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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL RAÇÕES ENRIQUECIDAS COM ÓLEO DE COCO E ÓLEO DE CANOLA NO DESEMPENHO E PERFIL LIPÍDICO DA CARNE DE CODORNAS EUROPEIAS ALINE GUEDES VERAS MACAÍBA / RN BRASIL Julho / 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO ANIMAL

RAÇÕES ENRIQUECIDAS COM ÓLEO DE COCO E

ÓLEO DE CANOLA NO DESEMPENHO E PERFIL

LIPÍDICO DA CARNE DE CODORNAS EUROPEIAS

ALINE GUEDES VERAS

MACAÍBA / RN – BRASIL

Julho / 2017

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ALINE GUEDES VERAS

RAÇÕES ENRIQUECIDAS COM ÓLEO DE COCO E

ÓLEO DE CANOLA NO DESEMPENHO E PERFIL

LIPÍDICO DA CARNE DE CODORNAS EUROPEIAS

Orientadora: Profª Drª Elisanie Neiva Magalhães Teixeira

MACAÍBA / RN – BRASIL

Julho / 2017

Dissertação apresentada à Universidade Federal do

Rio Grande do Norte – UFRN, Campus de

Macaíba, como parte das exigências para a

obtenção do título de Mestre em Produção Animal.

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Sistema de Bibliotecas – SISBI

Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede

Veras, Aline Guedes.

Rações enriquecidas com óleo de coco e óleo de canola no desempenho e perfil

lipídico da carne de codornas europeias / Aline Guedes Veras. - 2017.

64 f. : il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Escola

agrícola de Jundiaí. Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias. Programa

de Pós-Graduação em Produção Animal. Macaíba, RN, 2017.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Elisanie Neiva Magalhães Teixeira.

1. Coturnicultura – Dissertação. 2. Coturnix coturnix coturnix. 3. Ácidos graxos -

Dissertação. 4. Consumo de ração - Dissertação. I. Teixeira, Elisanie Neiva Magalhães.

II. Título.

RN/UFRN/BCZM CDU 636.5

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ALINE GUEDES VERAS

RAÇÕES ENRIQUECIDAS COM ÓLEO DE COCO E ÓLEO

DE CANOLA NO DESEMPENHO E PERFIL LIPÍDICO DA

CARNE DE CODORNAS EUROPEIAS

APROVADA EM:

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Janete Gouveia de Souza (UFRN)

Presidente da banca

Profº. Dr. Marco Aurélio Carneiro de Holanda (UFRPE)

Membro externo

Profª. Drª. Mônica Calixto Ribeiro de Holanda (UFRPE)

Membro externo

Dissertação apresentação à Universidade Federal do

Rio do Grande do Norte – UFRN, Campus de

Macaíba, como parte das exigências para a obtenção

do título de Mestre em Produção Animal

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Dedico este trabalho aos meus pais Dicinha e Vavá

e a meus irmãos George, Diorges e Geová José, por

todo apoio e dedicação nessa minha caminhada.

Essa vitória é nossa!

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Entender a vontade de Deus nem sempre é

fácil, mas crer que ele está no comando e

tem um plano para nossa vida, faz a

caminhada valer a pena.

(Autor Desconhecido)

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ter permitido a concretização deste sonho, e por

sempre estar ao meu lado, principalmente nos momentos difíceis, me dando coragem e

sabedoria, transformando as dificuldades em aprendizado e maturidade, me tornando

assim um ser melhor.

Agradeço muito à minha família por sempre estar presente em minhas decisões e por

me apoiar, principalmente à minha querida mãe Maria Salomé Guedes (Dicinha) que

nunca mediu esforços para que cada filho conquiste seus objetivos e, por ser meu porto

seguro, pessoa esta que admiro muito, pela sua coragem e perseverança. Aos meus irmãos

George, Diorges e Geová José por sempre me ajudarem em qualquer situação de minha

vida, seja ela boa ou não, e por suas amizades. Ao meu pai Geová Veras (Vavá) por fazer

parte de tudo, além de sua ajuda nada seria possível, meu muito obrigada a todos.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Programa de Pós-Graduação

em Produção Animal pela oportunidade profissional.

A professora Elisiane Magalhães Teixeira pelos ensinamentos, amizade e apoio

necessário para a realização deste trabalho.

A professora Janete Gouveia de Souza, que durante este período final foi peça chave

para a continuação e realização deste trabalho, tornando este trabalho uma experiência de

crescimento e aprendizagem. Meus sinceros agradecimentos!

Ao professor José Aparecido Moreira, pois sem sua ajuda a concretização deste

trabalho não teria sido possível, obrigada pelo o apoio e confiança.

A equipe do Laboratório de Nutrição Animal da UFRN, professor Emerson Moreira

Aguiar, Bruna Maria Emerenciano das Chagas pelo o auxílio na execução das análises.

A Chico (Francisco), Luiz e Emanuelle pelo carinho, amizade e ajuda durante a

realização das análises.

A Adriana pela paciência e grande ajuda durante a realização das análises e por sua

amizade.

A Ademilson Canudo, funcionário do setor de avicultura, meus agradecimentos,

principalmente pela paciência durante as realizações das atividades de manejo, por sua

amizade, e por sua competência no que faz, mostrando que o bom humor é fundamental

em qualquer ambiente profissional para que as coisas possam fluir naturalmente, e que

no final tudo dar certo.

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Ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Aves (GEPA) nas pessoas de Ariel Araújo, Fran

Schwab, Laíza Hayanne, Lauriane Lima, Gessica Vitalino que estiveram ao meu lado,

alguns mais presentes por mais tempo, se mostrando sempre amigos, e que uma equipe

unida o trabalho fluir melhor. E tenham a certeza de que sem ajuda e a amizade de vocês

este trabalho não teria sido possível. Não tenho palavras para agradecê-los. Muito

obrigada!

E a todos que direta ou indiretamente contribuíram para minha formação profissional

e como ser humano.

MEU MUITO OBRIGADA!

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LISTA DE TABELAS

Capítulo 2

Tabela 1 Composição de ácidos graxos do óleo de coco em uma porção de 100

mL.........................................................................................................................

32

Tabela 2 Composição alimentar e nutricional das dietas experimentais na fase de 8 a 21

de idade ...............................................................................................................

32

Tabela 3 Composição alimentar e nutricional das dietas experimentais na fase de 22 a 42

dias de idade ........................................................................................................

33

Tabela 4

Médias sobre o desempenho e características de carcaça de codornas europeias

alimentadas com dietas adicionadas de óleo de canola e de óleo de coco .............

36

Tabela 5

Composição percentual do perfil de ácidos graxos da carne de codornas

europeias alimentadas com óleo de canola e coco

...............................................................................................................................

41

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ABREVIATURAS

CG-FID Cromatografia gasosa com detector de ionização de chama

EPA Ácido Eicosapentaenóico

DHA Ácido Docosahexaenóico

SFA Ácidos graxos saturados

UFA Ácidos graxos insaturados

MUFA Ácidos graxos monoinsaturados

PUFA Ácidos graxos poli-insaturados

α Alfa

Σ Somatório

ω-9 Ácido graxo ômega 9

ω-6 Ácido graxo ômega 6

ω-3 Ácido graxo ômega 3

LDL Lipoproteína de baixa densidade

HDL Lipoproteína de alta densidade

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DESEMPENHO E PERFIL LIPÍDICO DA CARNE DE CODORNAS

EUROPEIAS COM RAÇÕES ENRIQUECIDAS COM ÓLEO DE CANOLA E

ÓLEO DE COCO

VERAS, A. G. DESEMPENHO E PERFIL LIPÍDICO DE CODORNAS EUROPEIAS

COM RAÇÕES ENRIQUECIDAS COM ÓLEO DE CANOLA E ÓLEO DE COCO. 64f.

