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QUEM TEM MEDO DE PARTO NORMAL? Menor percentual de cesarianas no Brasil pode diminuir riscos para a mãe e o bebê PAG. 08 Conheça um grupo determinado a parar de protelar o que é importante e mudar de vida PAG. 14 Até que ponto este medicamento tem sido receitado corretamente? LIVRE-SE DA PROCRASTINAÇÃO! PAG. 16 REVISTA DA FUNDAFFEMG - FUNDAÇÃO AFFEMG DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE | N° 21 | JAN/FEV/MAR/16 RITALINA FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT

QUEM TEM MEDO DE PARTO NORMAL? VIDA SAUDE_Baix.pdf · quem tem medo de parto normal? menor ... jan/fev/mar/16 ritalina fec hamento autorizado pode ser aber to p el a ect. expediente

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QUEM TEM MEDO DE PARTO NORMAL?

Menor percentual de cesarianas no Brasil pode diminuir riscos

para a mãe e o bebê

PAG. 08

Conheça um grupo determinado a parar de protelar o que é importante e mudar de vida

PAG. 14

Até que ponto este medicamento tem sido receitado corretamente?

LIVRE-SE DA PROCRASTINAÇÃO!

PAG. 16

REVISTA DA FUNDAFFEMG - FUNDAÇÃO AFFEMG DE ASSISTÊNCIA E SAÚDE | N° 21 | JAN/FEV/MAR/16

RITALINA

FECHAMENTO AUTORIZADOPODE SER ABERTO PELA ECT

EXPEDIENTE

Diretor-Presidente: José Gomes Soares

Diretor Administraivo e Financeiro:José Edson Marins da CostaDiretora de Seguridade: Carolina AmáliaCançado Monteiro André

Conselho CuradorEfeivos: Antônio Caetano Jacinto Lemos; Clarindo Bergamini Júnior; Edir da Silva Mar-ins; Edvaldo Ferreira; Jânio Ramos; Luiz An-

tônio Ribeiro; Maria José Rocha Couto; Ma-

ria Teresa de Carvalho Soares; Munir Nacif Mitre (Presidente)Suplentes: Flávio Lima de Oliveira; Gilson Magalhães Teixeira; José Agnaldo Viegas Barbosa; José Aparecido de Pádua; José Eduardo Stelman Massi; Maria Helena de Freitas Campos; Najla de Paula Cruz; Ronan Andrade de Oliveira; Sara Costa Felix Teixeira

Conselho FiscalEfeivos: Hercília Maria de Almeida José eAzevedo; Iracema Ceci Amaral Renan; José Guilhermino Barbosa Filho (Presidente)Suplentes: Eustáquio Vitor Avelar; Marcos Lúcio Valente; Wandril Antonio Zeferino

Editora-Execuiva: Fáima Taher JounisConselho Editorial: Carolina Amália Cança-

do Monteiro André, Regina Celi Serra Costa, Sandra Maria da Veiga.Editora-Chefe (Jornalista Responsável): Sara de Moraes (12528/MG)Diagramação: Kivia Gois e Franciene PereiraFotos: Fernando Oliveira, Franciene Perei-ra, Kivia Gois, Mariana Guimarães e Sara de Moraes

Apuração e redação: Fernando Oliveira e Sara de Moraes

Anúncios: Franciene Pereira

FUNDAFFEMGRua Sergipe, 893, Savassi, Belo Horizonte/MG - CEP: 30130-171Telefone: (31) 2103-5858Fax: (31) [email protected]

Comentários, sugestões e opiniões: [email protected]

Impressão: Gráica CedáblioTiragem: 8.000 exemplares

• As opiniões dos arigos assinados e informações dos anúncios não são responsabilidade da Revista Vida Saúde• Conteúdo aprovado pela médica e Superinten-

dente de Saúde da FUNDAFFEMG, Dra. Regina Celi Serra Costa (CRM 15852).

NESTA EDIÇÃO

| SEU RECADO 04

| USE BEM 04

| DOUTOR RESPONDE 06

| EM DESTAQUE 06

| ACONTECEU 07

| MOVIMENTE-SE 08 Livre-se da procrasinação e viva melhor!

| VOCÊ SABIA? 11

| NA MESA 12 Frutas hidratantes para o verão

| VAMOS FALAR SOBRE ISSO? 14

Ritalina: droga necessária (?)

| ESPECIAL 16

Quem tem medo de parto normal?

| DICA DO ESPECIALISTA 22

Reumatologia

| FUJA DA ROTINA 24 Fotograia como um hobby

| CRÔNICA 26

Coisas que ninguém te conta

| DIVIRTA-SE 27

| ONDE ENCONTRAR? 27

EDITORIAL

Ter um ano pela frente, feito papel em branco, desperta em nós a energia carregada pelo novo, do tamanho dos desaios que temos adian-

te para desbravar. Para a Revista Vida Saúde, 2016 será de total renova-

ção! A parir desta edição, todo conteúdo e arte passam a ser produzi-dos pela equipe do Setor de Comunicação da FUNDAFFEMG. Queremos fazer uma revista mais próxima de nossos beneiciários e, mais que transmiir informações, nosso anseio é produzir discussões e aitudes.

E nada combina mais com o novo que as primeiras fases da vida! Por isso começamos o ano falando sobre os ipos de parto, tema que tem moivado ações da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, no senido de diminuir o percentual de cesarianas no Brasil.

A possibilidade de recomeçar, tão própria ao ano que se inicia, tam-

bém se relete em outros assuntos da Vida Saúde. Ouvimos especialis-

tas e a experiência de um grupo determinado a deixar a procrasinação para melhorar a qualidade de vida. Eles se reúnem semanalmente na FUNDAFFEMG em busca de orientações e ferramentas para recuperar a boa medida. Para acompanhar essa transformação, nada melhor que as frutas que auxiliam na hidratação, tema de nossa matéria de nutrição.

Reservamos, ainda, outras surpresas ao nosso público. Crescemos para comportar um maior volume de conteúdo e agora contamos com quatro novas sessões! Em “Doutor Responde”, os leitores terão a opor-tunidade de fazer perguntas aos proissionais de nossa rede credencia-

da. A úlima página passa a ser reservada a jogos que esimulam a me-

mória e a informações sobre onde encontrar médicos, hospitais, clínicas e outros especialistas mencionados nas matérias da revista.

Para ir além do bem-estar e falar de questões que nos aligem, apre-

sentamos o “Vamos falar sobre isso?” e estreamos com as implicações de uma enfermidade que já ganhou a capa de uma edição anterior: O Transtorno do Déicit de Atenção com Hiperaividade (TDAH), cujo me-

dicamento uilizado para o tratamento, a Ritalina, receitado de forma in-

discriminada, tem gerado preocupação em pais e proissionais da saúde.Em suma, esperamos que esses novos ares sirvam de inspiração,

fonte de conhecimento e paricipação. Estamos abertos a sugestões e comentários, seja pelo e-mail [email protected] ou numa visita para um café! Tal como o Plano, nossa Revista pertence a todos os nossos beneiciários.

Boa leitura!

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Da esquerda para direita: Sara de Moraes, Franciene Pereira, Fernando Oliveira,

Kivia Gois e Fáima Taher

Nos úlimos dois anos eu, meus ilhos e familiares passamos por momentos diíceis, em função dos problemas de saúde que acometeram minha esposa Rosane. Graças ao equilíbrio com que encaramos o desaio, aliados a nossa fé e ao apoio recebido de tantos amigos, conseguimos superar tais momentos e reencontramos a tranquilidade diante da sua recuperação, o que vem ocorrendo dia a dia. Todavia, temos certeza de que tudo teria sido muito mais diícil se não ivéssemos ido a oportunidade de termos vocês, colaboradores da nossa Fundação, atuando como verda-

deiros amigos, sensibilizados com nosso problema e agindo de forma proissional, muitas vezes sacriicando até seus horários de trabalho a im de proporcionar o pronto atendimento a nós e a nossa paciente.

Como não queremos cometer injusiças citando nomes e omiindo outros, agradecemos de coração aos integran-

tes de todos os setores, iniciando pelo pessoal do atendimento (Gestão, Fale Conosco, Atendimento ao Beneiciário, FUNDATENDE), da Superintendência de Saúde (Autorização, Auditoria, Sempre Fundafemg, Relacionamento/Con-

trato/Cadastro/Negociação), Assessoria, Diretorias, Presidência, Secretaria e todos aqueles que, direta ou indireta-

mente, engrandecem nossa querida FUNDAFFEMG. Muito obrigado!

