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Questão Social: o pauperismo como consequência imediata José Oliveira Martins 1 Karina Noleto de Sousa 1  Lúcio Silva Campos 1  Rayene Larissa Ferreira da silva 1  Wellington Macedo Coutinho 1  RESUMO O presente artigo tem por objetivo fazer uma problematização sobre a questão social no Brasil e no mundo, enfocando uma de suas expressões imediatas: a pobrez a. Através de estudos e análises teóricas de alguns au tores, fatos históricos e leis que abrangem o tema, iremos reafirmar a necessidade de entender a questão social, para enfim compreender suas expressões; como são gestadas e o que podemos fazer como futuros assistentes sociais e atuais cidadãos para enfrentamento das problemáticas do contexto social. Palavras-chave : Questão social. Pauperismo. Desigualdade. Políticas Sociais. ABSTRACT This article aims to make a problematization of the social issue in Brazil, focusing on one of your immediate expressions: poverty. Through studies and theoretical analysis of some authors, historical facts and laws covering the subject, we reaffirm the need to understand the social issue, to finally understand their expressions, how are gestated and what we can do as professionals for current and future citizens coping the problem of social context.  Keywords: Social Issues. Poverty. Inequality. Social Policies. 1  Acadêmicos do 3º período de Serviço Social da Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitário de Miracema do Tocantins. Artigo referente a um trabalho avaliativo da disciplina de Questão Social e Serviço Social.

Questão Social

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Questo Social: o pauperismo como consequncia imediataJos Oliveira Martins1Karina Noleto de Sousa1Lcio Silva Campos[footnoteRef:2] [2: 1 Acadmicos do 3 perodo de Servio Social da Universidade Federal do Tocantins, Campus Universitrio de Miracema do Tocantins. Artigo referente a um trabalho avaliativo da disciplina de Questo Social e Servio Social. ]

Rayene Larissa Ferreira da silva1Wellington Macedo Coutinho1RESUMO

O presente artigo tem por objetivo fazer uma problematizao sobre a questo social no Brasil e no mundo, enfocando uma de suas expresses imediatas: a pobreza. Atravs de estudos e anlises tericas de alguns autores, fatos histricos e leis que abrangem o tema, iremos reafirmar a necessidade de entender a questo social, para enfim compreender suas expresses; como so gestadas e o que podemos fazer como futuros assistentes sociais e atuais cidados para enfrentamento das problemticas do contexto social.Palavras-chave: Questo social. Pauperismo. Desigualdade. Polticas Sociais.

ABSTRACT

This article aims to make a problematization of the social issue in Brazil, focusing on one of your immediate expressions: poverty. Through studies and theoretical analysis of some authors, historical facts and laws covering the subject, we reaffirm the need to understand the social issue, to finally understand their expressions, how are gestated and what we can do as professionals for current and future citizens coping the problem of social context.Keywords: Social Issues. Poverty. Inequality. Social Policies.

INTRODUOUm breve histrico ser relatado desde o surgimento da questo social at as problemticas da sociedade contempornea. Assim tambm, como ser reafirmada as especificidades, consequncias, tipos de polticas e programas de transferncias de renda, que visam diminuir a pobreza, temas estes de extrema importncia para o carter e a prxis profissional do Assistente Social. Os dilemas das desigualdades sociais gestadas na sociedade capitalista, tornaram-se objetos de ideais democrticos nas lutas contra a ordem do capital, desde os tempos da Revoluo Industrial no sculo XVII. A partir do momento em que os trabalhadores percebem a sua condio de explorados, passam a se organizar reunindo-se em sindicatos afim de problematizar suas reais condies e exigindo do Estado respostas que venham de encontro as suas necessidades. Consequentemente a partir da organizao da classe trabalhadora muitas conquistas foram alcanadas, o movimento operrio pressionou o poder pblico e a burguesia, de onde surgiram alguns direitos trabalhistas.No contexto brasileiro, a superao das problemticas deveria comear a partir da abolio da escravatura e da superao de ideais do governo republicano. Havia a necessidade do sujeito tornar-se livre e assalariado, em um mercado urbano industrial. Tais objetivos foram alcanados, porm inmeros trabalhadores ficaram excludos da esfera de modernizao nacional, resultando em um exrcito industrial de reserva[footnoteRef:3]. [3: O exrcito industrial de reserva pode ser definido como o contingente de trabalhadores desempregados, ou seja, as foras de trabalho excedente no modo de produo capitalista. E para Marx esses trabalhadores desempregados asseguram a manuteno da ordem capitalista, pois inibem os operrios em exerccio de reivindicar direitos e at mesmo questionar a ordem estabelecida.]

