Questões de Coesão e Coerência (1)

Embed Size (px)

Citation preview

  • 5/24/2018 Quest es de Coes o e Coer ncia (1)

    1/4FACEBOOK.COM/PROFESSORCHARU PGINA 1

    QUESTES DE COESO E COERNCIAConsidere o texto abaixo para responder

    questo a seguir.

    A desigualdade persistente entre o quechamavam o primeiro e o terceiro mundo mantmcom relativa vigncia alguns de seus postulados.Mas ainda que as decises e benefcios dosintercmbios se concentrem nas burguesias das

    metrpoles, novos processos tornam mais complexaa assimetria: a descentralizao das empresas, asimultaneidade planetria da informao e aadequao de certos saberes e imagensinternacionais aos conhecimentos e hbitos de cadapovo. A disseminao dos produtos simblicos pelaeletrnica e pela telemtica, o uso de satlites ecomputadores na difuso cultural tambm impedemde continuar vendo os confrontos dos pasesperifricos como combates frontais com naesgeograficamente definidas.

    (Nstor G. Canclini, Culturas hbridas estratgias para entrar e

    sair da modernidade. Traduo de Ana Regina Lessa e Helosa P.Cintro, p. 310, com adaptaes)

    (SECRETARIA MUNICIPAL DE FAZENDA/RJ 2010 ESAF) 1 - No desenvolvimento do texto, a

    ideia de

    (A) desigualdade persistente retomada comodisseminao dos produtos simblicos.(B) simultaneidade planetria da informao retomada como uso de satlites.(C) postulados retomada como novosprocessos.

    (D) benefcios dos intercmbios retomada comodescentralizao das empresas.(E) terceiro mundo retomada como pasesperifricos.

    A questo a seguir toma por base o seguinte texto.

    Tradicional defensor de instrumentosortodoxos de poltica econmica, o Fundo MonetrioInternacional (FMI) admitiu o uso de controles decapital para combater a formao de bolhasfinanceiras e o fluxo exagerado de investimentosestrangeiros que valorizam excessivamente as

    moedas nacionais em relao ao dlar. Entre asopes, est a tributao do ingresso de recursos,caminho escolhido pelo Brasil, que elevou de 4%para 6% a alquota do imposto de operaesfinanceiras (IOF) nas aplicaes de renda fixa. Outrapossibilidade a proibio de retirada do dinheiropor um tempo determinado, como fez o Chile. Porenquanto a equipe econmica brasileira resiste emadotar este passo, pois, para o economistaamericano J. L., o reforo no balano oramentrio eas aes de carter mais estrutural so, muitasvezes, as respostas mais adequadas para o aumentode fluxos. Mas pode haver circunstncias em que os

    controles cambiais sejam teis, numa medidatemporria, para lidar com esse crescimento decapital, afirma.

    (Adaptado de Correio Braziliense, 19 de outubro de 2010)

    (CVM 2010 ESAF)2 - Na organizao dasrelaes de coeso e coerncia no texto, aexpresso

    (A) caminho escolhido pelo Brasil retoma a ideia detributao do ingresso de recursos.(B) fluxo exagerado de investimentos estrangeirosretoma a ideia de bolhas financeiras.

    (C) aes de carter mais estrutural retoma a ideiade bolhas financeiras.(D) controles cambiais retoma a ideia de aes decarter mais estrutural.(E) esse crescimento de capital retoma a ideia deaplicaes de renda fixa.

    Leia o texto para responder s prximas 3 questes.

    Sobre os per igos da le i tura

    Nos tempos em que eu era professor daUnicamp, fui designado presidente da comissoencarregada da seleo dos candidatos aodoutoramento, o que um sofrimento. Dizer esseentra, esse no entra uma responsabilidadedolorida da qual no se sai sem sentimentos deculpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidirsobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas nohavia alternativas. Essa era a regra. Os candidatosamontoavam-se no corredor recordando o quehaviam lido da imensa lista de livros cuja leitura eraexigida. A tive uma ideia que julguei brilhante.Combinei com os meus colegas que faramos atodos os candidatos uma nica pergunta, a mesmapergunta. Assim, quando o candidato entravatrmulo e se esforando por parecer confiante, eu lhefazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: Fale-nossobre aquilo que voc gostaria de falar!. [...]

    A reao dos candidatos, no entanto, no foia esperada. Aconteceu o oposto: pnico. Foi comose esse campo, aquilo sobre o que eles gostariam defalar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazioimenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudobem. Para isso, eles haviam sido treinados durantetoda a sua carreira escolar, a partir da infncia. Masfalar sobre os prprios pensamentos ah, isso nolhes tinha sido ensinado!

