Quem nos deu a vida também nos ensinou a orar L_H_VOL_II_91-92

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  • 8/2/2019 Quem nos deu a vida tambm nos ensinou a orar L_H_VOL_II_91-92

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    1 Semana da Quaresma Tera-feira

    Segunda leitura

    Do Tratado sobre a Orao do Senhor, de So Cipriano, bispo e

    mrtir(Cap.1-3: CSEL 3,267-268) (Sc. III)

    Quem nos deu a vida tambm nos ensinou a orar

    Os preceitos evanglicos, irmos carssimos, no so outra coisa

    que ensinamentos divinos, fundamentos para edificar a esperana,

    bases para consolidar a f, alimento para revigorar o corao, guias

    para mostrar o caminho, garantias para obter a salvao. Enquanto

    instruem na terra os espritos dceis dos que creem, eles os

    conduzem para o Reino dos cus.Outrora quis Deus falar e fazer-nos ouvir de muitas maneiras

    pelos profetas, seus servos. Mas muito mais sublime o que nos diz

    o Filho, a Palavra de Deus, que j estava presente nos profetas e

    agora d testemunho pela sua prpria voz. Ele no manda mais

    preparar o caminho para aquele que h de vir, mas vem, ele prprio,

    mostrar-nos e abrir-nos o caminho para que ns, outrora cegos e

    imprevidentes,errantes nas trevas da morte, iluminados agora pela

    luz da graa, sigamos o caminho da vida, sob a proteo e guia doSenhor.

    Entre as exortaes salutares e os preceitos divinos com que

    orienta seu povo para a salvao, o Senhor ensinou o modo de orar e

    nos instruiu e aconselhou sobre o que havemos de pedir. Quem nos

    deu a vida, tambm nos ensinou a orar com a mesma bondade com

    que se dignou conceder-nos tantos outros benefcios, a fim de que,

    dirigindo-nos ao Pai com a splica e orao que o Filho nos ensinou,

    sejamos mais facilmente ouvidos.

    Jesus havia predito que chegaria a hora em que os verdadeiros

    adoradores adorariam o Pai em esprito e em verdade. E cumpriu o

    que prometera. De fato, tendo ns recebido por sua graa

    santificadora o Esprito e a verdade, podemos adorar a Deus

    verdadeira e espiritualmente segundo os seus ensinamentos.

    Pode haver, com efeito, orao mais espiritual do que aquela que

    nos foi ensinada por Cristo, que tambm nos enviou o EspritoSanto? Pode haver prece mais verdadeira aos olhos do Pai do que

    aquela que saiu dos lbios do prprio Filho que a Verdade? Assim,

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    orar de maneira diferente da que o Senhor nos ensinou no s

    ignorncia, mas tambm culpa, pois ele mesmo disse: Anulais o

    mandamento de Deus a fim de guardar as vossas tradies (cf. Mc7,9).

    Oremos, portanto, irmos carssimos, como Deus, nosso Mestre,

    nos ensinou. A orao agradvel e querida por Deus a que rezamos

    com as suas prprias palavras, fazendo subir aos seus ouvidos a

    orao de Cristo.

    Reconhea o Pai as palavras de seu Filho, quando oramos. Aquele

    que habita interiormente em nosso corao, esteja tambm em nossa

    voz; e j que o temos junto ao Pai como advogado por causa de

    nossos pecados, digamos as palavras deste nosso advogado quando,

    como pecadores, suplicarmos por nossas faltas. Se ele disse que tudo

    o que pedirmos ao Pai em seu nome nos ser dado (cf. Jo 14,13),

    quanto mais eficaz no ser a nossa splica para obtermos o que

    pedimos em nome de Cristo, se pedirmos com sua prpria orao!

    Responsrio

    R. At agora no pedistes coisa alguma em meu Nome.* Pedi e recebereis e tereis plena alegria.

    V. O que pedirdes ao meu Pai, em meu Nome, Eu vos darei,

    para que seja, assim, o Pai glorificado no seu Filho.

    * Pedi e recebereis e tereis plena alegria.

    Orao

    Olhai, Deus, vossa famlia, e fazei crescer no vosso amor aqueles

    que agora se mortificam pela penitncia corporal. Por nosso Senhor

    Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Esprito Santo.

    Concluso da Hora

    V. Bendigamos ao Senhor.

    R. Demos graas a Deus.