2017. Dissertação (Mestrado em Produção Animal: Sub área: Nutrição de Não-

Ruminantes. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Macaíba-RN, 2017.

RESUMO

A coturnicultura brasileira se destaca de forma crescente nos aspectos de criação e da

nutrição, e isto é percebido devido ao aumento de estudos acadêmicos sobre o

melhoramento genético, nutrição, manejo, equipamentos voltados para este tipo de

criação, levando ao produtor informações mais precisas. Pesquisas tem apontado que a

adição de óleos vegetais nas rações pode melhorar o desempenho e a qualidade da carne,

pois a disponibilidade de ácidos graxos favorece a obtenção de produtos com perfil

nutricional diferenciado principalmente em relação ao perfil dos ácidos graxos.

Objetivou-se avaliar a utilização do óleo de canola e óleo de coco na ração de codornas

europeias sobre o desempenho e o perfil lipídico da carne. Foram utilizadas 192 codornas

europeias (Coturnix coturnix coturnix) de sexo misto, alojadas em boxes (1,00 x 1,50 m)

distribuídas em delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial

2 x 2 (níveis de óleo = 1% e 2% x fontes de óleo = canola e coco) com quatro tratamentos

e seis repetições de oito aves. As rações foram formuladas para atender às exigências

nutricionais das codornas na fase de crescimento (8 a 21 dias) e terminação (22 a 42 dias).

Foram avaliados: consumo de ração, peso final, ganho de peso e conversão alimentar

durante todo o período de criação. Aos 42 dias, duas aves por unidade experimental com

peso médio de 256,6, foram abatidas para avaliação das características de carcaça: peso e

rendimento da carcaça, peito, sobrecoxa, coração, moela e fígado. O peito foi

acondicionado em saco plástico com identificação para posterior análise da composição

dos ácidos graxos. A análise estatística foi realizada por análise de variância utilizando-

se o programa computacional SAS (SAS – Institute, 2004) e havendo significância foi

aplicado o teste de média Duncan com 5% de probabilidade. As análises de variância

mostraram que houve efeito significativo (P=0,007) para o consumo de ração entre as

dietas, observando que a inclusão de 2% óleo de canola proporcionou aumento no

consumo diferindo da inclusão de 2% óleo de coco e 1% óleo de canola, que apresentaram

médias decrescentes. Também não se observou diferença significativa para a variável

conversão alimentar entre as dietas avaliadas, assim como não ocorreu interação do tipo

de fonte dentro dos níveis estudados. Em relação às características de carcaça houve efeito

significativo (P≤0,05) com a adição de duas fontes de óleos nas dietas para codornas,

sobre o peso em jejum, carcaça eviscerada, fígado e moela e sobre o rendimento de fígado,

coração e moela, não houve interação entre as fontes de óleos utilizadas dentro dos níveis

estudados para nenhuma das variáveis analisadas. No perfil de ácidos graxos da carne de

codornas foram identificados a presença de quinze ácidos graxos em todas as amostras

analisadas, tendo como predominância dos ácidos graxos, palmítico (C16:0), esteárico

(C18:0), oléico (C18:1 ω-9 cis) e o linoléico (18:2 ω-2 cis). O ω-6 apresentou efeito

significativo (P=0,01) apresentando média de 27,491% (s±1,13) tendo seu maior valor

com a adição de 1% óleo de coco (28,459) não deferindo do nível de 2% óleo de coco

(27,906) e 1% óleo de canola (27,140) e ao nível de 2% óleo de canola menor valor

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(26,457). No conteúdo de ω-3 foi observado diferença significativa (P=0,02) nas dietas

com 2% óleo de coco (3,072) e 2% óleo de canola (1,530). A melhor relação observada

foi com a inclusão de 2% óleo de coco seguido de 1% óleo de coco e 2% óleo de canola.

As aves que receberam a dieta com 1% óleo de canola apresentaram um alto teor de ácidos

graxos poli-insaturados, mais apresentaram uma baixa deposição do eicosapentaenoico e

docosahexaenoico, apresentado desta forma uma consequente piora na relação de ω-6:ω-

3. A inclusão dos óleos de canola e coco em dietas para codornas europeias nos níveis de

1 e 2% pode ser realizada sem prejuízo do desempenho zootécnico no período de oito a

42 dias de idade, assim como a redução na quantidade de ácidos graxos saturados e

melhora na relação ω-6:ω-3.

Palavras-Chave: ácido graxos, coturnix coturnix coturnix, consumo de ração, relação ω-

6:ω-3

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PERFORMANCE AND LIPID PROFILE OF EUROPEAN QUAIL MEAT WITH

ENRICHED ROOTS WITH CANOLA OIL AND COCONUT OIL

VERAS, A. G. PERFORMANCE AND LIPID PROFILE OF EUROPEAN QUAIL

WITH ENRICHED FEEDS WITH CANOLA OIL AND COCONUT OIL. 64f. 2017.

Dissertation (Master in Animal Production: Sub-area: Nutrition of Non-Ruminants,

Federal University of Rio Grande do Norte, Macaíba-RN, 2017.

ABSTRACT

Brazilian coturniculture is increasingly prominent in the aspects of breeding and nutrition,

and this is perceived due to the increase in academic studies on genetic improvement,

nutrition, management, equipment aimed at this type of breeding, giving the producer

more accurate information. Research has pointed out that the addition of vegetable oils to

feed can improve the performance and quality of the meat, since the availability of fatty

acids favors the production of products with a differentiated nutritional profile mainly in

relation to the fatty acid profile. The objective of this study was to evaluate the use of

canola oil and coconut oil in the European quail ration on the performance and lipid

profile of the meat. A total of 192 European mixed quail (Coturnix coturnix coturnix),

housed in boxes (1.00 x 1.50 m) distributed in a completely randomized experimental

design in a 2 x 2 factorial scheme (oil levels = 1% and 2% x sources of oil = canola and

coconut) with four treatments and six replicates of eight birds. The rations were

formulated to meet the nutritional requirements of quails in the growth phase (8 to 21

days) and termination (22 to 42 days). The following were evaluated: feed intake, final

weight, weight gain and feed conversion throughout the breeding period. At 42 days, two

birds per experimental unit with an average weight of 256.6 were slaughtered to evaluate

carcass characteristics: carcass weight, carcass yield, breast, supercoxa, heart, gizzard and

liver. The chest was packed in a plastic bag with identification for later analysis of the

composition of the fatty acids. Statistical analysis was performed by analysis of variance

using the SAS computer program (SAS - Institute, 2004) and the Duncan average test

with 5% of probability was applied. The analysis of variance showed that there was a

significant effect (P = 0.007) for feed intake between diets, noting that the inclusion of

2% canola oil provided an increase in consumption differing from the inclusion of 2%

coconut oil and 1% oil of canola, which presented decreasing averages. There was also

no significant difference for the feed conversion variable between the evaluated diets, nor

was there any interaction of the source type within the studied levels. Regarding the

carcass traits, there was a significant effect (P≤0.05) with the addition of two sources of

oils in quails, on fasting weight, eviscerated carcass, liver and gizzard and on the yield of

liver, heart and gauge, there was no interaction between the sources of oils used within

the studied levels for any of the analyzed variables. In the fatty acid profile of the quails

meat, fifteen fatty acids were identified in all the analyzed samples, with predominance

of fatty acids, palmitic (C16: 0), stearic (C18: 0), oleic (C18: 1 ω -9 cis) and linoleic (18:

2 ω-2 cis). The ω-6 presented a significant effect (P = 0.01), presenting an average of

27.491% (s ± 1.13), its highest value with the addition of 1% coconut oil (28,459), not

deferring from the 2% oil level of coconut (27,906) and 1% of canola oil (27,140) and at

the level of 2% less canola oil value (26,457). In the ω-3 content, a significant difference

(P = 0.02) was observed in the diets with 2% coconut oil (3,072) and 2% canola oil

(1,530). The best relationship observed was with the inclusion of 2% coconut oil followed

by 1% coconut oil and 2% canola oil. The birds that received the diet with 1% canola oil

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had a high content of polyunsaturated fatty acids, but presented a low eicosapentaenoic

and docosahexaenoic deposition, thus presenting a consequent worsening of the ω-6: ω-

3 ratio. The inclusion of canola and coconut oils in diets for European quails at 1 and 2%

levels can be performed without prejudice to the zootechnical performance in the period

from 8 to 42 days of age, as well as the reduction in the amount of saturated fatty acids

and improvement in the relation ω-6: ω-3.

Keywords: fatty acids, coturnix coturnix coturnix, feed intake, ratio ω-6: ω-3

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SUMÁRIO

Capítulo I - Referencial Teórico ........................................................................................... 15

1.1 Aspectos gerais sobre a coturnicultura ............................................................................. 16

1.2 Importância da utilização de gordura e óleos vegetais na alimentação de aves ............... 18

1.3 Uso do óleo de canola e óleo de coco .............................................................................. 19

1.4 Qualidade da carne enriquecida ........................................................................................ 21

Referências Bibliográficas ...................................................................................................... 24

Capítulo II – Desempenho e perfil lipídico da carne de codornas europeias alimentadas

com óleo de canola e o óleo de coco........................................................................................

28

Resumo ..................................................................................................................................... 29

Abstract .................................................................................................................................... 30

Introdução ................................................................................................................................ 30

Material e Métodos .................................................................................................................. 31

Resultados e Discussão ............................................................................................................ 36

Conclusão ................................................................................................................................. 47

Agradecimentos ........................................................................................................................ 48

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 48

Anexos ...................................................................................................................................... 53

Normas para publicação na Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e

Zootecnia.................................................................................................................................

54

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Capítulo 1

Referencial teórico

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16

Capítulo 1

REFERENCIAL TEÓRICO

1.1 ASPECTOS GERAIS SOBRE A COTURNICULTURA

A coturnicultura brasileira se destaca de forma crescente nos aspectos de criação e

da nutrição, passando de uma atividade familiar a uma atividade de exploração em escala

comercial. Avanços nas inovações tecnológicas de produção, principalmente, com ênfase

em programas de alimentação garante o atendimento das exigências nutricionais tendo

como consequência o bom desempenho zootécnico da ave aliado à obtenção de um produto

final de qualidade e rico nutricionalmente (SILVA, 2014).

A codorna foi difundida mundialmente devido a sua precocidade e alta

produtividade, sendo hoje explorada com o objetivo de produzir mais uma alternativa na

alimentação humana, além de ser uma atividade que possibilita uma rápida reversão de

capital investido. Seus principais produtos são a carne de alta qualidade e os ovos cada vez

mais apreciados (JÁCOME et al., 2012).

Dados do IBGE, apontam que a produção de codornas no Brasil, no último senso de

2015, seja para postura ou abate, apresentou um efetivo de 21,99 milhões de cabeças de

codornas, um aumento de 8,1% quando comparado ao ano de 2014 (20,34 milhões de

cabeças), sendo a região Sudeste a maior produtora da ave (75,7%), no qual o estado de

São Paulo é maior detentor do rebanho, com 54,7% do total nacional, seguido do Espírito

Santo (12,2%) e Minas Gerais (7,2%).

Já a região Nordeste alcançou a segunda colocação com 10,5% do efetivo nacional,

seguido da região Sul com 10,1%. O aumento da criação de codornas na região nordeste

deve-se à entrada de novos produtores na atividade, principalmente no estado do Ceará

passando a ocupar a quarta posição no ranking com uma entrada de 659,25 mil cabeças de

codornas (IBGE, 2015).

Este crescente aumento do interesse pela coturnicultura é percebido devido ao

crescimento de estudos acadêmicos sobre o melhoramento genético, nutrição, manejo,

equipamentos voltados para este tipo de criação, associada a visitas técnicas levando ao

produtor informações precisas para o melhor manejo a ser empregado, desenvolvendo

assim, toda a cadeia produtiva (BERTECHINI, 2010; BORDIN, 2011).

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O processo de seleção das linhagens passa primeiramente por uma avaliação de

estrutura das populações disponíveis, por meio da estimação da variabilidade genética nas

características econômicas e das correlações entre elas, sendo que alguns desses métodos

de parâmetros populacionais são descritos por Gianola e Fernando (1986). Essas

informações permitem predizer os ganhos genéticos possíveis de serem alcançados, e

diferencia essas características são utilizadas para critérios de seleção e alterações nas

demais características economicamente importantes, provocada pelas respostas

correlacionadas à seleção praticada (MARTINS, 2002).

O Brasil não dispõe de material genético próprio especializado, tanto para ovos

quanto para corte, o que deixa a coturnicultura vulnerável e dependente da importação de

material genético de outros países, entretanto, algumas instituições começaram a

desenvolver programas de melhoramento genético de codornas, visando solucionar esta

dependência e garantir critérios de seleção estabelecidos para renovação dos plantéis, com

animais de potencial genético superior (TEIXEIRA et al., 2012).

Como o melhoramento genético de codornas cresce a importância de estudos

correlacionados à nutrição dessas aves, que atrela a interação de vários fatores inerentes

ao animal, como por exemplo, genética, sexo, estágio fisiológico, doenças e bem-estar, e

inerentes ao ambiente, manejo da criação, instalações, temperatura, densidade, higiene,

debicagem e vacinações (SILVA et al., 2004).

Segundo Silva et al. (2012) a alimentação de codornas afeta os custos de produção

que vem desde a base de sua produção, como também as indústrias de melhoramento

genético até o topo da cadeia produtiva, abrangendo os abatedouros e frigoríficos, pois as

rações de codornas contém em sua composição mais proteína do que as rações formuladas

para frangos de corte e poedeiras.

Desta forma o custo de alimentação das codornas por unidade de produto (carne ou

ovo) é superior, mas à medida que o conhecimento em nutrição evolui, dietas são

formuladas para atender as exigências nutricionais, de modo que sejam de custo mínimo

e máximo retorno econômico ao produtor.

Neste contexto, a criação de codornas vem despertando maior interesse dos

pesquisadores da área avícola, no sentido de buscar informações mais precisas que

contribuam para o melhor aproveitamento do potencial produtivo destas aves.

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1.2 IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DE GORDURAS E ÓLEOS VEGETAIS NA

ALIMENTAÇÃO DE AVES

Os lipídeos são substâncias pertencente ao grupo heterogêneo que tem como

característica principal a baixa solubilidade em água, sendo solúvel em solventes

orgânicos como por exemplo, o éter, hexano, álcool, e, como representante destes grupos

estão os ácidos graxos, ceras, fosfolipídios (BERTECHINI, 2012) além de estarem

envolvidos no abastecimento e no armazenamento de energia, agem como precursores da

síntese de hormônios, componentes da bile e da membrana celular com participação de

complexos sistemas de sinalização intracelular (LOTTENBERG, 2009).

