Questões Descomplica Sobre Português e Prod. Texto

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  • Este contedo pertence ao Descomplica. vedada a cpia ou a reproduo no autorizada previamente e por escrito. Todos os direitos reservados.

    Empurro para o ENEM

    Aprenda a Estudar com Marco Fisbhen Professor: Marco Fisbhen

    01 e 03/07/2014

    O QUE VOC PODE FAZER PARA MELHORAR SUA MEMRIA

    De maneira resumida, o que leva a uma boa memorizao um estmulo adequado (repetido, intenso e relevante) em contato com uma pessoa propcia a fix-lo (descansada, atenta e interessada).

    J vamos comear relembrando!

    Estmulo adequado:

    repetido

    intenso

    relevante

    Pessoa propcia a fix-lo:

    descansada

    atenta

    interessada

    Seguem, ento, algumas dicas para esses momentos difceis de Copa do Mundo (vamos ignorar as mais bobas, tipo use filtro solar):

    ESTUDE EM UM AMBIENTE ADEQUADO

    Parece besteira, mas muito importante estudar em ambientes apropriados! Estude sempre em locais silenciosos, iluminados e organizados. Assim o estmulo que interessa se destaca (em vez do som da TV ou da sua irm gritando) e a memorizao facilitada.

    FAA UMA COISA DE CADA VEZ Esse o principal erro dos estudantes: fazer vrias coisas ao mesmo tempo. Pensamos em diversos problemas e deixamos passar os dados que seriam relevantes. Identifique as prioridades do momento e se desligue do resto. Seguindo essa recomendao, voc perceber rapidinho que ser mais fcil lembrar do que mais importante.

    ESTEJA DESCANSADO Mais uma dica meio bvia, mas o bom funcionamento cerebral depende de descanso. Durma 8 horas ininterruptas de sono por noite, com qualidade, mesmo que isso signifique ficar menos no Facebook! =D Alm disso, no h problemas em tirar algumas sonecas durante a tarde Yeah!

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    Empurro para o ENEM

    Aprenda a Estudar com Marco Fisbhen Professor: Marco Fisbhen

    01 e 03/07/2014

    EXERCITE O CREBRO

    Saia da zona de conforto. Coloque seu crebro para realizar coisas novas. Faa coisas rotineiras de um jeito diferente:

    Mude os caminhos de casa pra escola

    Mude a mo com que voc come e escova os dentes

    Troque o mouse de lado Aprenda outra lngua, um instrumento, um novo esporte Enfim, seja criativo e exercite seu crebro como se fosse um msculo. Um crebro treinado muito mais confivel! Experimente alguns exerccios dirios, como palavras cruzadas, Sudoku e outros jogos simples o bastante para serem relaxantes e ao mesmo tempo desafiadores!

    DIGA COISAS QUE VOC QUER MEMORIZAR EM VOZ ALTA Se voc tiver problemas para se lembrar se j tomou seu remdio, apenas diga alto e lentamente: Eu acabei de tomar meu remdio! logo aps engolir. Isso tambm funciona para memorizar um endereo, uma data ou qualquer outro item. Apenas repita em voz alta a informao!

    INVENTE REGRAS MNEMNICAS Essa uma tcnica milenar muito usada para decorar informaes de maior complexidade, como a tabela peridica, formulas de fsica, datas histricas, etc Associamos uma informao difcil de ser memorizada a algo de maior facilidade, que tenha mais a ver com a gente, seja mais familiar. Uma boa regra mnemnica pode carregar uma informao por uma vida inteira. Essas regrinhas podem ser usadas com todo o tipo de informao, durante o dia-a-dia, facilitando o processo de memorizao. Minha velha, traga meu jantar sopa, uva, nozes e po. (Entendedores entendero!)

    FORME ASSOCIAES E IMAGENS MENTAIS Para usar eficientemente uma associao, voc pode criar uma imagem mental que te ajude a se lembrar de palavras ou imagens. Por exemplo, caso tenha problemas para lembrar de que o JFK foi o presidente envolvido na invaso da Baa dos Porcos, apenas imagine o belssimo presidente nadando em um oceano cercado por porcos felizes e barulhentos. Isso absolutamente bobo, mas essa imagem concreta vai te ajudar eternamente a ligar o presidente a esse evento. Voc pode tambm usar associaes para lembrar de nmeros. Digamos que voc continue se esquecendo do nmero de sua carteirinha de estudante sempre que precisa utiliz-lo. Apenas divida o nmero em fragmentos menores e crie imagens associadas a tais partes. Digamos que o nmero seja 12-7575-23. Encontre uma maneira de fazer com que esses nmeros adquiram significado. Digamos: 12 o nmero de sua casa; 75 a idade de sua av, e 23 o nmero da camisa do Michael Jordan. Agora imagine a casa e duas cpias de sua av sentadas direita dela. Em seguida, imagine o Michael Jordan ao lado de suas avs. Pronto! 12 (sua casa), 7575 (dose dupla de vov) e 23 (MJ).

