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MATOZO,H.C. 1 Nome do Aluno: Professor: Huita do Couto Matozo Disciplina: Química Ambiental - IV 2008

QUÍMICA AMBIENTAL III MATOZO; H. C

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Apostila de Química Ambiental. Professor Responsável Huita do Couto matozo.Escola Municipal Governador Israel Pinheiro de João Monlevade MG EMIP - QUÍMICA

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MATOZO,H.C. 1

Nome do Aluno:

Professor: Huita do Couto Matozo

Disciplina: Química Ambiental - IV

2008

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Matozo; Huita do Couto

Química Ambiental- IVHuita do Couto Matozo - João Monlevade MG - 2008

Apostila- Química Ambiental, João Monlevade2008- Páginas: 26

Escola Municipal Governador Israel PinheiroCurso Profissionalizante Modalidade Química

1. Química Ambiental 2. Prevenção 3. Conscientização

I. Título

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SUMÁRIO

Título Página______________________________________________________________________________________

A composição do ar ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 04Efeito da poluição atmosférica ----------------------------------------------------------------------------------------- 05Aquecimento global ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 05Camada de ozônio ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 07Chuva ácida --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 09Efeito estufa -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 10Smog ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 12Alguns conceitos sobre poluição do ar -------------------------------------------------------------------------------- 13Padrões de qualidade do ar --------------------------------------------------------------------------------------------- 14Índice de qualidade do ar ----------------------------------------------------------------------------------------------- 16Poluição da água --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 17Poluição por compostos não biodegradáveis ------------------------------------------------------------------------- 17Detergentes --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 17Inseticidas e defensivos agrícolas ------------------------------------------------------------------------------------- 18Outras formas de poluição ---------------------------------------------------------------------------------------------- 18Aumento da temperatura ------------------------------------------------------------------------------------------------ 19Alterações de concentrações ------------------------------------------------------------------------------------------- 19Mudanças de pH --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19Poluição do solo --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19Aterros sanitários -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19Poluição por substâncias radioativas ---------------------------------------------------------------------------------- 20Poluição Biológica ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 20Referências Bibliográficas ---------------------------------------------------------------------------------------------- 20Anexos -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22Por que reciclar? --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22Por que as ISO's tem os números 9.000 e 14.000? ------------------------------------------------------------------ 25

ESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ISRAEL PINHEIRO DE 1º E 2º GRAUSESCOLA MUNICIPAL GOVERNADOR ISRAEL PINHEIRO DE 1º E 2º GRAUS Rua 37, nº 115, Loanda - João Monlevade - Minas Gerais - CEP: 35.931-026Rua 37, nº 115, Loanda - João Monlevade - Minas Gerais - CEP: 35.931-026

Professor: Huita do Couto MatozoDisciplina: Química Ambiental- IV / 2008

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A composição do ar

Composição do ar

Ar é o nome da mistura de gases presentes na atmosfera da Terra.

O ar seco é composto de nitrogênio, oxigênio e gás carbônico.

Todos esses gases são muito importantes para a vida na Terra.

Nitrogênio

Está presente em todos os seres vivos. Sua obtenção se faz de forma diferente para os animais e

vegetais.

Certas plantas, como as leguminosas (o feijão, a soja), por exemplo, possuem umas bolinhas

aderidas às raízes.

São microorganismos que se juntam dessa forma e auxiliam a absorção do nitrogênio através das

raízes.

Os animais obtêm o nitrogênio por meio de alimentação.

Gás carbônico

Os vegetais usam o gás carbônico existente no ar para produzir seu próprio alimento. É a

fotossíntese. Durante esse processo, os vegetais também produzem o oxigênio, que é eliminado para o

ambiente.

Oxigênio

É essencial à respiração da maioria dos seres vivos.

Dentro dos organismos, o oxigênio é responsável pela queima dos alimentos para liberar energia.

Sem o oxigênio não haveria vida na terra.

Além disso, sem o oxigênio não haveria fogo. É só na presença desse gás que ocorrem as queimas.

Tabela 1- Principais componentes do ar

Nome Fórmula Porcentagem em volumeNitrogênio N2 78,1Oxigênio O2 20,9Argônio Ar 0,93

Gás carbônico CO2 0,033

Além desses gases, a solução que constitui o ar contém: Neônio (Ne) hélio (He), criptônio (Kr),

xenônio (Xe), hidrogênio (H2), metano (CH4).

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Efeitos da Poluição Atmosférica

•Aquecimento Global•Camada de Ozônio•Chuva Ácida•Efeito Estufa•Smog

Aquecimento Global

Figura 1 - Aquecimento global

A demanda de energia - eletricidade, gás e combustíveis necessários para operar todas as ferramentas

da civilização moderna - em países desenvolvidos é a maior causa da poluição a qual está agora aquecendo

nosso planeta. Dióxido de carbono, produzido na queima de combustíveis fósseis - carvão, óleo e gás

natural - é responsável por cerca de 6% do efeito estufa. Os outros gases envolvidos nesse efeito são os

CFCs (CloroFlúorCarbonos), metano, vapor de água, ozônio e óxido nitroso.

Previsões atuais do aquecimento global não levam em conta as reações e interações das massas de

terra, oceânicas e de gelo em resposta à elevação da temperatura que já iniciou. Na avaliação das mudanças

em desenvolvimento deve-se levar em conta os processos de "feedback" (re-alimentação) através dos quais

o efeito estufa desencadearia reações que, por sua vez, exacerbariam o aquecimento global. Surge um

problema em incluir reações de "feedback" em modelos computacionais de um clima futuro, porque esses

processos não tem comportamento suficientemente previsível para dar resultados confiáveis. É impossível

quantificar o efeito dos "feedbacks" quando eles mesmos são alimentados uns pelos outros. Quando as

respostas de comunidades de plantas, massas de terra, oceanos e gelo começam a realimentar-se entre si, a

incerteza de cada efeito individual é ampliada por todos os outros. Torna-se, então, impossível produzir

previsões confiáveis sobre seus efeitos totais no sistema climático. O que se pode prever, no entanto, é que,

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se eles interagem de forma sinergética, seus efeitos combinados serão muito maiores do que a soma dos

efeitos individuais considerados separadamente.

Além disso, nenhum dos cálculos das concentrações dos gases estufa e o respectivo aquecimento nos

próximos cem anos leva em conta os "feedbacks" que virão da biosfera e das comunidades microbiológicas

e de plantas em particular, enquanto a temperatura aumenta e o clima muda.

