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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM CURSO GRATUITO DE RESOLUÇÃO DE QUESTÕES PRÁTICA DE TRABALHO 3º EO 2009 Professora Aryanna Linhares Manfredini 1

questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

CURSO GRATUITO DE RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

PRÁTICA DE TRABALHO

3º EO 2009

Professora Aryanna Linhares Manfredini

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 1: O advogado da empresa Delta, munido do instrumento de

procuração, compareceu a uma audiência de conciliação, à qual o preposto da

reclamada não compareceu. Diante dessa situação hipotética, responda, de

forma justificada, à seguinte pergunta: Deve ser aplicada a revelia à empresa

Delta?

GABARITO: Segundo o art. 844, da CLT o não comparecimento da reclamada,

importa em revelia, além de confissão quanto à matéria de fato. No mesmo

sentido, dispõe o enunciado da súmula 122 do TST, o qual estabelece

expressamente que ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, a

reclamada será revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração.

SÚMULA 122, TST. A reclamada, ausente à audiência em que deveria

apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de

procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante a apresentação de atestado

médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção

do empregador ou do seu preposto no dia da audiência.

QUESTÃO 2: A empresa Orvalho Matinal litigava contra um ex-empregado na

justiça do trabalho em processo que corria sob o rito sumaríssimo. O juiz de 1.º

grau julgou procedente a ação, tendo sido a sentença confirmada pelo tribunal

regional do trabalho. O advogado da empresa resolveu interpor recurso de

revista. Ao fundamentar seu recurso, o advogado alegou que a decisão do

tribunal regional contrariava o disposto em uma orientação jurisprudencial da

SBDI 1, do Tribunal Superior do Trabalho, sendo este argumento o único de

mérito presente no recurso de revista. Na situação hipotética apresentada, o

recurso de revista interposto pelo advogado da empresa Orvalho Matinal está

apto a ser conhecido? Justifique a sua resposta. (CESPE 2008.1)

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GABARITO: Não, pois o recurso de revista tem hipóteses específicas para que

seja admissível. No rito sumaríssimo, o recurso de revista só poderá ser

interposto se houver contrariedade a súmula ou a CF.

QUESTÃO 3: Antônio moveu reclamação trabalhista contra a empresa Lua

Cheia, pleiteando, em sede de antecipação de tutela, a sua reintegração no

emprego. Ao apreciar tal pedido, o juiz determinou, sem a oitiva da parte

contrária, a imediata reintegração de Antônio. Na mesma decisão, o juiz

determinou a notificação das partes para comparecimento à audiência inaugural.

A empresa foi notificada para o cumprimento da ordem de reintegração deferida.

Considerando a situação hipotética apresentada, na condição de advogado(a)

da empresa, especifique, de forma fundamentada, o instrumento processual

hábil para buscar reverter a decisão do juiz. (CESPE 2008.2)

GABARITO: O instrumento processual é o mandado de segurança, pois, no

processo do trabalho, decisão interlocutória não comporta impugnação por

recurso (súmula 414, II do TST).

SÚMULA 414, II DO TST. No caso da tutela antecipada (ou liminar) ser

concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em

face da inexistência de recurso próprio.

QUESTÃO 4: Considere que, em uma reclamação trabalhista, o juiz tenha

concedido, na sentença, a antecipação da tutela e que o advogado da empresa

reclamada tenha interposto recurso ordinário contra essa decisão. Nessa

situação, caso se objetive a concessão do efeito suspensivo ao recurso ordinário

interposto, que providência deve ser tomada? Fundamente sua resposta com

base no entendimento do Tribunal Superior do Trabalho. (CESPE 2009.2)

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GABARITO: O advogado deverá mover uma ação cautelar, apresentando os

fundamentos necessários para pedir que seja aplicado o efeito suspensivo ao

recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito

suspensivo a recurso, conforme entendimento pacificado no TST, por intermédio

da Súmula 414, I.

SÚMULA 414, I DO TST. A antecipação da tutela concedida na sentença não

comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável

mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito

suspensivo a recurso.

QUESTÃO 5: Ana Maria Braga e a Empresa TV Grande pactuaram acordo para

resolução de reclamação trabalhista. Formalizaram o acordo por escrito e

encaminharam petição ao juiz, com cópia de acordo em anexo, formulando

pedido de homologação. O juiz, contudo, não homologou o acordo. Pedro,

então, impetrou mandado de segurança contra o juiz, pleiteando a homologação

do acordo via concessão do mandado de segurança. Segundo entendimento do

TST, será concedida a segurança?

GABARITO: Segundo Súmula 418 do TST, a homologação de acordo constitui

faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via do mandado

de segurança.

SÚMULA 418, TST. A concessão de liminar ou a homologação de acordo

constituem faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo tutelável pela via

do mandado de segurança.

QUESTÃO 6: João prestou serviços pessoalmente, como representante

comercial devidamente inscrito no CORCESP, para determinada empresa, pelo

período de 10 anos. Rescindido o contrato por deliberação da representada no

início de 2008, sem qualquer causa justificada, João postulou na justiça do

trabalho os direitos decorrentes da lei que regulamenta a atividade dos

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representantes comerciais autônomos. O juízo do trabalho, em despacho

liminar, deu-se por incompetente, sob o fundamento de tratar-se de mera

prestação de serviços e não de vínculo de emprego.

Nessa situação, o posicionamento do juízo do trabalho está correto?

Fundamente sua resposta. (OAB/SP – 135º EXAME DA ORDEM)

GABARITO: O posicionamento está incorreto, haja vista a Emenda

Constitucional 45, que deu nova redação ao art. 114 do Constituição Federal,

ampliando a competência da justiça do trabalho para questões de prestação de

serviços em que o autor seja pessoa natural.

QUESTÃO 7: Uma entidade filantrópica figurou como reclamada em reclamação

trabalhista movida por um ex-empregado e obteve o benefício da assistência

judiciária gratuita deferido pelo juiz. Após a instrução processual, o juiz proferiu

sentença, julgando procedente o pedido formulado pelo reclamante na inicial,

tendo o valor da condenação alcançado o montante de R$ 9.500,00. Nessa

situação hipotética, caso a entidade filantrópica tenha interesse em interpor

recurso ordinário contra a sentença proferida pelo juiz, ela deve proceder ao

recolhimento do depósito recursal? Justifique a resposta. (CESPE OAB 2009.2)

GABARITO: A entidade filantrópica beneficiária da justiça gratuita, caso queira

interpor recurso ordinário em face de sentença condenatória não precisará

efetuar o depósito recursal, em face da Lei Complementar 132/09, que

inseriu o inciso VII ao artigo 3º da Lei 1060/50.

Art. 3º, Lei 1060/50. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções:VII – dos depósitos previstos em lei para interposição de recurso, ajuizamento de ação e demais atos processuais inerentes ao exercício da ampla defesa e do contraditório. (Incluído pela Lei Complementar nº 132, de 2009).

QUESTÃO 8: O advogado da massa falida da empresa Ômega interpôs recurso

ordinário de sentença de 1.º grau que havia estabelecido condenação da massa

falida em verbas trabalhistas de ex-empregado. Entretanto, o referido advogado

não efetuou o recolhimento do preparo nem pagou as custas processuais.

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Nesse caso, o recurso ordinário deve ser considerado deserto? Justifique a sua

resposta.

GABARITO: Não, pois não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta

de pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação (Súmula 86,

TST).

SÚMULA 86, TST. Não ocorre deserção de recurso da massa falida por falta de

pagamento de custas ou de depósito do valor da condenação. Esse privilégio,

todavia, não se aplica à empresa em liquidação extrajudicial.

QUESTÃO 9: A empresa Bolachas, durante uma inspeção do Ministério do

Trabalho, foi autuada, sendo que o agente de inspeção lhe impôs uma multa.

Inconformada, a empresa apresentou defesa no prazo de 10 dias. Contudo, a

multa foi mantida. Com isso, foi interposto recurso administrativo, o qual foi

indeferido pelo seguinte despacho: diante da falta de comprovação do depósito

do valor da multa, indefere-se o seguimento do recurso. Pergunta-se: A conduta

deste órgão está em consonância com o entendimento do TST? (Questão

formulada pelo professor)

GABARITO: Não, pois a Súmula 424 do TST afirma que o § 1º do art. 636 da

CLT, que estabelece a exigência de prova do depósito prévio do valor da multa

cominada em razão de autuação administrativa como pressuposto de

admissibilidade de recurso administrativo, não foi recepcionado pela

Constituição Federal de 1988, ante a sua incompatibilidade com o inciso LV do

art. 5º. No mesmo sentido, dispõe a súmula vinculante 21 do STF: É

inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou

bens para admissibilidade de recurso administrativo.