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    Aprenda a Estudar com Marco Fisbhen Professor: Marco Fisbhen

    01 e 03/07/2014

    USE FRAGMENTAO E CATEGORIZAO

    A fragmentao uma maneira de agrupar coisas para se lembrar melhor delas. Listas aleatrias de coisas (uma lista de compras, por exemplo) podem ser especialmente difceis de decorar. Para facilitar tudo, tente categorizar as coisas individuais da lista. Em uma ida ao supermercado, se puder lembrar que entre outras coisas voc queria comprar quatro tipos diferentes de vegetais, ser mais fcil se lembrar deles. Fragmentar o que fazemos quando anotamos um nmero de telefone com traos. O que parece mais fcil memorizar: 8564359820 ou 856-435-9820?

    DE TEMPO A SI MESMO PARA FORMAR MELHOR AS MEMRIAS Memrias so muito frgeis no curto prazo, e distraes podem faz-lo se esquecer rapidamente de algo simples, como um nmero de telefone. O segredo para evitar perdas de memrias antes de elas se formarem conseguir focar na coisa a ser lembrada por um tempo sem pensar em outros elementos. Assim, quando voc estiver tentando se lembrar de algo, evite distraes e tarefas complicadas por alguns minutos.

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    Redao & Histria Professor: Rafael Cunha e Renato Pellizzari

    08/07/2014

    A aula de Redao e Histria ir girar em torno da prova da Segunda Fase do Vestibular Estadual (UERJ, UENF, APM D. Joo VI). Este foi um exame discursivo e seu tema foi a Imagem da Mulher ao Longo da Histria. Acompanhe o material a seguir que ser usado na aula de hoje dos professores Rafael Cunha e Renato Pellizzari! Boa aula e bons estudos!

  • 1. Verifique se voc recebeu 2 (dois) cadernos de respostas, correspondentes a:- Lngua Portuguesa Instrumental com Redao;- disciplina especfica de seu grupo de carreiras (Fsica ou Histria ou, para o Grupo I daUENF, Matemtica).

    2. Verifique se o seu nome, nmero de inscrio, nmero do documento de identidadeesto corretos nas sobrecapas dos cadernos de respostas.

    Se houver erro, notifique o fiscal.

    3. Destaque, da sobrecapa de cada caderno de respostas, os comprovantes que tm seunome; leve-os com voc ao terminar a prova.

    4. Ao receber autorizao para abrir este caderno, verifique se a impresso, a paginao ea numerao das questes esto corretas.

    Caso ocorra qualquer erro, notifique o fiscal.

    5. A soluo de cada questo dever ser apresentada no espao indicado nocaderno de respostas. No sero consideradas as questes resolvidas fora do localapropriado.

    6. As provas devem ser resolvidas, de preferncia, a caneta azul ou preta.

    7. Voc dispe de 5 (cinco) horas para fazer esta prova. Faa-a com tranqilidade, mascontrole o seu tempo.

    8. Ao terminar a prova, entregue ao fiscal os cadernos de respostas e este caderno.

    Neste caderno voc encontrar um conjunto de 16 (dezesseis) pginas numeradasseqencialmente, contendo 5 (cinco) questes de Lngua Portuguesa Instrumental, a propostade Redao, 10 (dez) questes de Fsica e 10 (dez) questes de Histria.

    Se voc candidato ao Grupo I da UENF, est recebendo, tambm, um caderno contendo10 (dez) questes de Matemtica.

    No abra o caderno antes de receber autorizao.

    BOA PROVA!

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  • Exame Discursivo Vestibular Estadual 20022

    LNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL COM REDAO

    TEXTO I

    RECNDITOS DO MUNDO FEMININO

    (MALUF, M. e MOTT, M. Lcia. Recnditos do mundo feminino. In: SEVCENKO, N. (org.). Histria da vida privada no Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 1998.)

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    (A) O texto apresenta, em seu incio, um tipo de discurso bastante conhecido, do qual asautoras procuram, entretanto, se distanciar.

    Aponte dois recursos diferentes de linguagem empregados pelas autoras, no primeiropargrafo, para sugerir distanciamento em relao a esse discurso sobre a mulher.

    (B) Entretanto mulher incumbe sempre fazer do lar - modestssimo que seja ele - um templo emque se cultue a Felicidade; (!. 35 - 37)Reescreva a orao sublinhada, empregando uma conjuno, sem que se altere seu significadono contexto do perodo.

    Baseado na crena de uma natureza feminina,que dotaria a mulher biologicamente paradesempenhar as funes da esfera da vida privada,o discurso bastante conhecido: o lugar damulher o lar, e sua funo consiste em casar,gerar filhos para a ptria e plasmar o carter doscidados de amanh. Dentro dessa tica, noexistiria realizao possvel para as mulheres forado lar; nem para os homens dentro de casa, j quea eles pertenceria a rua e o mundo do trabalho.

    A imagem da me-esposa-dona de casacomo a principal e mais importante funoda mulher correspondia quilo que erapregado pela Igreja, ensinado por mdicos ejuristas, legitimado pelo Estado e divulgadopela imprensa. Mais que isso, tal representaoacabou por recobrir o ser mulher e a suarelao com as suas obrigaes passou a sermedida e avaliada pelas prescries do deverser.

    No manual de economia domstica O larfeliz, destinado s jovens mes e a todosquantos amam seu lar, publicado em 1916,mesmo ano em que foi aprovado o CdigoCivil da Repblica, o autor divulga para umpblico amplo o papel a ser desempenhadopor homens e mulheres na sociedade, esintetiza, utilizando a idia do lar feliz, aestilizao do espao ideologicamenteestabelecido como privado.

