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Caderno de Questões Processo Penal Parte Integrante do Livro: "Processo Penal" NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE SÉRIE Norberto Cláudio Pâncaro Avena SÃO PAULO questoes retificada.indd 1 questoes retificada.indd 1 7/10/2008 09:01:27 7/10/2008 09:01:27

questões de processo penal

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Cadernode Questões

Processo Penal

Parte Integrante do Livro: "Processo Penal"NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

SÉRIE

Norberto Cláudio Pâncaro Avena

SÃO PAULO

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SUMÁRIO

1. Inquérito policial ........................................................................... 5

2. Ação penal ..................................................................................... 8

3. Questões incidentais ..................................................................... 12

4. Jurisdição e competência .............................................................. 16

5. Prova penal .................................................................................... 20

6. Prisão e liberdade provisória ........................................................ 27

7. Procedimentos ................................................................................ 34

8. Nulidades ....................................................................................... 44

9. Sentença penal ............................................................................... 47

10. Questões correlatas – recursos criminais ................................... 51

11. Habeas corpus, revisão criminal, mandado de segurança, cor-reição parcial e reclamação ........................................................ 59

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QUESTÕES

1. INQUÉRITO POLICIAL

Questão 01. (XLI Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2000)

Assinale a alternativa correta:(A) O arquivamento do inquérito policial, a requerimento do Ministério Público, cria a

preclusão.(B) Da decisão que arquiva o inquérito policial, a requerimento do Ministério Público, cabe

recurso de apelação.(C) Da decisão que arquiva o inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe

mandado de segurança.(D) Da decisão que arquiva o inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe

correição parcial.*(E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

Questão 02. (Concurso para Delegado de Polícia substituto de Santa Catarina – 2001)Se o crime for de alçada privada, o inquérito policial será iniciado mediante:

(A) Portaria do delegado de polícia.*(B) Requerimento da vítima ou de quem legalmente a represente, ou mediante auto de

prisão em fl agrante.1

(C) Requisição de órgão do Ministério Público.(D) Requerimento do escrivão de polícia, dirigido ao delegado.

Questão 03. (Concurso para Delegado de Polícia substituto de Santa Catarina – 2001)Sobre inquérito policial, assinale a alternativa CORRETA.

*(A) Cabe ao chefe de polícia receber recurso, quando se trata de indeferimento de re-querimento de abertura de inquérito policial.

(B) Sendo o inquérito policial, em síntese, um importante procedimento informativo, apesar de não ser ato de jurisdição estatal, os vícios nele existentes afetam a ação penal a que deu origem.

1 Lembre-se que, nos crimes de ação penal privada, o início do inquérito policial por meio de auto de prisão em fl agrante exige que este contenha, no próprio corpo do documento ou em anexo, a manifestação de vontade da vítima requerendo a instauração do inquérito policial.

QUESTÕES ELABORADAS ANTES DA VIGÊNCIA DAS LEIS 11.672 / 11.689 / 11.690 e 11.719

TODAS DE 2008

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena6

(C) A portaria que instaura o inquérito policial é suprida pelo boletim de ocorrência ou pelo boletim de acidente de trânsito.

(D) Como a polícia judiciária é exercida pelas autoridades policiais, no território de suas respectivas circunscrições policiais, tendo por fi m a apuração das infrações penais e da sua autoria, o Código de Processo Penal expressamente veda que autoridade de uma circunscrição (Estado ou Município) investigue fatos criminosos praticados em outra circunscrição.

Questão 04. (Concurso para Delegado de Polícia substituto de Santa Catarina – 2001)Analise as seguintes afi rmativas.I – Não gera constrangimento ilegal a instauração, em paralelo, pela autoridade policial es-

tadual, de inquérito sobre crimes de competência da Justiça Federal, por isso mesmo já em investigação em procedente inquérito da Polícia Federal.

II – O prazo de envio do inquérito policial à Justiça é de 30 dias, estando réu preso ou solto.

III – Não se justifi ca decisão condenatória apoiada exclusivamente em inquérito policial, pois se viola o princípio constitucional do contraditório.

IV – O inquérito policial pode ser arquivado de ofício pelo juiz e órgão do Ministério Público, sendo vedado ao delegado de polícia praticar tal ato.

Assinale a alternativa CORRETA.(A) Somente a afi rmativa IV é verdadeira.(B) Somente as afi rmativas I e III são verdadeiras.(C) Somente as afi rmativas II e IV são verdadeiras.

*(D) Somente a afi rmativa III é verdadeira.

Questão 05. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Ceará – 2001)

O Delegado Z nega-se a atender requisição à abertura de inquérito policial, subscrita pelo Promotor H, alegando falta de atribuições ao procedimento persecutório a caber em outra jurisdição.(A) Tem-se diante confl ito de atribuições.(B) O promotor de justiça, em casos que tais, deve substituir-se ao delegado de polícia

e, então, ele próprio instaurar procedimento investigatório.*(C) A requisição é dotada de caráter compulsório, obrigando a abertura de inquérito

policial.(D) Em qualquer circunstância o membro do Ministério Público não pode investigar.(E) O princípio inquisitório ampara o comportamento do Delegado Z.

Questão 06. (8.º Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 1.ª Região – 2001)

Assinale a alternativa correta em relação à atuação do magistrado no inquérito policial:I – Se o Ministério Público não incluir um dos indiciados na denúncia, nem sobre ele formular

pedido direto de arquivamento, operou-se arquivamento implícito, de tal maneira que lhe é vedado, posteriormente, aditar a denúncia para incluí-lo. Se o fi zer deve o juiz rejeitar o aditamento.

II – Pode o juiz determinar o arquivamento de inquérito policial sem requerimento nesse sentido do Ministério Público, posto que o Código de Processo Penal proíbe apenas o arquivamento direto pela autoridade policial.

III – O deferimento pelo juiz de arquivamento do inquérito em ação penal privada implica declaração de extinção da punibilidade pela renúncia.

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QUESTÕES 7

IV – Deferido o arquivamento de inquérito policial, o art. 18 do CPP permite o desarquiva-mento apenas com base em fatos novos.2 (A) A II e a IV estão corretas.(B) A II e a V estão corretas.(C) A I e a III estão corretas.

*(D) Nenhuma das alternativas.

Questão 07. (Concurso para ingresso na Magistratura Estadual do Distrito Federal – 2001)

Sobre o inquérito policial:I – Trata-se de procedimento administrativo útil à formação da opinio delicti, mas pode ser

dispensado para o oferecimento da denúncia.II – Os atos nele praticados pela autoridade policial não se acham livres do controle judicial

de sua legalidade.III – Eventuais vícios nele contidos não justifi cam a anulação da ação penal a que deu origem.

*(A) Todas as proposições são verdadeiras.(B) Todas as proposições são falsas.(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 08. (Concurso para ingresso na Magistratura do Paraná – 2004)O contraditório, garantia constitucional do cidadão, é característica primordial do processo:

(A) inquisitivo.(B) inquisitório.(C) misto.

*(D) acusatório.

Questão 09. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo – 2006)

O prazo geral para encerramento do inquérito policial (art. 10, Código de Processo Penal) é de(A) cinco dias se o indiciado estiver preso e de dez dias se ele estiver solto.(B) cinco dias se o indiciado estiver preso e de quinze dias se estiver solto.

*(C) dez dias se o indiciado estiver preso e de trinta dias se estiver solto.(D) dez dias se o indiciado estiver preso e de vinte dias se estiver solto.

Questão 10. (Concurso para Delegado de Polícia do Maranhão – 2006)Em conformidade com o Código de Processo Penal brasileiro, no que tange ao inquérito

policial é correto afi rmar:*(A) A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente

será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

(B) O inquérito policial deverá terminar no prazo de 20 dias, se o indiciado tiver sido preso em fl agrante ou estiver preso preventivamente.

(C) A autoridade policial, atualmente, poderá mandar arquivar autos de inquérito, havendo dispositivo legal expresso autorizando.

2 O desarquivamento do inquérito policial exige que surjam provas substancialmente novas. De qualquer forma, a alternativa é lacônica, deixando dúvidas quanto à sua interpretação e permitindo a alegação de nulidade.

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(D) O inquérito policial deverá terminar no prazo de 45 dias quando o indiciado estiver solto, mediante fi ança ou sem ela.

(E) Nos crimes de ação pública ou privada o inquérito policial poderá ser iniciado de ofício, mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público.

Questão 11. (Concurso para o cargo de Analista Judiciário TRF 4.ª Região – 2007)Analise as assertivas:I – O inquérito policial deve ser instaurado por meio de relatório e encerrado mediante por-

taria da autoridade policial.II – Em razão do princípio da oralidade do processo, não há necessidade de serem as peças

do inquérito policial reduzidas a escrito ou datilografadas.III – No inquérito policial, o ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão re-

querer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.Está correto o que consta SOMENTE em

(A) I e II.(B) I e III.(C) II.(D) II e III.

*(E) III.

GABARITO

01 – E 07 – A

02 – B 08 – D

03 – A 09 – C

04 – D 10 – A

05 – C 11 – E

06 – D

2. AÇÃO PENAL

Questão 01. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de Minas Gerais – 2000)

Assinale a alternativa incorreta:(A) O prazo para o exercício do direito de queixa é peremptório, não se suspendendo

nem se interrompendo, ocorrendo a extinção da punibilidade pela decadência, caso não seja intentada a ação penal no período estabelecido pela lei, ainda que haja o ofendido, ou quem tenha qualidade para representá-lo, requerido a instauração do inquérito policial no prazo legal.

(B) A ação penal de iniciativa privada é regida pelo princípio da conveniência, que dá ao ofendido a faculdade de promovê-la, se for esse seu interesse, e pelo princípio da disponibilidade, que lhe permite desistir da ação proposta.

(C) Na ação penal de iniciativa privada subsidiária da pública não é admissível a con-cessão de perdão, bem como a ocorrência da perempção.

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QUESTÕES 9

(D) O crime de induzimento ao erro essencial e à ocultação de impedimento, que se confi gura quando o agente contrai casamento induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultan-do-lhe impedimento que não seja casamento anterior, são de ação penal de iniciativa privada personalíssima, pois o direito de queixa só pode ser exercido pelo cônjuge enganado.

*(E) Concluindo o Ministério Público que houve, na queixa, exclusão voluntária e expressa de autor do crime pelo querelante, poderá aditá-la para incluí-lo, intervindo em todos os termos subseqüentes do processo.

Questão 02. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 1.ª Região – 2001)Em caso de crime de ação penal pública condicionada à representação,

(A) Se for instaurado inquérito policial sem a representação, o delegado deverá, de ofício, determinar arquivamento do inquérito.

(B) Apresentada a representação, a instauração do processo ocorrerá mediante posterior queixa do ofendido ou de seu representante legal.

*(C) A ausência de representação constituirá falta de condição para a instauração do processo.

(D) A decadência do direito de representar em relação ao representante legal impede, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal, o oferecimento de representação pelo ofendido.

(E) Se a representação for oferecida, poderá haver retratação até o momento da sentença.

Questão 03. (Concurso para ingresso na Magistratura Estadual do Distrito Federal – 2001)

Sobre ação penal:I – Das funções institucionais conferidas ao Ministério Público pela Constituição Federal, desta-

ca-se: “promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei”. Isto signifi ca que foi abolida do ordenamento jurídico pátrio a “ação penal privada subsidiária”, e que não tem mais à vítima legitimidade para apelar, supletivamente, de sentença absolutória.

II – Embora caiba ao Ministério Público zelar pela observância do princípio da indivisibilidade da ação penal privada, segundo o qual, havendo concurso de agentes, todos devem ser incluídos na queixa, não lhe é facultado aditar a referida peça para nela incluir co-autor benefi ciado por expressa renúncia do querelante.

III – Admite-se, nos crimes de ação privada, o perdão, que atua como causa de extinção da punibilidade. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que se produza, todavia, efeito em relação ao que recusar.

Alternativas:(A) Todas as proposições são verdadeiras.(B) Todas as proposições são falsas.(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.

*(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 04. (XLI Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2001)

Assinale a alternativa INCORRETA.(A) A representação não exige forma especial, bastando que o ofendido manifeste o desejo

de instaurar contra o autor do fato o pertinente procedimento legal.(B) Os direitos de queixa e de representação podem ser exercidos, independentemente,

pela vítima menor de 21 e maior de 18 anos ou por seu representante legal.3

3 Concurso realizado antes da vigência do novo Código Civil, quando a questão objeto desta assertiva passou a ser discutida. Na atualidade, porém, é consolidado que, possuindo idade superior a 18 anos, apenas a vítima poderá exercer tal direito.

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(C) A enumeração contida no art. 31 do CPP (“no caso de morte do ofendido ou quan-do declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão”) é taxativa, não admitindo ampliação.

(D) A representação será irretratável depois de recebida a denúncia pelo juiz.*(E) Não oferecida a representação no prazo legal, ocorre a prescrição, causa extintiva

da punibilidade.

Questão 05. (XLIII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2003)

O Ministério Público é o dono da ação penal pública, tanto condicionada quanto incondicionada. Mas há exceção a tal princípio, admitindo-se ação penal privada quando:(A) O Ministério Público desistir da ação penal.(B) O Ministério Público não aditar ação penal.(C) O Ministério Público só denunciar um acusado quando o inquérito policial indicar

dois acusados.(D) O Ministério Público requerer o arquivamento do inquérito policial.

*(E) O Ministério Público não intentar ação penal no prazo legal.

Questão 06. (Concurso para ingresso na Magistratura do Distrito Federal – 2001)Sobre decadência e perempção:I – A decadência e a perempção são causas de extinção da punibilidade, mas a primeira só

se verifi ca na hipótese de crime de ação penal privada.II – A perempção não impede que, pelo mesmo fato, nova queixa seja oferecida pela vítima

ou seu representante legal, desde que observado o prazo de decadência.III – O prazo para o exercício do direito de queixa do representante legal do menor conta-se

da data em que este completar 18 anos.(A) Todas as proposições são verdadeiras.

*(B) Todas as proposições são falsas.(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 07. (XLIII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2003)

São institutos próprios da ação penal privada:(A) Prescrição e renúncia.(B) Decadência e perdão judicial.(C) Preclusão e rejeição.

*(D) Perempção e decadência.(E) Renúncia e deserção.

Questão 08. (Concurso para ingresso na carreira de Defensor Público de Alagoas – 2003)

“Em princípio, toda ação penal é pública, pois é um direito subjetivo do titular perante o Estado-juiz. A distinção que se faz entre ação pública e ação privada se estabelece apenas em razão da legitimidade para agir; se é promovida pelo Estado, por intermédio do Ministério Público, é ela ação penal pública; se a lei defere o direito de agir à vítima, é ação penal privada.”

Considerando as idéias do texto acima e os dispositivos legais acerca da ação penal, julgue os itens seguintes.

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QUESTÕES 11

8.1 Admite-se, nos crimes de ação privada, o perdão, que atua como causa de extinção da punibilidade. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que se produza, todavia, efeito em relação ao que recusar.

8.2 Por se tratar de ação penal privada subsidiária da pública, admite-se o perdão se o querelante quiser desistir da ação penal.

8.3 Da decisão que rejeita a denúncia ou queixa, cabe interpor o recurso de apelação.4

8.4 Se o Ministério Público não oferecer denúncia no prazo legal, caberá ao querelante intentar ação penal privada subsidiária da pública. Nesse caso, o Parquet poderá repudiá-la, oferecendo denúncia substitutiva.

8.5 A ação penal privada personalíssima somente pode ser intentada pelo ofendido, não havendo sucessão por morte ou ausência.

8.6 Ao receber os autos do inquérito policial, o Ministério Público deverá oferecer denún-cia no prazo de cinco dias, se o réu estiver preso, ou quinze dias, se ele estiver solto. Porém, tratando-se de crime de imprensa, o prazo será de dez dias para oferecimento.

Questão 09. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

Assinale a alternativa incorreta:(A) É irrecorrível a decisão de arquivamento de inquérito policial, não podendo, tampou-

co, nesse caso, ser intentada ação penal mediante queixa subsidiária. Determinado o arquivamento do inquérito policial, o ofendido não fi cará impedido de propor ação civil para efeito de reparação do dano decorrente de delito.

*(B) Na ação penal pública condicionada à representação a retratação do ofendido ou do seu representante legal só é possível até a citação. Na ação privada, a qualquer tempo se faculta ao ofendido a desistência, a renúncia e o perdão.

(C) A queixa, seja na ação privada exclusiva, quer na ação privada subsidiária, poderá ser aditada no prazo de 03 (três) dias pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo; o Ministério Público ainda poderá repudiar a queixa supletiva, por entendê-la inepta, oferecendo denúncia substitutiva.

(D) Citado o acusado por edital e não comparecendo para o interrogatório nem constituindo defensor, o processo e o curso do prazo prescricional fi carão suspensos. Nesse caso, o juiz poderá determinar a produção antecipada de provas urgentes e, se for o caso, decretar a prisão preventiva.

(E) O juiz, após interrogar o acusado sobre sua pessoa e os fatos, facultará às partes a formulação de reperguntas. Se o interrogando não responder ao que lhe for perguntado, seu silêncio não importará em confi ssão, nem será interpretado em seu prejuízo; se, porém, negar a acusação, poderá indicar provas.

Questão 10. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005):

Na ação penal privada, o perdão do ofendido:*(A) É ato que ocorre após o ajuizamento da ação, equivale à desistência e caracteriza-se

pela bilateralidade, já que exige aceitação (mesmo tácita) do querelado.(B) Pode ser concedido pelo ofendido, tanto na ação penal privada exclusiva como na

ação penal privada subsidiária da pública, acarretando, caso aceito pelo querelado, extinção do processo.

4 Alternativa discutível. É que a decisão de não-recebimento da denúncia não é sinônimo de rejeição. Para a primeira, é taxativo o cabimento do RSE (art. 581, I, do CPP). A segunda, porém, para alguns é apelável (v.g. TJRS), enquanto para outros enseja RSE (v.g. TRF 4.ª Região). Além disso, há situações em que caberá apelação da rejeição por força de lei, o que ocorre na Lei de Imprensa (art. 44, § 2.º, da Lei 5.250/1967) e na Lei 9.099/1995 (art. 82).

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena12

(C) Refl ete no processo, em relação ao autor remanescente, havendo mais de um querelante, se for concedido por um deles, em razão do princípio da indivisibilidade da ação penal.

(D) Pode ser concedido em qualquer tempo, antes ou depois do trânsito em julgado de eventual sentença condenatória.

Questão 11. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional São Paulo – 2006):

Sobre a ação penal, assinale a alternativa correta.*(A) A representação nos crimes de ação penal pública condicionada será irretratável depois

de oferecida a denúncia.(B) Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do inquérito policial, determinará que

o Ministério Público ofereça a denúncia.(C) Em caso de ação privada subsidiária da pública, o Ministério Público pode aditar a

queixa, mas não repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva.(D) Salvo disposição em contrário, o ofendido decairá do seu direito de queixa ou de

representar se não o exercer dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que o crime foi praticado.