SÚMULA 424, TST. O § 1º do art. 636 da CLT, que estabelece a exigência de

prova do depósito prévio do valor da multa cominada em razão de autuação

administrativa como pressuposto de admissibilidade de recurso administrativo,

não foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988, ante a sua

incompatibilidade com o inciso LV do art. 5º.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

SÚMULA VINCULANTE 21, STF. É inconstitucional a exigência de depósito ou

arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso

administrativo.

QUESTÃO 10: "A" promoveu reclamação trabalhista contra a empresa "B",

pleiteando equiparação salarial com o paradigma "C". A empresa "B" contestou

o feito, alegando que o paradigma, apesar de trabalhar na mesma função do

Reclamante, fazia-o em outra unidade, ou seja, enquanto o Reclamante

trabalhava em São Paulo – Capital, o paradigma trabalhava na Cidade de

Varginha – MG, e a diferença salarial derivava das convenções coletivas de

trabalho que determinavam salários diferenciados. A Vara do Trabalho julgou

procedente a Reclamação. Nesta situação hipotética, que medida deve ser

adotada pelo advogado de “B”? Apresente devidos fundamentos legais.

GABARITO: Recurso Ordinário, alegando que, para a existência da equiparação

salarial, devem ter o Reclamante e o paradigma trabalhado na mesma

localidade. (artigo 461 da CLT).

QUESTÃO 11: Sendo duas as empresas reclamadas, condenadas ambas

solidariamente, interposto o recurso também por ambas, apenas com a alegação

de ser insubsistente a condenação, diante das provas produzidas, o depósito

recursal deve ser efetuado por ambas ou o depósito feito por uma das

condenadas favorece a outra? Justifique.

GABARITO: O depósito efetuado por uma das empresas favorece a outra,

quando não haja pedido de exclusão da lide, nos termos da Súmula 128, III, do

TST.

SÚMULA 128, III DO TST. Havendo condenação solidária de duas ou mais

empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais,

quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.

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QUESTÃO 12: Tendo sido julgada parcialmente procedente reclamatória

trabalhista, no prazo concedido para apresentar suas contra-razões ao Recurso

Ordinário da empresa, o reclamante apresentou Recurso Adesivo. O Juízo

rejeitou, de plano, o referido recurso adesivo, sob o fundamento de expressa

vedação constante do Enunciado 175-TST. Está correta tal deliberação?

Discorra e fundamente.

GABARITO: Não. Referido Enunciado foi, de há muito, revisto e cancelado,

prevalecendo hoje pacífica jurisprudência que entende compatível o Recurso

Adesivo em matéria trabalhista, em especial a Súmula 283, do TST.

SÚMULA 283, TST. O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho

e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso

ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário

que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto

pela parte contrária.

QUESTÃO 13: É possível a juntada de documentos em sede de recurso?

(CESPE OAB SP 112)

GABARITO: A juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando

provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato

posterior à sentença (Súmula 8 do TST).

SÚMULA 8, TST. A juntada de documentos na fase recursal só se justifica

quando provado o justo impedimento para sua oportuna apresentação ou se

referir a fato posterior à sentença.

QUESTÃO 14: Pelo princípio da subsidiariedade, cabe Agravo Retido no

processo trabalhista? Responda e fundamente. (CESPE OAB SP 119)

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GABARITO: Não. O processo do trabalho se rege pelo princípio da

irrecorribilidade das decisões interlocutórias. É o Agravo de Instrumento que

serve para destrancar recurso – artigo 897 “b” da CLT, inexistindo previsão de

Agravo Retido no artigo 893 da CLT. Para que não se alegue preclusão, a parte

deverá consignar protesto.

QUESTÃO 15: Empregado transferido provisoriamente é dispensado sem justa

causa, não tendo recebido pagamento de aviso prévio e de adicional de

transferência. Ajuíza reclamação para cobrar as parcelas, correspondendo o

aviso prévio a R$ 1.000,00 e o adicional de transferência a R$ 5.000,00. O

pedido é julgado parcialmente procedente em primeiro grau e segundo grau,

deferindo-se o pagamento de aviso prévio, mas não de adicional de

transferência, sob o argumento de ser indevida a parcela no caso de

transferência provisória. Publicado o acórdão, o empregador apresenta recurso

de embargos de declaração, para corrigir omissão no julgado, a respeito da

época própria para atualização da parcela deferida. O empregado, somente

depois de publicado o acórdão proferido nos embargos de declaração,

apresenta recurso de revista, sob alegação de ofensa ao art. 469, da CLT. O

Presidente do Tribunal Regional do Trabalho indefere o processamento do

recurso, com a alegação de intempestividade. Aduz que, não havendo o

empregado apresentado embargos de declaração, o prazo para interposição de

recurso de revista fluiu a partir do primeiro acórdão. Como advogado do

empregado, mencione a medida processual adequada, apresentando os devidos

fundamentos legais.

GABARITO: A medida processual adequada corresponde ao recurso de agravo

de instrumento. No agravo deve-se alegar a tempestividade do recurso de

revista, tendo em vista que os embargos de declaração, nos termos do art. 538,

do CPC, interrompem o prazo para outros recursos em favor de qualquer das

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partes. O agravo deverá conter indicação das peças obrigatórias e necessárias à

compreensão da controvérsia.

QUESTÃO 16: Em determinada reclamatória trabalhista, foi proferida sentença

parcialmente procedente. No terceiro dia, após a publicação da sentença, o

advogado da empresa interpôs recurso ordinário. Ocorre que, no dia seguinte, o

advogado do empregado interpôs embargos de declaração. O juiz, ao analisar

os embargos, alterou a sua decisão, de forma que a sentença passou a ser

totalmente procedente. Neste caso, como advogado da empresa, adote a

medida cabível para impugnar os pontos alterados na sentença. (Questão

formulada pelo professor)

GABARITO: O advogado da empresa deve interpor um RO Complementar, o

qual versará, exclusivamente, sobre a matéria alterada pelos embargos

declaratórios.

QUESTÃO 17: João empregado da Empresa Faz Tudo Ltda., foi acometido de

doença laboral, em 27 de setembro de 2005, o que provocou o seu afastamento.

Após 15 dias de afastamento, ele foi encaminhado à perícia médica do INSS,

que o declarou inapto para o serviço. A partir dessa data João passou a receber

auxílio-doença acidentário, pago pelo INSS. Em 27 de abril de 2006, o instituto

cessou o pagamento do auxílio, em virtude de ter sido constatada a recuperação

da capacidade laborativa de João, em exame médico realizado pela Previdência

Social. Em 4 de junho de 2006 João ainda não havia retornado ao emprego,

nem apresentado qualquer justificativa para esse fato. Assim, discorra de forma

fundamentada sobre a existência ou não de direito de João à estabilidade

provisória no emprego e sobre as conseqüências legais relativas ao fato de João

ainda não ter retornado ao emprego.

GABARITO: Segundo o art. 118 da Lei 8212/91 e Súmula 378 do TST João

teria estabilidade no emprego de no mínimo 12 meses pelo fato de ter ficado

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afastado do emprego por período superior a 15 dias, recebendo auxílio-doença

acidentário. Contundo o não-retorno de João ao serviço até 4 de junho configura

abandono de emprego, conforme Súmula 32 do TST.

SÚMULA 378, TST. I - É constitucional o artigo 118 da Lei nº 8.213/1991 que

assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a

cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado.

II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a

15 dias e a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário, salvo se

constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de

causalidade com a execução do contrato de emprego.

SÚMULA 32, TST. Presume-se o abandono de emprego se o trabalhador não

retornar ao serviço no prazo de 30 (trinta) dias após a cessação do benefício

previdenciário nem justificar o motivo de não o fazer.

QUESTÃO 18: A reconvenção pode ser indeferida liminarmente porque não é

admitida no processo trabalhista ou por outra causa? Fundamente. (CESPE

OAB SP 121)

GABARITO: A reconvenção é admitida no processo trabalhista (artigo 769 da

CLT), e, em sendo ação, pode ser indeferida liminarmente quando não se

apresentar com os requisitos da lei processual atinentes à petição inicial (artigo

315 c/c os artigos 282, 284 e 295, todos do CPC).