    Nem a todos dado o escolher sua morada,

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    pois em muitos casais a instalao dependeda profisso do chefe, afirma o compndio,em consonncia com o Cdigo.

    Entretanto mulher incumbe sempre fazerdo lar modestssimo que seja ele um temploem que se cultue a Felicidade; mulhercompete encaminhar para casa o raio de luzque dissipa o tdio, assim como os raios desol do cabo dos maus micrbios (...). Quandoh o que prenda a ateno em casa, ningumvai procurar fora divertimentos dispendiososou prejudiciais; o pai, ao deixar o trabalho decada dia, s tem uma idia: voltar para casa, afim de introduzir ali algum melhoramento oude cultivar o jardim. Mas se o lar tem poradministrador uma mulher, mulher dedicada ecom amor ordem, isso ento a sade paratodos, a unio dos coraes, a felicidade perfeitano pequeno Estado, cujo ministro da Fazenda o pai, cabendo companheira de sua vida a pastapoltica, os negcios do Interior.

    A descrio harmoniosa do pequeno Estadodiscriminava as funes de cada um,atribuindo ao marido e mulher papiscomplementares, mas, em nenhum momento,igualdade de direitos. Acentuava-se o respeitomtuo, que pode ser traduzido como aexpressa obedincia de cada sexo aos limitesdo domnio do outro. Nas palavras de AfrnioPeixoto, iguais, mas diferentes. Cada umcomo a natureza o fez.

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  • Exame Discursivo Vestibular Estadual 20023

    LNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL COM REDAO

    TEXTO III LOVE MY HUSBAND*

    * * * * * Eu amo meu marido

    (PION, Nlida. I love my husband. In: MORICONI, talo (sel.). Os cem melhores contos brasileiros do sculo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000.)

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    (A) O fragmento do texto I compreendido entre as linhas 35 e 52 representa a mulher pormeio de uma imagem que retomada no texto II. O lar feliz e I love my husband sediferenciam, porm, em um aspecto fundamental: a relao que cada enunciador tem com aimagem da mulher representada.

    Explique essa diferena.

    (B) Na construo de um texto empregam-se diferentes elos coesivos. Alm das conjunes edas formas pronominais, utilizam-se outros elementos para marcar a associao progressivae coerente das idias que compem um texto.

    Transcreva, do 4o pargrafo do texto II (!!!!!. 23 - 39), os dois primeiros exemplos dessesoutros elos coesivos.

    homem que sonha com casas-grandes, senzalase mocambos, e assim faz o pas progredir. E por isto que sou a sombra do homem quetodos dizem eu amar. Deixo que o sol entrepela casa, para dourar os objetos compradoscom esforo comum. Embora ele no mecumprimente pelos objetos fluorescentes. Aocontrrio, atravs da certeza do meu amor,proclama que no fao outra coisa senoconsumir o dinheiro que ele arrecada no vero.Eu peo ento que compreenda minhanostalgia por uma terra antigamentetrabalhada pela mulher, ele franze o rostocomo se eu lhe estivesse propondo uma teoriaque envergonha a famlia e a escrituradefinitiva do nosso apartamento.

    O que mais quer, mulher, no lhe basta termoscasado em comunho de bens? E dizendo queeu era parte do seu futuro, que s ele pormtinha o direito de construir, percebi que agenerosidade do homem habilitava-me a serapenas dona de um passado com regras ditadasno convvio comum.

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    Eu amo meu marido. De manh noite. Malacordo, ofereo-lhe caf. Ele suspira exaustoda noite sempre maldormida e comea abarbear-se. Bato-lhe porta trs vezes, antesque o caf esfrie. Ele grunhe com raiva e euvocifero com aflio. No quero meu esforoconfundido com um lquido frio que eletragar como me traga duas vezes por semana,especialmente no sbado.

    Depois, arrumo-lhe o n da gravata e eleprotesta por consertar-lhe unicamente aparte menor de sua vida. Rio para que elesaia mais tranqilo, capaz de enfrentar avida l fora e trazer de volta para a sala devisita um po sempre quentinho e farto.

    Ele diz que sou exigente, fico em casalavando a loua, fazendo compras, e porcima reclamo da vida. Enquanto ele constrio seu mundo com pequenos tijolos, e aindaque alguns destes muros venham ao cho,os amigos o cumprimentam pelo esforo decriar olarias de barro, todas slidas e visveis.

    A mim tambm me sadam por alimentar um

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  • Exame Discursivo Vestibular Estadual 20024

    LNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL COM REDAO

    TEXTO III

    O PEQUENO MUNDO DA MOA CASADOIRA

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    (A) Uma frase construda pelo articulista no primeiro pargrafo sugere que ele atribui umareao a quem o l.

    Transcreva essa frase e explique que recurso ele utilizou para criar um suposto dilogocom o leitor.

    (B) Mulher desquitada era malvista, convinha evit-la. (!. 52 - 53)H, entre as oraes que compem o perodo acima, uma relao de sentido que poderiaser expressa por meio de conectivos.

    Reescreva o perodo acima de duas formas diferentes, utilizando conectivos.

    A relao de sentido entre as oraes e a ordem em que elas aparecem devem sermantidas. Em uma forma, o conectivo dever introduzir o perodo; na outra, o conectivodever ocorrer entre as oraes.