Hélio Ferreira Lima e família

Em 11/09/2015 passei por uma cirurgia, com a cobertura da FUNDAFFEMG, no Hospital Mater Dei - Contorno, em razão de fratura do tornozelo direito. Tenho recebido o melhor atendimento possível, desde antes da cirurgia, no ato cirúrgico e nesse período pós-operatório, pelo médico cirurgião DR. RODRIGO SIMÕES CASTILHO, a quem sou muito grata pela genileza e excepcional competência. Em plena recuperação, meu senimento hoje é de agradeci-mento ao Plano de Saúde FUNDAFFEMG, ao HOSPITAL MATER DEI - CONTORNO e a todos que me atenderam nesse processo; especialmente ao DR. RODRIGO SIMÕES CASTILHO.

Nícia Ramos Maia

APLICATIVO O aplicaivo do FUNDAFFEMG-Saúde está disponível para download em disposiivos móveis. Instale agora em seu ce-lular e ique por dentro de nossas atualizações. É mais fácil encontrar os proissionais para marcar exames e acompa-nhar suas consultas. Não perca tempo!

Conheça os laboratórios e médicos disponíveis no seu plano. Aqui é possível esco-lher o ipo de atendimento de maneira práica e sem complicações.

Fique interado sobre novida-des da FUNDAFFEMG. Aqui serão registradas as novas aividades, dicas de bem-es-tar e tudo que você precisa para se manter bem informa-do sobre seu convênio.

Esta opção do aplicaivo te ajuda a icar atento em relação às marca-ções de consultas e ains. É só aivar o alarme, marcando a data do aten-dimento.

Caso tenha alguma dúvida, entre em contato diretamente com nos-sos atendentes.

SEU RECADO

USE BEM

4 5

AFFEMG completa 66 anos com muita vitalidade

No mês de aniversário, Associação prepara uma série de atividades especiais para comemorar com os Associados

A primeira Associação de Servidores Públicos de Mi-nas Gerais, criada em 15 de

fevereiro de 1950, completa 66 anos. A experiência acumulada e muita vitalidade fa-zem da AFFEMG uma entidade reconhecida e respeitada por suas lutas e conquistas a favor do Fisco Estadual Mineiro.

No final de 2015, cumprindo o objetivo de colocar a Entidade o mais perto pos-sível de seus Associados, a AFFEMG concluiu a instalação de todas as Diretorias Regionais em sedes próprias. No dia 18 de dezembro, os Associados da Regional Baixo Rio Grande receberam a sede em Uberaba, toda reformada e ampliada, que passou a contar com um Centro de Promoção da Saúde para os atendimentos da FUNDAFFEMG e uma área de convivência bem maior e moderna, tudo para atender e congregar os Associados.

Já no centro de Juiz de Fora, foi construída a nova sede da Regional Mata, que conta com cinco andares onde irão funcionar a área administrativa da AFFEMG, o Centro de Promoção da Saúde da FUNDAFFEMG, além de um Centro de Convivência. “A entrega dessas obras representa a concretização de um sonho idealizado por muitos, e o começo de um novo ciclo para a AFFEMG que, agora, possui sedes próprias e bem estruturadas nas Regionais, proporcionando aos Associados e seus dependentes melhores condições para a prestação de serviços e também áreas de convivência, possibilidades de muitos encontros que, com certeza, irão fortalecer o espírito associativo”, ex-plica a ex-Diretora-presidente da AFFEMG e atual Diretora Financeira Adjunta, Maria Aparecida Neto Lacerda e Meloni, Papá.

Por tudo o que vem realizando ao longo de sua existência, a AFFEMG tem muito a comemorar, e já prepara uma programação espe-cial de atividades, como a VII Exposição de Artes Plásticas e Fotografia que esse ano traz como tema Artes Sabores e Aromas – um olhar poético da culinária mineira. “A gastronomia mineira é muito inspiradora, além de um sabor inigualável, ela remete a muitas lembranças, da infância, ou de entes queridos, de lugares ou pessoas, sentimento que toca a alma e pode ser transformado em arte, esse é nosso convite, a nossa proposta

para os Associados Artistas se inspirarem para a Exposição de 2016”, explica a Diretora Social, Patrícia David Salum. Interessados em participar podem acessar o site da AFFEMG, conferir o regulamento geral e fazer sua inscrição entre os dias 11 a 29 de janeiro, nas Diretorias Regionais ou na sede da AFFEMG em Belo Horizonte.

Outro momento de grande emoção será a comemoração do aniversário da AFFEMG programado para acontecer no dia 19 de fevereiro, no Buffet Catarina, em Belo Horizonte. Na oportunidade, a nova diretoria, sob a liderança do Diretor-Presidente Sinval Pereira da Silva, promoverá uma grande confraternização.

A programação completa das comemorações dos 66 anos da AFFEMG será divulgada em breve, fique de olho porque muita música, cultura e arte vêm por aí, aguarde!

Informações: Setor de Eventos da AFFEMG – (31) 3289 5704.

66Anos666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666666

Descerramento da placa de ampliação da Regional Baixo Rio Grande

Inauguração da nova sede regional Mata em 22 de dezembro

Paricipe da nossa revista!Envie seus comentários, sugestões e opiniões

para [email protected]

Fotografe suas prescrições e salve no aplicaivo. Assim não há neces-sidade de carregá-las sempre com você.

REDE CREDENCIADA

NOTÍCIAS

ALARMES

PRESCRIÇÕES

CONTATOS

FUNDAFFEMG ABRE TURMA COM ATIVIDADES FÍSICAS PARA JOVENS

Com o objeivo de dinamizar as ações de prevenção de riscos e doenças e promoção da saúde, a Superintendência de Saúde da FUNDAFFEMG está reformulando algumas de suas ações para o ano de 2016.

Uma das novidades é a criação de um grupo voltado para o público mais jovem que precisa dar um pontapé inicial para me-

lhorar o condicionamento ísico. As aulas, elaboradas por uma isioterapeuta, reúnem técnicas de Pilates, RPG e Aeróbica.

Os exercícios com os grupos terão início em março e vão acon-

tecer duas vezes por semana em dois horários, às 7h e às 18h30. As vagas são limitadas e a formação das turmas está condiciona-

da ao número mínimo de inscritos. A aividade é gratuita e exclu-

siva para beneiciários da FUNDAFFEMG com idade a parir de 20 anos.

Inscreva-se pelo telefone (31) 2103-5858 ou e-mail

[email protected]

EM DESTAQUEACONTECEU

Dia 14/11, casais que esperam a chegada do bebê receberam orientações de nossa equipe mulidisciplinar, na sede da FUNDAFFEMG, em BH

DANÇA SÊNIORO encerramento do grupo de Dança Sênior em Belo Horizonte foi marcado pela amizade e bom humor

Despertar para a Saúde

Beneiciários lotaram o au-

ditório da FUNDAFFEMG, no dia 02/12, para ouvir a Drª Marina Amaral Tavares falar sobre os problemas causados pela ansiedade

Grupo de Apoio aos Diabéticos e

Hipertensos

Durante o mês de novembro, em nossa sede, beneiciários com diabetes e hipertensão ou que se encontram propensos a essas enfermidades recebe-ram informações e orientações de nossa equipe para preven-ção dessas doenças e adoção de hábitos para uma melhor qualidade de vida

Programa de

ONDICIONAMENTO FÍSICConsciência

Postural

da MemóriaDia 26/11 aconteceu o úlimo en-

contro da turma que paricipou do Módulo I da Oicina da Memória, em BH. A psicóloga Eliane Pellegri-no trouxe uma mensagem especial e comparilhou algumas instruções inais. Os beneiciários também receberam uma carilha como in-

cenivo a coninuarem a praicar os exercícios para que todos os bons momentos sejam lembrados

6 7

Itabira/MG - Rua Joaquim Murtinho, 39, P ará (31) 3831-2909 (31) 3831-2843

Belo Horizonte/MG - Rua Sergipe, 625 - 408, Funcionários (31) 9926-6946 (31) 9285-7407 (31)3261-6076

As turmas de Condicionamento Físico e Consciência Postural encer-raram as aividades de 2015 com muita festa e disposição para con-

inuar em movimento. Os grupos de 2016 já estão com inscrições abertas! Quer começar o ano deixando a inércia de fora? Entre em contato pelo e-mail [email protected], pelo telefone (31) 2103-5858 ou ligue para sua regional. As vagas são limitadas e exclusivas para beneiciários da FUNDAFFEMG

DOUTOR RESPONDE

Como utilizar a ergonomia nas atividades es-portivas para evitar lesões?Nícia Ramos MaiaBeneiciária do FUNDAFFEMG-Saúde (BH-MG)

A ergonomia no esporte tem como objeivo auxiliar os atletas a praicarem exercícios ísicos de forma correta , evitando lesões e inlama-

ções e melhorando sua performance. Devemos ter atenção com as posturas perante todos os equipamentos uilizados para sua práica (seja ela qual for). Para isso é necessária atenção do atleta durante seus exercícios evitando posturas, repeições e altas cargas que provoquem dores ariculares .