QUESTÃO 19: O advogado da empresa Beta interpôs agravo de petição

apresentando fundamentação genérica, sem especificar a matéria e os valores

impugnados.

Considerando que no processo do trabalho é cabível agravo de petição das

decisões do juiz do trabalho em execuções, responda, de forma justificada, à

seguinte pergunta relativa à situação hipotética apresentada acima. O recurso

interposto pelo advogado está apto a ser conhecido e provido?

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GABARITO: Não, pois de acordo com o disposto no art. 897, § 1º da CLT, o

agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar,

justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução

imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de

sentença.

QUESTÃO 20: Qual o meio processual adequado para cobrar importância cujo

pagamento está previsto em acordo celebrado perante comissão de conciliação

instituída no âmbito da categoria profissional do empregado?

GABARITO: O acordo celebrado perante comissão de conciliação, constitui

titulo executivo extrajudicial. O meio adequado para cobrar a importância nele

prevista corresponde à ação de execução, nos termos dos arts. 876 e seguintes

da CLT.

QUESTÃO 21: Os empregados da Empresa Devo Não Nego Ltda., ameaçam

deflagar greve com o objetivo de pressionar a empresa para conceder reajuste

salarial, invadir sua sede, impedindo que o empregador e outros empregados

que não aderirem à greve ingressassem em suas dependências. Qual seria a

medida judicial cabível para proteger os interesses da Empresa e assegurar o

acesso dos empregados e do empregador a mesma? Justifique sua resposta?

GABARITO: A medida cabível é o interdito proibitório, previsto nos arts. 920 e

ss e 932 do CPC , de competência da justiça do trabalho, como determinado

pelo art. 114, II, da CF e confirmado pela súmula vinculante nº 23 do STF que

estabelece que cabe a esta Justiça Especializada processar e julgar as ações

possessórias ajuizadas em decorrência do exercício do direito de greve.

SÚMULA VINCULANTE 23, STF. A Justiça do Trabalho é competente para

processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do

direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

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QUESTÃO 22: Considere que o presidente da CIPA no âmbito de determinada

empresa tenha sido demitido sem justa causa. Nessa situação, tendo em vista a

função desempenhada pelo empregado, caberia reclamação trabalhista contra o

ato do empregador?

GABARITO: A CIPA tem composição paritária, sendo que metade dos

representantes são eleitos em escrutínio secreto pelos empregados (art. 164 §

2º da CLT), a outra metade é indicada pelo empregador (art. 164, § 1º da CLT).

O art. 10, II, alínea "a", do ADCT, CF/88, bem como o artigo 165 da CLT, vedam

a dispensa sem justa causa do empregado eleito para o cargo de direção da

CIPA, desde o registro da candidatura até um ano após o final de seu mandato.

No entanto, assevera-se que tal dispositivo só é aplicável ao empregado eleito

pelos demais empregados. No caso do Presidente da CIPA, o qual é designado

pelo empregador, anualmente, dentre os seus representantes (art. 164, § 5º, da

CLT), este não tem direito à estabilidade no emprego, descabendo qualquer

reclamação trabalhista objetivando reintegrar o obreiro no emprego.

QUESTÃO 23: Maurício laborava para a empresa Serve Bem Ltda., esta lhe

fornecia seguro de vida. Após ter sido demitido sem justa causa, Maurício

ajuizou "RT" contra a empresa, pleiteando a integração do valor do seguro de

vida ao seu salário. O pedido de Maurício encontra amparo legal? Justifique.

GABARITO: O pedido não encontra amparo legal, uma vez que o artigo 458, §

2º, V da CLT afirma, expressamente, que o seguro de vida não será considerado

salário utilidade. Portanto, a parcela não é considerada salário ‘in natura’ e não

será integrada ao valor do salário.

QUESTÃO 24: Arquimedes, desde sua admissão, exerceu a função de gerente

de atendimento de agência bancária, razão pela qual percebia uma gratificação

no importe de um terço sobre seu salário do cargo efetivo. Cumpria a jornada de

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trabalho das 8h ás 18 horas, com duas horas de intervalo intrajornada. O banco

não possuía banco de horas. Arquimedes foi demitido em 20/12/09 e, em

reclamação trabalhista, postulou horas extras. Neste caso, qual a argumentação

que o banco deve utilizar para a defesa do banco quanto às horas extras

pleitadas? Fundamente.

GABARITO: Nesta situação hipotética, o banco deve embasar sua defesa no

artigo 224, § 2º da CLT, segundo o qual a jornada de 06 horas contínuas e 30

horas de trabalho por semana não se aplicam aos que exercem funções de

direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem

outros cargos de confiança, desde que o valor da gratificação não seja inferior a

um terço do salário do cargo efetivo. A defesa deve arguir também a enunciado

da Súmula 102, II do TST, a qual afirma que o bancário que exerce a função a

que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um

terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias

excedentes de seis. Observa-se que o Reclamante laborava 8 horas diárias,

portanto estas já eram remuneradas, pois recebia gratificação no importe de um

terço do salário. Conclui-se que o reclamante não tem direito a horas extras.

SÚMULA 102, II, TST. O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do

art. 224 da CLT e recebe gratificação não inferior a um terço de seu salário já

tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis.

QUESTÃO 25: O banco Cidade contratou Nélson, diretamente, para trabalhar

como vigilante. Após o término da relação de emprego, Nelson ajuizou ação

trabalhista postulando seu enquadramento como bancário e, consectariamente,

o recebimento de horas extras, conforme o art. 224 da CLT, bem como o

pagamento de parcelas previstas em normas coletivas dos bancários. Com

relação à situação hipotética apresentada, indaga-se: O obreiro deve ser

enquadrado como bancário? São-lhe devidas as pleiteadas horas extras e as

parcelas referentes às normas coletivas dos bancários? Fundamente a sua

resposta.14

Page 15: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

GABARITO: O obreiro não deve ser enquadrado como bancário, pois vigilante

contratado por banco ou por intermédio de empresas especializadas não é

bancário. Logo, não são devidas as horas extras e as parcelas referentes às

normas coletivas dos bancários (Súmula 257, TST).

SÚMULA 257, TST. O vigilante, contratado diretamente por banco ou por

intermédio de empresas especializadas, não é bancário.

QUESTÃO 26: Empresa que fornecia ônibus executivo para o transporte dos

empregados, que se deslocavam para local de fácil acesso e com

disponibilidade de transporte público, recusou-se a considerar tal percurso como

de horas “in itinere”. A posição da empresa está correta ? Fundamente.

GABARITO: Sim, a posição da empresa está correta. A matéria foi objeto da

Súmula 90 do TST, que culminou por ser incorporada no ordenamento por meio

do art. 58, par. 2º da CLT, que estabelece de forma taxativa as condições para

que o tempo de percurso seja computado na jornada de trabalho.

SÚMULA 90, TST. I - O tempo despendido pelo empregado, em condução

fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso ou não

servido por transporte regular público, e para o seu retorno, é computável na

jornada de trabalho.

II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do

empregado e os do transporte público regular é circunstância que também gera

o direito às horas "in itinere".

III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas

"in itinere".

IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em

condução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho

não alcançado pelo transporte público.

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de

trabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado como

extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

QUESTÃO 27: João das Cores ajuizou reclamatória trabalhista pleiteando

adicional de insalubridade. Ao deferir a realização de perícia técnica o juiz exigiu

a realização de depósito prévio dos honorários periciais. A atitude do juiz está

correta? Responda fundamentadamente.

GABARITO: Segundo OJ 98, SDI-II, é ilegal a exigência de depósito prévio para

custeio de honorários periciais, dada a incompatibilidade com o processo do

trabalho, sendo cabível o mandado de segurança, visando a realização de

perícia , independentemente do depósito.

OJ 98, SDI-2, TST. É ilegal a exigência de depósito prévio para custeio dos

honorários periciais, dada a incompatibilidade com o processo do trabalho,

sendo cabível o mandado de segurança visando à realização da perícia,

independentemente do depósito.

QUESTÃO 28: Geraldo é gerente de vendas em uma sapataria e recebe, além

do salário e das horas extras trabalhadas, um adicional pela função que exerce.

Entretanto, no demonstrativo de pagamento entregue a Geraldo todos os meses,

não há discriminação das verbas remuneratórias, sendo todas elas englobadas

sob o título de salário. Considerando a situação hipotética apresentada,

caracterize a forma de remuneração paga a Geraldo, explicitando, com a devida

fundamentação jurídica, se ela é admitida no âmbito do direito do trabalho.