    Meiga e plida como um soneto (...). Dcilcomo uma rosa (...) e um sorriso autntico demenina-moa ideal, de flor, de boto abertopara a vida. No, essa frase no foi escritaem 1920. Era assim que a revista Manchetereferia-se, em 1953, atriz Pier Angeli, entoem visita ao Rio de Janeiro. A revista pareciano perceber que, no ps-guerra, o ideal demenina-moa havia mudado inteiramente.J no se cultivava o anjo-plido de outrora,sobretudo num pas em que as moascomeavam a ir praia todos os dias. Mas oprprio cinema americano continuava acultivar a menina-moa ideal, ingnua emeiga. Doris Day, Debra Paget, Grace Kelly,Debbie Reynolds, entre outras, compunhamesse tipo em comdias leves, recomendveispara toda a famlia, nas quais contracenavamcom gals bem-comportados como RockHudson.

    (...)

    Casar continuava a ser o verbo supremoque toda adolescente devia conjugar.Sobretudo, casar virgem. Pelo menos, assimpensavam os mais velhos. A questo estavaem como agradar os homens. Os rapazesgostam de pequenas que saibam animar

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    uma palestra, opinava Tia Marta, em 1951,na revista A Cigarra, mas odeiam aspequenas que falam muito. (...) Se apequena usa cores alegres, bastantemaquilagem e chapus audaciosos, ele hesitaem sair com ela. Se ela usa um tailleur euma boina escura, ele sai com ela e passa otempo todo olhando as que usam coresalegres, bastante maquilagem e chapusaudaciosos. Ainda em 1958, escrevia MariaLuiza na seo Garotas de O Cruzeiro,condenando os excessos de carinhofeminino em pblico: Por mais que setenham modificado as regras do jogo, dotempo das cavernas para c, ainda est dep aquela que declara que a encabulada deveser a mulher. Eis aqui um mundo depreconceitos herdados das dcadasanteriores a respeito de como devia secomportar uma mulher. Os tabus aindaeram muitos. Fazia-se propaganda (afinal,no ela a alma do negcio?) de Modess,mas evitava-se a palavra menstruao. Amulher devia pintar o rosto, sobretudo oslbios, e fazer permanente nos cabelos paraparecer bela. Divrcio? Nem pensar. Mulherdesquitada era malvista, convinha evit-la.

    (Nosso sculo: 1945 1960. So Paulo: Abril Cultural, 1980.)

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  • Exame Discursivo Vestibular Estadual 20025

    LNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL COM REDAO

    TEXTO IV

    SINHA VITRIA

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    (A) realmente mulher bicho difcil de entender, (!. 6 - 7)Nesta passagem, o emprego do verbo no presente do indicativo contrasta com o restantedas formas verbais, todas flexionadas no tempo passado.

    Justifique esse emprego do presente do indicativo.

    (B) Calada naquilo, trpega, mexia-se como um papagaio, era ridcula. (!. 40 - 41)Este trecho, embora seja um discurso em terceira pessoa, corresponde fala do personagemFabiano e no a um enunciado do narrador.

    Retire do texto duas informaes que comprovem essa afirmativa.

    Sinha Vitria tinha amanhecido nos seusazeites. Fora de propsito, dissera ao maridoumas inconvenincias a respeito da cama devaras. Fabiano, que no esperava semelhantedesatino, apenas grunhira: Hum! hum! Eamunhecara, porque realmente mulher bicho difcil de entender, deitara-se na rede epegara no sono. Sinha Vitria andara paracima e para baixo, procurando em quedesabafar. Como achasse tudo em ordem,queixara-se da vida. E agora vingava-se emBaleia, dando-lhe um pontap.

    Avizinhou-se da janela baixa da cozinha, viuos meninos, entretidos no barreiro, sujos delama, fabricando bois de barro, que secavamao sol, sob o p de turco, e no encontroumotivo para repreend-los. Pensou de novona cama de varas e mentalmente xingouFabiano. Dormiam naquilo, tinham-seacostumado, mas seria mais agradveldormirem numa cama de lastro de couro,como outras pessoas.

    Fazia mais de um ano que falava nisso aomarido. Fabiano a princpio concordaracom ela, mastigara clculos, tudo errado.Tanto para o couro, tanto para a armao.Bem. Poderiam adquirir o mvel necessrioeconomizando na roupa e no querosene.

    Sinha Vitria respondera que isso eraimpossvel, porque eles vestiam mal, ascrianas andavam nuas, e recolhiam-setodos ao anoitecer. Para bem dizer, no seacendiam candeeiros na casa. Tinhamdiscutido, procurado cortar outras despesas.Como no se entendessem, Sinha Vitriaaludira, bastante azeda, ao dinheiro gastopelo marido na feira, com jogo e cachaa.Ressentido, Fabiano condenara os sapatosde verniz que ela usava nas festas, caros einteis. Calada naquilo, trpega, mexia-se como um papagaio, era ridcula. SinhaVitria ofendera-se gravemente com acomparao, e se no fosse o respeito queFabiano lhe inspirava, teria despropositado.Efetivamente os sapatos apertavam-lhe osdedos, faziam-lhe calos. Equilibrava-se mal,tropeava, manquejava, trepada nos saltosde meio palmo. Devia ser ridcula, mas aopinio de Fabiano entristecera-a muito.

    Desfeitas essas nuvens, curtidos os dissabores,a cama de novo lhe aparecera no horizonteacanhado.