Além dos cuidados posturais com o equipa-

mento é necessário boa alimentação, aquecer e alongar antes das aividades, evitar o over trai-ning e ter ao lado um proissional qualiicado no esporte especíico.

Dr. Ricardo Savassi StehlingOrtopedista que atende no Centro de Promoção da Saúde(CPS), na sede da FUNDAFFEMG

Tire suas dúvidas. Envie sua pergunta para [email protected] Participe você também de nossas atividades. Fique atento às datas e inscreva-se pelo telefone

(31) 2103-5858 ou pelo e-mail [email protected]

Freepik

Mar

iana

Gui

mar

ães

LIVRE-SE DA PROCRASTINAÇÃO

“Ahh...Deitar na cama fresquinha, enrolado a um edredom macio, assisir a um bom ilme e, qui-çá, esicar o braço para responder algumas mensa-gens no celular — que está preso ao carregador do lado da cama. Obrigações? Claro que existem. Mas ali está tão gostoso...Melhor deixar para depois!”

Caso tenha se ideniicado com o personagem acima, acredite: você está entre os 70% de brasilei-ros que praicam a procrasinação, mal que tem se tornado cada vez mais comum nos tempos moder-nos. O conforto do lar, aliado ao avanço tecnológi-co e vício em redes sociais, tem feito crescer ainda mais o hábito do ser humano de “empurrar com a barriga” os afazeres, ou deixar pra depois o que se pode fazer agora. Procrasinar vem da nature-

za do homem, e cabe a ele se organizar para ven-

cer aquela preguicinha, sair da zona de conforto e, inalmente, fazer o dia render como o esperado.

Evidentemente, esse problema está associado ao se-

dentarismo, um dos principais causadores de doenças perigosas, como a obesidade e diabetes ipo II, que são consequências de alterações das gorduras e aumento da pressão. Condição que leva várias pessoas a procu-

rar auxílio proissional quando percebem que, deste modo, estão com a qualidade de vida compromeida.

Em pesquisa feita com 254 voluntários, no Ca-

nadá, a psicóloga Fuschia Sirois, professora da Universidade de Sheileld, comprovou que os efeitos da procrasinação são releidos sobre a saúde. A consulta popular indicou níveis mais al-tos de colesterol e risco de hipertensão arterial em paricipantes que confessaram procrasinar

E VIVA MELHOR!

Fato é que, procrasinar acaba sendo um atraso de vida, tanto para exercer as obrigações proissionais, quanto para suprir a necessidade do corpo pela práica de alguma aividade ísica. Mas, já que se movimentar proporciona tanto prazer, por que as pessoas têm tama-

nha resistência em introduzir na roina algum ipo de exercício benéico à saúde? A principal desculpa está na falta de tempo.

“Apesar da vida moderna não nos dar tempo dispo-

nível para cuidarmos da saúde, devemos lembrar que o corpo humano não foi desenhado metabolicamente para icarmos imóveis”, explica Dra. Marina Nogueira, endo-

crinologista do Centro de Promoção da Saúde (CPS-FUN-

DAFFEMG). Ela airma que, historicamente, segundo a seleção natural proposta por Darwin, o homem primiivo só conseguia sobreviver devido sua capacidade de arma-

zenamento de gordura, mas que a mobilidade ísica já era uma habilidade necessária para fuga das intempéries naturais. “Ao longo dos séculos, a seleção das espécies permaneceu optando por genes mais propensos ao acú-

mulo energéico, porém, passamos a exercitar menos o corpo, tendo como resultado o excesso de acúmulo de gordura”, teoriza Dra. Marina, alertando que a aividade ísica é a melhor forma de acelerar o metabolismo, devi-do ao aumento do gasto energéico.

ENCONTRE UM TEMPINHO PARA SI

GABOM CONSCIENTIZA A MUDANÇA DE HÁBITOSComo forma de incentivar a prática regular de

exercícios físicos e orientar beneiciários a adotar uma alimentação adequada, foi criado o Grupo de Apoio à Boa Medida (GABOM). O propósito do proje-to é condicionar a proilaxia das enfermidades causa-das pelo sedentarismo, que dão origem à obesidade. E para isso, foi formada uma equipe multidisciplinar de especialistas, composta por isioterapeuta, psi-cóloga, endocrinologista, psiquiatra e nutricionista.

De acordo com a psicóloga do CPS - FUNDAFFEMG, Cristina Rezende, uma das idealizadoras do GABOM, o resgate da autoestima dos participantes só pode ser alcançado mediante alteração nos hábitos de cada um. “A pessoa dá novo signiicado à vida e busca vivê-la plenamente. Todos nós temos a necessidade de nos sentirmos úteis. O resultado do Mudança de Estilo de Vida (MEV – método adotado pelo grupo) se manifesta no autocuidado e na conciliação do bem--estar físico e mental”, explica Cristina, lembrando que após cinco meses do projeto, já recebeu retor-nos positivos dos participantes que relataram estar contando com o apoio da família, a mudança de há-bitos e o gosto pela prática de atividades físicas.

Exemplo de quem conquistou no GABOM a tão sonhada motivação para superar o comodismo é a beneiciária do FUNDAFFEMG-Saúde, Aline Xavier, administradora de empresas, 42 anos. Ela airma que ao trocar experiências com outros participan-tes, encontrou o apoio que precisava. “Fiz vários amigos. O grupo é muito legal, além de contarmos com uma equipe de excelentes proissionais”, elogia.

Aline ainda destaca a importância do bom senso para fazer substituições na alimentação e, sobretudo, incluir na rotina alguma atividade fí-sica que dê prazer. “Faço musculação e atividade aeróbica há quatro meses. Pretendo me prepa-rar isicamente para participar de corridas assim que adquirir melhor condicionamento físico.”

FÓRMULADO

IMC= PESO

(ALTURA) ²

Grupo de Apoio à Boa Medida

Entre em contato com o SEMPRE-FUNDAFFEMG pelo telefone (31) 2103-5858.

Para participar do GABOM é simples. O benei-ciário deve calcular seu Índice de Massa Corpórea (veja abaixo). Caso o resultado seja enquadrado no grau de obesidade I ou II, é só entrar em con-tato com o SEMPRE-FUNDAFFEMG pelo telefone (31) 2103-5858. Conirmado o diagnóstico é pos-sível se inscrever no programa e começar as con-sultas.

IMc CLASSIFICAÇÃO<18.5

18,6 a 24,925,0 a 29,9

30 a 34,9

35 a 39,9

> ou = 40

abaixo do pesosaudável

peso em excessoobesidade grau i

obesidade grau iiobesidade grau iii

(severa)

(mórbida)

MOVIMENTE-SE MOVIMENTE-SE

8 9

com maior frequência, provavelmente porque adiam as consultas médicas e a ingestão de medicamentos. O estudo também revela que a preocupação com as pen-

dências gera maior estresse entre os que atrasam seus afazeres, que icam acumulados e tornam-se urgentes.

Paricipantes do grupo GABOM 2015

Freepik

VOCÊ SABIALAranja, mais saudável do que

você imaginava...Popular nas fruteiras dos brasi-leiros, a laranja contém substân-

cias que proporcionam energia, vitalidade e bem-estar, que vão além da vitamina C. Veja:Proteção da pele: componentes da laranja são uilizados por em-

presas de cosméicos por pro-

porcionarem uma pele macia, além de reforçar seu brilho na-

tural e suavidade. Cura de infecções virais: o alto nível do composto bioaivo po-

lifenol previne e trata doenças virais de forma natural e sem efeitos colaterais.Equilíbrio de pH do corpo: a la-

ranja atua na neutralização de resíduos ácidos provenientes da má alimentação, deixando as-

sim, o organismo mais alcalino. Auxílio para uma boa visão: os

lavonóides e a abundância em vitamina A presentes na laranja permitem uma membrana mu-

cosa ocular mais saudável, pre-

venindo assim, as chances de degeneração macular.

Cuidado ao ingerir bebidas energéticas!

O risco do consumo aumenta quando os energéicos são mis-

turados em bebidas alcoólicas. Em alguns casos, a aceleração dos baimentos cardíacos pode desencadear taquicardia, pal-pitações, falta de coordenação motora, insônia e nervosismo, em razão do alto nível de cafe-

ína presente na bebida. Uma única lata, contém quanida-

de equivalente a quatro xícaras de café ou quatro la-

tas de refrigeran-

te de cola. Fique atento e cuide de sua saúde!