(CESPE OAB SP 137)

GABARITO: Considera-se como salário complessivo aquele que pretende

abranger várias verbas salariais, englobadamente; todos os pagamentos

devidos pelo empregador devem ser claramente descritos nos recibos de

pagamento, sob pena de configuração de salário complessivo, o que é

16

Page 17: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

repudiado pelo direito do trabalho, de modo que é vedado o pagamento de

parcelas salariais distintas sob o mesmo título, sem que seja feita a

discriminação isolada de cada uma delas nos demonstrativos de pagamento

(Súmula 91/TST);

É forma de remuneração que possibilita a fraude aos direitos trabalhistas,

porque a indiscriminação das parcelas salariais não permite concluir se foram

elas efetivamente pagas, podendo dar ensejo a renúncia prévia a direitos na

fórmula de salário conjunto (art. 9.º da CLT).

SÚMULA 91, TST. Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância

ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou

contratuais do trabalhador.

QUESTÃO 29: Evilásio foi contratado pela empresa de calhas Chove Mas Não

Molha Ltda. para trabalhar como instalador de calhas, das 8h00 às 12h00. O

piso salarial da categoria, previsto em convenção coletiva de trabalho, era de R$

1.000,00 no período em que trabalhou. Apesar disso, sempre recebeu apenas

R$ 500,00. Evilásio tem direito as diferenças salariais? Fundamente a sua

resposta no posicionamento do TST.

GABARITO: Nos termos da Orientação Jurisprudencial 358, da SDI-1, do

Tribunal Superior do Trabalho, havendo contratação para cumprimento de

jornada reduzida, inferior a previsão legal de oito horas diárias ou quarenta e

quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo

proporcional ao tempo trabalhado.

OJ 358, SDI-1, TST. Salário mínimo e piso salarial proporcional à jornada

reduzida. Possibilidade. Havendo contratação para cumprimento de jornada

reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e

quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo

proporcional ao tempo trabalhado

17

Page 18: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 30: Discorra sobre o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho

a respeito da natureza do da parcela que remunera o intervalo intrajornada

reduzido ou suprimido.

GABARITO: A parcela prevista no art. 71, § 4º, devida quando o intervalo é

suprimido ou reduzido, possui natureza salarial, repercutindo, assim, no cálculo

de outras parcelas salariais (OJ 354, SDI – 1, TST).

OJ 354, SDI-1, TST. Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º,

da CLT, com redação introduzida pela Lei n. 8.923, de 27 de julho de 1994,

quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo

intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de

outras parcelas salariais.

QUESTÃO 31: João é servente da construção civil e dirigente sindical dos

trabalhadores da referida categoria. Seu empregador, unilateralmente, determina

sua transferência para município fora da base territorial do sindicato profissional.

A atividade de João não é especializada e no município para onde será

transferido não há deficiência de mão-de-obra para executar tal função. Há no

contrato, cláusula prevendo a possibilidade de transferência do empregado para

localidade diversa daquela em que ele foi celebrado. Diante desses fatos,

pergunta-se: A) É lícita a transferência determinada pelo empregador? B) Caso

João pretenda, de modo imediato e urgente, questionar judicialmente a ordem

de transferência, qual a medida processual cabível?

GABARITO: A transferência não é lícita porque: (a) não há necessidade de

prestação de serviços em outra localidade - Súmula 43 do TST e (b) por ser

dirigente sindical o empregado não poderá ser transferido para local que lhe

dificulte ou impossibilite o desempenho de suas atribuições sindicais (art. 543 da

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Page 19: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

CLT). Deverá propor reclamatória trabalhista com pedido liminar para tornar sem

efeito a determinação de transferência do Sr. João (art. 659, IX, da CLT).

SÚMULA 43, TST. Presume-se abusiva a transferência de que trata o § 1º do

Art. 469 da CLT, sem comprovação da necessidade do serviço.

QUESTÃO 32: Antônio Camargo, empregado da empresa XYZ Indústria e

Comércio S.A., exercia, nos últimos três anos, cargo administrativo de diretor

comercial nessa empresa, sem qualquer subordinação jurídica, já que eleito por

decisão de assembléia. Ao ser despedido sem justa causa, após 10 anos de

trabalho para essa empresa, entendeu que o cálculo de sua indenização

compensatória era inferior ao devido, porquanto a empresa empregadora não

depositara os 40% devidos sobre o FGTS, relativamente ao período em que

exerceu o cargo de direção na XYZ Indústria e Comércio S.A. De fato,

comprovou-se que não houve nenhum recolhimento de valores à conta do FGTS

de Antônio Camargo no período em que este exerceu o cargo de diretor. Com

base nesses dados, fundamente a atitude da empresa.

GABARITO: Esperava-se que o candidato, analisando o entendimento

doutrinário e jurisprudencial sobre a matéria, especialmente o entendimento já

consagrado pelo TST, por meio da Súmula n.º 269, afirmasse que a eleição do

diretor para ocupar cargo em sociedade anônima suspende seu contrato de

trabalho durante o exercício do cargo. Deveria também o candidato esclarecer

que o art. 18, § 1° da Lei 8.036/90 estabelece de maneira explícita que a

indenização compensatória de 40% deve incidir sobre os depósitos realizados

na conta vinculada, de forma que, se durante a suspensão do contrato não há

recolhimento ao FGTS (fato dado pela questão), não é possível pretender o

acréscimo de 40% sobre depósitos inexistentes. O candidato deveria salientar,

sobretudo, que a falta de depósito é proveniente de uma faculdade legal, em

decorrência da suspensão contratual.

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Page 20: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

SÚMULA 269, TST. O empregado eleito para ocupar cargo de diretor tem o

respectivo contrato de trabalho suspenso, não se computando o tempo de

serviço deste período, salvo se permanecer a subordinação jurídica inerente à

relação de emprego.

QUESTÃO 33: Sra. Lúcia Hipólito (—do lar“) procurou Vossa Senhoria em seu

escritório no dia 15/09/2007 e narrou o seguinte: é casada há 30 (trinta) anos

sob o regime de comunhão universal de bens com o Sr. Archimedes Santos

(bancário); há cerca de 5 (cinco) anos o casal possui uma chácara de lazer, no

bairro de São Braz, Curitiba/PR; seu esposo contratou, em janeiro de 2004, o Sr.

João das Dores como caseiro para trabalhar na chácara, tendo havido a

demissão do trabalhador em março de 2006; o Sr. João das Dores ingressou

com Reclamatória Trabalhista em face do Sr. Archimedes Santos e a ação

correu à revelia deste último, mas, foi o Sr. Archimedes intimado da sentença

quando da sua publicação, todavia não apresentou recurso; em 12/08/2007 o Sr.

Archimedes foi intimado acerca da penhora da chácara e não tomou qualquer

providência. Diante desta situação a Sra. Lucia deseja contratar um advogado

para tomar as medidas necessárias a partir de então (15/09/2007). Na qualidade

de advogado da Sra. Lucia Hipólito, qual(is) a(s) medida(s) adequada(s) para

defesa dos interesses da Sra. Lucia? Esta medida poderá afastar a penhora do

bem (chácara)? Em que prazo ela deverá ser apresentada? Justifique, com

fundamentação legal.

GABARITO: A medida adequada para a defesa dos interesses da Sra. Lúcia

são os Embargos de Terceiro, nos termos do art. 1046 do Código de Processo

Civil, com aplicação supletiva admitida pelo artigo 769 da CLT. Os embargos

somente protegerão a meação da Sra. Lúcia. No processo de execução os

embargos somente podem ser opostos até cinco dias após a arrematação,

adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta

(art. 1048, CPC). Nos termos do art. 1046, § 3º, do CPC, é legitimado ativo para

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Page 21: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

a ação de Embargos de Terceiro, o cônjuge na defesa de seus próprios bens

reservados ou atinentes à meação.

QUESTÃO 34: Menor trabalhador, com 16 (dezesseis) anos de idade, ativou-se

legalmente por dezoito meses em funções e condições compatíveis, sendo

então despedido. Por ocasião do pagamento das verbas decorrentes da

rescisão contratual, os responsáveis legais exigiram da empresa o pagamento

dos salários de todo o período, sob a alegação de que o menor não tinha

poderes para firmar recibo de seus salários. É procedente a pretensão? Discorra

e fundamente.