A diferença básica entre óleos e gorduras está na forma física, onde óleos vegetais se

encontram em configuração líquida e as gorduras se apresentam solidas ou pastosa a uma

temperatura de 25 ºC (ANVISA, 2005). A forma líquida dos óleos é reflexo da

predominante composição dos ácidos graxos saturados e insaturados, as gorduras se

caracterizam pela viscosidade ou solidez, sendo isto reflexo da elevada concentração dos

ácidos graxos saturados de cadeia longa (GAIOTTO, 2004).

A utilização de óleos e gorduras é mais voltada a alimentos destinados a aves e suínos,

mas também podem ter sua utilização na alimentação de bovinos de corte e leite,

cordeiros, cães e gatos com a finalidade de aumentar a concentração de energia das rações

promovendo efeitos extra calóricos para melhor digestão e absorção de constituintes não

lipídicos, diminuindo o tempo de retenção dos alimentos, além da disponibilidade de

ácidos graxos para a obtenção de produtos com perfil nutricional diferenciado

(BRANDÃO et al., 2005).

Na eficiência produtiva várias são as razões para o uso de fontes lipídicas nas rações

de animais, dentre essas podemos evidenciar: melhora da palatabilidade, diminuição da

pulverulência e do desperdício das rações, diminuição da taxa de passagem do alimento

pelo trato gastrointestinal, além do fornecimento de ácidos graxos essenciais e vitaminas

lipossolúveis e o baixo incremento calórico dessa fonte de energia (DUARTE, 2010).

Porém é preciso considerar suas inúmeras fontes, pois o perfil dos ácidos graxos difere

nas mais diversas fontes na síntese de prostaglandinas, leucotrienos e troboxanas

(LINDEMAN, 2000; LOTTENBERG, 2009).

Estruturalmente os ácidos graxos são compostos por cadeias hidrocarbonadas de

comprimento variado de quatro a 36 carbonos, são classificados através de seu grau de

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saturação, sendo, os ácidos graxos saturados (SFA) com apenas ligações simples entre os

carbonos de sua estrutura, e os ácidos graxos insaturados (UFA) com a presença de uma

ou mais ligações duplas na cadeia. Este último é dividido em monoinsaturado (MUFA) e

poli-insaturado (PUFA), subdividindo nas famílias dos ômegas: ômega-3 derivado do

ácido α-linolênico, ômega-6 derivado do ácido linoleico e o ômega-9 derivado do ácido

oleico (LEONARDO, 2014) com diferentes funções fisiológicas e atuação em conjunto

na regulação de processos biológicos (SUÁREZ-MAHECHA, 2002).

Os ácidos graxos essenciais não são sintetizados pelo organismo animal, mas são

essenciais à sua saúde, no entanto devem ser fornecidos via dieta. São representados pelos

ácidos graxos das famílias ômega-3 (ácido α-linolênico) e ômega-6 (ácido linoleico) este

último com atuação sobre as funções enzimáticas, a fluidez e sobre os receptores das

membranas celulares dos animais.

O ácido α-linolênico é representante da série n-3 podendo ser encontrado em sementes

de oleaginosas como a canola, soja e linhaça, além de ser convertido nos ácidos

eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosahexanoico (DHA). Este processo metabólico é

mediado pela mesma enzima, ∆6 dessaturase, envolvida nas reações de dessaturação e

elongação, participando assim da formação dos PUFAS (n-6 e n-3), resultando desta

forma, em uma competição entre dois grupos, assim é necessário o balanço adequado na

proporção destes ácidos graxos através da dieta, associando-o a prevenção de doenças

cardiovasculares (MENDONÇA, 2013).

Desta forma a manipulação dietética das rações para aves tem sido realizada no intuito

de melhorar a qualidade nutricional do produto final (carne e ovo), pois a disponibilidade

de ácidos graxos encontra-se relacionado com a redução da pressão sanguínea, redução

dos níveis de colesterol LDL estando esses relacionados com a predisposição de doenças

cardiovasculares em humanos, promovendo assim alimentos mais saudáveis e aceitáveis

ao paladar e às exigências do mercado consumidor (CARVALHO et al., 2009; ROLL,

2012).

1.3 USO DO ÓLEO DE CANOLA E ÓLEO DE COCO

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A canola (Brassica napus L. e Brassica rapa L.) é uma oleaginosa originária do

melhoramento genético da colza, contém baixos níveis dos fatores tóxicos, ácidos erúcico

e glucosinolatos, corresponde a uma das mais importantes fontes de alimento e nutriente

na alimentação humana. Os grãos de canola produzidos no Brasil possuem em sua

composição cerca de 24 a 27% de proteína e de 34 a 40% de óleo (BERTOL e

MAZZUCO, 1998).

A composição em ácidos graxos do óleo de canola é caracterizada por apresentar em

torno de 90% de ácidos graxos insaturados, cujo teor é maior que dos óleos de amendoim

e dendê e menor que dos óleos de soja, girassol, milho e algodão, apresentando 62,41%

de ácido oléico (C18:1), 22,12% de ácido linoléico (C18:2) e 8,37% de ácido linolênico

(C18:3) (ZAMBIAZI et al., 2007)

Roll et al. (2016) ao avaliarem o efeito da substituição parcial ou total do óleo de soja

por óleo de canola, suplementado ou não com o selênio orgânico na dieta de codornas

europeias sobre o perfil dos ácidos graxos, colesterol na gema e a qualidade externa dos

ovos, observaram que a suplementação de Selênio orgânico e o óleo de canola não alterou

o perfil de ácidos graxos e nem afetou o colesterol da gema. Ressaltando o trabalho de

Mori (2001) que ao trabalha com canola, afirmou que sua utilização em dietas para

poedeiras proporciona o enriquecimento da gema do ovo.

Vários são os estudos com a utilização e os benefícios de óleos vegetais na alimentação

animal, atualmente o uso do óleo de coco vem sendo bastante discutido, uma vez que na

alimentação humana esta fonte, que se bem administrada, promove o emagrecimento. Já

a sua utilização em rações para animais vem sendo estudada afim de saber qual realmente

qual o benefício que pode vir a trazer ao produto final de origem animal.

O óleo de coco tem sua extração realizada através do coco fresco maduro (Cocos

nucifera L.). Seu principal componente são os triglicerídeos, apresenta composição

diferente de ácidos graxos e se caracteriza pela abundância do ácido láurico,

aproximadamente 40%. Esses triglicerídeos têm um baixo grau de insaturação e consiste

em dois ácidos graxos majoritários que são o ácido láurico e o mirístico (FONSECA et

al., 2010).

O óleo de coco é composto por ácidos graxos saturados (mais de 80%), destacando o

ácido capróico, caprílico, cáprico, láurico, mirístico, palmítico e esteárico e ácidos graxos

insaturados como o ácido oléico e linoléico, é resistente a oxidação não enzimática e ao

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contrário de outros óleos e gorduras apresentam temperatura de fusão baixa e bem

definida (24,4 a 25,6 ºC) (NETO et al., 2013).

Além de promover a alimentação de milhões de pessoas especialmente as populações

pertencentes das regiões tropical e subtropical, onde por milhares de anos, os produtos

derivados do coco têm mantido posição de valor e respeito principalmente na medicina

popular indiana. Pois acredita-se que as diversas utilidades terapêuticas têm sido utilizado

em casos de bronquite, febre e gengivite, enquanto que o óleo, leite, polpa e água do fruto

são usados no tratamento da perda de cabelo, queimaduras e controle de doenças

cardíacas (CHAN et al., 2006; DEBMANDAL et al., 2011).

