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Questões inéditas

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Questões inéditas

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Page 1: Questões inéditas

Questões inéditas – ENEM

1. (Brasil Colônia – Sociedade colonial)

“Parte da nobreza da terra fluminense, de São Paulo e do Rio Grande de São Pedro casou com lideranças indígenas e, portanto, seus descendentes eram mestiços, pelo menos nos primeiros tempos coloniais. As cartas jesuíticas quinhentistas estão recheadas de exemplos de colonos “brancos” adotando costumes indígenas, como a poligamia e a antropofagia”. (FRAGOSO, João. Afogando em nomes: temas e experiências em história econômica, 2002.)

A história da colonização do Brasil e especialmente do período imediatamente após a chegada dos portugueses ao Novo Mundo nos mostrara, por muito tempo que a distância entre índios e portugueses fora desde sempre enorme: dominadores e dominados, onde os últimos sofriam um processo de aculturação e os primeiros impunham sua cultura. Porém, segundo o texto acima, essa visão não é correta, visto que a sociedade colonial se desenvolveu de forma que:

a) Os europeus absorveram muito mais da cultura dos indígenas que o contrário, visto que os indígenas tinham sua própria forma de ver o mundo.

b) A cultura indígena foi preponderante na formação da sociedade, como podemos observar até no século XX com o Manifesto Antropofágico de Mário de Andrade.

c) Um processo de troca acontecera, porém os indígenas não tinham uma cultura milenar como os europeus para oferecer, então aqueles absorviam muito mais.

d) Houve aproximação entre europeus e indígenas, com uma extensa troca de cultura e hábitos, apesar do intuito colonizador e de dominação dos primeiros.

e) Apesar de adquirir certos hábitos dos indígenas, como estes eram considerados “profanos” pela Igreja Católica, logo foram extirpados.

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2. (Brasil Colônia – choque cultural) Observe a imagem

A charge de Laerte mostra a reação de um indígena ao se deparar com o europeu: vestes estranhas, plumas, sapatos de fivelas, chapéus e adereços. Do outro lado, o europeu se vê em frente à homens e mulheres nús, andando descalços pela selva, usando adereços nunca antes vistos. Assim se dá o choque cultural do “Novo mundo” com o “Velho mundo”: sociedades completamente distintas, marcadas por hábitos e costumes completamente diversos. Sobre o desenvolvimento da relação entre indígenas e portugueses após o descobrimento, tem-se que:

a) fora uma relação amistosa de trocas comerciais baseadas no escambo, onde ambos os grupos se favoreceram de forma equivalente.

b) começara de forma pacífica, mas mudara, pois as intenções dos portugueses era a de achar terras com riquezas, pertencentes a um projeto mercantilista e expansionista.

c) praticara-se um processo de destruição completo dos indígenas aos moldes da Conquista Espanhola, dizimando os “pagãos”.

d) se fortalecera na troca de mão-de-obra oferecida pelos indígenas, por objetos valiosos para suas culturas.

e) se dera a partir da visão de inferioridade dos indígenas, que foram logo condenados pela Igreja e pela Coroa a serem escravizados na extração de Pau-Brasil.

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3. (Escravidão – condições afro-descendentes atuais)

(Carlos Latuff, 2010)

“O abismo que separa as condições de vida em sociedade da população banca e da negra é notório em todos os aspectos, principalmente o que diz respeito a oportunidades de vagas no mercado de trabalho, a escolaridade os rendimentos.” (BORGES, W. R. Negro Hoje: Desigualdade e nova resistência.)

A escravidão existe desde a Antiguidade, mas, na Idade Moderna se iniciara com a expansão do mercantilismo e das colonizações, o comércio atlântico de escravos provenientes do continente africano. Apesar de ter sido oficialmente abolida no mundo, o que começara no século XVI tem suas consequências no mundo atual, como vemos na charge de Latuff. Assinale a alternativa que mostra uma consequência escravidão atlântica e a realidade do negro no Brasil hoje.

a) Rivalidades entre os grupos, decorrente de séculos de diferenciações étnicas e culturais

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b) As desigualdades sociais e econômicas entre brancos e negros, que são um reflexo da escravidão e das práticas mercantilistas.

c) Igualdade entre brancos e negros, visto que a charge caracteriza uma situação específica.

d) Opressão na forma do Estado, que visa um retorno às formas de dominação escravocratas.

e) Estabilização das lutas pela igualdade, pois apesar da pobreza em alguns casos, brancos e negros tem tratamento igualitário na sociedade.

4. (Escravidão – relações entre escravos e senhores)

Um jantar no Brasil, Jean Baptiste Debret, 1827.

"as suas relações [dos escravos] com os donos oscilavam da situação de dependente para a de protegido, e até de solidário a afim" (BUARQUE, Sérgio. Raízes do Brasil,1995.)