    Agora pensava nela de mau humor. Julgava-a inatingvel e misturava-a s obrigaes dacasa.

    (RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1947.)

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  • Exame Discursivo Vestibular Estadual 20026

    LNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL COM REDAO

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    (A) O discurso da propaganda comercial comumente estruturado segundo a frmula Compreuma coisa e ganhe algo mais.

    Comprove esta afirmao mediante anlise comparativa das propagandas acima.

    (B) O duplo sentido uma estratgia de persuaso ou seduo freqente no discurso dapropaganda comercial.

    Identifique, na propaganda I, sobre xampu, um exemplo desse recurso e explique por quese trata de duplo sentido.

    (Adaptado de Marie Claire, junho 2000) (100 Anos de Propaganda. So Paulo: Abril Cultural, 1980.)

    PROPAGANDA I PROPAGANDA II

  • Exame Discursivo Vestibular Estadual 20027

    LNGUA PORTUGUESA INSTRUMENTAL COM REDAO

    RedaoRedaoRedaoRedaoRedao

    Os textos que compem esta prova expressam representaes discursivas isto , imagenssocialmente construdas da mulher. Tais representaes variam em funo da poca, do emissor,do provvel receptor e do meio de divulgao em que esses textos foram publicados.

    Redija um texto argumentativo em prosa, no qual fique claro seu ponto de vista sobre a seguintequesto:

    As representaes sobre a mulher sofreram mudanas atravs do tempo oupermanecem coexistindo na sociedade contempornea?

    Para o cumprimento desta tarefa, seu texto de, no mximo, 30 linhas deve:

    . apresentar elaborao prpria, que revele viso crtica do tema;

    . apresentar estrutura completa e coerente;

    . ser redigido em lngua culta padro.

    Sero aceitas transcries de fragmentos dos textos da prova, desde que no contrariem osrequisitos relacionados acima.

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    Empurro para o ENEM

    Redao & Filosofia Professor: Alexandre Guimares e Larissa Rocha

    10/07/2014

    Quando nos deparamos com a palavra filosofia, inicialmente sempre surge uma dvida: qual ser a implicao disso na minha vida? Esse pensamento ocorre muitas vezes pela falta de conhecimento sobre tema (por parte de alguns) e at pelo emprego informal dado ao termo. At que h o encontro entre sujeito e objeto, entre ns e a filosofia. Assusta pensar que algo to antigo possa influenciar e ser parte constante dos estudos atuais. Essa situao agrava-se quando passamos a enxergar filosofia em tudo que nos cerca. Muito bem, sinal de que voc tambm j foi mordido pelo esprito crtico. Fazer filosofia estar pronto e aberto a encarar desafios em si mesmo. descobrir que sabemos muito, na sutil contradio de que este muito quase nada. Passamos a enxergar com olhos quase infantis que somos capazes de aprender tudo novo de novo e de novo e de novo. surpreender-se com o que acontece, criticar de forma racional, fazer e ser, enfim, filosofia. Mas como consigo aplicar todo esse conhecimento em minha vida prtica? Simples! Faamos da nossa base, do nosso aprendizado, argumentos para um texto, uma discusso ou quem sabe uma redao? Fazer uso do nosso contedo para escrever e dar nfase aos nossos argumentos, pode ser um excelente artifcio para alcanarmos o nosso to sonhado 1000 (mil) na redao do ENEM. Para no deix-los na mo, vamos listar alguns pensadores e seus respectivos pensamentos que podem ser aproveitados na hora de executar a sua redao. Fiquem atentos aos temas e dicas!

    1. Poltica e tica: podemos citar os trs principais filsofos (Scrates, Plato e Aristteles), pois foram os que iniciaram o pensamento que serve de base para a poltica mundial. Socrates busca a relao entre a tica e a natureza do bem. Plato mostra que alcanar o bem relaciona-se com a capacidade de compreender bem. Distingue a sociedade em trs classes, onde em cada uma delas predominam suas virtudes e a justia consiste na harmonia entre estas. J Aristteles mostra que o homem busca uma vida feliz (eudaimonia), fim ltimo de todo homem. Para tal, deve buscar ser virtuoso e encontrar o justo meio. 2. Contrato social: importante perceber a diferena no pensamento de Hobbes e Rosseau. Ambos acreditam que a sociedade nasce de um contrato. O homem renuncia a sua liberdade natural e a posse de bens e concordam em transmitir o poder ao soberano, para que este possa criar e aplicar leis, tornando-se autoridade poltica. Hobbes considera que os homens no estado natural vivem como animais, eles se jogam uns contra os outros pelo desejo de poder, de riquezas, de propriedade. E Rousseau discorda afirmando que existe uma condio natural dos homens, mas uma condio de felicidade, de virtude e de liberdade que destruda apagada pela civilizao. 3. Poder: nesse contexto podemos citar o filsofo Focault. Mostra que, conforme a burguesia se constituiu numa classe dominante, interessou-se por meios mais eficazes de controle. A verdade est ligada a prticas de poder disseminadas no tecido social. Esse poder no