Muitos dos "feedbacks" biosféricos dependem das variações esperadas para o ciclo do carbono,

durante o qual carbono é armazenado por massas de terra e oceanos, liberado para a atmosfera e,

novamente, absorvido nas massas de terra e oceanos. O consenso científico é que podemos esperar

significativas quantidades extras de CO2 a serem liberadas à atmosfera no futuro, pois as plantas e

microorganismos mudam seu comportamento em reação ao aumento da temperatura.

Uma reação biosférica potencial resultará da morte esperada de florestas que não se adaptem, num

tempo adequado, ao aumento da temperatura. Quando essas florestas morrerem haverá liberação de grandes

quantidades de CO2 e CH4.

Pesquisas sugerem que as áreas cobertas pelas florestas boreais diminuirão drasticamente dos atuais

23%, da área total florestada do mundo, para menos de 1%. Estima-se que haverá adição de 80 - 120

milhões de toneladas de CH4 à atmosfera e a temperatura local aumentará 10C. Prevê-se, também, um

aquecimento global em torno de 3C para o ano 2100.

Deve-se considerar, também, um número de reações dentro dos oceanos e praticamente todas

aumentarão o dióxido de carbono na atmosfera. A princípio, os oceanos não absorverão convenientemente o

CO2 extra na atmosfera na mesma velocidade em que o mesmo será emitido. Se houver um aumento de

10%, os oceanos absorverão somente 1%. Além disso, como as águas superficiais do oceano se aquecem,

elas não serão capazes de absorver tanto CO2 como o fazem no presente.

Pensa-se, também, que como os oceanos sofrerão aquecimento, carbono orgânico dissolvido sofrerá

decomposição mais rapidamente, liberando novamente quantidades crescentes de CO2 à atmosfera.

A combinação de todos os fatores envolvidos no aquecimento e mudança climática levou à

conclusão de que é necessária a redução imediata de 60 - 80% nas emissões de CO2 e de outros gases estufa.

Um aumento maior que o dobro na concentração atual dos gases estufa seria um risco inaceitável e, no

momento, tem-se que a concentração dobrará por volta do ano 2025.

Diversas ações, englobadas no que poderia se chamar de Revolução Industrial Verde, tais como

desenvolvimento de novas tecnologias, maior eficiência no uso da energia disponível e utilização efetiva e

com eficiência de biomassa (árvores, plantas, rejeitos, ...) estão em curso. Nesse sentido tem especial

interesse os microorganismos presentes na enorme massa de água da Terra. As algas microscópicas

marinhas fazem a fotossíntese e produzem um ingrediente essencial (dimetilsulfeto - DMS) que mantém os

níveis de enxofre constantes e ajuda na formação das nuvens.

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Camada de Ozônio

Figura 2 - Camada de Ozônio

Tudo começou com um fenômeno importante para a manutenção da vida, foi a transformação de

parte do oxigênio que se acumulava na atmosfera em ozônio. Isso graças a interação das radiações

ultravioletas do sol nas altas camadas da atmosfera. Essas reações originaram uma verdadeira barreira de

ozônio, filtrando e impedindo a penetração de quantidades excessivas de raios ultravioletas, que são nocivos

à vida.

A camada de ozônio é uma "capa" desse gás (ATMOSFERA) que envolve a Terra e a protege de

vários tipos de radiação, sendo que a principal delas, a radiação ultravioleta, é a principal causadora de

câncer de pele. No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passaram a ser utilizados produtos

que emitem Clorofluorcarbonos (CFC), um gás que ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que

a formam (O3), causando assim a destruição dessa camada da atmosfera. Sem essa camada, a incidência de

raios ultravioletas nocivos à Terra fica sensivelmente maior, aumentando as chances de contração de câncer.

A origem dos atuais problemas ambientais está no estilo de vida das nações industrializadas. O

aumento da industrialização no hemisfério norte trouxe riquezas materiais às custas do meio ambiente. A

mineração a céu aberto deixou cicatrizes na área rural, cidades e fábricas se espalharam, liberando

substâncias químicas nocivas no ar. Os carros estão se multiplicando, acrescentando poluentes à atmosfera.

O uso generalizado de artigos descartáveis que são "energeticamente ineficientes " é um desperdício de

recursos escassos como por exemplo as pilhas usadas em rádios precisam de 50 vezes mais energia para

serem fabricadas, do que àquela que produzem. Se o Terceiro Mundo seguir essas práticas ao se

desenvolver, poderá levar a terra a um holocausto ecológico.

Nas últimas décadas tentou-se evitar ao máximo a utilização do CFC e, mesmo assim, o buraco na

camada de ozônio continua aumentando, preocupando cada vez mais a população mundial. As ineficientes

tentativas de se diminuir a produção de CFC, devido à dificuldade de se substituir esse gás ,principalmente

nos refrigeradores, fez com que o buraco continuasse aumentando, prejudicando cada vez mais a

humanidade. Um exemplo do fracasso na tentativa de se eliminar a produção de CFC foi a dos EUA, o

maior produtor desse gás em todo planeta. Em 1978 os EUA produziam, em aerossóis, 470 mil toneladas de

CFC, aumentando para 235 mil em 1988. Em compensação, a produção de CFC em outros produtos, que era

de 350 mil toneladas em 1978, passou para 540 mil em 1988, mostrando a necessidade de se utilizar esse

gás em nossa vida quotidiana. É muito difícil encontrar uma solução para o problema. De qualquer forma,

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temos que evitar ao máximo a utilização desse gás, para que possamos garantir a sobrevivência de nossa

espécie.

A surpresa mais perturbadora do final do século XX talvez tenha sido a descoberta da fragilidade do

novo meio ambiente. As florestas tropicais, que fornecem parte do oxigênio que respiramos, estão

desaparecendo a uma velocidade alarmante na África, na América do Sul e principalmente no Sudeste

Asiático. A camada de Ozônio, que nos protege de radiações nocivas, está sendo destruída.

Conseqüências

A principal conseqüência da destruição da camada de ozônio será o grande aumento da incidência de

câncer de pele, desde que os raios ultravioletas são mutagênicos. Além disso, existe a hipótese segundo a

qual a destruição da camada de ozônio pode causar desequilíbrio no clima, resultando no "efeito estufa", o

que causaria o descongelamento das geleiras polares e conseqüente inundação de muitos territórios que

atualmente se encontram em condições de habitação. De qualquer forma, a maior preocupação dos cientistas

é mesmo com o câncer de pele, cuja incidência vem aumentando nos últimos vinte anos. Cada vez mais

aconselha-se a evitar o sol nas horas em que esteja muito forte, assim como a utilização de filtros solares,

únicas maneiras de se prevenir e de se proteger a pele.

