) a confiança em

relação à empresa já estava estabelecida.

Figura 22 – Local para o depósito de resíduos gerados pela pintura

(fonte: foto do autor)

4.5.2 Aplicação do check-list na empresa E2

A empresa E2 destaca-se por ser uma incorporadora imobiliária de grande porte, atuando no

mercado de construção há mais de cinquenta anos, com mais de 180 canteiros de obra em

andamento em todo o país, e empregando mais de 10.300 colaboradores diretos4. A obra

escolhida para avaliação foi um edifício comercial de 16 pavimentos localizado na zona sul de

Porto Alegre, o qual se encontrava na fase de acabamento. Nessa fase estavam trabalhando,

4 Dados correspondentes à data de aplicação do check-list.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

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aproximadamente, 35 empregados diretos e 80 terceirizados, sendo a pintura enquadrada no

segundo caso. As superfícies analisadas foram apenas as paredes internas que fazem divisa

com o exterior e as que fazem divisa entre alguns cômodos, por possuírem revestimento de

argamassa. A vista da fachada da obra pode ser visualizada na figura 23.

Figura 23 – Fachada da obra

(fonte: foto do autor)

O sistema de gestão e serviços dessa empresa inclui programas de qualidade como o PBQP-H

e certificações da família NBR ISO 9001, fundamentais, pois auxiliam na potencialização de

inúmeros processos dentro da organização proporcionando à empresa benefícios tanto

qualitativos quanto quantitativos. Além disso, seu sistema geral é estruturado em diversos

módulos administrativos, como o setor de projetos e suprimentos, onde se especifica todo tipo

de material a ser utilizado para a execução da pintura.

Com relação à aquisição de materiais, o setor de suprimentos da empresa encarrega-se tanto

da qualificação de fornecedores quanto da contratação dos mesmos. A quantidade de material

e sua especificação já vêm em projeto, ficando a cargo da obra apenas a verificação no ato do

recebimento e o controle de estoque dos materiais. Essa verificação é realizada pelo

apontador, no almoxarifado, no momento da entrega dos materiais através de planilhas e

documentos eletrônicos para analisar se há compatibilidade com o pedido realizado.

Os materiais de maior valor são armazenados no almoxarifado, com espaço de dois

contêineres, e possui organização adequada e ambiente arejado com fácil acesso (figura 24).

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Figura 24 – Almoxarifado

(fonte: foto do autor)

Entretanto, materiais de grande volume e quantidade, como as argamassas e as tintas, eram

estocados individualmente em pequenas salas com apenas uma abertura, a porta de acesso,

possibilitando, dessa forma, o surgimento de umidade e mofo, pois não havia ventilação nem

ambiente fresco, já que nem o ambiente externo a essa sala recebia luz ou ventilação. No local

destinado ao armazenamento das tintas, observou-se que o estoque dos sacos não era

adequado, pois é recomendado pelo fornecedor que a quantidade máxima de sacos estocados

não ultrapasse 50 unidades dentro das caixas de armazenamento disponibilizadas. Como a

quantidade foi excedida, houve vazamento de alguns produtos, como mostra a figura 25.

Figura 25 – Armazenamento dos materiais novos

(fonte: foto do autor)

O controle do fluxo de materiais era feito através de planilhas anexadas à entrada dos locais

de armazenamento, e era o pintor chefe o responsável por anotar a quantidade retirada dos

produtos estocados. No caso dos equipamentos, como rolos e pincéis, o controle desses era

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__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

57

feito pelo apontador, no almoxarifado. Este procedimento garantia a existência de um estoque

mínimo dos materiais, os quais eram solicitados através de pedidos de médio prazo, pelo

técnico da obra ou pelo pintor chefe.

Quanto à execução da pintura, a mesma era executada de acordo com o método descrito no

projeto: duas demãos de massa corrida e posteriormente duas de tinta látex PVA. A ordem de

aplicação nos pavimentos seguia de cima para baixo, isto é, oposto ao procedimento da

execução do reboco. Por esse motivo, constatou-se que a espera da cura do reboco, definido

em 30 dias pela Norma, não era respeitada em alguns momentos, visto que não havia ninguém

responsável por analisar o item, além de o próprio engenheiro da obra afirmar tal deficiência.

As etapas, quando executadas, eram acompanhadas pelo técnico de edificações o qual

registrava em sua ficha de verificação da pintura o andamento e a qualidade dos serviços em

execução. Caso alguma etapa estivesse em desacordo com o exigido pela construtora, cabia ao

técnico solicitar ao pintor chefe a verificação e a correta intervenção no processo. Ao final da

execução da última demão de tinta era feita a inspeção por parte do pintor chefe e do técnico

de edificações. Concluída e aprovada essa etapa, ambos, juntamente com o engenheiro da

obra, registravam em planilhas a conclusão da pintura, finalizando, desta maneira, os serviços

ali executados.

Em relação à mão de obra contratada, a empresa não realiza o registro do procedimento

técnico de cada serviço nem avalia a qualidade da mão de obra segundo critérios da NBR

15.927/2011, direcionada ao profissional de pinturas. Para esse último caso, a construtora não

realiza essa avaliação devido à mão de obra ser terceirizada e, por isso, ser de incumbência da

empresa contratada avaliar a qualidade de seus funcionários. O único registro executado em

obra são os dados e tarefas referentes ao serviço de pintura, fundamental, pois contribui para

um bom aproveitamento e gerenciamento da mão de obra, bem como da produção, por meio

de incentivos e orientações aos funcionários.

Quanto à segurança no serviço de pintura, a empresa possuía um técnico responsável pela

segurança da obra trabalhando em tempo integral. Sua função, entre outras, era verificar e

garantir a existência de todo EPC necessário e disponibilizar o EPI ao pintor que não estivesse

utilizando, apesar de isso estar a cargo da empresa contratada pelos serviços de pintura.

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

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Observou-se, entretanto, que todos os EPI’s necessários para a execução da pintura, como

luvas, máscara e óculos de proteção, foram disponibilizados pela empresa contratada.

Finalmente, em relação ao descarte de resíduos, embora a empresa procurasse reduzir o

desperdício de produtos e materiais gerados na execução da pintura, incluindo no projeto de

sua execução a quantidade de baldes e sacos de tintas a serem comprados, e ainda indicando

qual o consumo médio para cada ambiente a ser pintado, o armazenamento dos produtos não

era adequado, causando o desperdício dos produtos através dos vazamentos dos sacos.

No que se refere ao gerenciamento dos resíduos, verificou-se que a empresa separava os

materiais descartados através do uso de baias para que, posteriormente, fossem coletados por

uma empresa autorizada. No caso das tintas, os baldes e sacos eram estocados em uma área

vizinha ao local de armazenamento dos materiais novos e encaminhados para o fornecedor

desses materiais. Porém, resíduos líquidos da pintura provenientes da lavagem das

ferramentas não eram recolhidos, apesar de a obra possuir um reservatório para tal finalidade

(figura 26). O motivo se deve aos trâmites burocráticos que envolvem o cadastramento da

empresa contratada para recolher tais resíduos.

Figura 26 – Reservatório destinado a resíduos líquidos

(fonte: foto do autor)

Page 61: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

59

4.6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

A aplicação do check-list possibilitou analisar as respostas nos diferentes tópicos. Observando

a distribuição dos níveis hierárquicos de tomada de decisões, pode-se notar um maior

destaque para o nível tático, envolvendo mais da metade das questões contidas no check-list,

composto por 28 questões (figura 27), demonstrando a influência do gestor de obras nos

serviços de pintura, embora os níveis estratégico e operacional também estejam fortemente

envolvidos. Os próximos itens apesentam uma análise individual mais aprofundada sobre as

empresas estudadas.

Figura 27 – Distribuição das questões entre os níveis hierárquicos de tomada de

decisão

(fonte: elaborado pelo autor)

4.6.1 Análise da empresa E1

A figura 28 ilustra a divisão dos resultados obtidos através da aplicação do check-list. Com

exceção da resposta não se aplica, com a qual nenhuma pergunta foi respondida, observa-se a

distribuição de um terço para cada tipo de resposta (figura 28), dado que todas as questões

foram devidamente respondidas, de um total de 27 perguntas.

21%

53%

26% Estratégico

Tático

Operacional

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William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

60

Figura 28 – Distribuição dos itens verificados na empresa E1

(fonte: elaborado pelo autor)

Como mostra a figura 29, itens não conformes e parcialmente conformes ocorrem em todos os

níveis de tomada de decisões e, ainda, expõe que, para cada um dos níveis hierárquicos, a

parcela correspondente à conformidade não chega nem à metade, demostrando a necessidade

de melhorias, com ênfase no nível estratégico, com apenas 14% dos itens representando a

conformidade.

Figura 29 – Distribuição entre níveis de tomada de decisões

(fonte: elaborado pelo autor)

A figura 30 ilustra os resultados segundo a distribuição dos tópicos que abordam a ferramenta

de conformidades possibilitando, desta forma, uma análise mais detalhada.

33%

33%

33% SIM

NÃO

PARCIAL

NÃO SE APLICA

14%

43%

43%

Estratégico

28%

39%

33%

Tático

45%

22%

33%

Operacional

S

N

P

NA

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

61

Figura 30 – Distribuição das questões de acordo com cada área

(fonte: elaborado pelo autor)

Pelo fato de a empresa ser de pequeno porte e possuir administração familiar, não há ainda a

preocupação pela busca de certificações e programas de qualidade, conforme explicou o

engenheiro da obra. Surgem, dessa maneira, algumas necessidades de melhoria na gestão da

empresa, pois foram apresentadas muitas irregularidades pela falta desses programas, os

quais conferem à construtora maior organização e produtividade. Ainda, verificou-se a

parcialidade no item que diz respeito ao diagnóstico da empresa em relação à sua gestão, já

que a mesma é executada, porém, com rara frequência.

No tópico aquisição de materiais e equipamentos, verifica-se que as questões referentes a

este item são os que obtiveram maior porcentagem de conformidades em relação a outras

áreas, entretanto, alguns procedimentos devem ser melhorados. O pedido de insumos a curto

prazo, assim como a ausência de um método de cálculo dos produtos consumidos, podem

ocasionar a falta de materiais na obra. Além disso, deve-se aperfeiçoar a forma com que a

0%

33%

67%

0%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

1. Gestão e serviços no sistema da empresa

0%

0%

25%

75%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

2. Aquisição dos materiais e equipamentos

0%

57%

14%

29%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

3. Execução do serviço de pintura

0%

50%

50%

0%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

4. Mão de obra no processo de pintura

0%

0%

50%

50%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

5. Segurança referente ao serviço de pintura

0%

67%

33%

0%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

6. Descarte dos resíduos gerados pelo seviço de pintura

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empresa armazena seus materiais a fim e garantir um ambiente adequado para o estoque dos

mesmos.

Na fase de execução da pintura, nota-se que algumas etapas do serviço da pintura não são

corretamente executadas. Por um lado, por não haver um funcionário responsável na obra pela

inspeção dos serviços, pois a empresa designa apenas o estagiário para realizar vistorias

somente ao final do processo de execução da pintura, fazendo com que erros possam passar

despercebidos sem serem devidamente corrigidos. Por outro, deve-se à falta de critérios para

avaliar a qualidade da mão de obra, visto que o sistema de avaliação da empresa para a

contratação de novos pintores se resume à avaliação feita pelo pintor chefe, o qual submete o

candidato apenas a um dia de trabalho, como foi observado no dia da aplicação do check-list.

Esse método impossibilita qualquer tipo de avaliação segundo critérios da NBR 15.079/2011,

a qual estabelece qual perfil de competências deve ter o pintor de obras imobiliárias.

A respeito da segurança referente ao serviço de pintura, a empresa deveria designar um

funcionário responsável para verificar a necessidade de EPC’s e fiscalizar o uso de EPI’s por

parte dos trabalhadores da obra, pois a vistoria semanal de um funcionário da empresa de

segurança contratada pode, em alguns momentos, ser insuficiente.

Quanto ao descarte de resíduos gerados pela pintura, um maior cuidado deveria ser

tomado. As latas de tintas, embora estocadas e separadas corretamente, não devem ser

reutilizadas para qualquer fim. A introdução de diferentes produtos no recipiente

reaproveitado pode comprometer a qualidade do mesmo. Além disso, durante a lavagem, os

resíduos líquidos deveriam ser armazenados e, posteriormente, encaminhados aos postos de

coleta autorizados, assim como era feito para outros resíduos gerados dentro do canteiro de

obras.

4.6.2 Análise da empresa E2

Através da avaliação da empresa E2, obteve-se a distribuição dos itens analisados conforme

ilustra a figura 31. Com 59% das questões em conformidade, nota-se que devem ser impostas

melhorias em 37% dos itens, e apenas 4% não se aplicava ao caso estudado.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

63

Figura 31 – Distribuição dos itens verificados na empresa E2

(fonte: elaborado pelo autor)

Os itens em conformidade são maioria para todos os níveis de decisão, demonstrando o

comprometimento maior por parte da empresa, no entanto, também constata a necessidade de

melhorias em todos os níveis por apresentarem alto grau de itens não conformes e

parcialmente conformes, como observado na figura 32.

Figura 32 – Distribuição entre níveis de tomada de decisões

(fonte: elaborado pelo autor)

Uma análise mais detalhada dos resultados obtidos pode ser visualizada na figura 33, a qual

ilustra a distribuição das questões de acordo com cada área analisada pelo check-list.

59% 18%

19%

4%

SIM

NÃO

PARCIAL

NÃO SE APLICA

57%

14%

29%

Estratégico

61% 17%

17%

5%

Tático

56% 22%

22%

Operacional

S

N

P

NA

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Figura 33 – Distribuição das questões de acordo com cada área

(fonte: elaborado pelo autor)

A conformidade verificada na gestão da empresa se deve, principalmente, ao fato da mesma

se tratar de uma incorporadora de grande porte em que a ausência de programas de gestão e

qualidade impediria o controle mais eficiente dos processos e crescimento da empresa. Ainda,

os métodos de inspeção e execução impostos pela empresa facilita a administração do canteiro

de obras, o que possibilita uma melhor verificação dos materiais e equipamentos

adquiridos e da execução dos serviços de pintura, ambos auxiliados por profissionais

designados para cada função. Contudo, para uma melhora dos procedimentos verificados,

alguns cuidados não devem ser negligenciados. O local de armazenamento de novos insumos

deve ser bem planejado, bem como os cuidados durante a execução e como o tempo de espera

para secagem de produtos e manuseio de materiais, pois falhas desse tipo, aparentemente

mínimas, podem comprometer todo o processo.