    Na verdade, nunca lhes havia passado pelacabea que algum pudesse se interessar por aquiloque estavam pensando. Nunca lhes havia passadopela cabea que os seus pensamentos pudessemser importantes.

    (Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br. Adaptado)

    (TJ/SP 2010 VUNESP) 3 -A palavra a, em ...no entanto, no foi a esperada. (2 pargrafo),refere-se a

    (A) candidatos.(B) pergunta.(C) reao.(D) falar.(E) gostaria.

  • 5/24/2018 Quest es de Coes o e Coer ncia (1)

    2/4FACEBOOK.COM/PROFESSORCHARU PGINA 2

    (TJ/SP 2010 VUNESP) 4 -A expresso umvazio imenso(2 pargrafo) refere-se a

    (A) candidatos.(B) pnico.(C) eles.(D) reao.(E) esse campo.

    (TJ/SP 2010 VUNESP) 5 - As palavras que, no

    2 pargrafo, retomam o termo os candidatos, so

    (A) eles, outros, prprios.(B) eles, isso, prprios.(C) aquilo, eles, seus.(D) eles, lhes, sua.(E) aquilo, isso, prprios.

    Leia o texto para responder questo a seguir.

    Zelosa com sua imagem, a empresamultinacional Gillette retirou a bola da mo, em umadas suas publicidades, do atacante francs ThierryHenry, garoto-propaganda da marca com quem temum contrato de 8,4 milhes de dlares anuais. Ajogada previne os efeitos desastrosos para vendasde seus produtos, depois que o jogador trapaceou,tocando e controlando a bola com a mo, para ajudarno gol que classificou a Frana para a Copa doMundo de 2010. (...)

    Na Frana, onde 8 em cada dez francesesreprovam o gesto irregular, Thierry aparece com amo no bolso. Os publicitrios franceses acham queo gato subiu no telhado. A Gillette prepara orompimento do contrato. O servio de comunicaoda gigante Procter & Gamble, proprietria da Gillette,diz que no.

    Em todo caso, a empresa gostaria que o jogofosse refeito, que a trapaa no tivesse acontecido.Na impossibilidade, refez o que est ao seu alcance,sua publicidade.

    Segundo lista da revista Forbes, ThierryHenry o terceiro jogador de futebol que mais lucracom a publicidade seus contratos somam 28milhes de dlares anuais. (...)

    (Veja, 02.11.2009. Adaptado)

    (TJ/SP 2010 VUNESP) 6 - Assinale a alternativaem que todas as palavras ou expresses recuperam,por coeso textual, o fato de Thierry ter controlado abola com a mo.

    (A) jogada, gesto irregular.(B) jogada, impossibilidade.(C) impossibilidade, trapaa.(D) gesto irregular, trapaa.

    (E) gesto irregular, mo no bolso.

    Leia o texto para responder questo a seguir.

    Quanto veneno tem nos sa comida?

    Desde que os pesticidas sintticoscomearam a ser produzidos em larga escala, nadcada de 1940, h dvidas sobre o perigo para asade humana. No campo, em contato direto comagrotxicos, alguns trabalhadores ruraisapresentaram intoxicaes srias. Para avaliar o

    risco de gente que apenas consome os alimentos,cientistas costumam fazer testes com ratos e ces,alimentados com doses altas desses venenos. Apartir do resultado desses testes e da anlise dealimentos in natura (para determinar o grau deresduos do pesticida na comida), a AgnciaNacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa) estabeleceos valores mximos de uso dos agrotxicos paracada cultura. Esses valores tm sido desrespeitados,segundo as amostras da Anvisa. Alguns alimentostm excesso de resduos, outros tm resduos deagrotxicos que nem deveriam estar l. Essesexcessos, isoladamente, no so to prejudiciais,

    porque em geral no ultrapassam os limites que ocorpo humano aguenta. O maior problema que elesse somam ningum come apenas um tipo dealimento.

    (Francine Lima, Revista poca, 09.08.2010)

    (CREMESP 2011 - VUNESP) 7 -Para avaliar orisco de gente que apenas consome os alimentos,cientistas costumam fazer testes com ratos e ces,alimentados com doses altas desses venenos. A

    expresso em destaque refere-se aos

    (A) alimentos consumidos pelos trabalhadores.

    (B) ratos usados para testes.(C) ces que ingerem alimentos com agrotxicos.(D) pesticidas sintticos e agrotxicos.(E) alimentos in natura.

    Leia o texto a seguir para responder prxima questo.

    CIDADE MARAVILHOSA?