Do total da energia que nos chega do Sol, cerca de 46% correspondem à luz visível; 45%, à radiação

infravermelha, e 9% , à radiação ultravioleta. Essa última contém mais energia e, por isso, é mais perigosa

para a vida dos animais e vegetais sobre a superfície da terra. O ultravioleta é a radiação que consegue

"quebrar" várias moléculas que formam nossa pele, sendo por isso o principal responsável pelas

queimaduras da praia.

Na atmosfera terrestre entre 12 e 32 Km de altitude, existe a camada de ozônio (O3) e que funciona

como escudo, evitando que 9% da radiação ultravioleta atinja a superfície da Terra.

No início da década de 60 verificou-se que a camada de ozônio estava sendo destruída mais

rapidamente que o normal. O problema foi agravado pelo aumento do número de automóveis, aviões a jato,

aviões supersônicos, foguetes, ônibus espaciais. Em 1984 verificou-se uma perda de 40% da camada de

ozônio sobre a Antártida. Calcula-se que a camada de ozônio vem diminuindo 0,5% ao ano, e que uma

redução de 1% na camada de ozônio corresponde a um aumento de 2% da radiação ultravioleta que chega à

superfície terrestre, o que trará problemas como câncer de pele, catarata, cegueira, queima de vegetais,

alterações no plâncton e reflexos em toda a cadeia alimentar marítima.

No Brasil, a camada de ozônio ainda não perdeu 5% do seu tamanho original, de acordo com os

instrumentos medidores do INPE (Instituto de Pesquisas Espaciais). O instituto acompanha a movimentação

do gás na atmosfera desde 1978 e até hoje não detectou nenhuma variação significante, provavelmente pela

pouca produção de CFC no Brasil em comparação com os países de primeiro mundo. No Brasil apenas 5%

dos aerossóis utilizam CFC, já que uma mistura de butano e propano é significativamente mais barata,

funcionando perfeitamente em substituição ao Clorofluorcarbonos.

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Chuva Ácida

A chuva ácida é um fenômeno que surgiu com a crescente industrialização do mundo, em relação

direta com a poluição do ar, manifestando-se com maior intensidade e maior abrangência nos países

desenvolvidos. Não obstante, tal fenômeno começa a manifestar-se também em pontos isolados, em países

como o Brasil.

Figura 3 - Chuva ácida

As emissões de fumaça das usinas termelétricas à base de carvão, das industrias de celulose, das

refinarias, dos veículos automotores, assim como qualquer poluente gasoso lançado na atmosfera,

contribuem para a formação de chuva ácida. Compostos de enxofre e nitrogênio são os principais

componentes desta chuva, que pode se manifestar tanto no local de origem, como a centenas de quilômetros

de distância. Um exemplo disto ;é a mineração de carvão em Criciúma, em Santa Catarina, que é

responsável pela chuva acidificada pelo enxofre emanado do carvão depositado, que se mistura às

formações de nuvens, em suspensão no ar. Esta chuva quando transportada pelos ventos vai cair, por

exemplo, no parque nacional de São Joaquim, também em Santa Catarina, situado a muitos quilômetros de

distancia.

Nos gases produzidos por fábricas e motores (em especial quando há queima de carvão mineral) são

liberados para a atmosfera óxidos de enxofre (SO2) os quais reagem com o vapor da água produzindo ácido

sulfúrico (H2SO4), que é diluído na água da chuva e dando origem a chuva ácida, com pH muito ácido.

O pH (índice utilizado para medir acidez : quanto menor mais ácido), medido para a maioria das

chuvas ácidas, assume valores inferiores a 4,5 ( o pH de uma chuva normal é de 5,0).

Este tipo de chuva, quando freqüente provoca acidificação do solo, prejudicando também plantas e

animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma as edificações presentes na área são afetadas. Um lago

que tem seu pH reduzido a 4,5, por doses repetidas de chuva ácida, impossibilita condições de vida para

vários organismos. Um pH 2,0, iguala-se ao pH do suco de limão.

O excesso de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados lagos também pode causar

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crescimento excessivo de algas, e conseqüentemente perda de oxig6enio, provocando um significativo

empobrecimento da vida aquática.

A ingestão de água potável acidificada, por longos períodos, pode causar a doença de Parkinson e de

Alzheimer, a hipertensão, problemas renais e , principalmente em crianças, danos ao cérebro. Estima-se que

nos E.U.A. a chuva ácida é a terceira maior causa de doenças pulmonares.

Continuando no ritmo atual de poluição do ar, nos próximos 30 anos a chuva ácida causará maiores

alterações na química dos solos do que as florestas tropicais poderiam suportar. Este fenômeno pode ser

reduzido pela instalação de equipamentos que evitem as emissões gasosas, principalmente de compostos de

enxofre e nitrogênio.

No Brasil, a mata atlântica é extremamente afetada pela chuva ácida, uma vez que muitos centros

urbanos e industriais se localizam próximos ao litoral. Em Cubatão (São Paulo) vários programas de

reflorestamento têm acontecido nos últimos anos, a fim de proteger as encostas cuja vegetação foi destruída.

Efeito Estufa

O efeito da maior concentração de CO2 na atmosfera é uma exacerbação do originalmente benéfico

efeito estufa, isto é, o planeta tende a se aquecer mais do que o normal; em outras palavras, a temperatura

média da Terra tende a subir.

Os mais avançados modelos matemáticos indicam que a temperatura média da Terra deverá

aumentar em 2°C para uma duplicação da concentração de dióxido de carbono a partir do nível de 270 ppm.

Existe um consenso de que o aumento do efeito estufa só não é maior atualmente porque uma grande

parte de CO2 é dissolvida nos oceanos e extraída pela vegetação. Sem esses mecanismos reguladores, há

muito o ser humano já teria, sozinho, desequilibrado totalmente o clima da Terra.