Maneiras orgânicas de eliminar formigas

Com a chegada do verão, as infes-

tações de formigas são frequentes, tanto dentro de casa como no jar-dim. Os métodos para exterminá-

-las por meio de produtos inseici-das são prejudiciais para a saúde e para as plantas, devido à presença de tóxicos químicos. No entanto, existem maneiras orgânicas que ajudam a espantar as formigas, como: espalhar cascas de laran-

ja pelo caminho que elas traçam; colocar leveduras misturadas ao açúcar perto dos formigueiros; es-

palhar bicarbonato de sódio no tra-

jeto feito por elas; e colocar arroz perto do formigueiro, faz com que as formigas carreguem os grãos para dentro de suas casinhas e, a parir da fermentação do vegetal, todas são eliminadas.

Fique atento para se proteger do mosquito Aedes Aegypi, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus. Segundo aná-

lise feita pelo Proteste.org.br, que atua na defesa e no fortale-

cimento dos direitos dos consumidores brasileiros, o tempo máximo de ação dos repelentes é de duas horas e trinta mi-nutos. Acompanhe pelo nosso site dicas de prevenção con-

tra o mosquito. Acesse: www.fundafemg.com.br e conira!

eliminando o temido inimigo

MOVIMENTE-SE VOCÊ SABIA?

1 - Enumere suas prioridades de forma que dê preferência para

cumprir as que você julga como mais importantes.

2 - Estabeleça prazos para cumprir seus objeivos.

3 - Mantenha o foco e classiique suas obrigações em três grupos:

urgentes, importantes ou circunstanciais.

4 - Faça uma lista de afazeres diários e planeje como usar melhor

seu tempo. Não conie na memória.

5 - Lembre-se de ser realista ao planejar suas tarefas. Não tente

fazer mais do que consegue.

6 - Se premie a cada objeivo alcançado.

7 - A iniciaiva é importante, mas a ‘terminaiva’ é essencial.

Tente concluir as tarefas que se dispôs a fazer.

8 - Faça uma coisa por vez.

9 - Resista às redes sociais. Ao bloquear a internet você evita

uma ocupação que muitas vezes é desnecessária.

10 - Insista em uma nova roina para que ela se torne um hábito.

É diícil, mas o resultado é prazeroso.

11 - Reserve horários para se diverir. A valorização do

lazer te ajuda a relaxar e aumentar a produividade.

12 - Perdoe-se por aquela enroladinha. Assim você age

rapidamente para cumprir uma tarefa que postergou.

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70% dos brasileiros praticam a

procrastinação

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12 dicas de atitudes para se livrar

da procrastinação

O consumo de água e alimentos hidratantes durante o verão é uma tarefa fundamental para todos. O clima quente au-

menta a transpiração do corpo que, na falta de líquido, tem como consequência a desidratação. Desta forma, a circulação sanguínea e o funcionamento de vários sistemas vitais são compromeidos. Por isso, manter o organismo bem hidratado signiica alcançar o equilíbrio do metabolismo e, sobretudo, obter o controle da temperatura corporal.

Apostar na ingestão de frutas pode ser uma alternaiva prazerosa para se manter saudável nesta época do ano. Elas ajudam na hidratação, além de conter nutrientes anioxidantes, essenciais para a prevenção de doenças, melhora da qualidade da pele e combate aos radicais livres.

Pensando nisso, a Revista Vida Saúde selecionou algumas opções de frutas hidratantes, indispensáveis para o verão. As recomendações da nutricionista do Centro de Promoção da Saúde (CPS – FUNDAFFEMG), Isabella Mancini, incluem frutas de aproximadamente 80% de água na composição. Conira!

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AbacaxiO abacaxi é ido como campeão em poder hidratante por ser rico em bromelina — enzima que auxilia na digestão. Ele ainda é composto por vitaminas A, B e C, e sua casca pode ser uilizada para fazer deliciosos sucos e chás.

AcerolaÉ a fruta do combate ao envelheci-mento. Atua na oxigenação das pare-

des dos vasos sanguíneos da pele, e tem pouquíssimas calorias. A acerola é rica principalmen-

te em vitamina C, mas também dis-

põe da vitamina A e do complexo B.

nectarinaÉ uma variedade do pêssego, e também muito rica em vitami-na A, C e potássio.

MelanciaÉ aliada na prevenção ao câncer (prin-

c ipalmente de próstata) por ser rica em licopeno. O níido excesso de água faz da fruta uma das mais refres-

cantes e diuréicas. A melancia ainda au-

xilia no equilíbrio hídrico por ser rica em potássio.

Melão

É a fruta que diminui a fome. O alto teor hídrico o faz também diuréico, e contribui para a eliminação de to-

xinas pelo organismo. Além disso, o melão é rico em vitaminas A e E e possui baixa quanidade de sódio.

pêssego morangoÉ outra fruta com função diuréi-

ca, e ajuda na eliminação de toxinas pelo ígado. É um nutriente muito importante para a memória, além de conter fósforo, magnésio e potás-

sio, essenciais para o bom funciona-

mento do sistema nervoso central.

consumir frutas faz muito bem para a saúde!

FRUTAS HIDRATANTES

PARA O VERÃO

NA MESA NA MESA

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Atua no controle das taxas de açúcares no sangue e, por isso, seus agentes oxidantes auxi-

liam na prevenção e tratamento ao diabetes ipo II, síndrome me-

tabólica e obesida-

de. É pouco calórico e rico em vitaminas A, B, C e potássio.

14 15

Uma pesquisa recente, realizada pelo Insi-

tuto de Medicina Social da Universidade Esta-

dual do Rio de Janeiro (UFRJ) apontou um dado alarmante: nos úlimos 10 anos, o consumo de meilfenidato, conhecido comercialmente como Ritalina, cresceu 775% no Brasil. Uilizado no tratamento do transtorno de déicit de aten-

ção e hiperaividade (TDAH), o remédio não é consenso entre especialistas e desperta pre-

ocupação por sua prescrição indiscriminada.A diiculdade de manter a concentração, seguir

instruções, escutar, organizar tarefas, a agitação e o desinteresse em paricipar de aividades que exi-jam esforço mental estão entre os principais sinto-

mas do TDAH. “A hiperaividade na população em geral é esimada na prevalência em 3 a 7% entre crianças em idade escolar. Pode variar conforme várias situações. O transtorno pode ser encontra-

do com maior frequência nos parentes biológicos em primeiro grau de crianças com o diagnósico. Os estudos sugerem também que existe um pre-

domínio superior de transtornos de humor, ansie-

dade, aprendizagem e personalidade anissocialnos membros das famílias de indivíduos com TDAH.

Atualmente, como são poucos os serviços que aten-

dem crianças e adolescentes com problemas es-

colares, aumentam, nesses serviços, o número de crianças com esse diagnósico. Hoje, também, mui-tas crianças que não deveriam ser tratadas com Ri-talina fazem parte dessa estaísica”, explica o pedia-

tra e hebiatra, Dr. Paulo César Pinho Ribeiro, mestre em Ciências da Saúde da Criança e do Adolescente.

De acordo com o médico, a Ritalina é recomendada quando há evidência consistente de TDAH. O medica-

mento, um esimulante da piperidina similar à anfeta-

mina, é absorvido rapidamente e os efeitos no compor-tamento aparecem de uma a quatro horas depois de ingerido, fazendo com que o paciente consiga focar mais a atenção nos estudos e promovendo também quietude.

A mestre em Psicologia e especialista em Ado-

lescência Eliana Olímpio, alerta que “em longo prazo, a tendência dessa medicação é diminuir o seu efeito. A preocupação maior é ao que se refe-

re ao uso prolongado, porque como todo esimu-

lante que vai perdendo sua eicácia, aumenta-se a dose e os efeitos colaterais podem apresentar-se de forma ainda mais acentuada” (conira em nosso site o que a Ritalina pode provocar no organismo).

Crianças agitadas e bagunceiras sempre exisiram. A curiosidade, a vontade de experimentar e a energia são caracterísicas próprias desta fase, mas, de acordo com Eliana, “as transformações tecnológicas e os pro-

dutos eletrônicos que são oferecidos para a nossa so-

ciedade atual faz com que as crianças manifestem mais inquietação que as do passado. O excesso de ilumina-

ção e cores, o movimento acelerado e inconstante ex-

cita os neurônios no cérebro em formação da criança, e obviamente, traz consequências. Dessa forma, pa-

rece que o número de crianças inquietas aumentou”. Por outro lado, os relexos na escola da avalanche

de informações vivida na sociedade, faz com que seja demandada uma alta performance por parte dos alu-

nos e, conforme pesquisa desenvolvida pela psicóloga, tem sido cada vez mais corriqueiro insituições de ensi-no orientarem pais a buscarem auxílio de especialistas no senido de potencializarem as competências cog-

niivas de crianças e adolescentes. Em muitos desses casos, a Ritalina é receitada de forma indiscriminada.