Na análise da mão de obra no processo de pintura, constatou-se somente uma não

conformidade: a falta de um registro do procedimento técnico do serviço de pintura. A

0%

0%

0%

100%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

1. Gestão e serviços no sistema da empesa

0%

13%

25%

63%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

2. Aquisição dos materiais/equipamentos

0%

14%

29%

57%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

3. Execução do serviço de pintura

25%

0%

25%

50%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

4. Mão de obra no processo de pintura

0%

0%

0%

100%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

5. Segurança referente ao serviço de pintura

0%

100%

0%

0%

NÃO SE APLICA

PARCIAL

NÃO

SIM

6. Descarte dos resíduos gerados pelo seviço de pintura

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

65

importância deste registro se deve ao fato de que o mesmo possibilita maior domínio

tecnológico e menos oscilações da mão de obra, como por exemplo, a execução por parte do

empreiteiro, o qual executou o serviço sem possuir o devido conhecimento da prática

executada conforme padrão da produção imposto pela empresa. Treinamentos futuros do

pessoal através da forma de como é executado o serviço também se tornam possíveis.

Em relação à segurança referente ao serviço de pintura, a empresa mostrou-se eficiente em

disponibilizar equipamentos de segurança e fiscalizar o seu uso, devido, em parte, à

disponibilização de um técnico responsável presente todos os dias no canteiro de obras. Pode-

se recomendar, entretanto, a limpeza em alguns locais da obra onde restos de materiais eram

depositados, pois um canteiro bem organizado propicia a otimização das atividades, além da

diminuição da possibilidade de acidentes.

Quanto ao descarte de resíduos gerados pelo serviço de pintura, a empresa deveria estudar

melhor a contratação de empresas coletoras de resíduos, visto que o problema verificado no

canteiro se origina a partir desse ponto. Em decorrência disso, reservatórios destinados a

armazenar resíduos líquidos encontram-se fora de uso. Além disso, dever-se-ia ensinar a

lavagem ao final do dia dos equipamentos utilizados e, ainda, dar maior atenção ao

empilhamento máximo dos baldes e sacos de tintas a fim de reduzir o desperdício em função

das perdas por vazamento de produtos.

4.6.3 Observações

Através das análises das duas empresas, pôde-se notar um melhor desempenho por parte da

empresa E2, em especial, na área correspondente à gestão dos serviços. Isto pode ser atribuído

ao fato de a empresa E2, em vista de seu maior porte, ter recursos financeiros e humanos os

quais a empresa E1 não possui.

Observa-se, nas duas empresas, que há mais cuidados nos processos que afetam diretamente a

pintura, embora haja algumas falhas na inspeção, principalmente na empresa E1. Em ambos

os casos, houve uma falta de cuidado quanto ao armazenamento dos produtos e quanto ao

descarte de resíduos, isto é, em relação ao processo inicial e final do serviço de pintura.

Quanto ao primeiro processo, é possível que haja um comprometimento no produto final, no

entanto, ambos os processos prejudicam o serviço como um todo.

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66

A falta de inspeção observada nas análises é um dos fatores que causam grande número de

falhas na fase de execução das etapas da pintura, prejudicando o produto final. Pode-se citar,

como exemplo dessa situação, a ausência de um representante responsável por controlar as

etapas de execução da pintura na empresa E1, o que acarreta em problemas decorrentes da

falta de inspeção dos serviços.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A qualidade final de uma obra depende do bom procedimento de todas as suas etapas, as quais

funcionam como um sistema na qual se insere também a pintura. Embora o mercado brasileiro

disponibilize tintas de alta qualidade que passam por um controle rigoroso, os problemas que

ainda se encontram em relação à qualidade da pintura são, na maioria, oriundos do processo

de execução. Por isso, é necessário que haja uma boa especificação, execução e controle

desses processos, os quais contribuem para uma melhor qualidade do produto final, pois a

falta da inspeção/fiscalização dos estágios da pintura é geralmente o fator que aumenta a

possibilidade de falhas, comprometendo todo o sistema.

Isso foi confirmado através do diagnóstico realizado neste trabalho, obtido pela ferramenta de

verificação do processo de pintura, através da qual foram observadas não conformidades

relacionadas, principalmente, à inspeção. Ressalta-se que não houve plena conformidade na

área referente ao descarte de resíduos em ambas as empresas avaliadas. Apesar de buscarem

um melhor aproveitamento dos produtos, procurando cada vez mais a economia e a correta

gestão de resíduos gerados, as empresas ainda precisam evoluir neste quesito visto que,

atualmente, a questão ambiental está cada vez mais presente e sua influência tende a crescer,

em especial dentro da indústria da construção civil, a qual causa grandes impactos ao meio

ambiente.

Quanto à ferramenta, apesar de esta não ter sido submetida a nenhum tipo de validação – já

que a mesma não passou por avaliações por parte de especialistas da área – ela auxilia no

diagnóstico dos procedimentos referentes ao sistema de pintura por ter sido elaborada a partir

de uma bibliografia especializada, ajudando a identificar alguns pontos importantes que

devem ser melhorados ou que merecem uma maior atenção por parte das empresas.

Para a elaboração deste trabalho, a falta de bibliografia foi a principal causa das dificuldades,

pois embora se tenha bastante assunto sobre a tecnologia das tintas, há pouca literatura a

respeito, por exemplo, da execução ou inspeção dos serviços de pintura. Apesar disso, o

objetivo deste trabalho foi cumprido, uma vez que se obteve um diagnóstico dos

procedimentos empregados em mais de uma empresa para a verificação de conformidades,

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68

assim como a adequação de uma ferramenta de análise de conformidades do serviço de

pintura sobre revestimentos internos de argamassa.

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Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

69

REFERÊNCIAS

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pessoas no processo construtivo de edificações – perfil profissional do pintor de obras

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desempenho de tintas para edificações não industriais – tinta látex nas cores claras. Rio de

Janeiro, 2011b.

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industriais – preparação de superfície. Rio de Janeiro, 2011c.

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canteiro de obras não é só uma obrigação legal. Disponível em:

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MESEGUER, A. G. Controle e garantia da qualidade na construção. São Paulo:

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Page 73: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

71

APÊNDICE A – Modelo final da ferramenta de verificação de

conformidades dos serviços de pintura interna com base no check-list

elaborado por Fusinato

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dm

inis

trati

vo

s: p

roje

to

(esp

ecif

icação

para

co

mp

ra),

su

pri

men

tos (

sele

ção

, av

aliação

fo

rneced

or,

aq

uis

ição

) e o

bra

s (

arm

aze

nam

en

to, re

ceb

imen

to, re

gis

tro

da q

ualid

ad

e n

o

receb

imen

to)?

Est

es m

ódu

los

serv

em d

e m

ode

lo d

e co

mo

a e

mp

resa

dev

e si

tuar

os

sist

emas

num

pac

ote

, is

to é

, p

ara

mel

ho

r ge

ren

ciá-

los.

E a

pin

tura

po

de e

star

in

cluí

da

nes

te p

aco

te,

refl

etin

do n

a es

trut

ura

da c

on

stru

tora

.

A f

alta

ou

não

cum

pri

men

to d

e si

tuar

a p

intu

ra n

um

sist

ema,

po

de a

carr

etar

em

ret

raba

lho

s p

or

falh

as

dura

nte

a p

rodu

ção

, ge

ran

do u

ma

par

cial

idad

e n

o

pro

cess

o.

E/T

1.3

A e

mp

resa e

xecu

ta d

iag

sti

co

s p

eri

od

icam

en

te c

om

rela

ção

à q

ualid

ad

e d

a

gestã

o e

exe

cu

ção

do

s s

erv

iço

s?

É d

e fu

nda

men

tal

imp

ort

ânci

a, p

ois

po

ssib

ilit

a

dete

ctar

po

nto

s p

osi

tiv

os

e n

egat

ivo

s, o

s qu

ais

dev

em s

er a

per

feiç

oad

os.

Se

a em

pre

sa p

oss

ui

pla

nil

has

e d

ocu

men

tos

par

a v

erif

icar

o p

roce

sso

,

mas

não

é e

xec

utad

o,

entã

o m

arca

r p

arci

al.

Cas

o a

emp

resa

não

po

ssui

r, m

arca

r n

ão.

Nív

eis

Hie

rq

uic

os

VE

RIF

ICA

ÇÃ

OC

ON

SID

ER

ÕE

SO

BS

ER

VA

ÇÕ

ES

PE

LA

EM

PR

ES

A

Page 75: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

73

2A

QU

ISIÇ

ÃO

DO

S M

AT

ER

IAIS

/EQ

UIP

AM

EN

TO

SS

NP

NA

T

2.1

A e

mp

resa q

ualifi

ca o

s f

orn

eced

ore

s, seg

un

do

cri

téri

os d

e: p

razo

, q

ualid

ad

e d

o

pro

du

to e

do

ate

nd

imen

to, q

uan

to a

o p

razo

esta

bele

cid

o e

en

treg

a c

orr

eta

do

s

mate

riais

?

Cri

téri

os

de a

val

iaçã

o d

e fo

rnec

edo

r: d

esco

nto

s p

ara

com

pra

s em

gra

nde

esc

ala,

qua

lida

de d

o p

rodu

to,

aten

dim

ento

per

son

aliz

ado

, n

ota

s fi

scai

s e

fatu

ras

corr

etas

, cu

mp

rim

ento

do

pra

zo,

assi

stên

cia

técn

ica.

Dar

ate

ndi

men

to a

os

div

erso

s en

vo

lvid

os.

Pla

nil

ha

ou

docu

men

to p

ara

qual

ific

ação

, h

istó

rico

atr

avés

de

fato

s e

dado

s co

leta

dos.

Sim

se

po

ssui

um

sis

tem

a de

aval

iaçã

o.

Som

ente

o h

istó

rico

sim

pli

fica

do,

entã

o

mar

car

par

cial

T

2.2

A e

mp

resa r

ealiza

a c

orr

eta

sele

ção

do

s m

ate

riais

do

sis

tem

a d

e p

intu

ra

(fu

nd

o/m

assa/t

inta

), n

o q

ue s

e r

efe

re à

co

mp

ati

bilid

ad

e e

ntr

e e

sses p

rod

uto

s e

o s

ub

str

ato

?

Par

a qu

e a

pin

tura

obt

enh

a o

res

ulta

do e

sper

ado

é

imp

ort

ante

que

os

pro

duto

s ap

lica

dos

seja

m

com

pat

ívei

s en

tre

si,

ou

seja

, de

vem

ser

aqu

eles

reco

men

dado

s p

elo

fab

rica

nte

co

nfo

rme

o t

ipo

da

sup

erfí

cie.

Ver

ific

ar q

uem

faz

a s

eleç

ão d

os

tip

os

de

mat

eria

is.

T

2.3

Exi

ste

co

ntr

ole

de r

eceb

imen

to p

ara

an

alisar

se o

mate

rial ate

nd

e à

esp

ecif

icação

esta

bele

cid

a?

Ver

ific

ar o

digo

do

pro

duto

co

m o

que

fo

i

soli

cita

do,

na

com

pra

, n

o p

roje

to.

Cas

o o

ser

viç

o d

e

anál

ise

dos

lote

s é

feit

o p

elo

pró

pri

o e

xec

uto

r,

mar

car

par

cial

, um

a v

ez q

ue h

á co

nfe

rên

cia,

mas

não

po

r um

pro

fiss

ion

al h

abil

itad

o.

O

2.4

A e

mp

resa v

eri

fica a

un

ifo

rmid

ad

e e

in

teg

rid

ad

e d

os lo

tes?

Ver

ific

ar a

s re

ferê

nci

as d

a n

ota

co

m r

elaç

ão a

o

mat

eria

l en

treg

ue,

data

de

val

idad

e do

pro

duto

, se

não

est

ão a

mas

sada

s, a

bert

as o

u da

nif

icad

as.

O

2.5

Exi

ste

co

ntr

ole

do

em

pilh

am

en

to m

áxi

mo

do

s p

rod

uto

s d

o s

iste

ma d

e p

intu

ra,

co

mo

lata

s e

galõ

es d

e t

inta

s?

O e

mp

ilh

amen

to m

áxim

o r

eco

men

dado

pel

a

bibl

iogr

afia

é d

e 1

0 u

nid

ades

par

a ga

lões

e 5

un

idad

es

par

a la

tas,

par

a n

ão h

aver

per

das

de e

sto

que

po

r

qued

as e

am

assa

men

tos.

T

2.6

Exi

ste

, n

o lo

cal d

e a

rmaze

nam

en

to: v

en

tila

ção

, am

bie

nte

fre

sco

, sem

um

idad

e e

de f

ácil a

cesso

?

A g

aran

tia

de u

m a

mbi

ente

par

a ar

maz

enam

ento

adeq

uado

pro

mo

ve

qual

idad

e n

os

mat

eria

is e

segu

ran

ça q

uan

to à

dur

abil

idad

e do

s m

esm

os.

Ven

tila

ção

e u

mid

ade

con

tro

lada

dev

em s

er

pri

ori

zado

s n

o l

oca

l do

est

oqu

e, g

aran

tin

do

par

cial

idad

e n

a re

spo

sta.

O2

.7E

xiste

co

ntr

ole

, an

ota

ção

de e

ntr

ad

a e

saíd

a d

e m

ate

riais

no

alm

oxa

rifa

do

?V

erif

icar

pla

nil

ha

no

lo

cal.

O

2.8

A e

mp

resa g

ere

ncia

o c

on

tro

le d

e e

sto

qu

e d

o s

eto

r d

e s

up

rim

en

tos p

ara

a

técn

ica d

a p

intu

ra?

Obs

erv

ar n

o l

oca

l: o

rgan

izaç

ão,

lim

pez

a do

s

equi

pam

ento

s e

con

tro

le d

e en

trad

a e

saíd

a.