No se entende questo social sem entender o modo de produo capitalista, sendo que o pauperismo se gesta a partir desta temtica, e justamente no processo de explorao que nasce s expresses da questo social, tendo estas como base, o conflito capital X trabalho. (NETTO, 2001)Inicialmente a questo social surge ligada diretamente ao pauperismo, pois as pessoas eram desprovidas de todos os direitos sociais, econmicos e culturais, j que com a superao do feudalismo e o surgimento do capitalismo, os sujeitos, antes ligados a terra, se tornaram livres, e a nica coisa que eles possuam era fora de trabalho. A questo social se apresenta em formas dspares nas diferentes conjunturas histricas vivenciadas pelo capitalismo e sempre apresentando novas expresses, que so frutos de novas necessidades desencadeadas por vrios fatores estruturais de formao do sistema capitalista.1. LIBERDADE, DESIGUALDADE E EXPLORAO. Durante muito tempo o sistema feudal era a forma de organizao social dominante na Europa, onde a produo era baseado na servido. Os servos trabalhavam em terras que pertenciam ao senhor feudal, e o mesmo tinha como funo, produzir na terra alimentos para si e para o senhor feudal. Nessas terras inicialmente, s era produzido aquilo que se julgava suficiente para o consumo de todos e no existia um modelo de acumulao. Mas em um determinado momento da histria comeou-se a produzir alm do necessrio, iniciando acumulao de bens. Sendo isto um ponto chave para que iniciasse um sistema primitivo e arcaico de comrcio, que consistia em escambo. Um feudo trocava um produto que por ele era produzido, por um produto de outro feudo, pelo qual ele estava precisando. A partir da, comea a surgir uma classe de trabalhadores livres, os burgueses, que tinham como funo mediar s trocas entre os feudos, e conforme o tempo passava, o comrcio se tornava cada vez mais forte e competitivo. Os burgueses tomam para si cada vez mais uma postura revolucionria. O comrcio deixa de ser apenas entre feudos, mas passa a se expandir para outros lugares, sobrevindo a existir relaes comerciais entre o continente europeu e outras partes do mundo. A descoberta da Amrica, a circunavegao da frica ofereceram burguesia em assenso um novo campo de ao. Os mercados da ndia e da China, a colonizao da Amrica, o comrcio colonial, o incremento dos meios de troca e, em geral, das mercadorias imprimiram um impulso, desconhecido at ento, ao comrcio, indstria, navegao, e, por conseguinte, desenvolveram rapidamente o elemento revolucionrio da sociedade feudal em decomposio. (MARX; ENGELS, 1848, p. 8) Na esteira da expanso comercial, na Frana, um dos ltimos redutos do feudalismo, se inicia uma revoluo com ideais libertrios Iluministas baseados na trade liberdade, igualdade e fraternidade, desencadeando uma revolta interna que passou para histria como Revoluo Francesa. O aliceramento desses ideais fez com que o feudalismo desse os ltimos estertore de sua existncia, enquanto modo de produo. A Revoluo Francesa foi o marco definitivo do fim do feudalismo na Europa e consequentemente o incio do capitalismo. Este se desvirtuou da sua ideia original de liberdade do trabalhador e se transformou em um sistema que tem como objetivo a busca incessante acumulao de riquezas, atravs da expropriao da fora de trabalho do proletrio. O mesmo se viu obrigado a vender sua fora de trabalho a preos aviltantes, para que conseguissem as mnimas condies de subsistncia dele e de seus familiares, pois eles, que no sistema de produo anterior eram servos presos gleba, agora se tornaram trabalhadores livres. Com o fim do feudalismo, h o surgimento de uma nova forma de sociabilizao, brotando uma nova classe que busca obter capital atravs da produo excessiva, dando incio a uma srie de elementos que formam o modo de produo capitalista. Apesar do novo modelo trazer grandes transformaes no mbito socioeconmico, no houve a superao do antagonismo existente entre as classes. No fez, se no, substituir novas classes, novas condies de opresso, novas formas de luta as que existiram no passado. (MARX; ENGELS, 1848)1.2 SURGIMENTO DA QUESTO SOCIALEm paralelo com o surgimento das novas classes gestadas a partir do modo de produo capitalista, podemos relacionar, sem receios, o incio da Questo Social e suas expresses, onde a mesma resultante da contradio capital x trabalho.O cenrio estava montado, e assim comeava a surgir o grande objeto de interveno dos assistentes sociais, moldando o pauperismo e a realidade de muitas famlias pobres. Sinais de pobreza se esboavam e a sociedade iniciava o ciclo de explorao para os fins da produo em massa, ou seja, uma grande classe trabalhava em condies mnimas para manter uma minoria no topo. Em razo de seu crescimento e a capacidade de produzir mercadorias do modo de produo capitalista, a classe mais responsvel pela produo se torna cada vez mais pobre, pois uma d existncia outra. Desta forma, o aumento da misria da classe operria, tem a mesma proporo de expanso da acumulao de riqueza da burguesia, conforme assim apresenta Jos Paulo Netto: Pela primeira vez na histria registrada, a pobreza crescia na razo direta em que se aumentava a capacidade social de produzir riquezas. Tanto mais sociedade se revela capaz de progressivamente produzir mais bens e servios, tanto mais aumentava o contingente de seus membros que, alm de no ter acesso efetivo a tais bens e servios, viam se despossudos das condies materiais de vidas de que dispunham anteriormente[footnoteRef:4] (NETTO, 2001, p. 42) [4: Para Marx esta caracterstica do trabalhador no usufruir daquilo que produz chama-se alienao. ]

A diviso de classes ficava ainda mais em evidncia, fortalecendo o sistema de explorao. O lucro, a mais-valia, o dinheiro, eram frutos do esforo do trabalhador livre, que em troca, recebia um salrio, onde o mesmo, quase no dava para sobreviver, era apenas o suficiente para reproduo de sua fora de trabalho. A questo social dentro do contexto societrio capitalista se torna uma caracterstica fundamental de existncia desse modo de produo, dando origem a um conjunto de novas problemticas necessrias para a manuteno do capital enquanto modo de produo. Tais problemas que se gestam no capitalismo so definidos como expresses da questo social. Uma das expresses mais evidente o pauperismo, que agora se tornou um fenmeno socialmente produzido. No entanto, na sociedade pr-industrializada, a pobreza era considerada um fato natural e necessrio para tornar os pobres laboriosos e teis, porm agora ela deveria ser enfrentada e resolvida (HUBERMAN, 1986). O capitalismo j revelava a sua face mais degradante e exploratria, com o massacre dirio, atravs do trabalho extenuante e contnuo no qual submetia os trabalhadores. A burguesia explorava abusivamente o proletariado, na compra da fora de trabalho, atravs do que o filsofo alemo Karl Marx denominou de mais-valia, ou seja, o lucro obtido atravs da explorao da fora de trabalho, empobrecendo cada vez mais a populao operria (NETTO, 2006).O pauperismo se torna evidente a partir da: revoluo industrial, surgimento da industrializao e da propriedade privada dos meios de produo, onde a mo de obra artesanal foi substituda por mquinas. Portanto, a pobreza est fundamentada e vinculada aos conflitos entre o capital x trabalho.