GABARITO

01 – E 8.2 Errada

02 – C 8.3 Errada

03 – D 8.4 Certa

04 – E 8.5 Certa

05 – E 8.6 Certa

06 – B 09 – B

07 – D 10 – A

08 – 8.1 Certa 11 – A

3. QUESTÕES INCIDENTAIS

Questão 01. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2000)Antônio Carlos, doente mental, matou João Lopes com um golpe de faca. Foi instaurado o

incidente de insanidade mental, tendo o laudo do Instituto Psiquiátrico Forense concluí-do ser o denunciado inimputável, enquadrando-o no art. 26, caput, do CP. Face à sua condição, nada disse quando ouvido, tanto na polícia quanto em juízo. Entretanto, uma testemunha presencial disse ter sido o réu agredido com uma paulada na cabeça antes de matar a vítima com uma facada, fato confi rmado pelo dono do bar onde o crime ocorreu. O juiz deve:5

5 A resposta à questão no gabarito ofi cial foi bastante questionada no Estado do Rio Grande do Sul à época do concurso. Isso porque o enunciado não fornece dados que permitam concluir no sentido de que houvesse certeza da legítima defesa de forma a permitir a absolvição sumária própria (sem medida de segurança).

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QUESTÕES 13

(A) Prolatar sentença de absolvição sumária, por ser o réu doente mental, com aplicação de medida de segurança.

*(B) Prolatar sentença de absolvição sumária, por ter o réu agido em defesa legítima, sem aplicação de medida de segurança.

(C) Pronunciar o réu para que o júri aprecie a tese defensiva da legítima defesa.(D) Impronunciar o réu por ser ele doente mental e por ter mantido silêncio.(E) Impronunciar o réu por ser ele doente mental, fato comprovado por laudo conclusivo

do Instituto Psiquiátrico Forense.

Questão 02. (81.º Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de São Paulo – 2000)

Instaurado o incidente de falsidade de documento, o juiz assinará a cada uma das partes, para prova de suas alegações, o prazo de(A) 2 (dois) dias.(B) 8 (oito) dias.(C) 5 (cinco) dias.

*(D) 3 (três) dias.(E) 10 (dez) dias.

Questão 03. (81.º Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de São Paulo – 2000)

Pelo sistema vigente, o incidente de insanidade mental do acusado não poderá ser instau-rado:(A) Por requerimento do Ministério Público.

*(B) Por determinação da autoridade policial.(C) Por requerimento do irmão do acusado.(D) Por requerimento do cônjuge do acusado.(E) De ofício, pelo juiz.

Questão 04. (173.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)É correto afi rmar que:

*(A) As coisas relacionadas com o fato criminoso, apreendidas durante o inquérito policial, não poderão ser restituídas antes de transitar em julgado a sentença fi nal, enquanto interessarem ao processo.

(B) O exame médico-legal, no incidente de insanidade mental do acusado, pode ser suprido pela inspeção pessoal do juiz.

(C) O exame médico-legal, para a verifi cação da integridade mental do sujeito do crime, não pode ser ordenado na fase do inquérito policial.

(D) Haverá confl ito negativo de jurisdição quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem competentes para conhecer do mesmo fato criminoso.

Questão 05. (172.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)O curso da prescrição da pretensão punitiva não fi ca suspenso enquanto:

*(A) Se processa o incidente de insanidade mental do acusado. (B) O réu cumpre pena em país estrangeiro. (C) Não for resolvida, noutro processo, questão de que depende o reconhecimento da

existência do crime. (D) O réu, citado por edital, não comparece em juízo, nem constitui advogado.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena14

Questão 06. (XLI Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2000)

Divergindo dois promotores de justiça quanto a quem cabe o oferecimento da denúncia, está-se diante de:(A) Confl ito positivo de jurisdição.(B) Confl ito negativo de jurisdição.(C) Confl ito de competência.

*(D) Confl ito de atribuições.(E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

Questão 07. (XLIII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2003)

Assinale a alternativa INCORRETA:(A) O exame de insanidade mental do acusado pode ser ordenado durante a tramitação

da ação penal e também durante o inquérito policial.(B) A correição parcial é medida que se destina a combater error in procedendo e deve

ser interposta no prazo de cinco dias.(C) O Ministério Público não pode opor embargos infringentes, ainda que a decisão de

Segunda Instância, ao absolver o réu, não tenha sido unânime.(D) Admite-se a acareação entre acusado e testemunha, sempre que divergirem, em suas

declarações, acerca de fatos ou circunstâncias relevantes.*(E) No pedido de restituição de coisa apreendida, a oitiva do Ministério Público não é

indispensável, fi cando, por isso, ao prudente critério do juiz.6

Questão 08. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil/Paraná – 2004)Em relação às medidas assecuratórias é correto afi rmar:

(A) Inexistem no processo penal as denominadas medidas assecuratórias.*(B) É admissível o arresto prévio como medida pré-cautelar.(C) A especialização de hipoteca legal pode recair sobre bens móveis.(D) O seqüestro não comporta defesa pelo acusado.

Questão 09. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

Assinale a alternativa incorreta: (A) A restituição das coisas apreendidas poderá ser ordenada pela autoridade policial ou

juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante; se duvidoso o direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, devendo o requerente produzir prova em cinco dias, decidindo o juiz criminal, em seguida, o incidente; se houver dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível.

(B) O incidente de insanidade mental poderá ser instaurado ainda na fase do inquérito. Determinando o exame o juiz nomeará curador ao acusado e suspenderá o proces-so, se já iniciada a ação penal, podendo determinar a realização de diligências que possam ser prejudicadas pelo adiamento.

(C) É direito do advogado recusar-se a depor como testemunha: 1) em processo no qual atua ou atuou como patrono, ainda que tenha renunciado à causa e que a solicitação tenha partido do constituinte; 2) sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado pelo constituinte; e 3) sobre fato acobertado por sigilo profi ssional.

6 A oitiva prévia do Ministério Público, antes de decidir o magistrado quanto à restituição de coisa apreen-dida, possui expressa previsão no art. 120, § 3.º, do CPP.

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Page 15: questões de processo penal

QUESTÕES 15

*(D) Somente quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado; a busca pessoal em mulher será feita por pessoa do mesmo sexo, se não importar retardamento ou prejuízo da diligência.

(E) O juiz poderá, de ofício, ouvir testemunhas não indicadas pelas partes, mesmo além das pessoas a que as testemunhas numerárias se referirem; poderá, outrossim, em decorrência de elementos trazidos aos autos durante a instrução, proceder a novo interrogatório ou reinquirir testemunhas.

Questão 10. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

De acordo com o Código de Processo Penal, bens imóveis, em relação aos quais haja in-dícios veementes de que tenham sido adquiridos pelo investigado, indiciado ou réu com o produto da infração penal, poderão ser objeto de:

*(A) Seqüestro, que poderá ser determinado pelo juiz de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou, ainda, mediante representação da autoridade policial.

(B) Busca e apreensão, que poderá ser determinada pelo juiz de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, desde que o ofendido seja pobre e não tenha condições de constituir defensor para promovê-la.

(C) Hipoteca legal, que poderá ser determinada pelo juiz mediante requerimento do ofen-dido ou, se houver interesse da Fazenda Pública, ainda no inquérito policial, mediante requerimento da autoridade policial.

(D) Arresto, que poderá ser determinado pelo juiz apenas mediante requerimento do Mi-nistério Público ou representação da autoridade policial.

Questão 11. (127º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo – 2005)

Sobre a infl uência do julgado penal no cível, assinale a alternativa correta.*(A) Não impede a propositura da ação civil a decisão que julgar extinta a punibilidade.(B) Impede a propositura da ação civil a sentença que decidir que o fato imputado não

constitui crime.(C) Não faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato pra-

ticado em estrito cumprimento de dever legal.(D) Faz coisa julgada no cível a sentença penal que absolver por insufi ciência de pro-

vas.

Questão 12. (128º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo – 2006)

Em relação ao incidente de insanidade mental, o Código de Processo Penal(A) condiciona a sua instauração a requerimento feito pelo Ministério Público, defensor,

curador, ascendente, descendente, irmão ou cônjuge. *(B) admite a sua instauração ainda na fase de inquérito, mediante representação da

autoridade policial ao juiz competente.(C) prevê que o juiz nomeie curador ao acusado somente depois de os peritos concluírem

pela sua inimputabilidade.(D) estipula que nenhum ato ou diligência seja praticado durante o período de suspensão

do processo em virtude da instauração do incidente.

Questão 13. (Concurso para Delegado de Polícia do Maranhão – 2006)Considere as afi rmativas abaixo a respeito das medidas assecuratórias.I – O juiz poderá ordenar o seqüestro de bens imóveis, em qualquer fase do processo ou

ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

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Page 16: questões de processo penal

PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena16

II – Se houver indícios veementes da proveniência ilícita dos bens móveis poderá ser decre-tado seqüestro deles desde que no caso não caiba apreensão.

III – O Ministério Público detém a legitimidade exclusiva para requerer a hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado até a prolação de sentença.

IV – A medida assecuratória de seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro.

De acordo com o Código de Processo Penal brasileiro, está correto o que se afi rma APE-NAS em:(A) I, II e III.(B) I e III.

*(C) I, II e IV.(D) II e IV.(E) II, III e IV.

GABARITO

01 – B 08 – B

02 – D 09 – D

03 – B 10 – A

04 – A 11 – A

05 – A 12 – B

06 – D 13 – C

07 – E

4. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Questão 01. (81.º Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de São Paulo – 2000)

De acordo com o nosso sistema, a competência será determinada pela conexão intersubjetiva por simultaneidade:(A) Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares

infl uir na prova de outra infração.(B) Se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem sido praticadas para facilitar

ou ocultar as outras.(C) Quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.

*(D) Se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas.

(E) Se, ocorrendo duas ou mais infrações penais, houverem sido praticadas para conseguir a impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas.

Questão 02. (173.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)Suponha-se um crime de extorsão mediante seqüestro que se estende por várias comarcas,

sendo instaurados vários inquéritos policiais. Nessa hipótese, a competência jurisdicional será determinada:

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Page 17: questões de processo penal

QUESTÕES 17

(A) Pelo lugar em que se deu a privação da liberdade da vítima.(B) Pelo lugar em que foi praticado o último ato de execução.

*(C) Pela prevenção.(D) Pela conexão.

Questão 03. (Concurso para ingresso na Magistratura Estadual de Minas Gerais – 2000)

Prefeito municipal e vereador, cometendo crime doloso contra a vida, em concurso de agentes, deverão ser julgados:(A) Ambos pelo Tribunal do Júri.(B) Ambos pelo Tribunal de Justiça.

*(C) O prefeito pelo Tribunal de Justiça e o vereador pelo Tribunal do Júri.(D) O prefeito pelo Tribunal do Júri e o vereador pelo Tribunal de Justiça. (E) O prefeito pelo Superior Tribunal de Justiça e o vereador pelo Tribunal de Justiça.

Questão 04. (VIII Concurso para a Magistratura Federal da 1.ª Região – 2001)Sobre competência ratione locci, assinale a alternativa correta:I – Em caso de crime cometido no limite territorial de duas comarcas, sendo incerto o local

do crime, ambos os juízos são competentes.II – No crime de lesão corporal seguida de morte são competentes tanto o juízo onde ocorreu

a lesão corporal como aquele em que ocorreu a condição de maior punibilidade.III – No crime de homicídio alguns tribunais e o próprio STJ têm dado interpretação contra

legem para a fi xação da competência territorial.IV – Nos crimes permanentes, tais como nos crimes qualifi cados pelo resultado, a competência

fi xa-se pela prevenção.(A) Apenas a I está correta.(B) A I e a II estão corretas.(C) Todas estão erradas.

*(D) A I e a III estão corretas.

Questão 05. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 4.ª Região – 2001)Assinalar a alternativa correta: procurador da República com atuação em Florianópolis, fora

do uso de suas atribuições e por motivos particulares, discute e entra em luta corporal com delegado da Polícia Federal, em Londrina, na sede dessa repartição pública, vindo a feri-lo com golpes de bengala. A vítima, levada para tratamento em Curitiba, não resistindo à gravidade das lesões, vem a morrer.(A) O réu deve ser julgado pelo Tribunal do Júri da Justiça Estadual em Londrina.(B) O réu deve ser julgado pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal em Curitiba.(C) O réu deve ser julgado pelo Tribunal do Júri da Justiça Estadual em Curitiba.

*(D) O réu deve ser julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em razão de prerrogativa de função.

Questão 06. (Concurso para ingresso na Magistratura do Distrito Federal – 2001)Sobre JURISDIÇÃO:I – É o poder do Estado de julgar com autoridade; de dizer o direito em caráter imperativo

e defi nitivo.II – Informam-na alguns princípios, dentre os quais o da indeclinabilidade, segundo qual não

pode o juiz abster-se de julgar, ainda que no processo atue, como membro do Ministério Público, o fi lho de seu cunhado.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena18

III – Abriga o princípio da correlação ou da relatividade – ne procedat judex ultra petitum et extra petitum – que impede o juiz de dar ao fato defi nição jurídica diversa daquela que consta da denúncia ou queixa.(A) Todas as proposições são verdadeiras.(B) Todas as proposições são falsas.

*(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 07. (XLIII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2003)

Assinale a alternativa correta: Juarez iniciou a execução de um crime no território nacional, mas a consumação aconteceu no Uruguai. Como será determinada a competência para efeito de ação penal:(A) Pela residência do réu.(B) Pela prevenção.(C) Pela conexão.(D) Pela Capital do país onde consumado o delito.

*(E) Pelo local em que praticado o último ato de execução no Brasil.

Questão 08. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2003)Assinale a assertiva correta:

(A) Em relação à determinação do lugar do crime, o Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade, só aplicável, no entanto, às infrações penais consumadas.

(B) Furtos praticados em continuidade delitiva, parte em território nacional e parte em território argentino, não fi cam sujeitos à lei penal brasileira.

(C) Aplica-se a lei penal brasileira ao brasileiro que, fora do território nacional, pratique fato contravencional brasileiro.

(D) A Lei 9.099/95, em relação ao tempo do crime, adotou a teoria do resultado.*(E) O cônsul uruguaio acreditado junto ao Governo Brasileiro, quando em missão diplo-

mática, goza de imunidade de jurisdição penal no Brasil.

Questão 09. (Concurso para ingresso na Carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)Indique a alternativa incorreta:

(A) O assistente do Ministério Público não será admitido durante o inquérito policial, mas, no curso do processo, poderá ser admitido mesmo após a prolação da sentença, enquanto esta não transitar em julgado. Sendo caso de competência do Tribunal do Júri, o assistente poderá aditar o libelo.

(B) Verifi cada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no proces-so de sua própria competência, venha o juiz a proferir sentença absolutória ou que desclassifi que a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos.

(C) De regra, a competência será determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato executório; se o lugar da infração for desconhecido, a competência será do Juízo do domicílio ou residência do réu; fi nalmente, se o paradeiro do réu também for desconhecido, será competente o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato.

*(D) Conexos os crimes praticados por policial militar e por civil, ou acusados estes como co-autores da mesma infração, haverá unidade de processo e julgamento perante o juízo prevalente, nesse caso, a jurisdição militar.

(E) Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os policiais militares e bombei-ros militares nos crimes militares defi nidos em lei; compete, porém, à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço, bem como os crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil.

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Page 19: questões de processo penal

QUESTÕES 19

Questão 10. (X Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

Considere a seguinte situação: acidente de trânsito, no qual um caminhão transportando três mil garrafas de óleo de soja, desgovernado, vem a tombar em rodovia Nesse contexto, moradores de vila próxima ao local do acidente, sem qualquer vínculo, aproximam-se e iniciam o saque da carga do veículo. A hipótese:(A) É de continência concursal ou por cumulação subjetiva.(B) É de conexão objetiva ou conseqüencial.

*(C) É de conexão intersubjetiva de simultaneidade ou ocasional.(D) Não caracteriza conexão e nem continência.

Questão 11. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – 2006)

No que se refere à aplicação da lei penal brasileira, assinale a assertiva correta:(A) A lei posterior, que de qualquer modo favorece o agente, aplica-se aos fatos anteriores,

desde que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.(B) Quanto ao tempo do crime, o Brasil adota a teoria da ubiqüidade.

*(C) Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional.

(D) Segundo o princípio da personalidade ativa, aplica-se a lei brasileira ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil.

Questão 12. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – 2006)

Conforme o Código Penal Brasileiro, considera-se local do crime:(A) O lugar onde ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, não sendo relevante

o local onde se produziu o resultado.(B) Somente o lugar em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

*(C) O lugar da ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

(D) Somente o lugar onde se produziu toda a ação ou omissão, não sendo relevante o local onde se produziu o resultado.

Questão 13. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)Um juiz estadual do Rio de Janeiro e sua esposa, engenheira civil, são acusados de, em

co-autoria, terem cometido homicídio doloso simples na cidade de Maceió, em Alagoas.A respeito do(s) órgão(s) competente(s) para o processo e o julgamento do juiz e de sua

esposa, pode-se afi rmar que (A) os dois serão julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.(B) os dois serão julgados pelo Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas.(C) os dois serão julgados pelo Tribunal de Júri de Maceió.

*(D) o juiz de direito será julgado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e sua esposa pelo Tribunal do Júri de Maceió.

(E) o juiz de direito será julgado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas e sua esposa pelo Tribunal do Júri de Maceió.

Questão 14. (Concurso para o cargo de Analista Judiciário TRF 4.ª Região – 2007)Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar originariamente, dentre outros, nas

infrações penais comuns,(A) os membros dos Tribunais Regionais do Trabalho.(B) o Governador do Distrito Federal.

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Page 20: questões de processo penal

PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena20

(C) os membros do Tribunal de Contas do Distrito Federal.(D) os membros dos Tribunais Regionais Federais.

*(E) os membros do Tribunal Superior Eleitoral.7

GABARITO

01 – D 08 – E

02 – C 09 – D

03 – C 10 – C

04 – D 11 – C

05 – D 12 – C

06 – C 13 – D

07 – E 14 – E

5. PROVA PENAL

Questão 01. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2000)Após a qualifi cação da testemunha, o promotor de justiça argúi a amizade íntima desta com

o réu, dizendo-a suspeita e indigna de fé. O juiz, então, interpela a testemunha, que confi rma a circunstância da amizade íntima. Em tal situação, o juiz deve:

*(A) Tomar o compromisso da testemunha e inquiri-la normalmente.(B) Dispensar a inquirição, excluindo a testemunha.(C) Indeferir o compromisso e inquirir a testemunha.(D) Ouvir o defensor e, se este concordar, determinar a substituição da testemunha.(E) Consultar a testemunha para saber se deseja depor; recusando, será dispensada.

Questão 02. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2000)As testemunhas, em regra, prestam o compromisso legal de dizer a verdade, na forma do

art. 203 do CPP. Excetuam-se, entre outros,(A) os menores de 21 anos e maiores de 16 anos, em qualquer hipótese.(B) os menores de 21 anos e maiores de 16 anos, a não ser quando assistidos por

curador.(C) os menores de 18 anos.

*(D) os menores de 14 anos.(E) os defi cientes auditivos.