GABARITO: Não. A pretensão é improcedente, tendo em vista que o art. 439 da

CLT dispõe expressamente que é lícito ao menor firmar recibo de pagamento do

próprio salário.

QUESTÃO 35: Jacira foi contratada para trabalhar na administração pública em

2000, sem prévia aprovação em concurso público. O contrato de Jacira é válido,

quais direitos lhe são assegurados?

GABARITO: Segundo súmula 363 do TST, a contratação de servidor público,

após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no

respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da

contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,

respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos

depósitos do FGTS.

SÚMULA 363, TST. A contratação de servidor público, após a CF/1988, sem

prévia aprovação em concurso público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e

§ 2º, somente lhe conferindo direito ao pagamento da contraprestação pactuada,

em relação ao número de horas trabalhadas, respeitado o valor da hora do

salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do FGTS.

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Page 22: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 36: Zeca foi contratado pela empresa Sol Ltda., no dia 2 de fevereiro

de 2007, e pretende pedir demissão em 30 de novembro no mesmo ano. Ao

receber as verbas rescisórias, percebeu que não havia o pagamento das férias

proporcionais. Sua ex-empregadora lhe disse que tal verba não é devida aos

empregados que pedem demissão antes de completar 12 meses de serviço,

mostrando-lhe o art. 147 da CLT. Desconfiado, o procura, como advogado, para

saber se seu empregador falou a verdade. Responda à Zeca de forma

fundamentada.

GABARITO: Nos termos da Súmula 261, do TST, o empregado que pede

demissão antes de completar 12 meses de serviços tem direito a férias

proporcionais, apesar do art. 147 da CLT dispor que somente terá direito a férias

proporcionais o empregado que, estando a menos de 12 meses na empresa, for

demitido sem justa causa ou no caso de extinção do contrato por prazo

determinado. O entendimento da Súmula está em consonância com a

Convenção 132 da OIT.

SÚMULA 261, TST. O empregado que se demite antes de completar 12 (doze)

meses de serviço tem direito a férias proporcionais.

QUESTÃO 37: Manuel, empregado da empresa Super Boa Ltda., após criticar

seu superior hierárquico de forma contundente e com uso de expressões

depreciativas, foi advertido por escrito. Tendo Manuel se recusado a assinar a

referida penalidade, ele foi dispensado, por justa causa, da empresa, sob o

argumento de prática de falta grave, por ato de indisciplina.

Na situação hipotética apresentada, foi correta a decisão da empresa de

dispensar o empregado por justa causa? Fundamente sua resposta. (CESPE

OAB SP 137)

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Page 23: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

GABARITO: Não foi correta a decisão da Empresa. A dispensa por justa causa

depende da prática de falta grave prevista de forma taxativa na Legislação. A

recusa do empregado em assinar a advertência é seu direito e não se configura

falta grave. De fato, a infração laboral caracterizadora da falta grave caracteriza-

se como comportamento do trabalhador que prejudique o cumprimento de suas

obrigações contratuais trabalhistas. Como a ausência de assinatura do

empregado não configurou falta grave, houve duplicidade de punição (bis in

idem).

QUESTÃO 38: Mário moveu reclamação trabalhista contra a empresa Forense

Ltda., pleiteando o pagamento de horas extras que alega ter cumprido durante o

pacto laboral, mas que não foram solvidas pela empresa. A citada empresa

contestou, alegando que Mário jamais efetuara qualquer tipo de trabalho em

jornada extraordinária. Para comprovar sua tese defensiva, o advogado da

empresa juntou à contestação os cartões de ponto de Mário, que demonstravam

horário de entrada e de saída de acordo com horário de trabalho previamente

estabelecido. Nessa situação hipotética, a apresentação dos cartões de ponto

de Mário, que demonstram horário de entrada e de saída de acordo com o

horário de trabalho previamente estabelecido, é suficiente para comprovar a

ausência de jornada extraordinária que Mário alega ter cumprido? Justifique sua

resposta.

GABARITO: Não é suficiente, pois cartões de ponto que demonstram horários

de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o

ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,

prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir (Súmula 338, III do

TST).

SÚMULA 338, III do TST. Os cartões de ponto que demonstram horários de

entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o

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Page 24: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,

prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir.

QUESTÃO 39: João promoveu a execução provisória, no valor de R$ 50.000,00,

contra a empresa Mosaico Ltda., que, no momento oportuno, indicou dois

veículos de sua propriedade suficientes para garantia da execução. Entretanto, o

juiz de 1.º grau, a fim de dar maior garantia para o exequente, proferiu decisão

estabelecendo a substituição desses bens por dinheiro, atitude que afetou o

fluxo de caixa e todo o planejamento financeiro da empresa. Em face dessa

situação hipotética, na qualidade de advogado(a) consultado(a) pela empresa

Mosaico Ltda. e considerando incabível o agravo de petição, indique, com a

devida fundamentação, a solução jurídica adequada para enfrentar a situação.

(CESPE – OAB 2009.1)

GABARITO: O advogado da empresa deve impetrar mandado de segurança,

com base na súmula 417, III, do TST. Assevera-se que, nos moldes do artigo

620 do CPC, a execução provisória deve seguir da forma que seja menos

gravosa ao executado.

SÚMULA 417, III do TST. Em se tratando de execução provisória, fere direito

líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando

nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a

execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art.

620 do CPC.

QUESTÃO 40: Menelau Araújo foi contratado em fevereiro/2002 pela Ferro &

Aço Indústria Metalúrgica Ltda, para trabalhar na função de vigia na filial da

empresa situada na cidade de Rio Negro, PR. Em setembro/2004 o trabalhador

foi dispensado sem justo motivo, recebendo parcialmente suas verbas

rescisórias. Por ocasião da dispensa o obreiro estava laborando na matriz da

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Page 25: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

empresa localizada no município de Mafra, Sc. Inconformado com a dispensa o

trabalhador procurou um advogado para ingressar com a reclamação trabalhista.

O procurador do reclamante protocolou a reclamação perante a vara do trabalho

de Mafra, SC, pois este foi o último local em que o autor prestou serviços. O réu

na audiência inicial apresentou exceção de incompetência territorial, com

fundamento no artigo 651 da CLT. Na exceção apresentada em peça apartada,

o excipiente pediu a remessa dos autos ao juízo competente, no caso em tela, a

vara do trabalho de São Jose dos Pinhais, PR O juízo da vara do trabalho de

Mafra, SC, acolheu a exceção e determinou a remessa dos autos para a vara do

trabalho indicada na exceção de incompetência. Diante destas informações e

sabendo que o autor ficou inconformado com a decisão do juízo excepcionado,

pergunta-se: Há algum mecanismo processual adequado para o autor impugnar

a decisão do juízo que acolheu a exceção de incompetência oportunamente

argüida pelo réu em audiência? Se a resposta for positiva qual o prazo e a

medida processual a ser interposta? (OAB PR 2005.2)

GABARITO: O remédio processual adequado para impugnar a decisão do juízo

excepcionado é o Recurso Ordinário, no prazo de 8 dias, tendo em vista que

houve remessa dos autos para outro Tribunal Regional, no caso em tela do

Paraná e Santa Catarina. (Fundamento: Súmula 214 do TST). Na justiça do

Trabalho, nos termos do artigo 893, parágrafo 1º, as decisões interlocutórias não

ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão que acolhe de

exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal

Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante

disposto no art. 799, parágrafo 2º da CLT.

SÚMULA 214, TST. Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da

CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas

hipóteses de decisão:

a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação

Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;

b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;

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Page 26: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa

dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula

o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da

CLT.

QUESTÃO 41: Pedro estava cumprindo o período referente ao aviso prévio

quando registrou sua candidatura a cargo de dirigente sindical. Nessa situação

específica, deveria ser aplicada a Pedro a regra da estabilidade prevista no art.

543, § 3.º, da CLT? Fundamente, juridicamente, a sua resposta. (CESPE

2008.1)

GABARITO: Não. O registro da candidatura de Pedro no curso do aviso prévio,

não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3°, do art. 543

da CLT (Súmula 369, V, da CLT).

SÚMULA 369, V do TST. O registro da candidatura do empregado a cargo de

dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não

lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da

Consolidação das Leis do Trabalho.

QUESTÃO 42: Com base no Direito do Trabalho, elabore um texto dissertativo

que aborde a questão da responsabilidade do dono da obra em relação às

obrigações trabalhistas do empreiteiro no contexto do contrato de empreitada.