De acordo com Lipoeto et al. (2004) e Amarasiri e Dissanayare (2006), avaliando a

população do Pacifico Sul e da África, cuja alimentação contém grandes quantidades de

ingestão de óleo de coco (em torno de 80% de ingestão diária) observaram que não houve

associação da ingestão de óleo de coco com a ocorrência de dislipidemia, ou seja, o

aumento da taxa de lipídios no sangue o que representa risco e desenvolvimento de

doenças cardiovasculares.

A realização de pesquisas, trabalhos acadêmicos envolvendo o uso do óleo vegetais

sobre o desempenho zootécnico dos animais é essencial, pois torna a dieta rica

nutricionalmente além da oferta de ácidos graxos essenciais durante toda a fase de

crescimento e produção animal.

1.4 QUALIDADE DA CARNE ENRIQUECIDA

A expectativa de vida das pessoas tem aumentado com o passar dos anos e ao mesmo

tempo a população tem adotado hábitos alimentares mais saudáveis, buscando um

equilíbrio alimentar. Diante disso, novas pesquisas têm sido realizadas para promover

dietas equilibradas, além de suprir as necessidades básicas do organismo e prevenir

doenças (VIDAL et al., 2012). Uma vez que alimentação de qualidade passou a ser uma

preocupação nacional, destacando-se principalmente a utilização correta dos alimentos e

seus efeitos benéficos à saúde (COSTA et al., 2017).

Neste sentido o mercado de alimentos funcionais tem sido amplamente explorado pela

indústria e comércio, onde o setor avícola não ficou de fora dessas mudanças, uma vez

que os produtos (carne e ovos) fazem parte desses alimentos funcionais (COSTA et al.,

2017). Além da preocupação por parte dos consumidores, um produto diferenciado pode

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fornecer um novo tipo de concorrência sendo também uma vantagem ao mercado cada

vez mais competitivo (POUPA et al., 2010).

Os alimentos funcionais tem como conceito básico aqueles alimentos que, além do

fornecimento dos nutrientes básicos, possuem propriedades de prevenção e diminuição

de certas doenças como por exemplo, hipertensão, diabetes, câncer, osteoporose e

coronariopatias, devido a presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis.

(CÂNDIDO & CAMPOS, 2005). Assim os alimentos funcionais enriquecidos com

PUFAS (n-6/n-3) são elaborados a fim de promover benefícios à saúde humana, pois

influenciam positivamente a prevenção de doenças cardiovasculares e crônicas

degenerativas.

O enriquecimento da carne de codorna é devido primeiramente ao seu alto conteúdo

em proteína, aliada a rapidez de crescimento proporcionando uma carne muito saborosa,

com preparação gastronômica fácil e rápida (DALMAU, 2002).

Além disso, a carne de codorna, é uma excelente fonte de aminoácidos, vitaminas

(tiamina, niacina, riboflavina, ácido pantotênico, pirodoxina), minerais (ferro, fósforo,

zinco e cobre), ácidos graxos poli-insaturados e tocoferóis, que beneficiam a saúde

humana, a quantidade de colesterol encontrada na carne de codorna é de 76 mg, valor este

intermediário quando comparado ao colesterol da carne do peito (64 mg) e da coxa e

sobrecoxa (81 mg) do frango (PASTORE, OLIVEIRA, MUNIZ, 2012; SILVA, 2014).

A manipulação de dietas destinadas animais afim de alterar o perfil de ácidos graxos

e atingir as recomendações de saúde tem sido o foco de vários estudos, dentro desses

estudos podemos destacar o enriquecimento com os ácidos graxos poli-insaturados, o

ácido linolênico, ácido linoléico e o ácido araquidônico se destacam por apresentarem

efeitos benéficos à saúde humana (PERIRI et al., 2010).

Assim o enriquecimento de alimentos com ácidos graxos pertencentes a família

ômega 3 é importante, pois além de ser encontrado em diversas formas, seja elas naturais

(animais marinhos) quanto artificiais (fármacos) irá agir diretamente no organismo

auxiliando a redução do colesterol total e algumas doenças como a asma, diabetes, câncer,

hipertensão arterial, além de desempenhar importante papel nos processos inflamatórios,

assumindo desta forma grande importância na dieta humana (VAZ et al., 2014).

Os dois ácidos graxos poli-insaturados ômega 3 mais importantes são os ácidos

eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) os mesmos diferem de efeitos de

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muitas de suas atividades protetoras. O ácido graxo DHA é responsável pelo o efeito

benéfico na redução de lipídeos e lipoproteínas, na pressão sanguínea quando comparado

ao EPA que auxilia na proteção contra doenças cardiovasculares, enquanto que a

disponibilidade de DHA e EPA mostrou reduzir significativamente a agressão plaquetária

em comparação ao uso isolado do ômega 6, atuando ambos sinergicamente no

metabolismo dos triglicerídeos, na pressão osmótica e excitabilidade cardíaca

(PIOVESAN, 2010; SANTOS et al., 2013).

Cedro et al. (2011) verificaram o enriquecimento com ômega 3 em ovos de poedeiras

alimentadas com 1,5% de algas marinhas e 1,8% de óleo de peixe em relação a dieta

convencional, concluíram que os ovos que foram enriquecidos com ômega 3 continha

teores elevados de ácidos graxos monoinsaturados e poli-insaturados da série n-3 do que

os ovos alimentados com dietas convencionais, e tanto os ovos enriquecidos como os

convencionais apresentaram características de qualidade interna e externa desejáveis.

Diferentes estudos comprovam que alimentação de aves com óleos vegetais ricos em

ácidos graxos insaturados pode proporcionar vários benefícios à saúde humana, uma vez

que em sua composição contém ácidos graxos essências como o ômega 3 e o ômega 6,

que não são biosintetizados pelos animais devendo desta forma ser fornecidos via dieta.

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Capítulo II

Desempenho e perfil lipídico da carne de codornas europeias alimentadas com óleo de

canola e o óleo de coco

Trabalho submetido à revista: Arquivo Brasileiro de Medicina

Veterinária e Zootecnia

ISSN: 1678 – 4162

Página eletrônica: http://www.scielo.br/abmvz

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Desempenho e perfil lipídico da carne de codornas europeias alimentadas com óleo 1

de canola e o óleo de coco 2

3

[Performance and lipid profile of European quais fed with canola oil and coconut 4

oil] 5

6

Aline Guedes Veras1*, Elisanie Neiva Magalhães Teixeira1, Janete Gouveia de Souza1, 7

Gessica Vitalino Diogens1, José Aparecido Moreira1, Lauriane Gomes de Lima2 e Laíza 8

Hayanne Gomes Ferreira2 9

(1) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Produção Animal, RN 10

106, Km 03, Distrito de Jundiaí, Macaíba, RN, Brasil. 11

*Autor para correspondência: [email protected] 12

(2) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Zootecnia, RN 106, 13

Km 03, Distrito de Jundiaí, Macaíba, RN, Brasil. 14

15

RESUMO 16

Avaliou-se o efeito da inclusão de óleo de canola e do óleo de coco em dietas para 17

codornas europeias (Coturnix cotrunix coturnix) no período de oito a 42 dias de idade. 18