Questão 03. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 5.ª Região – 2001)Em relação à prova, no sistema brasileiro, é correto afi rmar que:

(A) O ônus da prova no processo penal, segundo entendimento pacífi co da doutrina, é sempre da acusação.

7 Art. 102, I, c, da Constituição Federal.

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Page 21: questões de processo penal

QUESTÕES 21

(B) O momento para o acusado propor a prova testemunhal é o de seu interrogatório em juízo.

(C) Para a produção da prova pericial, nos crimes punidos com detenção, basta um perito ofi cial.

*(D) A prova da menoridade, para fi ns penais, deve ser feita por documento hábil, conforme jurisprudência assentada no Superior Tribunal de Justiça.

(E) Se admite, de forma tranqüila na doutrina, a delação como prova para a condenação.

Questão 04. (Concurso para ingresso na Magistratura do Distrito Federal – 2001)Sobre provas.I – O juiz penal não está obrigado a admitir como verdadeira a confi ssão do réu.II – O juiz penal, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indi-

cadas pelas partes, bem como pessoas por elas referidas.III – A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em in-

vestigação criminal ou instrução processual penal, dependerá sempre de ordem judicial que, no entanto, não poderá ser concedida se o fato investigado constituir crime punido, no máximo, com pena de detenção.

*(A) Todas as proposições são verdadeiras.(B) Todas as proposições são falsas.(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 05. (XLIII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2002)

Visando a provar inocência, o acusado exibe em juízo carta confi dencial que lhe fora dirigida. Tal atitude poderá benefi ciá-lo ou não:(A) A Constituição Federal assegura o sigilo de correspondência, tornando inaceitável o

expediente.(B) A prova é considerada ilícita.(C) O princípio do contraditório exclui o uso da carta.(D) A privacidade do réu inviabiliza a utilização do documento.

*(E) É admissível o uso da carta com base no princípio da defesa plena.

Questão 06. (XLIII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2002)

A confi ssão do réu, quando feita no interrogatório, é:(A) Irretratável.(B) Inválida.(C) Sinônimo de prova plena.(D) Indivisível.

*(E) Divisível e retratável.

Questão 07. (Concurso para ingresso na Magistratura de Santa Catarina – 2003)O ordenamento jurídico brasileiro, em matéria de prova, no processo penal:

*(A) Adota, para avaliação da prova, como regra, o sistema do livre convencimento motivado, mas, em relação ao júri, admite julgamento por convicção íntima.

(B) Não opõe restrição à produção de qualquer tipo de prova, em virtude de acolher o princípio da verdade real.

(C) Atribui ao acusado o ônus de provar sua inocência, sob pena de, em não fazendo dentro do processo, ter sua condenação reconhecida.

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Page 22: questões de processo penal

PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena22

(D) Considera nulo o processo se faltar o exame de corpo de delito, não admitindo o suprimento por prova testemunhal.

(E) Permite, como regra, à acusação e à defesa fazerem reperguntas diretas ao réu no interrogatório.

Questão 08. (Concurso para Ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União – 2004/CESPE)

Acerca das provas no processo penal, julgue os itens a seguir.8.1. Tendo em vista a preservação das relações familiares, permite-se, no processo penal,

que se eximam de depor os ascendentes e os descendentes do acusado, bem como seu cônjuge, exceto se estiver separado judicialmente.

8.2. Os deputados estaduais, no caso de serem arrolados como testemunhas, deverão ser inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

Questão 09. (Concurso para ingresso na Magistratura do Paraná – 2004)A apreensão de documento em poder do defensor do acusado:

(A) Não é permitida, pois deve ser respeitado o sigilo profi ssional.(B) Não é permitida, pois o advogado tem imunidade processual.

*(C) É permitida, quando constituir elemento do corpo de delito.(D) É permitida sempre, para que não fi que tolhido o poder de polícia.

Questão 10. (Concurso para ingresso na Magistratura do Paraná – 2004)Na apreciação ou valoração da prova, é correto afi rmar que vigora entre nós, em relação

ao Tribunal do Júri:(A) O sistema das provas legais.(B) O sistema da persuasão racional.

*(C) O sistema da íntima convicção.(D) O sistema misto.

Questão 11. (Exame de Ordem – OAB/RS – 01/2005)À luz do processo penal constitucional, assinale a assertiva correta.

*(A) O juiz, em busca da “verdade real”, pode agir ex offi cio determinando a realização de provas, sem com isso violar os princípios da imparcialidade, do tratamento igualitário das partes e do sistema acusatório.

(B) O sujeito passivo que comparecer perante a autoridade judiciária ou policial será interrogado na presença de seu defensor constituído ou nomeado, que poderá intervir ao fi nal do ato, formulando perguntas pertinentes e relevantes.

(C) A busca domiciliar poderá ser realizada durante a noite, no intervalo compreendido entre as 20 horas de um dia e às 6 horas do dia seguinte, com ordem emanada de autoridade judiciária competente.

(D) Quando o acusado se recusa a fornecer padrões gráfi cos nos delitos de falsidade documental, há inversão do ônus da prova, cabendo à defesa provar que não foi o réu quem assinou o documento.

Questão 12. (Exame de Ordem – OAB/PR – 2/2005)Sobre o interrogatório do acusado em juízo, assinale a alternativa correta:

(A) Não é obrigatório para o acusado presente.(B) Havendo mais de um acusado, devem ser interrogados conjuntamente frente a

frente.

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Page 23: questões de processo penal

QUESTÕES 23

*(C) É composto de duas partes: uma sobre a pessoa do acusado, outra sobre os fatos.(D) Deve ser realizado apenas com a presença do Juiz do(s) acusado(s) e do escrivão.

Questão 13. (Exame de Ordem – OAB/PR – 2/2005)Sobre a interceptação telefônica, assinale a alternativa correta:

(A) Segundo a Lei 9.296/1996 (Lei de Escuta Telefônica), depende de autorização judicial somente a interceptação para investigações civis.

(B) Segundo a Lei 9.296/1996 (Lei de Escuta Telefônica), pode ser autorizada em inves-tigações civis e criminais.

(C) Pode ser autorizada para investigação criminal de qualquer delito.*(D) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

Questão 14. (XII Concurso para Ingresso na Carreira da Magistratura Federal – TRF/4.ª Região – 2005)

Dadas as assertivas abaixo, assinalar a alternativa correta.I – O interrogatório tem hoje assegurado o contraditório pleno, com a formulação obrigatória

de todas reperguntas requeridas pela acusação e defesa.II – É direito da defesa ter a expedição de precatórias para ouvida das testemunhas que na

defesa prévia arrolara, sendo intimada da data da audiência no juízo deprecado.III – As questões prejudiciais obrigatórias suspendem o andamento da ação penal e o curso da

prescrição, até o julgamento no cível da questão de família ou patrimonial impeditiva.IV – Havendo divergência entre testemunhas, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar

onde resida a testemunha ausente, para que seja complementada a acareação, após a ouvida da testemunha presente.

*(A) Está correta apenas a assertiva IV.(B) Estão corretas apenas as assertivas I e IV.(C) Estão corretas apenas as assertivas I, II e III.(D) Todas as assertivas estão incorretas.

Questão 15. (X Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado do Acre – 2005)

A interceptação das comunicações telefônicas (interceptação stricto sensu e escuta) será considerada prova lícita deste que tenha sido:

*(A) Autorizada judicialmente, para fi ns de investigação criminal, em caráter de excepcio-nalidade, presentes indícios razoáveis de autoria ou participação em infração penal punida com pena de reclusão.

(B) Autorizada judicialmente, para fi ns de investigação criminal, em caráter de excepcio-nalidade, desde que haja indícios razoáveis de autoria ou participação penal punida com detenção ou reclusão.

(C) Determinada pelo Ministério Público ou pelo Delegado de Polícia no curso de inves-tigação criminal, ou, ainda, autorizada pelo Juiz no curso de processo judicial, desde que haja indícios de autoria de infração penal punida com reclusão.

(D) Autorizada pelo Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer interessado, do Ministério Público ou mediante representação da autoridade policial, para fi ns de investigação criminal, desde que haja indícios de autoria de infração penal punida com reclusão.

Questão 16. (X Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado do Acre – 2005)

Acerca do interrogatório judicial do acusado, considere as seguintes afi rmações:I – Trata-se de ato no qual, obrigatoriamente, deverá o interrogando estar assistido por de-

fensor, constituído ou nomeado, sob pena de nulidade.

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Page 24: questões de processo penal

PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena24

II – Antes de sua realização, o Juiz deverá assegurar o direito de entrevista reservada do acusado com o seu defensor.

III – Logo após esgotar seus próprios questionamentos, o Juiz deverá indagar das partes se restou algum fato a ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes, se as entender pertinentes.

IV – Caso o acusado se reserve o direito de permanecer calado, deverá o Juiz, obrigatoria-mente, consignar, no termo da audiência, as perguntas que, eventualmente, tenha feito ao réu e que não foram por ele respondidas.

Estão corretas as alternativas:(A) I, III e IV.

*(B) I, II e III.(C) II, III e IV.(D) I, II e IV.

Questão 17. (X Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado do Acre – 2005)

No processo penal brasileiro, sendo possível obter-se a prova do fato e de suas circunstâncias por outros meios, deverá o Juiz aceitar a recusa, em depor:(A) De qualquer testemunha.(B) Dos ascendentes e descendentes da vítima.(C) Do cônjuge, ainda que separado ou divorciado da vítima ou do réu

*(D) Do parente por afi nidade do réu, em linha reta.

Questão 18. (Exame de Ordem – OAB/RS – 01/2006) Em matéria de prova no processo penal, é incorreto afi rmar que:

(A) Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.

(B) A todo tempo, o julgador poderá proceder a novo interrogatório do acusado, inclusive quando do julgamento das apelações.

*(C) No caso específi co de réus acusados pela prática de crimes contra os costumes, o valor da confi ssão será aferido independentemente dos critérios adotados para os outros elementos de prova, não sendo necessário, para sua apreciação, o juiz confrontá-la com as demais provas do processo.

(D) Após proceder ao interrogatório, considerado meio de prova e de defesa, o juiz inda-gará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Questão 19. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

Sobre o depoimento judicial de ascendente ou descendente do acusado, é correto afi rmar:(A) Como testemunha, não poderá se eximir da obrigação de depor.(B) Uma vez prestado o compromisso, pratica crime de falso testemunho se faltar com

a verdade.(C) São proibidos de depor como testemunha.

*(D) Não se deferirá o compromisso de dizer a verdade do que souber.8

(E) Poderão se recusar a depor em qualquer caso.

8 Art. 306 do CPP.

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QUESTÕES 25

Questão 20. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública de Sergipe – 2006/CESPE)

Julgue os próximos itens, relativos a atos processuais, prova, prisão e liberdade provisória.20.1 Na hipótese de a acusação, durante o julgamento pelo tribunal do júri, apresentar

aos jurados documento novo, sem que a defesa dele tenha tomado conhecimento, a prova não será admitida nos autos, pois se trata de prova ilícita, por afrontar a norma de direito penal.9

20.2 O artigo do Código de Processo Penal (CPP), que estabelece que a confi ssão não supre o exame de corpo de delito, guarda nítida ligação com o sistema de prova tarifada ou da certeza moral do legislador.

20.3 A doutrina distingue intimação e notifi cação. A primeira refere-se à ciência dada às partes acerca de atos processuais já realizados, enquanto a segunda diz respeito à comunicação feita às partes ou a terceiros sobre os atos processuais que ainda serão realizados.

20.4 A prisão provisória ou cautelar antecipa a análise da culpabilidade do réu, uma vez que se trata de privação de liberdade destinada a assegurar, antes da sentença defi nitiva, a efi cácia da decisão judicial.

20.5 Em caso de prisão temporária, o tempo da prisão efetivamente cumprido, que não é alcançável pelo instituto da detração penal, não pode ser computado na pena even-tualmente imposta, dada a provisoriedade dessa medida.

20.6 O relaxamento de prisão tem como causa uma prisão em fl agrante ilegal, ou seja, em desconformidade com o que determina o CPP, enquanto a liberdade provisória tem como causa uma prisão em fl agrante legal e, como conseqüência, a liberdade vinculada do autor do fato.

Questão 21. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

O processo penal contemporâneo contempla três modelos de avaliação ou valoração da prova: o sistema legal; o da íntima convicção; e o da persuasão racional. Sobre tais sistemas probatórios pode-se afi rmar:(A) O sistema legal, também conhecido como tarifado, é típico do procedimento acusa-

tório, em que a intensa participação das partes na produção da prova pressupõe o prévio estabelecimento de valores defi nidos a cada um dos elementos probatórios considerados válidos.

(B) O sistema da íntima convicção é inaplicável no direito processual-penal brasileiro, em razão do que dispõe o artigo 93, IX, da Constituição Federal (“todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade...”).

(C) O sistema da persuasão racional ou do livre convencimento encontra respaldo no método inquisitório, em que o magistrado tem ampla liberdade para avaliar as questões de fato, devendo apenas motivar as questões de direito.

9 A alternativa encontra-se errada, pois, em primeiro lugar, apenas é necessária a intimação da defesa quanto aos documentos que tiverem relação com o fato objeto do processo, nos termos do art. 475 do CPP. Assim, a exibição de uma reportagem jornalística sobre o aumento da violência, por exemplo, pode ser realizada independente de prévia ciência ao advogado. Além disso, a questão refere-se à ilicitude da prova como decorrência da violação de norma de direito penal. A norma violada, in casu, se for hipótese de documento que versar sobre o fato do processo, é a do art. 475 do CPP – portanto, norma de direito processual penal. Por fi m, gize-se que a afronta à norma infraconstitucional gera ilegitimidade e não ilicitude. Inobstante, pensamos que, no caso de exibição de documento que verse sobre fatos do processo sem prévia ciência à defesa (pode ser ou não o caso da questão, pois lacônica), a hipótese será tanto de ilegitimidade (violação do citado art. 475 do CPP) como de ilicitude (violação às garantias constitucionais do contraditório e ampla defesa).

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena26

(D) Os sistemas da íntima convicção e da persuasão racional têm em comum a im-possibilidade de utilização, na valoração da prova pelo magistrado, de máximas de experiência ou da notoriedade do fato.

*(E) O que distingue o sistema da persuasão racional é a liberdade do magistrado na valoração dos elementos probatórios, que, embora exista, é contida pela obrigatoriedade de justifi cação das escolhas adotadas, diante da prova legitimamente obtida, com a explicitação do caminho percorrido até a decisão.

Questão 22. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

O princípio nemo tenetur se detegere, do qual decorre o direito previsto no artigo 5.º, LXIII, da Constituição Federal (“o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado...”), assegura ao acusado o privilégio contra a auto-incriminação. Diante de tal princípio, é correto afi rmar:(A) O silêncio do acusado durante o interrogatório pode, legitimamente, infl uenciar o

magistrado na formação de seu convencimento, atuando como um dos diversos fun-damentos de sua decisão.

(B) O direito ao silêncio não autoriza o acusado a deixar de participar da reconstituição do delito, determinada judicialmente, podendo vir a ser processado pelo crime de desobediência (art. 330 do CP) e ter a recusa interpretada em seu desfavor.

(C) Não existindo o dever de colaboração do acusado na produção de provas, pode ele se recusar a participar de diligência de reconhecimento, pois se trata de direito absoluto, oponível mesmo diante de intervenções não invasivas ou cooperações passivas.

*(D) A consignação das perguntas feitas ao acusado, que manifestou o desejo de per-manecer em silêncio, não mais encontra respaldo legal e, por permitir a extração de elementos para a valoração do silêncio, afronta o aludido princípio.10

(E) O conteúdo do interrogatório do réu, que mentiu em suas declarações, pode ser utilizado como circunstância judicial desfavorável, elevando a pena base em razão da difi culdade criada para o esclarecimento da verdade.

Questão 23. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)A respeito de prova ilícita, a Constituição Federal

*(A) não contém dispositivos expressos sobre a produção de prova derivada de prova ilícita e sobre a aplicação do princípio da proporcionalidade para a solução de questões sobre a ilicitude da prova.

(B) determina, expressamente, a aplicação do princípio da proporcionalidade para a solução de questões concretas sobre a ilicitude de prova.

(C) determina, expressamente, a aplicação do princípio da proporcionalidade em matéria de prova ilícita apenas em favor do acusado.

(D) veda, expressamente, a produção de prova derivada de prova ilícita.(E) não contém dispositivo expresso sobre a prova ilícita.

Questão 24. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)Sobre prova criminal, NÃO se pode afi rmar:

(A) A interceptação telefônica é possível nos crimes punidos com reclusão, não nos crimes punidos com detenção e nas contravenções penais.

10 Esta assertiva foi considerada correta pelo gabarito ofi cial. Contudo, questionável a afi rmação que insere. É que o art. 191 do CPP, antes da alteração introduzida pela Lei 11.792/2003, obrigava o juiz a consignar as perguntas formuladas e não respondidas pelo acusado. Com a citada alteração legislativa, desapareceu a obri-gatoriedade de consignação, tratando o art. 191, hoje, de questão diversa. Cremos, assim, que, em verdade, a par de não obrigado, possui o magistrado a faculdade de consignar, querendo, as perguntas não respondidas, conquanto não possa, evidentemente, utilizar o silêncio do réu como fator de convicção contra este (art. 186). Portanto, reputamos nula a questão, por não conter qualquer alternativa totalmente correta.

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QUESTÕES 27

(B) A infi ltração policial é admitida no direito brasileiro.(C) No procedimento ordinário dos crimes punidos com reclusão, as partes podem arrolar

até 8 (oito) testemunhas.(D) A lei dos crimes contra a ordem tributária favorece o co-autor ou partícipe que, por meio de

confi ssão espontânea, revelar à autoridade policial ou judicial sobre a trama delituosa.*(E) A busca domiciliar sempre depende de autorização judicial.

GABARITO

01 – A 10 – C 20 – 20.1 Errada

02 – D 11 – A 20.2 Certa

03 – D 12 – C 20.3 Certa

04 – A 13 – D 20.4 Errada

05 – E 14 – A 20.5 Errada

06 – E 15 – A 20.6 Certa

07 – A 16 – B 21 – E

08 – 8.1 Errada 17 – D 22 – D

8.2 Certa 18 – C 23 – A

09 – C 19 – D 24 – E

6. PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA

Questão 01. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2000)Segundo o art. 594 do CPP, “o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão ou prestar

fi ança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por crime de que se livre solto”. Na condenação do réu, por roubo, em que é reconhecida a reincidência, nada consignando o juiz, na sentença, sobre a necessidade da prisão,(A) de qualquer modo, só poderá o réu apelar depois de recolher-se à prisão.(B) para evitar o recolhimento, deverá a defesa ingressar com embargos declaratórios.

*(C) o acusado permanecerá em liberdade.(D) para evitar o recolhimento, o réu deverá solicitar arbitramento de fi ança.(E) para evitar o recolhimento, o réu deverá interpor recurso de apelação.