    Os camels so pais de famlias bempobres, e, ento, merecem nossa simpatia e nossocarinho; logo eles se multiplicam por 1000. Aqui em

    frente minha casa, na Praa General Osrio, existeh muito tempo a feira hippie. Artistas e artesosexpem ali aos domingos e vendem suas coisas.Uma feira um tanto organizada demais: sempre osmesmos artistas mostrando coisas quase sempresem interesse. Sempre achei que deveria haver umcanto em que qualquer artista pudesse vender umquadro; qualquer artista ou mesmo qualquer pessoa,sem alvars nem licenas. Enfim, o fato que a feirafuncionava, muita gente comprava coisas tudobem. Pois de repente, de um lado e outro, na RuaVisconde de Piraj, apareceram barracasatravancando as caladas, vendendo de tudo -roupas, louas, frutas, miudezas, brinquedos, objetosusados, ampolas de leo de bronzear, passarinhos,pipocas, aspirinas, sorvetes, canivetes. E as praiasforam invadidas por 1000 vendedores. Na rua e naareia, uma orgia de ces. Nunca vi tantos ces no

    http://4.bp.blogspot.com/_hbaIzylnf84/TUiKP7HXdgI/AAAAAAAAAEc/j0c6xMOWizc/s1600/Sem+t%C3%ADtulo.png
  • 5/24/2018 Quest es de Coes o e Coer ncia (1)

    3/4FACEBOOK.COM/PROFESSORCHARU PGINA 3

    Rio, e presumo que muita gente anda com eles parase defender de assaltantes. O resultado umasujeira mltipla, que exige cuidado do pedestre parano pisar naquelas coisas. E aquelas coisas secam,viram poeira, unem-se a cascas de frutas podres edejetos de toda ordem, e restos de peixes da feiradas teras, e folhas, e cusparadas, e jornais velhos;uma poeira dos trs reinos da natureza e de todas asservides humanas.

    Ah, se venta um pouco o noroeste, logo ela

    vai-se elevar, essa poeira, girando no ar, entrar emnosso pulmo numa lufada de ar quente.Antigamente a gente fugia para a praia, para o mar.Agora h gente demais, a praia est excessivamentecheia. Est bem, est bem, o mar, o mar do povo,como a praa do condor mas podia haver menosces e bolas e pranchas e barcos e camels e ratosde praia e assaltantes que trabalham at dentrodgua, com um canivete na barriga alheia, e sujeitosque carregam caixas de isopor e anunciam sorvetese quando o inocente cidado pede picol de manga,eis que ele abre a caixa e de l puxa a arma. Cadadia inventam um golpe novo: a juventude muito

    criativa, e os assaltantes so quase sempre muitojovens.

    Rubem Braga

    (UFRJ 2010 NCE/UFRJ) 8 - Assinale aalternativa em que o antecedente do termosublinhado no est localizado no mesmo segmentodestacado do texto.

    (A) ...eis que ele abre a caixa e del puxa a arma;(B) Artistas e artesos expem ali aos domingos, evendem suas coisas;(C) O resultado uma sujeira mltipla,que exige

    cuidado do pedestre...;(D) Enfim, o fato que a feira funcionava, muitagente comprava coisas...;(E) Nunca vi tantos ces no Rio, e presumo quemuita gente anda com eles....

    Leia o texto a seguir para responder prxima questo.

    Convivas de boa m emria

    H dessas reminiscncias que nodescansam antes que a pena ou a lngua as

    publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva quetem boa memria. A vida cheia de tais convivas, eeu sou acaso um deles, conquanto a prova de ter amemria fraca seja exatamente no me acudir agorao nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta.

    No, no, a minha memria no boa. Aocontrrio, comparvel a algum que tivesse vividopor hospedarias, sem guardar delas nem caras nemnomes, e somente raras circunstncias. A quempasse a vida na mesma casa de famlia, com os seuseternos mveis e costumes, pessoas e afeies, que se lhe grava tudo pela continuidade e repetio.Como eu invejo os que no esqueceram a cor dasprimeiras calas que vestiram! Eu no atino com adas que enfiei ontem. Juro s que no eramamarelas porque execro essa cor; mas isso mesmopode ser olvido e confuso.

    E antes seja olvido que confuso; explico-me. Nada se emenda bem nos livros confusos, mastudo se pode meter nos livros omissos. Eu, quandoleio algum desta outra casta, no me aflijo nunca. Oque fao, em chegando ao fim, cerrar os olhos eevocar todas as coisas que no achei nele. Quantasideias finas me acodem ento! Que de reflexesprofundas! Os rios, as montanhas, as igrejas que novi nas folhas lidas, todos me aparecem agora com assuas guas, as suas rvores, os seus altares, e os

    generais sacam das espadas que tinham ficado nabainha, e os clarins soltam as notas que dormiam nometal, e tudo marcha com uma alma imprevista.

    que tudo se acha fora de um livro falho,leitor amigo. Assim preencho as lacunas alheias;assim podes tambm preencher as minhas.