Imp

ort

ânci

a de

gar

anti

r o

s m

ater

iais

/equ

ipam

ento

s,

par

a se

rem

uti

liza

dos

no

mo

men

to c

erto

da

apli

caçã

o.

Page 76: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

74

3E

XE

CU

ÇÃ

O D

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

O

3.1

A e

mp

resa v

eri

fica o

s c

uid

ad

os r

efe

ren

tes à

reti

rad

a d

os p

rod

uto

s d

a

em

bala

gem

, h

om

og

en

eiz

ação

e d

ilu

ição

da t

inta

, b

em

co

mo

a p

rep

ara

ção

das

ferr

am

en

tas q

ue s

erã

o u

tiliza

das?

Na

aber

tura

da

emba

lage

m é

im

po

rtan

te v

erif

icar

se

o p

rodu

to a

pre

sen

ta s

edim

enta

ção

, co

agul

ação

,

sep

araç

ão d

e p

igm

ento

s, c

orr

osã

o,

entr

e o

utro

s. A

ho

mo

gen

eiza

ção

do

pro

duto

gar

ante

mis

tura

fir

me

e

com

qua

lida

de d

o f

abri

can

te,

bem

co

mo

, di

luir

con

form

e in

dica

ção

na

emba

lage

m p

ara

mel

ho

r

apli

caçã

o.

Ap

ós

o u

so d

e p

ince

l, t

rin

cha

ou

rolo

,

par

a m

elh

or

dese

mp

enh

o,

dev

em s

er d

eix

ado

s

mer

gulh

ado

s n

a ti

nta

par

a n

ão s

ecar

em.

T

3.2

A e

mp

resa c

on

tro

la a

s e

tap

a d

e e

xecu

ção

da p

intu

ra p

ara

a lib

era

ção

das

ati

vid

ad

es s

eg

uin

tes? O

co

ntr

ole

é f

eit

o p

elo

resp

on

sáv

el té

cn

ico

da o

bra

?

Co

nsi

dera

r as

eta

pas

in

div

idua

lmen

te,

sen

do e

stas

a

apli

caçã

o d

e m

assa

co

rrid

a (u

ma

ou

mai

s de

mão

s) e

apli

caçã

o d

e ti

nta

de

acab

amen

to (

uma

ou

mai

s

dem

ãos)

. A

lib

eraç

ão p

arte

do

pro

fiss

ion

al

auto

riza

do p

ela

emp

resa

, en

gen

hei

ro e

en

carr

egad

o

pel

a o

bra

(se

ho

uver

ap

enas

um

a et

apa

inte

rmed

iári

a

de l

iber

ação

ou

etap

a de

in

ício

in

term

ediá

rio

e f

inal

,

con

side

rar

par

cial

).

O

3.3

É f

eit

a a

ad

eq

uad

a p

rep

ara

ção

da s

up

erf

ície

, seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

13.2

45/2

011?

Segu

ndo

NB

R 1

3.2

45

/20

11

, a

pre

par

ação

da

sup

erfí

cie

con

sist

e em

: li

xar

, re

tira

r p

oei

ra o

u p

arte

s

solt

as,

regu

lari

zar

a su

per

fíci

e co

m a

rgam

assa

. A

neg

ligê

nci

a de

alg

um d

esse

s re

quis

ito

s co

mp

rom

ete

a

qual

idad

e da

ex

ecuç

ão d

a p

intu

ra,

po

den

do o

corr

er

falh

as p

rom

ov

idas

po

r es

tas

açõ

es,

com

o n

a

inte

rfac

e da

pel

ícul

a da

pin

tura

co

m a

sup

erfí

cie,

umid

ade

e ba

ixa

resi

stên

cia

mec

ânic

a. S

e al

gum

as

dest

as a

tiv

idad

es n

ão f

or

exec

utad

a, m

arca

r n

ão.

O

3.4

A e

mp

resa v

eri

fica o

s c

uid

ad

os r

efe

ren

tes à

um

idad

e d

o a

mb

ien

te, seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

13.2

45/2

011?

Dev

e-se

ide

nti

fica

r a

ori

gem

e t

rata

r de

man

eira

adeq

uada

. E

lim

inar

to

do e

qua

lque

r fo

co d

e um

idad

e

pró

xim

as a

o r

oda

pé,

tet

os

em g

eral

, tu

bula

ções

,

jard

inei

ras,

áre

as d

e ba

nh

eiro

s e

cozi

nh

as,

esqu

adri

as

de j

anel

as e

po

rtas

, et

c.

O

3.5

Seg

un

do

NB

R 1

3.2

45/2

011, fa

z p

art

e d

a e

mp

resa v

eri

ficar

o c

on

tro

le d

a

tem

pera

tura

de a

plicação

?

A t

emp

erat

ura

de a

pli

caçã

o d

eve

se e

nco

ntr

ar n

o

inte

rval

o e

ntr

e 1

0ºC

e 4

0ºC

, co

nfo

rme

esp

ecif

ica

a

NB

R 1

3.2

45

/20

01

. E

vit

ar u

mid

ade

sup

erio

r à

90

%.

T

3.6

A e

mp

resa v

eri

fica s

e a

esp

era

da c

ura

e s

ecag

em

fo

ram

cu

mp

rid

as p

or

no

mín

imo

30 d

ias d

o s

ub

str

ato

recém

exe

cu

tad

o, p

ara

lib

era

ção

po

r u

m

pro

fissio

nal d

ev

idam

en

te h

ab

ilit

ad

o p

ela

em

pre

sa?

O t

emp

o d

e cu

ra d

o s

ubst

rato

den

tro

do

esp

ecif

icad

o

pel

a N

BR

13

.24

5/2

01

1 m

elh

ora

a a

derê

nci

a, c

oes

ão

e re

sist

ênci

a de

sup

ort

e p

ara

as t

inta

s, d

eix

ando

de

apre

sen

tar

po

eira

, be

m c

om

o p

arte

s so

ltas

que

pre

judi

cam

as

pro

pri

edad

es d

os

pro

duto

s. N

ão h

á

par

cial

idad

e n

ete

item

.

Page 77: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

75

O

3.7

É f

eit

a a

dev

ida p

rote

ção

de s

up

erf

ície

s a

dja

cen

tes e

do

pis

o p

ara

a a

plicação

da p

intu

ra?

Imp

ort

an

te p

ara

que n

ão

haja

a n

ecess

idade d

e

lim

peza d

o m

ate

rial

ati

ngid

o,

ou a

té m

esm

o s

ua

subst

ituiç

ão

. Sup

erf

ície

s a s

ere

m p

rote

gid

as:

pis

o,

esq

uadri

as,

meta

is,

tam

po

s, l

ouças,

en

tre o

utr

os.

4M

ÃO

DE

OB

RA

NO

PR

OC

ES

SO

DE

PIN

TU

RA

SN

PN

A

E/T

4.1

Faz

part

e d

as v

eri

ficaçõ

es p

ela

em

pre

sa, o

reg

istr

o d

o p

roced

imen

to t

écn

ico

form

al d

e c

ad

a s

erv

iço

?

A i

mp

ort

ân

cia

dada a

o r

egis

tro

do

serv

iço

po

ssib

ilit

a

um

maio

r do

mín

io t

ecn

oló

gic

o e

men

os

osc

ilaçõ

es

da m

ão

de o

bra

, co

mo

aquela

s o

nde o

em

pre

iteir

o

ex

ecuto

u o

serv

iço

sem

po

ssuir

o d

ev

ido

co

nh

ecim

en

to d

a p

ráti

ca e

xecuta

da c

on

form

e

padrã

o d

a p

rodução

im

po

sto

pela

em

pre

sa.

Po

ssib

ilit

a t

rein

am

en

tos

futu

ros

do

pess

oal

atr

av

és

da f

orm

a c

om

o é

ex

ecuta

do

o s

erv

iço

, e t

am

bém

dado

s arm

azen

ado

s de n

om

e e

data

das

ati

vid

ades.

T

4.2

A e

mp

resa a

nalisa e

an

ota

em

pla

nilh

as o

s d

ad

os e

tare

fas r

efe

ren

tes à

exe

cu

ção

do

s s

erv

iço

s d

e p

intu

ra?

Veri

ficar

ex

istê

ncia

de p

lan

ilh

a e

se é

av

eri

guado

.

Ess

e p

rocedim

en

to g

ara

nte

man

eir

a e

ficaz d

e

co

ntr

ibuir

para

um

bo

m a

pro

veit

am

en

to e

gere

ncia

men

to d

a m

ão

de o

bra

, bem

co

mo

da

pro

dução

, p

or

meio

de i

ncen

tiv

os

e o

rien

taçõ

es

ao

s

fun

cio

nári

os.

Perm

ite q

ue t

odo

s o

s en

vo

lvid

os

po

ssam

quali

ficar

as

eta

pas

de e

xecução

. O

en

gen

heir

o d

e o

bra

s é o

rep

rese

nta

nte

da e

mp

resa

,

mas

cabe à

em

pre

sa d

irecio

nar

um

resp

on

sáv

el

para

ess

a a

tiv

idade d

e a

náli

se.

A p

arc

iali

dade s

e a

pli

ca

quan

do

há r

egis

tro

da p

rodução

, m

as

não

há u

m

rep

rese

nta

nte

ofi

cia

l p

ela

em

pre

sa.

T

4.3

A e

mp

resa a

valia a

qu

alid

ad

e n

o o

rçam

en

to, n

o q

ue s

e r

efe

re a

o s

erv

iço

da

pin

tura

em

um

a e

dif

icação

?

A a

vali

ação

da q

uali

dade n

o o

rçam

en

to t

em

sua

imp

ort

ân

cia

dev

ido

à s

egura

nça q

ue s

e t

ran

smit

e

en

tre o

pro

fiss

ion

al

e o

cli

en

te,

ao

tra

balh

o a

ser

defi

nid

o,

ao

valo

r e f

orm

as

de p

agam

en

to,

à

dis

cuss

ão

de i

mp

rev

isto

s e à

co

nfi

an

ça e

ntr

e o

s

en

vo

lvid

os.

São

oit

o e

tap

as

para

o f

ech

am

en

to d

e

um

co

ntr

ato

: id

en

tifi

cação

do

cli

en

te,

dia

gn

óst

ico

das

sup

erf

ície

s, d

esc

rição

do

s se

rviç

os,

cro

no

gra

ma,

pre

ço

do

serv

iço

, abra

ngên

cia

do

pre

ço

, fo

rma d

e

pagam

en

to,

regis

tro

do

serv

iço

. C

aso

co

ntr

ári

o

marc

ar

parc

ial.

T

4.4

A e

mp

resa a

valia a

qu

alid

ad

e d

a m

ão

de o

bra

seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

15.9

27/2

011, d

irecio

nad

a a

o p

rofi

ssio

nal d

e p

intu

ras?

Base

ada e

m c

om

petê

ncia

s cabív

eis

ao

pin

tor:

quali

dade e

m a

nali

sar

necess

idades

do

s cli

en

tes,

pla

neja

men

to o

u c

ron

ogra

ma,

e r

eali

zação

, ex

ecução

do

s se

rviç

os,

bem

co

mo

co

mo

gara

nti

r quali

dade n

o

ate

ndim

en

to a

os

pro

jeto

s e o

rden

s de a

tiv

idades,

de

cará

ter

ex

ecuti

vo

, en

glo

ban

do

no

rmas

de s

egura

nça

do

tra

balh

o,

meio

am

bie

nte

e d

e s

aúde.

Page 78: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

76

5S

EG

UR

AN

ÇA

RE

FE

RE

NT

E A

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

E/T

5.1

Exi

ste

, n

a e

mp

resa, p

rofi

ssio

nal le

galm

en

te h

ab

ilit

ad

o n

a á

rea d

e s

eg

ura

nça d

o

trab

alh

o?

Dev

e-se

ter

en

gen

hei

ro e

téc

nic

o d

epen

den

do

do

núm

ero

de

fun

cio

nár

ios.

São

ele

s que

gar

ante

m q

ue

o

serv

iço

est

á se

ndo

fei

to c

om

qual

idad

e, n

a sa

úde

e

hig

ien

e ta

nto

da

emp

resa

quan

to d

as p

esso

as

env

olv

idas

no

sis

tem

a de

pin

tura

. C

aso

a e

mp

resa

dev

a te

r o

s do

is p

rofi

ssio

nai

s e

som

ente

o

engen

hei

ro e

stá

pre

sen

te,

mar

car

par

cial

.

T

5.2

A e

mrp

esa d

isp

on

ibiliz

a t

od

os o

s E

PI's e

EP

C's

necessári

os p

ara

o s

erv

iço

de

pin

tura

?

To

do

EP

I (e

quip

amen

to d

e p

rote

ção

in

div

idual

)

dev

e se

r fo

rnec

ido

de

form

a gra

tuit

a. T

ambém

, ca

be

a em

pre

sa g

eren

ciar

se

os

fun

cio

nár

ios

estã

o

dev

idam

ente

pro

tegid

os

pel

o E

PC

(eq

uip

amen

to d

e

pro

teçã

o c

ole

tiv

a),

com

o:

guar

da-

corp

os,

lin

has

de

vid

a, c

on

ten

ções

na

per

ifer

ia d

a ed

ific

ação

, en

tre

outr

os.

Dis

po

nib

iliz

ação

de

equip

amen

tos

é: o

lhar

em o

bra

, o

bse

rvar

. O

mat

eria

l p

arad

o d

eve

esta

r n

o

alm

ox

arif

ado

. N

este

ite

m n

ão h

á p

arci

alid

ade.

6D

ES

CA

RT

E D

E R

ES

ÍDU

OS

GE

RA

DO

S P

EL

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

T

6.1

Faz

part

e d

a e

mp

resa, d

e r

esp

on

sab

ilid

ad

e d

o g

esto

r o

u d

o e

ng

en

heir

o d

e

ob

ras, re

du

zir

o d

esp

erd

ício

de p

rod

uto

s e

mate

riais

gera

do

s n

a e

xecu

ção

da

pin

tura

?