Outro estudo, conduzido pela pediatra e profes-

sora da UNICAMP, Maria Aparecida Afonso Moysés,

no qual foram ouvidos proissionais da educação e da saúde acerca das causas do fracasso escolar, cons-

tatou a existência de uma culpabilização da criança e de sua família, isentando de responsabilidade as escolas e seus processos pedagógicos. A análise do discurso demonstrou que, a aparente tranquilidade por parte destes especialistas e a fala muitas vezes complexa e controversa são o relexo de preconceitos e formas de pensamento cristaliza-

dos que acabam por tomar o lugar do pensamento cieníico, mais luido e aberto a quesionamentos, como seria lícito supor. A Drª Maria Aparecida é radi-calmente contra o uso da Ritalina em qualquer situ-

ação: “a relação de custo-beneício não vale a pena. Não indico meilfenidato. São as crianças quesiona-

doras (que não se submetem facilmente às regras) e aquelas que sonham, têm fantasias, utopias e que ‘viajam’. Com isso, o que está se abortando? São os quesionamentos e as utopias. Só vivemos hoje num mundo diferente de 1.000 anos atrás porque muita gente quesionou, sonhou e lutou por um mundo di-ferente e pelas utopias”.

O PREÇO DO ALTO DESEMPENHO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

VAMOS FALAR SOBRE ISSO? VAMOS FALAR SOBRE ISSO?

RITALINA: DROGA NECESSÁRIA (?)

VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA

ATENÇÃO: PODE CAUSAR DEPENDÊNCIA FÍSICA OU

PSÍQUICA.

Diagnóstico precisoComo todo remédio de tarja preta, dado aos efeitos colaterais, as rea-

ções adversas e o risco de dependência, é preciso uma avaliação muito criteriosa ao se prescrever a Ritalina. Dra Giane Marques, pediatra do Centro de Promoção da Saúde (CPS-FUNDAFFEMG) conta já ter aten-

dido a um paciente cuja mãe retornou várias vezes com queixas de que o menino era hiperaivo. A médica acabou descobrindo que era a mu-

lher que apresentava um sério problema de saúde. “O diagnósico deve passar pela observação da família, da escola e do médico. Da mesma maneira que percebemos um adulto que está com comportamento al-terado, a criança também precisa ser notada. Tal como medicamos um adulto, a criança também deve ser medicada se a solução for medica-

mento. O remédio bem indicado mostra bons resultados com melhora signiicaiva da qualidade de vida do paciente e da família.”, conclui.

Medo do desconhecido, comodidade, falta de informa-

ção. Esses são alguns dos moi-

vos que levam as mulheres bra-

sileiras a optarem pela cesariana no momento de dar a luz. O fato é

que, com o passar do tempo, o pro-

cesso cirúrgico que deveria ser uilizado em momentos críicos, para salvar a vida de

quem encontra diiculdades para nascer, se tornou regra e hoje corresponde a 84% dos partos na saúde su-

plementar, quando o indicado pela Organização Mundial de Saúde é de 15% dos nascimentos.

De acordo com o Ministério da Saúde, quando não há indicação médica fundamentada, a cesárea traz riscos

desnecessários à saúde da mulher e da criança, au-

mentando em 120 vezes a probabilidade de pro-

blemas respiratórios para o recém-nascido e triplicando as chances de morte da mãe. Como reverter esse quadro e promover um momento tranquilo para a chegada do bebê? Em janeiro de 2015, a Agência Nacional de Saúde Suple-

mentar (ANS) publicou uma série de normas para esimular o parto normal. Um ano depois,

projetos como o Parto Adequado têm sido implan-

tados com sucesso, mostrando que é possível transfor-mar essa realidade no Brasil. A Revista Vida Saúde ouviu gestantes e

especialistas no assunto e pesquisou sobre o que tem sido feito em outros países, para ajudar a esclarecer dúvidas, acabando

de vez com os medos quando o assunto é o parto normal.

QUEM TEM MEDO DE PARTO NORMAL?

ESPECIAL ESPECIAL

1716

A sociedade brasileira adotou o parto cesáreo como preferencial pela facilidade para organizar a casa, o apoio dos avós, a crença de que se o parto for programado poderá evitar complicações para mãe e ilho, mas, especialmente, pelo medo e a desinformação. “Um grande problema que nós temos é que várias Maternidades e Ser-viços de Obstetrícia de Hospitais em Belo Horizonte e no interior se fecharam. Com isso, a gestante tem que se deslocar de sua cida-

de para ir a um grande centro para ter o bebê. E aí, ela ica com medo de ter que sair de madrugada, enfrentar a estrada e não chegar a tempo, ou com receio de não ter vaga para internação no dia do nascimento, por isso acaba marcando seu parto em um dia especíico. São questões estruturais importantes que a gen-

te precisa avaliar”, explica o Dr. Carlos Henrique Mascarenhas, coordenador da equipe de Ginecologia do Hospital Mater Dei.

Em pesquisa realizada pela Fiocruz em 2014, especialistas pro-

curaram compreender em que momento da gestação a mulher se deine pela cesariana. O estudo acompanhou 437 mães ca-

riocas que iveram seus ilhos pelo sistema de saúde suplemen-

tar e constatou que 70% inham o parto normal como primeira opção. No entanto, 90% deram à luz por via cirúrgica e em 92% dos casos foi realizado antes da mulher entrar em trabalho de parto. A conclusão foi que a pouca informação recebida pelas mulheres sobre as vantagens e desvantagens dos diferentes i-

pos de parto e a pouca paricipação do médico como fonte d e conhecimento é o que leva as gestantes a mudarem de ideia.

A educadora ísica Juliana Lina de Lima, beneiciária do FUNDAFFEMG-Saúde, grávida de 20 semanas, está con-

iante no acompanhamento pré-natal que tem realiza-

d o : “Estou sem preocupação nenhuma porque já sou uma p e s - soa bem calma. Nosso bebê foi bastante programado e o processo tem sido muito tranquilo. Quanto ao parto, a m é - dica me disse que tem que analisar o momento, mas eu q u e - ro mesmo que seja normal porque a recuperação é bem m a i s rápida. O desenvolvimento do bebê tem sido tranquilo, mas a minha médica já me alertou para a possibilidade de eu n ã o ter passagem. Vou aguardar e ver o que o tempo diz”.

ESTOU SEM PREOCUPAÇÃO PORQUE JÁ SOU BEMCALMA. NOSSO BEBÊFOI PROGRAMADO EO PROCESSO TEMSIDO TRANQUILO

SEGURANÇA PARA MÃE E FILHO

Para tentar atender a esta urgência de reduzir o nú-

mero de cesarianas desnecessárias, a ANS lançou, no início do ano passado, a Resolução Normaiva 368, que garante o acesso à informação das beneiciárias de pla-

nos de saúde, ou seus representantes legais, aos nú-

meros totais e percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, quando solicitados. A regulamentação também normaizou a uilização do Partograma, do Car-tão da Gestante e da Carta de Informação à Gestante.

Em março, a Agência lançou o Parto Adequado, um projeto-piloto em parceria com o Hospital Israelita Albert

Einstein e com o Insitute for Healthcare Im-

provement (IHI), com o apoio do Ministério da Saúde. O objeivo é mudar o modelo de

atenção ao parto no Brasil, favorecendo a redução de cesáreas desnecessárias. 42 insituições privadas manifestaram interesse em paricipar do projeto, das quais foram selecionadas 23 como

SEM SUSTO, SEM IDEALIZAÇÕES

A ansiedade e o medo de acontecerem complicações são comuns nos úlimos estágios da gravidez. A jornalista Marília Cruz, beneiciária do FUNDAFFEMG-Saúde, grávida de 32 semanas, relata que tem ido pesadelos frequentes com o trabalho de parto e confessa que às vezes se sente insegura com o que está por vir: “Como só nesse úlimo tri-mestre comecei a ter mais sintomas, veio aquela ideia do sofrimento, que pode icar pior, que isso é só o começo. Eu tenho uma expectaiva de parto que é praicamente uma ín-

dia parindo (risos). Meu sonho mesmo era ser daquelas mu-

lheres que chegam na sala de parto, fazem uma forcinha e pronto! Ao mesmo tempo, já projeto que vou sofrer horrores e acabar tendo que fazer cesárea. Quando me equilibro na an-

siedade, penso que vou ser igual a todas: vai chegar o tempo certo, o bebê vai encaixar e vamos fazer esse ‘trabalho’ juntos”.