GABARITO: Nos termos da OJ 191 SDI-1, diante da inexistência de previsão

legal, o contrato de empreitada entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja

responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas

pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou

incorporadora.

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Page 27: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

OJ 191, SDI-1, TST. Diante da inexistência de previsão legal, o contrato de

empreitada entre o dono da obra e o empreiteiro não enseja responsabilidade

solidária ou subsidiária nas obrigações trabalhistas contraídas pelo empreiteiro,

salvo sendo o dono da obra uma empresa construtora ou incorporadora.

QUESTÃO 43: Segundo o Tribunal Superior do Trabalho qual a conseqüência

da interposição do recurso antes da publicação do acórdão?

GABARITO: O recurso não será conhecido por ser extemporâneo (OJ 357 da

SBDI 1 do TST).

OJ 357 da SDI-1, TST. É extemporâneo recurso interposto antes de publicado o

acórdão impugnado.

QUESTÃO 44: O advogado de José pleiteou em RT a tramitação preferencial do

feito, pois seu cliente tem 62 anos. O Juiz, entretanto, indeferiu o pedido

afirmando que não há previsão legal na CLT para estes casos. A posição do juiz

está correta? Justifique. (Questão formulada pelo professor)

GABARITO: A decisão do juiz está errada, embora não haja previsão expressa

na CLT sobre o caso em tela, é importante destacar o artigo 769 da CLT que

admite a aplicação subsidiária do CPC, diante de omissões da CLT. Isto posto,

menciona-se a Lei 12.008/09 acrescentou o artigo 1211-A ao CPC, segundo o

qual os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa

com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou portadora de doença

grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. Neste mesmo

sentido, estabelece o artigo 71 da Lei 10.741/03 (Estatuto do Idoso).

QUESTÃO 45: Joana laborou na empresa Cosméticos Ltda, cujo salário de seu

cargo efetivo era de R$ 600,00. Após dois anos de serviço, em razão da

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

responsabilidade e do comprometimento com o seu trabalho, Joana assumiu um

cargo de confiança, cuja gratificação importava R$ 5.000,00. Durante 6 anos,

Joana manteve seu cargo, quando em 03/02/10 foi destituída do cargo de

confiança, voltando, portanto, a receber apenas o salário referente ao cargo

efetivo (R$ 600,00). Indignada, Joana lhe procura, a fim de perguntar: a empresa

pode destituí-la do cargo de confiança? Isto não implica em redução salarial?

(Questão formulada pelo professor)

GABARITO: A empresa pode retirar Joana do cargo de confiança, uma vez que

o empregado nunca adquire estabilidade em tal posição e, portanto, o

empregador não fica vinculado ao pagamento da gratificação. Destaca-se, que o

caso apresentado não se trata de redução salarial, mas apenas da supressão da

gratificação que antes lhe era fornecida em função do cargo de confiança. O

empregador só estará vinculado ao pagamento da gratificação, se o empregado

exercer a função por 10 anos ou mais, neste sentido dispõe a Súmula 372, I do

TST.

SÚMULA 372, I do TST. Percebida a gratificação de função por dez ou mais

anos pelo empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu

cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o princípio da

estabilidade financeira.

QUESTÃO 46: A procuração da empresa Verduras não faz menção ao seu

representante legal, no entanto apresenta todos os dados da pessoa jurídica,

que está outorgando poderes. Quais são os efeitos jurídicos produzidos por este

mandato?

GABARITO: Este instrumento de mandato não produz nenhum efeito jurídico,

pois a OJ 373 da SDI-1 do TST dispõe que não se reveste de validade o

instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica em que não haja a

sua identificação e a de seu representante legal, o que, a teor do art. 654, § 1º,

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

do Código Civil, acarreta, para a parte que o apresenta, os efeitos processuais

da inexistência de poderes nos autos.

OJ 373, SDI-1 do TST. Não se reveste de validade o instrumento de mandato

firmado em nome de pessoa jurídica em que não haja a sua identificação e a de

seu representante legal, o que, a teor do art. 654, § 1º, do Código Civil, acarreta,

para a parte que o apresenta, os efeitos processuais da inexistência de poderes

nos autos.

QUESTÃO 47: O empregador, ao comparecer pessoalmente, sem advogado,

em audiência na Justiça do Trabalho em que é cobrado, através de Reclamação

Trabalhista, o pagamento de adicional de periculosidade sobre o salário básico

acrescido de outros adicionais pago ao reclamante, aduz simplesmente nada

dever ao empregado. Encerrada a instrução processual, sem a produção de

outras provas, sob a alegação de falta de contestação específica dos fatos, é

proferida sentença de acolhimento do pedido, com a condenação do

empregador no pagamento do adicional de periculosidade calculado, porém,

sobre o salário básico do reclamante. O empregador, intimado da sentença e

embora com ela não concorde, não a impugna. O empregado, por sua vez,

oferece recurso ordinário, postulando a incidência do adicional de periculosidade

sobre o salário que efetivamente recebia. Diante do exposto, e na condição de

advogado contratado pelo empregador, no momento em que recebida a

intimação para oferecer suas contra¬-razões ao recurso interposto pelo

reclamante, pergunta-se: a) Qual a medida processual cabível, e o seu

respectivo prazo, para afastar a condenação imposta ao reclamado? b) Qual

fundamento deve ser usado para que o réu obtenha êxito na demanda? (1º

Exame de 2006)

GABARITO: A medida processual adequada seria o Recurso Ordinário

interposto de forma adesiva, no prazo de oito dias. O fundamento a ser usado é

a alegação de nulidade de sentença em decorrência da ausência de realização

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Page 30: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

de perícia para apuração de insalubridade, obrigatória, diante do disposto no

artigo 195, § 2°, da CLT.

QUESTÃO 48: Após 05 (cinco) anos de trabalho, o empregado João da Silva foi

despedido sem justa causa. Na data designada, compareceu perante o

Sindicato de Classe e recebeu as verbas ofertadas pela empregadora, a saber:

saldo de salário, aviso prévio indenizado, férias proporcionais, 13.º salário

proporcional e multa do F.G.T.S. Um mês após, ajuizou reclamatória trabalhista

postulando adicional de periculosidade, alegando ter laborado de forma

permanente em contato com inflamáveis, bem como horas extras com o

adicional legal por todo o período, além dos refl exos de ambos os pedidos nas

demais verbas. Acolhendo a defesa da Reclamada (Empresa “X” Ltda.), o juízo

de primeiro grau julgou, sem qualquer dilação probatória, improcedente a

reclamatória, sob o fundamento de inexistência de ressalva expressa quanto a

supostos direitos de adicional de periculosidade e de horas extras. Qual é a

medida processual que o Advogado do reclamante deve promover, visando à

reversão do que foi decidido em primeiro grau? Apresente as razões e os

fundamentos legais cabíveis.

GABARITO: A medida processual será o Recurso Ordinário, em que o

Recorrente pleiteará a reforma da sentença de primeiro grau, pleiteando a

anulação do julgado, baixando os autos para fim de que o Juízo “a quo”,

promova regular instrução quanto às matérias suscitadas, a saber: horas extras

e adicional de periculosidade, quanto a este, inclusive a perícia técnica. O

fundamento para a postulação é a de que a quitação, “in casu” é restrita às

verbas descriminadas no Termo de Rescisão (Art. 477, parágrafo 2º da CLT),

bem como Súmula 330 do TST.

SÚMULA 330, TST. A quitação passada pelo empregado, com assistência de

entidade sindical de sua categoria, ao empregador, com observância dos

requisitos exigidos nos parágrafos do art. 477 da CLT, tem eficácia liberatória

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NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

em relação às parcelas expressamente consignadas no recibo, salvo se oposta

ressalva expressa e especificada ao valor dado à parcela ou parcelas

impugnadas.

I - A quitação não abrange parcelas não consignadas no recibo de quitação e,

conseqüentemente, seus reflexos em outras parcelas, ainda que estas constem

desse recibo.

II - Quanto a direitos que deveriam ter sido satisfeitos durante a vigência do

contrato de trabalho, a quitação é válida em relação ao período expressamente

consignado no recibo de quitação.

QUESTÃO 49: É possível o reconhecimento da validade do contrato de trabalho

de um apontador de jogo do bicho que pleiteie, na justiça do trabalho, vínculo

empregatício com o tomador dos serviços? Fundamente sua resposta com base

em jurisprudência do TST.