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    Empurro para o ENEM

    Redao & Filosofia Professor: Alexandre Guimares e Larissa Rocha

    10/07/2014

    exercido atravs da fora fsica, mas do adestramento do corpo e do comportamento, a fim de criar indivduos realmente adequados ao meio. A burguesia compreende perfeitamente que uma nova legislao ou uma nova constituio no sero suficientes para garantir sua hegemonia; ela compreende que deve inventar uma nova tecnologia que assegurar a irrigao dos efeitos do poder por todo o corpo social, at mesmo em suas menores partculas. 4. Liberdade: Sartre defendia que o indivduo era livre para criar sua prpria vida dentro das escolhas que fizer e tornar-se responsvel por elas. nesse processo de livre escolha que construmos nossa prpria existncia. Dentro dessa perspectiva defende que o homem encontra-se condenado a liberdade. Define que a M-f a atitude caracterstica de quem finge escolher, sem na verdade escolher (autoengano). Mas se verdadeiramente a existncia precede a essncia, o homem responsvel por aquilo que . Assim, o primeiro esforo do existencialismo o de pr todo homem no domnio do que ele e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existncia. E, quando dizemos que o homem responsvel por si prprio, no queremos dizer que o homem responsvel pela sua restrita individualidade, mas que responsvel por todos os homens. [...] Com efeito, no h dos nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, no crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. [...] Se a existncia, por outro lado, precede a essncia e se quisermos existir, ao mesmo tempo que construmos a nossa imagem, esta imagem vlida para todos e para toda a nossa poca. Assim, a nossa responsabilidade muito maior do que poderamos supor, porque ela envolve toda a humanidade. 5. Moral: nesse caso podemos citar Kant e seu estudo sobre os imperativos. Defende que a vontade humana verdadeiramente moral quando regida pelos imperativos categricos (ao necessria por si mesma), ou seja, a ao no deve ser movida por interesses que possuam qualquer objetivo. Nesse caso, o agir do ponto de vista moral estritamente voltado para a razo, a fim de preservar a dignidade humana. Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio..

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Texto I Ilha de Mar termo desta cidade da Bahia Silva Jaz oblqua forma e prolongada a terra de Mar toda cercada de Netuno, que tendo o amor constante, lhe d muitos abraos por amante, e botando-lhe os braos dentro dela a pretende gozar, por ser mui bela. (...) Vista por fora pouco apetecida, porque aos olhos por feia parecida; porm dentro habitada muito bela, muito desejada, como a concha tosca e deslustrosa, que dentro cria a prola fermosa. No falta aqui marisco saboroso, para tirar fastio ao melindroso; os polvos radiantes, os lagostins flamantes, camares excelentes, 3 que so dos lagostins pobres parentes; (...) As plantas sempre nela reverdecem, e nas folhas parecem, desterrando do Inverno os desfavores, esmeraldas de Abril em seus verdores, e delas por adorno apetecido faz a divina Flora seu vestido. As fruitas se produzem copiosas, e so to deleitosas, que como junto ao mar o stio posto, lhes d salgado o mar o sal do gosto. As canas fertilmente se produzem, e a to breve discurso se reduzem, que, porque crescem muito, em doze meses lhe sazona o fruito, (...) As laranjas da terra poucas azedas so, antes se encerra tal doce nestes pomos, que o tem clarificado nos seus gomos; mas as de Portugal entre alamedas so primas dos limes, todas azedas. (...)

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    As uvas moscatis so to gostosas, to raras, to mimosas; que se Lisboa as vira, imaginara que algum dos seus pomares as furtara; delas a produo por copiosa parece milagrosa, porque dando em um ano duas vezes, geram dous partos, sempre, em doze meses. (...)

    (OLIVEIRA, Manuel Botelho de. Ilha de Mar. in Poesia Barroca, org. por Pricles Eugnio da

    Silva Ramos. So Paulo: Melhoramentos, 1967.) Texto II Triste Bahia, oh quo dessemelhante Ests e estou do nosso antigo estado! Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, Rica te vi eu j, tu a mi abundante. A ti trocou-te a mquina mercante, Que em tua larga barra tem entrado, A mim foi-me trocando, e tem trocado, Tanto negcio e tanto negociante. Deste em dar tanto acar excelente Pelas drogas inteis que abelhuda Simples aceitas do sagaz brichote. Oh, se quisera Deus que de repente Um dia amanheceras to sisuda Que fora de algodo o teu capote!

    (Gregrio de Matos) Texto III Minha terra Todos cantam sua terra, Tambm vou cantar a minha, Nas dbeis cordas da lira

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Hei de faz-la rainha; Hei de dar-lhe a realeza Nesse trono de beleza Em que a mo da natureza Esmerou-se enquanto tinha. Correi pras bandas do sul: Debaixo dum cu de anil Encontrareis o gigante Santa Cruz, hoje Brasil; uma terra de amores Alcatifada de flores Onde a brisa fala amores Nas belas tardes de Abril. Tem tantas belezas, tantas, A minha terra natal, Que nem as sonha um poeta E nem as canta um mortal! uma terra encantada Mimosa jardim de fada Do mundo todo invejada, Que o mundo no tem igual. No, no tem, que Deus fadou-a Dentre todas a primeira: Deu-lhe esses campos bordados, Deu-lhe os leques da palmeira, E a borboleta que adeja Sobre as flores que ela beija, Quando o vento rumoreja Na folhagem da mangueira. um pas majestoso Essa terra de Tup, Desdo Amazonas ao Prata, Do Rio Grande ao Par! Tem serranias gigantes E tem bosques verdejantes Que repetem incessantes Os cantos do sabi. (...)