É d

e re

spo

nsa

bil

idad

e do

ges

tor

ou d

o e

ngen

hei

ro

dev

idam

ente

hab

ilit

ado

pel

a em

pre

sa,

ger

enci

ar o

vo

lum

e das

tin

tas

que

serã

o u

tili

zadas

atr

avés

de

cálc

ulo

s de

área

a s

er p

inta

da

e re

ndim

ento

do

s

pro

duto

s. P

oss

ibil

itar

arm

azen

amen

to a

deq

uad

o,

ver

ific

ar e

stan

quei

dad

e do

s p

roduto

s e

se e

stão

fech

ado

s co

rret

amen

te p

ara

evit

ar r

esse

cam

ento

s e

per

das

. E

nsi

nar

lav

agem

co

rret

a do

s m

ater

iais

sem

pre

no

fin

al d

o d

ia,

ante

s dis

so m

antê

-lo

s

imer

sos

no

s p

roduto

s.

E/T

6.2

A e

mp

resa g

ere

ncia

os r

esíd

uo

s, p

ara

sab

er

o q

ue s

e d

ev

e f

aze

r e o

nd

e lev

á-

los, m

an

ten

do

a s

de e

lim

peza

do

meio

am

bie

nte

?

A e

mp

resa

dev

e te

r co

nsc

iên

cia

de

saber

rec

icla

r,

reuti

liza

r e

evit

ar c

on

tam

inaç

ão d

o m

eio

am

bie

nte

.

Dev

e-se

, p

ort

anto

, m

ante

r as

lat

as l

imp

as e

co

m s

eu

con

teúdo

ras

pad

o,

lev

ar o

s re

síduo

s de

tin

ta p

ara

área

s de

tan

sbo

rdo

e t

riag

em o

u p

on

tos

de

cole

ta

auto

riza

do

s p

ela

pre

feit

ura

. A

lav

agem

co

m á

gua

dev

e se

r ev

itad

a.

E/T

6.3

A e

mp

resa a

nalisa e

sep

ara

os r

esíd

uo

s c

on

form

e a

Reso

lução

307/2

002 d

o

Co

nam

a?

A R

eso

luçã

o 3

07

/20

02

do

Co

nam

a es

tabel

ece

crit

ério

s p

ara

os

resí

duo

s da

con

stru

ção

civ

il,

os

quai

s

não

dev

em s

er d

epo

sita

do

s ju

nto

co

m o

lix

o

do

més

tico

, em

áre

as d

e at

erro

s, r

ios,

en

tre

outr

os.

Ap

esar

das

tin

tas

láte

x s

erem

à b

ase

de

água,

sem

po

ssuir

so

lven

tes

vo

láte

is,

muit

os

outr

os

pro

duto

s

po

dem

ser

co

nsi

der

ado

s re

síduo

s de

clas

se D

, o

u s

eja,

pro

duto

s p

erig

oso

s p

ara

des

pej

o e

m l

oca

is a

ber

tos,

e

que

dev

em s

er l

evad

os

par

a ag

ente

s cr

eden

ciad

os

ao

órg

ão d

o m

eio

am

bie

nte

. A

s la

tas

e gal

ões

mer

ecem

o m

esm

o t

rato

, p

or

sere

m e

mbal

agen

s que

sofr

em

corr

osã

o e

po

dem

ser

pre

judic

iais

a s

aúde,

co

mo

causa

r ac

iden

tes

e co

nta

min

açõ

es n

as á

guas

e s

olo

s.

Page 79: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

77

APÊNDICE B – Ferramenta de análise de conformidades aplicada na

empresa E1

Page 80: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

78

Fe

rra

me

nta

de

An

áli

se

de

Co

nfo

rm

ida

de

s -

Pin

tura

In

tern

a

Pre

ench

ido

po

r: E

nge

nh

eiro

da

obr

a

Dat

a: 2

4/0

4/2

01

3

Em

pre

sa:

E1

Obr

a: E

d. R

esid

enci

al

Ca

ra

cte

riz

açã

o G

era

l d

o C

an

teir

o(E

) E

stra

tégi

co -

Rel

acio

nad

o à

dir

eto

ria

da e

mp

resa

Fas

e da

obr

a: R

ebo

co e

xte

rno

e a

caba

men

to(T

) T

átic

o -

Rel

acio

nad

o a

o g

esto

r da

obr

a

de p

avim

ento

s to

tais

: 1

6 (

14

pav

. ti

po

, co

m 5

6 a

pto

s)

de o

per

ário

s: a

pro

x.

30

(O)

Op

erac

ion

al -

Rel

acio

nad

o à

mão

de

obr

a

OB

S: E

mp

resa

de

peq

uen

o p

ort

e. A

pin

tura

não

é t

erce

iriz

ada.

Os

pin

tore

s sã

o f

unci

on

ário

s

da e

mp

resa

(3

pin

tore

s n

a o

bra)

. T

inta

uti

liza

da:

Ren

ner

1G

ES

O E

SE

RV

IÇO

S N

O S

IST

EM

A D

A E

MP

RE

SA

SN

PN

A

E/T

1.1

Exi

ste

m n

a e

mp

resa p

rog

ram

as d

e q

ualid

ad

e, co

mo

o P

BQ

P-H

em

nív

el n

acio

nal

e c

ert

ific

açõ

es I

SO

9000?

X

Est

es p

rogr

amas

têm

car

áter

im

po

rtan

te q

uan

to a

o

ince

nti

vo

ao

des

env

olv

imen

to d

a in

dúst

ria

da

con

stru

ção

, v

isto

que

cri

am u

ma

boa

base

téc

nic

a

com

rev

isão

de

no

rmas

téc

nic

as,

e aj

udam

a m

ante

r

os

pro

cess

os

deli

nea

dos,

co

m g

eren

ciam

ento

efi

caz

e

mel

ho

ria

da q

uali

dade

da

cade

ia p

rodu

tiv

a. S

e h

á

pro

gram

as,

e fa

z p

arte

da

emp

resa

ex

ecut

á-lo

s

diar

iam

ente

, m

arca

r si

m.

Cas

o e

xis

tir,

mas

não

são

cum

pri

dos

dev

idam

ente

, m

arca

r p

arci

al.

En

gen

hei

ro j

usti

fica

a a

usên

cia

dess

es p

rogr

amas

pel

o f

ato

da

emp

resa

ser

de

peq

uen

o p

ort

e, e

m

que

não

seto

r o

u p

esso

al

enca

rreg

ado

pel

a bu

sca

da

qual

ific

ação

da

emp

resa

.

E/T

1.2

O s

iste

ma g

era

l d

a e

mp

resa é

estr

utu

rad

o e

m m

ód

ulo

s a

dm

inis

trati

vo

s: p

roje

to

(esp

ecif

icação

para

co

mp

ra),

su

pri

men

tos (

sele

ção

, av

aliação

fo

rneced

or,

aq

uis

ição

) e o

bra

s (

arm

aze

nam

en

to, re

ceb

imen

to, re

gis

tro

da q

ualid

ad

e n

o

receb

imen

to)?

X

Est

es m

ódu

los

serv

em d

e m

ode

lo d

e co

mo

a e

mp

resa

dev

e si

tuar

os

sist

emas

num

pac

ote

, is

to é

, p

ara

mel

ho

r ge

ren

ciá-

los.

E a

pin

tura

po

de e

star

in

cluí

da

nes

te p

aco

te,

refl

etin

do n

a es

trut

ura

da c

on

stru

tora

.

A f

alta

ou

não

cum

pri

men

to d

e si

tuar

a p

intu

ra n

um

sist

ema,

po

de a

carr

etar

em

ret

raba

lho

s p

or

falh

as

dura

nte

a p

rodu

ção

, ge

ran

do u

ma

par

cial

idad

e n

o

pro

cess

o.

Não

esta

div

isão

po

r n

ão h

aver

pes

soal

suf

icie

nte

par

a is

so.

E/T

1.3

A e

mp

resa e

xecu

ta d

iag

sti

co

s p

eri

od

icam

en

te c

om

rela

ção

à q

ualid

ad

e d

a

gestã

o e

exe

cu

ção

do

s s

erv

iço

s?

X

É d

e fu

nda

men

tal

imp

ort

ânci

a, p

ois

po

ssib

ilit

a

dete

ctar

po

nto

s p

osi

tiv

os

e n

egat

ivo

s, o

s qu

ais

dev

em s

er a

per

feiç

oad

os.

Se

a em

pre

sa p

oss

ui

pla

nil

has

e d

ocu

men

tos

par

a v

erif

icar

o p

roce

sso

,

mas

não

é e

xec

utad

o,

entã

o m

arca

r p

arci

al.

Cas

o a

emp

resa

não

po

ssui

r, m

arca

r n

ão.

É r

egis

trad

o e

m p

lan

ilh

as e

docu

men

tos,

po

rém

o d

iagn

óst

ico

rara

men

te é

ex

ecut

ado

.

Nív

eis

Hie

rq

uic

os

CO

NS

IDE

RA

ÇÕ

ES

OB

SE

RV

ÕE

S P

EL

A

EM

PR

ES

AV

ER

IFIC

ÃO

Page 81: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

79

2A

QU

ISIÇ

ÃO

DO

S M

AT

ER

IAIS

/EQ

UIP

AM

EN

TO

SS

NP

NA

T

2.1

A e

mp

resa q

ualifi

ca o

s f

orn

eced

ore

s, seg

un

do

cri

téri

os d

e: p

razo

, q

ualid

ad

e d

o

pro

du

to e

do

ate

nd

imen

to, q

uan

to a

o p

razo

esta

bele

cid

o e

en

treg

a c

orr

eta

do

s

mate

riais

?

X

Cri

téri

os

de a

val

iaçã

o d

e fo

rnec

edo

r: d

esco

nto

s p

ara

com

pra

s em

gra

nde

esc

ala,

qua

lida

de d

o p

rodu

to,

aten

dim

ento

per

son

aliz

ado

, n

ota

s fi

scai

s e

fatu

ras

corr

etas

, cu

mp

rim

ento

do

pra

zo,

assi

stên

cia

técn

ica.

Dar

ate

ndi

men

to a

os

div

erso

s en

vo

lvid

os.

Pla

nil

ha

ou

docu

men

to p

ara

qual

ific

ação

, h

istó

rico

atr

avés

de

fato

s e

dado

s co

leta

dos.

Sim

se

po

ssui

um

sis

tem

a de

aval

iaçã

o.

Som

ente

o h

istó

rico

sim

pli

fica

do,

entã

o

mar

car

par

cial

par

ceri

a co

m o

fo

rnec

edo

r (q

ue

a al

gum

tem

po

é o

fo

rnec

edo

r

excl

usiv

o).

Ist

o p

oss

ibil

ita,

de

aco

rdo

co

m o

en

gº,

desc

on

tos

no

s

pre

ços

dos

pro

duto

s e

o

cum

pri

men

to d

o p

razo

de

entr

ega.

T

2.2

A e

mp

resa r

ealiza

a c

orr

eta

sele

ção

do

s m

ate

riais

do

sis

tem

a d

e p

intu

ra

(fu

nd

o/m

assa/t

inta

), n

o q

ue s

e r

efe

re à

co

mp

ati

bilid

ad

e e

ntr

e e

sses p

rod

uto

s e

o s

ub

str

ato

?X

Par

a qu

e a

pin

tura

obt

enh

a o

res

ulta

do e

sper

ado

é

imp

ort

ante

que

os

pro

duto

s ap

lica

dos

seja

m

com

pat

ívei

s en

tre

si,

ou

seja

, de

vem

ser

aqu

eles

reco

men

dado

s p

elo

fab

rica

nte

co

nfo

rme

o t

ipo

da

sup

erfí

cie.

Ver

ific

ar q

uem

faz

a s

eleç

ão d

os

tip

os

de

mat

eria

is.

Rea

liza

do e

m c

on

jun

to c

om

o e

ngº

resp

on

sáv

el p

ela

com

pra

e o

forn

eced

or

do m

ater

ial.

T

2.3

Exi

ste

co

ntr

ole

de r

eceb

imen

to p

ara

an

alisar

se o

mate

rial ate

nd

e à

esp

ecif

icação

esta

bele

cid

a?

X

Ver

ific

ar o

digo

do

pro

duto

co

m o

que

fo

i

soli

cita

do,

na

com

pra

, n

o p

roje

to.

Cas

o o

ser

viç

o d

e

anál

ise

dos

lote

s é

feit

o p

elo

pró

pri

o e

xec

uto

r,

mar

car

par

cial

, um

a v

ez q

ue h

á co

nfe

rên

cia,

mas

não

po

r um

pro

fiss

ion

al h

abil

itad

o.

O a

po

nta

dor

é o

en

carr

egad

o d

esta

fun

ção

.

O

2.4

A e

mp

resa v

eri

fica a

un

ifo

rmid

ad

e e

in

teg

rid

ad

e d

os lo

tes?

X

Ver

ific

ar a

s re

ferê

nci

as d

a n

ota

co

m r

elaç

ão a

o

mat

eria

l en

treg

ue,

data

de

val

idad

e do

pro

duto

, se

não

est

ão a

mas

sada

s, a

bert

as o

u da

nif

icad

as.

A ú

nic

a co

nfe

rên

cia

é fe

ita

no

ato

do r

eceb

imen

to,

con

form

e it

em

ante

rio

r.

O

2.5

Exi

ste

co

ntr

ole

do

em

pilh

am

en

to m

áxi

mo

do

s p

rod

uto

s d

o s

iste

ma d

e p

intu

ra,

co

mo

lata

s e

galõ

es d

e t

inta

s?

X

O e

mp

ilh

amen

to m

áxim

o r

eco

men

dado

pel

a

bibl

iogr

afia

é d

e 1

0 u

nid

ades

par

a ga

lões

e 5

un

idad

es

par

a la

tas,

par

a n

ão h

aver

per

das

de e

sto

que

po

r

qued

as e

am

assa

men

tos.

Item

em

co

nfo

rmid

ade.

T

2.6

Exi

ste

, n

o lo

cal d

e a

rmaze

nam

en

to: v

en

tila

ção

, am

bie

nte

fre

sco

, sem

um

idad

e e

de f

ácil a

cesso

?

X

A g

aran

tia

de u

m a

mbi

ente

par

a ar

maz

enam

ento

adeq

uado

pro

mo

ve

qual

idad

e n

os

mat

eria

is e

segu

ran

ça q

uan

to à

dur

abil

idad

e do

s m

esm

os.