GABARITO: Segundo a Orientação Jurisprudencial 199 da SDI-1 do TST, não

há contrato de trabalho em face da prestação de serviços em jogo do bicho, em

razão da ilicitude do seu objeto, pelo que não poderá ele ser reconhecido (art.

104, II, e 166, II e III, do CC/02).

OJ 199, SDI-1 do TST. Jogo do bicho. Contrato de trabalho. Nulidade. Objeto

ilícito. Arts. 82 e 145 do Código Civil.

QUESTÃO 50: João Pedro era empregado da MetalTeck Indústria Siderúrgica

Ltda., onde trabalhava como operador de máquinas. Certo dia, ao exercer sua

atividade laboral, João Pedro irritou-se com seu empregador por ter sido

advertido verbalmente por ele, e resolveu descontar sua ira em seu equipamento

de trabalho, causando grandes prejuízos à empresa. Após o evento, João Pedro

foi demitido por justa causa. Todavia, o empregado era portador de garantia de

emprego por ser membro da CIPA e, por esse motivo, ajuizou reclamação

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Page 32: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

trabalhista em face da MetalTeck Indústria Siderúrgica Ltda., pleiteando a sua

reintegração no emprego, fundamentando-se na referida garantia e alegando ter

sido indevidamente despedido. A reclamada, em sede de contestação, alegará

que a demissão por justa causa se justificou pelos prejuízos dolosos causados à

empresa, os quais constituíram falta grave. No entanto, além da contestação, a

empresa pretende reconvir, para postular o pagamento de indenização por

danos materiais causados pelo reclamante. Você, advogado da MetalTeck

Indústria Siderúrgica Ltda., é consultado pelos sócios da empresa, os quais lhe

indagam acerca da possibilidade de apresentar reconvenção na presente

situação. Eles lhe perguntam: a) Um dos pressupostos de admissibilidade da

reconvenção é a conexão desta com a ação proposta inicialmente pelo

reclamante ou com os fundamentos da defesa. Este requisito está presente no

caso em comento? b) Seria possível a empresa propor uma ação

reconvencional na Justiça do Trabalho para pleitear indenização por danos

materiais? A Justiça do Trabalho é competente para julgar esta matéria? c) Se

oferecida a reconvenção e o reclamante, por receio de ser condenado, quiser

desistir da reclamação trabalhista que intentou, pode a empresa anuir com a

desistência da ação, sem prejuízo do prosseguimento da reconvenção?

GABARITO: A) indicar que há conexão entre a demanda reconvencional e a

ação originária, apontando como principal elemento da conexão os prejuízos

dolosos causados à reclamada, (causa de pedir da reconvenção) e da rescisão

do contrato de trabalho por justa causa pelo empregador (objeto da ação

proposta pelo reclamante).

B) Indicar que é possível a propositura de ação reconvencional na Justiça do

Trabalho para postular indenização por danos materiais, quando decorrentes da

relação de trabalho. Indicar que é da competência da Justiça do Trabalho julgar

essa matéria, com fundamento no art. 114, inciso VI da Constituição Federal.

C) Indicar que a desistência da ação inicial não obsta ao prosseguimento da

reconvenção, com base na autonomia entre a ação e a reconvenção,

consubstanciada no art. 317 do Código de Processo Civil.

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Page 33: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 51: Empresa de confecções enviou máquina de costura à residência

de certa pessoa e remetia, também, tecido para a confecção, retirando

periodicamente o produto acabado, pagando por produção. Fiscalizava

diretamente o trabalho, dava ordens e exigia produção mínima diária. Quando a

costureira pleiteou, anos após, vínculo de emprego, a empresa negou a

vinculação, alegando tratar-se de trabalho em domicílio, o que, por si, seria o

suficiente para afastar a relação de emprego. Tal interpretação está correta?

Fundamente. (OAB/SP – 132º EXAME DA ORDEM)

GABARITO: A interpretação da empresa está incorreta. O art. 6º da CLT prevê

que não se distingue o trabalho realizado no estabelecimento e o executado no

domicílio do empregado, sendo relevante apenas os elementos que impliquem

caracterização da relação de emprego.

QUESTÃO 52: Sendo duas as empresas reclamadas, condenadas ambas

solidariamente, interposto o recurso também por ambas, apenas com a alegação

de ser insubsistente a condenação, diante das provas produzidas, as custas

devem ser pagas por ambas ou o pagamento feito por uma favorece a outra?

Justifique. (OAB/SP – 129º EXAME DA ORDEM)

GABARITO: As custas pagas por uma parte favorecem a outra, quando não

haja pedido de exclusão da lide, até por serem elas fixadas para o processo e

não por partes. Pode-se aplicar, por analogia, a solução da Súmula 128, III, do

TST.

SÚMULA 128, III do TST. Havendo condenação solidária de duas ou mais

empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais,

quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide.

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Page 34: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 53: Pode o empregado reclamar, ao mesmo tempo, adicional de

insalubridade e adicional de periculosidade? Por quê? (OAB/SP – 129º EXAME

DA ORDEM)

GABARITO: Sim. A lei não impede que sejam deduzidos cumulativamente os

pedidos. O que não pode haver, em princípio, é o pagamento de ambos os

adicionais, cabendo ao empregado optar pelo que lhe for mais favorável. (Art.

193, §2º, CLT)

QUESTÃO 54: Policial Militar, fora dos horários em que servia à Corporação,

prestava serviços, em caráter permanente, para determinada empresa

concessionária de veículos, onde ativava-se como Chefe de Segurança,

percebendo remuneração fixa mensal. Naquele local, além de prestar serviços

não eventuais, assinalava cartão-ponto e cumpria ordens, ali laborando,

também, quando em férias ou eventuais dispensas da atividade militar.

Despedido pela aludida concessionária, postulou perante a Justiça do Trabalho

o vínculo de emprego e conseqüentes. O Juízo de primeiro grau entendeu

inexistir vínculo de emprego, tratando-se de mero vínculo de trabalho e, pois, a

ação seria improcedente perante a Justiça do Trabalho, e, ademais, a situação

dos autos configuraria violação disciplinar prevista no Estatuto Policial Militar.

Como advogado do Policial Militar, qual é a medida judicial cabível? Apresente

devida fundamentação. (OAB/SP – 131º EXAME DA ORDEM)

GABARITO: A medida processual seria o Recurso Ordinário, dirigido à própria

Vara do Trabalho, requerendo remessa ao Tribunal Regional do Trabalho e

postulando o reconhecimento do vínculo de emprego. A competência, de toda

forma, seria mesmo da Justiça do Trabalho, consoante redação do art. 114 da

C.F, decorrente da Emenda Constitucional No. 45/2004, que ampliou a

competência trabalhista, passando a abranger tanto relações de trabalho,

quanto de emprego. Por seu turno, o vínculo de emprego, na espécie, decorre

de matéria sumulada, estampada na Súmula 386, do TST.

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Page 35: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

SÚMULA 386, TST. Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o

reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada,

independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no

Estatuto do Policial Militar.

QUESTÃO 55: É obrigatório o registro do empregado no período de experiência

do contrato de trabalho? Justifique. (OAB/SP – 129º EXAME DA ORDEM)

GABARITO: Sim. Não existe prazo de experiência sem registro do contrato de

trabalho. Nos termos do artigo 13 da CLT, a Carteira de Trabalho e Previdência

Social é obrigatória para o exercício de qualquer emprego, inclusive de natureza

rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por conta própria de

atividade profissional remunerada.

QUESTÃO 56: Ajuizada reclamação por empregado, com pedido de pagamento

de diversos valores, os pedidos são todos julgados improcedentes, condenando-

se o reclamante ao pagamento das custas processuais. O recurso ordinário,

interposto sem o pagamento das custas processuais, é indeferido, nos seguintes

termos: “Indefiro o processamento do recurso ordinário, por deserto, tendo em

vista o não pagamento das custas processuais”. O reclamante, intimado da

decisão de indeferimento do recurso ordinário, pede a sua reconsideração,

requerendo, neste momento, o benefício da justiça gratuita, com expressa

invocação do art. 790, § 3.º, da CLT, juntada declaração de pobreza. Negada a

reconsideração, interpõe o reclamante recurso de agravo de instrumento. Como

advogado do reclamado, qual é a medida processual deve ser adotada, quando

intimado do recebimento do agravo de instrumento interposto pelo reclamante?