As tentativas das nações de solucionar o problema por elas mesmas criado beiram o ridículo. Na

Conferência do Clima de 1995, em Berlim, os governos concordaram que "não foram adequadas" as

medidas tomadas no sentido de tentar a redução das emissões de gases que provocam o efeito estufa. A

Conferência do Clima de 1996, em Genebra, terminou com uma declaração em que os países "se

comprometem a negociar a redução do uso de gases responsáveis pelo efeito estufa". O tratado firmado na

Conferência do Clima de 1997, em Kioto, estabeleceu que as 38 nações industrializadas reduziriam a

emissão de gazes em 5,2% entre 2008 e 2012... Os critérios de aplicação dessa redução serão decididos em

1998, numa reunião marcada especialmente para isso em Buenos Aires. De qualquer forma, os congressistas

americanos já avisaram que não há como aprovar o tratado.

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Figura 4 - Efeito Estufa

Só para não perder o costume das propostas mirabolantes, surgiu recentemente a proposição de se

injetar 190 mil toneladas de amônia no fundo do mar para forçar o oceano a retirar da atmosfera dois

milhões de toneladas de CO2. Bela solução. Reduzir a poluição do ar aumentando a dos mares.

A ocorrência de efeitos climáticos extraordinários em curtos períodos de tempo também é atribuída ao

incremento do efeito estufa. Em 1984 foi publicado um trabalho por uma equipe da Universidade de East

Anglia, na Grã-Bretanha, onde se previa que um aquecimento da Terra decorrente do efeito estufa

provocaria invernos mais intensos na Europa. Nos três anos seguintes a Europa foi atingida por invernos

rigorosíssimos.

Na costa brasileira e em todos os países litorâneos, o avanço do mar assusta a população. A causa é o

aumento do nível do mar, acarretado entre outros fatores pelo incremento do efeito estufa. No Brasil, várias

praias ameaçam simplesmente sumir do mapa. Ano após ano elas perdem grandes faixas de areia e são

tomadas pelo mar. Na cidade litorânea de Caiçara do Norte, Estado do Rio Grande do Norte, o mar avançou

50 metros nos últimos dez anos; oitenta casas sumiram e seus moradores foram forçados a abandonar a

cidade.

O aquecimento da Terra também não fica sem efeito sobre a flora e a fauna. Na Antártida estão

sendo vistas atualmente espécies de plantas que não existiam há dez ou quinze anos, "efeito do aumento de

15 graus na temperatura do continente ao longo dos últimos 40 anos", explica o físico brasileiro Paulo

Artaxa.

Enquanto isso, no resto do mundo, muitas espécies estão desaparecendo. Segundo Jonathan Weiner,

em seu livro "Os Próximos Cem Anos", já em 1977 alguns ornitólogos constataram que os bosques norte-

americanos estavam ficando mais silenciosos. No México, em 1996, observou-se que em determinadas

altitudes cerca de 50% das espécies de borboletas haviam desaparecido, forçadas a migrar para regiões mais

frias. Também em 1996 o mundo ficou sabendo que os batráquios (sapos e rãs) estavam desaparecendo nos

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quatro continentes, possivelmente em decorrência do aquecimento da Terra. Constatou-se o declínio

acentuado da população desses bichos nos seguintes países: Brasil, Japão, Canadá, Porto Rico, Grã-

Bretanha, Panamá, Noruega, Suíça e Alemanha. Nos Estados Unidos e Canadá muitos sapos também

começaram a aparecer deformados: eles apresentam uma perna extra ou uma perna faltante, além de olhos e

outras partes do corpo fora do lugar.

A respeito do inexplicável desaparecimento de espécies do planeta, cito aqui trechos de um artigo do

jornalista Gilles Lapouge (agosto de 1996) comentando o sumiço das colméias nos Estados Unidos:

As conseqüências climáticas do incremento do efeito estufa é apenas mais um dos sinais de que o

habitat dos seres humanos está sofrendo grandes transformações. O ser humano usou e abusou da natureza

durante séculos, agrediu o planeta tanto quanto quis, sem dó nem piedade, vendo diante de si unicamente

seu conforto imediato. Agora, chegou a hora do ajuste de contas. De experimentar em si mesmo todos os

crimes cometidos contra o meio ambiente. A poluição acarretada pelos gases decorrentes da atividade

humana é apenas uma pequena conta no rosário de culpas da humanidade. E não é a vontade dela, nem suas

ridículas providências que farão a Terra voltar a esfriar.

A maioria dos que se ocupam com o fenômeno do efeito estufa estudam-no ainda apenas como mais

uma curiosidade científica interessante, talvez também um pouco preocupados com o que possa ocorrer com

a Terra num futuro longínquo. Breve, muito breve, porém essas curiosidades se transformarão em ameaças

concretas, que não mais poderão ser encobertas com palavras tranqüilizadoras de pretensos apaziguadores

científicos.

SmogO Smog é um fenômeno que aparece nos grandes centros urbanos. É identificado por uma grande

massa de ar estagnado em conjunto com vários gases, vapores de ar e fumaça que acabam em nossos

pulmões.

Figura 5 - Carros no centro urbano (SMOG)

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Os reagentes que produzem o tipo mais comum de smog são principalmente as emissões

provenientes de automóveis, embora nas áreas rurais alguns dos ingredientes originem-se das florestas.

A palavra reúne dois conceitos, os de smoke e fog, que em português se traduz sem ambigüidades

como fumaça e neblina. Nos países de língua espanhola às vezes usa-se uma adaptação da palavra esmog, e

há inclusive quem considere necessário copiar a fórmula para gerar um termo próprio: neblumo.

O processo de formação do smog abrange centenas de reações diferentes envolvendo um número

indeterminado de substâncias químicas, que ocorrem simultaneamente, de fato, as atmosferas urbanas têm

sido definidas como “reatores químicos gigantescos”.

Quanto mais smog você inalar, mais probabilidades existem de sofrer efeitos adversos para sua

saúde. As pessoas sensíveis podem apresentar sintomas depois de permanecer apenas uma ou duas horas ao

ar livre, em meio a um ambiente poluído. Os idosos são os que mais riscos correm, especialmente os que

sofrem de enfermidades dos pulmões ou do coração. Também as crianças correm perigo, porque respiram

mais rápido e passam mais tempo ao ar livre. Inclusive os adultos jovens saudáveis respiram de forma

menos eficiente durante os dias em que o ar está densamente poluído.

Alguns Conceitos Sobre Poluição do Ar

Conforme resolução do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) no 3, de 28/06/1990

considera-se poluente atmosférico qualquer substância presente no ar que possa torná-lo impróprio, nocivo

ou ofensivo à saúde, causando inconveniente ao bem estar público, danos materiais, à fauna e flora e à

comunidade de um modo geral.

Os poluentes podem ser classificados como:

Primários – são aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão.

Secundários – são aqueles formados através da reação química entre os poluentes primários e

componentes naturais da atmosfera.