A psicóloga do Centro de Promoção da Saúde (CPS-FUNDAFFEMG), Crisina Casilho, explica que al-gumas das preocupações dos pais só poderão ser so-

lucionadas no momento em que o bebê esiver para nascer, por isso, é importante evitar a ansiedade.“Várias expectaivas que a gente vai construindo ao longo da ges-

tação podem ser frustradas porque, via de regra, as coisas podem não acontecer do jeito que a gente imagina. Mas a gravidez e o ato de dar à luz é um movimento natural. Como tudo na vida, é um exercício mental que precisamos fazer. Se damos asas à imagina-

ção, construímos na nossa cabeça aquilo que quisermos, mas se se-

guirmos a lógica, uma gestação tranquila levará a um parto sem complicações”.

Marília, apesar da ansiedade, se mantém irme na intenção de se-

guir o luxo natural: “Antes de exis-

ir a cesárea, as pessoas já vinham ao mundo assim e o corpo da mu-

lher foi feito para expulsar a criança dessa forma. É claro que hoje temos vários recursos, a medicina evoluiu e a cesariana está aí para ajudar em casos em que ela deve realmente ser necessária. Muitas crianças pode-

riam ter morrido se ela não exisisse. Mas o parto normal é minha primei-ra opção por causa da recuperação e, principalmente, porque acredito que ela carrega uma relação mãe e ilho mais forte - somos eu e ele no esforço de fazê-lo chegar ao mundo”.

1918

EU SEI QUE TEM A DOR, MAS ISSO NÃO ME ASSUSTA. EU QUERO O PAR-TO NORMAL POR SER UM PROCESSO NATURAL

ESPECIAL ESPECIAL

integrantes e 16 como seguidoras. Em Minas Gerais, paricipam do Parto Adequado o Hospital Mater Dei (Belo Horizonte), Vila da Serra (Nova Lima), Mater-nidade Santa Paula (Pouso Alegre), Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, Hospital Marcio Cunha (Ipainga) e o Nossa Senhora das Dores (Ponte Nova).

O Mater Dei, um dos hospitais integrantes do projeto, vem apresentando resultados posiivos há mais tempo. “Desde 2008 temos o projeto do parto seguro, cujo objeivo é transformar a via de nascimento, independente de ser normal ou cesá-

reo, em um processo o mais seguro possível. As-

sim, nós saímos de uma taxa, na equipe médica do Mater Dei, de 10% para 48% de parto normal. Por isso até que o hospital foi um dos escolhidos para paricipar do projeto [da ANS], porque já ínhamos uma experiência de como fazer essa transforma-

ção da realidade”, conta Dr. Carlos Henrique. Com a adesão ao Parto Adequado, o hospital agregou novos indicadores: que toda criança vá para o apar-tamento com a mãe, quando nascer depois de 37 semanas; que não exista óbito materno; que o percentual de partos normais alcance 70% e que todo recém-nascido tenha o APGAR* saisfatório.

Leia

*É o primeiro teste realizado no bebê. Leva em consideração a cor da criança, o pulso, os relexos faciais, tônus muscular

e respiração. Se o índice somar seis pontos, signiica que o estado do recém-nascido é bom.

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LIVRO: O QUE ESPERAR QUANDO VOCÊ ESTÁ ESPE-RANDO

Escrito por três mães, o livro é um guia para i-

rar dúvidas sobre o desenvolvimento da gestação, o parto e os primeiros dias de vida do bebê (Ed. Record, 783 páginas).

APLICATIVO: MINHA GRAVIDEZ HOJE

O aplicaivo, além de trazer informações sobre o desenvolvimento do bebê mês a mês, possui grupos de discussão nos quais as gestantes podem comparilhar experiências, dúvi-das e ansiedades.

PROGRAMA: BOAS VINDAS

O programa, exibido pela TV a cabo, traz histó-

rias emocionantes de pais que enfrentam diferen-

tes diiculdades para que a chegada do bebê seja um sonho possível. (GNT, sextas, às 22h).

Já a defensora pública Camila Cortes Dantas, também beneiciária do Plano, espera conseguir fazer o parto normal. Grávida de 29 semanas, ela considera que: “Se a necessidade for fazer uma ce-

sárea, no inal quem vai decidir vai ser a minha médica, em quem eu conio muito. Eu sei que tem a dor, mas isso não me assusta. Eu quero o par-to normal por ser um processo natural. O que eu já ouvi falar e me moiva, é que o processo aju-

da na descida do leite e na recuperação do corpo”.

20

Estados Unidos

25% cesáreas

O modelo é parecido com o brasileiro, mas é raro que o parto aconteça em uma sala de cirurgia. Inde-

pendente do prognósico, toda gestante é ligada a um monitor fetal. Tam-

bém faz parte do protoco-

lo o uso de ocitocina, um hormônio sintéico que acelera o trabalho de par-to, e a episiotomia, incisão cirúrgica na vagina para alargar a passagem para o bebê.

CanadáProcesso de gestação e parto conta com a midwife, uma enfermeira especializada em partos. Ela acom-

panha a grávida, dando orientações sobre saúde e alimentação, procurando transmiir tranquilidade e coniança aos pais. Muitas canadenses optam por ter seus ilhos em casa com o acompanhamento desta proissional. O médico é acionado em casos de maior complexidade.

China32% dos partos por cesarianas não têm jusi-

icaiva médica. Isso acontece porque as mães querem ter seus ilhos em datas especíicas, acreditando que irão beneiciá-los, segundo as tradições do horóscopo chinês. Outro fator que as levam a escolher uma data é a facilidade de organizar a família, que geralmente de reúne quando nasce uma criança.

HolandaO parto domiciliar é quase roina. Os de baixo risco são reali-zados por obstetrizes, proissionais formadas em um curso su-

perior especíico para esse im com duração de quatro anos. O médico obstetra só entra em cena se houverem complicações no parto. Se a mãe optar por ter seu ilho em casa, o parto é realizado pela obstetriz e uma enfermeira-auxiliar, que per-manece com a mãe por oito dias, ensinando os cuidados com o bebê, recebendo visitas e até limpando a casa!

A recomendação da OMS é que o número de partos cesáreos ique entre 10% e 15%, o que representaria as situ-

ações nas quais o procedimento é realmente necessário. Saiba como os bebês vêm ao mundo em outros países.

O PARTO PELO MUNDOMitos e verdades sobre o partoDr. Carlos Henrique Mascarenhas, coordenador da Equipe de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Mater Dei, esclarece algumas dúvidas sobre o parto normal e a cesariana.

ESPECIAL ESPECIAL

Não ter dilatação suiciente, idade avançada e cordão umbilical enrolado no pescoço do bebê são jusiicaivas para fazer uma cesariana.

EM PARTE. Uma mulher de 45 anos, por exemplo, se i-

ver uma boa saúde pode sim ter um parto normal. Quan-

to à dilatação, ela só terá importância quando a paciente entrar em trabalho de parto efeivamente, pois ela é ob-

ida pelas contrações do útero, que forçam a cabeça do feto em direção ao colo do útero. E a cabecinha deve en-

contrar o caminho do nascimento através da pelve de sua mãe. Por isso a dilatação só é alcançada se esse processo for bem encaminhado.

A cesariana é mais segura para a mãe e para o bebê.

MITO. A cesariana envolve mais risco. Pacientes que fa-

zem o parto cesáreo têm mais risco de infecção, de san-

gramento pós-parto, e de, numa gravidez posterior, por causa de uma implantação anormal da placenta, ter au-

mentado o risco de sangramento. O parto normal é mais seguro. Quanto à criança, no processo do nascimento ela passa por um estresse, que é normal e contemplado pela saúde do neném. Toda vez que o útero contrai, diminui o aporte de sangue para a criança, mas ela tem meca-

nismos que compensam esse processo. A grande maioria passa tranquila por um trabalho de parto. Uma minoria

que não consegue. Nesses casos ou quando existe al-guma patologia da mãe é que a cesariana é indicada.

O bebê com 37 ou 38 semanas já está pronto para nascer

MITO. O melhor momento para se fazer um par-to é acima de 39 semanas. Idealmente até 40 se-

manas. Antes disso, o bebê pode apresentar di-iculdades de adaptação respiratória o que leva à necessidade de internação na UTI pediátrica. Caso aconteça um parto normal prematuro, ou seja, se a bolsa da gestante rompeu e ela começara ter contração, o trabalho de parto desencadeia na criança um processo de amadurecimento pulmonar. Geralmente essas crianças não apresentam proble-

ma algum. Mas agendar uma cesárea para 36, 37 ou 38 semanas não é o ideal porque a criança pode sim apresentar problemas pulmonares.