    (Assis, de Machado. Dom Casmurro Editora Scipione 1994 pg. 65)

    (DETRAN/RN 2010 FGV) 9 - ... masisso mesmopode ser olvido e confuso.A palavra sublinhadanessa frase se refere

    (A) precria memria do narrador.(B) s pessoas que viveram em hospedarias.(C) vida dos convivas.(D) s pessoas que passam a vida na mesma casade famlia.(E) ao narrador no se lembrar da cor das calas.

    Leia o texto a seguir e responda prxima questo.

    Os di cio nrio s de meu pai

    Pouco antes de morrer, meu pai me chamou

    ao escritrio e me entregou um livro de capa pretaque eu nunca havia visto. Era o dicionrio analgicode Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Ficavaquase escondido, perto dos cinco grandes volumesdo dicionrio Caldas Aulete, entre outros livros deconsulta que papai mantinha ao alcance da monuma estante giratria. Isso pode te servir, foi maisou menos o que ele ento me disse, no seu falarmeio grunhido. Era como se ele, cansado, mepassasse um basto que de alguma forma eudeveria levar adiante. E por um tempo aquele livrome ajudou no acabamento de romances e letras decanes, sem falar das horas em que eu o folheava

    toa; o amor aos dicionrios, para o srvio MiloradPavic, autor de romances-enciclopdias, um traoinfantil de carter de um homem adulto.

    Palavra puxa palavra, e escarafunchar odicionrio analgico foi virando para mim umpassatempo. O resultado que o livro, herdado jem estado precrio, comeou a se esfarelar nosmeus dedos. Encostei-o na estante das relquias aodescobrir, num sebo atrs da sala Ceclia Meireles, omesmo dicionrio em encadernao de percalina.Por dentro estava em boas condies, apesar dealgumas manchas amareladas, e de trazer na folhade rosto a palavra anau, escrita a caneta-tinteiro.

    Com esse livro escrevi novas canes eromances, decifrei enigmas, fechei muitas palavrascruzadas. E ao v-lo dar sinais de fadiga, sa desebo em sebo pelo Rio de Janeiro para me garantirum dicionrio analgico de reserva. Encontrei dois,

  • 5/24/2018 Quest es de Coes o e Coer ncia (1)

    4/4FACEBOOK.COM/PROFESSORCHARU PGINA 4

    mas no me dei por satisfeito, fiquei viciado nonegcio. Dei de vasculhar livrarias pas afora, s emSo Paulo adquiri meia dzia de exemplares, e aindaarrematei o ltimo venda a Amazom.com antes quealgum aventureiro o fizesse. Eu j imaginava deter omonoplio (aambarcamento, exclusividade,hegemonia, senhorio, imprio) de dicionriosanalgicos da lngua portuguesa, no fosse pelosenhor Joo Ubaldo Ribeiro, que ao que me constatambm tem um qui carcomido pelas traas

    (brocas, carunchos, gusanos, cupins, trmitas,cries, lagartas-rosadas, gafanhotos, bichos-carpinteiros).

    A horas mortas eu corria os olhos pela minhaprateleira repleta de livros gmeos, escolhia um aesmo e o abria a bel-prazer. Ento anotava numMoleskine as palavras mais preciosas, a fim deesmerar o vocabulrio com que embasbacaria asmoas e esmagaria meus rivais.

    Hoje sou surpreendido pelo anncio destanova edio do dicionrio analgico de FranciscoFerreira dos Santos Azevedo. Sinto como seinvadissem minha propriedade, revirassem meusbas, espalhassem ao vento meu tesouro. Trata-separa mim de uma terrvel (funesta, nefasta, macabra,atroz, abominvel, dilacerante, miseranda) notcia.

    (Francisco Buarque de Hollanda, Revista Piau, junho de 2010)

    (FAETEC/RJ

    2010

    CEPERJ) 10 - Em Isso podete servir (meio do primeiro pargrafo), o pronomedemonstrativo tem como referente

    (A) o dicionrio analgico.(B) o dicionrio Caldas Aulete.(C) os livros de consulta.(D) a estante giratria.(E) os cinco grandes volume.

    GABARITO

    01 - E02 - A03 - C04 - E05 - D06 - D07 - D08 - D09 - E10 - A