As substâncias poluentes podem ser classificadas como: compostos de enxofre, de nitrogênio,

orgânicos de carbono, monóxido de carbono, halogenados, Material particulado e Ozônio.

A medição da qualidade do ar é restrita a um número de poluentes, definidos em função de sua

importância e dos recursos disponíveis para monitorá-los. O grupo de poluentes adotado para indicar a

qualidade do ar são: Material Particulado (MP), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO),

ozônio (O3, um oxidante fotoquímico), hidrocarbonetos e óxido de nitrogênio (NOx).

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Padrões de Qualidade do Ar

Um padrão de qualidade do ar define o limite máximo para a concentração de um componente

atmosférico que garanta a proteção da saúde e do bem estar das pessoas. Esses padrões são baseados em

estudos científicos que possam identificar os efeitos produzidos por poluentes específicos, e estes são

fixados em níveis de segurança de modo que não tragam riscos para a sociedade [1].

Através da Portaria normativa no 348 de 14/03/90 o IBAMA (Portaria anterior GM 0231 de

27/04/76) estabeleceu os padrões nacionais de qualidade do ar e os respectivos métodos de referência. Os

padrões dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em 28/06/90 (tabela 1) e transformados em

resolução CONAMA no 03/90.

Tabela 2 - Padrões nacionais de qualidade do ar (Resolução CONAMA nº 03 de 28/06/90)

Parâmetros Tempo de amostragem

Padrão primário

Padrão secundário

Método de medição

Partículas totais em suspensão

24 horas1

MGA224080

15060

amostrador de grandes volumes

partículas inaláveis 24 horas1

MAA315050

15050

separação inércia/filtração

Fumaça 24 horas1

MAA315060

10040 refletância

Dióxido de enxofre 24 horas1

MAA336580

10040

pararosanilina

dióxido de nitrogênio

1 hora1

MAA320100

190100

quimiluminescência

monóxido de carbono

1 hora1

8 horas14000010000

4000010000

infravermelho não dispersivo

Ozônio 1 hora1 160 160 quimiluminescência

1 - Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano.2 - Média geométrica anual.3 - Média aritmética anual.

São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar:

Primário – são as concentrações de poluentes que se ultrapassadas podem causar riscos para a saúde,

são os níveis máximos de tolerância.

Secundário – são as concentrações de poluentes onde se prevê o mínimo efeito sobre a saúde da

população (assim como efeito mínimo na fauna, flora e materiais) podendo causar problemas à longo prazo,

podem ser chamados de níveis toleráveis de poluição atmosférica. O objetivo deste padrão é ser aplicado em

áreas de preservação ambiental.

A Resolução CONAMA no 3 de 28/06/90 apresenta, também, critérios para episódios agudos de

poluição do ar (tabela 2), e são ressaltados que os estados de atenção, alerta e emergência, requer além dos

níveis de concentração as condições meteorológicas favoráveis ou desfavoráveis para a dispersão destes

poluentes.

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Tabela 3 - Critérios para episódios agudos de poluição do ar (Resolução CONAMA nº 03 de 28/06/90)

Parâmetros Atenção Alerta EmergênciaPartículas totais em

suspensão (mg/m3)-24 horas

375 625 875

partículas inaláveis (µg/m³) - 24 horas 250 420 500

fumaça (µg/m³) –24 horas 250 420 500Dióxido de enxofre (µg/m³) - 24 horas 800 1600 2100

SO2 x PTS(µg/m³)(µg/m³) – 24 horas 65000 261000 393000

dióxido de nitrogênio (µg/m³) - 1 hora 1130 2260 3000

monóxido de carbono (ppm) - 8 horas 15 30 40

Ozônio (µg/m³) - 1 hora 400* 800 1000

* O nível de atenção é declarado pela CETESB com base na Legislação Estadual que é mais restritiva (200 µg/m³).

A legislação estadual (DE 8468 de 08/09/76) também estabelece critérios de padrões de qualidade do

ar para episódios agudos, mas abrange um número menor de parâmetros, e os parâmetros fumaça, partículas

inaláveis e dióxido de nitrogênio não tem padrões nesta legislação. Esta legislação é mais rigorosa que a

Federal para os níveis de atenção do Ozônio (200µg/m3).

Na tabela 3 são mostrados os níveis de padrão de qualidade do ar proposto pela legislação dos

Estados Unidos da América, e na tabela 4 estão os padrões recomendados pela Organização Mundial da

Saúde (OMS).

Tabela 4 - Padrões de qualidade do ar adotados pela EPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos

Poluente Tempo de Amostragem

Padrão Primário (µg/m3) Método de Medição

Partículas inaláveis (MP10)

24 hmédia aritmética anual

15050

Separação inicial / filtro gravimétrico

Partículas inaláveis finas (MP2,5)

24 h1

média aritmética anual6515

Separação inicial / filtro gravimétrico

Dióxido de enxofre 24 h2

média aritmética anual36580

Pararosanilina

Dióxido de nitrogênio média aritmética anual2 100 Quimiluminescência

Monóxido de carbono 1 h8 h

4000010000

Infravermelho nãodispersivo

Ozônio 1 h8 h3

235157

Quimiluminescência

(1) a média aritmética das médias anuais (calculadas a partir das médias de 24 horas) dos últimos três anos consecutivos não pode ultrapassar 15µg/m³ e a média de três anos dos percentis 98 de cada ano não pode ultrapassar 65µg/m³ para nenhuma estação da região.(2) Não deve ser excedido mais que uma vez ao ano.(3) Uma região atende ao padrão de 8h de O3 se a média de 3 anos do 4o valor mais alto. (máximas diárias da média de 8h) de cada ano for menor ou igual a 0,08ppm.

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Tabela 5 - Níveis máximos recomendados pela Organização Mundial da Saúde – 1995

Poluente Concentração Tempo AmostragemDióxido de enxofre 125 µg/m3 24 horasDióxido de nitrogênio 200 µg/m3 1 horasMonóxido de Carbono 10 mg/m3 8 horasOzônio 120 µg/m3 8 horas

Índice de Qualidade do Ar

Os dados de qualidade do ar obtidos pela CETESB (em suas redes de monitoramento automáticas, 29

fixas e 2 móveis o método de medição destas redes são apresentado na tabela 5 juntamente com uma

previsão meteorológica para as condições de dispersão de poluentes, para as 24 horas seguintes, são

divulgados diariamente através de boletins sobre a qualidade do ar.