    (Casimiro de Abreu)

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Texto IV Ao Brasil Bela estrela de luz, diamante flgido da coroa de Deus, prola fina dos mares do ocidente, oh! como altiva sobre nuvens de ouro a fronte elevas afogando em chamas o velho continente! A Itlia meiga que ressona lnguida nos coxins de veludo adormecida como a escrava indolente; a Frana altiva que sacode as vestes entre o brilho das armas e as legendas de um passado fulgente. A Rssia fria -Mastodonte eterno! cuja cabea sobre os gelos dorme, e os ps ardem nas frguas; a Bretanha insolente que expelida de seus planos estreis se arremessa mordendo-se nas guas; A Espanha trbida; a Germnia em brumas; a Grcia desolada; a Holanda exposta das ondas ao furor... Uma inveja teu cu, outra teu gnio, esta a riqueza, a robustez aquela, e todas o valor! Oh! terra de meu bero, oh ptria amada, ergue a fronte gentil ungida em glrias de uma grande nao! Quando sofre o Brasil, os brasileiros lavam as manchas, ou debaixo morrem do santo pavilho!...

    (Fagundes Varela)

    Texto V

    Instinto de nacionalidade (fragmento)

    Compreendendo que no est na vida indiana todo o patrimnio da literatura brasileira, mas apenas um legado, to brasileiro como universal, no se limitam os nossos escritores a essa

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    s fonte de inspirao. Os costumes civilizados, ou j do tempo colonial, ou j do tempo de hoje, igualmente oferecem imaginao boa e larga matria de estudo. No menos que eles, os convida a natureza americana, cuja magnificncia e esplendor naturalmente desafiam a poetas e prosadores. O romance, sobretudo, apoderou-se de todos esses elementos de inveno, a que devemos, entre outros, os livros dos Srs. Bernardo Guimares, que brilhante e ingenuamente nos pinta os costumes da regio em que nasceu, J. de Alencar, Macedo, Slvio Dinarte (Escragnolle Taunay), Franklin Tvora, e alguns mais. Devo acrescentar que neste ponto manifesta-se s vezes uma opinio, que tenho por errnea: a que s reconhece esprito nacional nas obras que tratam de assunto local, doutrina que, a ser exata, limitaria muito os cabedais da nossa literatura. (...)e perguntarei mais se o Hamlet, o Otelo, o Jlio Csar, a Julieta e Romeu tm alguma coisa com a histria inglesa nem com o territrio britnico, e se, entretanto, Shakespeare no , alm de um gnio universal, um poeta essencialmente ingls. No h dvida que uma literatura, sobretudo uma literatura nascente, deve principalmente alimentar-se dos assuntos que lhe oferece a sua regio; mas no estabeleamos doutrinas to absolutas que a empobream. O que se deve exigir do escritor antes de tudo, certo sentimento ntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu pas, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espao. (...)

    (Machado de Assis)

    Texto VI Erro de portugus Quando o portugus chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o ndio Que pena! Fosse uma manh de sol O ndio tinha despido O portugus

    (Oswald de Andrade) Texto VII Vcio na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mi Para pior pi Para telha dizem teia

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Para telhado dizem teiado E vo fazendo telhados

    (Oswald de Andrade)

    O capoeira Qu apanh sordado? O qu? Qu apanh? Pernas e cabeas na calada.

    (Oswald de Andrade) Texto VIII Descobrimento Abancado escrivaninha em So Paulo Na minha casa da rua Lopes Chaves De sopeto senti um frime por dentro. Fiquei trmulo, muito comovido Com o livro palerma olhando pra mim. No v que me lembrei l no norte, meu Deus! muito longe de mim, Na escurido ativa da noite que caiu, Um homem plido, magro de cabelo escorrendo nos olhos Depois de fazer uma pele com a borracha do dia, Faz pouco se deitou, est dormindo. Esse homem brasileiro que nem eu...

    (ANDRADE, Mrio de. Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993, p.203.) Texto IX Ptria minha A minha ptria como se no fosse, ntima Doura e vontade de chorar; uma criana dormindo minha ptria. Por isso, no exlio Assistindo dormir meu filho Choro de saudades de minha ptria.

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Se me perguntarem o que a minha ptria direi: No sei. De fato, no sei Como, por que e quando a minha ptria Mas sei que a minha ptria a luz, o sal e a gua Que elaboram e liquefazem a minha mgoa Em longas lgrimas amargas. Vontade de beijar os olhos de minha ptria De nin-la, de passar-lhe a mo pelos cabelos... Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) to feias De minha ptria, de minha ptria sem sapatos E sem meias ptria minha To pobrinha! Porque te amo tanto, ptria minha, eu que no tenho Ptria, eu semente que nasci do vento Eu que no vou e no venho, eu que permaneo Em contato com a dor do tempo, eu elemento De ligao entre a ao o pensamento Eu fio invisvel no espao de todo adeus Eu, o sem Deus! (...) Fonte de mel, bicho triste, ptria minha Amada, idolatrada, salve, salve! Que mais doce esperana acorrentada O no poder dizer-te: aguarda... No tardo! (...) Mais do que a mais garrida a minha ptria tem Uma quentura, um querer bem, um bem Um libertas quae sera tamem Que um dia traduzi num exame escrito: "Liberta que sers tambm" E repito! (...)

