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“O RACISMO MALTRATA, ADOECE E MATA!” Os casos de racismo podem ser denunciados através da: 1) Ouvidoria de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, através do número 0800 286 28 28, a ligação é gratuita e pode ser realizada de telefone fixo, celular e orelhão. 2) Através do Disque 136, do Ministério da Saúde e do Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos- Governo Federal. 3) Grupo de Trabalho -GT Racismo do Ministério Público de Pernambuco- MPPE tel: (81) 3303-1249. SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519- Bongi CEP 50751-530- Recife -PE Site: portal.pe.gov.br Coordenação Estadual de Atenção à Saúde da População Negra E-mail: [email protected] (81) 3184-0446/0426/0578/0616 Gerência Estadual de Atenção à Saúde Mental E-mail: [email protected] (81) 3184-0581/0582/0583 Gerência de Expansão e Qualificação da Atenção Primária E-mail: [email protected] (81) 3184-0592/ 3184-0596 Informações Importantes: Mental Saude e RACISMO BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Painel de Indicadores do SUS N°10: Temático Saúde da População Negra. 10. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. WILLIAMS, David R.; PRIEST, Naomi. Racismo e Saúde: um corpus crescente de evidência internacional. Sociologias, [s.l.], v. 17, n. 40, p.124- 174, dez. 2015. RAMOS-OLIVEIRA, Diana et al. Aspectos sociocognitivos como eventos estressantes na saúde mental em grupos étnicos e minoritários no Brasil. Summa Psicológica Ust, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p.43-55, abr. 2017. Materiais Consultados:

RACISMO e Saudeportal.saude.pe.gov.br/sites/portal.saude.pe.gov.br/files/05_folder_pn_racismo_e_saude...O racismo pode ser classificado como interpessoal e institucional. O racismo

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“O RACISMO MALTRATA, ADOECE E MATA!”

Os casos de racismo podem ser denunciados através da:1) Ouvidoria de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, através do número 0800 286 28 28, a ligação é gratuita e pode ser realizada de telefone fixo, celular e orelhão.2) Através do Disque 136, do Ministério da Saúde e do Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos- Governo Federal.3) Grupo de Trabalho -GT Racismo do Ministério Público de Pernambuco- MPPE tel: (81) 3303-1249.

SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO

Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519- BongiCEP 50751-530- Recife -PE

Site: portal.pe.gov.br

Coordenação Estadual de Atenção à Saúde da População Negra

E-mail: [email protected](81) 3184-0446/0426/0578/0616

Gerência Estadual de Atenção à Saúde MentalE-mail: [email protected]

(81) 3184-0581/0582/0583

Gerência de Expansão e Qualificação da Atenção Primária

E-mail: [email protected](81) 3184-0592/ 3184-0596

Informações Importantes:

Mental

Saudee

RACISMOBRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão

Estratégica e Participativa. Painel de Indicadores do SUS N°10: Temático Saúde da População Negra. 10. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

WILLIAMS, David R.; PRIEST, Naomi. Racismo e Saúde: um corpus crescente de evidência

internacional. Sociologias, [s.l.], v. 17, n. 40, p.124-174, dez. 2015.

RAMOS-OLIVEIRA, Diana et al. Aspectos sociocognitivos como eventos estressantes na saúde mental em grupos étnicos e minoritários no Brasil.

Summa Psicológica Ust, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p.43-55, abr. 2017.

Materiais Consultados:

Sobre Racismo e Saúde Mental:

Apesar de não existir uma definição oficial para o conceito de “Saúde Mental”, de modo geral, a saúde mental é compreendida como o nível de qualidade de vida psíquica, emocional e cognitiva, esta última diz respeito à capacidade de aquisição de novos conhecimentos. Neste sentido, é muito importante pensar em como o racismo é prejudicial à saúde e interfere no nível de saúde mental da população negra. O racismo consiste na desqualificação e discriminação de grupos étnico raciais, gerando diferenças nas oportunidades e na distribuição de recursos sociais. É tido como “um dos principais mecanismos de desvalorização, humilhação e negligência de seres humanos”, com potencial para desencadear sofrimento e doenças psíquicas na população negra, por se tratar de um evento traumático.