2. O PAUPERISMO NO LIBERALISMOO liberalismo um conjunto de ideologias que defende uma interveno mnima do estado na economia e na vida social das pessoas, do livre comrcio e Igualdade perante a lei (estado de direito). O pensamento liberal parte do princpio de que a iniciativa privada deve agir conforme seus interesses e o Estado fica apenas como um regulador do sistema, buscando sempre a preservao da ordem capitalista. O Estado liberal foi idealizado por vrios pensadores da poca, tendo como um de seus principais idelogos o economista ingls John Locke. Este arqutipo poltico passou a ser adotado pela sociedade burguesa na revoluo industrial, que aconteceu na Inglaterra no sculo XVII, provocando enormes mudanas no contexto societrio da poca, dividindo a sociedade em franjas sociais e colocando ainda mais em evidncia o pauperismo. Devido ao crescimento da demanda no comrcio, a modernizao do sistema de produo e o surgimento de mquinas que passaram a substituir a manufatura, o trabalhador agora forado a deixar o ambiente de trabalho familiar para dar espao a nova fase de industrializao, virando a pgina, passando de processo de produo mercantil simples para mercantil capitalista. Isto posto, inicia-se o processo maior de pauperizao da classe trabalhadora. As caractersticas familiares passam por grandes mudanas e o sujeito que era visto como lder familiar a sustentar todos os seus membros, obrigado aceitar as condies sub-humanas de trabalho nas indstrias e ainda empregar a todos, desde a esposa aos filhos, para ter condies necessrias de subsistncia. Os direitos humanos eram inexistentes, a fome era o item principal da realidade social, alm de doenas e dvidas que contribuam para o alto nvel de pauperismo na poca. Ou seja, quanto mais havia um fortalecimento da economia industrial, maior era o empobrecimento da populao. Neste perodo o Estado no estabelecia nenhum vnculo ou suporte aos trabalhadores em relao aos seus direitos, fazendo com que os mesmos passassem a lutar de forma organizada por melhorias nas condies de trabalho. Surgindo assim, os primeiros sindicatos ou grupos trabalhistas em prol de direitos da classe trabalhadora que optou pela via poltica, conquistando diversos direitos polticos para os trabalhadores.De acordo com Huberman (1981), houve tambm movimentos violentos, podemos citar como exemplo, o Ludismo, movimento no qual os trabalhadores se revoltaram contra os meios de produo, pois acreditavam que as mquinas eram responsveis por suas pssimas condies de trabalho. Inicia neste contexto a origem dos ideais trabalhistas que passa a se expandir no mosaico internacional sob um cenrio de lutas por direitos e melhorias de vida dos trabalhadores. A partir da o Estado procurou incorporar as lutas da classe operria, reconhecendo a cidadania e ampliando os direitos sociais por meios de leis. Ainda no perodo do liberalismo, aps a Segunda Guerra Mundial, os pases europeus entraram em processo de reconstruo. O comrcio norte americano operava a todo vapor, tendo como principal mercado importador os pases europeus. A partir de 1920 houveram mudanas, as grandes potncias europeias acabara de se reconstruir e o comrcio local passou a dar conta da demanda posta. Os Estados Unidos se viu diante de um grande paradigma: agora j no se vendia como antes e os estoques industriais aumentaram exorbitantemente. Uma grande quantidade destas empresas possuam aes nas bolsas de valores que sofreram uma forte desvalorizao em poucos dias, levando-as falncia. Fenmeno este que afeta diretamente a classe trabalhadora e contribui ainda mais para o empobrecimento da mesma, pois o desemprego atingiu cerca de 30% dos trabalhadores. 3. O PAUPERISMO NO ESTADO DE BEM EST SOCIAL E NO NEOLIBERALISMOBuscando uma sada para solucionar a grande crise econmica ocorrida no perodo, pases europeus e os Estados Unidos buscaram novas formas de organizao poltica e econmica, afim de regular aspectos sociais, parcimoniosos e polticos da sociedade e consequentemente voltar a crescer economicamente, superando a grande depresso de 1929, implantando como modelo poltico o Welfare State na Europa e o New Deal nos Estados Unidos. O capitalismo, com objetivo de acumular cada vez mais, sempre implementa formas dinmicas de se manter enquanto modo de produo, se apropriando de meios inovadores para a superao de estgios constituintes de si, enquanto relao social.Sob orientao do iderio do socilogo sueco Karl Gunnar Myrdal, o capitalismo viu no Welfare State uma forma de superar as problemticas por ele enfrentadas naquele momento. Incorporando-se a essa forma de organizao poltica e econmica, o Estado passa a ser o regulador de toda vida social econmica e poltica. Neste momento as polticas sociais foram uma das prioridades do Estado em relao classe trabalhadora, e o pauperismo diminuiu, dando incio a uma poca de bem estar e de quase pleno emprego. Alavancando um novo crescimento econmico, dando resposta ao plano implementado pelo governo, satisfazendo ambas as classes e gerando os chamados trinta anos gloriosos. (FOURASTI, 1979)Pela primeira vez na