Questão 02. (X Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Pará – 2000)

Tendo sido denunciado como autor de um crime de furto simples, cuja pena cominada varia de 1 a 4 anos de reclusão, na forma do art. 155, caput, do CP brasileiro, Larapino Faltante, no dia seguinte ao seu interrogatório, obteve sua liberdade provisória mediante fi ança, para isso pagando o valor fi xado pelo juiz do processo. Durante a instrução deste, com base nas provas testemunhais, fi cou claro que cometera o delito juntamente de um comparsa, conhe-cido pelo vulgo de Carapanã, resultando caracterizada a qualifi cadora do § 4.º, IV, daquele

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dispositivo legal, com cominação de pena variável de 2 a 8 anos de reclusão. Faltando ainda ser ouvida a última testemunha de acusação, Larapino não compareceu à audiência, embora intimado, porque, no dia previsto, 10.10.2000, estava em município interiorano, distante da comarca por onde o processo tramita, não tendo comunicado, nem justifi cado, ao juízo esse deslocamento, que durou 10 dias. Larapino foi recolhido ao cárcere, no dia 23.10.2000, onde ainda aguarda a sentença, constando de seu prontuário prisional que isso ocorreu por força da prisão em fl agrante iniciada no dia do crime, 03.06.2000, de vez que este passou a ser cominado com pena mais gravosa e em decorrência daquela sua ausência. O recolhimento de Larapino ao cárcere, em 23.10.2000,(A) está correto, de vez que motivadamente lhe foi cassada a fi ança.

*(B) foi acertado, porque deu motivo para o quebramento de sua fi ança.(C) decorreu motivadamente tanto da cassação como do quebramento da fi ança.(D) ocorreu exatamente por ser considerada inidônea a fi ança que prestara, como se

infere da situação acima.(E) deu-se porque, com a nova classifi cação, no decorrer da instrução processual, o crime

se tornou inafi ançável.

Questão 03. (173.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)Assinale a hipótese que, segundo a doutrina, constitui o “fl agrante presumido” ou “fl agrante fi cto”.

*(A) O agente é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração.

(B) O agente acaba de cometer a infração.(C) O agente é perseguido, logo após a prática da infração penal, pelo ofendido ou por

qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o autor do fato.(D) O agente é preso ao estar cometendo a infração penal.

Questão 04. (X Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Pará – 2000)

Um juiz recebeu três autos de inquérito policial, nenhum dos quais inaugurado por auto de prisão em fl agrante, indiciando três pessoas, respectivamente, uma pela prática da contra-venção prevista no art. 47 (prisão simples de 15 dias a 3 meses ou multa) da Lei das Contravenções Penais, a segunda por ter incorrido na fi gura da receptação dolosa de que trata o art. 180, caput (reclusão de 1 a 4 anos e multa), do CP e a terceira pelo crime de roubo defi nido no art. 157, caput (reclusão de 4 a 10 anos e multa), também do CP. Verifi cou que, nos relatórios desses dois primeiros inquéritos, as autoridades policiais representaram para que houvesse a decretação da prisão preventiva. Convencendo-se disso, o juiz a decretou, estando os seus destinatários encarcerados há 20 dias. No tocante ao terceiro dessas peças informativas, ao denunciar o réu, o promotor de justiça requereu a imposição da custódia, o que o magistrado está tendente a atender. Acerca das decisões tomadas nesse caso, é certo dizer que:

*(A) Erroneamente, o juiz decretou a prisão preventiva do autor daquela contravenção penal, porque, por força de lei, essa espécie de infração não é abrangida pela re-ferida custódia.

(B) O juiz errou em decretar a prisão preventiva, tanto do autor da referida contravenção como do autor do crime de receptação, porque ambos poderiam ser benefi ciados com liberdade provisória com ou sem fi ança, embora só até o recebimento da denúncia, na situação acima.

(C) Acertou o magistrado ao decretar a prisão preventiva tanto do contraventor como do re-ceptador e acertará se vier a decretar essa custódia contra o autor do crime de roubo.

(D) Errou o juiz ao decretar a prisão preventiva do receptador, mas acertou ao decretá-la em relação ao contraventor e acertará se a impuser ao autor do crime de roubo.

(E) Nem o representante do Ministério Público poderia ter requerido a decretação da prisão preventiva, menos ainda as autoridades policiais poderiam ter representado para esse fi m, por absoluta falta de previsão legal para isso.

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QUESTÕES 29

Questão 05. (Concurso para delegado de polícia de Santa Catarina – 2001)Sobre auto de prisão em fl agrante é CORRETO afi rmar que:

*(A) A prisão em fl agrante é um ato administrativo do Estado, como deixa entrever o Có-digo de Processo Penal; é uma medida cautelar de natureza processual que dispensa ordem escrita e é prevista expressamente na Constituição Federal.

(B) Qualquer pessoa do povo poderá, e as autoridades policiais e judiciárias e seus respec-tivos agentes deverão, prender quem quer que seja encontrado em fl agrante delito.

(C) Tem cabimento a prisão em fl agrante do agente que, horas depois do delito, entre-ga-se espontaneamente à polícia, que não o perseguia, e confessa o crime diante a autoridade policial.

(D) A nota de culpa deve ser entregue ao preso no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sendo assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e o das testemunhas.

Questão 06. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 5.ª Região – 2001)João e Pedro, ambos com dezenove anos de idade, após subtraírem mediante violência bens

pertencentes a Antonio, fogem. São imediatamente perseguidos por policiais que, depois de uma hora, encontram João com parte dos bens subtraídos. O juiz:(A) Deve relaxar a prisão em fl agrante porque ela só ocorreu depois de uma hora de

perseguição. (B) Não pode conceder a liberdade provisória sem fi ança porque houve apenas recupe-

ração parcial dos bens.(C) Deve permitir que João se livre solto porque é menor.(D) Pode conceder fi ança porque a pena mínima cominada para o roubo é de dois anos

de reclusão.*(E) Pode conceder liberdade provisória sem fi ança, se não estiverem presentes os requisitos

da preventiva, embora se trate de crime cometido mediante violência.

Questão 07. (VIII Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 1.ª Região – 2001)

Sobre as prisões cautelares, assinale a alternativa correta:I – Não é possível prisão em fl agrante em crime de ação penal privada.II – As infrações penais punidas com pena privativa de liberdade admitem a prisão preventiva,

excetuados os casos em que o réu se livra solto ou quando o juiz vislumbrar a incidência de excludente de criminalidade.

III – Provida a apelação do Ministério Público, interposta de decisão do júri que absolvia o réu, no sentido de sua anulação, mandando submetê-lo a novo julgamento, restabelece-se a prisão provisória precedentemente decretada.

IV – A prisão preventiva e a prisão temporária somente podem ser decretadas mediante requerimento, certo também que a primeira tem por limite a instrução criminal.(A) A I e a II estão corretas.(B) A I e a III estão corretas.(C) Apenas a II está correta.

*(D) Todas estão erradas.

Questão 08. (Concurso para ingresso na carreira de defensor público da União – 2001)

Marque (C) CERTO ou (E) ERRADO.Adão, após dar uma trombada em uma anciã, atrapalhando os movimentos desta, arrebatou-

lhe a bolsa com seus pertences. Passados alguns minutos do evento criminoso e de sua comunicação à polícia, o meliante foi encontrado por policiais militares com a res

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena30

furtiva, ocasião em que foi preso em fl agrante. Lavrado o fl agrante, a autoridade policial comunicou a prisão ao magistrado da comarca; este, após homologar o auto, determinou o seu arquivamento, sem nada fundamentar. Após o indiciamento de Adão pela prática de furto, a autoridade policial concedeu-lhe, a pedido do defensor, a liberdade provisória com fi ança. Relatado o inquérito policial, os autos foram encaminhados ao órgão do Ministério Público, que ofertou denúncia, imputando a prática do roubo. Ao receber a vestibular acusatória, a autoridade judiciária cassou, de ofício, a fi ança e determinou a expedição de mandado de prisão. Irresignado, Adão recorreu da decisão.

Com referência à situação hipotética apresentada e à legislação pertinente, julgue os itens abaixo.( ) A prisão de Adão foi ilegal pela ausência do estado de fl agrância, já que ele não

foi surpreendido no ato de execução do crime nem houve perseguição logo após a infração penal.

( ) Juiz estava obrigado a fundamentar a manutenção da custódia de Adão ao receber a comunicação da prisão, considerando que a atual Constituição da República exige, como pressuposto de validade, a fundamentação das decisões dos órgãos do Poder Judiciário.11

( ) A tipifi cação do evento delituoso levada a efeito pela autoridade policial para a concessão de fi ança, nos casos em que a lei a admite, não vincula o órgão do Ministério Público.

( ) Verifi cada a inexistência dos pressupostos legais à concessão da fi ança, ou a inovação na classifi cação do crime, tomando-a incabível, pode o magistrado cassá-la por meio de despacho fundamentado.

( ) Da decisão que cassa a fi ança não cabe recurso, devendo Adão impetrar uma ordem de habeas corpus para tentar coibir possível constrangimento ilegal.

Questão 09. (Concurso para ingresso na Magistratura do Distrito Federal – 2001)Sobre prisão preventiva e temporária.I – A prisão preventiva pode ser decretada pelo juiz em qualquer fase do inquérito policial ou

da instrução criminal, sendo sufi ciente para justifi cá-la a gravidade do delito.II – A prisão preventiva e a prisão temporária têm, ambas, caráter provisório ou cautelar,

de onde se conclui que não pode o juiz decretar a primeira na fl uência do prazo da segunda.

III – Revogada a prisão preventiva, pode o juiz de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi quem.(A) Todas as proposições são verdadeiras.(B) Todas as proposições são falsas.

*(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 10. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União – 2004/CESPE)

Julgue os itens que se seguem, referentes à prisão.10.1 Em face da presunção de inocência, a interposição de recurso extraordinário obs-

ta a expedição de mandado de prisão contra o réu que responde ao processo em liberdade.

10.2 Considere a seguinte situação hipotética. Hélio foi preso em fl agrante imediatamente após cometer crime de homicídio e foi denunciado dentro do prazo legal, tendo de-

11 Esta alternativa é questionável, tendo em vista que, ao homologar o fl agrante, deve o juiz, inclusive para os fi ns do art. 310 do CPP, pronunciar-se sob a concessão ou não de liberdade provisória, fazendo-o, sem dúvida, fundamentadamente.

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QUESTÕES 31

corrido mais de 81 dias entre a sua prisão e a sentença de pronúncia, proferida no dia 30.3.2004, com julgamento marcado para o dia 15.6.2004. Nessa situação, tendo em vista o tempo decorrido desde a prisão em fl agrante, caberá a interposição de habeas corpus, com fundamento no excesso de prazo da prisão processual.

Questão 11. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

Sobre a prisão e a liberdade provisória, assinale a alternativa incorreta:(A) Pode-se efetuar a prisão sem mandado judicial nas hipóteses de fl agrante delito,

transgressão militar ou crime propriamente militar, além de ser permitida a recaptura do evadido, anteriormente autuado em fl agrante ou preso por força de mandado de prisão.

(B) Presentes os pressupostos e fundamentos que autorizam a decretação da prisão preventiva, é ela admissível apenas nos crimes dolosos; e inadmissível, portanto, nos ilícitos culposos e nas contravenções.

*(C) À autoridade judiciária compete arbitrar fi ança, nos casos de infrações punidas com reclusão; à autoridade policial cabe o arbitramento de fi ança, apenas nas hipóteses em que a lei comine a pena de prisão simples e multa, cumulativa ou alternativamente.

(D) Não será concedida fi ança: nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a 2 (dois) anos; bem como na hipótese de ter sido o mandado de prisão expedido por juiz do cível.

(E) A prisão temporária só pode ser decretada, quando imprescindível para as investi-gações do inquérito policial: em caso de seqüestro e roubo, por 05 (cinco) dias, e, em se tratando de homicídio qualifi cado, latrocínio e tráfi co ilícito de entorpecentes, por 30 (trinta) dias. Referidos prazos são prorrogáveis, por igual período, em caso de extrema e comprovada necessidade.

Questão 12. (Concurso para Juiz de Direito do Estado da Bahia – 2005) (Cada um dos itens a seguir apresenta uma situação hipotética referente a prisão preventiva

e a liberdade provisória, seguida de uma assertiva a ser julgada. 12.1 Alan praticou um grave homicídio qualifi cado contra a sua esposa, morta por tiros a

queima roupa na porta de sua residência. O crime chocou os moradores da pequena e pacata cidade do interior onde mora Alan, gerando clamor público considerável. Nessa situação, consoante entendimento do STF e do STJ, o clamor público e a credibilidade das instituições autorizam a decretação da prisão preventiva de Alan.

12.1 Luís, primário e sem antecedentes criminais, foi preso em fl agrante pela prática do crime homicídio qualifi cado. Nessa situação, de acordo com a jurisprudência do STF, mesmo ausentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva, Luís não terá direito à concessão da liberdade provisória.12

Questão 13. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

Acerca da prisão preventiva, considere as seguintes assertivas:I – Não é admitida quando se tratar de contravenção penal

12 Cabe ressaltar que esta alternativa foi considerada correta em razão da natureza hedionda do delito de homicídio qualifi cado. À época do certamente, havia previsão expressa na Lei 8.072/1990 que tal ordem de delitos seria insuscetível de liberdade provisória. Inobstante, a alteração introduzida à Lei dos Crimes Hediondos pela Lei 11.464/2007 suprimiu desse diploma a vedação ao benefício. Destarte, na atualidade, duas correntes existem: uma, no sentido da possibilidade de concessão de liberdade provisória, haja vista a supressão ao texto da Lei 8.072/1990 da proibição à benesse. Outra, no sentido de que persiste a vedação, pois tal decorre do texto constitucional ao considerar inafi ançáveis os delitos hediondos.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena32

II – Uma vez decretada, incidentalmente no processo, em relação a crime de natureza he-dionda, não poderá ser revogada até o trânsito em julgado da sentença.

III – Pode ser decretada, em circunstâncias excepcionais, nos crimes culposos.IV – Não é admitida quando houver evidências de ter o agente praticado o fato sob a égide

de excludentes de ilicitude – legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.

Estão corretas as alternativas:(A) I e II.

*(B) I e IV.(C) II e III.(D) III e IV.

Questão 14. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

A liberdade provisória poderá ser concedida sem o pagamento da fi ança àqueles que, por motivo de pobreza, não tiverem condições de prestá-la. Obriga-se o benefi ciário(A) ao comparecimento a todos os atos a que for convocado e proibição de alteração da

residência sem prévia comunicação, somente.(B) ao comparecimento a todos os atos a que for convocado, proibição de freqüentar

determinados lugares e proibição da ausência de mais de oito dias da residência sem comunicação à autoridade.

(C) somente proibição de freqüentar determinados lugares e comunicação prévia à auto-ridade da alteração de residência.

(D) ao comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e jus-tifi car suas atividades.

*(E) ao comparecimento a todos os atos a que for convocado, à proibição de alteração da residência sem prévia comunicação e à proibição da ausência de mais de oito dias da residência sem comunicação à autoridade.13

Questão 15. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

A falta de testemunhas da infração penal (A) impede a lavratura da prisão em fl agrante, impondo-se o seu relaxamento.(B) não impede a lavratura da prisão em fl agrante.

*(C) não impede a lavratura da prisão em fl agrante, mas é necessária a assinatura de duas pessoas que tenham testemunhado a apresentação do preso.14

(D) não impede a lavratura da prisão em fl agrante, devendo o condutor prestar o com-promisso legal para o ato.

(E) impede a lavratura da prisão em fl agrante, devendo a autoridade policial instaurar inquérito, ouvindo o acusado e os condutores.

Questão 16. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

O juiz, a requerimento do Ministério Público, decretou a incomunicabilidade do indiciado preso por meio de despacho fundamentado, como determina a Constituição Federal e o Código de Processo Penal. O defensor público(A) não poderá proceder a entrevista pessoal e reservada com o acusado.(B) não poderá proceder a entrevista pessoal e reservada com o acusado somente pelo

prazo de três dias, período máximo da incomunicabilidade.

13 Regra do art. 350 do Código de Processo Penal.14 Referência ao disposto no art. 304 do Código de Processo Penal.

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QUESTÕES 33

*(C) poderá proceder a entrevista pessoal e reservada com o acusado.(D) poderá proceder a entrevista pessoal e reservada, desde que obtida a autorização

judicial.(E) poderá proceder a entrevista pessoal, todavia com escuta ambiental.

Questão 17. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

Na véspera do Natal, no plantão judiciário, o defensor público recebe a cópia de um auto de prisão em fl agrante de furto tentado (art. 155, c/c. art. 14, II, do CP). Após atenta leitura, constata que o autuado, recém egresso do sistema prisional, onde cumpriu pena por furto, foi detido pelo segurança de um supermercado quando inseria, dentro de um isopor exposto para a venda, sete “DVDs”.

Qual a medida a ser requerida ao juiz de plantão?(A) A liberdade provisória do autuado, diante da ausência de qualquer das hipóteses

autorizadoras da prisão preventiva.(B) O arbitramento de fi ança, por se tratar de crime com pena mínima inferior a dois

anos de reclusão. *(C) O relaxamento do fl agrante, tendo em vista a sua ilegalidade, diante do não-desen-

volvimento dos atos executórios da infração penal.(D) O relaxamento do fl agrante, sob o fundamento da insignifi cância do valor da res furtiva. (E) A liberdade provisória, em razão da ilegalidade de sua prisão, efetuada por segurança

do estabelecimento comercial.

Questão 18. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)Em matéria de prisão, é incorreto afi rmar que, conforme dispõe o Código de Processo Pe-

nal,(A) nas infrações permanentes, entende-se o agente em fl agrante delito enquanto não

cessar a permanência.*(B) não será concedida fi ança nos crimes punidos com reclusão em que a pena aplicada

for igual ou inferior a 2 (dois) anos.(C) em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão

preventiva, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do querelante, ou mediante representação da autoridade policial.

(D) a autoridade policial somente poderá conceder fi ança nos casos de infração punida com detenção ou prisão simples.

(E) o juiz poderá revogar a prisão preventiva se verifi car a falta de motivos para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi quem.

Questão 19. (Concurso para o cargo de Analista Judiciário TRF 4ª Região – 2007)A falta de testemunhas da infração

(A) impedirá o auto de prisão em fl agrante, salvo se, além das declarações do condutor, existirem outras provas da materialidade e autoria do delito imputado à pessoa presa.

(B) impedirá o auto de prisão em fl agrante, que só pode ser lavrado se, além do condutor, duas testemunhas tiverem presenciado a prática do delito pela pessoa presa.

(C) impedirá o auto de prisão em fl agrante, que só pode ser lavrado se, além do condutor, pelo menos uma testemunha tiver presenciado a prática do delito pela pessoa presa.

(D) impedirá o auto de prisão em fl agrante, salvo se, além das declarações do condu-tor, a pessoa presa tiver confessado a materialidade e a autoria do delito que lhe é imputado.

*(E) não impedirá o auto de prisão em fl agrante, mas, nesse caso, com o condutor, de-verão assiná-lo, pelo menos, duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena34

Questão 20. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)Assinale a alternativa correta: I – Não se admite prisão preventiva por crime doloso apenado com detenção. II – É inafi ançável o porte de arma de fogo sem autorização. III – Quando o réu, por ser pobre, não puder prestar fi ança em crime inafi ançável, pode o

juiz conceder a liberdade provisória sem fi ança. (A) Apenas as assertivas I e II estão corretas. (B) Apenas as assertivas II e III estão corretas. (C) Apenas as assertivas I e III estão corretas.

