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Quem é Dom Luigi Villa?

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Quem éDom Luigi Villa?

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Quem é Quem é Dom Luigi Villa?Dom Luigi Villa?

Pelo Ing. Franco Adessa

--------------------------------------------------------------------------------A pedido de muitas pessoas

da Itália e do estrangeiro e depois de vinte anosde colaboração com este corajoso Sacerdote,

decidi escrever estabreve biografia de Dom Luigi Villa,

porque penso não ser mais possível calara indescritível e interminável perseguiçãosofrida por este ancião, fiel e incorruptível

Ministro de Deus!--------------------------------------------------------------------------------

N ascido em Leco, a 3 de Feve-reiro de 1918, depois de tercompletado os seus estudos

secundários e teológicos, foi ordenadoSacerdote em 28 de Junho de 1942.Celebrou a sua primeira Missa na Ca-tedral de Leco, sua terra de origem eexerceu o seu ministério sacerdotal noInstituto Comboniano durante cercade dez anos.Don Luigi Villa era um verdadeirocaçador de vocações e um estimadoprègador e conferencista e as suas in-tervenções eram apreciadas e requeri-das em muitas cidades de Itália. Alémdisso, dedicava-se, de maneira parti-cular, à formação dos jovens.Foi essa mesma ligação aos jovens e ainfluência que sobre eles exercia quelhe valeu a condenação à morte. Defacto, o Chefe fascista Ministro daJustiça, Roberto Farinacci, emitiu a

sua condenação à morte. A moti-vação era a seguinte: «Padre LuigiVilla, não se sabe bem quem seja;parece andar a incentivar os jovensà revolta contra a República». Aexecução do fuzilamento não aconte-ceu graças ao “sopro” de um oficialdo Ministério da Justiça que, secreta-mente e a tempo, avisou um confradede Dom Luigi, Padre Ceccarini, quevivia no Instituto Comboniano deCrema, para que Dom Luigi Villa pu-desse fugir.Foi assim que Dom Luigi Villa saltoupor uma janela e fugiu, quando estavajá chegando um jeep com seis solda-dos armados, pertencentes ao pelotãode execução.Esta condenação durou todo o tempoda República de Saló; em seu redorexistiu sempre uma atmosfera de tran-sitoriedade e uma ameaça permanente

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e só o fim da guerra, em 25 de Julhode 1945, o libertou desse pesadelo!Durante a guerra, Dom Luigi trabal-hou na salvação de famílias inteirasde judeus. De facto, em obediência adisposições de Pio XII, Dom Luigipôs a salvo 57 judeus, em três viagenspelas montanhas dos confins da Itáliae da Suíça, arriscando a sua vida emcada viagem.

No início de 1953, devido a proble-mas familiares, sai do Instituto Com-boniano e, a convite da Arcebispo deFerrara, Mons. Ruggero Bovelli, in-cardina-se naquela diocese, para fun-dar um Movimento Missionário In-ternacional.

Encontro com o Padre Pio

Naqueles anos, Dom Luigi Villa con-tinuou a sua actividade de prègador ede conferencista.Em 1956, pronuncia uma série deconferências aos licenciados de Bari,onde, após um almoço de peixe, so-freu uma intoxicação causada pelasamêijoas da pasta-asciutta.Informado o seu amigo Dom Berni,que era o capelão militar do aeropor-to, Dom Luigi foi levado por algunssoldados da aviação para a enfermariado aeroporto, onde foi tratado por umCoronel Médico até se restabelecer.

Antes de deixar Bari, Dom Berni quisque Dom Luigi o acompanhasse a SãoGiovanni Rotondo. Ali chegados,Dom Berni pediu-lhe para esperar en-quanto ia ao hotel Santa Maria reser-var os almoços. Dom Luigi Villa,então, procurou a igrejinha do Con-vento.

Dom Luigi Villa, pouco depois de ser orde-nado Sacerdote, em 1942. Padre Pio.

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A igreja estava vazia e ele ajoelhou-senum banco. De repente, apercebeu-sede uma presença e voltou-se; ao seulado estava um jovem, extraordinaria-mente formoso, que lhe disse: «Querencontrar-se com o Padre Pio?»«Não!», responde Dom Luigi, mas ojovem insiste: «Vá, vá mesmo assim,o Padre Pio espera-o!»Dom Luigi Villa volta-se para a pes-soa que lhe falou mas, o seu lado, nãoestava ninguém. A pessoa que tinhapronunciado aquelas palavras tinhadesaparecido!Então, entrou no Convento e dirigiu-se ao lugar da cela do Padre Pio; sen-tiu um perfume intenso de flores edisse-o a um frade que passava, o qualretorquiu: «Bom sinal, bom sinal!»,dizendo-lhe, depois, que o Padre Piologo voltaria para a cela.Enquanto esperava, Dom Luigi Villa

escreveu na sua agenda 12 perguntasque tencionava fazer ao frade. Poucodepois, viu abrir-se a porta que estavaao fundo da escada da sacristia. Logoque entrou, Padre Pio olhou-o (estavaao fundo de um estreito corredor, auns vinte metros) e disse: «Que fazaqui, Padre Villa?» Depois, enca-minhou-se para a sua saleta, a nº 5,onde entrou com os dois médicos queo seguiam. Mas após poucos minutos,logo que saídos os médicos, Padre Piochamou Dom Luigi e convidou-o aentrar na sua cela. Ali, respondeu àssuas 12 perguntas e falou-lhe por maismeia hora, impondo-lhe um encargo:dedicar toda a sua vida na defesa daIgreja de Cristo da obra da Maço-naria, sobretudo da eclesiástica.Dom Luigi fica perplexo e diz: «Maseu não estou preparado para tal tarefa;além disso, terei de ser protegido por

A antiga igrejinha de S. Maria das Graças do Convento do Padre Pio.

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um Bispo.» Padre Pio interrompe-o ediz: «Vai ao Bispo de Chieti e ele tedirá o que fazer».Dois dias depois, Dom Luigi parte deBari e procurou Mons. GiambattistaBosio. O Bispo pergunta: «Porque es-tá aqui?» Dom Luigi responde: «Por-que o Padre Pio me disse para o pro-curar», informando-o dos motivos.

No fim, Mons. Bosio diz-lhe: «Isso éimpossível, porque um Bispo só temautoridade na sua diocese e o teu pro-grama é bem mais vasto! De qualquermodo, pois que o disse Padre Pio, queeu nunca vi nem conheço, irei a Romapara um esclarecimento».De facto, Mons. Bosio procurou o Se-cretário de Estado, Cardeal Dome-nico Tardini, para lhe falar do encar-go que Dom Luigi Villa recebera dePadre Pio. O Cardeal imediatamentese mostrou contrário, dizendo que taltarefa estava reservada só aos altos je-

rarcas da Igreja e não a um simplessacerdote. Todavia, por ter dito que talprojecto partira do Padre Pio, disseque dele falaria ao Santo Padre. E as-sim fez.

Quando Mons. Bosio voltou à pre-sença do Cardeal Tardini, este diz-lheque Pio XII havia aprovado o encargoconfiado por Padre Pio a Dom LuigiVilla, mas com duas condições: DomLuigi devia licenciar-se em TeologiaDogmática; além disso, devia serconfiado à direcção do Cardeal Al-fredo Ottaviani, Prefeito do santoOfício, do Cardeal Pietro Parente edo Cardeal Pietro Palazzini. Estes Cardeais deviam guiá-lo e pô-loao corrente de muitos segredos da

Mons. Giambattista Tardini, Secretário deEstado do Papa Pio XII.

Cardeal Domenico Tardini, Secretário deEstado de Pio XII.

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Igreja relacionados com este mandato,agora papal.Mons. Bosio transmite a Dom LuigiVilla as “condições” de Pio XII,mas, por seu lado, junta-lhes outrasua: «Aceito ser teu Bispo, mas digopara não teres nunca nada a tratarcom Montini!»Surpreendido pela dureza destas pa-lavras, Dom Luigi pergunta: «Mas,quem é Montini?»Mons. Bosio responde: «Dou-te umexemplo: eu estou deste lado da mesae tudo do outro. Deste lado estáMons. Giambattista Montini; dooutro lado, o resto da humanida-de!»É de salientar que as famílias Montinie Bosio eram ambas residentes emConcesio (junto a Brescia). Assim, afamília Bosio conhecia bem os Mon-tini!Depois disto, Mons. Bosio, por de-

creto de 6 de Maio de 1957, incardi-nou secretamente Dom Luigi Villana Diocese de Chieti.Dom Luigi, então, inscreveu-se naUniversidade de Friburgo (Suíça) on-de se “licenciou” em Teologia Sacra,em Julho de 1963, doutorando-se de-pois na Universidade Lateranense,em Roma, a 28 de Abril de 1971.

Na segunda metade de 1963, DomLuigi Villa teve o segundo encontrocom Padre Pio.Apenas o viu, Padre Pio disse: «Háum pouco de tempo que te espera-va!», lamentando-se pela lentidãocom a qual Dom Luigi procedia noencargo confiado.No fim do encontro, Padre Pioabraçou Dom Luigi Villa e disse-lhe:«Coragem, coragem, coragem! Por-que a Igreja já está invadida pelaMaçonaria», acrescentando: «AMaçonaria já chegou às pantufasdo Papa». (Paulo VI!)

Cardeal Alfredo Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício.

Papa Pio XII.

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Agente secreto

Em todos esses anos, Dom Luigi Vi-lla trabalhou como agente secreto doCardeal Ottaviani, com o fim de do-cumentar a pertença à Maçonaria dealtos Prelados da Igreja Católica eocupou-se de certas questões delica-das da Igreja.Estas funções fizeram de Dom LuigiVilla uma pessoa muito conhecida nasRepartições de Polícia, no seu Co-mando e em outras Agências de In-vestigações Gerais e Operações Es-peciais.

Quando, em Setembro de 1978, du-rante o breve pontificado do PapaLuciano, a “Lista Pecorelli” apareceem “OP” (Osservatore Politico), re-vista do advogado Mino Pecorelli,decerto não foi causa de admiraçãopara Dom Luigi Villa ler muitos no-mes de altos Prelados, aos quais elecausara o afastamento das suas Sés,muito tempo antes, por ter fornecido

ao Santo Ofício os documentos da suapertença à Maçonaria.

Um dos casos mais célebres foi o doCardeal Joseph Suenens, expulso dasua Sé de Bruxelas porque era mação,amancebado e com um filho de nomePaulo!Outro caso “doloroso” foi o do Car-deal Achille Lienart. Estando em Pa-ris, enquanto esperava junto de umaLoja maçónica o homem que lhe de-via confirmar a existência de docu-mentos que atestavam a pertença àMaçonaria do Cardeal Lienart,Dom Luigi, de repente, vê correr aoseu encontro um jovem que, agredin-do-o com uma soqueira em plenorosto, gritou: «Existe um Diabo nes-ta terra!»Dom Luigi vai a uma farmácia, com aboca cheia de sangue, a mandíbulafracturada e com falta de um dente.

Cardeal Pietro Parente.

Cardeal Pietro Palazzini.

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Até no Haiti, um dia, arriscou a vida.Levado àquele país no cumprimentode uma missão, foi preso pelos milita-res e levado para ser fuzilado. MasDom Luigi Villa teve uma inspiração:pede ao oficial que o custodiava parafalar com um caríssimo amigo, o Su-perior do Seminário local. O oficial,perturbado por aquele pedido, procu-rou o superior e regressou rapidamen-te, dizendo-lhe: «Enganamo-nos» e li-bertou-o. Entre as questões delicadas confiadaspelo Cardeal Ottaviani, aconteceu ado encontro com a Irmã Lúcia deFátima. Um dia, o Cardeal Ottavia-ni disse ao Padre Villa: «Pensei en-viar-te a Fátima para falares direc-tamente com a Irmã Lúcia».Aceitou com alegria. Foi acompanha-do por um industrial paduano, Sr.

Pagnossin, um convertido pelo Pa-dre Pio, que lhe ofereceu a viagem ea permanência em Portugal. O Carde-al Ottaviani tinha-o munido de umacarta pessoal por ele assinada, naqualidade de Prefeito do Santo Ofí-cio, consignada ao Bispo de Coim-bra, para que lhe fosse concedido oencontro com a Irmã Lúcia. Mas oBispo de Coimbra, antes de concedero encontro com a Vidente, telefonoupara o Vaticano. Respondeu-lheMons. Giovanni Benelli, o qual, an-

tes de dar uma resposta, consultouPaulo VI, porque Roma tinha dadoordens rigorosas: os “colóquios” comLúcia eram só consentidos aos Car-deais.

O mação Mons. Giovani Benelli, Pró-se-cretário de Estado de Paulo VI.

Irmã Lúcia de Fátima.

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Mons. Benelli transmite ao Bispo deCoimbra o veto de Paulo VI ao pe-dido de encontro com a Irmã Lúcia.Assim, foi inútil a insistência de DomLuigi Villa ao salientar o seu papel deenviado do Prefeito do Santo Ofício.De todo o modo, permaneceu em Por-tugal, tentando vencer a resistência doBispo. Após uma dezena de dias, sub-meteu-se à derrota. Obtém do Bispo,apenas, poder celebrar na Capela deClausura do Convento. De regresso a Itália, Dom Luigi foi lo-go referir o acontecido ao CardealOttaviani. Este sentiu-se ofendidocom o comportamento de Paulo VI,ao qual escreveu uma carta de protes-to. Regressado Dom Luigi Villa a Ro-ma, o Cardeal Ottaviani disse-lheque Paulo VI lhe pedira desculpa,todavia acrescentando que a decisãofora tomada por Mons. Benelli. Mas

o Cardeal sublinhou que era este oúnico método de jogo duplo de Pau-lo VI.Enquanto viveu Pio XII, o Vaticano,para Dom Luigi Villa, era um am-biente muito acolhedor: além dosencontros inerentes à sua actividadede agente secreto, o Padre Villa al-moçou e jantou pelo menos uma cin-quenta vezes com Cardeais e Bispos.Mas, quando Paulo VI chegou ao po-der, foi impedida toda a hospitalidadee qualquer possibilidade de tomar ini-ciativas para defesa da Fé Católica.

Os malogros premeditados

Muitas foram as iniciativas e obrasque Dom Luigi Villa procurou iniciar,mas que, ainda sob o pontificado dePio XII, foram falhadas.Já em 1953, logo que incardinado naDiocese de Ferrara, Dom Luigi plane-ou a fundação de um grande Movi-mento Missionário formado priori-tariamente por técnicos, com o títu-lo I.M.I. (Instituto Missionário Inter-nacional); mas foi repentinamente im-pedido.Em 21 de Abril de 1957, Dom LuigiVilla fundou o Movimento Euro-Afro-Asiático, ligado a uma revistaque tinha o mesmo título, para o quetinha já a autorização regular do seuBispo, Sua Exª Revdmª Mons.Giambattista Bosio. Mas o Movi-mento, mesmo assim, teve vida breve,porque o encerraram.Também mandaram encerrar, logo de-pois da primeira edição, uma outrasua revista, Colloquio Oriente-Occi-dente, que seria ligada a um outro seuInstituto para as “religiões nãoCristãs”. Mais: impediram-no de fundar umCentro de Teólogos para combater orenascente Modernismo e progres-sismo na Igreja. A ordem veio direc-tamente de Sua Exª Revdmª Mons.

Paulo VI.