histria do modo de produo capitalista houve uma combinao de alta produtividade e crescimento econmico, com um sistema altamente desenvolvido de benefcios sociais, no entanto, no houve a superao do capitalismo, porm a classe trabalhadora neste momento passou a receber uma ateno especial com relao a outras conjunturas histricas. Neste perodo, a questo social e o pauperismo chegaram a ser quase nulas, pois a questo social em seus diferentes estgios proporcionam diferentes expresses. No incio dos anos 1970 o estado de bem estar social comea a se dissipar devido reao da classe burguesa crise do capital que se inicia nos anos 1970, e a longa onda de estagnao que se desenvolve desde o incio dos anos 1960. (BEHRING, BOSCHETTI, 2007)Mais uma vez o capitalismo entra em um novo contexto, um novo modelo poltico comea a se estabelecer, trazendo de volta o antigo arqutipo liberal para uma nova conjuntura, ou seja, neoliberalismo.O neoliberalismo prope novas respostas aos problemas produzidos pelo liberalismo com novas estratgias em mbito mundial. Diante da misria causada principalmente pelo endividamento externo, os tericos do Banco Mundial, do Fundo Monetrio Internacional e do Consenso de Washington criam a poltica do ajustamento estrutural, ou neoliberalismo. (MARIANI, 2007, S.p)A reduo dos ndices de crescimento e o aumento da inflao foram excito para implantao do neoliberalismo. Assim como qualquer outro modelo poltico que busca assegurar a acumulao de capital, no algo esttico e a-histrico. O neoliberalismo tambm sofre alteraes como desenvolvimento histrico. Sendo assim, e de extrema importncia observar as mudanas ocorridas no Estado neoliberal desde seu incio at os dias atuais. A produo dos pas comandado pelo mercado, aliado a publicidade sob a sociedade de consumo. Apesar da alta produtividade no comrcio, a riqueza produzida no atinge as camadas mais pobres (como era defendida pelo conceito liberalista), um exemplo disto a aniquilao de produtos excedentes para o aumento do seu valor, onde o mesmo poderia ser direcionado a populao pobre.Neste cenrio de m distribuio de renda, desemprego e pobreza nos pases desenvolvidos, alm das crises em pases perifricos, graas m distribuio de renda, o nico que sobrevive o setor empresarial. Estes elementos serviram como plano de fundo para o aumento da questo social. Por todos esses pontos, o neoliberalismo se torna um vilo para a populao. O Estado faz investimentos mnimos na rea social e busca no intervir nos aspectos socioeconmicos, deixando o mercado se alto regular. 4. A QUESTO SOCIAL NO BRASIL E SUAS EXPRESSESNo Brasil a questo social se d em circunstncias diferentes as dos pases desenvolvidos, devido ao capitalismo tardio vivenciado no pas (NETTO, 1991). Isso debitado ao sistema colonial que aqui foi implantado, baseado no trabalho escravo, na monocultura agrcola e no latifndio de exportao, estando subordinado aos grandes centros da economia mundial. Estes fatos marcam profundamente a vida poltica, econmica, social e cultural do pas.No sculo XIX comeam as lutas por melhores condies de trabalho e de vida, trazendo em evidncia a questo social e suas expresses. O Estado percebe a realidade dos fatos, porm, se mantem distante, e as manifestaes populares em busca de respostas concretas para essas expresses passam a ser reprimidas pelo Estado, da ento a questo social tratada com represso policial, tornando-se totalmente marginalizada. A partir da dcada de 30, a questo social passa a ser reconhecida pelo Estado como uma questo poltica, porm algumas de suas expresses ainda no deixam de ser tratadas como caso de polcia. No perodo do ps-guerra no Brasil, ocorre uma maior industrializao, o Estado amplia e expande a economia, estando associado ao capital internacional. Passa a investir em empresas estatais e neste perodo h alguns avanos sociais nas reas da sade, educao e assistncia social, no entanto, tais polticas alcanaram apenas a classe trabalhadora que estava inserida no mercado de trabalho, ficando margem os desempregados, trabalhadores rurais e informais. Junto com a industrializao surgem outras expresses da questo social, onde a principal delas passa a ser a misria e a espantosa desigualdade social. A pauperizao dos trabalhadores se torna evidente, h um enorme contingente de trabalhadores em situao de pobreza extrema necessitando de moradia, sade e educao, estando merc de uma poltica social que no lhes traziam nenhuma garantia de direitos sociais. Se na Europa, nasce o Welfare State, no Brasil, em 1964 ocorre o processo de implantao da ditadura militar, onde todas as lutas sociais foram consideradas ilegais e por isso reprimidas. O Estado no reconhecia os direitos sociais como legtimos classe trabalhadora. (BONADIO, 2003)A partir da dcada de 1980 com a derrocada do governo ditatorial e as desigualdades sociais cada vez mais em evidncia no pas, os movimentos sociais retornam as lutas. Como resposta significativa a esses movimentos foi criada a Constituio Federal que trouxe a garantia dos direitos sociais, e passou a reconhecer a questo social como uma questo