Foram utilizadas 192 codornas com oito dias de idade, em um delineamento experimental 19

inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2 (níveis de óleo = 1% e 2% x fontes 20

de óleo = canola e coco) com quatro tratamentos e seis repetições de oito aves. Para as 21

variáveis de desempenho foi avaliado o peso final, consumo de ração, ganho de peso e 22

conversão alimentar. Nas características de carcaça houve efeito significativo (P≤0,05) 23

sobre o peso em jejum, carcaça eviscerada, fígado e moela e sobre o rendimento de fígado, 24

coração e moela. O eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) apresentou 25

percentuais significativos (P≤0,05) com inclusão do óleo de coco nas dietas, assim como 26

a melhor relação para ω-6:ω-3 foi ao nível de 2% óleo de coco. A inclusão dos óleos 27

canola e coco em dietas para codornas europeias nos níveis de 1 e 2% não prejudicou o 28

desempenho das aves, assim como houve uma redução na quantidade de ácidos graxos 29

saturados. 30

31

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Palavras-chave: ácidos graxos, Coturnix coturnix coturnix, consumo de ração, relação ω-32

6:ω-3 33

34

ABSTRACT 35

The effect of the inclusion of canola oil and coconut oil on European quail diets (Coturnix 36

cotrunix coturnix) in the period from 8 to 42 days of age was evaluated. Twenty-eight 37

day old quails were used in a completely randomized 2 x 2 factorial design (oil levels = 38

1% and 2% x oil sources = canola and coconut) with four treatments and six replicates of 39

eight birds. For the performance variables, the final weight, feed intake, weight gain and 40

feed conversion were evaluated. In the carcass characteristics there was a significant 41

effect (P≤0.05) on fasting weight, eviscerated carcass, liver and gizzard and on liver, heart 42

and gizzard yield. Eicosapentaenoic (EPA) and docosahexaenoic (DHA) presented 43

significant percentages (P≤0.05) with inclusion of coconut oil in the diets, as well as the 44

best ratio for ω-6: ω-3 was at the 2% oil level of coconut. The inclusion of canola and 45

coconut oils in European quails at 1 and 2% levels did not affect the performance of the 46

birds, as well as a reduction in the amount of saturated fatty acids. 47

48

Keywords: fatty acids, Coturnix coturnix coturnix, feed intake, ratio ω - 6: ω – 3 49

50

INTRODUÇÃO 51

52

A coturnicultura é uma atividade avícola em expansão, responsável pela geração de 53

emprego e renda em todos os níveis de sua cadeia produtiva por produzir carne e ovos 54

que são excelentes fontes de proteína animal de alto valor biológico (Moura et al., 2010). 55

56

Neste contexto a carne de codorna apresenta-se como uma excelente fonte de 57

aminoácidos, vitaminas (B6, niacina, B1, B2, ácido pantotênico), minerais (ferro, fósforo, 58

zinco e cobre) bem como ácidos graxos. A quantidade de colesterol encontrada na carne 59

de codorna é de 76mg, valor intermediário ao encontrado na carne de peito (64mg) e da 60

coxa e sobrecoxa (81mg) do frango de corte levando-a desta forma a sua boa qualidade 61

nutricional (Moraes e Ariki, 2009). 62

63

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31

Uma das práticas usuais para o enriquecimento da carne animal é a utilização de óleos 64

vegetais, estes por sua vez são ricos em ácidos graxos poli-insaturados, adicionados em 65

proporções dieteticamente adequadas para que o produto final seja enriquecido, 66

principalmente em ω-3 e ω-6, auxiliando na prevenção de doenças cardiovasculares 67

(Realini et al., 2010; Potença et al., 2010; Sobol et al., 2016). 68

69

O consumo de dietas ricas em ácidos graxos saturados, dentre estes podem-se destacar o 70

láurico, mirístico e palmítico, estão relacionados com o aumento do nível de colesterol 71

sanguíneo por reduzir a atividade do receptor LDL-colesterol, responsável pela redução 72

de LDL na corrente sanguínea, tornando importante a substituição de ácidos graxos 73

saturados da dieta por ácidos graxos mono e poli-insaturados através da inclusão de óleos 74

vegetais (Grundy e Denke, 1990). 75

Neste contexto, objetivou-se avaliar o desempenho, rendimento de carcaça e o perfil 76

lipídico da carne de codornas europeias, no período de oito a 42 dias de idade, alimentadas 77

com rações enriquecidas com óleo de canola e óleo de coco. 78

79

MATERIAL E MÉTODOS 80

81

Foram utilizadas 192 codornas europeias (Coturnix coturnix coturnix) não sexadas com 82

oito dias de idade e peso médio de 43±6,0g em um delineamento experimental 83

inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2 (níveis de óleo = 1 e 2% x fontes de 84

óleo = canola e coco) totalizando quatro tratamentos e seis repetições de oito aves. As 85

aves foram distribuídas em 24 boxes com dimensões de 1,00 x 1,5, com piso coberto de 86

cama do tipo maravalha, bebedouros pendulares e comedouros tubulares. O programa de 87

iluminação adotado foi o contínuo (luz natural mais luz artificial). A água e ração foram 88

fornecidas ad libitum durante todo o período de criação. 89

90

O óleo de coco utilizado nas formulações nas rações foi adquirido da Empresa Coco & 91

Cia. Foi retirada uma amostra do óleo de coco para determinação sua composição dos 92

ácidos graxos (Tab. 1). 93

94

Tabela 1. Composição de ácidos graxos do óleo de coco em uma porção de 100mL1. 95

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Ácidos Graxos Composição (%)

Ácido Láurico (C12:0) 42,21

Ácido Mirístico (C14:0) 19,36

Ácido Palmítico (C16:0) 12,15

Ácido Esteárico (C18:0) 3,64

Ácido Oleico (18:1) 8,88

Ácido Linoleico (C18:2) 2,69 1Análise realizada no laboratório de Nutrição da Escola Agrícola de Jundiaí/UFRN. 96

97

Os tratamentos consistiam de quatro rações com dois níveis de inclusão (%) de óleos 98

vegetais, sendo 1% e 2% óleo de canola, 1% e 2% óleo de coco. As codornas receberam 99

rações isocalóricas e isoproteícas, apresentando em sua composição 2,890Mcal/kg de 100

energia metabolizável e 25% de proteína bruta no período de oito a 21 dias de idade (Tab. 101

2) e 2,950Mcal/kg de energia metabolizável e 23% de proteína bruta no período de 22 a 102

42 dias de idade (Tab. 3) de acordo com as exigências nutricionais preconizadas por Silva 103

e Costa (2009). 104

105

Tabela 2. Composição alimentar e nutricional das dietas experimentais na fase de 8 a 21 106

dias de idade1 107

Ingredientes Níveis de inclusão dos óleos vegetais (%)