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Giovanni Benelli, Pro-secretário deEstado de Paulo VI.Neste mesmo período, sempre o mes-mo mação Pro-secretário de Estado,Mons. Giovanni Benelli, o impedede continuar uma série de congressosde estudos permanentes.Dom Luigi Villa consegue realizar osprimeiros três:

1. O Primeiro Congresso de Roma,sob o tema Ortodoxia e Ortopra-xis (1-4 Out. 1974);

2. O Congresso de Florença, sob otema A Mulher à Luz da TeologiaCatólica (16-18 Set. 1975);

3. O Segundo Congresso de Roma,sob o tema Cristianismo e Comu-nismo ateu (20-22 Set. 1977).

Enquanto nos dois Congressos de Ro-ma, a presença de Cardeais impede aintervenção directa de Mons. Benelli,no Congresso de Florença, o Arcebis-po de Florença, Cardeal Florit, rece-beu ordem de Roma de proibir aparticipação no Congresso a todo oclero florentino. O Cardeal, pesaroso

por aquela ordem, comunicou-a aDom Luigi Villa e prometeu mandarum Bispo para presidir ao Congressodurante toda a sua duração. E assimfez!

Outras iniciativas cujo malogro foiprovocado, são: a fundação de um“terceiro ramo” de Religiosos-lei-gos, para apoiar os vários institutosmissionários, e a iniciativa de “re-crutamento de vocações” para o Sa-cerdócio; iniciativa posteriormenteimitada por todos os Seminários e Ins-titutos Missionários, mas o seu pro-jecto inicial de formação espiritual foidesviado e acabou por se secularizar.Pessoalmente, Dom Luigi Villa fezentrar nos Seminários Missionárioscerca de cinquenta rapazes que, ho-je, são Padres.Enfim, era evidente que não lhe eramais permitido dar um passo, realizaralguma ideia, nem iniciar algum pro-jecto que fosse para defesa da FéCatólica.

Capa das Actas do Congresso de Florença,organizado por Dom Luigi Villa, em 1975.

Cardeal Ermenegildo Florit, Arcebispo de Florença.

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Por isso, Dom Luigi Villa recusouaceitar até ofertas de amigos e… ini-migos.Recusou, de facto, bastantes “do-ações” rurais e enormes somas dedinheiro. Até um Cardeal lhe quisoferecer a sua propriedade: duas am-plas escolas elementares e médias, jáem funcionamento, e duas proprie-dades rurais com 60 hectares de oli-val e uma igreja.O próprio Cardeal Giuseppe Siriofereceu-lhe o Convento dos Bene-ditinos de Génova. Mas Dom LuigiVilla renunciou sempre a tudo, porquejá previra a tempestade que se estavaabatendo sobre a Igreja, e por issopreferia ser pobre, em vez de estar li-gado e envolvido em questões econó-mico-financeiras, mas, sobretudo, pa-ra permanecer livre na ocupação domandato que recebera do Padre Pioe de Pio XII de ajudar a Igreja a de-fender-se da nebulosa situação em

que se encontraria sob os ataques damaçonaria eclesiástica!Por esta razão, disse “não” a dois ri-quíssimos americanos, que lhe ofere-ceram milhões pela cedência da suarevista Chiesa viva.Teve até a estranha “oferta” milioná-ria de um advogado americano, quelhe disse estar disposto a pagar qual-quer Movimento que ele pudesse fun-dar para aniquilar a Igreja Tradi-cional e fundar uma “nova” para afazer triunfar.Dom Luigi esteve sempre activo tam-bém na sua obra sacerdotal de sal-vação das almas. Um caso singularaconteceu em 1957, quando teve umencontro com o grande escritor ita-liano Curzio Malaparte. Primeira-mente associado ao fascismo e depois,no fim da sua vida, ao comunismo,Malaparte padecia de cancro numaclínica de Roma.A sua permanência era vigiada pelofamoso arruaceiro comunista Secchia,que impedia a passagem a quem não

O Cardeal Giuseppe Siri, amigo de Dom Luigi Villa, foi eleito Papa em 1963 e 1978, mas, devido a ameaças

da Maçonaria, teve de se retirar.

O famoso escritor Curzio Malaparte, queconheceu Dom Luigi Villa, pouco antes de

morrer de cancro.

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fosse de esquerda. Tentou também im-pedir o ingresso de Dom Luigi Villa,mas não conseguiu. Malaparte sorriu-lhe e disse: «Você é um carácter. De-ve lutar». De outra vez que foi visitá-lo, Dom Luigi Villa falou-lhe do seuprojecto de fundar uma nova obra etanto foi o entusiasmo de Malaparteque este prometeu que, se se restabe-lecesse, poria a sua pena ao seu ser-viço. A última vez em que o viu, Ma-laparte disse a Dom Luigi Villa que,depois de muito ter reflectido, tinhadecidido oferecer-lhe a sua casa deCapri para sede da obra que queriafundar. Mas nada se fez porque, pou-cos dias depois, a visita a Malapartefoi blindada pelo comunista Secchiae vários comunistas da direcção doperiódico Vie Nuove, que consegui-ram, depois, dar-se a casa a si mes-mos. (Como foi isso, Dom Luigi Vi-lla nunca soube!)

Dom Luigi Villa em Brescia

Foi a grave situação em que estavamos pais que levou Dom Luigi Villa aaceitar a incardinação na Diocese deChieti feita pelo seu Arcebispo,Mons. Giambattista Bosio, como su-gerido pelo Secretário de Estado,Cardeal Tardini. Mas foi uma incar-dinação secretíssima, feita no gabine-te do Bispo e, como testemunha, só oseu Secretário, Mons. Antonio Stop-pani. Mas, Mons. Bosio, para con-sentir que Dom Luigi Villa ajudasseos pais, com o beneplácito de Roma,transfere Dom Luigi Villa para a Dio-cese de Brescia, com a aprovação doBispo local.Em 15 de Setembro de 1962, DomLuigi Villa abre uma “Casa de For-mação”, em Codolazza de Concesio –Brescia, designada Villa Immacolata,para erigir o Instituto Obreiras deMaria Imaculada, com o apadrinha-mento de Mons. Bosio.Em 1964, falece o ancião Bispo de

Brescia, Mons. Giacinto Tredici, quefoi substituído pelo montinianoMons. Luigi Morstabilini.

Em 12 de Dezembro de 1964, Mons.Morstabilini promete a Mons. Bosioconceder, em prazo breve, o Decretode aprovação do Instituto; fez amesma promessa a Dom Luigi Villatrês dias depois; em Janeiro de 1965fez-se a transferência dos documen-tos; em 2 de Fevereiro foram aceitespor Dom Luigi Villa algumas con-dições restritivas sobre vocações es-trangeiras; em 4 de Fevereiro, Mons.Morstabilini assegurou a Mons. Bo-sio que o documento de aprovação es-tava “garantido”; em 7 de Fevereiro,Mons. Morstabilini, em visita à pa-róquia de residência do Instituto deDom Luigi Villa, não lhe concedeu ahonra de uma visita; em 18 de Maio,Mons. Bosio, depois de uma conversacom Mons. Morstabilini, assegurou aDom Luigi Villa que o Decreto deAprovação estava, finalmente, paraser publicada em breve.

O montiniano Mons. Luigi Morstabilini, Bis-po de Brescia de 1964 a 1983, num retrato daIrmã Natalina, do Instituto Obreiras de MariaImaculada.

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Mas, em 1 de Julho de 1965, DomLuigi Villa recebeu da Cúria de Bres-cia uma carta assinada pelo delegadoepiscopal, que o informava do pare-cer desfavorável da Comissão res-ponsável pela aprovação do Institu-to.

Perante tanta hostilidade e duplici-dade, Dom Luigi Villa comunicou aMons. Bosio a sua intenção de se in-cardinar noutra diocese. O seu Bis-po responde, desgostoso: «Não, nãofaças isso!» Mas, esta duplicidade nomodo de agir, obrigou o tão pacientee bom Mons. Bosio a AGIR! «Basta– disse a Dom Luigi Villa – no fimde contas o teu Bispo sou eu. Se nãocompreendem a minha delicadeza ecaridade irei a Roma e de lá te es-crevo». Em 4 de Dezembro de 1965, Mons.Bosio escrevia a Dom Luigi Villa:

«Caríssimo Padre Villa, podes dizeràs tuas filhas que a Imaculada ou-viu as nossas e suas preces. Vistoque em Brescia nada chega ao fim,visitei o Cardeal Pietro Palazzini…»A carta terminava assim: «… não ten-do aqui, em Roma, o selo da Cúria,poderás igualmente celebrar a“fundação” no dia da Imaculada. O“Documento”, enviá-lo-ei quantoantes».Em 8 de Dezembro de 1965, Mons.Bosio enviou a Dom Luigi Villa o“Decreto” no qual se erigia canoni-camente o seu Instituto Obreiras deMaria Imaculada.Em 20 de Maio de 1967, a sede doInstituto foi transferida para a ci-dade, Rua Galileo, 121, Brescia, on-de ainda hoje se encontra.Mons. Giambattista Bosio faleceupouco dias depois, em 25 de Maio de1967.

Fotografia da sede do Instituo Obreiras de Maria Imaculada e da Editora Civiltà,na Via G. Galilei 121 – Brescia, que foi publicada durante anos em Chiesa viva.

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Dom Luigi Villa não tinha conheci-mento de nenhuma doença ou outroproblema de saúde que pudesse fazerpensar na morte iminente do seu Bis-po. Poucas semanas antes da sua mor-te, o próprio Mons. Bosio lhe tinhadito: «Quando me aposentar, vireiviver contigo, no teu Instituto». Aspróprias Irmãs do Instituto andavamalegres, ao pensarem que iam ter con-sigo um personagem tão famoso e im-portante.Quando morre Mons. Bosio, DomLuigi Villa encontrava-se no estran-geiro e, no seu regresso, dirigiu-seimediatamente a Chieti para orar noseu túmulo.

O novo Bispo de Chieti e, assim, su-perior directo de Dom Luigi Villa, foiMons. Loris Capovilla, homem quefora de confiança do Bispo de Pádua,Mons. Girolano Bortignon, um dospiores inimigos do Padre Pio, ex-se-cretário pessoal de João XXIII e ex-secretário pessoal de Paulo VI, de1963 a 1967.Dom Luigi teve uma conversa comele, na qual o Bispo, mais do que tra-tar da questão da sua incardinação,durante mais de uma hora tentou con-vencê-lo a não escrever mais artigoscontra o comunismo, pois que – di-zia – o comunismo soviético venceráe deverá chegar-se a um acordocom Moscovo! Com a morte deMons. Bosio, Dom Luigi Villa ficouentre a espada e a parede: de um lado,o ex-secretário pessoal de Paulo VI,Mons. Capovilla; do outro, o monti-niano Bispo de Brescia, Mons.Morstabilini. Mons. Capovilla desejava que DomLuigi Villa se incardinasse em Bres-cia, ao passo que Mons. Morstabiliniinsistia para que Dom Luigi Villa per-manecesse incardinado em Chieti econtinuasse a sua obra em Brescia, re-afirmando a sua confiança, estima ebenevolência e aconselhando-o a“deixar amadurecer os tempos”.

Em 4 de Fevereiro de 1968, Dom Lui-gi Villa escreve ao Vigário Geral deBrescia, Mons. Pietro Gazzoli, la-mentando-se da “pouca compre-ensão e integridade” e da duplicida-de de Mons. Morstabilini, enviandodois documentos que atestavam a suamá-fé:

1. Uma carta de Mons. Morstabilinia Mons. Bosio (escrita depois do De-creto de aprovação de Roma de 8 deDezembro de 1965), na qual se des-culpava por não lhe ter dado tal “De-creto”, sendo esta a sua intenção, eculpava a Comissão de Cúria de oter impedido.2. Outra carta de Mons. Morstabili-ni para um pároco de Bérgamo, na

Mons. Loris Capovilla, secretário pessoal deJoão XXIII e, a seguir, de Paulo VI até 1967,quando foi nomeado Bispo de Chieti, depoisda morte de Mons. Bosio, sendo deste modosuperior directo de Dom Luigi Villa.

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qual o Bispo afirmava exactamente ocontrário; embora reconhecendo queDom Luigi Villa recebera um Decre-to de aprovação do seu Instituto, dis-se que, se dependesse de si, tal Decre-to nunca lhe teria sido concedido.

Em 3 de Setembro de 1968, DomLuigi Villa recebeu um “ultimato”do Vigário Geral de Chieti, Mons. F.Marinis, pelo qual era intimado a in-cardinar-se em Brescia até ao fim doano.Em 15 de Dezembro de 1968, Dom

Luigi Villa escreve uma carta ao Car-deal Pietro Palazzini para o pôr aocorrente de todas estas manobras, quepretendiam “incardinar” o Institutoque tinha fundado havia pouco tempo.

Estes são alguns exemplos do modode agir dos “inimigos” de Dom Lui-gi Villa: inimigos que nunca o enfren-taram lealmente e em campo aberto,mas que agiram sempre pelas costas,com dubiez, atingindo-o por todos osmeios, incluso, como veremos, tenta-tiva de assassínio.

Início da “Via Sacra”

Os tempos de bom acolhimento nosambientes vaticanos, no último perío-do de Pio XXI, tinham-se desvaneci-do; agora, iniciavam-se os tempos deisolamento e de perseguição.

Atitude de Paulo VI que denota a sua incapacidade de ser contrariado.

O Angélico Santo Padre Pio XII.

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A quase predilecta ligação com PioXII, bruscamente, transformou-se empolítica letal: «ignorai-o e fazei-o ig-norar»!Eis dois factos que ilustram estes doisdiversos comportamentos.

Um dia, Dom Luigi Villa pediu e ob-teve rapidamente uma audiência como Santo Padre, o Angélico Pio XII.Esta teve lugar numa sala grandiosa,cheia de pessoas. Mandado chamarDom Luigi Villa e estando frente aoPapa, depois de breve troca de palav-ras, Pio XII tomou-lhe as mãos nassuas e abraçou-o diante de todos, co-mo a significar a sua predilecção poraquele Sacerdote ao qual, em segredo,tinha confiado um missão grave quenunca foi confiada a outro Sacerdote.

Pelo contrário, anos depois, como foidiferente o encontro de Dom LuigiVilla com Paulo VI.Em 14 de Junho de 1971, uma Reli-giosa do seu Instituto Obreiras deMaria Imaculada, Irmã NatalinaGhirardelli, foi recebida em audiên-cia privada por Paulo VI, o qualqueria agradecer-lhe o seu retratoque a Irmã-pintora tinha feito e fo-ra oferecido ao Papa, por ocasião do50º aniversário do seu Sacerdócio(1970).Dom Luigi Villa acompanhou a Ro-ma a Irmã Natalina na qualidade deseu Padre Superior.À entrada do salão de recepções, nomeio do qual se sentava o Papa, DomLuigi Villa notou que Paulo VI mi-rou a Irmã-pintora com olhar embe-vecido e continuou a mirá-la, apertan-do-lhe as mãos nas suas durante todoo tempo de audiência. Dom Luigi Vi-lla, ao lado da Irmã, não foi digno deum olhar de Paulo VI, nem por uminstante. Como Dom Luigi Villa fez ogesto de oferecer ao Papa alguns dosseus livros, Paulo VI, sempre sem oolhar, fez um gesto com a mão es-querda ao seu secretário, Mons. Pas-

quale Macchi, que se adiantou e to-mou os livros, sem que o Sacerdotepudesse dizer uma só palavra. No fim da audiência, Paulo VIabençoou a Irmã e ofereceu-lhe umTerço do Rosário, enquanto a DomLuigi Villa deu a bolsa do Rosário,sempre sem um olhar. E continuousem o olhar, nem mesmo quando,juntamente com a sua Irmã, se dirigiupara a saída.Naquela ocasião, Dom Luigi compre-endeu que aquele gesto de Paulo VIpara consigo, era como o sinal de iní-cio da sua “Via Sacra”. Como, defacto, aconteceu!

A Revista “Chiesa viva”

Para compreender o combate que Pa-dre Pio lhe cometera, Dom Luigi Vi-lla servia-se de uma Revista, livre depressões ou supressões eclesiásticas.

Retrato de Paulo VI, pintado pela Irmã Na-talina do Instituto Obreiras de Maria Imac-ulada, fundado por Dom Luigi Villa.