Tabela 6 - Métodos de determinação dos poluentes - Rede Automática

Parâmetro Métodopartículas inaláveis radiação Betadióxido de enxofre fluorescência de pulso (ultravioleta)óxidos de nitrogênio Quimiluminescênciamonóxido de carbono infravermelho não dispersivo (GFC)Hidrocarbonetos cromatografia gasosa / ionização de chamaOzônio Ultravioleta

Para efeito de divulgação é utilizado como referencia o índice mais elevado de cada estação de

monitoramento, ou seja, a qualidade do ar é dada pelo pior caso. Este índice recebe uma qualificação que é

apresentada na tabela 6.

Tabela 7 – Padrões de Qualidade do Ar

Índice Qualidade do ar Estado0 – 50 BOA51 – 100 REGULAR101 – 199 INADEQUADA200 – 299 MÁ ATENÇÃO300 – 399 PÉSSIMA ALERTA> 400 CRÍTICA EMERGÊNCIA

A tabela 7 mostra os níveis de qualidade do ar para os poluentes mais importantes, assim como seus

critérios.

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Tabela 8 – Níveis de qualidade do Ar

Parâmetros 50% PQAR1 PQAR Atenção Alerta Emergência Crítico

-SO2 - Dióxido de Enxofre (µg /m³) 80 365 800 1.600 2.100 2.620

-PI - Partículas Inaláveis (µg /m³) 50 150 250 420 500 600

-CO - Monóxido de Carbono (ppm) 4,5 9,0 15,0 30,0 40,0 50,0

-O3- Ozônio (µg /m³) 80 160 200 800 1.000 1.200-NO2 - Dióxido de Nitrogênio (µg /m³) 100 320 1.130 2.260 3.000 3.750

1-PQAR – padrão de qualidade do ar

Existem também as redes de monitoramento manuais que medem o material particulado, possui 9

estações de amostragem de fumaça, 9 estações que medem as partículas totais em suspensão e 4 estações

que medem partículas inaláveis finas (MP) e as coletas são feitas durante 24 horas a cada 6 dias.

Os métodos de determinação dos poluentes da rede manual estão representados na tabela 8.

Tabela 9 - Métodos de determinação dos poluentes - Rede Manual

Parâmetro MétodoFumaça Refletânciapartículas totais em suspensão Gravimétrico/amostrador de grandes

volumesMaterial particulado inalável - 2,5 µg/m³ Gravimétrico/amostrador dicotômicoDióxido de enxofre cromatografia iônica/amostrador passivo

Poluição da Água

Poluição por compostos não biodegradáveis

Os microorganismos do ambiente aquático nem sempre conseguem degradar os compostos de

carbono que a indústria ou agricultura lançam nas águas. Isto acontece porque nem todas as substâncias

orgânicas, em geral sintetizadas pelo homem, encontram nos microorganismos enzimas capazes de oxida-las

em curto espaço de tempo.

Dentre esses compostos podemos destacar os detergentes, inseticidas e defensivos agrícolas em

geral. Ao lado desses produtos sintéticos, devemos mencionar ainda celulose vegetal.

Detergentes

Os detergentes têm sido cada vez empregados em substituições aos sabões.

Dependendo da disposição dos átomos de carbono na molécula, o detergente pode ou não ser

degradável.

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Fórmula de detergente não-biodegradável

SO3Na

SO3Na

Fórmula de detergente biodegradável

A

B

Figura 6 - Fórmula de detergente (A) não-biodegradável e (B) biodegradável

Inseticidas e defensivos agrícolas

Para combater insetos que transmitem doenças, pragas de lavoras, que podem agravar o problema da

fome, o homem procurou produzir substâncias que minimi9zassem tais efeitos.

O DDT (diclorodifenil tricloroetano) teve seu uso bastante ampliado a partir da Segunda Guerra

Mundial, quando impediu epidemia de tifo e malária, moléstias transmitidas por piolhos e mosquitos,

respectivamente. Depois desta época seu uso foi muito ampliado na agricultura.

Quando o DDT foi aplicado na proporção de 1:50x106 partes de água, quantidade cuidadosamente

calculada para que não houvesse prejuízos, verificou-se que uma espécie de aves, os mergulhões, começou a

morrer. Verificou-se que os tecidos graxos dessas aves continham 1600 partes por milhão.

Apesar de tudo, devemos salientar que há insetos que morrem apenas com inseticidas, por isso

devemos pensar quando e onde eles são necessários.

Plâncton Peixes herbívoros Peixes carnívoros5ppm 40 a 300ppm até 2500

Figura 7 - Percursos percorrido pelo DDT

Outras formas de poluição

Além de certos íons de metais pesados que causam doenças graves e podendo levar até à morte.

Iremos abordar outras formas de poluição.

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Aumento da temperatura

O aumento da temperatura ocasionado pelo lançamento de água aquecida nos mares e rios diminuiu

a quantidade de O2 dissolvido na água, o que acaba tornando ambiente inadequado para a vida de espécie

aquáticas.

Alterações de concentrações

A alteração da concentração de compostos dissolvidos na água (sais, íons H+, íons OH-) podem

ocasionar a morte de seres aquáticos em função do fenômeno da osmose.

Mudanças do pH

A maioria dos seres aquáticos são adaptados a determinadas faixas de pH, não suportando alterações

acentuadas da concentração de H+.

As principais causas da redução de pH nas águas naturais são as chuvas ácidas e as drenagens das

minas que contêm enxofre. Nas minas de carvão é freqüente a presença de sulfeto de ferro (pirita), que por

oxidação acaba por originar ácido sulfúrico. Em conseqüência, a água que, até por processos naturais,

penetram no solo e escoa pelos rios poderá atacar minerais como os carbonatos de cálcio e magnésio.

Poluição do Solo

Poluição do solo

Remoção da Cobertura Vegetal: A remoção da cobertura vegetal promove a exposição do solo às

intempéries. A camada de húmus (terra rica em matéria orgânica em decomposição), que é mais ou menos

fina, de acordo com a comunidade, é, então, facilmente removida – no processo chamado lixiviação. O solo

fica, dessa forma, estéril, inviabilizando a renovação da vegetação removida. Isso fica extremamente

evidente no caso da Amazônia, onde a camada de húmus não ultrapassa 3 cm de espessura e as chuvas são

abundantes.

A ausência de vegetação acelera, ainda, o processo de erosão do solo. A chuva arrasta o solo

desprotegido em direção ao leito dos rios, formando enormes crateras (as voçorocas) e levando ao

assoreamento dos rios. Nas encostas, a situação pode provocar deslizamentos com graves conseqüências

para o homem.