poltica. [...] Sobre os direitos sociais no pas, caracterizou o momento inicial de restaurao democrtica, especialmente no que concerne ao tratamento dado questo social, e orientou um esforo pela busca de novo ordenamento industrial, que possibilitasse alcanar maior efetividade nas polticas governamentais em respostas s demandas sociais existentes. O governo da nova republica inicia sua trajetria num contexto no qual a gravidade da questo social tinha que ser claramente reconhecida pelos rgos do estado (RIZOTTI apud BONADIO, s.d, s.p) O Brasil adentra na dcada de 1990, adotando para si o modelo neoliberal, priorizando aes como: a privatizao de empresas estatais, internacionalizao da economia, desproteo social, sucateamento dos servios pblicos, concentrao da riqueza e consequente aumento da pobreza. Conforme afirma Netto (2006, p.18-19)Em nome da racionalizao, da modernidade, dos valores de primeiro mundo e etc., vem provendo (ao arrepio da constituio de 1988), a liquidao de direitos sociais (denunciados como privilgios), a privatizao do estado, o sucateamento dos servios pblicos e a implementao sistemtica de uma poltica macroeconmica que penaliza a massa da populao.Vivenciamos assim um quadro de encolhimento e aniquilamento dos direitos sociais, aumentando o nmero de indivduos vivendo em condies precrias por causa da m distribuio de renda. nesse contexto que floresce o debate sobre as novas expresses da questo social. O processo de industrializao e implemento tecnolgico, que so caractersticas da reestruturao produtiva capitalista no decorrer do sculo XX, implica na substituio do trabalho vivo pelo trabalho morto, isso vem acarretando crescente desemprego estrutural, aumento da explorao, crescimento do exrcito industrial de reserva e consequentemente o agravamento da questo social. Nesse contexto, considerando o aumento populacional urbano em decorrncia da industrializao, os moradores rurais vo para a cidade em busca de trabalho, temos um cenrio, onde essa populao que no consegue se inserir no mercado de trabalho comea a ocupar reas perifricas prximas aos centros urbanos. Formando, assim, uma franja excluda, sem acesso a direitos e condies de vida dignas. Desse modo, podemos identificar o agravamento, o surgimento e fortalecimento das mais variadas expresses da questo social, dentre elas o pauperismo. Dessa maneira h a necessidade de investimentos em programas sociais. Como vimos anteriormente no contexto do welfare state, o Estado no modelo de Keynes deveria garantir atravs de salrio indireto e direitos sociais, boa qualidade de vida aos trabalhadores, pleno emprego e etc. No entanto nos moldes neoliberais temos definio do Estado mnimo, onde este deve servir como mediador, entre as classes atendendo aos interesses da ordem capitalista.Destarte, temos um Estado que desenvolve e implementa polticas sociais apenas como medidas paliativas, a fim de conter os movimentos das classes subalternas e tambm como meio de sustentar e promover o consumo. Diante do cenrio de pauperizao e de intensificao de outras expresses da questo social, e considerando essa caracterstica do Estado na implementao de polticas, temos o surgimento da poltica assistencial no Brasil.A assistncia social no Brasil tem sua origem histrica baseada na ajuda, caridade e na filantropia da igreja. Essa assistncia uma garantia de ateno s necessidades bsicas do usurio.Em 1985, temos um momento em que se exige do setor assistencial prticas inovadoras para demandas postas pela nova realidade nacional de transio democrtica, em que um nmero crescente da populao pedia respostas mais geis e efetivas nas polticas assistenciais. Desde ento se discutiu mais intensamente o caminho para se formular uma poltica pblica de assistncia social atravs da incluso de direitos sociais e, mais especificamente, do direito seguridade social, e nela, a garantia sade, assistncia e previdncia social garantidos pela Constituio Federal. A Constituio Federal de 1988 o marco legal para a compreenso das transformaes e redefinies do perfil histrico da assistncia social no Pas, que a qualifica como poltica de seguridade social - art. 194 da Constituio Federal. A assistncia social regulamentada pela Lei Orgnica da Assistncia Social (LOAS), constituindo-se como uma das reas de trabalho dos assistentes sociais. O discurso presente na legislao que, a gesto da assistncia social brasileira acompanhada e avaliada tanto pelo poder pblico quanto pela sociedade civil, representados nos conselhos nacionais do Distrito Federal, estadual e municipal de assistncia social. Esse controle social estabelece um modelo de gesto transparente em relao s estratgias e execuo da poltica de assistncia social. No entanto o modelo assistencial que temos hoje, em prtica, traz consigo uma poltica de assistncia, em todos os seus mbitos, extremamente seletiva e focalizada.5. POLTICAS DE ENFRENTAMENTO DA POBREZA NO BRASIL DE 1945 A 2013Nesse tpico a discurso deve ser aprofundada em torno das chamadas solues para a pobreza no Brasil, quais os planos adotados pelos governos desde 1945 aos dias atuais e