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Mons. Bosio sugeriu-lhe a inscriçãona Ordem dos Jornalistas e que fun-dasse uma revista sua pessoal, de mo-do que a Autoridade eclesiástica nãopudesse, de algum modo, provocar oseu encerramento. Dom Luigi Villa,então, inscreveu-se na Ordem Nacio-nal dos Jornalistas, com o cartão nº0055992. Naquele tempo, tinha já noseu activo uma trintena de publi-cações (teológicas, ascéticas, literá-rias, políticas), além de um milharde artigos já publicados em revistase jornais.Em 1971, Dom Luigi Villa fundou asua revista Chiesa viva, com corres-pondentes e colaboradores em todosos continentes. O primeiro númerosaiu com data de Setembro de 1971.Poucos meses depois, em 14 de De-zembro de 1971, em Viena, Dom Lui-gi teve um encontro pessoal com oCardeal Joseph Mindszenty, o qual,

após ser humilhado e degradado porPaulo VI, por não ter querido esten-der a mão ao comunismo, tinha saídode Roma. O Cardeal leu o primeironúmero de Chiesa viva e ficou tãoentusiasmado que assinou a cópia quelera e, no fim do encontro, depois deduas horas e meia da sua apaixonadae esclarecedora conversa, disse a DomLuigi Villa: «Creia: Paulo VI entre-gou ao comunismo países Cristãocompletos!»

Em 24 de Setembro de 1971, o Mes-saggero Abruzzo continha um artigocom o título O Arcebispo (Capovilla)vai para a Reforma. Tinham desapa-recido cerca de cem milhões de lirasda caixa da Diocese e Mons. Capovi-lla insinuara publicamente que aculpa era atribuída ao Bispo ante-rior, Mons. Giambattista Bosio.Então, o Prefeito e o Chefe dos Ca-rabineiros comunicaram a Paulo VIque, se no prazo de três dias Mons.Capovilla não fosse removido da Dio-

Cardeal Mártir Joseph Midszenty, degradadopor Paulo VI, porque não quis estender a mãoao Comunismo, abandonou Roma por Viena,onde teve um encontro com Dom Luigi Villa.

O primeiro número de Chiesa viva, de Setem-bro de 1971, lido e assinado, para aprovação,pelo Cardeal Joseph Midszenty.

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cese de Chieti, seria incriminado e le-vado para a prisão. Assim, Mons. Ca-povilla foi transferido para Loreto.

Mas a guerra a Dom Luigi Villa con-tinuava.Foi o Pro-secretário de Estado de Pau-lo VI, o mação Mons. Giovanni Be-nelli, que cunhou oficialmente a novaestratégia de guerra contra Dom Lui-gi Villa.Nas reuniões com os seus colaborado-res, falando de Dom Luigi, Benelli di-zia: «É preciso calar aquele Dom Vi-lla»! Mas, quando alguém objectava:«Eminência, é preciso demonstrarque está errado», o Cardeal, irritado,respondia: «Então, ignorai-o e fazei-o ignorar!»

Mas isto não bastava; a voz de DomLuigi Villa era a sua Revista Chiesaviva e esta “voz” tinha de ser reduzi-da ao silêncio.Se a Revista não foi atacada imediatae frontalmente, tal se deve ao facto deque o Subdirector de Chiesa viva erao famoso filósofo alemão e judeu con-vertido, Prof. Dietrich von Hilde-brand, que Paulo VI conhecia bem e,por isso, temia.Então, começou-se pelos colaborado-res teólogos que Dom Luigi Villa tin-ha já em actividade na Chiesa viva.Mons. Benelli escreve uma carta a ca-da um deles para que cessassem a co-laboração com Dom Luigi, o qualsoube desta intervenção da Santa Séapenas porque um dos seus colabora-dores o informou desta ordem recebi-da do alto.Deste modo se fez terra queimada emtorno de Chiesa viva!Os inimigos de Dom Luigi Villa, coma cumplicidade daquele clero que pre-feria a vida tranquila ao incómodo denão se vergar à “linha de pensamen-to” que era sugerido ou imposta doalto, iniciaram outra estratégia: a ca-lúnia.Foi assim que Dom Luigi Villa se

tornou “patife”, “doido”, “fascista”,“anti-semita”, “fora da Igreja”, “heré-tico”, “sacerdote de exasperantetendência conservadora e pré-conci-liar”, “dilacerador da Caridade queabre caminho à difamação”, “impantede orgulhosa suposição no sentir-sedetentor da verdade”… e, mais recen-temente, “autor de escritos infaman-tes” e “digno de procedimentos puni-tivo”; procedimento este que, todavia,“não foi realizado só para não humil-har um padre mais que nonagenário”.Porém, Chiesa viva continuava a vi-ver! Então, para o desmoralizar, inven-taram os telefonemas em plena noite,com insultos, calúnias, imprecações,ameaças! Durante muito tempo!

Dietrich von Hildebrand, nascido em Flo-rença, em 1889 e licenciado em Filosofia em1912, converteu-se ao Catolicismo em 1914.Foi professor universitário na Alemanha, Áus-tria, Suíça, França e Estados Unidos. Aceitou ocargo de Vice-director de Chiesa viva, desde1971 até à sua morte, em 25 de Janeiro de 1977.

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Tentativas de assassínio

Mas, para calar um Sacerdote comoDom Luigi Villa, existia um únicométodo seguro: eliminação física. Defacto, a sua vida foi constelada comsete tentativas de assassínio.Cito três, brevemente:

1ª Dom Luigi Villa estava regressan-do de Roma a Brescia de automóvel.Pouco antes de Arezo, a estrada, dolado direito, apresenta um despenha-deiro de pelo menos 100 metros.Lembra-se de, naquele troço, ser se-guido por um automóvel que, poucodepois, se colocou a seu lado, obri-gando-o, pouco a pouco, a ir para aborda da estrada. Que fazer? DomLuigi Villa viu, naquele momento, anorte à sua frente. Mas, nesse mo-mento, apareceu um automóvel daPolícia. Dom Luigi Villa accionou abuzina para lhe chamar a atenção, maso carro que o flanqueava acelerou edesapareceu.

O Senhor salvara-o da morte cer-ta!... Depois, Dom Luigi Villa contou-o ao Cardeal Palazzini, na presençado Professor Luigi Gedda, o qual ex-clamou: «Mas, então, estamos emguerra!»

2ª Dom Luigi Villa estava indo, de au-tomóvel, para casa de um sacerdoteamigo, Dom Berni, Pároco de Cor-lanzone, perto de Lonigo (Vicenza).Saiu da portagem da auto-estrada e di-rigia-se para a estrada estatal que o le-varia ao destino. Imprevistamente,bloquearam-se-lhe mãos e pernas esentiu-se paralizado. Quem lhe tinhaministrado um narcótico? Numa curva da estrada, Dom LuigiVilla, de olhos abertos, vê o automó-vel ir direita um prado que ladeavaum canal de seis ou sete metros delargura e de dois metros de profundi-dade, com água e muito lodo. Via tu-do como num sonho, sem poder rea-gir. Os seus movimentos estavam pa-ralisados. O seu automóvel continua-va em movimento, encontrando-se a

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poucos metros do canal… mas, a pou-cos centímetros da sua orla, subita-mente, o motor pára. Foi um grandemilagre! Poucos segundos mais e te-ria caído no canal e desaparecido nofundo, com o automóvel a servir decaixão. Com a repentina paragem doautomóvel, Dom Luigi Villa teve co-mo um despertar e conseguiu sair.Viu-se rodeado por bastante gente eum Bombeiro propõe levá-lo ao hos-pital. Dom Luigi Villa recusou, entrouno automóvel e partiu.

3ª Alguns meses depois, Dom LuigiVilla visitou um Sacerdote seu “ami-go” e, após o almoço, terminado comum café, regressou a casa. Porém, du-rante a viagem começou a sentir-semal; chegou a casa em tais condiçõesde saúde que o seu médico foi chama-do. Diagnóstico: envenenamento. Omédico disse-lhe: «deram-lhe caféenvenenado?» De qualquer modo,

em alguns dias o médico conseguiufazer Dom Luigi Villa sair do perigode morte.

Após alguns anos, Dom Luigi Villa,acompanhado por um conhecido mui-to influente e profundo conhecedor doproblema da infiltração maçónica naIgreja, assistia a um colóquio sobre aquestão da Lista Pecorelli, que forapublicada em Chiesa viva alguns me-ses antes do tentado envenenamento.Um deles recordou as palavras doCardeal Silvio Oddi a propósito des-sa Lista. O Cardeal dissera: «É uma

Cardeal Agostino Casaroli, presente na“Lista Pecorelli”, com data de inscrição de28/9/1957, Número de matrícula 41/076 epseudónimo CASA. Sob Paulo VI, o CardealCasaroli foi Ministro dos Negócios Es-trangeiros e principal propugnador da políticamontiniana de abertura ao Comunismo, dita“Ostpolitik”. João Paulo II promoveu-o aocargo de Secretário de Estado.

Capa da revista “OP”, saída em 12 de Setem-bro de 1978, que apresentava a “ListaPecorelli” com o nome de 121 altos Prelados.

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Capa da revista Chiesa viva, Nº 231, de Julho-Agosto de 1992, que publicava a “Lista Pecorel-li” com uma apresentação do Magistrado Carlo Alberto Agnoli. Na apresentação, após ter ev-idenciado a credibilidade desta “Lista”, Agnoli escreve:«… Padre Esposito informa que, entre os protagonistas dos diálogos bilaterais entre represen-tantes da Igreja e da Maçonaria, havidos entre 1966 e 1977, estava o salesiano Dom VincenzoMiano, Secretário do “Secretariado para os não-crentes” e autor de um livro intitulado “IlSegretariato per i non credenti e la Massoneria”. Padre Esposito refere que Dom VincenzoMiano participou em todos os ditos diálogos, “ilustrando a posição amadurecida na SagradaCongregação para a Doutrina da Fé e do próprio Paulo VI, que seguia e encorajava estesencontros”.»

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Página da revista “OP” que publicava a primeira parte da “Lista Pecorelli”.

Apesar da publicação destas “Lista” em 1978, João Paulo II fez Cardeais a Mons. FiorenzoAngeli e Mons. Virgilio Noé, que figuram nesse documento.

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Página da revista “OP” que publicava a segunda parte da “Lista Pecorelli”.

Em 1992, esta “Lista” voltou à ribalta da crónica judiciária devido ao crack do Banco Am-brosiano, com os pesados comprometimentos da Loja P2 de Gelli, Sindona, Calvi e Ortolani.

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lista parcial». Outro respondeu: «ALista Pecorelli é a lista de todos oshomens do Cardeal Agostino Casa-rolli», acrescentando: «Casarolli é ochefe de quatro Lojas Maçónicas noVaticano». Depois, uma frase fez-mecompreender o verdadeiro significadoda publicação daquela Lista pelo ad-vogado Mino Pecorelli, membro daLoja P 2 e Director da Revista OP(Osservatore Politico), que a publica-ra em 12 de Setembro de 1978.Um dos dois interlocutores disse: «ALista Pecorelli foi publicada pelaprópria Maçonaria para bloquear aascensão do Cardeal Agostino Casa-rolli ao Papado».De facto, o discurso continuou com aalegação de que o Cardeal Casarolliera tão poderoso no Vaticano que só aMaçonaria teria podido bloqueá-lo deser escolhido como Papa.

Benelli, Casaroli, Ruini

Mons. Giovanni Benelli foi, primeiro,Pró-secretário de Estado, depois, em1977, Bispo de Florença e, repentina-mente, feito Cardeal. Após a morte dePaulo VI, tinha tentado ser eleito Pa-pa, mas foi eleito o Cardeal Siri, oqual, devido às terríveis ameaças fei-tas pelo mesmo Cardeal Benelli, de-sistiu. E assim, como solução de com-promisso, foi eleito o Cardeal Lucia-ni, com o nome de João Paulo I.Mas, 33 dias depois, João Paulo I foimorto.Foi mesmo Dom Luigi Villa a pedirao Cardeal Palazzini que se fizesse

Quando, durante o Pontificado de João PauloII, Chiesa viva denunciou a filiação doCardeal Casaroli na Maçonaria, o Papa JoãoPaulo II, a quem foi apresentada a prova, re-spondeu: «Já sei, já sei, mas não sei quemhei-de pôr no seu lugar!»

João Paulo I foi assassinado após 33 dias doseu Pontificado. Foi Dom Luigi Villa quepediu ao Cardeal Palazzini três autópsias,chamadas “visitas médicas” e que terminaramcom o veredicto “assassinado”!

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a autópsia ao Papa e, para ser maisconvincente, juntando os jornais deRoma, ventilou a dúvida sobre o as-sassínio. O Cardeal Palazzini, então,mandou fazer três autópsias, que fo-ram designadas “visitas médicas”.Resultado de todas foi: “Assassina-to”!A publicação da Lista Pecorelli trun-cou a candidatura do Cardeal Casa-rolli; e, depois de outro encontro en-tre Benelli e Siri, após a morte de Lu-ciani, foi eleito o Cardeal KarolWoytjla, o verdadeiro predestinadoe predilecto da Maçonaria.Com a morte do Cardeal GiovanniBenelli, em 1982, o homem mais po-deroso no Vaticano era o CardealAgostino Casarolli.

Mas, Chiesa viva dispunha ainda deválidos e corajosos colaboradores; defacto, ao lado daqueles que abandona-vam a batalha, havia ainda personali-dades que, apesar da sua posição noVaticano, se declaravam abertamentecolaboradores da revista e defensoresde Dom Luigi Villa.Um deles foi Mons. Nicolino Sarale,que trabalhou na Secretaria de Estadode 1978 a 1995, ano da sua morte. Mons. Sarale escreveu para Chiesaviva livros e quatro ciclos completosde Homilias para Sacerdotes e, nos úl-timos anos da sua vida, mantinha a ru-brica Osservatorio Romano, na qualdenunciava a crescente crise internada Igreja.Mons. Sarale não era apenas colabo-rador, mas a “sentinela” de DomLuigi Villa na Secretaria de Estadoe escreveu longas cartas sobre asquestões mais delicadas e escaldantesda Igreja. Era um homem límpido ecorajoso: todos os meses recebia 50exemplares de Chiesa viva, que dis-tribuía até na Secretaria de Estado.Tinha a coragem de defender DomLuigi Villa perante os outros prela-dos e mesmo perante o Papa.Alguns anos após a morte deste esti-

madíssimo amigo de Dom Luigi, jun-tando várias frases ditas pelo Padre eoutros artigos lidos nos jornais, conse-gui ter uma ideia sobre a estranhamorte de Mons. Sarale, que foi em27 de Setembro de 1995.

Um dia, Dom Luigi Villa contou-meuma sua visita a Mons. Sarale, oqual, falando da sua saúde, mencio-nou uma doença nos joelhos e certasinjecções que o médico lhe dava na-quelas partes do corpo. Dom Luigiobteve a embalagem das injecções emostrou-a ao seu médico, o qual, de-pois de ter associado a doença deMonsenhor às injecções que lhe da-vam, exclamou: «Mas, estas in-jecções provocam o cancro!»

Mons. Nicolino Sarale, da Secretaria de Esta-do, era o amigo mais fiel de Dom Luigi Vil-la e a sua “sentinela” no Vaticano. Morreu demodo estranho, em 27 de Setembro de 1995.

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Efectivamente, Mons. Sarale morreuna sequência de uma cirurgia necessá-ria para o salvar de um cancro, que sedesenvolveu no estomago com rapi-dez impressionante.Após a morte de Mons. Sarale, osjornais desenvolveram o escândalo domédico de João Paulo II, o qual – di-zia-se – chegara àquela posição semnenhum concurso e que, depois doescândalo, desapareceu. Seria aqueleo mesmo médico que dera as in-jecções nos joelhos de Mons. Nicoli-no Sarale?

