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Em fase de análise Tipo Quantidade m 2 Residencial 44 591.763 Comercial + prestação de serviço 6 105.455 Prestação de serviço 6 100.210 Residencial + prestação de serviço + 2 81.368 comercial + hotel/flat Templo + prestação de serviço + 1 71.166 comercial Prest. de serv. + inst. educacional 1 30.877 Residencial + comercial 1 26.630 Hotel/flat 3 24.716 Terminal portuário 2 24.386 Instit. educacional 1 5.929 Total 67 1.062.500 Aprovados Residencial 1 16.162 Hotel/flat 1 17.743 Total 2 33.905 (*) Balanço de janeiro a maio/2014 Fonte: Deconte/Prefeitura Projetos de grandes empreendimentos (*) MARCELO SANTOS DA REDAÇÃO Na fila de espera da Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi) da Prefei- tura de Santos, quase 1,1 mi- lhão de metros quadrados de projetos de grandes empreen- dimentos (mais de dez anda- res) aguardam aprovação pa- ra sair do papel. Se toda essa quantidade estivesse pronta hoje seriam pelo menos 73 novos edifícios construídos na Cidade. Os projetos podem ter sido antecipados para apro- veitar a atual legislação de Uso e Ocupação do Solo. Outro dado do Departa- mento de Controle de Uso e Ocupação do Solo e Seguran- ça de Edificações (Deconte), que é o órgão da Siedi que avalia os projetos, contrasta com os pedidos em andamen- to das construtoras. De acordo com o Deconte, neste ano apenas 34 mil m 2 fo- ram efetivamente licenciados pelo Município, o equivalente a dois edifícios com mais de dez andares. Em 2013, a aprovação superou 620 mil m 2 (por volta de 41 prédios). Os dados de 2014 se referem ao período de janeiro a maio, o balanço mais recente, conforme a assessoria de imprensa da Prefeitura. Segundo o secretário de In- fraestrutura e Edificações, Ân- gelo José da Costa Filho, os dois números – o de metros quadra- dos que aguardam aprovação e o dos já efetivamente autoriza- dos – não estão relacionados a um boom imobiliário. Pelo con- trário, a economia brasileira es- tá quase estagnada e a região não tem como escapar disso. Costa Filho afirma que os mais de 1 milhão de m 2 em avaliação são em sua maioria de projetos que foram apre- sentados para aproveitar a atual legislação. Como estão em discussões mudanças na Lei de Uso e Ocupação do Solo, as incorporadoras corre- ram para serem beneficiadas pelas regras atuais. Essa antecipação é explica- da pela expectativa dos cons- trutores de que a nova lei será restritiva. Entre as propostas está a reserva de um recuo maior entre a calçada e o pré- dio, deixando mais espaço pa- ra o pedestre caminhar. Ou ainda que os edifícios terão que ser mais finos e altos para facilitar a circulação de ventos e que as torres que começam acima dos estacionamentos precisarão ser mais recuadas. O secretário também diz que o pequeno volume das aprova- ções neste ano (34 mil m 2 ) pode estar relacionado ao estoque de imóveis novos que se formou após um período de quatro anos seguidos (de 2010 a 2013) de grandes quantidades cons- truídas (veja infográfico). O diretor regional do Sindica- to da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), Ricardo Beschi- zza, acha que não é possível afirmar que os projetos apre- sentados sejam uma tentativa de aproveitar vantagens da lei. “Pode ser ou não, até porque ainda não se sabe o que real- mente mudará”. Beschizza concorda que os 34 mil m 2 aprovados neste ano são resultado do escoa- mento das unidades já produ- zidas. Segundo ele, com ou sem mudanças na legislação, o setor dependerá do mercado continuar comprador. “É pre- ciso existir vida após a Copa e após a eleição”. Segundo o di- retor regional do Secovi, Rena- to Monteiro, o mercado está “de lado” (parado). “A visão (local) é a mesma da do País”. www.ecoportosantos.com.br Ajudando o Brasil a chegar ao futuro. Empresários e Prefeitura entendem que nem todos esses 1 milhão de m 2 chegarão ao mercado de uma só vez. Porém, o próprio trâmite das aprovações dão tempo aos construtores de encontrarem um mercado mais favorável. Projetos mais complexos levam até dois anos para obter a autorização. Depois disso, diz a Prefeitura, com o licenciamento em mãos eles têm até um ano para fazer a obra. Até lá já terão passado as eleições e o primeiro ano do próximo governo com a economia ainda parada. Mercado santista sente desaceleração do País, mas volume de projetos indica aposta em retomada ALEXSANDER FERRAZ Construção se antecipa a mudanças Prefeitura de Santos tem mais de 1 milhão de m 2 para serem aprovados: empresários temem alteração na Lei de Uso e Ocupação do Solo Volume de construção aprovada em Santos Prazos Quarta-feira 6 A TRIBUNA Economia C-3 agosto de 2014 www.atribuna.com.br

Quarta-feira6 ATRIBUNA agostode2014 …sites.unisanta.br/hemeroteca/arquivos/a1205.pdf · quantidade estivesse pronta hoje seriam pelo menos 73 novos edifícios construídos naCidade.Osprojetospodem

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Page 1: Quarta-feira6 ATRIBUNA agostode2014 …sites.unisanta.br/hemeroteca/arquivos/a1205.pdf · quantidade estivesse pronta hoje seriam pelo menos 73 novos edifícios construídos naCidade.Osprojetospodem