Aterros Sanitários

O lixo urbano constitui um dos principais problemas ecológicos atuais. Na sua maioria, o lixo é

composto por matérias orgânicas biodegradáveis, oriundas de restos de alimentos. Além disso, há

substâncias não biodegradáveis presentes no lixo, como plásticos e vidros. O lixo atrai ratos, moscas e

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baratas. Muitos desses animais, especialmente os ratos e suas pulgas, são vetores (transmissores) de várias

doenças, como a peste bubônica e a leptospirose. Outro inconveniente do lixo é o de sofrer um processo de

liquefação quando decomposto, formando um caldo escuro e ácido, denominado chorume. Nos grandes

lixões e aterros sanitários esse líquido se infiltra pelo solo, podendo atingir o lençol freático, contaminando

lagos, rios ou mesmo ou mar.

Poluição por Substâncias Radioativas

Atualmente existe uma enorme preocupação com relação às substâncias radioativas. Além dos

possíveis acidentes nucleares, o lixo radioativo constitui-se de um enorme problema. Muito freqüentemente

dejetos radioativos são acondicionados em containers e lançados no mar, em suas regiões mais profundas.

Existe, porém, risco de vazamento de substâncias radioativas para o meio. A radiação é muito perigosa,

como todos sabem, devido ao seu alto poder mutagênico. Além disso, a percepção da contaminação é difícil,

uma vez que ela não tem cheiro, cor ou gosto.

Poluição Biológica

A intervenção do homem nos ecossistemas naturais vem também causando o descontrole nos

equilíbrios populacionais. Inúmeros exemplos, como o uso de defensivos agrícolas (que exterminam

predadores naturais e selecionam espécies resistentes), a introdução de espécies em ecossistemas isolados (a

Austrália é um bom exemplo). As atividades humanas estão reduzindo enormemente a diversidade de

espécies de organismos vivos encontrados em nosso planeta (chamada de biodiversidade). Milhares de

espécies de animais, plantas e outros seres vivos já foram extintos pela ação direta ou indireta do ser

humano. Mais importante do que a ação predatória direta do homem, é a destruição dos ecossistemas

naturais, substituídos por pastagens e lavouras, que leva inúmeras espécies de macro e microorganismos à

extinção. Isso representa não só uma perda de valores espirituais, estéticos e turísticos, mas também ao

desaparecimento de fontes de novos remédios, substancias químicas e alimentos produzidos por esses

organismos, os quais são destruídos antes mesmo de serem conhecidos e utilizados pelo ser humano. O

estabelecimento de reservas, áreas de preservação e uso mais racional dos ecossistemas é fundamental para

a preservação da biodiversidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- MATOZO,H.C.; PIMENTA,E.F. Monografia de Química Ambiental: A Qualidade do Ar na Região Metropolitana de São Paulo. Universidade Federal de São Carlos. Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia. Departamento de Química. Orientador Dr. Antonio A. Mozeto. São Carlos-SP, 2004.

2- http://www.guiafloripa.com.br/energia/trivia/agentes_toxicos.php Acessado em 30 de Dezembro de 2008

3- MANAHAN, S. E. Environmental Chemistry. 6th ed. Páginas 32, 282 a 298, 329 a 346.

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4- BAIRD, C. Química Ambiental, Bookman, 2a ed. 2002.

5- JUHL, L; YEARSLEY, K; SILVA, A. Journal of Chemical Education, 1997, p 74, 1431.

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7- http://www.orcbs.msu.edu/chemical/nfpa Acessado em 30 de Dezembro de 2008

8- Universidade de Michigan: http://orcbs.msu.edu/chemical/chemical.html Acessado em 30 de Dezembro de 2008

9- MANO;E.B. SEABRA; A.P. Prática de Química Orgânica. 3a edição São Paulo, Editora Edgard Blucher Ltda, 1987

10-SILVA, R.R.;BOCCHI,N.;ROCHA,R.C.FILHO. Introdução à Química experimental. São Paulo, McGraw-Hill, 1990

11- KOLTZ, J.C.TREICHEL, P. JR. Química e reações química. Tradutor Horácio Macedo 3a edição. Vol. I e II. Rio de Janeiro, LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 1998

12- AMARAL, L. F. P. et al. Fundamentos de química orgânica. São Paulo, Editora Edgar Blucher Ltda. Reimpressão, 2001.

13- Conselho Nacional de Pesquisa: www.cnpq.br Acessado em 30 de Dezembro de 2008

14- IUPAC. www.iupac.org/divisions/III/index.html Acessado em 30 de Dezembro de 2008

15- SCHRINER, FUSON, CURTIN E MORRIN. Identificação sistemática de compostos orgânicos, 6a

Edição, Guanabara Dois, 1983

16- USBERCO; J. Química – Volume único, 5a ed., São Paulo, Saraiva, 2002

17- FELTRE; R. Química – 5a ed., volume 01 São Paulo: Moderna, 2000

18- FERNANDES; J. Química Analítica Qualitativa: Cursos Técnicos e Profissionalizante do 2o Grau, Curso de Química Industrial e Curso Superior de Química. São Paulo, Hemus Editora Ltda, 1982

19- FERNANDES; J. Química Analítica Quantitativa: Cursos Técnicos e Profissionalizante do 2o Grau, Curso de Química Industrial e Curso Superior de Química. São Paulo, Hemus Editora Ltda, 1982

20- ROSENBERG; I. M. Química Geral. São Paulo: Editora Blücher, 2002

21- SILVA; G. N. FILHO. Microbiologia: Manual de Aulas Práticas. Florianópolis-SC, Ed. da UFSC, 2004

22- PELCZAR; M. CHAN; E. C. S. KRIEG; N. R. Microbiologia: Conceitos e Aplicações. Volume II. Makron Books, São Paulo, 1996

23- VOGEL; A. I. Análise Química Quantitativa. 5a edição. Tradução Horácio Macedo. Rio de Janeiro, Editora LTC- Livros Técnicos e Científicos, 1992

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MATOZO,H.C. 22

24- SOLOMONS; T. W. G. Química Orgânica I e II. 7ª edição. Rio de Janeiro, Editora LTC- Livros Técnicos e Científicos S. A. 2000

25- COLLINS; GILBERTOL.BRAGA E PIERINA S. BONATO. Introdução a Métodos Cromatográficos, 6ª Ed. Editora da UNICAMP, Campinas, SP. 1995

26- Fundação ao Amparo da Pesquisa do Estado de Minas Gerais – www.fapemig.br Acessado em 30 de Dezembro de 2008

27- http://www.cppse.embrapa.br/ Acessado em 30 de Dezembro de 2008

28- http://www.anvisa.gov.br Acessado em 30 de Dezembro de 2008

29- http://www.ufscar.br/~ugr/ Acessado em 30 de Dezembro de 2008

30- www.copam.gov.br Acessado em 30 de Dezembro de 2008

31- MASTERTON; L. W. SLOWINSKI; E. J. STANITSKI; C. L. Tradução Jossyl de Souza Peixoto. Princípios de Química. Sexta Edição. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan S.A., 1990.