Canola 1% Canola 2% Coco 1% Coco 2%

Milho grão 56,500 54,176 56,870 54,643

Soja farelo 45% 39,098 39,632 38,991 40,188

Óleo de canola 1,000 2,000 - -

Óleo de coco - - 1,000 2,000

Fosfato Bicálcico 1,222 0,926 0,928 0,918

Calcário 0,964 2,111 0,993 1,481

Sal comum 0,288 0,293 0,295 0,292

DL-metionina 0,190 0,200 0,190 0,000

L-lisina HCL 0,250 0,200 0,280 0,016

Premix Vitaminico2 0,400 0,400 0,400 0,400

Premix Mineral3 0,060 0,060 0,060 0,060

Total 100,000 100,000 100,000 100,000

Nível nutricional calculado

Proteína bruta (%) 23,000 23,000 23,000 23,000

EM (Mcal/kg) 2,950 2,950 2,950 2,950

Cálcio (%) 0,815 1,183 0,753 0,941

Fósforo disponível (%) 0,345 0,290 0,291 0,290

Lisina digestível (%) 1,297 1,267 1,318 1,140

Metionina digestível (%) 0,507 0,517 0,507 0,325

Potássio (%) 0,887 0,891 0,888 0,903

Sódio (%) 0,158 0,160 0,160 0,160

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1Recomendações de Silva e Costa (2009) 108 2Vitamina A (min): 2.667.000UI/kg, Vitamina D3 (min): 667.000UI/kg, Vitamina E (min): 3.334UI/kg, 109 Vitamina K3 (min): 667mg/kg, Vitamina B1 (min): 334mg/kg, Vitamina B2 (min): 1.334mk/kg, Vitamina 110 B6 (min): 834mg/kg, Vitamina B12 (min): 3.667mcg/kg, Niacina (min): 8.334mg/kg, Pantotenato de 111 Cálcio (min): 3.334mg/kg, Ácido Fólico (min): 184mg/kg, Biotina (min): 20mg/kg, Cloreto de Colina 112 (min): 50mg/kg, Robenidina: 10,16g/kg, Colistina: 2.154mg/kg. 113 3Ferro (min): 60g/kg, Cobre (min): 13g/kg, Manganês (min): 120g/kg, Zinco (min): 100g/kg, 114 Iodo(min):2.500mg/kg, Selênio (min): 500mg/kg 115 116 117

Tabela 3. Composição alimentar e nutricional das dietas experimentais na fase de 22 a 42 118

dias de idade1 119

1Recomendações de Silva e Costa (2009) 120 2Vitamina A (min): 2.667.000UI/kg, Vitamina D3 (min): 667.000UI/kg, Vitamina E (min): 3.334UI/kg, 121 Vitamina K3 (min): 667mg/kg, Vitamina B1 (min): 334mg/kg, Vitamina B2 (min): 1.334mk/kg, Vitamina 122 B6 (min): 834mg/kg, Vitamina B12 (min): 3.667mcg/kg, Niacina (min): 8.334mg/kg, Pantotenato de 123 Cálcio (min): 3.334mg/kg, Ácido Fólico (min): 184mg/kg, Biotina (min): 20mg/kg, Cloreto de Colina 124 (min): 50mg/kg, Robenidina: 10,16g/kg, Colistina: 2.154mg/kg. 125 3Ferro (min): 60g/kg, Cobre (min): 13g/kg, Manganês (min): 120g/kg, Zinco (min): 100g/kg, 126 Iodo(min):2.500mg/kg, Selênio (min): 500mg/kg 127 128

No período de oito a 42 dias de idade foram avaliados: peso final (g/ave/dia), ganho de 129

peso (g/ave), consumo de ração (g/ave) e a conversão alimentar (g/g). O consumo de 130

Cloro (%) 0,204 0,206 0,208 0,205

Ingredientes Níveis de inclusão dos óleos vegetais (%)

Canola 1% Canola 2% Coco 1% Coco 2%

Milho grão 53,720 49,131 55,762 49,510

Soja farelo 45% 41,780 45,027 38,993 44,350

Óleo de canola 1,000 2,000 - -

Óleo de coco - - 1,000 2,000

Fosfato Bicálcico 1,070 1,379 1,412 1,380

Calcário 1,130 1,313 1,571 1,600

Sal comum 0,320 0,313 0,318 0,312

DL-metionina 0,250 0,208 0,235 0,210

L-lisina HCL 0,300 0,169 0,349 0,270

Premix Vitaminico2 0,400 0,400 0,400 0,400

Premix Mineral3 0,060 0,060 0,060 0,060

Total 100,000 100,000 100,000 100,000

Nível nutricional calculado

Proteína bruta (%) 25,000 25,000 25,000 25,000

EM (Mcal/kg) 2,900 2,900 2,900 2,900

Cálcio (%) 0,850 1,004 1,096 0,887

Fósforo disponível (%) 0,320 0,380 0,380 0,380

Lisina digestível (%) 1,372 1,310 1,370 1,370

Metionina digestível (%) 0,558 0,550 0,550 0,550

Potássio (%) 0,929 0,975 0,884 0,975

Sódio (%) 0,170 0,170 0,170 0,170

Cloro (%) 0,218 0,215 0,221 0,215

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ração foi calculado pela diferença entre a quantidade de ração fornecida e as sobras, o 131

ganho de peso foi definido pela relação dos pesos das aves de cada parcela dividido pelo 132

número de aves de cada unidade experimental. A partir dos dados de consumo de ração e 133

ganho de peso foi calculada a conversão alimentar dos animais através da relação entre 134

esses valores. Todas as pesagens foram realizadas semanalmente com o auxílio de balança 135

digital. 136

137

Para a avaliação da carcaça foram avaliados o peso absoluto (g) e relativo (%) da carcaça, 138

dos cortes nobres (peito e sobrecoxa) e das vísceras comestíveis (fígado, moela e 139

coração). Ao final do período experimental foram selecionadas duas aves por parcela de 140

acordo com seu peso médio 265,6g, onde foram pesadas separadamente e dado um jejum 141

de alimentos por oito horas para realização do abate. O abate foi realizado por 142

deslocamento cervical com posterior sangria e depenagem. Em seguida as carcaças foram 143

evisceradas e as vísceras comestíveis (fígado, moela e coração) pesadas, com posterior 144

realização dos cortes (peito e cobrecoxa) e pesagem dos mesmos em balança digital 145

(precisão 0,10g). 146

147

Após a pesagem das carcaças, o peso relativo (%) foi calculado em relação ao peso vivo 148

após jejum, utilizando a seguinte fórmula: Rendimento de Carcaça (%) = (carcaça 149

eviscerada*100/peso vivo). O rendimento percentual dos cortes e das vísceras 150

comestíveis, foram realizados em função do peso da carcaça eviscerada pela fórmula: 151

Rendimento dos cortes ou vísceras (%) = (Peso dos Cortes ou vísceras/ Peso 152

Carcaça*100) (Carolino et al., 2014). 153

154

O perfil lipídico da carne foi realizado através do corte do peito, sendo este pesado e 155

acondicionado em saco plástico identificado por tratamento e repetição para posterior 156

análise no laboratório de nutrição animal da Universidade Federal do Rio Grande do 157

Norte. 158

159

A análise do perfil de ácidos graxos da carne do peito de codorna foi realizada de acordo 160

com a metodologia proposta por Bligh e Dyer (1959). Foi adicionado em recipiente 161

Erlenmeyer de 250 mL, 5 g de amostra úmida triturada da carne, 25mL de clorofórmio e 162

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12,5mL de metanol, homogeneizada em mesa agitadora por 20 minutos, deixados em 163

repouso na geladeira por 16 horas. Após as 16 horas, a mistura foi filtrada em papel filtro 164

e transferida para um funil de separação de 250mL, adicionando posteriormente 12,5mL 165

de clorofórmio e 12,5mL de solução de sulfato de sódio a 2%, agitada levemente e 166

deixada em repouso por duas horas, até a formação de um sistema bifásico, onde na fase 167

inferior continha os lipídeos purificados diluídos em clorofórmio. Esta fase foi filtrada 168

em papel filtro contendo 2g de sulfato de sódio anidro e as amostras foram armazenadas 169

em frasco âmbar 30mL e congeladas a (-20ºC) até o momento da esterificação. 170

171

Após a extração, o material foi saponificado, sofreu um processo de metilação de acordo 172

com a metodologia de Hartman e Lago (1973). O material da extração foi colocado em 173

tubo de ensaio e submetido à fluxo de nitrogênio para obtenção de 40-50mg de lipídeos, 174

sendo adicionado 2,5mL NaOH 0,5N em metanol, com o tubo tampado colocava em 175

banho-maria a 70ºC por 15 minutos. Após os tubos esfriarem em temperatura ambiente, 176

adicionou-se 7,5mL do reagente de esterificação e levado novamente ao banho-maria a 177