Os anos de 1990, viram, no Vaticano,a saída do Cardeal Agostino Casaro-lli da Secretaria de Estado, o declíniodo Cardeal Ugo Poletti, Presidenteda Conferência Episcopal Italiana(CEI) e Vigário de Sua Santidade, e asimultânea ascensão de Mons. Cami-llo Ruini.Os cardeais Casarolli e Poletti, am-bos mações, figuram na Lista Peco-relli com data da iniciação, número dematrícula e pseudónimo.O Cardeal Casarolli era o delfim dapolítica filo-comunista de Paulo VI,designada “Ostpolitik” e, dado o seucargo de Secretário de Estado era, aolado de João Paulo II, o homem maispoderoso do Vaticano e tinha, comoimediato, o Cardeal Ugo Poletti, oqual tivera uma carreira fulminantesob Paulo VI, por uma razão muitoparticular.Logo que tomou posse como Arcebis-po de Milão, Mons. Montini tomou adecisão de encerrar e transferir IlPopolo d’Italia, jornal bem consoli-dado e publicado na Diocese de No-vara. O Arcebispo de Novara, Mons.Gilla Vincenzo Gremigni, protestou,porque tal não pertencia à jurisdiçãodo Arcebispo Montini. Em 1 de Janei-ro de 1963, seis meses antes da suaeleição ao Papado, Montini enviouao Arcebispo de Novara uma cartacom tal conteúdo que, ao lê-la, Gre-migni teve um ataque cardíaco e

morreu. A carta foi encontrada peloseu Bispo Auxiliar, Mons. Ugo Polet-ti, o qual a guardou para si.Quando Montini se torna Papa, o fan-tasma do Arcebispo Gremigni segue-o, na pessoa de Mons. Poletti.

Em 1967, a Imprensa italiana recebe ainformação de que a morte do Arce-bispo Gremigni tinha algo a ver como novo Papa. Repentinamente, Poletti teve uma sé-rie de miraculosas promoções orde-nadas por Paulo VI: Bispo de Spo-leto (1967), Vice-regente de Roma,isto é, o mais estreito colaborador doCardeal Angelo Dell’Acqua (Secre-tário de Estado e Vigário do Papa)

Mons. Ugo Poletti, Vigário Geral do Bispo deNovara, Mons. Gremigni, iniciou em 1967uma estranha e vertiginosa carreira, ligada àmorte do seu Bispo, provocada por Mons.Montini, Arcebispo de Milão.

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(1969), Cardeal (1973), Vigário doPapa (1973), Presidente da CEI(1985).Já em 1986, Mons. Camillo Ruini setinha tornado pupilo do Cardeal Po-letti, como seu secretário na CEI,mas, poucos anos depois, em 1991,Mons. Ruini foi projectado para o to-po do poder vaticano; foi nomeado,em rápida sucessão, Cardeal, Vigáriodo Papa e Presidente da CEI, man-tendo os últimos dois títulos por mui-tos e, talvez, demasiados anos.Em 1991, o Cardeal Camillo Ruinitornara-se o homem mais poderoso doVaticano.No mesmo ano de 1991, Dom LuigiVilla iniciou a publicação, em Chiesaviva, de uma longa série de artigossobre o Movimento Neo-catecume-nal, no fim da qual, em 13 de Maio de2000, os artigos foram publicados emlivro, sob o título Eresie nella dottri-na neo-catecumenale, denunciando18 heresias deste Movimento, dirigi-do por Francesco Argüello, dito “Ki-

ko” e pela sua associada, ex-freira, denome Carmen Hernandez.Decerto que estes ataques não agrada-ram ao Cardeal Ruini, dado que esteera o próprio protector oficial doMovimento herético.

Mais ameaças de morte… e um “processo”

No número 248 de Chiesa viva, deFevereiro de 1994, Dom Luigi Villapublicou um artigo sob o título“P.D.S. scopriamo le carte!”, doqual fui co-autor. Era um ataque aocomunismo e uma denúncia da suaorigem maçónica, ou melhor, demons-trava que o comunismo não passa deuma versão política do programasecreto da satânica Ordem dos Ilu-minados da Baviera para aniquilara Igreja Católica e a CivilizaçãoCristã.Dom Luigi Villa quis fazer deste arti-

Em 1991, Mons. Camillo Ruini torna-se “Vigário de Sua Santidade”, “Cardeal” e “Presidente da CEI”. Assim, é o homem mais poderoso do Vaticano!

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go folhetos para distribuir nas cidadesde Itália. E assim foi feito.Em 26 de Fevereiro de 1994, fez-se adistribuição na cidade de Ivrea, noPiemonte. O problema foi que, no tex-to, estavam mencionados dados daLista Pecorelli, como a pertença àMaçonaria de alguns Prelados, entreos quais figurava o Bispo de Ivrea,Mons. Luigi Bettazzi. Furioso com adistribuição de prospectos na sua dio-cese, Mons. Bettazi declarou aos jor-nais que iria demandar na justiça osdois autores do folheto. Depois, mu-dou de ideias e processou apenasDom Luigi Villa.Brescia foi o fermento. Muitos Padrespensaram que, finalmente, era chega-da a hora de mandar calar aqueleDom Luigi Villa que, além de “insul-tar” Bispos como Bettazi nas recen-tes edições de Chiesa viva nºs 246 e247, tinha ainda publicado um artigofortemente crítico sobre a entrevistado Arcebispo de Milão, CardealCarlo Maria Martini, publicada pelo

The Sunday Times, de 26 de Abril de1993.Muitos estavam ansiosos e esperandoo momento em que, finalmente, seriafeita “justiça”!A data do julgamento foi marcada pa-ra 31 de Janeiro de 1995, no Tribunalde Brescia.Como se isto não bastasse, em Chiesaviva 254 e 255, de Setembro e Outu-bro de 1994, Dom Luigi Villa publi-cou outro artigo crítico sobre uma no-va entrevista do Carlo Maria Marti-ni a Le Monde e publicada em 4 deJaneiro de 1995.Em Brescia, a atmosfera fervia e fer-mentava. O próprio Mons. Bettazzisoprava o fogo e, com data de 30 deNovembro de 1994, escrevia a DomLuigi Villa uma carta em tom duro,na qual, entre outras coisas, exigiauma “uma necessária e justa indem-nização para reparação de danos” eafirmava estar entristecido por “conti-nuar um contencioso desagradá-vel”…

Após a distribuição de folhetos na Diocese de Ivrea, sobre o assunto “PDS: scopriamo le carte”,Mons. Luigi Bettazzi querelou Dom Luigi Villa e desencadeou um “processo-farsa” queacabou em nada. Porquê?

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Chega o fatídico dia de 31 de Janeiro,mas nada acontece! Os padres deBrescia não conseguiam compreendercomo um processo tão ansiado e dadocomo triunfante nos jornais pudesseter uma saída tão imprevisível e desa-pontadora. Todavia, lembro-me que, pelo fim doano de 1994, Dom Luigi Villa me pe-diu para dactilografar uma carta diri-gida ao Secretário de Estado, Carde-al Angelo Sodano, na qual dizia quenão tinha nenhuma intenção de sedeixar “suicidar” e que teria umalista com os nomes de todos os Car-deais…Inesperadamente, pouco depois, o ad-vogado de Dom Luigi foi contactadopelo advogado de Mons. Bettazzi,porque o Bispo de Ivrea desejava ar-

dentemente ser recebido por DomLuigi Villa.O encontro aconteceu em 1 de Janeiroe, logo que entrou no gabinete deDom Luigi, Mons. Bettazzi pede-lheque consinta na retirada da queixa.A conversa durou mais de uma hora…A seguir, em carta datada de 9 de Ja-neiro de 1995, Mons. Bettazzi agra-decia a Dom Luigi Villa tê-lo recebi-do e dizia “ter-se dado conta da suaboa-fé”, acrescentando a frase «…creio conveniente fazer aquilo queteria querido fazer logo, isto é, reti-rar a queixa…» e terminava a cartacom as palavras: «E… até ao Paraíso,onde poderá finalmente verificar que,entre as minhas culpas, não existenenhuma de ter aderido à maçonaria».Mas, Dom Luigi Villa não estava ain-da no Paraíso e, assim, em 28 deMarço de 1995, escreve uma carta aoSecretário de Estado, Cardeal AngeloSodano, na qual pedia a remoção deMons. Bettazzi da Diocese de Ivrea,listando 11 graves motivos, juntandoprovas da pertença do Bispo à Maço-naria e demonstrando que o obra de

Capa do caderno “PDS: scopriamo lecarte!”, que foi distribuído em muitas

cidades do Norte de Itália.

Cardeal Carlo Maria Martini, Arcebispo de Milão.

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Mons. Bettazzi, como Presidente dePax Christi International, estava di-rigida à realização daquele planosatânico que hoje se chama “NewAge”, que prevê a destruição da Igre-ja Católica e da Civilização Cristã.Sempre me perguntei se este proces-so-farsa de Mons. Bettazzi tinha al-go a ver com os artigos publicadospor Dom Luigi Villa sobre a entrevis-ta do Cardeal Martini, mas o únicoelemento de que me recordo é que,um dia, Dom Luigi Villa me mostrouum livro no qual estava escrito que, seo Cardeal Martini se tornasse Papa,o seu Secretário de Estado, com todaa probabilidade, teria sido Mons. Lui-gi Bettazzi.

Depois disso, durante meses, distri-buíram-se folhetos nas cidades, com ocaderno “P.D.S. scopriamo le car-te!”, mas o resultado foi ainda recebermais ameaças de morte.A mim, chegou um postal no qual es-tava uma estrela de 5 pontas e umaameaça de morte; o postal foi seguidopor mais ameaças que chegaram portelefone e fax.

Naquele período, na revista Chiesaviva seguiram-se, aos artigos sobre aentrevista do Cardeal Martini aoThe Sunday Times e ao Le Monde,outros sobre o mesmo assunto, comampla distribuição.Em Janeiro de 1996, saiu outro artigocrítico sobre o livro do Cardeal Mar-tini, Israele radice santa, no qual oCardeal encoraja os Católicos a ler oTalmude.

Em 19 de Dezembro de 1998, o idosoBispo Mons. Bruno Foresti foi subs-tituído por Mons. Giulio Sanguineti,que foi Bispo de La Spezia-Sarzanae, anteriormente, de Savona.Mons. Sanguineti, quando aindamuito jovem, foi nomeado VigárioGeral do seu Bispo de Chiavari,Mons. Luigi Marvena, cujo nome

aparece na Lista Pecorelli, com a da-ta da iniciação em 3/6/1968, númerode matrícula 441/c, pseudónimo LU-MA.

Em 6 de Fevereiro de 2000, DomLuigi Villa publicou o livro Si spieg-hi Eminenza!, que metia em apertoso Arcebispo de Milão, CardealMartini, o qual, para aparar o golpe,envolveu-se com o Bispo de Brescia,Mons. Sanguineti, numa atabalhoadatentativa de defesa. O Bispo escreveuuma carta pessoal, datada de 7 deMarço de 2000, ao Cardeal, contraDom Luigi Villa.Sem provar que existisse o mínimoerro no livro, a carta denegria DomLuigi Villa pelos seus escritos sobrePaulo VI e usava frases genéricas eofensivas, como: “campanha difa-madora”, “interpretações radicali-zadas de sentido único”, “procedi-mentos nada civis”, “laceração da

O “ruiniano” Mons. Giulio Sanguineti, Bispo de Brescia entre 1998 e 2007.

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caridade”, “exasperante tendênciaconservadora e pré-conciliar”… Nofinal, Mons. Sanguineti prometia aoCardeal: «... empenhamo-nos em re-frear o mais possível e em combatercom os meios consentidos estetransbordamento de orgulhosa su-posição e no sentir-se detentor daverdade».Nunca soubemos se a carta devia per-manecer reservada. O Cardeal publi-cou-a no Boletim Eclesial, tornando-a, desse modo, do domínio público edo clero milanês.Então, Mons. Sanguineti pede umencontro pessoal com Dom LuigiVilla. Durante este encontro, pois queno argumento da infiltração maçónicana Igreja houve uma referência aoBispo, Mons. Sanguineti disparou:«Mas acredita que eu seja mação?»

«Sim, certamente», respondeu DomLuigi Villa, apresentando-lhe o factode que ele fora Vigário Geral doBispo mação Mons. Maverna (quefoi cassado da sua diocese por inter-venção de Dom Luigi Villa), e tam-bém o facto de o ter sabido de umafonte autorizada do campo maçóni-co. O Bispo não reagiu, mas foi paraoutro aposento para acalmar a ira, vol-tando, depois, recomposto.Seja como for, Dom Luigi Villa rece-beu uma cópia da carta, escrita peloBispo, da mão de um licenciado deMilão, que o informou ainda sobre avasta difusão do livro na diocese.Esta carta mereceu a devida resposta,juntando quatro artigos de Dom LuigiVilla sobre um notável jesuíta, umfamoso advogado de Direito Inter-nacional e um Procurador-Geraljunto do Tribunal de Apelação. Aresposta, publicada em Chiesa viva,foi impressa também como caderno.

Capa do livro “Si spieghi Eminenza!”, publicado em 2000.

Capa do caderno “Risposta ad una letteradel Vescovo di Brescia”, de 2000.

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cismo secreto de Kiko, constituídopor 373 páginas.Mons. Sanguineti, depois, cumpriuoutras tarefas “itinerantes”, que o le-varam às terras da América do Sul.Mons. Sanguineti, na Diocese deBrescia, será recordado ainda por ou-tra obra. Três semanas antes de sersubstituído como Bispo de Brescia,

em 23 de Setembro de 2007, consa-grou a primeira igreja do terceiromilénio na diocese. A igreja, que re-sultou num templo maçónico-satâni-co, surge num local encantador, no so-pé da colina de Padergnone, lugar deRodengo Saiano e é notável pela es-tranha forma espiral do muro exteriorde pedra que a circunscreve.

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Enfim, o golpe de graça não podia jáser atrasado. Em Outubro de 2000,Dom Luigi Villa enviou aos respon-sáveis da Igreja e da Companhia deJesus um envelope com documentosrespeitantes ao Cardeal Carlo Ma-ria Martini, cuja gravidade era de pôrfim à carreira do Cardeal em Milão.Os documentos eram acompanhadospor uma carta, assinada por Dom Lui-gi Villa e por este autor, pela qual seavisavam os destinatários que, se su-cedesse algo à família de quem deratestemunho e fornecera documentosou à minha família, o conteúdo do en-velope, já em mão de dezenas de pes-soas fiéis, seria entregue à Magistratu-ra e aos Carabineiros, e o primeiro aser indagado teria sido o CardealCarlo Maria Marini.

***

Naquele período, Mons. Sanguinetinão só se mostrou condescendentenos confrontos com o Cardeal Mar-tini, mas também nos confrontos como seu “Chefe responsável”, CardealCamillo Ruini.Muitos foram os artigos escritos emChiesa viva contra o Movimento he-rético neo-catecumenal, cujo protec-tor oficial era ele mesmo, CardealCamillo Ruini, o homem mais pode-roso do Vaticano.Apenas transcorrido um ano comoBispo de Brescia, Mons. Sanguinetiteve um encontro oficial, em 19 deDezembro de 1999, no Palácio doDesporto de San Filippo, na cidadede Brescia, com a comunidade neo-catecumenal das Dioceses da Lom-bardia, de Verona, Piacenza e Fi-denza, no qual teceu palavras de en-corajamento a este movimento heréti-co.Poucos meses depois, em 13 de Maiode 2000, Dom Luigi Villa publicouum livro intitulado ERESIE nelladottrina neo-catecumenale, conten-do as 18 principais heresias do cate-

Capa do livro “ERESIE nella dottrina neo-catecumenale”, no qual são denunciadas 18heresias deste movimento herético, cujo pro-tector oficial é o Cardeal Camillo Ruini!

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Paulo VI beato?

A Maçonaria queria o seu homemPaulo VI nos altares, e isto entrava noplano de colocar nos altares os doisPapas João XXIII e Paulo VI, a fimde que resultasse evidente a “sobre-naturalidade” do Vaticano II.