Ven

tila

ção

e u

mid

ade

con

tro

lada

dev

em s

er

pri

ori

zado

s n

o l

oca

l do

est

oqu

e, g

aran

tin

do

par

cial

idad

e n

a re

spo

sta.

A v

enti

laçã

o é

o ú

nic

o p

on

to

falt

ante

.

O2

.7E

xiste

co

ntr

ole

, an

ota

ção

de e

ntr

ad

a e

saíd

a d

e m

ate

riais

no

alm

oxa

rifa

do

?X

Ver

ific

ar p

lan

ilh

a n

o l

oca

l.U

tili

za-s

e p

lan

ilh

a el

etrô

nic

a.

O

2.8

A e

mp

resa g

ere

ncia

o c

on

tro

le d

e e

sto

qu

e d

o s

eto

r d

e s

up

rim

en

tos p

ara

a

técn

ica d

a p

intu

ra?

X

Obs

erv

ar n

o l

oca

l: o

rgan

izaç

ão,

lim

pez

a do

s

equi

pam

ento

s e

con

tro

le d

e en

trad

a e

saíd

a.

Imp

ort

ânci

a de

gar

anti

r o

s m

ater

iais

/equ

ipam

ento

s,

par

a se

rem

uti

liza

dos

no

mo

men

to c

erto

da

apli

caçã

o.

Ap

on

tado

r en

carr

ega-

se d

esta

s

fun

ções

.

Page 82: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

80

3E

XE

CU

ÇÃ

O D

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

O

3.1

A e

mp

resa v

eri

fica o

s c

uid

ad

os r

efe

ren

tes à

reti

rad

a d

os p

rod

uto

s d

a

em

bala

gem

, h

om

og

en

eiz

ação

e d

ilu

ição

da t

inta

, b

em

co

mo

a p

rep

ara

ção

das

ferr

am

en

tas q

ue s

erã

o u

tiliza

das?

X

Na

aber

tura

da

emba

lage

m é

im

po

rtan

te v

erif

icar

se

o p

rodu

to a

pre

sen

ta s

edim

enta

ção

, co

agul

ação

,

sep

araç

ão d

e p

igm

ento

s, c

orr

osã

o,

entr

e o

utro

s. A

ho

mo

gen

eiza

ção

do

pro

duto

gar

ante

mis

tura

fir

me

e

com

qua

lida

de d

o f

abri

can

te,

bem

co

mo

, di

luir

con

form

e in

dica

ção

na

emba

lage

m p

ara

mel

ho

r

apli

caçã

o.

Ap

ós

o u

so d

e p

ince

l, t

rin

cha

ou

rolo

,

par

a m

elh

or

dese

mp

enh

o,

dev

em s

er d

eix

ado

s

mer

gulh

ado

s n

a ti

nta

par

a n

ão s

ecar

em.

Alg

uns

pin

tore

s la

vam

as

ferr

amen

tas

mes

mo

não

ten

do s

ido

fin

aliz

ado

seu

s se

rviç

os.

T

3.2

A e

mp

resa c

on

tro

la a

s e

tap

a d

e e

xecu

ção

da p

intu

ra p

ara

a lib

era

ção

das

ati

vid

ad

es s

eg

uin

tes? O

co

ntr

ole

é f

eit

o p

elo

resp

on

sáv

el té

cn

ico

da o

bra

?

X

Co

nsi

dera

r as

eta

pas

in

div

idua

lmen

te,

sen

do e

stas

a

apli

caçã

o d

e m

assa

co

rrid

a (u

ma

ou

mai

s de

mão

s) e

apli

caçã

o d

e ti

nta

de

acab

amen

to (

uma

ou

mai

s

dem

ãos)

. A

lib

eraç

ão p

arte

do

pro

fiss

ion

al

auto

riza

do p

ela

emp

resa

, en

gen

hei

ro e

en

carr

egad

o

pel

a o

bra

(se

ho

uver

ap

enas

um

a et

apa

inte

rmed

iári

a

de l

iber

ação

ou

etap

a de

in

ício

in

term

ediá

rio

e f

inal

,

con

side

rar

par

cial

).

É e

xec

utad

a um

a et

apa

po

r di

a, n

o

máx

imo

. O

co

ntr

ole

é f

eito

pel

o

pin

tor

chef

e.

O

3.3

É f

eit

a a

ad

eq

uad

a p

rep

ara

ção

da s

up

erf

ície

, seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

13.2

45/2

011?

X

Segu

ndo

NB

R 1

3.2

45

/20

11

, a

pre

par

ação

da

sup

erfí

cie

con

sist

e em

: li

xar

, re

tira

r p

oei

ra o

u p

arte

s

solt

as,

regu

lari

zar

a su

per

fíci

e co

m a

rgam

assa

. A

neg

ligê

nci

a de

alg

um d

esse

s re

quis

ito

s co

mp

rom

ete

a

qual

idad

e da

ex

ecuç

ão d

a p

intu

ra,

po

den

do o

corr

er

falh

as p

rom

ov

idas

po

r es

tas

açõ

es,

com

o n

a

inte

rfac

e da

pel

ícul

a da

pin

tura

co

m a

sup

erfí

cie,

umid

ade

e ba

ixa

resi

stên

cia

mec

ânic

a. S

e al

gum

as

dest

as a

tiv

idad

es n

ão f

or

exec

utad

a, m

arca

r n

ão.

Est

a et

apa

é tr

atad

a co

m m

uito

cuid

ado

, v

isto

que

fal

has

nes

ta f

ase

são

um

a da

s p

rin

cip

ais

caus

as d

os

pro

blem

as n

a p

intu

ra.

To

das

as

etap

as s

ão c

ump

rida

s.

O

3.4

A e

mp

resa v

eri

fica o

s c

uid

ad

os r

efe

ren

tes à

um

idad

e d

o a

mb

ien

te, seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

13.2

45/2

011?

X

Dev

e-se

ide

nti

fica

r a

ori

gem

e t

rata

r de

man

eira

adeq

uada

. E

lim

inar

to

do e

qua

lque

r fo

co d

e um

idad

e

pró

xim

as a

o r

oda

pé,

tet

os

em g

eral

, tu

bula

ções

,

jard

inei

ras,

áre

as d

e ba

nh

eiro

s e

cozi

nh

as,

esqu

adri

as

de j

anel

as e

po

rtas

, et

c.

Obs

erv

ou-

se a

ap

lica

ção

de

pro

duto

so

bre

rebo

co ú

mid

o.

O

3.5

Seg

un

do

NB

R 1

3.2

45/2

011, fa

z p

art

e d

a e

mp

resa v

eri

ficar

o c

on

tro

le d

a

tem

pera

tura

de a

plicação

?X

A t

emp

erat

ura

de a

pli

caçã

o d

eve

se e

nco

ntr

ar n

o

inte

rval

o e

ntr

e 1

0ºC

e 4

0ºC

, co

nfo

rme

esp

ecif

ica

a

NB

R 1

3.2

45

/20

01

. E

vit

ar u

mid

ade

sup

erio

r à

90

%.

Mar

car

par

cial

, ca

so n

egat

ivo

.

Tem

per

atur

a e

umid

ade

não

são

ver

ific

ado

s.

T

3.6

A e

mp

resa v

eri

fica s

e a

esp

era

da c

ura

e s

ecag

em

fo

ram

cu

mp

rid

as p

or

no

mín

imo

30 d

ias d

o s

ub

str

ato

recém

exe

cu

tad

o, p

ara

lib

era

ção

po

r u

m

pro

fissio

nal d

ev

idam

en

te h

ab

ilit

ad

o p

ela

em

pre

sa?

X

O t

emp

o d

e cu

ra d

o s

ubst

rato

den

tro

do

esp

ecif

icad

o

pel

a N

BR

13

.24

5/2

01

1 m

elh

ora

a a

derê

nci

a, c

oes

ão

e re

sist

ênci

a de

sup

ort

e p

ara

as t

inta

s, d

eix

ando

de

apre

sen

tar

po

eira

, be

m c

om

o p

arte

s so

ltas

que

pre

judi

cam

as

pro

pri

edad

es d

os

pro

duto

s. N

ão h

á

par

cial

idad

e n

ete

item

.

O c

ron

ogr

ama

de t

raba

lho

faz

co

m

que

o i

nte

rval

o e

ntr

e a

exec

ução

do r

ebo

co e

o i

níc

io d

a p

intu

ra s

eja

rela

tiv

amen

te l

on

go.

Page 83: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

81

O

3.7

É f

eit

a a

dev

ida p

rote

ção

de s

up

erf

ície

s a

dja

cen

tes e

do

pis

o p

ara

a a

plicação

da p

intu

ra?

X

Imp

ort

ante

par

a que

não

haj

a a

nec

essi

dad

e de

lim

pez

a do

mat

eria

l at

ingid

o,

ou a

té m

esm

o s

ua

subst

ituiç

ão.

Sup

erfí

cies

a s

erem

pro

tegid

as:

pis

o,

esquad

rias

, m

etai

s, t

amp

os,

lo

uça

s, e

ntr

e o

utr

os.

Pro

teçã

o e

xec

uta

da,

co

m e

xce

ção

das

jan

elas

de

alum

ínio

, p

or

sere

m

de

fáci

l li

mp

eza.

4M

ÃO

DE

OB

RA

NO

PR

OC

ES

SO

DE

PIN

TU

RA

SN

PN

A

E/T

4.1

Faz

part

e d

as v

eri

ficaçõ

es p

ela

em

pre

sa, o

reg

istr

o d

o p

roced

imen

to t

écn

ico

form

al d

e c

ad

a s

erv

iço

?

X

A i

mp

ort

ânci

a dad

a ao

reg

istr

o d

o s

erv

iço

po

ssib

ilit

a

um

mai

or

do

mín

io t

ecn

oló

gic

o e

men

os

osc

ilaç

ões

da

mão

de

obra

, co

mo

aquel

as o

nde

o e

mp

reit

eiro

exec

uto

u o

ser

viç

o s

em p

oss

uir

o d

evid

o

con

hec

imen

to d

a p

ráti

ca e

xec

uta

da

con

form

e

pad

rão

da

pro

duçã

o i

mp

ost

o p

ela

emp

resa

.

Po

ssib

ilit

a tr

ein

amen

tos

futu

ros

do

pes

soal

atr

avés

da

form

a co

mo

é e

xec

uta

do

o s

erv

iço

, e

tam

bém

dad

os

arm

azen

ado

s de

no

me

e dat

a das

ati

vid

ades

.

En

g.

está

in

tro

duzi

ndo

ist

o p

ara

a

emp

resa

, m

as n

ada

ain

da

foi

apli

cado

.

T

4.2

A e

mp

resa a

nalisa e

an

ota

em

pla

nilh

as o

s d

ad

os e

tare

fas r

efe

ren

tes à

exe

cu

ção

do

s s

erv

iço

s d

e p

intu

ra?

X

Ver

ific

ar e

xis

tên

cia

de

pla

nil

ha

e se

é a

ver

iguad

o.

Ess

e p

roce

dim

ento

gar

ante

man

eira

efi

caz

de

con

trib

uir

par

a um

bo

m a

pro

vei

tam

ento

e

ger

enci

amen

to d

a m

ão d

e o

bra

, bem

co

mo

da

pro

duçã

o,

po

r m

eio

de

ince

nti

vo

s e

ori

enta

ções

ao

s

fun

cio

nár

ios.

Per

mit

e que

todo

s o

s en

vo

lvid

os

po

ssam

qual

ific

ar a

s et

apas

de

exec

uçã

o.

O

engen

hei

ro d

e o

bra

s é

o r

epre

sen

tan

te d

a em

pre

sa,

mas

cab

e à

emp

resa

dir

ecio

nar

um

res

po

nsá

vel

par

a

essa

ati

vid

ade

de

anál

ise.

A p

arci

alid

ade

se a

pli

ca

quan

do

regis

tro

da

pro

duçã

o,

mas

não

um

rep

rese

nta

nte

ofi

cial

pel

a em

pre

sa.

Não

um

rep

rese

nta

nte

ofi

cial

.

En

gen

hei

ro o

u o

est

agiá

rio

que

real

izam

a t

aref

a.

T

4.3

A e

mp

resa a

valia a

qu

alid

ad

e n

o o

rçam

en

to, n

o q

ue s

e r

efe

re a

o s

erv

iço

da

pin

tura

em

um

a e

dif

icação

?

X

A a

val

iaçã

o d

a qual

idad

e n

o o

rçam

ento

tem

sua

imp

ort

ânci

a dev

ido

à s

egura

nça

que

se t

ran

smit

e

entr

e o

pro

fiss

ion

al e

o c

lien

te,

ao t

rabal

ho

a s

er

def

inid

o,

ao v

alo

r e

form

as d

e p

agam

ento

, à

dis

cuss

ão d

e im

pre

vis

tos

e à

con

fian

ça e

ntr

e o

s

env

olv

ido

s. S

ão o

ito

eta

pas

par

a o

fec

ham

ento

de

um

co

ntr

ato

: id

enti

fica

ção

do

cli

ente

, dia

gn

óst

ico

das

sup

erfí

cies

, des

criç

ão d

os

serv

iço

s, c

ron

ogra

ma,

pre

ço d

o s

erv

iço

, ab

ran

gên

cia

do

pre

ço,

form

a de

pag

amen

to,

regis

tro

do

ser

viç

o.

Cas

o c

on

trár

io

mar

car

par

cial

.

Orç

amen

to r

eali

zado

em

co

nju

nto

com

pin

tor

chef

e. O

s se

rviç

os

são

orç

ado

s ao

fin

al d

a o

bra

.

T

4.4

A e

mp

resa a

valia a

qu

alid

ad

e d

a m

ão

de o

bra

seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

15.9

27/2

011, d

irecio

nad

a a

o p

rofi

ssio

nal d

e p

intu

ras?

X

Bas

eada

em c

om

pet

ênci

as c

abív

eis

ao p

into

r:

qual

idad

e em

an

alis

ar n

eces

sidad

es d

os

clie

nte

s,

pla

nej

amen

to o

u c

ron

ogra

ma,

e r

eali

zaçã

o,

exec

uçã

o

do

s se

rviç

os,

bem

co

mo

co

mo

gar

anti

r qual

idad

e n

o

aten

dim

ento

ao

s p

roje

tos

e o

rden

s de

ativ

idad

es,

de

cará

ter

exec

uti

vo

, en

glo

ban

do

no

rmas

de

segura

nça

do

tra

bal

ho

, m

eio

am

bie

nte

e d

e sa

úde.