*(D) Apenas uma assertiva está correta.

GABARITO

01 – C 8.3 Certa 13 – B

02 – B 8.4 Certa 14 – E

03 – A 8.5 Errada 15 – C

04 – A 09 – C 16 – C

05 – A 10 – 10.1 Errada 17 – C

06 – E 10.2 Errada 18 – B

07 – D 11 – C 19 – E

08 – 8.1 Errada 12 – 12.1 Errada 20 – D

8.2 Errada 12.2 Certa

7. PROCEDIMENTOS

Questão 01. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de Minas Gerais – 2000)

No julgamento pelo Tribunal do Júri, se resultar dos debates a existência de circunstâncias agravantes não articuladas no libelo, o juiz:

*(A) Poderá formular quesito a ela relativo, a requerimento do acusador.(B) De ofício, poderá formular quesito a ela relativo.(C) Não poderá formular quesito a ela relativo.(D) Formulará quesito a requerimento do acusador, ouvida a defesa.(E) Nenhuma das respostas anteriores.

Questão 02. (Concurso para ingresso na Magistratura de Minas Gerais – 2000)O pedido de desaforamento do julgamento pelo Tribunal do Júri é cabível quando houver

dúvida sobre a:*(A) Segurança pessoal do réu.(B) Segurança pessoal do promotor de justiça. (C) Segurança pessoal do defensor.

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QUESTÕES 35

(D) Imparcialidade do presidente do Tribunal do Júri. (E) Imparcialidade dos jurados que serviram no primeiro julgamento do réu.

Questão 03. (Concurso para ingresso na Magistratura Estadual do Rio Grande do Sul – 2000)

O procedimento sumaríssimo (Lei 9.099/1995), no Juizado Especial Criminal,(A) Aplica-se às contravenções penais e a todos os crimes cuja pena máxima não seja

superior a 1 (um) ano.(B) Autoriza, sempre, a proposta de transação penal.(C) Admite a citação por edital.(D) Tem como titular da ação penal apenas o Ministério Público.

*(E) Tem marcado o prazo de 10 (dez) dias para o recurso de apelação.

Questão 04. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de Roraima – 2001)

Acerca do processo dos crimes de competência do júri, assinale a opção correta.*(A) Ao prolatar sentença de pronúncia, o juiz deve proceder à análise da prova de forma

comedida, sem aprofundar-se no exame de provas e emitir juízo de certeza sobre a autoria, materialidade e teses defensivas.

(B) As nulidades porventura ocorridas na instrução criminal dos processos de competência do tribunal do júri podem ser argüidas até o início do julgamento em plenário.

(C) No procedimento dos crimes da competência do tribunal do júri, as alegações fi nais são imprescindíveis, sob pena de nulidade absoluta.

(D) Havendo pronúncia por crime da competência do júri, pode o juiz impronunciar o réu quanto ao delito conexo que, originariamente, não era da alçada do tribunal popular.

(E) Ofende a soberania do tribunal do júri a exclusão, na sentença de pronúncia, de qualifi cadora apontada na denúncia, mesmo quando manifestamente improcedente.

Questão 05. (Concurso para ingresso na Magistratura do Distrito Federal – 2001)Sobre júri.I – Não pode o juiz, na pronúncia, deixar de examinar, observados os limites próprios do

ato, as circunstâncias qualifi cadoras do delito.II – No questionário que se submete à apreciação dos jurados, os quesitos pertinentes às

teses de defesa devem preceder os das circunstâncias agravantes.III – Na absolvição sumária o juiz reconhece, na conduta do acusado, a existência de alguma

causa excludente da antijuridicidade ou da culpabilidade.*(A) Todas as proposições são verdadeiras.(B) Todas as proposições são falsas.(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 06. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 5.ª Região – 2001)A Lei 9.099/1995, ao dispor sobre os Juizados Especiais Criminais,

*(A) prevê como um de seus objetivos principais a reparação dos danos sofridos pela vítima do crime.

(B) impede a realização de atos processuais em horário noturno.(C) prevê as citações pessoal e por edital.(D) impede que a conciliação civil e a transação penal sejam presididas por conciliador,

atribuindo ao juiz exclusivamente essa incumbência.(E) prevê embargos de declaração contra sentença, atribuindo-lhes efeito interruptivo em

relação ao prazo para o recurso.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena36

Questão 07. (Concurso para ingresso na Magistratura do Maranhão – 2001)Em relação aos Juizados Especiais Criminais é falso afi rmar:

(A) O Ministério Público, oferecida a representação, poderá propor diretamente a transação penal, independentemente do comparecimento da vítima à audiência preliminar.

*(B) A proposta de transação de pena restritiva de direitos não é cabível quando o tipo em abstrato só comporta pena de multa.

(C) Tratando-se de contravenção, as partes poderão arrolar até três testemunhas e, tra-tando-se de crime, o número admitido é de cinco testemunhas, mesmo na hipótese de concurso de crimes.

(D) O termo circunstanciado de que trata o art. 69 da Lei 9.099/1995, no Estado do Maranhão, poderá ser lavrado por autoridade policial civil ou militar.15

Questão 08. (XLI Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2001)

O processo perante o Juizado Especial objetivará, sempre que possível, a:(A) Celeridade.(B) Informalidade.(C) Oralidade.

*(D) Reparação dos danos sofridos e não-aplicação da pena privativa de liberdade.(E) Economia processual.

Questão 09. (XLI Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2001)

Assinale a alternativa CORRETA.Um agente da polícia judiciária pratica o crime previsto no art. 312 do CP (peculato), apro-

priando-se de vasta quantidade de material existente no almoxarifado da repartição em que está lotado. Com base em farta documentação que presume a existência do delito, o Ministério Público oferece denúncia.(A) A denúncia será recebida pelo juiz, que determinará a citação do acusado.(B) A denúncia será recebida pelo juiz, que designará audiência de instrução e julga-

mento.*(C) O juiz determinará a notifi cação do acusado, para responder por escrito, no prazo

de 15 dias.(D) A denúncia será recebida pelo juiz, que procederá na forma do art. 394 do CPP

(designação de dia e hora para interrogatório e determinação de citação).(E) O juiz determinará a notifi cação do acusado para proceder na forma do art. 395

do CPP (abertura do prazo de três dias para apresentação de alegações escritas e indicação de testemunhas).

Questão 10. (Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

No que toca ao procedimento no âmbito do Juizado Especial Criminal, assinale a alternativa incorreta:(A) Após a lavratura do termo circunstanciado, o autor do fato não será preso, nem se lhe

exigirá fi ança, se for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer. No caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, cau-telarmente, o afastamento do autor do fato do local de convivência com a vítima.16

15 A lavratura de termos circunstanciados pelas polícias militares tem sido admitida em diversos Estados do Brasil.

16 Importante observar que, na hipótese de violência doméstica e familiar contra a mulher, o afastamento do agressor do lar, moradia ou domicílio foi previsto, a partir da Lei 11.340/2006, a título de medida

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QUESTÕES 37

(B) É cabível o encaminhamento de proposta de transação por intermédio de carta pre-catória; é igualmente cabível que, na transação, se proponha prestação ou restrição de direitos, ainda quando o tipo abstrato só comporte pena de multa.

(C) Não será impeditiva da transação a condenação, anterior e defi nitiva, do autor do fato, pela prática de contravenção ou, pela prática de crime, à pena de multa; não será causa obrigatória de revogação da suspensão condicional do processo se, no curso do prazo, o acusado vier a ser processado por contravenção ou descumprir qualquer condição imposta.

(D) Oferecida a denúncia ou queixa, o juiz decidirá sobre o seu recebimento ou não so-mente depois de, em audiência, oportunizar a manifestação do defensor do acusado; o acusado, por sua vez, se estiver presente, será interrogado somente após a inquirição da vítima e das testemunhas de acusação e defesa.

*(E) A competência do Juizado Especial Criminal não se exaure com a remessa dos autos à Justiça Comum, tendo em vista a não localização do acusado para citação; assim, com o comparecimento do acusado em Juízo, restabelece-se a competência do Juizado Especial, para onde o feito deverá ser devolvido.

Questão 11. (Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

Sobre o processo dos crimes da competência do Júri, assinale a alternativa incorreta:*(A) A intimação da sentença de pronúncia, em qualquer hipótese, será feita ao réu pes-

soalmente.(B) Em caso de impronúncia, não se convencendo da existência do crime ou de indício

sufi ciente de que seja o réu seu autor, o juiz julgará improcedente a denúncia ou a queixa; nesse caso, enquanto não extinta a punibilidade, poderá ser instaurado processo contra o réu, se houver novas provas.

(C) Se os réus forem dois ou mais, poderão incumbir das recusas um só defensor; se assim não for e se não coincidirem as recusas, os julgamentos serão separados, pros-seguindo-se somente no do réu que houver aceitado o jurado, salvo se este, recusado por um réu e aceito por outro, for também recusado pela acusação.

(D) O interesse da ordem pública, a dúvida sobre a imparcialidade do júri ou sobre a segurança pessoal do réu são causas legalmente previstas para o desaforamento do julgamento.

(E) Havendo mais de um réu, o tempo para a acusação e para a defesa será de 3 (três) horas para cada parte, de 1 (uma) hora para a réplica e mais 1 (uma) hora para a tréplica; se nos debates sustentar-se a existência de circunstância agravante, não articulada no libelo, o juiz, a requerimento do Ministério Público, formulará o quesito a ela relativo.

Questão 12. (Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

Indique a alternativa incorreta:(A) O prazo para o oferecimento do libelo, com o qual poderão ser indicadas no máximo

5 (cinco) testemunhas para depor em plenário, apresentados documentos e requeridas diligências, é de 5 (cinco) dias; havendo mais de um réu, haverá um libelo para cada um; havendo mais de um crime, haverá uma série para cada crime.

(B) No dia e hora designados para reunião do júri, a sessão não poderá ser declarada instalada se não comparecerem pelo menos quinze dos jurados sorteados, caso em que será convocada nova sessão para o dia útil imediato.

protetiva de urgência. O fundamento legal para tal afastamento, portanto, na atualidade, não será o art. 69, parágrafo único, da Lei 9.099/1995 (não aplicável às hipóteses de violência doméstica e familiar contra mulher) e sim o art. 22, II, da Lei 11.340/2006.

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(C) A intervenção do assistente no plenário de julgamento deverá ser requerida com an-tecedência de pelo menos 03 (três) dias da data do julgamento; devidamente intimado o advogado do assistente de acusação, o julgamento não será adiado em vista do seu não comparecimento.

*(D) São impedidos de servir no mesmo conselho marido e mulher, ascendentes e descen-dentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho, primos, padrasto ou madrasta e enteado. Existente o impedimento por parentesco entre jurados sorteados, nenhum deles poderá compor o Conselho de Sentença.

(E) A falta de qualquer testemunha não será motivo para adiamento do julgamento, salvo se uma das partes tiver requerido sua intimação declarando não prescindir do depoimento. Neste caso o juiz suspenderá os trabalhos e mandará trazer a testemunha faltosa pelo ofi cial de justiça, ou adiará o julgamento para o primeiro dia útil desimpedido, ordenando sua condução ou requisitando sua apresentação à autoridade policial.

Questão 13. (Concurso para Juiz de Direito do Estado da Bahia – 2005) A respeito dos procedimentos dos juizados especiais criminais e do júri, julgue os itens

seguintes. 13.1 Considere a seguinte situação hipotética. O órgão do Ministério Público denunciou

Aldo pelos crimes de violação de domicílio, tentativa de estupro e atentado violento ao pudor, em concurso material. O juiz, dando aos fatos defi nição jurídica diversa da constante na denúncia, condenou Aldo pelo crime de lesão corporal, por duas vezes, deixando de aplicar a substituição da pena privativa de liberdade pela restriti-va de direitos, bem como a suspensão condicional do processo. O Ministério Público apresentou recurso. Nessa situação, e de acordo com o entendimento do STF, por tratar-se de crimes de menor potencial ofensivo, a competência para o julgamento da apelação é da turma recursal.

13.2 Considere a seguinte situação hipotética. O réu, contra sentença proferida em sede de juizado especial criminal, interpôs recurso de apelação para a turma recursal no prazo de cinco dias e requereu a concessão de prazo para a apresentação das ra-zões. Nessa situação, e de acordo com o entendimento do STF, o juiz deve julgar intempestiva a apelação, pelo fato de o recurso não ter sido apresentado juntamente com as razões, em prazo único.

13.3 As circunstâncias agravantes que vierem à tona durante os debates, quando não-ar-ticuladas no libelo, poderão ser incluídas no questionário, a requerimento do Ministério Público. Assim, é correta a decisão do juiz presidente do tribunal do júri que, atendendo provocação ministerial, formula quesitos a respeito das circunstâncias agravantes do motivo fútil e do uso de meio que difi cultou a defesa da vítima, no julgamento de réu pronunciado por homicídio simples.

Questão 14. (X Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

Considere a seguinte situação:João é denunciado pelo Ministério Público por crime de homicídio conexo com delito de lesões

corporais graves perpetrados contra vítimas distintas. Na instrução do processo, surgem provas inequívocas no sentido de que tanto o homicídio quanto as lesões foram praticadas por João em legítima defesa própria. Nesse contexto, deverá o Juiz:(A) Absolver sumariamente o acusado, tanto pelo homicídio quanto pelas lesões corporais

graves.(B) Impronunciar o acusado em relação ao homicídio e às lesões corporais graves.

*(C) Absolver sumariamente o acusado apenas pelo homicídio, e, após o trânsito em jul-gado dessa decisão, o crime de lesões corporais graves será processado e julgado pelo juiz competente.

(D) Absolver sumariamente o acusado em relação ao homicídio e impronunciá-lo em relação às lesões corporais graves.

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QUESTÕES 39

Questão 15. (X Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

Em relação à decisão de pronúncia, no procedimento dos crimes dolosos contra a vida, é correto afi rmar:

*(A) Não faz coisa julgada material. Destarte, embora tenha sido o acusado pronunciado pela prática de determinado delito, pode, eventualmente, vir a ser condenado por crime diverso.

(B) Deve apreciar, com profundidade, as teses defensivas relacionadas à negativa de autoria, ausência de dolo ou presença de excludentes de ilicitude.

(C) Deve reconhecer, se presentes, causas especiais de diminuição de pena, v.g., a privilegiadora da violenta emoção no homicídio.

(D) Não deve se pronunciar sobre qualifi cadoras, quer para mantê-las, quer para afastá-las, ainda que o faça o Juiz de forma superfi cial, visando, com isso, a não infl uir na decisão dos jurados.

Questão 16. (X Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

No julgamento pelo Júri, de crime de homicídio, haverá a desclassifi cação imprópria quando os jurados(A) acolherem a tese defensiva de negativa de dolo, afastando, destarte, a competência

do Tribunal do Júri para o julgamento.*(B) responderem positivamente ao quesito do excesso culposo, vinculando o juiz, portanto, à

condenação pelo crime na modalidade culposa, após negarem o quesito da moderação na repulsa, afastando, via de conseqüência, a tese defensiva da legítima defesa.

(C) afastarem as qualifi cadoras articuladas na denúncia e reconhecidas na pronúncia, condenando o réu pelo homicídio na modalidade simples

(D) afi rmarem, diante da alegação de legítima defesa, que o réu se excedeu dolosamente na repulsa à agressão provocada pela vítima.

Questão 17. (X Concurso de ingresso na carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

No âmbito dos Juizados Especiais Criminais, a conciliação cível entre autor do fato e ofendido, levada a efeito no curso da audiência preliminar:(A) Impede o Ministério Público de realizar a transação penal com o autor do fato, mesmo

sendo crime de ação penal pública incondicionada.(B) Acarreta renúncia ao direito de queixa, nos crimes de ação penal privada, não pro-

duzindo qualquer refl exo n a hipótese de se tratar de crime de ação pública, ainda que condicionada.

*(C) Acarreta renúncia ao direito de queixa nos crimes de ação penal privada e ao direito de representação nos crimes de ação penal pública condicionada.

(D) Não impede o exercício da ação penal, por meio de denúncia ou queixa-oral, inde-pendente da natureza do crime apurado.

Questão 18. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública de Sergipe – 2006/CESPE)

Acerca do inquérito policial, da ação penal e do procedimento inerente à Lei 9.099/1995, julgue os seguintes itens.18.1 Nos casos de ação penal pública condicionada, o Ministério Público deve dispensar o

inquérito policial se, com a representação, forem oferecidos os elementos que o habilitem à ação penal, devendo, nesse caso, oferecer a denúncia no prazo de 15 dias.

18.2 De regra, não vigora, no inquérito policial, o princípio do contraditório, todavia, tratando-se de provas não-renováveis, a exemplo do exame de corpo de delito, é admitido o contraditório, pois tal prova não pode ser renovada em juízo para que o réu possa contraditá-la.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena40

18.3 O auto de prisão em fl agrante presidido, lavrado e assinado por um escrivão de polícia não perde o seu caráter coercitivo, visto que o inquérito policial, peça meramente informativa, não se sujeita aos requisitos do ato administrativo.

18.4 O crime de constrangimento ilegal, cuja pena é de detenção de três meses a um ano ou multa, é da alçada do juizado especial criminal. Nessa situação, o delegado de polícia não deve lavrar o auto de prisão em fl agrante, mas termo circunstanciado, desde que o autor da infração seja imediatamente encaminhado para o juizado ou assuma o compromisso de fazê-lo.

18.5 Nos termos da Lei 9.099/1995, a composição dos danos civis, que deve ser reduzida a termo e valer como título executivo judicial, impede a proposição da ação penal quando esta for pública incondicionada.

Questão 19. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – 2006)

A respeito do procedimento do Tribunal do Júri, assinale a alternativa correta:(A) A sentença de pronúncia deve versar sobre as qualifi cadoras dispostas na denúncia,

sendo que essas, ainda que afastadas pela pronúncia em decisão defi nitiva, podem ser objeto de pergunta por ocasião da formulação dos quesitos.

(B) O processo não poderá ser reaberto na hipótese de impronúncia, ainda que apuradas novas provas, em vista da inviabilidade da revisão criminal em desfavor do acusado.

*(C) A intimação da sentença de pronúncia, decisão de natureza processual, na hipótese de crime inafi ançável, somente poderá ser feita ao réu pessoalmente.

(D) No julgamento da apelação interposta pela defesa em face de decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos, o Tribunal ad quem, ao prover o recurso, desde já julgará o feito com base nas provas constantes dos autos.

Questão 20. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

Agentes da lei realizaram busca, sem mandado, na casa de pessoa suspeita pelo cometimento de delito de tráfi co de entorpecente. O laudo químico toxicológico da substância entor-pecente encontrada foi juntado aos autos depois de prolatada a sentença condenatória. O meio de prova é(A) vedado, pela ilicitude.

*(B) vedado, pela ilegitimidade.17

(C) vedado, mas a qualquer tempo sanável.(D) legalmente aceito.(E) legalmente aceito, se houver nos autos laudo de constatação da substância entor-

pecente.