Foi no decorrer da XXXV Assembleiados Bispos italianos que o CardealRuini, perante o Papa e os Bispos,anunciou a decisão de apresentar a“causa de beatificação” de PauloVI.Em 13 de Maio de 1992, o CardealRuini, Presidente da CEI e Vigário doPapa para a cidade de Roma, emitiuem édito no qual se lê: «Convidamostodos os fiéis a comunicar directa-mente ou a fazer chegar ao tribunaldiocesano do Vicariato de Roma to-das as “notícias” das quais se possa,

de algum modo, arguir contra a fa-ma de santidade do dito “Servo deDeus”.»Mas, Dom Luigi Villa queria esclare-cimentos. Em 25 de Maio de 1992, te-lefonou a Mons. Nicolino Sarale, naSecretaria de Estado, amigo e fielcolaborador de Chiesa viva, pedindoinformações sobre a decisão do Car-deal Ruini de abrir a “causa de beati-ficação” de Paulo VI.Pois bem, Mons. Sarale disse a DomLuigi Villa que a decisão fora um“golpe de força” da parte do Car-deal Ruini, porque a maioria doepiscopado italiano não a queria!A “causa de beatificação” prosseguiuaté ao ano de 1997.Dom Luigi Villa tinha conhecimentodo facto de o Cardeal Pietro Palazzi-ni ter enviado ao Postulador da“causa de beatificação” uma carta,na qual indicava três nomes dos úl-timos amantes homossexuais dePaulo VI.

Em 1992, o Cardeal Camillo Ruini, num“golpe de força” contra a maior parte doEpiscopado italiano, anunciou a introdução da“causa da beatificação” de Paulo VI.

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E o Cardeal Palazzini era uma au-toridade neste campo, porque deten-tor de duas pastas de documentos quedemonstravam, de modo inequívo-co, o vício impuro e contra naturade Paulo VI.Então, Dom Luigi Villa escreve umacarta ao Postulador da causa, refe-rindo tudo quanto lhe transmitira oCardeal Palazzini.

O livro Paolo VI beato? Sai em Fe-vereiro de 1998 e prezo-me de ter or-ganizado a expedição das primeiras5.000 cópias.Papa, Cardeais, Bispos e milhares desacerdotes italianos receberam, emdevido tempo, um exemplar deste liv-ro.De Roma, alguém referiu que o Vigá-rio do Papa, Cardeal Ruini, se enfu-recera e procurava saber quem finan-ciara Dom Luigi Villa na impressãode todos aqueles livros e no envio,gratuito, a milhares de membros doclero italiano. Quando mencionei estetelefonema, Dom Luigi Villa, sorrin-do, disse: «É preciso responder ao Vi-gário de Sua Santidade que os finan-ciadores são três Pesssoas e os nomessão: Pai, Filho e Espírito Santo».As reacções ao livro foram violentase, dado que era o remetente, tive aminha parte desta reacção irracional efuribunda.Até recebemos, devolvidas, diversascópias do livro com as páginas todasrasgadas e contendo frases e insultos,escritos com marcador preto, de fazerempalidecer mesmo os ímpios maiscalejados. Conservei alguns destesexemplares, mas os mais vulgares,Dom Luigi Villa decidiu destruí-los.A Diocese de Brescia estava em alvo-roço. O Bispo, Mons. Bruno Foresti,prometeu ao clero bresciano que seriaescrito um livro para refutar o deDom Luigi Villa.Depois de doze anos daquela promes-sa, ainda nada se vê no horizonte! Abatalha leal e em campo aberto parece

não ser um modo conveniente decombater um Sacerdote como DomLuigi Villa!

O resultado do livro foi evidente: blo-queou a “causa de beatificação” dePaulo VI. Ninguém apareceu a refu-tar a avalanche de “factos”, “ci-tações”, “documentos” e “fotogra-fias” apresentados no livro, que jus-

tiçava um Papa que tinha perjurado,em acções do seu Pontificado, o con-trário de quanto tinha prometido fazer,em solene juramento, no dia da suacoroação.

O montiniano Mons. Bruno Foresti, Bispo de Brescia, entre 1983 e 1998.

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O livro “Paulo VI beato?” foi consequência da rejeição, por parte do Postulador da “causa de beatificação” de Paulo VI, de tomar na devida consideração

o “facto” do vício impuro e contra-natura de Paulo VI.

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João Paulo II em Brescia

Mas havia quem não aceitasse a capi-tulação!A única solução, sem entrar no méritodos argumentados sustentados porDom Luigi Villa, era lançar em cam-po todo o peso da Autoridade Pa-pal! Só uma visita do Papa a Bresciapoderia resolver a sorte da “causa dabeatificação” de Paulo VI. E, assim,foi anunciada a visita a Brescia deJoão Paulo II, nos dias 19-20 de Se-tembro de 1998. A ocasião era a datada beatificação do bresciano Giusep-pe Tovini, à qual estava disfarçada-mente associada a “causa da beatifi-cação” de Paulo VI.Mas, Dom Luigi Villa não perde oânimo e, em 15 de Agosto de 1998,escreve uma longa carta ao Secretáriode Estado, Cardeal Angelo Sodano,na qual pedia explicitamente paraque fosse anulada a visita do Papa aBrescia. A razão era a difusão atingi-da pelo livro Paolo VI beato? e ascartas entusiásticas que lhe eram en-viadas por personalidades influentesdo mundo da magistratura e da cultu-ra. Mas, a razão mais grave, era o da-no que a Igreja teria sofrido de umaatitude papal hostil, desacautelada dosfactos inquietantes e da crua realidaderelatada e demonstrada no livro deDom Luigi Villa.Na carta, Dom Luigi Villa reconheciao tom forte do seu livro e a dificulda-de de um clero não habituado a essalinguagem, mas declarava que esta erasó a “violência do amor” pela Igre-ja e que esta “violência” era um de-ver quando estavam em jogo os al-tíssimos valores da Fé: «Quem amaverdadeiramente a Igreja não podedeixar de levantar a voz quando a vêem decomposição. Pelo contrário, se-ria velhacaria preferir o silêncio aoprotesto! Como é velhacaria a falta decoragem e de sensibilidade em nãoapoiar os que combatem, na primeira

linha, a Boa Batalha pela Fé!«Por isso, o meu livro é desaconselhá-vel aos que têm pouco amor à Verda-de, a quem está inquinado de superfi-cialidade, a quem se ilude ao conten-tar-se por detrás do pára-vento de umequívoco “Queremo-vos bem!”«Do meu lado, por conseguinte, só a“coragem” de quem se sabe livre (Averdade vos libertará, Jo. 8, 32) porser verdadeiramente responsável. De-certo, hoje a coragem é um trabalhoduro! Todavia, é essencial, até um ris-co que se deve correr! Se Cristo não

tivesse a “coragem” de falar claro emesmo de açoitar os adversários (fari-seus, escribas, doutores da lei, sumossacerdotes!) teria morrido, ELE, nacama!»E prosseguia: «Eminência, Jesus re-provou-os, por conseguinte, pela suagrave infidelidade no âmbito pastoral.E reprovou-lhes a “tolerância” da-ninha que tinham em relação a algunsperturbadores da fé, deixando-os ope-

Cardeal Angelo Sodano, ex-Secretário de Estado de João Paulo II.

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O livro “Paolo VI processo a un Papa?” é a continuação do precedente “Paolo VI... beato?”, depois da tentativa do Vaticano de continuar a “causa de beatificação”

de Paulo VI com a visita de João Paulo II a Brescia, em 1998.

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rar imperturbáveis, pelo que se torna-ram co-responsáveis daqueles errosque desviavam os fiéis do recto ca-minho.«Ora, não é esta a história de PauloVI? Porventura não deixou Paulo VIlivre curso a todos os progressistas,mais ou menos heréticos, deixando-os erradicar a fé até aos fundamen-tos?«E, assim, a Igreja de hoje parece terqueimado, dentro de si, até mesmo osvestígios da sua Civilização Cristã! Oenvelope atrás mencionado, com olivro, tentou levantar a máscara pa-ra guardar dentro o espelho da ver-dade! Porque ninguém tem o direitode fechar os olhos ao que aconteceuna Igreja por culpa de um Papa, queagora se quer colocar nos altares!»E ainda: «Por isso, Eminência, repito:como poderá o Papa (João Paulo II),fazer ainda a apologia, seja de puraretórica académica, de um Paulo VI,depois do que escrevi e “documen-tei” sobre ele, e depois da carta queenviei a todo o episcopado italiano –já há uns meses – na qual mostrava a“foto de Paulo VI” com a sua mãoesquerda apresentando, bem mar-cada, a “estrela de cinco pontas”,ou “Pentalfa maçónico” tal como es-tava esculpida no “primeiro painel”original que figurava na Porta deBronze da Basílica de São Pedro,em Roma, e como é mostrada até nocaderno especial do OsservatoreRomano de 25 de Setembro?»A carta terminava com estas palavras:«Na esperança firme e sobrenatural deque este meu consciente “pedido”seja acolhido benignamente porVossa Eminência, pelo amor que te-nho à Santa Igreja, minha Mãe, peçoque aceite o meu sacerdotal respeitoem C.J. et M.».

Mas o pedido não foi acolhido e JoãoPaulo II dirigiu-se a Brescia parareerguer a sorte da “causa da beati-ficação” de Paulo VI.

Então, Dom Luigi Villa, cerca de umano depois, em Dezembro de 1999,publicou um segundo livro sobrePaulo VI, sob o título “Paolo VI,processo a un Papa?”, que era, sim-plesmente, a continuação do primeirolivro. Este novo livro foi enviado aoPapa, aos Cardeais, aos Bispos e agrande parte do clero italiano. A re-acção, desta vez, foi muito mais mo-derada.

Um monumento maçónico a Paulo VI

Não era a primeira vez que a Maço-naria usava todo o peso da Autori-dade de um Papa para esmagar averdade “demonstrada” e para im-por e forçar um rumo, ou para vencera hostilidade de um povo inteiro.Isto aconteceu mesmo em 1984,quando o secretário pessoal de Pau-lo VI, o mação Pasquale Macchi de-cide erigir um monumento a PauloVI, na praceta do Santuário da BeataVirgem Coroada, no Sacro Monte deVarese.A população não queria saber destemonumento, mas a visita de JoãoPaulo II, em 1984, foi determinantepara calar a oposição.O monumento, notável pela estranhe-za de ter uma ovelha com cinco pa-tas, foi inaugurado em 24 de Maio de1986, na presença do mação ExmºGiulio Andreotti, do mação Secretá-rio de Estado, Cardeal Agostino Ca-saroli e do mação Mons. PasqualeMacchi, secretário pessoal de PauloVI, cujo nome está presente na ListaPecorelli juntamente com o do Carde-al Casaroli.Em Novembro de 2000, publicou-se olivro “A Paolo VI un monumentomassonico”, no qual se demonstraque a Maçonaria, naquela escultura,tinha exaltado o homem Paulo VI co-mo “Chefe Supremo da Maçonaria”

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O livro “La ‘Nuova Chiesa’ di Paolo VI”, terceiro de Dom Luigi Villa sobre Paulo VI, salienta os pontos de força da viragem eclesiástica que continua ainda a desmantelar

a Tradição – quase com obsessão homicida – a fim de que esta não possa mais regenerar-se.

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e como “Pontífice Judeu” e o tinhaglorificado pelos seus “três actos deJustiça” maçónica, isto é, ter traídoCristo, a Igreja e a História do po-vo Cristão.O livro de Dom Luigi Villa, “PaoloVI beato?”, saído doze anos depoisda inauguração do monumento, termi-na com estra frase: «Um Paulo VI, is-to é, que traiu Cristo, a Igreja, aHistória». A Maçonaria tinha “escul-pido” estas “traições” no bronze des-se lúgubre monumento; Dom LuigiVilla, pelo contrário, tinha “esculpi-do” um tratado histórico-teológico de284 páginas.

Mas, o discurso sobre Paulo VI nãoestava ainda concluído e, assim, em31 de Janeiro de 2003, saiu o terceirolivro de Dom Luigi Villa “La ‘nuovachiesa’ di Paolo VI”, com 380 pági-nas e enviado aos superiores da Igreja

e a uma parte do clero italiano. O con-teúdo do livro era devastador e a re-acção foi… um silêncio de túmulo!O típico silêncio que torna secreta apolítica de “pôr todos calados”!Mas, nem todos se calaram.Um dia, Dom Luigi Villa disse-me:«Ontem à tarde recebi um telefonemaanónimo. Uma voz disse-me: “Quan-do estiveres morto, colocaremosPaulo VI nos altares”.» Rimo-nosdisso, perguntando se aquilo era umamanifestação de poder ou, ao contrá-rio, o seu próprio oposto.

O Templo satânico dedicado a Padre Pio

Em Outubro de 1988, Dom Luigi Vi-lla mostrou-me uma página da revistaLuoghi dell’infinito, de Setembro de1998, que apresentava o desenho dacruz que o escultor Arnaldo Pomo-doro projectava construir para a no-va igreja de Renzo Piano, dedicadaao Padre Pio, em San Giovanni Ro-tondo.Tinha-o enviado um seu conhecido,que, entre outras coisas, lhe salientaracertos estranhos símbolos nos braçosda cruz e que se assemelhavam a mar-telos e colheres de pedreiro. Comeceia analisar aquela estranha cruz.Um mês depois, disse a Dom LuigiVilla: «Nas partes inferiores e lateraisdos braços desta cruz estão represen-tados os três brasões dos graus 11º,22º e 33º da Maçonaria de Rito Es-cocês Antigo e Aceite; além disso, naparte central está representado o aven-tal maçónico e no lado superior estárepresentado Lúcifer, em diversosmodos».Depois, acrescentei: «O significadode todos estes símbolos é o Culto doFalo, o Culto do Homem e o Cultode Lúcifer. Isto simboliza a Maçona-ria de Rito Escocês Antigo e Aceite,geralmente representada por duas “es-

Capa do livro “A Paolo VI un monumento massonico”.

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trelas de cinco pontas”, uma componta para cima; outra com ponta pa-ra baixo».

A direcção do projecto desta “novaigreja” estava nas mãos do famosoarquitecto Renzo Piano, mas a res-ponsabilidade do projecto era da Pon-tifícia Comissão dos Bens Culturaisda Igreja, cujo presidente era Mons.Francesco Marchisano, sendo Mons.Crispino Valenziano o responsávellitúrgico e teológico da “nova igreja”,o qual dava instruções a Piano paraque “o projecto tivesse expressivida-de”.Mons. Marchisano era um antigoconhecimento de Dom Luigi Villa.De facto, já o tinha denunciado co-mo mação no nº 109 de Chiesa viva,de Junho de 1981, com todos os dadosda sua matrícula maçónica. Todavia, asua carreira prosseguiu imperturbável

até à sua nomeação para os cargos deVigário Geral para o Estado da Cida-de do Vaticano e Presidente da Fá-brica de São Pedro, conferidos porJoão Paulo II.Em Setembro de 2002, Dom LuigiVilla responde com o caderno “Umanomeação escândalo”, na qual in-cluía três cartas de Mons. Marchi-sano ao Venerável Grão Mestre daMaçonaria Italiana, escrevendo nu-ma delas: «Ilustre e Venerável Grão-Mestre, com grande alegria recebi,por intermédio de F. MAPA (Mons.Pasquale Macchi, secretário pessoalde Paulo VI – N.R.), o delicado en-cargo que me confiastes: organizar,

Caderno “Una nomina scandalo!”.

1.a Carta23 de Maio de 1961

Ilustre e Venerável Grão-Mestre:Com muita alegria recebi, por in-

termédio do I. MAPA, o Vosso deli-cado encargo de organizar silencio-samente em todo o Piemonte e naLombardia a desagregação do es-tudo e da disciplina nos Seminá-rios.