Ap

enas

pel

a ex

ériê

nci

a do

pin

tor.

Quan

do

fun

cio

nár

io n

ov

o,

é

real

izad

o u

m t

este

de

um

dia

de

trab

alh

o c

om

o c

andid

ato

.

Page 84: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

82

5S

EG

UR

AN

ÇA

RE

FE

RE

NT

E A

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

E/T

5.1

Exi

ste

, n

a e

mp

resa, p

rofi

ssio

nal le

galm

en

te h

ab

ilit

ad

o n

a á

rea d

e s

eg

ura

nça d

o

trab

alh

o?

X

Dev

e-s

e t

er

en

gen

heir

o e

técn

ico

dep

en

den

do

do

núm

ero

de f

un

cio

nári

os.

São

ele

s que g

ara

nte

m q

ue o

serv

iço

est

á s

en

do

feit

o c

om

quali

dade,

na s

aúde e

hig

ien

e t

an

to d

a e

mp

resa

quan

to d

as

pess

oas

en

vo

lvid

as

no

sis

tem

a d

e p

intu

ra.

Caso

a e

mp

resa

dev

a t

er

os

do

is p

rofi

ssio

nais

e s

om

en

te o

en

gen

heir

o e

stá p

rese

nte

, m

arc

ar

parc

ial.

Não

há t

écn

ico

de s

egura

nça n

a

em

pre

sa.

Co

ntr

ata

m e

mp

resa

de

co

nsu

lto

ria e

m s

egura

nça d

o

trabalh

o.

Sem

an

alm

en

te,

um

fun

cio

nári

o d

a e

mp

resa

co

ntr

ata

da

é e

nv

iado

à o

bra

.

T

5.2

A e

mrp

esa d

isp

on

ibiliz

a t

od

os o

s E

PI's e

EP

C's

necessári

os p

ara

o s

erv

iço

de

pin

tura

?

X

To

do

EP

I (e

quip

am

en

to d

e p

rote

ção

in

div

idual)

dev

e s

er

forn

ecid

o d

e f

orm

a g

ratu

ita.

Tam

bém

, cabe

a e

mp

resa

gere

ncia

r se

os

fun

cio

nári

os

est

ão

dev

idam

en

te p

rote

gid

os

pelo

EP

C (

equip

am

en

to d

e

pro

teção

co

leti

va),

co

mo

: guard

a-c

orp

os,

lin

has

de

vid

a,

co

nte

nçõ

es

na p

eri

feri

a d

a e

dif

icação

, en

tre

outr

os.

Dis

po

nib

iliz

ação

de e

quip

am

en

tos

é:

olh

ar

em

obra

, o

bse

rvar.

O m

ate

rial

para

do

dev

e e

star

no

alm

ox

ari

fado

. N

est

e i

tem

não

há p

arc

iali

dade.

Alg

un

s p

into

res

cir

cula

m s

em

cap

acete

na o

bra

(in

clu

siv

e f

ora

do

local

de t

rabalh

o).

Dura

nte

o

lix

am

en

to d

a m

ass

a,

não

uti

lizav

am

másc

ara

nem

óculo

s de

pro

teção

.

6D

ES

CA

RT

E D

E R

ES

ÍDU

OS

GE

RA

DO

S P

EL

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

T

6.1

Faz

part

e d

a e

mp

resa, d

e r

esp

on

sab

ilid

ad

e d

o g

esto

r o

u d

o e

ng

en

heir

o d

e

ob

ras, re

du

zir

o d

esp

erd

ício

de p

rod

uto

s e

mate

riais

gera

do

s n

a e

xecu

ção

da

pin

tura

?

X

É d

e r

esp

on

sabil

idade d

o g

est

or

ou d

o e

ngen

heir

o

dev

idam

en

te h

abil

itado

pela

em

pre

sa,

gere

ncia

r o

vo

lum

e d

as

tin

tas

que s

erã

o u

tili

zadas

atr

av

és

de

cálc

ulo

s de á

rea a

ser

pin

tada e

ren

dim

en

to d

os

pro

duto

s. P

oss

ibil

itar

arm

azen

am

en

to a

dequado

,

veri

ficar

est

an

queid

ade d

os

pro

duto

s e s

e e

stão

fech

ado

s co

rreta

men

te p

ara

ev

itar

ress

ecam

en

tos

e

perd

as.

En

sin

ar

lav

agem

co

rreta

do

s m

ate

riais

sem

pre

no

fin

al

do

dia

, an

tes

dis

so m

an

tê-l

os

imers

os

no

s p

roduto

s.

O c

álc

ulo

reali

zado

para

a c

om

pra

de t

inta

s é d

efi

cie

nte

, um

a v

ez q

ue,

em

alg

un

s caso

s,

é o

pin

tor

ch

efe

que r

eali

za a

mediç

ão

atr

av

és

de

est

imati

vas.

A l

av

agem

co

rreta

de

mate

riais

nem

sem

pre

era

reali

zada.

E/T

6.2

A e

mp

resa g

ere

ncia

os r

esíd

uo

s, p

ara

sab

er

o q

ue s

e d

ev

e f

aze

r e o

nd

e lev

á-

los, m

an

ten

do

a s

de e

lim

peza

do

meio

am

bie

nte

?

X

A e

mp

resa

dev

e t

er

co

nsc

iên

cia

de s

aber

recic

lar,

reuti

lizar

e e

vit

ar

co

nta

min

ação

do

meio

am

bie

nte

.

Dev

e-s

e,

po

rtan

to,

man

ter

as

lata

s li

mp

as

e c

om

seu

co

nte

údo

rasp

ado

, le

var

os

resí

duo

s de t

inta

para

áre

as

de t

an

sbo

rdo

e t

riagem

ou p

on

tos

de c

ole

ta

auto

rizado

s p

ela

pre

feit

ura

. A

lav

agem

co

m á

gua

dev

e s

er

ev

itada.

Lata

s sã

o l

imp

as,

po

rém

ap

en

as

um

a p

equen

a p

arc

ela

é s

ep

ara

da p

/

desc

art

e.

São

dep

ois

dest

inadas

à

em

pre

sa q

ue e

fetu

ará

a c

ole

ta.

A

água d

e l

av

agem

é j

ogada e

m r

alo

s

ou a

té m

esm

o n

o p

róp

rio

terr

en

o.

E/T

6.3

A e

mp

resa a

nalisa e

sep

ara

os r

esíd

uo

s c

on

form

e a

Reso

lução

307/2

002 d

o

Co

nam

a?

X

A R

eso

lução

30

7/2

00

2 d

o C

on

am

a e

stabele

ce

cri

téri

os

para

os

resí

duo

s da c

on

stru

ção

civ

il,

os

quais

não

dev

em

ser

dep

osi

tado

s ju

nto

co

m o

lix

o

do

mést

ico

, em

áre

as

de a

terr

os,

rio

s, e

ntr

e o

utr

os.

Ap

esa

r das

tin

tas

láte

x s

ere

m à

base

de á

gua,

sem

po

ssuir

so

lven

tes

vo

láte

is,

muit

os

outr

os

pro

duto

s

po

dem

ser

co

nsi

dera

do

s re

síduo

s de c

lass

e D

, o

u s

eja

,

pro

duto

s p

eri

go

sos

para

desp

ejo

em

lo

cais

abert

os,

e

que d

ev

em

ser

lev

ado

s p

ara

agen

tes

cre

den

cia

do

s ao

órg

ão

do

meio

am

bie

nte

. A

s la

tas

e g

alõ

es

mere

cem

o m

esm

o t

rato

, p

or

sere

m e

mbala

gen

s que s

ofr

em

co

rro

são

e p

odem

ser

pre

judic

iais

a s

aúde,

co

mo

causa

r acid

en

tes

e c

on

tam

inaçõ

es

nas

águas

e s

olo

s.

A e

mp

resa

uti

liza b

aia

s p

ara

sep

ara

ção

de r

esí

duo

s, c

om

o s

aco

s

de c

imen

to,

gess

o e

lata

s v

azia

s.

Resí

duo

s lí

quid

os,

po

rém

, n

ão

são

arm

azen

ado

s p

ara

sere

m

en

cam

inh

ado

s à e

mp

resa

de c

ole

ta.

Page 85: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

83

APÊNDICE C – Ferramenta de análise de conformidades aplicada na

empresa E2

Page 86: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

84

Fe

rra

me

nta

de

An

áli

se

de

Co

nfo

rm

ida

de

s -

Pin

tura

In

tern

a

Pre

ench

ido

po

r: E

nge

nh

eiro

da

obr

a

D

ata:

30

/04

/20

13

Em

pre

sa:

E2

Obr

a: E

difí

cio

Co

mer

cial

Ca

ra

cte

riz

açã

o G

era

l d

o C

an

teir

o(E

) E

stra

tégi

co -

Rel

acio

nad

o à

dir

eto

ria

da e

mp

resa

Fas

e da

obr

a: A

caba

men

tos

(T)

Tát

ico

- R

elac

ion

ado

ao

ges

tor

da o

bra

de p

avim

ento

s to

tais

: 1

6

N

º de

op

erár

ios:

35

em

pr.

e 8

0 t

erce

iriz

ado

s(O

) O

per

acio

nal

- R

elac

ion

ado

à m

ão d

e o

bra

OB

S: P

intu

ra t

erce

iriz

ada.

Tin

tas:

Kre

sil.

1G

ES

O E

SE

RV

IÇO

S N

O S

IST

EM

A D

A E

MP

RE

SA

SN

PN

A

E/T

1.1

Exi

ste

m n

a e

mp

resa p

rog

ram

as d

e q

ualid

ad

e, co

mo

o P

BQ

P-H

em

nív

el n

acio

nal

e c

ert

ific

açõ

es I

SO

9000?

X

Est

es p

rogr

amas

têm

car

áter

im

po

rtan

te q

uan

to a

o

ince

nti

vo

ao

des

env

olv

imen

to d

a in

dúst

ria

da

con

stru

ção

, v

isto

que

cri

am u

ma

boa

base

téc

nic

a

com

rev

isão

de

no

rmas

téc

nic

as,

e aj

udam

a m

ante

r

os

pro

cess

os

deli

nea

dos,

co

m g

eren

ciam

ento

efi

caz

e

mel

ho

ria

da q

uali

dade

da

cade

ia p

rodu

tiv

a. S

e h

á

pro

gram

as,

e fa

z p

arte

da

emp

resa

ex

ecut

á-lo

s

diar

iam

ente

, m

arca

r si

m.

Cas

o e

xis

tir,

mas

não

são

cum

pri

dos

dev

idam

ente

, m

arca

r p

arci

al.

ambo

s o

s p

rogr

amas

imp

lan

tado

s n

a em

pre

sa.

As

obr

as

têm

a N

BR

ISO

90

01

co

mo

pro

gram

a ge

stão

mo

delo

.

E/T

1.2

O s

iste

ma g

era

l d

a e

mp

resa é

estr

utu

rad

o e

m m

ód

ulo

s a

dm

inis

trati

vo

s: p

roje

to

(esp

ecif

icação

para

co

mp

ra),

su

pri

men

tos (

sele

ção

, av

aliação

fo

rneced

or,

aq

uis

ição

) e o

bra

s (

arm

aze

nam

en

to, re

ceb

imen

to, re

gis

tro

da q

ualid

ad

e n

o

receb

imen

to)?

X

Est

es m

ódu

los

serv

em d

e m

ode

lo d

e co

mo

a e

mp

resa

dev

e si

tuar

os

sist

emas

num

pac

ote

, is

to é

, p

ara

mel

ho

r ge

ren

ciá-

los.

E a

pin

tura

po

de e

star

in

cluí

da

nes

te p

aco

te,

refl

etin

do n

a es

trut

ura

da c

on

stru

tora

.

A f

alta

ou

não

cum

pri

men

to d

e si

tuar

a p

intu

ra n

um

sist

ema,

po

de a

carr

etar

em

ret

raba

lho

s p

or

falh

as

dura

nte

a p

rodu

ção

, ge

ran

do u

ma

par

cial

idad

e n

o

pro

cess

o.

Sim

, ai

nda

mai

s p

or

ser

uma

emp

resa

de

gran

de p

ort

e. A

fal

ta

dest

es m

ódu

los

difi

cult

aria

m o

s

pro

cess

os

den

tro

da

emp

resa

.

E/T

1.3

A e

mp

resa e

xecu

ta d

iag

sti

co

s p

eri

od

icam

en

te c

om

rela

ção

à q

ualid

ad

e d

a

gestã

o e

exe

cu

ção

do

s s

erv

iço

s?

X

É d

e fu

nda

men

tal

imp

ort

ânci

a, p

ois

po

ssib

ilit

a

dete

ctar

po

nto

s p

osi

tiv

os

e n

egat

ivo

s, o

s qu

ais

dev

em s

er a

per

feiç

oad

os.

Se

a em

pre

sa p

oss

ui

pla

nil

has

e d

ocu

men

tos

par

a v

erif

icar

o p

roce

sso

,

mas

não

é e

xec

utad

o,

entã

o m

arca

r p

arci

al.

Cas

o a

emp

resa

não

po

ssui

r, m

arca

r n

ão.

A e

mp

resa

uti

liza

do

cum

ento

s p

ara

a ex

ecuç

ão d

o d

iagn

óst

ico

. E

stes

docu

men

tos

são

atu

aliz

ado

s co

m

po

uca

freq

uên

cia,

vis

to q

ue a

té o

no

me

da e

mp

resa

que

co

nst

a n

os

docu

men

tos

já n

ão é

mai

s o

mes

mo

.

Nív

eis

Hie

rq

uic

os

VE

RIF

ICA

ÇÃ

OC

ON

SID

ER

ÕE

SO

BS

ER

VA

ÇÕ

ES

PE

LA

EM

PR

ES

A

Page 87: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

85

2A

QU

ISIÇ

ÃO

DO

S M

AT

ER

IAIS

/EQ

UIP

AM

EN

TO

SS

NP

NA

T

2.1

A e

mp

resa q

ualifi

ca o

s f

orn

eced

ore

s, seg

un

do

cri

téri

os d

e: p

razo

, q

ualid

ad

e d

o

pro

du

to e

do

ate

nd

imen

to, q

uan

to a

o p

razo

esta

bele

cid

o e

en

treg

a c

orr

eta

do

s

mate

riais

?