Questão 21. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006) No que se refere à aplicação das regras de conexão e continência, os institutos da transação

penal e da composição dos danos civis, aplicam-se na reunião de processos*(A) tanto perante o juízo comum quanto o tribunal do júri.18

17 O vício apresentado não decorre da realização da busca sem mandado, pois se tratava de hipótese de fl agrante de porte de entorpecentes, que permite o ingresso em casa alheia mesmo sem ordem judicial. Destarte, não afetada a Constituição Federal, não se fala em ilicitude. O problema detectado foi a juntada do laudo toxicológico (presume-se que a questão esteja referindo-se ao laudo defi nitivo – art. 50, § 2.º, da Lei 11.343/2006) após a prolação da sentença condenatória, violando-se, com isso, a exegese do art. 56 da Lei de Drogas, que refere à requisição dos laudos periciais pelo juiz contemporaneamente ao recebimento da denúncia, o que faz intuir que devam eles estar presentes no processo antes da sentença. Violada, pois, a legislação infraconstitucional, o vício ocorrente será a ilegitimidade da prova e não sua ilicitude.

18 Justifi cativa da resposta encontrada na literalidade do art. 60, parágrafo único, da Lei 9.099/1995 com a alteração introduzida pela Lei 11.313/2006.

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QUESTÕES 41

(B) exclusivamente perante o juízo comum.(C) exclusivamente perante o juízo comum, exceto na jurisdição federal.(D) exclusivamente perante o tribunal do júri.(E) decorrente de crime continuado.

Questão 22. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

Sobre a Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, é correto afi rmar:(A) A prisão preventiva do acusado passou a ser obrigatória, com a inclusão do inciso

IV ao artigo 313 do Código de Processo Penal, que estabelece as hipóteses em que se admite a sua decretação.

*(B) Diversas medidas cautelares foram previstas, sob a denominação de “medidas protetivas de urgência que obrigam o agressor”, permitindo ao magistrado a utilização imediata de instrumentos cíveis e penais contra o acusado, alternativa ou cumulativamente.

(C) O juiz competente para apuração do delito praticado contra a mulher deverá, quando for o caso, ofi ciar imediatamente ao juízo cível para a adoção de medidas considera-das urgentes, como a separação de corpos e a prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

(D) As medidas restritivas de direito previstas na lei, como a proibição de freqüentar determinados lugares, têm caráter de pena e, portanto, só podem ser aplicadas pelo juiz ao fi nal do procedimento.

(E) A defensoria pública, quando não estiver patrocinando a defesa do acusado, poderá atender a ofendida.19

Questão 23. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

A pronúncia, decisão interlocutória mista, encerra a primeira fase do procedimento do júri e a sua prolação, especialmente no crime de homicídio, exige

*(A) o afastamento de eventuais qualifi cadoras sem respaldo na prova, ainda que referidas no inquérito policial.

(B) a obrigatória manutenção da classifi cação do crime feita na denúncia.(C) indícios sufi cientes da materialidade e da autoria do delito, que podem ser aqueles

obtidos exclusivamente no inquérito policial.(D) o reconhecimento de eventual causa especial de diminuição da pena requerida pela

defesa.(E) o comedimento do magistrado, que não deve fundamentar a sua decisão, evitando-se

a indevida infl uência sobre a formação do convencimento dos jurados.

Questão 24. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

Entre as inovações do procedimento adotado pela nova lei de drogas (Lei 11.343/06), pode-se destacar:(A) A impossibilidade de prisão provisória para o agente que pratique o delito para con-

sumo pessoal (art. 28 da lei), exceto na hipótese de não comparecimento perante a autoridade judicial.

(B) A possibilidade de infi ltração de agentes de polícia, em tarefas de investigação, ob-jetivando o desmantelamento de organizações criminosas voltadas ao tráfi co ilícito de substâncias entorpecentes, com ratifi cação, a posteriori, pela autoridade judicial.

19 A alternativa está errada tendo em vista que o art. 28 da Lei 11.340/2006 estabelece ser garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, em sede policial e judicial.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena42

*(C) A manifestação da defesa técnica anterior ao recebimento da denúncia, oportunida-de em que deverá especifi car as provas que pretende produzir e arrolar até cinco testemunhas.20

(D) A não obrigatoriedade da prisão para apelar, assegurando ao juiz a possibilidade de, em cada caso, decidir fundamentadamente.

(E) O registro, por estenotipia ou por mecanismo audiovisual, das sustentações orais fei-tas pelo promotor de justiça e pelo defensor, visando à preservação dos argumentos utilizados, para fi ns de controle da decisão judicial e eventual interposição recursal.

Questão 25. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)Em caso de processo de júri,

(A) o juiz pode absolver sumariamente pelo crime que é da competência do Júri e pelo crime conexo.

(B) a decisão de impronúncia, segundo o Código de Processo Penal, faz coisa julgada material, impedindo, ainda que surjam novas provas, a reabertura do processo.

(C) o libelo é, segundo a doutrina, o espelho da denúncia, dela não podendo discrepar.*(D) a decisão dos jurados é regida pelo princípio da convicção íntima, pois ela não é

fundamentada. (E) a apelação não é de fundamentação vinculada, pois, em tese, as partes podem re-

correr de toda decisão do Júri.21

Questão 26. (Concurso para o cargo de Analista Judiciário TRF 4.ª Região – 2007)Tício está residindo na França, mas em endereço desconhecido. Nesse caso, a sua citação

far-se-á por*(A) edital.(B) carta rogatória.(C) carta precatória.(D) carta com aviso de recebimento.(E) hora certa no respectivo consulado.

Questão 27. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)Sobre o procedimento dos Juizados Especiais Criminais, é INCORRETO afi rmar que:

*(A) O crime de rixa qualifi cada (pena de seis meses a dois anos de detenção) não será de competência dos Juizados Especiais Criminais, quando praticado por autor em estado de embriaguez pré-ordenada.

(B) Não se admite a citação fi cta. (C) São princípios que o orientam a celeridade, oralidade, informalidade e a economia

processual. (D) Haverá revogação obrigatória da suspensão condicional do processo, quando o réu

benefi ciado não reparar o dano causado pelo delito, salvo absoluta impossibilidade de fazê-lo.

Questão 28. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)Sobre o procedimento dos crimes dolosos contra a vida, é INCORRETO afi rmar que:

(A) Se o ofendido é funcionário público federal e é lesado em razão de sua função o autor será julgado por um Tribunal do Júri organizado na Justiça Federal.

(B) A sentença de impronúncia não faz coisa julgada material.

20 Art. 55, caput e § 1.º da Lei 11.343/2006.21 A apelação das decisões do Tribunal do Júri é vinculada por força do disposto na Súmula 713 do STF.

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QUESTÕES 43

*(C) Da sentença de absolvição sumária, caberá, a par do recurso ex offi cio, o recurso voluntário de apelação.

(D) O libelo somente pode conter os termos da acusação admitidos pela decisão de pronúncia.

Questão 29. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)A respeito do tratamento jurídico-processual dado ao tema dos entorpecentes no Brasil, as-

sinale a alternativa INCORRETA: (A) Não é permitida a prisão em fl agrante por posse de entorpecentes para uso pes-

soal. (B) A defesa prévia ou defesa preliminar tem lugar antes da decisão sobre o recebimento

da denúncia. (C) O laudo de constatação da natureza e quantidade da droga será válido se fi rmado

por perito ofi cial ou pessoa idônea. *(D) O perito que subscrever o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga

fi cará impedido de participar da elaboração do laudo defi nitivo.

Questão 30. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)Um réu reincidente foi condenado a uma pena de dez anos de reclusão por expor à venda

um cosmético falsifi cado. Tendo iniciado o cumprimento de pena em regime fechado, com relação à progressão de regime é correto afi rmar que: (A) Não haverá progressão dado que se trata de crime hediondo. (B) Haverá progressão de regime cumprido 1/6 da pena, por força de decisão do STF

que alcança a todos os casos de crimes hediondos. (C) Haverá progressão de regime, cumpridos 2/5 da pena.

*(D) Haverá progressão de regime, cumpridos 3/5 da pena.

GABARITO

01 – A 13 – 13.1 Errada 19 – C

02 – A 13.2 Errada 20 – B

03 – E 13.3 Errada 21 – A

04 – A 14 – C 22 – B

05 – A 15 – A 23 – A

06 – A 16 – B 24 – C

07 – B 17 – C 25 – D

08 – D 18 – 18.1 Certa 26 – A

09 – C 18.2 Errada 27 – A

10 – E 18.3 Errada 28 – C

11 – A 18.4 Certa 29 – D

12 – D 18.5 Errada 30 – D

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena44

8. NULIDADES

Questão 01. (173.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)Assinale a alternativa incorreta.

(A) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios.22

(B) As nulidades ocorridas posteriormente à pronúncia deverão ser argüidas logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes.

(C) A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notifi cação estará sanada, desde que o interessado compareça antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fi m de argüi-la.

*(D) As omissões da denúncia ou da queixa poderão ser supridas a todo tempo, até depois da sentença fi nal.

Questão 02. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de Minas Gerais – 2000)

Assinale a opção incorreta:No que diz respeito às nulidades do processo penal:

(A) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo ser remetido ao juiz competente quando fora declarada a nulidade.23

*(B) As nulidades ocorridas posteriormente à pronúncia deverão ser argüidas na sessão de julgamento, por ocasião dos debates orais, pela parte prejudicada.

(C) A falta ou nulidade da citação, da intimação ou da notifi cação estará sanada se o inte-ressado comparecer, antes de o ato consumar-se, ainda que somente para argüi-la.

(D) As omissões da denúncia ou da queixa poderão ser supridas a qualquer tempo, antes da sentença fi nal.

(E) As nulidades resultantes da falta de intimação para os fi ns dos arts. 499 e 500 do CPP estarão automaticamente sanadas se, praticado de outra forma, o ato tiver atingido seu fi m.

Questão 03. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 5.ª Região – 2001)No processo penal, a nulidade absoluta:

(A) Pode ser pleiteada pelo condenado ou pelo Ministério Público depois de transitada em julgado a sentença condenatória ou absolutória.

(B) Depende, assim como a relativa, de alegação oportuna e demonstração do prejuízo.(C) Deve ser declarada de ofício pelo tribunal em recurso de acusação, embora não tenha

sido alegada e seja prejudicial ao acusado.*(D) Pode ser declarada, em revisão criminal, tanto em caso de sentença condenatória

como de sentença absolutória imprópria.(E) Só é prevista em benefício do acusado.

Questão 04. (VIII Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 1.ª Região – 2001)

Sobre nulidades assinale a alternativa correta.I – Segundo o entendimento dominante, prevalece a autodefesa sobre a defesa técnica quando

o réu, intimado da sentença no cartório e indagado sobre se deseja recorrer, responde

22 Alternativa incompleta, pois não faz referência à natureza da incompetência – ratione locci, ratione materiae ou ratione personae. Considerando que se tem entendido que o art. 567 do CPP, reproduzido pela assertiva A, refere-se apenas à nulidade relativa (incompetência ratione locci), intui-se que a questão poderia ser objeto de pedido de anulação.

23 Ver nota 1, supra.

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QUESTÕES 45

negativamente e o seu advogado interpõe recurso de apelação. O não-conhecimento do recurso, nesse caso, não acarreta nulidade.

II – A não-inclusão de co-autor na ação penal pública, segundo a jurisprudência dominante, acarreta a sua nulidade por infringência ao princípio da indivisibilidade. Na ação penal privada a conseqüência é a renúncia tácita.

III – Em caso de sentença inexistente, em face de incompetência constitucional, que re-sultou na absolvição do réu, não poderá ele ser novamente processado pelo mesmo fato perante o juiz competente, apesar de a sentença não ter aptidão para transitar em julgado.24

IV – O art. 569 do CPP, quando se refere às omissões da denúncia ou queixa, admitindo a sua correção até a sentença fi nal, quer se referir apenas às omissões referentes a circunstâncias ou elementos integrativos não essenciais do fato e não à imputação típica.(A) A I e a IV estão corretas.(B) A II e a III estão corretas.

*(C) A III e a IV estão corretas.(D) A I e a II estão corretas.

Questão 05. (XLI Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2001)

Assinale a alternativa CORRETA.As nulidades ocorridas na instrução do crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

(art. 122 do CP) deverão ser argüidas:(A) No prazo de oferecimento do libelo.(B) No plenário do Tribunal do Júri, tão logo iniciado o julgamento.(C) Quando do interrogatório do réu levado a efeito no Plenário do Tribunal do Júri.

*(D) No prazo das alegações fi nais.25

(E) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

Questão 06. (Concurso para ingresso na Magistratura de Santa Catarina – 2003)Das afi rmações abaixo a que corresponde à súmula do Supremo Tribunal Federal sobre

nulidades do processo criminal é:(A) O réu não poderá alegar os defeitos da denúncia depois de exarada a sentença

condenatória.(B) É absoluta a nulidade do processo por falta de intimação do acusado da expedição

de carta precatória para ouvida de testemunha de defesa.*(C) É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso

de apelação interposto pela acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.(D) No processo penal, a falta de defesa só causará nulidade se houver prova de pre-

juízo para o réu.(E) A nulidade não pode ser argüida por quem a ela deu causa.

24 A afi rmação III foi considerada correta pelo gabarito ofi cial. Apesar disso, lembramos que encerra duas premissas polêmicas: primeira, quanto às incompetências serem causa de inexistência e, segunda, quanto aos efeitos do reconhecimento desse vício diante de sentença absolutória transitada em julgado.

25 Questão passível de recurso. Isso porque, em primeiro lugar, não especifi ca a natureza da nulidade, vale dizer, se absoluta ou relativa (no primeiro caso, poderia ser argüida em qualquer tempo), e, em segundo, a alternativa considerada certa – letra D – refere-se às “alegações fi nais”, quando, no procedimento do júri, as alegações do art. 406 do CPP não são fi nais, já que não constituem o último momento em que as partes se manifestam no processo antes da decisão condenatória ou absolutória.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena46

Questão 07. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União – 2004/CESPE)

(Defensoria Pública da União 2004/CESPE) A respeito das nulidades, julgue os itens que se seguem.Considere a seguinte situação hipotética. Por ter cometido o crime de infanticídio, cuja pena

de detenção é de 2 a 6 anos, Bertina foi denunciada, tendo permanecido em liberdade durante o curso do processo. Intimada para o julgamento em plenário, contudo, ela não compareceu nem apresentou motivo legítimo. Nessa situação, caso o julgamento tenha sido realizado sem a presença de Bertina, ele será nulo, uma vez que é imprescindível a presença do réu no julgamento em plenário no tribunal do júri.

Questão 08. (Concurso para ingresso na Magistratura do Paraná – 2004)No que diz respeito às nulidades, assinale a opção INCORRETA:

(A) As omissões da denúncia ou da queixa poderão ser supridas a qualquer tempo, antes da sentença fi nal.

(B) A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo ser remetido ao juiz competente quando for declarada a nulidade.

*(C) As nulidades ocorridas após a pronúncia deverão ser argüidas pela parte interessada, na sessão de julgamento, logo que tiverem início os debates orais.

(D) A falta ou nulidade da citação, da intimação ou da notifi cação estará sanada se o interessado comparecer, antes de o ato se consumar, mesmo que somente para argüi-la.

Questão 09. (Concurso para Delegado de Polícia do Maranhão – 2006)De acordo com o Código de Processo Penal, com relação às nulidades é correto afi rmar:

(A) A incompetência racione locci anulará todo o processo e, quando declarada a nulidade, deverá ser o processo remetido ao juiz competente.

*(B) A nulidade por ilegitimidade do representante da parte, em regra, poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratifi cação dos atos processuais.

(C) As omissões da denúncia referentes aos elementos integrativos não essenciais do fato poderão ser supridas até o seu recebimento.

(D) Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, mas poderá argüir a nulidade referente à formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.

(E) A falta da citação é causa de nulidade absoluta do processo, não sendo sanada pelo comparecimento espontâneo do interessado antes do ato se consumar.

GABARITO

01 – D 06 – C

02 – B 07 – Errada

03 – D 08 – C

04 – C 09 – B

05 – D

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QUESTÕES 47

9. SENTENÇA PENAL

Questão 01. (81.º Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de São Paulo – 2000)

Na hipótese de mutatio libelli, havendo possibilidade de nova defi nição jurídica que importe aplicação de pena mais grave, o juiz baixará os autos, a fi m de que o Ministério Público possa aditar a denúncia, no prazo de

*(A) 3 (três) dias.26

(B) 10 (dez) dias.(C) 5 (cinco) dias.(D) 8 (oito) dias.(E) 2 (dois) dias.

Questão 02. (Concurso para ingresso na Magistratura de Minas Gerais – 2000)Julião cometeu contra Januário um crime de lesão corporal, causando-lhe deformidade per-

manente. Januário pretende receber indenização de Julião e ingressa na Justiça com a ação competente. O que poderia impedir a procedência da ação?(A) Julião é benefi ciado por um decreto de anistia.(B) Julião morre logo após a sentença deixando espólio.(C) A sentença criminal absolve Julião por falta de provas.(D) A sentença proferida no processo criminal julga extinta a punibilidade.

*(E) A sentença criminal reconhece que Julião agiu em sua legítima defesa.

Questão 03. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 5.ª Região – 2001)No tocante à correlação entre a acusação e a sentença, levando-se em conta o sistema do

Código de Processo Penal:(A) O juiz poderá dar ao fato defi nição jurídica diversa da que constar da denúncia se

aplicar pena igual ou menos grave.*(B) O juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha

pedido a absolvição do acusado.(C) O promotor de justiça deverá, necessariamente, promover o aditamento quando o

juiz baixar os autos para que adite a denúncia em virtude de prova de circunstância elementar que não estava nela contida.

(D) O juiz, se reconhecer a possibilidade de nova defi nição jurídica do fato, em con-seqüência de prova nos autos de circunstância elementar, não contida na denúncia, deverá baixar os autos para aditamento do Ministério Público.27

(E) O juiz, para reconhecer agravante, nos crimes de ação pública, depende de alegação do promotor de justiça.

Questão 04. (XLII Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Rio Grande do Sul – 2002)

Assinale a alternativa incorreta:(A) Não se admite, na Superior Instância, a aplicação da mutatio libelli.(B) Compete à Justiça Comum julgar crime doloso contra a vida praticado por militar

contra civil.

26 Lembre-se que inexiste previsão legal desse prazo no art. 384, parágrafo único, do CPP. Sua fi xação em três dias, então, decorre de entendimento doutrinário e jurisprudencial, por analogia ao art. 46, § 2.º, do CPP.

27 Embora considerada como correta a alternativa “B”, também não está de todo incerta a hipótese contida na alternativa “D”, ocorrente quando a mutatio libelli importar aplicação de pena mais grave. A questão, pois, seria passível de anulação.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena48

(C) No processo penal, a defi ciência de defesa não acarreta, necessariamente, a nulidade da ação penal.

*(D) Nos crimes de ação penal pública, tendo o Ministério Público, nas alegações fi nais, postulado pela absolvição do réu, não poderá o juiz, nesse caso, prolatar sentença condenatória, sob pena de infringência ao princípio da correlação que deve haver entre os termos da acusação e a decisão fi nal.