Fazer o parto com um plantonista é arriscado porque ele não conhece o desenvolvimento da gestação.

MITO. Existe uma cultura da mulher brasileira na qual ela prefere que quem fez o pré-natal também faça o parto. Isso é muito bom porque a gestante vai levar em conta a empaia que desenvolveu com o mé-

dico para a hora do parto também. Mas não há risco, dentro de uma maternidade que siga as normas de segurança. Além disso, toda paciente tem o cartão da gestante e lá tem anotado todo o desenrolar da gra-

videz – os dados das consultas médicas e dos exames que ela realizou. Também tem registrado intercorrên-

cias, histórico de gestações anteriores e doenças pré-

-existentes. Se a paciente quiser fazer o parto com o plantonista, com o cartão da gestante em mãos, ele tem plena capacidade de fazer o procedimento da melhor forma para a mãe e para o bebê.

UM PONTO FINAL NO MEDO DO DESCONHECIDODar asas à imaginação quando o assunto é a escolha do ipo

de parto a ser realizado não é a melhor opção. Por isso, desde as primeiras semanas de gestação, é importante que o casal não tenha receio em buscar informações sobre o processo e os reais riscos envolvidos. Caso o obstetra não responda de forma sais-

fatória aos quesionamentos, é fundamental ter a mente aberta para buscar uma segunda opinião. Se a opção for realizar o parto com o plantonista, uma boa práica é visitar hospitais e buscar informações sobre seu corpo clínico e o índice de cesáreas rea-

lizadas pela equipe.A melhor forma de se libertar do medo é o conhecimento.

Assim, o que parecia ser um monstro assustador, pode, na ver-dade, não passar de um bichinho de pelúcia.

25% cesáreas 25%

cesáreas

10% cesáreas

21

23

REUMATOLOGIA

Dra. Iara Fernandes Abreu é reumatologista e atende pelo Centro de Promoção da Saúde (CPS - FUNDAFFEMG)

Está enganado quem acredita que o trabalho do reumatologista se limita a apenas atender pacien-

tes com reumaismo. A reumatologia é respon-

sável pelo diagnósico e tratamento de doenças que causam dores nas ariculações, nos múscu-

los, nos ossos, tendões, além das inlamações e doenças imunológicas. Para compreender me-

lhor como é feito o trabalho desta especialidade, acompanhe, a seguir, o esclarecedor bate-papo com a reumatologista do Centro de Promoção da Saúde (CPS – FUNDAFFEMG), Dra. Iara Fernandes Abreu. A entrevista aborda didaicamente assun-

tos relacionados às doenças reumáicas — que acometem o sistema locomotor.

Dra Iara, explique as possíveis causas e como tratar a artrite reumatoide, doença que provoca inlamações e dor aricular. A artrite reumatóide é uma doença crônica autoimune. Sua causa é mulifatorial e está associada principalmen-

te a fatores genéicos, porém, pode ser iniciada por es-

ímulos externos, como alguma infecção ou tabagismo, que promovem desequilíbrio no sistema imunológico (campo de defesa do nosso organismo). O tratamento da doença deve ser sempre orientado por um médico, e geralmente é feito por medicações imu-

nossupressoras que vão depender do quadro clínico apresentado pelo paciente.

O que é ibromialgia e quais as causas da doença?A ibromialgia é uma síndrome de dor crônica de causas ainda pouco conhecidas. Não há uma causa especíica, mas sabemos que ela pode estar ligada a distúrbios de-

pressivos. Ela pode estar associada a fatores genéicos, mas o estresse psicológico ou trauma ísico podem ser causas desencadeantes. Os sintomas são caracterizados por dor difusa, fadiga, alterações de sono e não encon-

tramos em exames alterações que jusiiquem essas queixas.

E por que a doença se estabelece, em esmagadora maioria, entre as mulheres (95%)?Não há uma explicação uniforme para esta constatação. O que vemos no consultório, realmente, é que a maioria dos pacientes portadores de ibromialgia são mulheres, mas ainda não conseguimos deinir uma causa exata. Mas sabemos também que, provavelmente, os homens são subdiagnosicados, pois geralmente procuram me-

nos a ajuda de um proissional da área da saúde.

Pode-se estabelecer uma faixa etária mais vulnerável às doenças reumáicas? Apesar das pessoas acharem que elas atacam somen-

te os pacientes mais velhos, pode-se airmar que cada doença reumáica tem uma faixa etária mais comum de acomeimento. Por exemplo, a artrite reumatóide, que já falamos antes, é mais frequente na faixa etária entre 30 e 50 anos, mas pode iniciar-se em qualquer idade.

Qual a importância de se fazer um diagnósico precoce e bem detalhado?Existem várias doenças reumáicas e vários sinais e sin-

tomas associados a elas. Algumas podem ser incapaci-tantes, se não tratadas precocemente. Estar atento a dor aricular, inchaço (edema) nas ariculações, fraqueza muscular, fadiga, emagrecimento, entre outros sinto-

mas é muito importante para procurar o quanto antes o seu médico. Algumas doenças podem acometer outros órgãos como os pulmões e rins e sintomas como falta

de ar e tosse, também devem moivar as consultas. O quanto antes procurarmos ajuda, mais precocemen-

te inicia-se o tratamento e o resultado, geralmente, é mais saisfatório.

Existem patologias que podem predispor ao desen-volvimento de manifestações reumáicas?Sabemos que algumas infecções podem servir de ga-

ilho para o início das manifestações das doenças reu-

máicas. Mas esse ainda é um tema muito estudado. Doenças também como hipoireoidismo, hiperireoi-dismo e diabetes podem ocorrer com manifestações clínicas semelhantes às doenças tratadas pelo reu-

matologista. Sabemos também que algumas doenças como infecções virais, por exemplo, podem levar a manifestações ariculares como dor muscular e ari-

cular.

Então podemos temer a epidemia do vírus da den-gue, chikungunya e zika vírus como fatores desenca-deadores de doenças reumáicas?Sim. Na verdade temos que nos preocupar com essas infecções por diversos moivos, principalmente por-que elas são potencialmente graves. Por isso, a im-

portância do combate aos focos do mosquito aedes aegypi. Sabemos que, como em várias infecções, tal-vez elas possam ser, sim, um gailho para o início das manifestações de uma doença reumáica em pessoas que já apresentam uma predisposição genéica. Po-

rém, sabemos também que elas apresentam sintomas muito semelhantes a essas doenças, pois o paciente pode apresentar febre, dor muscular, dor aricular e até artrite que é a inlamação das ariculações. A chi-kungunya, por exemplo, pode ter sintomas semelhan-

tes a espondilite anquilosante, como uma lombalgia e/ou cervicalgia inlamatória crônicas.

As pessoas que possuem problemas no sistema lo-comotor devem limitar a práica de aividade ísica? Quais as suas recomendações?A aividade ísica é muito importante para o tratamen-

to de diversas doenças do sistema locomotor, mas deve ser bem orientada e feita em momento oportu-

no. A ibromialgia, por exemplo, tem como parte do tratamento a realização de aividade ísica aeróbica regular no controle da dor. Já para a artrite em aivida-

de, recomendamos a melhoria desse sintoma para dar início aos exercícios. No tratamento da osteoartrite, o fortalecimento muscular também é muito indicado. O importante é ter em mente que a aividade ísica deve estar sempre presente na vida de todos, mas seu co-

meço deve ser bem orientado por um proissional de saúde, de forma que todos os seus beneícios possam ser aproveitados.

DICA DO ESPECIALISTA DICA DO ESPECIALISTA

22

Aprimorar alguma aividade extra proissional é um bom ariício para fugir dos hábitos costumeiros e conquistar mais moivação para melhorar a qualidade de vida. Mas, embora seja em tese uma ocupação que venha para agregar prazer ao coidiano do praicante, os hobbies também exigem dedicação. Independente da preferência por determinado exercício, é necessário constância para gerar envolvimento com a aividade.

Ter apidão para exercer competências parale-

las à carreira principal signiica despertar uma área de funcionamento da personalidade que não se en-

quadra na proissão escolhida. E Alexandre Nominato sabe disso como ninguém. Nos dias úteis, atua como Auditor Fiscal da Receita Estadual, mas assumiu sua paixão por fotograia como válvula de escape para, segundo ele, “sair do círculo vicioso do dia-a-dia”.