X

Cri

téri

os

de a

val

iaçã

o d

e fo

rnec

edo

r: d

esco

nto

s p

ara

com

pra

s em

gra

nde

esc

ala,

qua

lida

de d

o p

rodu

to,

aten

dim

ento

per

son

aliz

ado

, n

ota

s fi

scai

s e

fatu

ras

corr

etas

, cu

mp

rim

ento

do

pra

zo,

assi

stên

cia

técn

ica.

Dar

ate

ndi

men

to a

os

div

erso

s en

vo

lvid

os.

Pla

nil

ha

ou

docu

men

to p

ara

qual

ific

ação

, h

istó

rico

atr

avés

de

fato

s e

dado

s co

leta

dos.

Sim

se

po

ssui

um

sis

tem

a de

aval

iaçã

o.

Som

ente

o h

istó

rico

sim

pli

fica

do,

entã

o

mar

car

par

cial

Rea

liza

do p

elo

set

or

de

sup

rim

ento

s.

T

2.2

A e

mp

resa r

ealiza

a c

orr

eta

sele

ção

do

s m

ate

riais

do

sis

tem

a d

e p

intu

ra

(fu

nd

o/m

assa/t

inta

), n

o q

ue s

e r

efe

re à

co

mp

ati

bilid

ad

e e

ntr

e e

sses p

rod

uto

s e

o s

ub

str

ato

?x

Par

a qu

e a

pin

tura

obt

enh

a o

res

ulta

do e

sper

ado

é

imp

ort

ante

que

os

pro

duto

s ap

lica

dos

seja

m

com

pat

ívei

s en

tre

si,

ou

seja

, de

vem

ser

aqu

eles

reco

men

dado

s p

elo

fab

rica

nte

co

nfo

rme

o t

ipo

da

sup

erfí

cie.

Ver

ific

ar q

uem

faz

a s

eleç

ão d

os

tip

os

de

mat

eria

is.

Já v

em d

e p

roje

to a

esp

ecif

icaç

ão

deta

lhad

a de

cad

a p

rodu

to a

ser

apli

cado

. N

a el

abo

raçã

o d

este

pro

jeto

, o

fo

rnec

edo

r do

s p

rodu

tos

já e

stá

defi

nid

o.

T

2.3

Exi

ste

co

ntr

ole

de r

eceb

imen

to p

ara

an

alisar

se o

mate

rial ate

nd

e à

esp

ecif

icação

esta

bele

cid

a?

X

Ver

ific

ar o

digo

do

pro

duto

co

m o

que

fo

i

soli

cita

do,

na

com

pra

, n

o p

roje

to.

Cas

o o

ser

viç

o d

e

anál

ise

dos

lote

s é

feit

o p

elo

pró

pri

o e

xec

uto

r,

mar

car

par

cial

, um

a v

ez q

ue h

á co

nfe

rên

cia,

mas

não

po

r um

pro

fiss

ion

al h

abil

itad

o.

Fun

ção

do

alm

ox

arif

e, q

ue u

tili

za o

FV

M (

fich

a de

ver

ific

ação

de

mat

eria

is).

O

2.4

A e

mp

resa v

eri

fica a

un

ifo

rmid

ad

e e

in

teg

rid

ad

e d

os lo

tes?

X

Ver

ific

ar a

s re

ferê

nci

as d

a n

ota

co

m r

elaç

ão a

o

mat

eria

l en

treg

ue,

data

de

val

idad

e do

pro

duto

, se

não

est

ão a

mas

sada

s, a

bert

as o

u da

nif

icad

as.

A b

usca

po

r lo

tes

e su

a v

erif

icaç

ão

se d

á ap

enas

no

mo

men

to e

m q

ue

algu

m p

robl

ema

for

iden

tifi

cado

.

O

2.5

Exi

ste

co

ntr

ole

do

em

pilh

am

en

to m

áxi

mo

do

s p

rod

uto

s d

o s

iste

ma d

e p

intu

ra,

co

mo

lata

s e

galõ

es d

e t

inta

s?

X

O e

mp

ilh

amen

to m

áxim

o r

eco

men

dado

pel

a

bibl

iogr

afia

é d

e 1

0 u

nid

ades

par

a ga

lões

e 5

un

idad

es

par

a la

tas,

par

a n

ão h

aver

per

das

de e

sto

que

po

r

qued

as e

am

assa

men

tos.

Alé

m d

isso

, o

afa

stam

ento

co

m a

par

ede

tam

bém

é v

erif

icad

o.

Po

rém

, a

quan

tida

de m

áxim

a

reco

men

dada

de

saco

s de

mas

sa/t

inta

den

tro

das

cai

xas

de

arm

azen

amen

to f

oi

exce

dida

T

2.6

Exi

ste

, n

o lo

cal d

e a

rmaze

nam

en

to: v

en

tila

ção

, am

bie

nte

fre

sco

, sem

um

idad

e e

de f

ácil a

cesso

?

X

A g

aran

tia

de u

m a

mbi

ente

par

a ar

maz

enam

ento

adeq

uado

pro

mo

ve

qual

idad

e n

os

mat

eria

is e

segu

ran

ça q

uan

to à

dur

abil

idad

e do

s m

esm

os.

Ven

tila

ção

e u

mid

ade

con

tro

lada

dev

em s

er

pri

ori

zado

s n

o l

oca

l do

est

oqu

e, g

aran

tin

do

par

cial

idad

e n

a re

spo

sta.

O l

oca

l, c

om

ap

rox

. 6

m²,

po

ssui

uma

únic

a ab

ertu

ra q

ue é

a p

ort

a de

entr

ada.

Não

ven

tila

ção

e

ambi

ente

fre

sco

.

O2

.7E

xiste

co

ntr

ole

, an

ota

ção

de e

ntr

ad

a e

saíd

a d

e m

ate

riais

no

alm

oxa

rifa

do

?X

Ver

ific

ar p

lan

ilh

a n

o l

oca

l.U

tili

za-s

e p

lan

ilh

as n

o l

oca

l.

O

2.8

A e

mp

resa g

ere

ncia

o c

on

tro

le d

e e

sto

qu

e d

o s

eto

r d

e s

up

rim

en

tos p

ara

a

técn

ica d

a p

intu

ra?

X

Obs

erv

ar n

o l

oca

l: o

rgan

izaç

ão,

lim

pez

a do

s

equi

pam

ento

s e

con

tro

le d

e en

trad

a e

saíd

a.

Imp

ort

ânci

a de

gar

anti

r o

s m

ater

iais

/equ

ipam

ento

s,

par

a se

rem

uti

liza

dos

no

mo

men

to c

erto

da

apli

caçã

o.

Equ

ipam

ento

s e

ferr

amen

tas

são

con

tro

lado

s p

elo

ap

on

tado

r. A

s

mas

sas

e ti

nta

s sã

o c

on

tro

lada

s p

or

pla

nil

has

do

lo

cal.

Page 88: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

86

3E

XE

CU

ÇÃ

O D

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

O

3.1

A e

mp

resa v

eri

fica o

s c

uid

ad

os r

efe

ren

tes à

reti

rad

a d

os p

rod

uto

s d

a

em

bala

gem

, h

om

og

en

eiz

ação

e d

ilu

ição

da t

inta

, b

em

co

mo

a p

rep

ara

ção

das

ferr

am

en

tas q

ue s

erã

o u

tiliza

das?

X

Na

aber

tura

da

emba

lage

m é

im

po

rtan

te v

erif

icar

se

o p

rodu

to a

pre

sen

ta s

edim

enta

ção

, co

agul

ação

,

sep

araç

ão d

e p

igm

ento

s, c

orr

osã

o,

entr

e o

utro

s. A

ho

mo

gen

eiza

ção

do

pro

duto

gar

ante

mis

tura

fir

me

e

com

qua

lida

de d

o f

abri

can

te,

bem

co

mo

, di

luir

con

form

e in

dica

ção

na

emba

lage

m p

ara

mel

ho

r

apli

caçã

o.

Ap

ós

o u

so d

e p

ince

l, t

rin

cha

ou

rolo

,

par

a m

elh

or

dese

mp

enh

o,

dev

em s

er d

eix

ado

s

mer

gulh

ado

s n

a ti

nta

par

a n

ão s

ecar

em.

Não

algu

ém r

esp

on

sáv

el p

or

par

te d

a em

pre

sa.

Fic

a a

carg

o d

o

pin

tor

chef

e es

te t

ipo

de

ver

ific

ação

.

T

3.2

A e

mp

resa c

on

tro

la a

s e

tap

a d

e e

xecu

ção

da p

intu

ra p

ara

a lib

era

ção

das

ati

vid

ad

es s

eg

uin

tes? O

co

ntr

ole

é f

eit

o p

elo

resp

on

sáv

el té

cn

ico

da o

bra

?

X

Co

nsi

dera

r as

eta

pas

in

div

idua

lmen

te,

sen

do e

stas

a

apli

caçã

o d

e m

assa

co

rrid

a (u

ma

ou

mai

s de

mão

s) e

apli

caçã

o d

e ti

nta

de

acab

amen

to (

uma

ou

mai

s

dem

ãos)

. A

lib

eraç

ão p

arte

do

pro

fiss

ion

al

auto

riza

do p

ela

emp

resa

, en

gen

hei

ro e

en

carr

egad

o

pel

a o

bra

(se

ho

uver

ap

enas

um

a et

apa

inte

rmed

iári

a

de l

iber

ação

ou

etap

a de

in

ício

in

term

ediá

rio

e f

inal

,

con

side

rar

par

cial

).

O r

esp

on

sáv

el é

o t

écn

ico

de

edif

icaç

ões

da

obr

a. O

co

ntr

ole

é

real

izad

o a

trav

és d

a F

ich

a de

Ver

ific

ação

de

Serv

iço

.

O

3.3

É f

eit

a a

ad

eq

uad

a p

rep

ara

ção

da s

up

erf

ície

, seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

13.2

45/2

011?

X

Segu

ndo

NB

R 1

3.2

45

/20

11

, a

pre

par

ação

da

sup

erfí

cie

con

sist

e em

: li

xar

, re

tira

r p

oei

ra o

u p

arte

s

solt

as,

regu

lari

zar

a su

per

fíci

e co

m a

rgam

assa

. A

neg

ligê

nci

a de

alg

um d

esse

s re

quis

ito

s co

mp

rom

ete

a

qual

idad

e da

ex

ecuç

ão d

a p

intu

ra,

po

den

do o

corr

er

falh

as p

rom

ov

idas

po

r es

tas

açõ

es,

com

o n

a

inte

rfac

e da

pel

ícul

a da

pin

tura

co

m a

sup

erfí

cie,

umid

ade

e ba

ixa

resi

stên

cia

mec

ânic

a. S

e al

gum

as

dest

as a

tiv

idad

es n

ão f

or

exec

utad

a, m

arca

r n

ão.

To

dos

os

iten

s sã

o e

xec

utad

os.

O

3.4

A e

mp

resa v

eri

fica o

s c

uid

ad

os r

efe

ren

tes à

um

idad

e d

o a

mb

ien

te, seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

13.2

45/2

011?

X

Dev

e-se

ide

nti

fica

r a

ori

gem

e t

rata

r de

man

eira

adeq

uada

. E

lim

inar

to

do e

qua

lque

r fo

co d

e um

idad

e

pró

xim

as a

o r

oda

pé,

tet

os

em g

eral

, tu

bula

ções

,

jard

inei

ras,

áre

as d

e ba

nh

eiro

s e

cozi

nh

as,

esqu

adri

as

de j

anel

as e

po

rtas

, et

c.

O s

erv

iço

não

é e

xec

utad

o a

té q

ue

a um

idad

e se

ja t

rata

da.

O

3.5

Seg

un

do

NB

R 1

3.2

45/2

011, fa

z p

art

e d

a e

mp

resa v

eri

ficar

o c

on

tro

le d

a

tem

pera

tura

de a

plicação

?X

A t

emp

erat

ura

de a

pli

caçã

o d

eve

se e

nco

ntr

ar n

o

inte

rval

o e

ntr

e 1

0ºC

e 4

0ºC

, co

nfo

rme

esp

ecif

ica

a

NB

R 1

3.2

45

/20

01

. E

vit

ar u

mid

ade

sup

erio

r à

90

%.

Tan

to a

tem

per

atur

a de

ap

lica

ção

quan

to a

um

idad

e do

am

bien

te n

ão

são

ver

ific

ado

s.

T

3.6

A e

mp

resa v

eri

fica s

e a

esp

era

da c

ura

e s

ecag

em

fo

ram

cu

mp

rid

as p

or

no

mín

imo

30 d

ias d

o s

ub

str

ato

recém

exe

cu

tad

o, p

ara

lib

era

ção

po

r u

m

pro

fissio

nal d

ev

idam

en

te h

ab

ilit

ad

o p

ela

em

pre

sa?

X

O t

emp

o d

e cu

ra d

o s

ubst

rato

den

tro

do

esp

ecif

icad

o

pel

a N

BR

13

.24

5/2

01

1 m

elh

ora

a a

derê

nci

a, c

oes

ão

e re

sist

ênci

a de

sup

ort

e p

ara

as t

inta

s, d

eix

ando

de

apre

sen

tar

po

eira

, be

m c

om

o p

arte

s so

ltas

que

pre

judi

cam

as

pro

pri

edad

es d

os

pro

duto

s. N

ão h

á

par

cial

idad

e n

ete

item

.

O r

ebo

co é

ex

ecut

ado

de

baix

o

par

a ci

ma,

e a

pin

tura

(et

apa

segu

inte

) n

o i

nv

erso

.

Oca

sio

nal

men

te,

o i

nte

rval

o e

ntr

e

essa

s et

apas

não

ch

ega

a 3

0 d

ias.