(E) A contagem dos prazos processuais penais não obedece à mesma regra dos pe-nais.

Questão 05. (Concurso para ingresso na Magistratura de Santa Catarina – 2003)Como poderíamos classifi car a sentença de pronúncia, que é um juízo de mera admissibilidade,

nos processos de competência do Tribunal do Júri?(A) Sentença de natureza interlocutória simples.(B) Sentença de natureza suicida, como classifi cam alguns autores.(C) Sentença terminativa de natureza interlocutória mista.(D) Sentença terminativa de natureza subjetivamente plúrimas.

*(E) Sentença de natureza interlocutória mista não-terminativa.

Questão 06. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Estado do Paraná – 2004)

Assinale a alternativa incorreta:(A) Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a

sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão; não é possível conferir aos embargos declaratórios o caráter de infringentes do julgado, de modo a causar modifi cação do dispositivo da sentença.

(B) Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravan-tes, embora nenhuma tenha sido alegada; na ação penal privada, a falta de pedido expresso de condenação acarreta a perempção.

(C) Não há falar em nulidade se o juiz, reconhecendo a possibilidade de nova defi nição jurídica do fato descrito na denúncia, e essa nova classifi cação, além de importar em aplicação de pena mais grave, não prescindir de elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia, oportunizar ao Ministério Público que adite a denúncia e, à defesa, que se manifeste em 3 (três) dias, podendo indicar provas e até três testemunhas. Nada impede que o juiz, depois dessas providências, condene o acusado de acordo com a imputação original.

(D) A sentença pode considerar dispositivos penais diversos dos indicados na denúncia para a capitulação do delito, desde que os fatos e circunstâncias estejam sufi cientemente descritos na inicial acusatória; podem, nessas condições, ser reconhecidas qualifi cadoras, majorantes, ou, até mesmo, outros crimes; ainda que disso resulte a aplicação de pena mais grave, é desnecessária a abertura de prazo para manifestação da defesa.

*(E) Nos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, tratando-se de crimes afi ançáveis, o juiz, depois de receber a denúncia ou queixa, ordenará a notifi cação do acusado, para apresentar resposta preliminar, que pode ser instruída com documentos, no prazo de 15 (quinze) dias.

Questão 07. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná – 2004)Analise as assertivas I, II, III e IV abaixo e depois assinale dentre as alternativas (a, b, c,

ou d) a única que contém a opção correta:I – A mutatio libelli pode ser feita a qualquer tempo, e signifi ca dar ao fato narrado na inicial

acusatória defi nição jurídica diversa.II – Na emendatio libelli é garantida sempre a manifestação da defesa.

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QUESTÕES 49

III – Tanto a mutatio libelli quanto a emendatio libelli visam a garantir a exata correlação entre a imputação e a sentença.

IV – Tanto a mutatio libelli quanto a emendatio libelli podem ser realizadas em segundo grau de jurisdição.(A) Estão corretas somente as assertivas I e III.(B) Estão corretas somente as assertivas II e IV.

*(C) Está correta somente a assertiva III.(D) Todas as assertivas estão corretas.

Questão 08. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União – 2004/CESPE)

Julgue os seguintes itens, relacionados com o procedimento e a sentença em processo penal.8.1 O Código de Processo Penal não contempla o princípio da identidade física do juiz,

uma vez que não exige que o juiz responsável pela instrução do processo profi ra a sentença.

8.2 Diz-se absolutória imprópria a sentença que reconhece que o denunciado não apresenta culpabilidade, por ausência de imputabilidade, e impõe-lhe medida de segurança.

8.3 Considere a seguinte situação hipotética. Roberto, promotor de justiça, denunciou Gilvan pelo crime de lesões corporais seguidas de morte. Ficou evidenciado, no curso da instrução criminal, que Gilvan atuou com intenção de matar. Nessa situação, será imprescindível, para que Gilvan seja julgado pelo crime de homicídio, o aditamento da denúncia, abrindo-se o prazo para a defesa.

Questão 09. (X Concurso para ingresso na Carreira do Ministério Público do Acre – 2005)

Na esteira da doutrina e jurisprudência dominantes, é correto afi rmar, em relação à emendatio libelli e mutatio libelli, que(A) ambas podem ser aplicadas tanto em primeiro quanto em segundo grau de jurisdição,

indistintamente.(B) importam em nova defi nição jurídica do fato em decorrência do reconhecimento, na

sentença condenatória, de circunstâncias elementares não descritas expressa ou im-plicitamente na denúncia ou na queixa-crime.

(C) são institutos que exigem aditamento da denúncia e renovação de todos os atos, sob pena de nulidade do processo e cassação de eventual sentença condenatória.

*(D) a emendatio libelli pode ser aplicada em qualquer grau de jurisdição, isto não ocorrendo com a mutatio, cujas regras não podem ser aplicadas em segunda instância.

Questão 10. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública de Sergipe – 2006/CESPE)

Julgue os itens que se seguem, relativos a efeitos da sentença penal, ação civil e processos em espécie.10.1 Confere-se à sentença condenatória irrecorrível a natureza de título executório no

tocante à indenização civil, todavia, no juízo cível, o interessado, para obter a repa-ração do dano causado pelo ilícito penal, é obrigado a comprovar a materialidade, a autoria e a ilicitude do fato.

10.2 Faz coisa julgada no cível, a sentença absolutória, quando reconhecida categoricamente a inexistência material do fato, não podendo, nessa hipótese, ser proposta ação civil para o reconhecimento do fato objeto da sentença penal.

10.3 Conforme orientação do STF, a sentença que concede o perdão judicial é condena-tória, entretanto, não vale como título executivo, visto que a extinção da punibilidade, por qualquer causa, exclui a obrigação do sujeito à reparação do dano.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena50

10.4 Nos casos de crimes afi ançáveis de responsabilidade do funcionário público, a legis-lação processual penal prevê o contraditório antes do recebimento da denúncia ou da queixa, com a apresentação do que se denomina defesa preliminar.

10.5 No julgamento do crime de tráfi co de substância entorpecente e diante da ausên-cia, nos autos, do laudo defi nitivo, o juiz poderá proferir sentença penal condenatória valendo-se do laudo preliminar da substância.

Questão 11. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – 2006)

Assinale a assertiva correta.*(A) Nos crimes de ação pública, o juiz poderá reconhecer agravantes contra o réu, des-

critas ou implícitas na denúncia, ainda que não tenham sido capituladas juridicamente pelo Ministério Público.

(B) O juiz pode condenar o réu por fato novo, mais grave, no processo, ainda que não haja aditamento à denúncia.

(C) A publicação da sentença penal se dá com o ato da sua assinatura pelo juiz.(D) Um dos efeitos da sentença penal condenatória recorrível é o do imediato lançamento

do nome do réu no rol dos culpados.

Questão 12. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rio Grande do Sul – 2006)

Assinale a assertiva correta.(A) O Ministério Público, ao antever a absolvição, poderá desistir da ação penal proposta,

atendendo ao princípio da economia processual.*(B) O juiz poderá dar ao fato defi nição jurídica diversa da que constar na denúncia, ainda

que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.(C) Não há previsão, no Código de Processo Penal, de intimação de sentença penal

condenatória por edital.(D) No procedimento comum, as razões de apelação devem ser oferecidas junto ao primeiro

grau, não havendo previsão legal de oferecimento na instância superior.

Questão 13. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)O Promotor de Justiça denunciou Pedro pela prática de um crime de homicídio culposo de trânsito,

afi rmando que ele dirigia de maneira imprudente, em excesso de velocidade, e, ainda, que ultrapassou o sinal vermelho do semáforo. A vítima foi atingida quando atravessava a rua na faixa de pedestres. Durante a instrução, apurou-se que, na realidade, o evento decorreu de negligência de Pedro na manutenção do veículo, pois, ao tentar acionar o freio, em virtude da mudança do sinal luminoso, este não funcionou, vindo a vítima a ser atingida. O juiz, na sentença, com base nas disposições do Código de Processo Penal,(A) pode condenar pelo homicídio culposo em virtude da negligência, porque não há

alteração na capitulação legal do fato.(B) pode condenar pelo homicídio culposo em virtude da negligência, porque o acusado

se defende do fato imputado e não de sua qualifi cação.(C) não pode condenar pelo homicídio culposo em virtude da negligência, porque há

alteração no fato, devendo a denúncia ser aditada, renovando-se a prova.*(D) não pode condenar pelo homicídio culposo em virtude da negligência, porque há alteração

no fato, devendo baixar o processo para que a defesa fale e, se quiser, produza prova.28

(E) como não pode condenar pelo homicídio culposo em virtude da negligência, deve absolver o acusado porque não demonstrada a imprudência, sem permitir aditamento ou oportunidade para a defesa falar e produzir prova.

28 O art. 384, caput, do CPP, fundamenta a alternativa considerada correta. Em que pese não haja, propriamente, nova defi nição jurídica, é certo que a afi rmação de que houve negligência na sentença condenatória importa em reconhecer-se circunstância de que o réu não se defendeu, já que foi imputada imprudência na inicial acusatória.

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QUESTÕES 51

GABARITO

01 – A 08 – 8.1 Certa 10.4 Certa

02 – E 8.2 Certa 10.5 Errada

03 – B 8.3 Certa 11 – A

04 – D 09 – D 12 – B

05 – E 10 – 10.1 Errada 13 – D

06 – E 10.2 Certa

07 – C 10.3 Errada

10. QUESTÕES CORRELATAS – RECURSOS CRIMINAIS

Questão 01. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público de Minas Gerais – 2000)

Da decisão que julga improcedente a exceção de incompetência do juízo cabe:(A) Apelação.(B) Recurso em sentido estrito.(C) Carta testemunhal.

*(D) Habeas corpus.(E) Agravo.

Questão 02. (81.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo –2000)Com relação ao despacho judicial que admite, ou não, o assistente do Ministério Público,

pode-se afi rmar que:(A) Cabe recurso de ofício.(B) Cabe recurso em sentido estrito.(C) Não cabe recurso, mas do indeferimento é possível a interposição de correição

parcial.(D) Cabe agravo de instrumento.

*(E) Não cabe recurso, mas do indeferimento é possível a interposição de mandado de segurança.

Questão 03. (81.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)Pelo sistema vigente, não está legitimado a recorrer no processo penal:

(A) Qualquer pessoa, com relação à decisão que incluiu ou excluiu jurado na lista ge-ral.

(B) O procurador do réu.(C) O que prestou fi ança em favor do acusado, na hipótese de ser decretada sua quebra

ou perda.*(D) Qualquer pessoa, com relação à decisão absolutória referente aos crimes contra a

economia popular e saúde pública.(E) A vítima, mesmo que não habilitada como assistente, nos processos do júri.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena52

Questão 04. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2000)O recurso em sentido estrito:

*(A) Serve apenas para atacar decisão interlocutória.(B) Tem prazo de 3 (três) dias para ser proposto.(C) Não comporta modifi cação pelo próprio juiz da decisão.(D) Tem sempre prazo de 5 (cinco) dias para ser proposto.(E) Admite retratação da retratação.

Questão 05. (173.º Concurso para ingresso na Magistratura de São Paulo – 2000)Assinale a alternativa correta.

*(A) O recurso cabível contra a decisão que indefere pedido de justifi cação criminal é a apelação.

(B) O habeas corpus constitui remédio destinado a proteger a liberdade de comunicação dos cidadãos.

(C) A apelação é o recurso apropriado para atacar a sentença de pronúncia.(D) Contra a decisão que, embora admitindo o recurso em sentido estrito, obsta a sua

expedição e seguimento para o juízo ad quem, é cabível a correição parcial.

Questão 06. (Concurso para ingresso na Magistratura de Minas Gerais – 2000)Das decisões proferidas pelo juiz nos incidentes do procedimento judicial correspondente às

situações previstas na Lei de Execução Penal cabe:*(A) Agravo. (B) Apelação.(C) Carta testemunhável. (D) Recurso em sentido estrito. (E) Correição parcial.

Questão 07. (Concurso para ingresso na Magistratura do Rio Grande do Sul – 2000).Segundo o art. 594 do CPP, “o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão ou prestar

fi ança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória, ou condenado por crime de que se livre solto”. Na condenação do réu, por roubo, em que é reconhecida a reincidência, nada consignando o juiz, na sentença, sobre a necessidade da prisão:(A) De qualquer modo, só poderá o réu apelar depois de recolher-se à prisão.(B) Para evitar o recolhimento, deverá a defesa ingressar com embargos declaratórios.

*(C) O acusado permanecerá em liberdade.(D) Para evitar o recolhimento, o réu deverá solicitar arbitramento de fi ança.(E) Para evitar o recolhimento, o réu deverá interpor recurso de apelação.

Questão 08. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Ceará – 2001).

A peculiaridade, sob a ótica do efeito, no recurso em sentido estrito, está em que:*(A) Ele é regressivo.(B) Ele é parcialmente devolutivo.(C) Ele é plenamente devolutivo.(D) Ele é extensivo.(E) Ele é suspensivo.

Questão 09. (Concurso para ingresso na carreira do Ministério Público do Ceará – 2001)

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QUESTÕES 53

O advogado Z, apelando de decisão do Tribunal do Júri, funda-se nas alíneas A e D, arra-zoando o recurso com fundamentação toda pertinente a erro na dosimetria da pena e decisão manifestamente contrária à prova dos autos. O Tribunal:29

(A) Não deve conhecer do apelo.(B) Só conhece do apelo para enfrentar o tema alusivo à decisão manifestamente contrária

à prova dos autos, aplicado o princípio da prevalência.*(C) Conhece do apelo pela dupla motivação (A e D).(D) Só conhece do apelo para enfrentar o tema alusivo ao erro na dosimetria da pena,

aplicado o princípio da fungibilidade.(E) Conhece do recurso de apelação das decisões do júri dada a natureza de devolução

plena.

Questão 10. (Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 5.ª Região – 2001)Segundo o Código de Processo Penal, são recursos exclusivos da defesa:

(A) O protesto por novo júri e a carta testemunhável.(B) O recurso em sentido estrito e os embargos infringentes e de nulidade.

*(C) Os embargos infringentes e de nulidade e o protesto por novo júri.(D) A carta testemunhável e os embargos de declaração.(E) Os embargos de declaração e os embargos infringentes e de nulidade.

Questão 11. (VIII Concurso para ingresso na Magistratura Federal da 1.ª Região – 2001)

Assinale a alternativa correta sobre recursos:I – Do despacho que revoga prisão preventiva cabe recurso em sentido estrito.II – Arbitrada a fi ança, cabe recurso em sentido estrito tanto da acusação como da defesa.III – É de cinco dias o prazo do ofendido que não se habilitou como assistente, para interpor

recurso de apelação contra decisão do Tribunal do Júri, se da sentença não foi interposta apelação do Ministério Público.

IV – É competente o Supremo Tribunal Federal para julgar revisão criminal contra decisão homologatória de sentença estrangeira.30

(A) Apenas a I está correta.*(B) A I e a II estão corretas.(C) A III e a IV estão corretas.(D) A I e a IV estão corretas.

Questão 12. (Concurso para ingresso na Magistratura do Distrito Federal – 2001)Sobre recursos:I – Não pode o Tribunal minorar a pena imposta em primeiro grau de jurisdição, se do tema

não tratou a apelação do réu.

29 Na atualidade o entendimento esposado pela Súmula 713 do STF é o de que “o efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição”, os quais, na questão, corresponderiam às alíneas pelas quais interposto o recurso: A e D. Saliente-se, contudo, que precitada súmula é posterior à época do concurso em exame, o que torna questionável a validade da questão em face do princípio geral da devolução plena dos recursos da defesa (o que poderia tornar certa, à época, a alternativa e).

30 A Emenda Constitucional n. 45/2004 atribuiu competência ao Superior Tribunal de Justiça para processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras (art. 105, I, i, da CF). Por outro lado, o art. 105, I, e, da CF, dispõe que ao STJ compete processar e julgar, originariamente, as revisões cri-minais de seus julgados. Logo, a competência para o julgamento da revisão criminal contra homologação de sentença estrangeira é afeta ao STJ e não ao STF.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena54

II – A sentença de impronúncia acha-se sujeita ao duplo grau de jurisdição.III – Não será conhecida a apelação interposta pelo réu contra a sentença que o absolveu,

posto que ausente, na hipótese, o interesse recursal.(A) Todas as proposições são verdadeiras.

*(B) Todas as proposições são falsas.(C) Apenas uma das proposições é verdadeira.(D) Apenas uma das proposições é falsa.

Questão 13. (Concurso para ingresso na Magistratura do Pará – 2002).Marque c (certo) ou e (errado). Para satisfazer o inconformismo, próprio da natureza humana, foi estabelecida a possibilidade

do exercício do recurso no chamado duplo grau de jurisdição, princípio constitucionalmente adotado no Brasil. Em relação aos recursos, julgue os itens abaixo.( ) Ao proferir a sentença de 1.º grau, o juiz deve apreciar todos os pontos de fato e de

direito em relação aos quais controvertem as partes, resolver todos os incidentes, bem como apreciar as teses da acusação e defesa. Acerca das questões não decididas pelo juiz de 1.º grau, o Tribunal de Justiça poderá decidir.

( ) Considere a seguinte situação hipotética.Joel foi condenado pela prática de crime tentado. O Ministério Público recorreu com a fi nalidade de agravar a pena. Na análise da questão, o Tribunal de Justiça aumentou a pena por concluir ter havido crime consumado. Nesse caso, a decisão do Tribunal de Justiça é perfeitamente válida, estando amparada pelo princípio tantum devolutum quantum appellatum.

( ) Havendo recurso somente da defesa, não pode o tribunal ad quem aumentar a pena em quantidade fi xa, levando em consideração reincidência não reconhecida na sentença condenatória de 1.º grau. O aumento de pena, nessas circunstâncias, representaria a chamada reformatio in pejus.

( ) A sentença de 1.º grau que exige o recolhimento à prisão do condenado para apelar não constitui ofensa à garantia constitucional da presunção de inocência, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal.

( ) Da sentença que autoriza ou não o levantamento do seqüestro de bens, o recurso adequado é o recurso em sentido estrito.

Questão 14. (Concurso para ingresso na Magistratura de Santa Catarina – 2003)Se o Tribunal de Justiça, no julgamento de apelação interposta pela acusação, diminuir a

pena aplicada à pessoa condenada, haverá o que a doutrina e a jurisprudência deno-minam de:(A) Reformatio in pejus.(B) Reformatio in pejus indireta.(C) Reformatio in pejus direta.

*(D) Reformatio in mellius.(E) Reformatio in mellius indireta.

Questão 15. (121º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo – 2003)

No processo penal, os embargos infringentes e de nulidade*(A) têm efeito devolutivo limitado à divergência do voto vencido.(B) podem ser opostos contra qualquer acórdão, inclusive os proferidos em sede de

habeas corpus.

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QUESTÕES 55

(C) podem ser opostos tanto pela acusação quanto pela defesa, bastando, apenas, que o recorrente tenha sido vencido por maioria de votos na apelação ou no recurso em sentido estrito.

(D) buscam a declaração ou correção do ponto omisso, obscuro, ambíguo ou contradi-tório.