Alexandre revela que começou a se interes-

sar pelo hobby quando jovem, aos 17 anos, reven-

do álbuns anigos de parentes e épocas que ele ja-

mais presenciou. Mas foi impulsionado pela arte ao fazer um ‘mochilão’ por vários países da Améri-ca do Sul, dormindo em praias e lugares públicos.

FOTOGRAFIA COMO HOBBYVisitou a charmosa Machu-Picchu, passou pelo de-

serto de Nazca, e se apaixonou de vez pela fotograia ao conhecer a cultura Inca. Começou fotografando paisagens, depois se encantou pelo costume dos po-

vos e registrou momentos marcantes do povo Xingu no encontro de tribos de Altamira. Posteriormente, ade-

riu aos lashes de isionomias de pessoas do interior, e hoje se dedica à fotos da natureza. (Conira ao lado)

Ainda assim, Alexandre não segue um esilo.Ele airma que a beleza da situação induz o fotó-

grafo a fazer o registro. “Com o passar dos anos, nosso olhar para o mundo exterior ica mais apu-

rado e sensível. Infelizmente, vemos as pessoas passarem pela Praça da Liberdade sem se ater à beleza das azaléias e aos cânicos dos pássaros.”

É sabido que, com a inclusão digital, a fotograia to-

mou o rótulo de moda global. Depois de selies atrás de selies, as pessoas se esquecem de apreciar o real sen-

imento do hobby. Os “fotógrafos de raiz” deinem esta transição do cenário arísico como uma banalização do oício, longe de ser considerada como evolução. Para Ale-

xandre, fotografar é mais que fazer apenas um registro do momento, é saber senir o prazer sensorial pós-foto.

“Por mais incrível que possa ser, a foto é apenas um pedaço de nossa história pessoal e ninguém irá saber ou conhecer porque aquele registro ica lá dentro de nossos senimentos. A saúde mental e a saúde emo-

cional pedem aividades criaivas, interiores e ísicas. A fotograia é uma destas aividades que despertam coisas novas e posiivas dentro da pessoa”, conclui.

Alexandre recorda de um momento simples, não menos especial, que presenciou ao admirar o pôr-do-sol em seu síio, próximo a Ouro Preto. Quando fotografava as lores pelo jardim, Alexandre percebeu uma formação de nuvens no céu que se assemelhavam à imagem de um anjo. “Não me preocupei com a foto perfeita, pois aquilo que estava vendo iria se dissipar rapidamente. Asas, corpo e movimento tomaram a forma de um anjo. Então, a experiência interior do êxtase da cena inha que ter um registro e este registro aconteceu, mesmo não tendo sido uma foto perfeita”, ressalva.

momento especial

A FOTOGRAFIA É UMA DESTAS ATIVIDADES QUEDESPERTAM COISAS NOVASE POSITIVASDENTRO DA PESSOA

Alexandre Nonimato

FUJA DA ROTINA FUJA DA ROTINA

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COISAS QUE NINGUÉM TE CONTA

Espera. Quando se carrega o futuro na barriga pela primeira vez, essa palavra de ordem ecoa pelos cantos da casa, pelo novo quarto, pelos consultórios... E a úni-ca certeza que se tem está conida em números proje-

tados em imagens de ultrassom e na voz do obstetra a sibilar, quase como mantra, para qualquer estranheza ou reclamação: “Fique tranquila. Isso é normal”. As semanas se passam contadas e, somadas às dúvidas e ansiedades, que crescem em progressão geométri-ca, chegam, na mesma proporção, as perguntas: me-

nino ou menina? Já pensaram em nomes? Quando o bebê nasce? Vai querer parto normal ou cesariana?

O que ninguém te conta é que, a des-

peito de feminismo, classe social, religião, agenda lotada, dis-

ponibilidade em plena

madrugada ou horóscopo chinês, o que vai acontecer no dia em que seu ilho ganhar o mundo não passa pelo campo do querer, ou não deveria. No plano ideal, a ne-

cessidade de controlar o tempo, estabelecer metas e montar cronogramas daria lugar a mais orgânica ordem natural das coisas.

Mas termos estranhos começam a aparecer de todos os lados: proporção do feto contra passagem oferecida pela cintura pélvica, voltas do cordão umbilical, baixo índice de líquido amnióico, posição transversa. E uma pequena marca que icará de lembrança abaixo do um-

bigo parece ser a solução mágica para o im de todos os medos, todas as dores, todas as perspecivas de tentai-

va-erro que se acumulam sobre a mala da maternidade. Só que ninguém conta sobre o preço a se pagar. Aque-

le que vai além da chave de segurança do cartão de cré-

dito, que dói no corpo, na alma, na imagem releida no espelho. Se calam sobre o fato da dor de um aconteci-mento ser só trocada por pontadas de momentos rou-

bados, em que não se pode rir plenamente, obedecendo aos trâmites impostos por um processo cirúrgico. Que a sensibilidade da barriga, antes tão acariciada, nos é pri-vada momentaneamente (ou não) e que, mesmo meses depois, ao comprimir aquele tracejado cor de rosa, a dor ainda estará presente.

Sim. Cesárea é uma cirurgia com todos os riscos que o processo envolve. Poucos falam sobre isso. Menos ainda que as chances de não viver esse encontro mágico que a transforma em mãe e ver seu pequeno andar, criar asas e ganhar o mundo são até 11 vezes maiores. Isso por si só deveria bastar para colocar a possibilidade de um corte no seu devido lugar: o da necessidade.

Mas se o lugar da cesariana é o da exceção, por que estamos entre as campeãs da repulsa pelo que é natural? Medo? Comodidade? Talvez seja simplesmente pelas coi-sas que ninguém te conta.

Sara de Moraes

CRÔNICA

Jornalista da FUNDAFFEMG, mãe do Davi, que completa um ano em fevereiro. Passou por uma cesariana de emergência

com 39 semanas e cinco dias de gestação, devido a perda de líquido amnióico, após muito esperar pelas contrações que,

infelizmente, não aconteceram.

Sudoku DIVIRTA-SE

Completar todos os quadrinhos sem:Repeir números numa mesma linha;Repeir números numa mesma coluna;Repeir números numa mesma grade. desafio numérico

1. Quanto é 40% de 60% de 2000?R:

2. A soma das idades de Otávio e Nicolau é 22 anos. Descubra a idade de cada um, sa-bendo que Otávio é 4 anos mais novo do que Nicolau.R:

3. Se 45 dias de trabalho valem R$3.600,00 quanto valem 14 dias?R:

4. Se um vesido de R$54,00 agora custa 24% a mais, quanto ele está custando (aproxime para o inteiro mais próximo)?R:

Veja as respostas na próxima edição!

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ONDE ENCONTRAR?

Dr. Carlos Henrique MascarenhasEquipe de Ginecologia e Obstetrícia Hospital Mater DeiRua Gonçalves Dias, 2700Santo Agosinho - BH/MGTel.: 3339-9000

Crisina Rezende C CasilhoPsicólogaCRP 24712CPS-FUNDAFFEMGR. Sergipe, 893, Savassi, BH/MGTel.: (31) 2103-5815Av. Cristano Machado 1.648/501Cidade Nova, BH/MGTel.: 3088-3083

Eliana OlímpioPsicólogaCRP 04/14740Rua Levindo Lopes, 333, SL 806Funcionários, BH/MGTel.: (31) 3017-0845 / 99723-0845

Drª Giane Marques B ChavesPediatraCRM 21594-MGCPS-FUNDAFFEMGR. Sergipe, 893, Savassi, BH/MGTel.: (31) 2103-5815

Drª Iara Fernandes AbreuReumatologistaCRM 46688 – MGCPS-FUNDAFFEMGR. Sergipe, 893, Savassi, BH/MGTel.: (31) 2103-5815

Isabella ManciniNutricionistaCRN 3721CPS-FUNDAFFEMGR. Sergipe, 893, Savassi, BH/MGTel.: (31) 2103-5815

Drª Marina M Nogueira RodriguesEndocrinologistaCRM 46667-MGCPS-FUNDAFFEMGR. Sergipe, 893, Savassi, BH/MGTel.: (31) 2103-5815Rua da Paisagem 488 / 1001-1004Nova Lima/MG(31) 3222-1400

Dr. Paulo César Pinho RibeiroPediatra e HebiatraCRM: 6369 – MGRua Timbiras, 3642, SL 302Barro Preto - BH/MGTel.: (31) 3295-2044

Dr. Ricardo Savassi StehlingOrtopedistaCRM 26567-MGCPS-FUNDAFFEMGR. Sergipe, 893, Savassi, BH/MGTel.: (31) 2103-5815Rua Gajajaras, 629, Lourdes, BH/MG(31) 3327-6133

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Dr. Sandro Rodrigues Chaves . Diretor Técnico - CRM-MG 24892