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Ao relacionar a pintura de Debret sobre a sociedade escravocrata brasileira com a frase do historiador Sergio Buarque de Holanda, podemos entender uma importante faceta das relações entre senhores e escravos no Brasil:

a) Disparidades sociais, marcadas pela condição de proprietário e propriedade.

b) O Paternalismo, relação onde o senhor se aproximava do escravo, por exemplo, na miscigenação e apadrinhamento, mas não perdia sua autoridade.

c) Superioridade racial, onde o escravo, vindo do continente africano servia o senhor branco, como mostra Debret.

d) Comunhão de espaços, que acontecia devido ao fato de grandes quantidades de escravos no país, que acabavam morando junto ao senhor.

e) Darwinismo social, marcado pela ideia que as “raças” mais fortes são superiores e sobrevivem à dominação.

5. (Vargas – Estado Novo) “A escalada repressiva iniciada em 1935 teve como desfecho o golpe de 10 de novembro de 1937, que deu origem ao Estado Novo. Naquele dia, alegando que a Constituição promulgada em 1934 estava “antedatada em relação ao espírito do tempo”, Vargas apresentou à Nação nova carta constitucional (...). No mesmo período, experiências semelhantes estavam em curso na Europa: Hitler estava no poder na Alemanha, Mussolini na Itália e Salazar em Portugal.” (PANDOLFI, Dulce (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getúlio Vargas, 1999.)

O período do Estado Novo se assemelha em diversos aspectos com os ensaios do totalitarismo na Europa. Dentre as aproximações entre a situação no Brasil e na Europa no período, podemos destacar:

a) liberalismo econômico, política de boa-vizinhança, opressão interna e censura.

b) centralização política, no intervencionismo estatal e um modelo antiliberal de organização da sociedade.

c) controle total da sociedade, corrida industrialista, diplomacia internacional e política de alianças.

d) intervencionismo estatal, políticas populistas, propaganda, liberdade de expressão.

e) estado-máximo, liberdade de imprensa, militarização da sociedade, figura do líder proeminente.

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6. (Vargas – Trabalhismo) “Os anos 30 e 40 são verdadeiramente revolucionários no que diz respeito ao encaminhamento da questão do trabalho no Brasil. Nesse período, elabora-se toda a legislação que regulamenta o mercado de trabalho do país, bem como estrutura-se uma ideologia política de valorização do trabalho e de “reabilitação” do papel e do lugar do trabalhador nacional.”

GOMES, Angela de Castro. Ideologia e trabalho no Estado Novo. In.: Estado Novo: ideologia e poder. Rio de Janeiro, Zahar, 1981

Sobre o papel do trabalho no período varguista no Brasil, podemos afirmar que:

a) Fora um resultado da extensiva política de aproximação do Brasil com os Estados Unidos promovida pelo governo Dutra que estabelecera o “american way of life” no Brasil.

b) É decorrente do processo de industrialização e urbanização iniciados na década de 1930, e da então política de valorização do trabalho de Vargas.

c) Com a valorização do café brasileiro no mercado internacional no início do século XX, a propaganda trabalhista buscava arrecadar mão-de-obra para impulsionar o mercado agrícola.

d) Resulta da ampliação do papel do Brasil no setor agropecuário mundial, promovido durante o governo Vargas, que internacionalizou os produtos produzidos no país.

e) Fora amplamente ligado com a tentativa de Getúlio de controlar os sindicatos de trabalhadores através de um viés paternalista de “pai dos pobres”.

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7. (1968 – Movimento feminista)

(“Mulheres do mundo, unidas!” diz o cartaz em uma mobilização feminista canadense em 1968)

A década de 1960 fora um período de ebulição pelos direitos civis e contestações em todo o mundo. Em diversos países no mundo, grupos sociais até então esquecidos nos quesitos de igualdade, representatividade política e social entre outros, saíram às ruas clamando pela democracia, reformas políticas e equidade entre os gêneros, entre brancos e negros, e muitos mais. Minorias como das mulheres se destacaram pela ampla mobilização, lutas e passeatas pelo mundo inteiro em busca de um mundo mais justo para ambos os sexos. Dentre as críticas dessas mulheres à ordem vigente, podemos destacar:

a) as diferenças jurídicas, como a criminalização de atos libidinosos como a traição; a não possibilidade de participação em partidos políticos.

b) a discriminação de mulheres participantes de guerras, como a Guerra do Vietnã, visto que essas não tinham tempo para as suas famílias e obrigações do lar.

c) a impossibilidade de separação jurídica se esta não partir do homem; a reclusão política pois não podiam participar de partidos políticos ou debates.

d) as diferenças de peso dos votos das mulheres e dos homens, visto que elas podiam votar mas seu voto valia menos, juridicamente.

e) a opressão sofrida pelas mulheres; a desigualdade de salários, de representatividade, de direitos entre homens e mulheres; a dominação dos corpos e imposição de comportamentos.