Questão 16. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública da União – 2004/CESPE)

Acerca de recursos e ações autônomas de impugnação, julgue os itens subseqüentes.16.1 A fi ança será considerada quebrada se o réu, regularmente intimado para ato da ins-

trução criminal, deixar de comparecer sem motivo justifi cado. Nesse caso, o réu perderá a metade do respectivo valor, cabendo da decisão recurso em sentido estrito.

16.2 Considere a seguinte situação hipotética. Zelito foi denunciado pelo crime de latrocínio, tendo sido condenado a pena de 20 anos de reclusão, embora tenha alegado não ser o autor do delito. Após a condenação, decretada sua prisão, Zelito desapareceu, não se apresentando para o cumprimento da pena. Dois anos depois, Zelito, por meio de advogado regularmente constituído, ingressou com pedido de revisão criminal, alegando terem sido descobertas novas provas de sua inocência. Nessa situação, o pedido de revisão não poderá ser apreciado enquanto Zelito não se apresentar para o cumprimento da pena.

16.3 Na situação de um indivíduo ter sido condenado pelo crime de lesões corporais graves e na hipótese de ele ter cumprido mais de um sexto da pena em regime fechado, não havendo manifestação judicial acerca da progressão para o regime semi-aberto, estará confi gurado constrangimento ilegal que poderá ser sanado por habeas corpus.

Questão 17. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil do Paraná – 2004)Assinale a alternativa correta.

(A) Pode ser invocado, para se demonstrar dissídio jurisprudencial autorizador do recurso especial, outro acórdão do mesmo tribunal que proferiu a decisão recorrida.

*(B) O recurso extraordinário nunca poderá ser interposto contra decisão de juiz de pri-meiro grau.

(C) Cabendo contra uma mesma decisão recurso especial e recurso extraordinário, deverá ser interposto apenas o primeiro. Só depois de julgado o recurso especial terá início o prazo para o ajuizamento do recurso extraordinário.

(D) Não sendo unânime o acórdão que dá provimento à apelação, devem ser interpostos embargos infringentes antes dos recursos especial e extraordinário.

Questão 18. (Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Paraná – 2004)

Dos recursos no processo penal, assinale a alternativa incorreta:(A) O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto, mesmo que,

dentro do prazo legal para a interposição, obtiver a concordância expressa do sen-tenciado e de seu defensor.

(B) A revisão criminal poderá ser pleiteada pelo Ministério Público, pelo próprio réu, por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, a qualquer tempo, antes ou após a extinção da pena.

(C) O protesto por novo júri, que será admitido por uma só vez, não impedirá a inter-posição de apelação, quando, pela mesma sentença, o réu tiver sido condenado por outro crime, em que não caiba aquele protesto. A apelação, entretanto, fi cará suspensa, até a nova decisão provocada pelo protesto.

*(D) Em todos os seguintes casos caberá recurso em sentido estrito, no prazo de 5 (cinco) dias: da decisão que pronunciar ou impronunciar o réu; da que arbitrar fi ança;

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena56

da que julgar extinta a punibilidade; da que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; da que denegar a apelação ou a julgar deserta; da que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado.31

(E) Se da sentença, proferida em ação penal regida pelo rito ordinário, não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido, seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, ainda que não tenha anteriormente se habilitado como assis-tente, poderá interpor apelação, sem efeito suspensivo, no prazo de 15 (quinze) dias a partir do dia em que terminar o prazo do Ministério Público.32

Questão 19. (X Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado do Acre – 2005)

Em relação ao agravo da execução, previsto no artigo 197 da Lei de Execução Penal, na falta de regulamentação própria, é correto afi rmar, na esteira do entendimento do Supremo Tribunal Federal, que o referido recurso:(A) Possui efeitos suspensivo, devolutivo e regressivo, obedecendo ao rito, forma e prazo

do agravo de instrumento regulado pelo Código de Processo Civil.*(B) Não possui efeito suspensivo, possui efeitos devolutivo e regressivo, seguindo o rito, forma

e prazo do recurso em sentido estrito regulado pelo Código de Processo Penal.(C) Não possui efeitos suspensivo e regressivo, possui efeito devolutivo e segue o rito,

forma e prazo da apelação regulada pelo Código de Processo Penal.(D) Possui efeitos suspensivo, devolutivo e regressivo, obedecendo ao rito, forma e prazo

da apelação regulada pelo Código de Processo Penal.

Questão 20. (X Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado do Acre – 2005)

Na sistemática do Código de Processo Penal, o assistente de acusação terá legitimidade para recorrer:(A) Apenas da sentença fi nal proferida pelo juiz, independente de ter ou não o Ministério

Público apelado.(B) Tanto da sentença fi nal proferida em processos de competência do juiz singular e do

Tribunal do Júri, como também da absolvição sumária e da impronúncia, desde que o Ministério Público não tenha recorrido.

(C) De qualquer decisão passível de recurso, tenha ou não o Ministério Público interposto recurso.

*(D) Da sentença fi nal proferida nos processos de competência do juiz singular ou do tribu-nal do júri, da decisão de impronúncia e da decisão que julgar extinta a punibilidade, desde que não tenha o Ministério Público interposto recurso seu.

Questão 21. (Concurso de Ingresso na Carreira da Defensoria Pública de Sergipe – 2006/CESPE)

Com referência aos recursos em geral, seus princípios e modalidades, julgue os itens a seguir.21.1 A pronúncia, conforme a melhor doutrina, é sentença processual de conteúdo de-

claratório em que o juiz proclama admissível a acusação. Tratando-se, portanto, de sentença proferida por juiz singular, é cabível, como recurso, a apelação.

31 A decisão que decreta a medida de segurança após trânsito em julgado da sentença condenatória é afeta ao juiz da Vara de Execuções Criminais, ensejando, assim, o uso do agravo da execução (art. 197 da Lei 7.210/1984).

32 Lembre-se que, quanto ao assistente habilitado, pacífi ca a jurisprudência no sentido de que seu prazo recursal é idêntico ao das partes – cinco dias, no caso da apelação, contados do dia em que terminar o prazo do Ministério Público, ou, se intimado após o lapso ministerial, contados da intimação. Assim, o prazo de 15 dias, que fl ui a partir da data em que se esgotar o prazo do Ministério Público, na esteira do entendimento atual, refere-se apenas ao assistente de acusação não habilitado (art. 598, parágrafo único, do CPP).

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QUESTÕES 57

21.2 No julgamento de uma apelação, pode o tribunal proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar a realização de diligências que se façam necessárias.

21.3 No processo penal, admite-se a fungibilidade recursal, desde que o recurso errôneo seja interposto no prazo daquele cabível e não se considere que tenha ocorrido erro grosseiro ou má-fé do recorrente.

21.4 Considere que, prolatada a sentença condenatória, verifi que a defesa que, de uma parte da decisão, caberia recurso em sentido estrito e, de outra parte, caberia recurso de apelação. Nessa situação, a defesa deverá interpor apelação da parte em que ela é cabível e recurso em sentido estrito da outra parte.

Questão 22. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional São Paulo – 2006)

Os embargos de declaração, no Código de Processo Penal, poderão ser opostos por qualquer das partes, no prazo de:

*(A) 2 (dois) dias, para declaração de sentença ou de acórdão.(B) 2 (dois) dias, para declaração de acórdão somente.(C) 5 (cinco) dias, para declaração de sentença ou de acórdão.(D) 5 (cinco) dias, para declaração de sentença somente.

Questão 23. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

A intimação do defensor público para o julgamento de recurso em segunda instância será(A) facultativa se se tratar de réu solto.(B) obrigatória, pela imprensa ofi cial.(C) obrigatória, pessoal e com antecedência mínima de 10 dias da data do julgamento.(D) feita pela imprensa ofi cial nos casos de réu preso.

*(E) obrigatória e pessoal.

Questão 24. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2007)

E.B.C. foi denunciado pela prática de roubo (artigo 157 do Código Penal) em concurso com aten-tado violento ao pudor (artigo 214 do Código Penal). Após a instrução processual, o juiz de direito condenou o réu pelo crime contra a liberdade sexual, não se manifestando acerca do delito contra o patrimônio. Por ocasião do julgamento da apelação interposta exclusivamente pela defesa, o órgão jurisdicional ad quem constatou a omissão do magistrado de primeira instância, bem como a existência de prova desfavorável ao réu em relação a ambos os delitos. Além de negar provimento à apelação da defesa, o tribunal recursal deverá:(A) Declarar, de ofício, a omissão do juízo a quo, determinando o retorno dos autos à

instância inferior. *(B) Silenciar quanto ao delito conexo, em razão do princípio que veda a reformatio in

pejus.33

(C) Declarar, de ofício, a omissão do juízo a quo, condenando o réu também pelo delito conexo.

(D) Anular o processo, desde a sentença condenatória. (E) Declarar a omissão do juízo a quo, desde que provocado pelo procurador de justiça

ofi ciante, determinando o retorno dos autos à instância inferior.

33 Embora nula a decisão no enfoque pertinente ao crime patrimonial, não houve recurso da acusação a respeito. Destarte, vedado ao Tribunal declarar a nulidade, pois eventual suprimento da omissão apontada poderia importar em condenação do réu pelo roubo, o que lhe seria desfavorável. Inteligência que se extrai da Súmula 160 do STF.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena58

Questão 25. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)NÃO corresponde a uma súmula do Superior Tribunal de Justiça a seguinte afi rmação:

(A) Pronunciado o réu, fi ca superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução.

*(B) A exigência de prisão provisória, para apelar, ofende a garantia constitucional de inocência.34

(C) Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado.

(D) A interposição de recurso, sem efeito suspensivo, contra decisão condenatória não obsta a expedição de mandado de prisão.

(E) Compete ao foro do local da recusa processar e julgar crime de estelionato mediante emissão de cheque sem provisão de fundos.

Questão 26. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)Sobre recursos criminais, pode-se afi rmar:

(A) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que indefere pedido de restituição de coisa apreendida.

*(B) Não cabe recurso da decisão que indefere pedido de admissão de assistente do Ministério Público, mas é possível mandado de segurança.

(C) Cabe protesto por novo júri em caso de condenação por tribunal de júri a pena igual ou superior a 20 (vinte) anos, resulte ela de concurso material, de concurso formal ou de crime continuado.

(D) O agravo de execução penal será processado, segundo o Supremo Tribunal Federal, conforme o rito do agravo de instrumento do Código de Processo Civil.

(E) A apelação nos Juizados Especiais Criminais tem o mesmo procedimento da apelação do Código de Processo Penal.

Questão 27. (Concurso para Juiz de Direito Substituto de Alagoas – 2007)João foi acusado de ter cometido furto qualifi cado em co-autoria com Pedro. Segundo a de-

núncia, enquanto João subtraía um relógio da vítima, Pedro o aguardava no carro, para juntos fugirem. Ambos foram condenados. João recorreu. Pedro deixou de recorrer, no prazo legal, transitando em julgado, em relação a sua pessoa, a sentença condenatória. Em face do Código de Processo Penal,

*(A) se, no recurso de João, foi ele absolvido, porque o fato inexistiu, o tribunal pode esten-der essa decisão a Pedro, ainda que, em relação a ele, houvesse coisa julgada.35

(B) o recurso de João sempre benefi ciará Pedro em virtude de vigorar no processo penal o princípio da comunicação dos recursos em caso de co-autoria.

(C) se, no recurso de João, foi declarada a prescrição da pretensão punitiva, necessaria-mente deve o tribunal estender essa decisão a Pedro.

(D) o recurso de João de maneira nenhuma poderá benefi ciar Pedro em virtude do prin-cípio da pessoalidade dos recursos.

(E) se, no recurso de João, foi ele absolvido por insufi ciência de provas, o tribunal deve estender essa decisão a João, porque assentada em circunstância objetiva.

Questão 28. (Concurso para o cargo de Analista Judiciário TRF 4.ª Região – 2007)Paulus e seu defensor foram pessoalmente intimados da sentença condenatória numa sexta-feira.

A segunda-feira seguinte é feriado. Nesse caso, o prazo para apelação começa a correr(A) no domingo.(B) na segunda-feira.

34 Afi rmação inversa ao constante da Súmula 9 do STJ.35 O art. 580 do CPP fundamenta a alternativa A, considerada correta no gabarito ofi cial.

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QUESTÕES 59

*(C) na terça-feira seguinte.(D) na sexta-feira.(E) no sábado.

Questão 29. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)Não cabe interposição de recurso em sentido estrito:

*(A) Contra decisão que julga procedente exceção de suspeição. (B) Contra decisão que rejeita queixa-crime.36

(C) Contra decisão que julga deserta a apelação. (D) Contra decisão que nega o reconhecimento da prescrição.

GABARITO

01 – D 13.2 Errada 21 – 21.1 Errada

02 – E 13.3 Certa 21.2 Certa

03 – D 13.4 Certa 21.3 Certa

04 – A 13.5 Errada 21.4 Errada

05 – A 14 – D 22 – A

06 – A 15 – A 23 – E

07 – C 16 – 16.1 Certa 24 – B

08 – A 16.2 Errada 25 – B

09 – C 16.3 Errada 26 – B

10 – C 17 – B 27 – A

11 – B 18 – D 28 – C

12 – B 19 – B 29 – A

13 – 13.1 Errada 20 – D

11. HABEAS CORPUS, REVISÃO CRIMINAL, MANDADO DE SEGURANÇA, CORREIÇÃO PARCIAL E RECLAMAÇÃO

Questão 01. (121º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de São Paulo – 2003)

O habeas corpus(A) destina-se a sanar qualquer coação ilegal, mesmo que para sua demonstração se

torne indispensável a dilação probatória.

36 A alternativa B é questionável. Isso porque há controvérsias nos Tribunais se a rejeição da queixa enseja recurso ou sentido estrito (por analogia ao art. 581, I, do CPP, que trata do não-recebimento) ou apelação. No Tribunal do Rio Grande do Sul, por exemplo, é aceitável esta última posição. Já no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, cogita-se do RSE (Súmula 60). Além do mais, há situações, como nas Leis 5.250/1967 (art. 44, § 2.º) e 9.099/1995 (art. 82), onde a rejeição da denúncia e da queixa são apeláveis por força de expressa previsão legal.

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PROCESSO PENAL para Concursos Públicos – Norberto Cláudio Pâncaro Avena60

(B) poderá ser impetrado de ofício pelo juiz sempre que o ato por ele praticado confi -gurar coação ilegal.

*(C) poderá ser impetrado por qualquer pessoa – inclusive pelo Ministério Público em favor do réu – mesmo sem procuração.

(D) não presta para se argüir nulidade processual, pois para esta fi nalidade o Código de Processo Penal destinou as alegações fi nais e as razões recursais.

Questão 02. (Exame da Ordem dos Advogados do Brasil do Estado do Paraná – 2004)

Acerca do habeas corpus, assinale a alternativa incorreta:(A) O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de

outrem, bem como pelo Ministério Público.(B) Se o juiz ou o tribunal verifi car que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará

prejudicado o pedido, dada a carência de ação; não existente qualquer constrangimento no momento da impetração, a ordem deve ser denegada.

*(C) Os efeitos benéfi cos decorrentes da concessão do habeas corpus não podem ser estendidos de ofício aos co-réus, alheios à impetração do writ. Ainda que os co-réus se encontrem em situação fático-jurídica idêntica, a ordem só poderá alcançá-los por meio de novo habeas corpus impetrado em seu próprio benefício.

(D) O habeas corpus não comporta dilação probatória, de modo que ao impetrante incum-be, sem prejuízo da complementação instrutória ministrada pelo órgão impetrado, fazer acompanhar o pedido com prova pré-constituída do direito material nele deduzido.

(E) Na apreciação do habeas corpus, o órgão jurisdicional não está vinculado à causa de pedir e ao pedido, podendo, assim, ser a ordem concedida, em sentido diverso ou mais amplo, do que foi pleiteada, isto se das peças dos autos evidenciarem coação ilegal na liberdade de ir e vir, ainda que não mencionada pelo impetrante.

Questão 03. (Concurso para Juiz de Direito do Estado da Bahia – 2005) Acerca da revisão criminal, do habeas corpus e do desaforamento, julgue os itens subse-

qüentes. 3.1 Com o advento do Estatuto da OAB, que dispõe que a postulação a qualquer órgão

do Poder Judiciário é atividade privativa de advogado, o sentenciado em processo criminal não possui capacidade postulatória para subscrever, em causa própria, pedido de revisão criminal.

3.2 Não é cabível a impetração de habeas corpus contra decisão judicial que indefere o processamento de justifi cação criminal, cujas provas a serem produzidas posteriormente instruiriam pedido de revisão da condenação de réu à pena privativa de liberdade.

3.3 Tratando-se de pedido de desaforamento do julgamento do tribunal do júri realizado pelo Ministério Público, de acordo com o entendimento do STF, é imperativa a audiência da defesa, assim como a intimação do réu e de seu advogado da decisão deferitória.37

Questão 04. (Concurso de Ingresso na Carreira de Defensor Público de São Paulo – 2006)

O direito à justa indenização no caso de prejuízos sofridos pelo acusado e reconhecidos em condenação rescindida por revisão criminal tem o seguinte fundamento:(A) O Código de Processo Penal no título relativo à ação civil ex delicto.(B) A necessidade de prova exclusivamente de dolo dos representantes ou agentes do

Estado.(C) A necessidade de prova de dolo ou culpa dos representantes ou agentes do Estado.

37 Súmula 712 do STF.

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QUESTÕES 61

*(D) A Constituição Federal no capítulo dos direitos e deveres individuais e coletivos.38

(E) A Emenda Constitucional n. 45, de 08.12.2004 que trata da reforma do Poder Ju-diciário.

Questão 05. (Concurso para o cargo de Analista Judiciário TRF 4.ª Região – 2007)Tício foi internado num hospital particular para submeter-se à intervenção cirúrgica. Tendo

recebido alta hospitalar pelos médicos que o assistiram, o diretor do hospital ordenou a sua retenção no interior do nosocômio até que efetuasse o pagamento da conta. Nesse caso, Tício (A) não pode impetrar habeas corpus porque a retenção é legítima.(B) não pode impetrar habeas corpus porque o diretor não é autoridade.

*(C) pode impetrar habeas corpus contra o ato do diretor do hospital.(D) só poderia impetrar habeas corpus se se tratasse de hospital público.(E) não pode impetrar habeas corpus porque não fi cou retido em cela ou quarto.

Questão 06. (Concurso para Juiz Substituto do Paraná – 2007)No tocante ao habeas corpus é correto afi rmar:

*(A) Que sua interposição é válida para constrições de liberdade oriundas da esfera cí-vel.

(B) Que é cabível em processo por ilícito cuja pena cominada seja unicamente a pe-cuniária.

(C) Que compete ao STJ o julgamento quando interposto contra decisão oriunda da turma recursal de juizados especiais criminais.

(D) Que é cabível mesmo já extinta a pena privativa de liberdade.

GABARITO

01 – C 3.3 Certa

02 – C 04 – D

03 – 3.1 Certa 05 – C

3.2 Errada 06 – A

38 Art. 5.º, LXXV, da Constituição Federal.

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