como tais polticas afetam a vida da classe subalterna.No Brasil, os tipos de planos estatais em diferentes contextos objeto de anlise e estudos, devido as problemticas gestadas a partir da falta de organizao. Estratgias especficas de curto prazo e altamente burocrticas em relao a distribuio de tais polticas para a sociedade a grande caracterstica das polticas sociais brasileiras.Polticas de enfretamento a pobreza que deveriam ser feita a longo prazo, sob um planejamento governamental eficaz, aliado a profissionais da rea social, econmica e poltica, exercido somente para o alivio imediato. O combate pobreza no Brasil um desafio que deve ir alm da caridade e filantropia.Todos os regimes polticos, vivenciados no Brasil at trouxeram aes que tiveram com objetivo a diminuio da pobreza. H de se notar, embora os pesares, que em plena ditadura getulista, l pelos idos anos 1930, vislumbramos iniciativas na tentativa de gesto de polticas sociais tais como a implantao de uma legislao de fundo poltico trabalhista. A tentativa nos permitiu vislumbrar e situarmos a Consolidao das Leis do Trabalho CLT n na dcada de 40, mais precisamente em 1943. Neste nterim foi alicerado marco regulatrio do conhecido Salrio Mnimo. A valorizao da sade do trabalhador e outras dezenas de medidas de alcance social apesar do seu carter paternalista e do controle exercido da classe trabalhadora. Manter a estabilidade do governo por meio da administrao da questo social por meio da busca de minimizao das diferenas sociais e ao mesmo tempo garantir determinados direitos sociais muito embora o Estado de Bem Estar Social no tenha sido alcanado. Apesar da progresso de acordos de interesse do capital e dos trabalhadores nos diversos setores da vida nacional, de iniciativa do Estado Brasileiro, a escolha foi a viabilizao vislumbrada pela implantao do Seguro Social. Todavia o sistema de proteo exercido e praticado nesse perodo seletivo e distante de um padro universalista tal qual o Sistema nico de Sade dos dias atuais. As polticas sociais se desenvolveram, a partir do Estado Novo (Getlio Vargas - 1937-1945), e ainda se desenvolvem, de forma crescente como resposta s necessidades do processo de industrializao e produo de riqueza da Nao. Naquele tempo, a classe trabalhadora teve garantidos, pela legislao trabalhista, alguns direitos bsicos como: a regulamentao da jornada de trabalho, o repouso remunerado, as frias, o trabalho feminino e dos menores aprendizes. J ao trabalhador pobre, sem carteira assinada ou desempregado, sobraram as obras sociais e filantrpicas que se mantm, at os dias atuais, por meio de uma intrincada rede burocrtica e clientelista, fortemente apoiada pela filantropia e desenvolvida por meio de iniciativas institucionalizadas em organizaes sem fins lucrativos Houve, em poca no muito distante, a internao dos desajustados (supostamente doidos e praticantes da mendicncia) em abrigos educativos e corretivos constitua estratgia segura para a manuteno pacfica da parte sadia da sociedade. Percebe-se assim que historicamente a Proteo Social brasileira vai se estruturando, em parte vinculada proteo do trabalho formal e parte ligada ao conjunto de iniciativas benemerentes e filantrpicas da sociedade civil. (ADORNO, 1990)A imerso e implantao da ditadura Vargas no pas, a partir de 1937, o Estado amplia suas medidas de proteo ao trabalhador, ao mesmo tempo em que interfere no movimento sindical atravs de uma legislao que objetivava um rigorosa fiscalizao das organizaes dos trabalhadores. Quando o pas volta ao regime democrtico, Em 1945, conserva as caractersticas paternalistas do populismo surgido do perodo da ditadura Vargas (1937-1945), e neste contexto, que vislumbramos o surgimento de novas foras sociais na vida nacional. A dcada de 1950 teve como caracterstica principal o investimento do Estado em polticas dirigidas ao desenvolvimento do Pas ao tempo em que procurava fortalecer o crescimento econmico. A ingerncia premeditada do Estado nos processos voltados ao desenvolvimento social e econmico oportunizou a criao e a expanso de novas empresas estatais. A ideologia desenvolvimentista apoiava-se na tese de que o atraso dos pases do Terceiro Mundo era consequncia de seu precrio sistema industrial e de suas insuficincias tecnolgicas. (YAZBEK, S. d. p.14) Na dcada de 1960 crescem as contradies do capitalismo selvagem e extrativista que favoreceu a instalao do Estado Autoritrio que permitiu a implantao no Pas do capital exclusivamente monopolista. Isto permitiu a ampliao da interveno estatal que demarcou o eixo poltico da recomposio do poder burgus, permitindo o surgimento de novas estratgias de desenvolvimento concentradoras de capital provocando assim a intensificao do nvel de explorao da classe operria. A desigualdade social se alicera, cresce e se acentua em um clima repressivo e autoritrio. Com o vertiginoso crescimento e por conseguinte a expanso do capitalismo monopolista ocorrem mudanas que se situam durante as dcadas de 1960 e 1970, permitindo a expanso e modernizao do sistema de proteo social do pas. Foi neste perodo