Não escondo que a tarefa é des-medida e ocorrem-me muitos cola-boradores especialmente junto docorpo docente e que Vós me deveisindicar, para que eu os contactequanto antes e juntos estudemos atáctica.

Reservo comunicação mais detal-hada após encontro e entrevista pes-soal com MAPA.

Entretanto, queira aceitar a minhadevotada saudação

Frama

Ao Ven. G. Mestre del G. O. (em mão)

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2.a Carta12 de Setembro de 1961

Ilustre e Venerável Grão-Mestre:Depois de ter contactado e entrevista-do várias vezes os II. Pelmi e Bifra,voltei a MAPA para apresentar umprimeiro plano de trabalho.

Ele aconselha começar com a de-sagregação dos programas de estudo,insistindo junto dos nossos fiéis do-centes porque, com argumentos denova pseudo-teologia e pseudo-filo-sofia, lançamos a semente nos alu-nos, hoje sedentos de novidades.

Deste modo, a desagregação disci-plinar será um simples consequênciaque virá espontaneamente, sem quenós nos preocupemos: disso tratarãoos próprios alunos.

É, portanto, indispensável que Vóspagueis bem a estes docentes, dosquais já tenho a lista. Serei diligentena vigilância e Vos relatarei tudo fiel-mente.

Com a mais devota e cordial sau-dação

Frama

Ao G. Mestre - Palazzo Giustinia-ni (em mão)

3.a Carta14 de Outubro de 19..

Ilustre e Venerável G. Mestre:

Na reunião de ontem à tarde, pre-sentes os II. Pelmi, Mapa, Bifra,Salma, Buan, Algo e Vino, pude con-cluir quanto segue:

– antes de tudo, deviam iniciar-seas experiências em alguns semináriosde Itália, com o de Trento e de Turim,ou então no de Udine, onde temos umbelo número de II.;

– em segundo lugar, é preciso di-fundir, em todos os seminários, o nos-so conceito de liberdade e dignidadeda pessoas humana, sem nenhuma de-mora nem da parte dos superiores,nem da parte de alguma lei. É neces-sária uma preparação minuciosa.

Neste ponto, urge uma reuniãocom todos Vós, para decidir comoagir e a quem confiar as várias tare-fas.

Com a minha devotada saudação

Frama

Ao Grão-Mestre - Palazzo Giusti-niani (em mão)

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silenciosamente, em todo o Piemon-te e Lombardia, a desagregação dosestudos e da disciplina nos seminá-rios…» Foram distribuídas milhares e milha-res de cópias do caderno e certas per-sonalidades do Vaticano vieram aBrescia comprar algumas, enquantooutros, em Roma, tratavam o seu mal-estar e desespero. Mas parecia que ninguém podia travara ascensão irresistível deste Preladomação.Só lhe faltava a nomeação a Cardeal;na lista dos Cardeais papabili do Con-sistório, previsto para 21 de Outubrode 2003, o seu nome não aparecia noelenco. Pensávamos que a razão fossea publicação e vasta distribuição docaderno “Una nomina scandalo”, noqual se demonstrava, de modo defini-tivo, a pertença de Mons. Marchisa-no à Maçonaria.

Mas, três dias antes da data da leitura,pelo Papa, dos nomes do Consistório(28 de Setembro de 2003), estava euno gabinete de Dom Luigi Villa,quando tocou o telefone. O Padre pe-ga no telefone, ouve, pousa-o e diz:«Sabe o que me disseram? Mons.Marchisano estará na lista de Car-deais!»Três dias depois, na TV, todos viramJoão Paulo II lendo a lista de nomesdos futuros Cardeais, quando, comum gesto, afastou a mão do seu secre-tário pessoal que tinha um folheto quedepôs na estante. De nada serviu oímpeto de irritação do Papa… Poucodepois, leu mesmo o nome: Mons.Francesco Marchisano.

Em 1 de Julho de 2004, a “nova igre-ja” de Sam Giovanni Rotondo, dedi-cada a Santo Padre Pio, foi inaugura-da. Em 20 de Fevereiro de 2006, saiu onúmero especial de Chiesa viva 381,com o título: “Una ‘nuova chiesa’ aSan Padre Pio – Tempio massoni-

co?”, que demonstrava a naturezamaçónica dos símbolos distribuídospor toda a parte do templo, e que oseu significado “unitário” era a glo-rificação da Maçonaria e do seu“deus” Lúcifer, com horríveis insul-tos a Nosso Senhor Jesus Cristo e àSSmª Trindade.A simbologia maçónica do Tabernácu-lo exprime a substituição de “JesusRedentor” por “Lúcifer redentor”do homem, enquanto na cruz de pe-dra exprime a substituição de “JesusCristo Rei do Universo” por “Lúci-fer rei do universo”. Mas, o insultomais grave é o dirigido à SSmª Trin-dade, expulsa e substituída pela blas-fema e satânica “Tríplice Trindade”maçónica.Pela primeira vez na História era pu-blicada uma representação geométricada “Tríplice Trindade” maçónica,segredo mais zelosamente guardadopela Maçonaria!

Quando Dom Luigi Villa viu este es-tudo disse que, certamente, o Papanão teria podido ignorá-lo, porque ossignificados ocultos deste templosatânico eram de tal modo graves einquietantes que, manter o silêncio so-bre semelhante denúncia seria absolu-tamente impensável.Mas não foi assim!

Dois meses depois, contudo, algumacoisa se move: cerca de 150 Prelados,juntos com o ex-Secretário de Esta-do, Cardeal Angelo Sodano, dirigi-ram-se a San Giovanni Rotondo, porocasião do 50º aniversário da fun-dação da Casa Alívio do Sofrimento eali ficaram uma semana inteira (de 1 a7 de Maio de 2006).Como referiu, depois, um dos presen-tes: «Estes Prelados, durante umasemana inteira – e sei-o porque par-ticipei nas reuniões, de tarde e denoite – estudaram o vosso NúmeroEspecial sobre o Templo satânico dePadre Pio».

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O Número Especial de Chiesa viva nº 381, sobre o Templo satânico de San Giovanni Rotondo, dedicado a Santo Padre Pio, sai em 20 de Fevereiro de 2006.

O significado oculto dos símbolos marcados em toda esta “nova igreja” é a glorificação da Maçonaria e do seu “deus” Lúcifer, com horríveis insultos a Nosso Senhor Jesus Cristo

e à SSmª Trindade. A simbologia maçónica do Tabernáculo exprime a substituição de “Jesus Redentor” por “Lúcifer redentor” do homem, enquanto na cruz de pedra exprime

a substituição de “Jesus Cristo Rei do Universo” por “Lúcifer rei do universo”. Mas, o insulto mais grave, é dirigido à SSmª Trindade, expulsa e substituída

pela blasfema e satânica “Tríplice Trindade” maçónica.

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Ao que eu, admirado, respondi:«E qual o resultado?»«Não conseguiram refutá-lo!»«E então?», insisti.Ele: «Decidiram reduzir todos aosilêncio!»

Porém, a notícia era de tal modo ex-plosiva que alguns jornais e revistasitalianas publicaram o escândalo, masao apelo faltou a Imprensa de “re-ferência” e as televisões nacionais.O facto não preocupou muito, sejaporque estávamos habituados a estapolítica de “reduzir todos ao silên-cio”, seja porque, tendo sido insulta-dos Nosso Senhor Jesus Cristo e aSSmª Trindade, ninguém podia pre-tender pôr uma mordaça nas três Pes-soas Omnipotentes e directamenteinteressadas na questão.

A edição sobre o estudo do Templosatânico em língua italiana foi segui-da das edições alemã, inglesa, fran-cesa, espanhola e, agora, a polaca.Ainda que lentamente, o horror desteTemplo satânico difundia-se em Itáliae no estrangeiro, e o fluxo de peregri-nos que, no passado, nunca tinha mos-trado apreciar aquela estranha cons-trução, reduzia-se continuamente,com a consequente diminuição do flu-xo das ofertas.

A impossibilidade de refutar o estudode conteúdos tão inquietantes e a cres-cente atenção da parte do público na-cional e internacional, dia a dia emaumento, impunha uma “resposta”que não entrasse em suposições, masno mérito dos argumentos levantadospela tese demonstrada.

Até aquele momento, a política im-posta pelo poder limitava-se à frase“reduziremos todos ao silêncio”…Mas, o significado destas palavras,além do blackout dos meios de comu-nicação, podia assumir ainda outrossignificados.

Outra tentativa... de assassínio

Alguns meses após a publicação doestudo sobe o Templo satânico dedi-cado a Padre Pio, deveria acompanharDom Luigi Villa a um seu “amigo”padre, mas, por um contratempo, nãopude fazê-lo, e fui substituído por umnosso antigo colaborador.

O encontro com o sacerdote foi breve,mas caracterizado por uma situaçãoembaraçosa dos presentes, para osquais, a incompreensível agitação, atensão e o estranho comportamentodo padre visitado foi tão opressivaque, depois de ter servido biscoitos,chocolates e chá, julgado “desagradá-vel” pela única pessoa que o bebeu, osdois visitantes despediram-se e saí-

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ram. Dom Luigi Villa não bebera nemprovara nada, e as honras da casa fo-ram feitas apenas pelo seu antigo mo-torista.Entrados no automóvel, Dom Luigipede ao motorista que se dirija a umadvogado seu amigo que residia na vi-zinhança e, poucos minutos depois,estavam sentados na sua sala.Enquanto Dom Luigi Villa e o advo-gado conversavam, o motorista co-meçou a sentir-se estranho: via comoatravés de um vidro partido que semovia e, pouco a pouco, sentia nãoconseguir mais mexer as pernas, ospés, os braços e as mãos. Respirouprofundamente, para tentar superar es-sas sensações, mas, em dada altura,deitaram-no no divã da sala e obser-varam-no com preocupação. O moto-rista não perdeu nunca o conheci-mento, mas continuava a ver de mo-do fragmentado e com os membrossuperiores e inferiores paralisados.Após um quarto de hora sentiu-semelhor, levantou-se e disse estar emcondições de guiar.Que teria sucedido se os dois não ti-vessem ido ao advogado?Teriam percorrido vários quilómetrosnuma estrada estreita, ladeada porgrandes árvores de ambos os lados,além de que havia, de um lado, umrio; do outro, uma vala de água. Alémdisso, a estrada é sempre percorridapor carros pesados.E que poderia ter acontecido se o mo-torista se encontrasse na condução doveículo, em vez de comodamente sen-tado na cadeira de uma sala? Quando duas pessoas, que totalizammais de cento e sessenta anos, têm umdesastre na estrada, os jornais não po-deriam fazer mais do que dizer que in-cidentes acontecem mesmo a pessoasmais jovens. Ademais, que suspeitapoderia existir ao saber-se que os dois“infortunados” tinham saído de umacasa na qual habita uma família queconhece o ancião sacerdote há deze-nas de anos?

Bento XVI e o Templo satânico de San Giovanni Rotondo

As consequências do estudo sobre oTemplo satânico de San Giovanni Ro-tondo eram, dia a dia, mais embaraço-sas. Acresce que, como acontecido nopassado, para tentar “reduzir todosao silêncio” recorre-se à única e esta-fada solução de pôr em campo todoo peso da Autoridade.

Em 18 de Março de 2007, o Secretá-rio de Estado, Cardeal Tarcisio Ber-tone, com um cerrado séquito de Bis-pos, dirigiu-se a San Giovanni Roton-do para uma concelebração no Tem-plo satânico.Nos números 395 e 396 de Chiesa vi-va, de Junho e Julho-Agosto de2007, relatou-se o facto com um arti-

Cardeal Camillo Ruini.

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O Cardeal Ruini mação?

Afirmou-o Mons. Pintus, no início de Fe-vereiro de 1992: «Ruini é mação, eis aprova». A “prova” é o relatório do exa-me feito e superado pelo Vigário do Pa-pa para se tornar “Mestre secreto doQuarto Grau”.«Na primeira página do relatório, sobres-sai “Grand’Oriente d’Italia”, sobrepuja-do e flanqueado por três complicadossímbolos: uma estrela judaica inscrita nu-ma coroa mostrando quatro cabeças (umade bode). “Loja de Perfeição Mestre Se-creto”, lê-se mais em baixo e, ao lado,sob o nome Camillo Ruini, uma assina-tura garatujada apressadamente e repetidaem cada página».Mons. Pintus insiste ter recebido o rela-tório de um “arrependido” sério e afirma:«mandei imediatamente o documento ori-ginal para fora de Itália, por segurança…»Depois, afirma ter recebido dois telefone-mas: um, do Cardeal Ratzinger, Prefeitoda Sagrada Congregação para a Doutrinada Fé; outro, do Papa.Os secretários do cardeal e do Papa des-mentiram; o porta-voz do Cardeal Ruini,Mons. Virgilio Levi, definiu o documen-to «notoriamente, totalmente falso, ridícu-lo e indecoroso». O Padre Rosario Espo-sito declarou: «Mons. Pintus é um rapa-zinho sempre em busca de notoriedade»,e «as acusações a Ruini são só dispara-tes…»

Consideremos.

1. P. Rosario Esposito, antes de se tornarmembro ad honorem da Maçonaria, tinhadeclarado. «Sou mação até ao fundo docoração e do espírito…»

2. Mons. Virgilio Levi está na Lista Pe-corelli” com os dados: 4/7/1958; 241/3;LEVI

3. O Cardeal Ratzinger, depois da mortede Paulo VI, recebeu uma carta de DomLuigi Villa na qual se provava que o Car-deal Sebastiano Baggio (“Lista Pecore-lli”, dados: 14/8/1957; 85/2640; SEBA),nomeado Camerlengo por João Paulo II,tinha escrito ao Grão-mestre da Maçona-ria italiana, reassegurando-lhe que os do-cumentos secretos de Paulo VI lhe fo-ram confiados pelo mação Mons. Pas-quale Macchi (Secretário pessoal de Pau-lo VI e presente na “Lista Pecorelli”,com os dados: 23/4/1958; 5463/2; MA-PA), e rogando-lhe que mantivesse asua promessa de fazê-lo eleger Papa. OCardeal Ratzinger não acusou nenhumarecepção.

4. João Paulo II ao Monsenhor que lhemostrara a prova, publicada em “Chiesaviva”, da pertença do Cardeal Casaroli àMaçonaria, responde: «Já sei, já sei, masnão sei quem hei-de pôr no seu lugar!»Ao Cardeal Palazzini, que lhe expuseraas suas preocupações pela infiltraçãomaçónica na Igreja, João Paulo II, pelocontrário, depois de ter batido com o pun-ho na mesa, exclamou: «Sou eu que oquero!»

“La Stampa”, Terça-feira, 11 de Fevereiro de 1992.

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go sob o título “Concelebrazione sa-crilega nel Tempio massonico diSan Giovanni Rotondo, dedicato aSan Padre Pio”, com o qual se pro-curava proibir o uso religioso deste“templo satânico”, mostrando a capado estudo, já disponível em 5 línguas.Mas as celebrações sacrílegas prosse-guiram e Chiesa viva, nos meses deNovembro e Dezembro de 2007, no-vamente denunciou essas cele-brações sacrílegas, em palavras defogo que terminavam com a frase:«Chiesa viva, por isso, pergunta àJerarquia Católica: até quando per-mitirá à Maçonaria que insulteNosso Senhor Jesus Cristo e a SSmªTrindade?»Mas, as Autoridades eclesiásticas, im-passíveis, mantiveram silêncio e con-tinuaram com as celebrações sacríle-gas.Então, em Chiesa viva, após a publi-cação de algumas cartas sobre o es-candaloso agir das Autoridades ecle-siásticas a respeito do templo satâni-co, no número de Julho-Agosto de2008, sob o título “Un Tempio sata-nico per Padre Pio?”, iniciou a pu-

blicação, em série, de uma crónicados artigos publicados em jornais, se-manários, revistas italianas e estran-geiras, de cartas, de comunicações efactos que expunham o escândalo do“Templo satânico” que gritava vin-gança na presença de Deus.Mas a única e estafada solução au-mentou. De facto, começou-se a falarde uma visita de Bento XVI a SanGiovanni Rotondo, que se somasse àdeclaração oficial de Mons. D’Am-brosio, Arcebispo de Manfredonia-Vieste-San Giovanni Rotondo, e aindaDelegado da Santa Sé para o San-tuário e a Obra do Padre Pio, oqual, em 8 de Dezembro de 2008, leua comunicação do dia anterior, doPrefeito da Casa Pontifícia, Mons.James M. Harvey, que dava conta davisita de Bento XVI a San GiovanniRotondo em 21 de Junho de 2009, eà qual estava anexo o programa da vi-sita.Ignorando sempre os factos demons-trados e mau grado o malogro de 150Prelados na refutação das teses doestudo dobre o Templo satânico,agora queria-se pôr em campo todo o

O Secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, concelebra uma Missa sacrílega no Templo satânico de San Giovanni Rotondo, dedicado a Santo Padre Pio.