    (Vinicius de Moraes)

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Texto X Tropiclia Sobre a cabea os avies Sob os meus ps, os caminhes Aponta contra os chapades, meu nariz Eu organizo o movimento Eu oriento o carnaval Eu inauguro o monumento No planalto central do pas Viva a bossa, sa, sa Viva a palhoa, a, a, a, a O monumento de papel crepom e prata Os olhos verdes da mulata A cabeleira esconde atrs da verde mata O luar do serto O monumento no tem porta A entrada uma rua antiga, Estreita e torta E no joelho uma criana sorridente, Feia e morta, Estende a mo Viva a mata, ta, ta Viva a mulata, ta, ta, ta, ta No ptio interno h uma piscina Com gua azul de Amaralina Coqueiro, brisa e fala nordestina E faris Na mo direita tem uma roseira Autenticando eterna primavera E no jardim os urubus passeiam A tarde inteira entre os girassis Viva Maria, ia, ia Viva a Bahia, ia, ia, ia, ia No pulso esquerdo o bang-bang Em suas veias corre muito pouco sangue

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    Redao & Literatura Professor: Rafael Cunha e Diogo Mendes

    15/07/2014

    Mas seu corao Balana a um samba de tamborim Emite acordes dissonantes Pelos cinco mil alto-falantes Senhoras e senhores Ele pes os olhos grandes sobre mim Viva Iracema, ma, ma Viva Ipanema, ma, ma, ma, ma Domingo o fino-da-bossa Segunda-feira est na fossa Tera-feira vai roa Porm, o monumento bem moderno No disse nada do modelo Do meu terno Que tudo mais v pro inferno, meu bem Que tudo mais v pro inferno, meu bem Viva a banda, da, da Carmen Miranda, da, da, da da, da da da

    (Caetano Veloso)

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    Redao & Geografia Professor: Alexandre Guimares e Cludio Hansen

    17/07/2014

    FACES DA INTOLERNCIA NA CONTEMPORANEIDADE Maria Carolina Morais

    Leitura Flutuante, n. 4, pp. 195-206, 2012. Zizek nos explica que a regra fundamental introduzida por Hegel de que o excesso de objetividade e o reinado do universalismo abstrato que impe leis mecnicas de respeito mtuo ignoram a constituio subjetiva do sujeito que se encontra envolvido neles. E esse tipo de ambiente tambm propcio para que o excesso de subjetividade, com seus caprichos e irregularidades, tambm venha tona. Segundo Balibar, h dois tipos de violncia excessiva que, apesar de parecerem opostos, se complementam.

    De acordo com Zizek, o segundo tipo de violncia possui sua prpria forma de operar. Na qual no h nenhum respaldo terico; est fundada no prprio discurso social e encontra como fonte de explicao ou justificativa para a violncia a funo paterna que se encontra deslegitimada, a mobilidade social reduzida... Ou seja, agressores sabem exatamente o que esto fazendo, e, mesmo assim, o fazem. Por conseguinte,

    Esse o resultado de vivermos em uma sociedade de total livre escolha, deslegitimada, deriva - e esta a face principal para a relativizao do sujeito. Segundo Zizek, o inconsciente e seus sintomas perderam sua inocncia tudo hoje passvel de interpretao, e essa interpretaes vazia-se de sentido real, cai nas garras do imediatismo do gozo, deixando o sintoma intacto. Vdeo Human Rigths http://br.humanrights.com/#/videos http://br.humanrights.com/what-are-human-rights/videos/innocent-till-proven-guilty.html

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    Redao & Geografia Professor: Alexandre Guimares e Cludio Hansen

    17/07/2014

    Reportagem sobre Homofobia na Rssia http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/02/human-rights-watch-lanca-campanha-contra-a-homofobia-na-russia-assista/ Reportagem sobre Xenofobia no Brasil http://noticias.terra.com.br/brasil/imigrantes-haitianos-sofrem-racismo-e-xenofobia-no-brasil,a55e260ac95f5410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

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    Redao & Geografia Professor: Rafael Cunha e Maurcio Martins

    22/07/2014

    Hoje, vocs acompanharo uma aula de Redao e Geografia que se basear nos seguintes textos, linkados abaixo:

    Apoiando o Uruguai na regulao da maconha http://oglobo.globo.com/opiniao/apoiando-uruguai-na-regulacao-da-maconha-9045080

    Manifesto contra a legalizao das drogas no Brasil https://www.change.org/pt-BR/peti%C3%A7%C3%B5es/congresso-nacional-manifesto-contra-a-legaliza%C3%A7%C3%A3o-das-drogas-no-brasil?recruiter=86513957&utm_campaign=mailto_link&utm_medium=email&utm_source=share_petition

    preciso ensinar a usar drogas, diz neurocientista http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/05/1452694-e-preciso-ensinar-a-usar-drogas-diz-neurocientista.shtml

    Legalizao das drogas e sade pblica http://www.uniad.org.br/desenvolvimento/index.php/artigos/3875-legalizacao-de-drogas-e-a-saude-publica

    10 razes para legalizar as drogas http://www.diplomatique.org.br/editorial.php?edicao=2 Alm dos textos de apoio, confira tambm este vdeo sobre o assunto:

    Fernando Henrique Cardoso defende a regulamentao da maconha https://www.youtube.com/watch?v=4hw4zj07mSA#t=14