que o INPS, por exemplo, incorporou novos segurados, expandiu a assistncia mdica previdenciria e criou em 1974 a Renda Mensal Vitalcia (RMV) para idosos e invlidos com baixa renda. (YAZBEK, S. d., p. 16) Foi, nesse perodo que aconteceu o surgimento e a criao de novos mecanismos de poupana compulsria atravs do Fundo de Garantia por Tempo de Servio FGTS e posteriormente o PIS/ PASEP. Foram criados tambm: o Programa de Assistncia ao Trabalhador Rural tambm conhecido como FUNRURAL, o Sistema Financeiro de Habitao, os Centros Sociais Urbanos, o Programa de Interiorizao de Ao de Sade e Saneamento no Nordeste (PIASS), o Programa de Financiamento de Lotes Urbanizados (PROFILURB) entre outros, alm do Ministrio da Previdncia e Assistncia Social (MPAS) que incorporou ao novo sistema a Legio Brasileira de Assistncia - LBA e a Fundao Nacional de Bem Estar do Menor FUNABEM. . A partir de meados de 1970 os movimentos sociais demonstram um nvel de conscincia e capacidade de organizao em comunidades eclesiais de base (CEBs), sindicatos, organizaes profissionais liberais, meios universitrios, Igreja e imprensa. Expressam-se em greves, reivindicaes coletivas, movimentos contra a carestia, inclusive movimentos por eleio direta para a Presidncia da Repblica. (YAZKEK, S. d., p. 20) Na primeira metade dos anos 80, j era possvel identificar com facilidade os contornos de um amplo projeto de reforma de cunho nacional, democrtico, desenvolvimentista e redistributivo que na realidade nunca aconteceu perdurando a explorao extrema dos trabalhadores como um todo. A Assembleia Nacional Constituinte, instalada em 1987, concentrou esforos na direo de ampliar a interveno social do Estado visando garantir e criar mecanismos de viabilizao de direitos civis, polticos e sociais. (YAZKEK, S. d., p. 21) Na constituio de 1988 so inseridas as novas bases para o atual Sistema de Proteo Social brasileiro com o reconhecimento de supostos direitos sociais das classes subalternas de nossa sociedade. Todavia a falta de regulamentao da maioria dos artigos constitucionais faz com que, na realidade, existam e persistam contravenes e crimes vrios que desvirtuam a Democracia sonhada visto a permissividade e tolerncia com os diversos crimes cometidos. Trata-se, na verdade, de uma profunda mudana de direo, alicerando a ampliao das reas de proteo social e dos direitos sociais ao assegurar os direitos humanos e sociais como responsabilidade pblica e estatal. Essa Constituio, ainda que em forma de uma definio propalada por simples expresso e formulao de palavras fundamentou mudanas carentes de serem norteadas pelo respeito, tica e gesto moralizadora que permita um desenvolvimento sustentvel. Ao ser resumida, a Constituio Federal, nos apresenta um novo arcabouo institucional, tanto tica quanto poltica para a Proteo Social brasileira, apesar de ser, na realidade, simples objeto de esvaziamento e desrespeito que a desqualifica em seu processo de implantao no pas. Em suma, a Constituio Federal cria uma nova arquitetura institucional e tico/poltica/pblica para a Proteo Social brasileira, mas tambm objeto de esvaziamentos e desqualificaes em seu processo de implantao no pas. No intuito de acabar com a fome e a misria no pais um grande conjunto de polticas sociais surge na dcada de 1990 com diferentes caractersticas e formas. Que passam ser exercidos sob vrios contextos, podendo ser universais, temporrios, ou contnuos.Programas voltados aos desempregados e trabalhadores informais, so criados a fim de qualificar a fora de trabalho, estimulando ofertas de emprego e aumentando oportunidades de vagas aos trabalhadores podemos citar o PLANFOR, PRONAF e o PROGER.Em 1996, o programa de erradicao do trabalho infantil (PET) busca uma combinao de transferncia de renda com estudos e atividades correspondentes a partir retiradas de jovens e crianas do trabalho precoce. Atingindo milhes de famlias no ano de 2001 o governo junto aos ministrios passa a lanar programas como: Bolsa alimentao, bolsa escola, auxlio gs e energia, atingindo reas da educao, sade e infraestrutura.O BPC Loas um dos mais importantes na rea da assistncia social, o mesmo garante um salrio mnimo para idosos e deficientes com renda inferior a de salrio mnimo. A passos de promessas e reeleies em 2003 os programas de rendas citados so unificados, surgindo assim o bolsa famlia.Com a implantao dessas medidas, o Estado tem por objetivo principal a manuteno da estabilidade, administrando a questo social, na busca de diminuir as desigualdades e ao mesmo tempo garantir determinados direitos sociais. Todavia, ao trabalhador pobre, fica merc dessas polticas assistenciais, que se mantm atravs de uma rede burocrtica e clientelista.Estas aes alcanaram produzir uma enorme concentrao de meios afins no Sistema Brasileiro de Proteo Social em que pese a total falta de aliceramento de polticas verdadeiras e efetivas de infraestrutura que permitam o desenvolvimento harmonioso e constante que leve, alm do desenvolvimento do pas tambm o desenvolvimento de seu povo como um todo.6. O DESAFIO DO SERVIO NO COMBATE