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peso da Autoridade do Papa!Mas a insistência de Chiesa viva nacrónica de documentos sobre o Tem-plo satânico de San Giovanni Roton-do prosseguiu durante meses, atéAbril do ano seguinte.

Chega 2 de Junho, dia da vista deBento XVI. O Papa devia dirigir-se aSam Giovanni Rotondo em helicópte-ro, mas uma tempestade em Romaimpede-o e, assim, o Papa foi trans-portado em avião militar até ao aero-porto militar de Foggia, prosseguindode automóvel até ao destino.A Missa celebrada no adro do Templosatânico pareceu não obter aprovaçãodivina; de facto, no final da cele-bração, desencadeou-se o fim do

mundo: torrentes de água seguidas degranizo, com pedras grossas como no-zes que, num momento, afugentaramtodos os fiéis. Foi fortuito o facto de,“por motivos técnicos”, a televisãointerromper a transmissão do aconte-cimento? Houve quem dissesse que era um“castigo de Deus”, mas, ainda que is-to não se possa demonstrar com certe-za, o que se pode afirmar com cer-teza é que Deus podia ter impedidoesta humilhação ao Vigário de Cris-to, mas não o fez!Depois, foi o lastimável episódio da“bênção” furtiva da lápide, na criptado Templo satânico, não prevista nascerimónias nem no programa.Na lápide está escrito:

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Por ocasião da visita pastoralde Sua Santidade Bento XVI,nesta igreja, enriquecida peladevoção dos fiéis com a belezada arte para guardar o corpo deSão Pio de Pietrelcina, esteveem oração e abençoou-a».

À parte a mentira com a qual, por lar-go tempo, se assegurou que o corpode São Pio de Pietrelcina não serianunca transladado para o Templo satâ-nico, o que é inquietante é o carácterde improvisação que se quis dar a es-ta “bênção”.Enquanto o Santo Padre se dirigia pa-ra a saída da cripta, foi-lhe indicada a

placa, que o Santo padre leu com es-panto. Depois, quando avançava,Mons. D’Ambrosio pôs o seu braçodetrás do Papa e, com o outro braço,bloqueou-lhe a passagem, indicando oaspersório que um frade capuchinhofazia menção de estender ao Papa.Assim, foi benzida rapidamente esem sequer uma oração, a placa emquestão. Este acto não estava previstoe, sobretudo, a placa, em vez de se re-ferir à sua bênção, referia-se à daigreja inteira.Foi, talvez, uma “armadilha” aoSanto Padre?O número de Julho-Agosto de 2006de Chiesa viva trazia na capa a foto-grafia do Papa, tendo em fundo oTemplo satânico e um editorial deDom Luigi Villa com o título “Bene-

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detto XVI nel ‘Tempio satanico’ inSan Giovanni Rotondo – Perché?”. No texto, lê-se: «Ora, o Vigário deJesus Cristo, que devia ser o BomPastor e não causa de perturbação pa-ra os milhões de fiéis do Santo de SanGiovanni Rotondo (…) devia tam-bém saber que o dito Templo é, narealidade, um edifício de cunhomaçónico (…) E devia saber tam-bém que (…) tendo sido o Padre Pioum acérrimo opositor da Maçona-ria, este Templo constitui, assim,uma vingança póstuma!»E ainda: «Em todos estes anos, apósa construção deste Templo maçónico-satânico, nunca foi emitida uma po-sição oficial da parte do Vaticano,existindo silêncio total da parte dosCardeais responsáveis pelo projecto econstrução desta “Nova Igreja”, paraos quais deve valer o ditado “quem

cala, consente”.» E ainda: «Nós, daChiesa viva, perguntamos: “Comofoi possível que o Vaticano tenhapodido construir um ‘Templo satâ-nico’, com escárnio de milhões emilhões de Católicos de todo o mun-do que, de boa-fé, deram rios dedinheiro?”»

Dom Luigi Villa… premiado?

Nesses anos turbulentos, ainda que se-ja impossível de acreditar, Dom LuigiVilla recebeu importantes reconheci-mentos pela sua actividade de jor-nalista e escritor, mas, sobretudo,pelo seu empenho na defesa da Re-ligião Católica e da CivilizaçãoCristã.

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O primeiro, em Dezembro de 2008,foi o “Prémio Jornalístico Interna-cional Inars Ciociara”, patrocinadopela Presidência do Conselho de Mi-nistros, Ministério dos Bens Culturais,Conselho Nacional da Ordem dos Jor-nalistas, Conselho da Região do Lácio,Província de Frosinone, U.R.S.E.(União Regiões Históricas Europeias),sendo os motivos «… a longuíssimaactividade de jornalista, autor de li-vros e panfletos de teologia, ascética,ensaística (…) e o seu empenho nadefesa das raízes Cristãs da Europae na guarda da verdade contraforças estranhas à nossa civilização».

O segundo, em Outubro de 2009, foio “Prémio da Associação CulturalVal Vibrata de Terramo”, «comojornalista, escritor insigne, editoríntegro, magistral Director da Re-vista Chiesa viva, mas, sobretudo,como teólogo, por ter dedicado aexistência inteira na defesa da Reli-gião Católica e na difusão da Ver-dade Histórica e vivendo segundo oEvangelho»!

Que contraste com o “reconhecimen-to” dispensado a Dom Luigi Villa,nos últimos cinquenta anos, por certaJerarquia eclesiástica!

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Bento XVI em Brescia

O novo Bispo de Brescia, Mons. Lu-ciano Monari, entrou oficialmente nadiocese em 14 de Outubro de 2007. Abreve biografia da apresentação ofi-cial do novo Bispo relatava a notíciaque a Mãe de Mons. Monari tem onome de Giuliana Ruini. Houvequem confirmasse e quem desmentis-se o facto do parentesco com o Car-deal Camillo Ruini, mas, de Roma,

alguém assegurou a Dom Luigi Villaque Mons. Monaria era um homemdo Cardeal Ruini e grande entusias-ta de Paulo VI.O que pareceu estranho a alguns foi ofacto de que, algumas semanas apenasdepois da sua tomada de posse em

Brescia, Mons. Monari, em 11 deNovembro de 2007, celebrou Missana nova igreja de Padergnone, a pri-meira igreja do Terceiro Milénio dadiocese, consagrada havia pouco tem-po pelo Bispo anterior, Mons. San-guineti. Considerando os imensosproblemas de uma diocese como a deBrescia e o facto de a população dolugar em que está a nova igreja ser àvolta de um milhar de pessoas, é deperguntar: porquê aquela visita?Após o anúncio da visita do Papa aoTemplo satânico de San Giovanni Ro-tondo, em 19 de Abril de 2009, houveoutro anúncio: Bento XVI iria aBrescia, em 8 de Novembro de 2009,“conforme seu predecessor”, “parao trigésimo aniversário da morte dePaulo VI” e “na peugada de PauloVI”. O anúncio foi feito por Mons.Luciano Monari, o qual disse que «omotivo é, naturalmente, o trigésimoaniversário da morte de Paulo VI»,sublinhando que «o Papa Ratzinger,como sabeis, foi criado Cardeal porPaulo VI e sempre teve para com onosso Papa bresciano reconheci-mento e grande amor». O discursoque seguiu era baseado sobre a neces-sidade de todos estarem em “co-munhão” com o Bispo de Roma,Papa Bento XVI.E quem não estivesse em “co-munhão” com o Bispo de Roma, nãosobre questões respeitantes à Dou-trina Católica de sempre, mas, porexemplo, sobre a oportunidade de be-atificar ou não o “Servo de Deus”Paulo VI? O convite, contido no édi-to de 13 de Maio de 1992 do Carde-al Ruini: «Convidamos todos osfiéis particulares a comunicar direc-tamente ou a enviar ao tribunal dio-cesano do Vicariato de Roma todasas “notícias” das quais se possa, dealgum modo, arguir contra a famade santidade do dito “Servo deDeus” (Montini) ainda seria válido?E quem tivesse seriamente obedecidoa este “convite”, sem ser um simples

O “ruiniano” Mons. Luciano Monari, Bispo de Brescia desde 2007.

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“fiel particular”, mas um teólogo sé-rio e consagrado e, além disso, encar-regado pelo Padre Pio de dedicar to-da a sua vida à defesa da Igreja deCristo da obra da Maçonaria eclesiás-tica e, ainda mais, informado desde1963 pelo mesmo Santo Frade quePaulo VI era mação, e com um man-dato papal de Pio XII para desenvol-ver este delicado encargo, que sortelhe seria reservada?

Depois do anúncio da visita do Papa aBrescia, feito por Mons. Monari,Dom Luigi Villa disse-me e repetiuvárias vezes, sempre mais preocupa-do: «Estamos numa viragem… que-rem-me fazer calar para sempre!»

O Templo maçónico-satânico de Padergnone (Brescia)

Só mais tarde, consegui compreendero verdadeiro significado destas palav-ras; de facto, ao pedido de Dom Lui-gi Villa para fazer um super-texto de-dicado à “nova igreja” de Padergno-ne, a primeira igreja do terceiro milé-nio da nossa diocese, respondi evasi-vamente, sem convicção nem empen-ho.Só após a vista de Bento XVI a SanGiovanni Rotondo comecei a com-preender a gravidade das palavras deDom Luigi Villa. O Papa tinha ido aSam Giovanni Rotondo, tinha cele-brado no adro daquele “Templosatânico” e, mesmo que apresentadocomo caindo na “armadilha” monta-da por alguns Prelados que o acom-panhavam, tinha abençoado aquele“Templo satânico”!Porquê a visita? Porquê a “bênção”?Porquê pôr em campo todo o peso damáxima Autoridade da Igreja, quandonão tinham conseguido refutar a hor-rível realidade demonstrada sobreaquele “Templo satânico”?

Sim, era mesmo uma viragem!

No fim de Junho, iniciei a primeira vi-sita à “nova igreja” de Padergnone,às quais se seguiram outras para estu-dos detalhados, para fotografias e tirarmedidas.A “nova igreja” tinha sido dedicadaa “Cristo Ressuscitado”.Mas, a Religião Católica funda-sena Cruz, isto é, na vontade de JesusCristo em obedecer ao Pai e morrer naCruz como oferta para a Redenção. Asua Ressurreição não foi consequên-cia de um acto de Sua vontade, masum acto devido à Sua Natureza Di-vina!Porquê, então, aqueles que não crêemna divindade de Cristo se entusias-mam tanto pela figura de “CristoRessuscitado”?Para obter uma resposta bastaria citaras palavras de um dos mais acérrimos

Uma das fotografias utilizadas nos cartazesque anunciavam a visita de

Bento XVI a Brescia.

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inimigos de Deus e da Igreja Católica,Alice Bailey, a sacerdotisa da “NewAge” e fundadora, em 1921, do satâ-nico “Lucifer Trust”, a qual tinha de-lineado o “plano” da criação de umaNova Religião Universal com estaspalavras: «O “Cristo ressuscitado” enão o “Cristo crucificado” será anota distintiva da Nova Religião!»Eis o segredo da dedicação da “novaigreja” a “Cristo Ressuscitado”!Mas o que intentava realmente estagente com a expressão “Cristo Res-suscitado”?Jesus Cristo é o “Mestre”, mas, o“Mestre” mação torna-se tal no 15ºgrau da Maçonaria de Rito EscocêsAntigo e Aceite, “ressurgindo” dacondição de “homem no qual se ma-nifesta a realidade definitiva de serhomem, que é simultaneamenteDeus”. Isto é, o mação, do seu estadoprecedente, “ressurge” tornado“Mestre”, ou “Homem-Deus”, privi-legiando-se com toda a Autoridade

divina, porque ele mesmo se tornouDeus!Deste modo, não é Deus que se fezhomem, que morreu na Cruz e que“ressuscita” porque é Deus, mas ohomem que se manifesta Deus em“Jesus Cristo”, que para eles é só osímbolo do “Mestre” mação!Assim, com a expressão Cristo Res-suscitado”, esta gente não celebra adivindade de Cristo, mas a maçóni-ca auto-divinização do homem, istoé, o “Culto do Homem”, como pas-so indispensável para proceder aoculto de Lúcifer!Mas esta também é a “cristologia” da“nova teologia” de muitos dos nos-sos Prelados, como afirmou, já em1994, o grande dominicano PadreGarrigou-Lagrange: «Assim, omundo material teria evoluído parao espírito, e o mundo do espíritoevoluirá, naturalmente, por assimdizer, para a ordem sobrenatural epara a plenitude de Cristo. Assim, a

11 de Novembro de 2007. O Bispo de Brescia, Mons. Luciano Monari, celebra Missa na nova igreja de Padergnone, posteriormente revelada ser um Templo maçónico-satânico.

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Incarnação do Verbo, o Corpo Mís-tico, o Cristo universal, seriam mo-mentos da Evolução… Eis o queresta dos dogmas Cristãos nesta te-oria tão afastada do nosso Credo,na medida em que se avizinha doevolucionismo hegeliano». E o grande dominicano, então, brada:«Para onde vai a “nova teologia”?Regressa ao modernismo pela viada fantasia, do erro, da heresia!»

A responsabilidade do projecto da“nova igreja” foi de Mons. Ivo Pan-teghini, da Cúria de Brescia, desdehá alguns anos “Consultor” junto daPontifícia Comissão dos Bens Cul-turais da Igreja, em cuja presidênciaestava o mação Mons. FrancescoMarchisano, principal responsável daconstrução do Templo satânico dedi-cado ao Santo Padre Pio. A Cúria deBrescia aprovou o projecto, o mes-mo fazendo Departamento do cultodivino da CEI que, em parte, ainda ofinanciou. Mons. Giulio Sanguineti,pessoalmente acusado de ser maçãopor Dom Luigi Villa, sem conseguirrefutá-lo, consagrou a “nova igreja”algumas semanas antes de ser substi-tuído. O novo Bispo, Mons. Monari,apenas tomou posse, não esperoumuito antes de ir à “nova igreja”, ce-lebrar a Missa. Na lápide de consa-gração da “nova igreja”, sobressai amedalha episcopal de Mons. San-guineti e as duas medalhas pontifí-cias de João Paulo II e de BentoXVI.

O estudo da “nova igreja” avançouaté caracterizar a “ideia unitária” doprojecto: a igreja não era dedicada a“Cristo Ressuscitado”, mas ao “Ca-valeiro Rosa-cruz” do 18º grau daMaçonaria de R.E.A.A., o qual tempor missão apagar da face da Terrao Sacrifício de Jesus Cristo naCruz, isto é, por outras palavras, apa-gar da face da Terra o Sacrifício deCristo na Missa Católica.