EmfasedeanáliseTipo Quantidade m2

Residencial 44 591.763Comercial + prestaçãode serviço 6 105.455Prestaçãode serviço 6 100.210Residencial + prestaçãode serviço+ 2 81.368comercial + hotel/flatTemplo+prestaçãode serviço+ 1 71.166comercialPrest. de serv. + inst. educacional 1 30.877Residencial + comercial 1 26.630Hotel/flat 3 24.716Terminalportuário 2 24.386Instit. educacional 1 5.929Total 67 1.062.500

AprovadosResidencial 1 16.162Hotel/flat 1 17.743Total 2 33.905(*)Balançode janeiro amaio/2014Fonte:Deconte/Prefeitura

Projetosdegrandesempreendimentos (*)

MARCELOSANTOS

DAREDAÇÃO

Na fila de espera da Secretariade Infraestrutura eEdificações (Siedi) da Prefei-tura de Santos, quase 1,1 mi-lhão de metros quadrados deprojetosde grandes empreen-dimentos (mais de dez anda-res) aguardam aprovação pa-ra sair do papel. Se toda essaquantidade estivesse prontahoje seriam pelo menos 73novos edifícios construídosna Cidade. Os projetos podemtersidoantecipadosparaapro-veitar a atual legislaçãodeUsoeOcupaçãodoSolo.Outro dado do Departa-

mento de Controle de Uso eOcupação do Solo e Seguran-ça de Edificações (Deconte),que é o órgão da Siedi queavalia os projetos, contrastacomospedidos emandamen-

todas construtoras.De acordo com o Deconte,

neste ano apenas 34mil m2 fo-ram efetivamente licenciadospeloMunicípio, o equivalenteadois edifícios com mais de dezandares.Em2013, a aprovaçãosuperou 620 mil m2 (por voltade 41 prédios). Os dados de2014 se referem ao período dejaneiro a maio, o balanço mais

recente, conforme a assessoriadeimprensadaPrefeitura.Segundo o secretário de In-

fraestrutura e Edificações, Ân-geloJosédaCostaFilho,osdoisnúmeros–odemetrosquadra-dos que aguardam aprovação eo dos já efetivamente autoriza-dos – não estão relacionados aumboomimobiliário.Pelocon-trário,aeconomiabrasileiraes-tá quase estagnada e a regiãonãotemcomoescapardisso.Costa Filho afirma que os

mais de 1 milhão de m2 emavaliação são em sua maioriade projetos que foram apre-sentados para aproveitar aatual legislação. Como estãoem discussões mudanças naLei de Uso e Ocupação doSolo, as incorporadoras corre-ram para serem beneficiadaspelas regras atuais.Essa antecipação é explica-

da pela expectativa dos cons-trutores de que a nova lei serárestritiva. Entre as propostasestá a reserva de um recuomaior entre a calçada e o pré-dio, deixandomais espaço pa-ra o pedestre caminhar. Ouainda que os edifícios terão

que ser mais finos e altos parafacilitar a circulação de ventose que as torres que começamacima dos estacionamentosprecisarão sermais recuadas.O secretário tambémdiz que

o pequeno volume das aprova-çõesnesteano(34milm2)podeestarrelacionadoaoestoquedeimóveis novos que se formouapós um período de quatroanosseguidos (de2010a2013)de grandes quantidades cons-

truídas(veja infográfico).OdiretorregionaldoSindica-

to da Indústria da ConstruçãoCivil do Estado de São Paulo(Sinduscon), Ricardo Beschi-zza, acha que não é possívelafirmar que os projetos apre-sentados sejam uma tentativade aproveitar vantagens da lei.“Pode ser ou não, até porqueainda não se sabe o que real-mentemudará”.Beschizza concorda que os

34 mil m2 aprovados nesteano são resultado do escoa-mentodasunidades jáprodu-zidas. Segundo ele, com ousem mudanças na legislação,osetordependerádomercadocontinuar comprador. “Épre-ciso existir vida após a Copa eapós a eleição”. Segundo o di-retorregionaldoSecovi,Rena-to Monteiro, o mercado está“de lado” (parado). “A visão(local)éamesmadadoPaís”.

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AjudandooBrasil achegar ao futuro.

EmpresáriosePrefeituraentendemquenemtodosesses1milhãodem2 chegarãoaomercadodeumasóvez.Porém,opróprio trâmitedasaprovaçõesdãotempoaos construtoresdeencontraremummercadomaisfavorável.Projetosmaiscomplexos levamatédoisanosparaobteraautorização.Depoisdisso,dizaPrefeitura, comolicenciamentoemmãoseles têmatéumanopara fazeraobra.Atélájáterãopassadoaseleiçõeseoprimeiroanodopróximogovernocomaeconomiaaindaparada.

Mercado santista sente desaceleração do País, mas volume de projetos indica aposta em retomada

ALEXSANDERFERRAZ

ConstruçãoseantecipaamudançasPrefeitura de Santos tem mais de 1 milhão de m2 para serem aprovados: empresários temem alteração na Lei de Uso e Ocupação do Solo

VolumedeconstruçãoaprovadaemSantos

Prazos

Quarta-feira 6 ATRIBUNA Economia C-3agosto de 2014 www.atribuna.com.br