POBREZAConsiderando as observaes feitas no tpico anterior e, sendo o servio social uma profisso comprometida com os interesses das classes trabalhadoras e de carter sociopoltico, crtico e interventivo, que utiliza de instrumental cientfico multidisciplinar das cincias humanas e sociais para a anlise e interveno nas diversas refraes da questo social, no conjunto das desigualdades que se originam do antagonismo entre o capital/trabalho (CRESSRJ), encontramos nesse mosaico social capitalista neoliberal, espao para sua interveno, com vistas atender s demandas sociais postas. No contexto atual so vrios os desafios que se colocam aos profissionais de servio social. O objetivo do assistente social garantir e verificar alternativas para tornar possveis os direitos dos usurios, analisar as condies de vida da populao e orientar as pessoas ou grupos sobre como ter informaes, acessar direitos e servios para atender s suas necessidades. O assistente social desenvolve um trabalho interventivo, atravs da pesquisa e anlise da realidade social, atua na formulao, execuo e avaliao de servios, programas e polticas sociais que visam preservao, defesa e ampliao dos direitos humanos e da justia social. Os campos de atuao so: equipamentos da rede de servios sociais e das organizaes pblicas e privadas e organizaes no governamentais como: hospitais, escolas, creches, clnicas, centros de convivncia, administraes municipais, estaduais e federais, servios de proteo judiciria, conselhos de direitos e de gesto, movimentos sociais e instncias de defesa e de representao poltica. As competncias e atribuies privativas dessa categoria profissional esto previstas nos artigos 4 e 5 da Lei 8.662/1993.Em praticamente todos os espaos scio ocupacionais do assistente social, a pobreza parte da experincia diria do trabalho dos assistentes sociais, por esta ser umas das expresses mais presentes dentro do objeto de interveno profissional do assistente social. Sendo de enorme complexidade uma interveno diante de tal realidade.Diante deste desafio, o papel do Servio Social redescobrir alternativas e possibilidades para o enfrentamento da problemtica. Traar horizontes para a formulao de propostas que faam frente questo social e que sejam solidrias com o modo de vida daqueles que a vivenciam. Entretanto, propor perspectivas implica em um esforo em compreender o movimento societrio, colocando o Servio Social na dinmica das relaes entre o Estado e a sociedade civil (YAMAMOTO, 2000). Quanto mais os profissionais de Servio Social forem capazes de explanar e compreender as lgicas que causam a pobreza e as desigualdades, mais qualificao tero para intervir, para elaborar respostas profissionais do ponto de vista terico, poltico, tico e tcnico.CONSIDERAES FINAIS.Os elementos analticos apresentados no presente artigo servem como base para entendermos o surgimento da questo social e sua expresso imediata: a pobreza. Alm de trazer uma melhor compreenso da realidade social, entender um pouco mais sobre a questo social no Brasil, que se desenvolve em um contexto econmico de desigualdades e antagonismo de classes, abrangendo acontecimentos de lutas e manifestaes operrias em prol de melhores condies de vida para a classe proletria.O servio social uma profisso que se encontra inserida diretamente na relao contraditria capitalista, atuando e intervindo nas mltiplas expresses da questo social. Portando, de suma importncia que o profissional de Servio Social aproprie-se de conhecimento terico e metodolgico a respeito de seu objeto de interveno; a questo social, para enfim enfrentar a pobreza, um processo complexo, que incorpora ao mesmo tempo aspectos: econmicos, sociais, polticos e estruturais.Quando falamos em questo social e todas as suas expresses, no podemos desconsiderar os processos histricos, e o entendimento do processo histrico. A sua conjuntura poltica possibilita avano e novas estratgias de enfrentamento dos problemas sociais. A funo do servio social mediar as relaes entre o poder pblico, a vida privada e a sociedade civil, que luta por direito de igualdade e incluso social. Aps a anlise de todas as conjunturas histricas pelo qual o sistema capitalista tomou para si como modelo poltico, podemos afirmar que as mudanas que ocorrem no capitalismo sempre buscaram um mesmo objetivo: acumulao. Todas as polticas implantadas at hoje, beneficiam apenas a classe dominante, portanto, nunca ser possvel a superao das expresses da questo social sem que haja a suplantao do modelo exploratrio capitalista. Em vista o que foi apresentado, conclumos que, de uma forma geral ficou claro que a pobreza decorrente de vrios fatores, os principais so: os processos de globalizao, a modernizao dos meios de produo e a desigual distribuio de renda. Sendo que, uma minoria detm a maior parte riqueza socialmente produzida, enquanto a maior parte da populao vive na pobreza e misria. Mesmo que os programas sociais de distribuio de renda tenha se aperfeioado nos ltimos anos, ainda convivemos em um pas com muitas injustias sociais.

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