O grau Rosa-cruz, de facto, é, emessência, a renovação caricata ecruenta do Deicídio cometido pelaprimeira vez no Calvário, como aSanta Missa é a renovação real e in-cruenta do Sacrifício de Cristo.Todos os lados da “nova igreja”estão saturados de simbologia maçó-nica e de referências satânicas: a fon-te exterior, a estrutura com as suastrês espirais, o portão de bronze, oteto da sala de aula litúrgica, a ca-pela do baptistério, os bancos, a es-tátua de “Cristo Ressuscitado”, osvitrais, o altar, o tabernáculo, acruz processional, a virgem da espe-rança, a cripta, a cruz flamejante, aárea verde circundante… Tudoenaltecendo o Deus Pã, o Deus ca-balístico Lúcifer, o Homem-Deus daMaçonaria, mas o centro de toda aobra é o altar e a figura do Cavalei-ro Rosa-cruz que se lhe sobrepõe.Este é o segredo mais profundo desta“nova igreja”, esta é a ideia central.É o Cavaleiro Rosa-cruz que execu-ta a justiça contra Deus que se fezHomem e redimiu a humanidade,contra o Deus que destronou Lúci-fer do seu poder quase absoluto quetinha sobre o homem, contra Deus,odiado pela Maçonaria: é o Cava-leiro Rosa-cruz que, no altar, nãorenova o Sacrifício de Cristo naCruz, mas renova o DEICÍDIO!

Há tempos, o autor de um livro sobreo Anti-Cristo telefonou-me, pedindopara lhe enviar umas vinte cópias doestudo sobre o “Templo satânico” deSan Giovanni Rotondo, porque de-via fazer uma conferência. No decor-rer do telefonema, pôs-me ao correntede um facto que lhe acontecera poucotempo antes. Junto a um grupo depessoas fora de visita a um exorcista,o qual, informado do seu livro sobre oAnti-Cristo, lhe contou um estranhoexorcismo acontecido. Estava exorci-zando uma pessoa possuída por Lúci-fer, quando, repentinamente, o ouve

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O número especial de Chiesa viva nº 420, sobre o Templo satânico de Padergnone.

A ideia central da simbologia oculta desta “nova igreja”, dedicada a “Cristo Ressuscitado”, é a figura do Cavaleiro Rosa-Cruz do 18º grau da Maçonaria de R.E.A.A.,

o qual tem a missão de apagar o Sacrifício de Cristo na Cruz da face da Terra! Neste “altar de Lúcifer”, portanto, o Cavaleiro Rosa-Cruz, no seu papel de “Sacrificador a Lúcifer”, não renova o Sacrifício de Cristo na Cruz,

mas renova o DEICIDIO!

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urrar: «Fiz o meu trono em Garga-no!»O exorcista fica estupefacto, não che-gando a compreender o significadodaquelas palavras. Depois acrescen-tou: «Na manhã seguinte recebi, pelocorreio, um exemplar de Chiesa vivasobre o Templo satânico de San Gio-vanni Rotondo e, lido o estudo, com-preendi finalmente as palavras de Lú-cifer pronunciadas no dia anterior!»Ora, se Lúcifer, pelo Templo satânicodedicado ao Santo Padre Pio urrou:«Fiz o meu trono em Gargano!», de-veremos ficar espantados se, um dia,

outro exorcista nos disser ter ouvidoLúcifer urrar: «Fiz o meu altar emBrescia»?

Por meados de Outubro de 2009, saiuo Número Especial de Chiesa vivanº 420, com o título “Brescia: a novaigreja paroquial de Padergnone éum Templo maçónico-satânico!” Adistribuição em Brescia, na provínciae em toda a Itália foi muito vasta.Uma semana depois, em 21 de Outu-bro, recebi uma carta, superficialmen-te irónica, de Mons. Ivo Panteghini,à qual respondi em 28 de Outubro, de

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modo sério e detalhado às perguntasfeitas, mas também ao tema central doCavaleiro Rosa-cruz que não men-cionara.No final deste último tema, depois deter lembrado que Paulo VI redigiuuma definição de Missa que nãocontempla o Sacrifício de Cristo naCruz e a Presença Real, escrevi:«Assim, Paulo VI pode, com mérito,gabar-se de ser o maior CavaleiroRosa-cruz que existiu até hoje!»;depois, a conclusão: «Portanto, ne-nhum Cavaleiro Rosa-cruz do mun-do pode aspirar, como pode fazerPaulo VI, a merecer a glória da de-dicação do Templo satânico de Pa-dergnone!

Em 6 de Novembro de 2009, à per-gunta se a presença de Bento XVI te-ria podido ser de algum benefício à“causa da beatificação” de PauloVI, Mons. Molinari responde: «Es-pero que sim, não tanto pela beatifi-cação enquanto tal, mas porque estouconvencido que foi um tesouro deespiritualidade original na vida dePaulo VI e que a difusão deste te-souro pode ajudar e enriquecer aIgreja de hoje».

Em 8 de Novembro de 2009, por oca-sião do trigésimo aniversário da mor-te de Paulo VI, e sob chuva ligeira,Bento XVI aterrou no aeroporto deGhedi (nas proximidades de Brescia),dirigiu-se a Botticino Sera para umahomenagem a Santo Tadini; depois,Missa na Catedral de Brescia e o An-gelus. Pela tarde, o Papa saudou os organi-zadores da visita ao centro pastoralPaulo VI e, a seguir, dirigiu-se à casanatal do Papa Montini e inaugurou anova sede do Instituto Paulo VI emConcesio, onde atribuiu o sexto pré-mio internacional dedicado ao Pontífi-ce bresciano. Uma breve visita à paró-quia de Santo António, onde foi bapti-zado Giovanni Battista Montini, de-

pois, a partida para o aeroporto deGhedi em direcção a Ciampino.

Em toda esta visita de Bento XVI aBrescia, não foi feita nenhuma re-ferência à “causa da beatificação”de Paulo VI.

No dia da publicação do Número Es-pecial de Chiesa viva nº 420, de Ou-tubro de 2009, sobre a “nova igreja”de Padergnone, em Brescia, no am-biente responsável pela construçãodeste Templo satânico, caiu um silên-cio lúgubre e sepulcral, não fora aexcepção da tentativa inconsequentede Mons. Luciano Monari em calu-niar gratuitamente Dom Luigi Villa,numa “Nota del Vescovo” publicadano semanário da Diocese de Brescia,La voce del popolo nº 35.Seria esta uma tentativa para encon-trar uma saída da embaraçosa situaçãocriada na nossa diocese, sem entrar nomérito das teses demonstradas, nonosso estudo sobre o Templo satânicode Padergnone? E o que dará à luz, proximamente, es-ta capa de chumbo que cada dia ficamais espessa e pesada?

A “Causa da beatificação” de João Paulo II

Em Novembro de 2009, poucos diasdepois do seu regresso a Roma da vi-sita feita a Brescia, Bento XVI anun-ciou o prosseguimento da “causa debeatificação” de João Paulo II.No início de Fevereiro de 2010, DonLuigi Villa decide seleccionar a vin-tena de artigos sobre João Paulo II,já publicados em Chiesa viva nos úl-timos anos, num único PDF e enviá-loa milhares de endereços e-mail queincluíam a Santa Sé, Cardeais, Nún-cios, Conferências Episcopais, Institu-tos Religiosos, Corpo Diplomático

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junto da Santa Sé, Universidades eInstitutos de formação Católica, Bis-pos, Dioceses italianas, Embaixadas eConsulados italianos, Senadores e De-putados, Conselhos Regionais, meiosde comunicação, Universidades, Bi-bliotecas, Editoras, leigos, etc.. A seguir, a Imprensa italiana começoua publicar a notícia relativa a algumadificuldade surgida com a “causa debeatificação” de João Paulo II e, du-rante vários meses, baixou o silênciosobre este assunto.Mas Dom Luigi Villa já se movimen-tara na produção de um Número Es-pecial de Chiesa viva sobre JoãoPaulo II, que fosse um trabalho com-pleto e acessível ao grande público,que evidenciasse todos os lados obs-curos e inquietantes deste Papa “itine-rante”, que consumiu grande parte doseu Pontificado a perseguir a miragemde reunir todas as religiões numa úni-ca Religião Mundial.

Mas, para atingir este objectivo, que éo fim supremo para onde se voltamos topos da Maçonaria mundial, afim de realizar o seu sonho de do-mínio planetário, deve-se eliminarJesus Cristo como único Redentor eSalvador da humanidade, deve-seignorar e espezinhar a Verdade, deve-se reinterpretar a Primado de Pedro,corromper a Virtude Católica, alterara Moral Católica, formar uma novaAutoridade Católica colocando-a aoserviço e submetida ao poder do Anti-Cristo. Mas Lúcifer perdeu o poder absolutoque tinha sobre a humanidade com oSacrifício de Cristo na Cruz, que elemesmo causou com o DEICÍDIO.Assim, a sua raiva infernal é total-mente dirigida e focalizada neste Ac-to de Redenção de Jesus e sobre asua “renovação incruenta” no Sa-crifício da Santa Missa Católica!Existe, todavia, uma solução radicalpara resolver este problema: negar adivindade de Jesus Cristo. Esta hor-

rível blasfémia elimina o Sacrifíciode Cristo na Cruz na sua raiz e abrea porta a todas as “novidades” e a to-das as “actualizações” que são indis-pensáveis para “eclipsar” a Igreja deCristo e criar uma “Nova Igreja”,que se torna a “Prostituta de Babiló-nia”!Então, o Sacrifício de Cristo naCruz oferecido por Jesus ao Pai, me-diante o Ministério Sacerdotal, quenos concede a Redenção e a sal-vação da alma, poderá tornar-se a re-novação do DEICÍDIO, mediante oministério sacerdotal maçónico, ofere-cido a outro “deus pai”: Lúcifer, oqual, apresentando-se como o Pai doTemplo da Paz universal entre oshomens, oferece a sua redençãognóstica e, com diabólico engano, aPaz universal entre os homens.Mas este “deus padre” não é outrosenão o “deus” da Maçonaria e o seunome é BAFOMÉ, que, escrito emhebraico, resulta em: TEMpli, Om-nium, Hominum, Pacis, ABbas (Paido Templo da Paz Universal entre osHomens).

No entanto, isto é exactamente o te-ma central do Templo satânico dePadergnone da Diocese de Bresciaonde, depois de cantar hinos aoDeus Pã e à doutrina gnóstica, ne-gação da divindade de Jesus Cristo,o Cavaleiro Rosa-cruz, no altar, nãorenova o Sacrifício de Cristo naCruz, mas renova o DEICÍDIO!Tínhamos mesmo escrito que «ne-nhum Cavaleiro Rosa-cruz do mun-do pode aspirar, como pode, pelocontrário, fazer Paulo VI, a mere-cer a glória da dedicação do Templosatânico de Padergnone!»Além disso, na “lápide de consa-gração” deste Templo satânico, alémda medalha episcopal de Mons. Giu-lio Sanguineti, está também a meda-lha pontifical de João Paulo II e deBento XVI. Porquê estas duas últi-mas medalhas?

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Esta é a capa da recolha de 20 artigos sobre João Paulo II, publicados em Chiesa viva, realizados em formato PDF e atingindo dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo,

com a seguinte prioridade:

Santa Sé, Cardeais, Núncios, Conferências Episcopais, Bispos, Institutos Religiosos masculinose femininos, Corpo Diplomático junto da Santa Sé, Universidades, Ateneus, Colégios e Institutos de formação Católica, Cúrias diocesanas italianas e estrangeiras, Paróquias,

Sacerdotes, Diáconos, Senadores, Deputados, Embaixadas, Consulados, Conselhos regionais e provinciais, Comunas, Bibliotecas, Radiotelevisões, jornais, revistas, periódicos,

Associações e Grupos Católicos, leigos, etc..

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Em Setembro de 2010, saiu o Núme-ro Especial de Chiesa viva nº 430, sobo título “Karol Wojtyla beato?…mai!”. É uma edição especial de 96páginas com 217 fotografias, que in-clui uma breve biografia de KarolWojtyla, as suas viagens internacio-nais, as suas ideias, a sua filosofia, asua teologia, as suas relações com aMaçonaria e o Comunismo, os seus“feitos” e “ditos”, a sua “doutrina ma-riana”, as suas posições sobre o Pri-mado de Pedro e a sua “Teologia docorpo” com uma série de fotografiasque, para dizer o mínimo, são emba-raçosas. A contracapa traz uma foto-grafia, de página inteira, da imagemdo Papa nas chamas, tirada na sua te-rra natal, exactamente um ano depoisda sua morte. A difusão em PDF deste Número Es-pecial chegou a todos os que tinhamjá recebido o precedente PDF conten-do os 20 artigos sobre João Paulo II.Durante quatro meses, caiu o silênciosobre a “causa da beatificação” deJoão Paulo II.

Em 6 de Janeiro de 2011, o anúncio“João Paulo II santo súbito”. Osjornais noticiaram a beatificação doPapa Wojtyla em 2011.No Giornale, Tornielli escrevia:«João Paulo II será beato em 2011,talvez ainda antes do Verão. Na passa-da semana, a consulta médica da Con-gregação para a Causa dos Santos, defacto, exprimiu-se favoravelmente so-bre o milagre atribuído à intercessãodo Papa Wojtyla – a cura de Parkin-son de uma freira francesa – e a docu-mentação passou, nos últimos dias, ocrivo dos teólogos. Antes do processochegar à mesa de Bento XVI falta,apenas, a via livre dos Cardeais e Bis-pos membros da Congregação, queapenas receberam os documentos so-bre o milagre. Reunirão para o exami-nar colegialmente e para exprimir oseu voto em meados de Janeiro». No Times lia-se: «Bento XVI cha-

mou-o “João Paulo Magno”: é “só oquarto Papa da História a ter estahonra”. A beatificação deve aconte-cer em tempo record, pois o PapaBento XVI autorizou a derrogação pa-ra início imediato do processo de ca-nonização, sem esperar os cinco anosprevistos depois da morte». Em 4 de Janeiro de 2011, anúncio ofi-cial do Vaticano: “João Paulo II serábeatificado em 1 de Maio”.

Insinuou-se, durante anos, que a“mente” de João Paulo II durante oseu Pontificado, fosse o Prefeito daSagrada Congregação para a Dou-trina da Fé e, quando em Abril de2005, João Paulo II morre e é eleitoBento XVI, foram muitos a pergun-tar-se se o Cardeal Joseph Ratzingernão teria, simplesmente, sucedido a sipróprio!

Bento XVI.

Page 63: Quem é Dom Luigi Villa?

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O número especial de Chiesa viva nº 430, contra a beatificação de João Paulo II, saiu em Setembro de 2010, e atingiu dezenas de milhares de pessoas, conforme a distribuição

efectuada do anterior PDF de 20 artigos sobre este Papa.

Além das edições italiana e francesa, estão em preparação edições noutras línguas. Esta é uma obra completa e acessível ao vasto público, salientando os lados obscuros e inquietantes deste Papa “itinerante”, que consumiu grande parte do seu Pontificado

a perseguir a miragem de reunir todas as religiões numa única Religião mundial, sob a direcção do topo da Maçonaria, para realizar o Governo mundial do Anti-Cristo!

Page 64: Quem é Dom Luigi Villa?

A negação da DIVINDADE de Jesus Cristo elimina o “Sacrifício de Cristo na Cruz” na sua raiz e, deste modo, o “Sacrifício de Cristo na Cruz”, oferecido por Jesus ao Pai, por meio do Ministério Sacerdotal, que nos oferece a Redenção e a salvação da alma…

«Deves dedicar toda a tua vida a defender a Igreja de Cristo

da obra da Maçonaria eclesiástica!».

(Encargo dado a Dom Luigi Villa pelo Padre Pio)

«Deves dedicar toda a tua vida a defender a Igreja de Cristo

da obra da Maçonaria eclesiástica!».

... poderá tornar-se a renovação do

DEICÍDIO, por meio do ministério

sacerdotal maçónico, oferecido a um outro

“deus pai”, Lúcifer, o qual, como “deus” da

Maçonaria, oferece a sua “redenção gnóstica” e, com diabólico engano,

se desvia da salvação da alma com a fábula da

Paz Universal entre os Homens.