O racismo pode ser classificado como interpessoal e institucional. O racismo interpessoal diz respeito a comportamentos discriminatórios que ocorrem entre pessoas, o racismo institucional, por sua vez, segundo definição do Programa de Combate ao Racismo Institucional elaborado a partir da cooperação entre o Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional e Redução da Pobreza (DFID) e Ministério da Saúde (MS) no ano de 2006, é considerado como “o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de sua cor, cultura, origem racial ou étnica. Ele se manifesta em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano do trabalho, os quais são resultantes do preconceito racial, uma atitude que combina estereótipos racistas, falta de atenção e ignorância. Em qualquer caso, o racismo institucional sempre coloca pessoas de grupos raciais ou étnicos discriminados em situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados pelo Estado e por demais instituições e organizações.” (CRI, 2006).

No campo da saúde, o racismo é considerado um determinante das desigualdades étnico raciais, ocasionando o acesso desigual aos recursos para o cuidado em saúde. Além disso, o racismo produz impacto na qualidade e intensidade dos atendimentos prestados à população negra, interfere na qualidade das relações entre os profissionais de saúde e o paciente, ocasiona menor adesão ao tratamento, reduz a motivação dos usuários negros na busca por serviços de saúde e tem como consequência a prestação deficitária da atenção à saúde. Os profissionais de saúde negros também estão sujeitos aos efeitos do racismo no seu cotidiano de trabalho, no contato com os demais profissionais de saúde e usuários que reproduzem práticas discriminatórias.

O racismo é um fator determinante na saúde da população negra. Além dos efeitos psíquicos, como ativação de processos de estresse, aumento dos níveis de ansiedade e sintomas de depressão, o racismo é responsável pelo aumento da chance de desenvolvimento de transtornos mentais e transtornos associados ao uso de álcool. Dados epidemiológicos do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) apontam que a taxa de mortalidade pelo uso de drogas é duas vezes maior entre pretos (5,93) do que em brancos (2,69) e pardos (3,89) (BRASIL, 2016). Todos esses fatores são reforçados pelo acesso desigual aos cuidados em saúde. É importante lembrar que a saúde mental do indivíduo tem efeito sobre a saúde geral, podendo interferir no agravamento de outras doenças e no estabelecimento de quadros hipertensivos.

As marcas psíquicas do racismo são geradas a partir de xingamentos, atitudes de exclusão e discriminação, além de esteriótipos. Os esteriótipos consistem, por exemplo, em tratar pessoas negras como inferiores, feias, ruins, sujas e suspeitas, interferindo no modo de se relacionar com as pessoas negras e limitando suas potências. Além dessas formas mais explícitas, o racismo pode se manifestar de formas mais sutis e subliminares, o

que aumenta a sua crueldade, uma vez que invisibilizado-se as práticas racistas, torna-se mais difícil dar nome a esse tipo de violência e encontrar formas de lidar com o sofrimento. A ameaça de sofrer racismo causa sofrimento psíquico, realimenta o trauma causado por ele e aumenta a vulnerabilidade da população negra. Estes fatores são agravados pelo fato de que a maioria da população negra em sofrimento psíquico, quando em tratamento, geralmente está diante de profissionais de saúde que ignoram a violência racista a que estes indivíduos estão submetidos.

Deste modo é fundamental que seja prestado um atendimento que promova a igualdade para a população negra a partir do reconhecimento das desigualdades, assim como assinala o princípio da equidade do SUS, posto que a saúde é um direito humano. Para isto é necessário a ampliação da sensibilização quanto à temática racial de modo que permita que os profissionais de saúde assumam de forma consciente as questões raciais, sendo possível a realização de processos terapêuticos que incluam a “valorização e compreensão da história, da estética, da religiosidade e de todo o imaginário negro.”

O atendimento em saúde mental à população no SUS é prestado por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) composta por serviços diversos. A porta preferencial e o local mais privilegiado para o cuidado das pessoas em sofrimento mental é a Atenção Básica, que conta com as Equipes de Saúde da Família (ESF) e os Núcleos Ampliados do Saúde da família e Atenção Básica (Nasf-AB). Essas equipes acionam e/ou articulam outros serviços da RAPS, quando necessário.

Para os casos mais graves de problemas psíquicos existem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). O acesso a esses serviços pode ser por meio de encaminhamentos ou acesso direto pela população.