Sob qual fundamento legal? (OAB/SP – 130º EXAME DA ORDEM)

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Page 36: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

GABARITO: A medida processual adequada corresponde às contrarrazões ou

contraminuta de agravo de instrumento, em cujo texto deve o reclamado insistir,

em caráter preliminar, na intempestividade do agravo, tendo em vista que o

pedido de reconsideração, inadequado diante do indeferimento do recurso

ordinário, não interrompe o prazo para o recurso adequado. No mérito, deve

assinalar o caráter tardio do pedido de isenção de pagamento de custas, nos

termos da OJ-SDI I n. 269.

OJ 269, SDI-1, TST. O benefício da justiça gratuita pode ser requerido em

qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que, na fase recursal, seja o

requerimento formulado no prazo alusivo ao recurso.

QUESTÃO 57: Advogado empregado, eleito dirigente do Sindicato dos

Advogados, pode ser dispensado sem justa causa da Faculdade de Direito em

que, como professor, leciona prática forense? Por quê?

GABARITO: Sim, pois a estabilidade relacionada com exercício de cargo

sindical favorece apenas o trabalhador que exerce a atividade respectiva na

empresa (súmula 369, III do TST).

SÚMULA 369, III do TST. O empregado de categoria diferenciada eleito

dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade

pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente.

QUESTÃO 58: Antônio, auxiliar técnico da Companhia de Águas do estado de

São Paulo, foi transferido da capital para o interior, onde passou a ter domicílio e

a desenvolver sua atividade laboral. Inconformado com a transferência, ele

ingressou com ação trabalhista, argumentando não exercer atividade de

confiança nem ter sido consultado, em tempo algum, a respeito da

movimentação, tendo esta, segundo ele, ocorrido como forma de pressioná-lo a

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Page 37: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

pedir demissão. A empresa não rebateu os argumentos do empregado, mas

justificou o ato de transferência sob a alegação de que, mesmo conservando sua

sede na capital do estado, no contrato de trabalho do empregado, havia

expressa previsão quanto à possibilidade de sua transferência, sujeitando-se

essa decisão ao critério discricionário e diretivo do empregador. Na situação

hipotética apresentada, Antônio tem direito de voltar a exercer suas atividades

no local de sua lotação original ou a transferência está no âmbito do poder

diretivo e discricionário do empregador? Fundamente sua resposta. (CESPE –

OAB/SP – 136.º Exame de Ordem 2008)

GABARITO: O direito do trabalho protege a lotação original do empregado,

sendo a transferência apenas possível quando o empregado exercer cargo de

confiança, quando decorrer da real necessidade do serviço e quando houver a

extinção do estabelecimento em que o trabalhador exerça sua atividade (art. 469

da CLT). A alteração do contrato individual do trabalho só pode ocorrer por

mútuo consentimento, portanto, deve haver prévia anuência do empregado (arts.

468 e 469 da CLT). Por ter a transferência ocorrido de modo irregular, o

empregado deve voltar a exercer suas atividades no local de sua lotação original

(reversão), nas mesmas condições anteriores à mudança, ou pleitear a rescisão

contratual indireta com as indenizações cabíveis.

QUESTÃO 59: Caso o empregado considere seu contrato de trabalho

rescindido, imputando ao empregador descumprimento de obrigação imposta

por lei e cessando, de imediato, a prestação de serviço, pode ainda pretender

receber o pagamento de valor correspondente ao aviso prévio?

GABARITO: Sim. Trata-se de despedida indireta, sendo devido, pelo

empregador, o pagamento de aviso prévio, como explicitado pelo art. 487, § 4º,

da CLT.

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Page 38: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 60: Em audiência de instrução, pretendendo o reclamante ouvir,

como testemunha, pessoa com a qual mantém laços de amizade íntima, o que

deverá fazer o advogado do reclamado e em que momento deverá manifestar-

se?

GABARITO: Deverá o advogado do reclamado contraditar a testemunha, logo

após a sua qualificação e antes de prestado o compromisso.

QUESTÃO 61: Josué ajuizou reclamatória trabalhista contra a empresa Alfa

Ltda., alegando que foi demitido sem justa causa e requerendo o pagamento das

parcelas rescisórias referentes ao período em que manteve vínculo empregatício

— de 1.º/8/2008 a 2/2/2009. Em contestação, a reclamada resistiu à tese inicial,

suscitando que Josué não foi demitido e, sim, abandonou o trabalho. Realizada

a audiência de instrução nenhuma das partes apresentou as provas de suas

alegações. O juiz exarou sentença, julgando improcedente a reclamatória e

reconhecendo a hipótese de abandono de emprego, motivado pelo fato de o

reclamante não ter se desonerado do ônus de provar o término do contrato de

trabalho. Em face da situação hipotética apresentada, responda, de forma

fundamentada, se o juiz julgou corretamente o litígio. (CESPE – OAB 2009.1)

GABARITO: O juiz julgou de forma incorreta, tendo em vista que o ônus da

prova cabe ao empregador, conforme o artigo 333, II, do CPC e a súmula 212 do

TST.

SÚMULA 212, TST. O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando

negados a prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o

princípio da continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável

ao empregado.

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Page 39: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 62: Para evitar o pagamento da multa prevista no parágrafo 8º do

artigo 477 da CLT, se o ex-empregado, com tempo de serviço superior a um

ano, se recusar a receber o pagamento das verbas rescisórias ou não

comparecer ao Sindicato/Ministério do Trabalho para homologação da rescisão,

de que meio processual poderá socorrer-se o empregador e em que prazo, já

que tem a prova da recusa e/ou do não comparecimento àqueles órgãos?

(CESPE OAB SP 119)

GABARITO: Ação de Consignação em Pagamento perante a Justiça do

Trabalho, com a prova da recusa e/ou do não comparecimento para a

homologação, inexistindo prazo para sua propositura.

QUESTÃO 63: João, funcionário da empresa Alfa, foi aposentado por invalidez

em setembro de 2005. Diante da aposentadoria de João, a empresa Alfa

contratou Francisco para substituí-lo, deixando clara para Francisco a situação

interina de seu emprego, já que, se João fosse declarado apto a retornar ao

trabalho, seria reintegrado em sua função. João recuperou sua capacidade de

trabalho em outubro de 2006, tendo sua aposentadoria cancelada. Nessa

situação, em relação a Francisco, a empresa Alfa A deverá manter

necessariamente o contrato de trabalho de Francisco, remanejando-o para outra

função, já que João reassumirá sua função originária?

GABARITO: O empregador poderá rescindir o contrato de trabalho de

Francisco, sem indenização, uma vez que o cientificou previamente da situação

de interinidade do seu contrato de trabalho, nos termos do art. 475, § 2º da CLT

.

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Page 40: questões discursivas comentadas de direito processual do trabalho

NÚCLEO PREPARATÓRIO PARA EXAME DA ORDEM

QUESTÃO 64: Mário, empregado da empresa Pégasus Ltda., fumava no interior

do escritório da empresa, desrespeitando ordem geral emanada da direção que

proibia os empregados de fumarem nesse espaço. Diante dessa situação

hipotética apresentada o empregador pode dispensar por justa causa o

empregado? Em caso afirmativo, por qual motivo?

GABARITO: A atitude praticada por Mário constitui motivo para a despedida por

justa causa, consistente em ato de indisciplina, já que descumpria ordens gerais

do empregador dirigidas impessoalmente ao quadro de empregados, nos termos

do art. 482, “h”, da CLT.

QUESTÃO 65: José, que prestou concurso público para concorrer a uma vaga

em uma empresa pública estadual, foi aprovado, tendo iniciado suas atividades

em 20 de outubro de 2003. Em 20 de outubro de 2007, José foi demitido sem

justa causa. Considerando a situação hipotética apresentada, responda de

forma fundamentada se José poderia ter sido demitido?

GABARITO: A José não é garantida a estabilidade prevista na Constituição

Federal, sendo possível a sua demissão sem justa causa, nos termos da súmula

390, II do TST e OJ 247, I, da SDI-1 do TST.

SÚMULA 390, II, TST. Ao empregado de empresa pública ou de sociedade de

economia mista, ainda que admitido mediante aprovação em concurso público,

não é garantida a estabilidade prevista no art. 41 da CF/1988.

OJ 247, I, SDI-1 do TST. A despedida de empregados de empresa pública e de

sociedade de economia mista, mesmo admitidos por concurso público,

independe de ato motivado para sua validade;

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