Page 89: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

Qualidade no serviço de pintura com tintas látex em revestimentos internos de argamassa:

análise de casos

87

O

3.7

É f

eit

a a

dev

ida p

rote

ção

de s

up

erf

ície

s a

dja

cen

tes e

do

pis

o p

ara

a a

plicação

da p

intu

ra?

X

Imp

ort

ante

par

a que

não

haj

a a

nec

essi

dad

e de

lim

pez

a do

mat

eria

l at

ingid

o,

ou a

té m

esm

o s

ua

subst

ituiç

ão.

Sup

erfí

cies

a s

erem

pro

tegid

as:

pis

o,

esquad

rias

, m

etai

s, t

amp

os,

lo

uça

s, e

ntr

e o

utr

os.

Pro

teçõ

es f

eita

co

m f

ita

crep

e,

lon

a p

reta

e p

apel

ão.

4M

ÃO

DE

OB

RA

NO

PR

OC

ES

SO

DE

PIN

TU

RA

SN

PN

A

E/T

4.1

Faz

part

e d

as v

eri

ficaçõ

es p

ela

em

pre

sa, o

reg

istr

o d

o p

roced

imen

to t

écn

ico

form

al d

e c

ad

a s

erv

iço

?

X

A i

mp

ort

ânci

a dad

a ao

reg

istr

o d

o s

erv

iço

po

ssib

ilit

a

um

mai

or

do

mín

io t

ecn

oló

gic

o e

men

os

osc

ilaç

ões

da

mão

de

obra

, co

mo

aquel

as o

nde

o e

mp

reit

eiro

exec

uto

u o

ser

viç

o s

em p

oss

uir

o d

evid

o

con

hec

imen

to d

a p

ráti

ca e

xec

uta

da

con

form

e

pad

rão

da

pro

duçã

o i

mp

ost

o p

ela

emp

resa

.

Po

ssib

ilit

a tr

ein

amen

tos

futu

ros

do

pes

soal

atr

avés

da

form

a co

mo

é e

xec

uta

do

o s

erv

iço

, e

tam

bém

dad

os

arm

azen

ado

s de

no

me

e dat

a das

ati

vid

ades

.

Nad

a é

regis

trad

o p

or

par

te d

a

con

stru

tora

.

T

4.2

A e

mp

resa a

nalisa e

an

ota

em

pla

nilh

as o

s d

ad

os e

tare

fas r

efe

ren

tes à

exe

cu

ção

do

s s

erv

iço

s d

e p

intu

ra?

X

Ver

ific

ar e

xis

tên

cia

de

pla

nil

ha

e se

é a

ver

iguad

o.

Ess

e p

roce

dim

ento

gar

ante

man

eira

efi

caz

de

con

trib

uir

par

a um

bo

m a

pro

vei

tam

ento

e

ger

enci

amen

to d

a m

ão d

e o

bra

, bem

co

mo

da

pro

duçã

o,

po

r m

eio

de

ince

nti

vo

s e

ori

enta

ções

ao

s

fun

cio

nár

ios.

Per

mit

e que

todo

s o

s en

vo

lvid

os

po

ssam

qual

ific

ar a

s et

apas

de

exec

uçã

o.

O

engen

hei

ro d

e o

bra

s é

o r

epre

sen

tan

te d

a em

pre

sa,

mas

cab

e à

emp

resa

dir

ecio

nar

um

res

po

nsá

vel

par

a

essa

ati

vid

ade

de

anál

ise.

A p

arci

alid

ade

se a

pli

ca

quan

do

regis

tro

da

pro

duçã

o,

mas

não

um

rep

rese

nta

nte

ofi

cial

pel

a em

pre

sa.

A q

ual

idad

e da

exec

uçã

o é

ver

ific

ada

em p

lan

ilh

as p

elo

técn

ico

de

edif

icaç

ões

da

obra

.

T

4.3

A e

mp

resa a

valia a

qu

alid

ad

e n

o o

rçam

en

to, n

o q

ue s

e r

efe

re a

o s

erv

iço

da

pin

tura

em

um

a e

dif

icação

?

X

A a

val

iaçã

o d

a qual

idad

e n

o o

rçam

ento

tem

sua

imp

ort

ânci

a dev

ido

à s

egura

nça

que

se t

ran

smit

e

entr

e o

pro

fiss

ion

al e

o c

lien

te,

ao t

rabal

ho

a s

er

def

inid

o,

ao v

alo

r e

form

as d

e p

agam

ento

, à

dis

cuss

ão d

e im

pre

vis

tos

e à

con

fian

ça e

ntr

e o

s

env

olv

ido

s. S

ão o

ito

eta

pas

par

a o

fec

ham

ento

de

um

co

ntr

ato

: id

enti

fica

ção

do

cli

ente

, dia

gn

óst

ico

das

sup

erfí

cies

, des

criç

ão d

os

serv

iço

s, c

ron

ogra

ma,

pre

ço d

o s

erv

iço

, ab

ran

gên

cia

do

pre

ço,

form

a de

pag

amen

to,

regis

tro

do

ser

viç

o.

Cas

o c

on

trár

io

mar

car

par

cial

.

Sim

. H

á al

gun

s an

os,

a e

mp

resa

terc

eiri

zada

é a

mes

ma

em f

un

ção

da

con

fian

ça j

á es

tabel

ecid

a.

T

4.4

A e

mp

resa a

valia a

qu

alid

ad

e d

a m

ão

de o

bra

seg

un

do

cri

téri

os d

a N

BR

15.9

27/2

011, d

irecio

nad

a a

o p

rofi

ssio

nal d

e p

intu

ras?

X

Bas

eada

em c

om

pet

ênci

as c

abív

eis

ao p

into

r:

qual

idad

e em

an

alis

ar n

eces

sidad

es d

os

clie

nte

s,

pla

nej

amen

to o

u c

ron

ogra

ma,

e r

eali

zaçã

o,

exec

uçã

o

do

s se

rviç

os,

bem

co

mo

co

mo

gar

anti

r qual

idad

e n

o

aten

dim

ento

ao

s p

roje

tos

e o

rden

s de

ativ

idad

es,

de

cará

ter

exec

uti

vo

, en

glo

ban

do

no

rmas

de

segura

nça

do

tra

bal

ho

, m

eio

am

bie

nte

e d

e sa

úde.

O s

erv

iço

é t

erce

iriz

ado

, p

ort

anto

cabe

à em

pre

sa c

on

trat

ada

aval

iar

seus

fun

cio

nár

ios.

Page 90: QUALIDADE NO SERVIÇO DE PINTURA COM TINTAS LÁTEX EM

__________________________________________________________________________________________

William Yutaka Mizushima. Porto Alegre: DECIV/EE/UFRGS, 2013

88

5S

EG

UR

AN

ÇA

RE

FE

RE

NT

E A

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

E/T

5.1

Exi

ste

, n

a e

mp

resa, p

rofi

ssio

nal le

galm

en

te h

ab

ilit

ad

o n

a á

rea d

e s

eg

ura

nça d

o

trab

alh

o?

X

Dev

e-se

ter

en

gen

hei

ro e

téc

nic

o d

epen

den

do

do

núm

ero

de

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cio

nár

ios.

São

ele

s que

gar

ante

m q

ue

o

serv

iço

est

á se

ndo

fei

to c

om

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idad

e, n

a sa

úde

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hig

ien

e ta

nto

da

emp

resa

quan

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as p

esso

as

env

olv

idas

no

sis

tem

a de

pin

tura

. C

aso

a e

mp

resa

dev

a te

r o

s do

is p

rofi

ssio

nai

s e

som

ente

o

engen

hei

ro e

stá

pre

sen

te,

mar

car

par

cial

.

Em

cad

a o

bra

da

emp

resa

um

técn

ico

res

po

nsá

vel

pel

a

segura

nça

.

T

5.2

A e

mrp

esa d

isp

on

ibiliz

a t

od

os o

s E

PI's e

EP

C's

necessári

os p

ara

o s

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iço

de

pin

tura

?

X

To

do

EP

I (e

quip

amen

to d

e p

rote

ção

in

div

idual

)

dev

e se

r fo

rnec

ido

de

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a gra

tuit

a. T

ambém

, ca

be

a em

pre

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eren

ciar

se

os

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cio

nár

ios

estã

o

dev

idam

ente

pro

tegid

os

pel

o E

PC

(eq

uip

amen

to d

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pro

teçã

o c

ole

tiv

a),

com

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guar

da-

corp

os,

lin

has

de

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a, c

on

ten

ções

na

per

ifer

ia d

a ed

ific

ação

, en

tre

outr

os.

Dis

po

nib

iliz

ação

de

equip

amen

tos

é: o

lhar

em o

bra

, o

bse

rvar

. O

mat

eria

l p

arad

o d

eve

esta

r n

o

alm

ox

arif

ado

. N

este

ite

m n

ão h

á p

arci

alid

ade.

Ap

enas

os

EP

C's

. E

PI'

s sã

o

forn

ecid

os

pel

a co

ntr

atad

a. I

tem

em c

on

form

idad

e.

6D

ES

CA

RT

E D

E R

ES

ÍDU

OS

GE

RA

DO

S P

EL

O S

ER

VIÇ

O D

E P

INT

UR

AS

NP

NA

T

6.1

Faz

part

e d

a e

mp

resa, d

e r

esp

on

sab

ilid

ad

e d

o g

esto

r o

u d

o e

ng

en

heir

o d

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ob

ras, re

du

zir

o d

esp

erd

ício

de p

rod

uto

s e

mate

riais

gera

do

s n

a e

xecu

ção

da

pin

tura

?

X

É d

e re

spo

nsa

bil

idad

e do

ges

tor

ou d

o e

ngen

hei

ro

dev

idam

ente

hab

ilit

ado

pel

a em

pre

sa,

ger

enci

ar o

vo

lum

e das

tin

tas

que

serã

o u

tili

zadas

atr

avés

de

cálc

ulo

s de

área

a s

er p

inta

da

e re

ndim

ento

do

s

pro

duto

s. P

oss

ibil

itar

arm

azen

amen

to a

deq

uad

o,

ver

ific

ar e

stan

quei

dad

e do

s p

roduto

s e

se e

stão

fech

ado

s co

rret

amen

te p

ara

evit

ar r

esse

cam

ento

s e

per

das

. E

nsi

nar

lav

agem

co

rret

a do

s m

ater

iais

sem

pre

no

fin

al d

o d

ia,

ante

s dis

so m

antê

-lo

s

imer

sos

no

s p

roduto

s.

A q

uan

tidad

e es

tim

ada

de

tin

ta a

ser

uti

liza

da

já v

em d

o p

roje

to.

To

do

no

vo

pin

tor

que

ven

ha

a

trab

alh

ar n

a o

bra

rec

ebe

ori

enta

ções

, li

das

pel

o e

ngen

hei

ro,

on

de

se i

ncl

uem

in

ten

s re

lati

vo

s ao

des

per

díc

io n

a o

bra

. F

alta

arm

azen

amen

to a

deq

uad

o p

ara

os

mat

eria

is n

ov

os.

E/T

6.2

A e

mp

resa g

ere

ncia

os r

esíd

uo

s, p

ara

sab

er

o q

ue s

e d

ev

e f

aze

r e o

nd

e lev

á-

los, m

an

ten

do

a s

de e

lim

peza

do

meio

am

bie

nte

?

X

A e

mp

resa

dev

e te

r co

nsc

iên

cia

de

saber

rec

icla

r,

reuti

liza

r e

evit

ar c

on

tam

inaç

ão d

o m

eio

am

bie

nte

.

Dev

e-se

, p

ort

anto

, m

ante

r as

lat

as l

imp

as e

co

m s

eu

con

teúdo

ras

pad

o,

lev

ar o

s re

síduo

s de

tin

ta p

ara

área

s de

tan

sbo

rdo

e t

riag

em o

u p

on

tos

de

cole

ta

auto

riza

do

s p

ela

pre

feit

ura

. A

lav

agem

co

m á

gua

dev

e se

r ev

itad

a.

Os

resí

duo

s sã

o d

evid

amen

te

sep

arad

os

e en

cam

inh

ado

s p

ara

o

forn

eced

or,

po

rém

, lí

quid

os

ain

da

não

são

co

leta

do

s dev

ido

a

pro

ble

mas

na

emp

resa

de

cole

ta

con

trat

ada.

E/T

6.3

A e

mp

resa a

nalisa e

sep

ara

os r

esíd

uo

s c

on

form

e a

Reso

lução

307/2

002 d

o

Co

nam

a?

X

A R

eso

luçã

o 3

07

/20

02

do

Co

nam

a es

tabel

ece

crit

ério

s p

ara

os

resí

duo

s da

con

stru

ção

civ

il,

os

quai

s

não

dev

em s

er d

epo

sita

do

s ju

nto

co

m o

lix

o

do

més

tico

, em

áre

as d

e at

erro

s, r

ios,

en

tre

outr

os.

Ap

esar

das

tin

tas

láte

x s

erem

à b

ase

de

água,

sem

po

ssuir

so

lven

tes

vo

láte

is,

muit

os

outr

os

pro

duto

s

po

dem

ser

co

nsi

der

ado

s re

síduo

s de

clas

se D

, o

u s

eja,

pro

duto

s p

erig

oso

s p

ara

des

pej

o e

m l

oca

is a

ber

tos,

e

que

dev

em s

er l

evad

os

par

a ag

ente

s cr

eden

ciad

os

ao

órg

ão d

o m

eio

am

bie

nte

. A

s la

tas

e gal

ões

mer

ecem

o m

esm

o t

rato

, p

or

sere

m e

mbal

agen

s que

sofr

em

corr

osã

o e

po

dem

ser

pre

judic

iais

a s

aúde,

co

mo

causa

r ac

iden

tes

e co

nta

min

açõ

es n

as á

guas

e s

olo

s.

A c

on

stru

tora

sep

ara

os

resí

duo

s

em:

mad

eira

, aç

o,

plá

stic

o,

pap

el,

ges

so,

entr

e o

utr

os.

Po

rém

, ap

esar

da

obra

po

ssuir

res

erv

ató

rio

s

par

a se

par

ar o

s re

síduo

s lí

quid

os

da

pin

tura

(o

riun

do

s da

lav

agem

de

ferr

amen

tas,

po

r ex

emp

lo)

este

s

ain

da

não

est

ão s

endo

uti

liza

do

s.