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8. (1968 – Movimento negro)

“Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.” (Discurso pronunciado em 28 de agosto de 1963, no Lincoln Memorial, Washington D.C.)

O movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos fora uma campanha pela liberdade, igualdade e direitos da sociedade negra americana. Desde a colonização e a chegada do primeiro negro africano para as antigas 13 colônias em 1619, homens e mulheres

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tiveram seus direitos de igualdade cerceados. Na década de 1960, porém, se iniciaria uma luta que visava combater:

a) todo o tipo de desigualdade, inclusive entre a própria comunidade negra, que iniciava a opressão no seu próprio interior.

b) as estruturas escravistas que ainda vigoravam legalmente em estados do sul dos Estados Unidos, que prejudicavam os negros.

c) a desigualdade racial no território norte-americano e pela luta por igualdade entre brancos e negros.

d) o radicalismo do movimento negro liderado por Malcolm X e os “Camisas negras”.

e) a opressão contra a religiosidade das sociedades negras, fortemente marcada pelo sincretismo religioso e o xamanismo.

9. (Democracia – Brasil)

Em 2015 o Brasil completa 30 anos de democracia. O período se iniciara com o fim da ditadura militar que se prolongaria de 1964 até 1985. A passeata dos 100 mil, representada na foto, fora uma tentativa de oposição ao regime repressor que se instaurara quatro anos antes, e

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terminaria com a promulgação do A1-5 em dezembro de 1968, quando os anos de chumbo se iniciariam. Sobre o período antidemocrático referido a cima, pode-se concluir que:

a) Tivera como principais nomes os presidentes militares Castelo Branco, Médici, Geisel, Figueiredo e Dutra, e fora um dos momentos onde a oposição ao regime vigente fora totalmente reprimida, não dando espaço para nenhuma mobilização social.

b) Começara com a derrubada do governo de João Goulart e se caracteriza por um período de liberdade cerceada, violência, opressão, que tivera seu ápice com a promulgação do AI-5 e terminara com a tomada de posse do governo por José Sarney.

c) O Período teve como apelido “Os anos de chumbo”, que significava uma alusão ao metal e aos armamentos que estavam sendo enviados para os Estados Unidos durante a Guerra Fria.

d) Teve na passeata dos 100 mil seu momento máximo de crítica, que clamava pelo impeachment do então presidente no poder, Fernando Collor, que era controlado pelos militares.

e) Fora um momento de opressão, porém dava certas liberdades de expressão para as oposições, como ficara claro com os movimentos da Tropicália por exemplo.

10. (Democracia – Brasil)

“Mais de 125 anos após a abolição da escravatura, o Brasil ainda combate uma versão moderna do tipo de trabalho forçado. Mais de 2 mil pessoas são libertadas todos os anos no país em condições análogas à de escravos.”

(Reportagem do G1, 2014. http://g1.globo.com/economia/trabalho-escravo-2014/platb/)

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(Foto: fotógrafo e auditor-fiscal Sérgio Carvalho durante operações pelo país).

Em 1888, a abolição da escravidão fora assinada pela Princesa Isabel, libertando todos os escravos brasileiros, em sua esmagadora maioria, negros, que obtinham pela primeira vez desde que o trafico negreiro se iniciara, liberdade. Porém, por mais que já tenham se passado mais de 125 como afirma o excerto da reportagem, ainda existe escravidão – ilegal – seja no mundo rural, quanto no urbano. Trabalhadores e suas famílias são submetidos à horas exaustivas de trabalho, sob condições inumanas, sem direitos civis legais. Sobre a relação entre escravidão colonial e moderna no mundo pode-se depreender que:

a) Por mais que oficialmente a escravidão tenha sido abolida em 1888, até mesmo atualmente temos no Brasil pessoas sendo submetidas ao trabalho escravo.

b) Podemos afirmar que apesar de se tratarem de trabalho forçado e compulsório, não tem o mesmo significado e valor, visto que antes eram escravizados apenas negros e atualmente não podemos restringir.

c) Ambas tem significado simbólico semelhante, porém com a abolição oficial em 1888, a luta pelos trabalhadores atualmente perde sua legitimidade devido ao tempo que se passou.

d) Apesar da escravidão moderna existir, os trabalhadores tem relativa liberdade, visto que não são postos em cativeiros ou comercializados como os escravos africanos no século XVI.

e) Não podemos afirmar que existem relações, visto que os trabalhadores do campo hoje não são escravizados, apenas trabalham uma quantidade maior, mas são remunerados para tal.