32- __________ Problemas Ambientais Globais. Institutoprominas. Caderno Específico 01. p 4, 30.

33- Relatório de qualidade do ar no Estado de São Paulo 2003. São Paulo : CETESB, 2004. 137 páginas (Série Relatórios / SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, ISSN 0103-4103)

34- http://colegioweb.uol.com.br Acessado em 30 de Dezembro de 2008

35- EMBRAPA. (1996). "Poluição do ar". Atlas do Meio Ambiente do Brasil. 02:49 - 57.

Anexos

Por que reciclar?

Tempo de decomposição de materiais pela natureza

Jornais - 2 a 6 semanas; Cascas de frutas - 3 meses; Embalagens de papel - 3 a 6 meses; Fósforos e

pontas de cigarros - 2 anos; Chicletes - 5 anos; Latas de alumínio - 200 a 500 anos; Isopor - 400 anos; Sacos

e copos plásticos - 450 anos.

Consumo anual de uma pessoa

Duas árvores gastas com papel; 90 latas de bebidas; 5 kg de plásticos; 107 garrafas ou frascos de

vidros; 10 vezes seu próprio peso em refugo doméstico.

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COLETA SELETIVA

VERDE – VIDRO ; VERMELHO – PLÁSTICO; AZUL - PAPEL / PAPELÃO; MARROM –

ORGÂNICO; AMARELO – METAL; ROXO – RADIOATIVOS; BRANCO – HOSPITLAR;

LARANJA – PERIGOSOS; CINZA – NÃO RECICLAVEIS; PRETO – MADEIRA

Figura 8 – Identificação de coletores

Com o que podemos contribuir

Reduzindo resíduos sólidos e líquidos. Nos processos, reduzindo sempre que possível à quantidade

de matéria prima a ser utilizada. Direcionando corretamente os resíduos para reciclagem. Fazendo certo da

primeira vez.

Figura 9 – Símbolo de material reciclável

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Figura 10- Símbolos encontrados em plásticos

PET - Poli (Tereftalato de etileno); PEAD - Polietileno de Alta Densidade; PVC - Poli (Cloreto de Vinila); PEBD – Polietileno de Baixa Densidade; PP – Polipropileno; PS – Poliestireno; Outros - Outros plásticos diferentes dosanteriores.

Figura 11 – Materiais recicláveis e não- recicláveis

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Figura 12 – Tempo de decomposição de alguns materiais

Por que as ISO's tem os números 9.000 e 14.000?

A Organização Internacional para Padronização (em inglês: International Organization for

Standardization - ISO, em francês: L'Organisation internationale de normalisation) é uma entidade que

reúne as normas de padronização/normalização de 158 países. Fundada em 23 de fevereiro de 1947, em

Genebra, Suíça, a ISO aprova normas internacionais em todos os Esses padrões foram revistos em 1994, e

extensivamente revistos em 2000, tendo obtido absoluta aceitação internacional.

A ISO é atualmente a maior organização mundial de padrões. Até hoje (2007) publicou mais de

16500 padrões internacionais para diferentes atividades como agricultura e construção,engenharia mecânica,

instrumentação medica alem dos modernos desenvolvimentos na tecnologia da informação.

Com três anos de atraso, a ABNT emitiu a primeira versão (tradução) da série no Brasil, recebendo o

nome de série NBR 19000. Em 1994, a série foi revisada, porém sem grandes modificações, apenas com

uma pequena ampliação e alguns esclarecimentos em seus requisitos, mantendo a mesma estrutura, ou seja,

três normas sujeitas à certificação; paralelamente, a ABNT revisou as normas brasileiras, adotando o nome

"série NBR ISO 9000", alinhando-se com o resto do mundo que já adotava nomenclatura similar para suas

versões nacionais. Em dezembro de 2000 a série foi totalmente revisada; agora há apenas uma norma sujeita

à certificação, a ISO 9001, para gerenciamento de processos.

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Depois do sucesso das séries ISO 9000 de padrões de qualidade, a ISO publicou um conjunto

completo de padrões para Gerência Ambiental planejada para cobrir a área total ambiental para

organizações no mercado internacional.

Essas séries foram denominadas ISO 14000. Elas surgiram inicialmente como resultado de reunião

da GATT (Acordo Geral sobre Comércio e Tarifas (General Agreement on Tariffs and Trade)) no Uruguai e

Summit (Reunião de Cúpula) sobre o Ambiente ocorrido no Rio em 1992.

Como acontecera com as normas de qualidade ficou óbvia a necessidade de estabelecimento

internacional de padrões ambientais. O Comitê Técnico, TC 207 foi criado para prover padrões

internacionais de gerencia ambiental. As novas séries cobrem sistemas de gerenciamento ambiental, exames

de condições ambientais, avaliação do desempenho ambiental, verificação de ciclo de vida, e aspectos

ambientais padrões de produtos.

Observação:

A numeração das normas é completamente irrelevante, sendo uma seqüência numérica. Todas as

normas ISO obedecem a nomenclatura xxx:yyyy, onde xxx é o número da norma e yyyy é o ano da versão

mais atual. Observando-se a listagem das normas é possível verificar que existe desde a norma 1:19xx até

números bem altos. O fato da família 9000 ser 9000 e não 8000 ou 10000 tem a ver somente com a ordem

cronológica na qual foi gerada. A 14000 foi gerada um pouco mais tarde, por isso esta família tem um

número mais alto. Por outro lado, às vezes a numeração da norma está relacionada com o número do comitê

técnico que a gerou. Assim as famílias de normas 9000 e 14000 poderiam ter outra numeração, caso

tivessem sido propostas um pouco antes ou depois.

Resposta dada por: Mabel Rodrigues (Universidade Federal de São Carlos UFSCar)