70ºC por 10 minutos e esfriar em temperatura ambiente. Adicionou-se 2mL de hexano 178

grau HPLC e 5mL de solução saturada de NaCl (20%) com agitação durante 1 minuto em 179

vortex, após isto esperou-se as fases decantarem e com o auxílio de pipeta de Pasteur 180

transferiu-se a fase orgânica superior para frasco de vidro cor âmbar 2mL, etiquetavam-181

se os frascos e os manteve em refrigeração (-20ºC) para análise em cromatografia gasosa. 182

183

As amostras metiladas foram injetadas em cromatógrafo gasoso (Thermo Scientific–184

CG/FID–FOCUS) com detector de ionização de chama (FID) e coluna capilar Supelco 185

SPTM SPTM-2560 (100m x 0,25mm x 0,2μm). As temperaturas do detector e do injetor 186

foram de 270 e 230ºC, respectivamente. A programação de aquecimento da coluna foi 187

iniciada com 40ºC por três minutos, em seguida: 180ºC por cinco minutos a uma taxa de 188

10ºC/minutos, 180 a 220ºC por três minutos a uma taxa de 10ºC/minutos, 220 a 240ºC 189

por 25 minutos a uma taxa de 20ºC/minutos. O volume de injeção foi de 1μl com razão 190

de Split de 1:10. O gás de arraste utilizado foi o nitrogênio. A identificação e a 191

quantificação dos picos foram feitas por comparação do tempo de retenção e da área dos 192

picos das amostras com as de padrões de ésteres metílicos de ácidos graxos (Supelco 37 193

componentes FAME Mix, ref. 47885-U). 194

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195

A análise estatística foi realizada por análise de variância utilizando-se o programa 196

computacional SAS (SAS – Institute, 2004) e havendo significância foi aplicado o teste 197

de média Duncan com 5% de probabilidade para todas as variáveis estudadas. 198

199

RESULTADOS E DISCUSSÃO 200

201

As médias para as variáveis de desempenho e características de carcaça de codornas 202

europeias alimentadas com duas fontes de óleos e dois níveis, no período de oito a 42 dias 203

de idade estão apresentadas na Tab. 4. 204

205

Tabela 4. Médias sobre o desempenho e características de carcaça(1) de codornas 206

europeias alimentadas com dietas adicionadas de óleo de canola e óleo de coco 207

Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 208 Médias seguidas de letras iguais, na mesma linha, não diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 209 1Valores expressos com médias e suas respectivas interações de óleos dentro de níveis com * e 210 **significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente e ns – não significativo. 211 CV: coeficiente de variação. 212 2PF: peso final; CR: consumo de ração; GP: ganho de peso; CA: conversão alimentar. PJEJEUM: peso em 213 jejum; PCEVISC: peso da carcaça eviscerada; PPEITO: peso do peito; PSOBREC: peso sobrecoxa; 214 PCORAÇÃO: peso do coração; PFÍGADO: peso de fígado; PMOELA: peso da moela; RCAR: rendimento 215

Variáveis(2) Canola Coco Média CV (%)

1% 2% 1% 2%

DESEMPENHO

PF(g/ave) 319,36ª 283,60ª 263,00a 270,08ª 283,03ns 23,24

CR (g/ave) 769,85b 920,60a 832,90ab 782,75b 826,52** 7,00

GP (g/ave) 215,10ª 241,75ª 228,58ª 227,25ª 228,16* 5,93

CA (g/g) 3,58ª 3,81ª 3,66ª 3,46ª 3,63ns 9,95

CARCAÇA (g)

PJEJUM 245,60b 273,50a 245,33b 265,00a 257,54ns 4,68

PCEVISC 175,20ab 182,66a 169,00b 173,00ab 175,04ns 4,92

PPEITO 70,33ª 74,54ª 69,90ª 68,26ª 70,89ns 8,27

PSOBREC 41,42ª 42,67ª 40,13ª 41,52ª 41,43ns 5,87

PCORAÇÃO 2,15ª 2,10ª 1,93ª 1,98ª 2,03ns 11,42

PFÍGADO 3,53b 3,72a 3,41ab 3,42ab 4,38ns 20,80

PMOELA 3,16b 3,72a 3,41ab 3,42ab 3,45ns 8,75

RENDIMENTO (%)

RCAR 67,96ª 64,42ª 64,42ª 64,16ª 65,20ns 6,48

RPEITO 41,12ª 40,72ª 41,38ª 39,41ª 40,46ns 4,93

RSOBREC 23,64ª 23,40ª 23,77ª 23,99ª 23,69ns 5,42

RCORAÇÃO 1,23b 1,32b 2,31a 2,14a 1,75ns 13,58

RFÍGADO 2,01b 2,73a 2,42ab 2,80a 2,50ns 20,44

RMOELA 1,80b 1,38c 2,52a 2,40a 2,02ns 16,00

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da carcaça; RPEITO: rendimento do peito; RSOBREC: rendimento da sobrecoxa; RCORAÇÃO: 216 rendimento do coração; RFÍGADO: rendimento do fígado; RMOELA: rendimento da moela. 217

218

As análises de variância mostraram que houve efeito significativo (P=0,007) para o 219

consumo de ração entre as dietas, observando que a inclusão de 2% óleo de canola 220

proporcionou aumento no consumo, diferindo da inclusão de 2% óleo de coco e 1% óleo 221

de canola, que apresentaram médias menores. Houve efeito de interação (P=0,001) da 222

fonte de óleo dentro dos níveis testados, sendo esta interação observada no óleo de canola, 223

em que, à medida que aumentou o nível de inclusão melhorou o consumo de ração. Este 224

resultado pode ser atribuído ao fato de que quando é adicionado lipídios à dieta, têm-se a 225

propriedade de melhorar a palatabilidade do alimento e, desta forma, estimular o consumo 226

de ração (Acedo, 1991). 227

228

Resultados semelhantes foram obtidos por Roll (2012), que ao avaliar três níveis de óleos 229

de canola (0, 50 e 100% em substituição ao óleo de soja) e dois níveis de selênio orgânico 230

(0 e 0,3ppm) para codornas de dupla aptidão, observou que o consumo aumentou com a 231

inclusão de óleo de canola sem a suplementação de selênio orgânico. Tendo como 232

resultado a possível substituição total ou parcial do óleo de soja pelo de canola até o nível 233

de 2,4% na dieta sem alterar o desempenho produtivo das codornas. 234

235

Diferentemente, Costa et al. (2008) ao avaliarem o desempenho e qualidade dos ovos de 236

poedeiras semipesadas alimentadas com óleos de soja e canola nos níveis de 0, 1, 2 e 3% 237

na dieta não observaram efeito significativo do tipo de óleo sobre o consumo de ração. 238

239

Silva (2014) ao avaliar o desempenho e qualidade física de ovos de codornas europeias 240

com dietas contendo 3% óleo de soja ou girassol combinados com 0, 100, 200 e 241

400ppm/kg de vitamina E, não observou diferença para o consumo de ração entre as 242

fontes de óleo utilizadas, assim como não houve interação significativa do tipo de óleo 243

sobre o ciclo de produção dessas aves. 244

245

Não houve efeito significativo (P=0,53) entre os tratamentos assim como não houve 246

interação (P=0,51) em nenhum dos óleos dentro dos níveis testados para o peso final 247

como também não houve efeito significativo (P=0,09) entre as dietas para a variável 248

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ganho de peso, contudo foi observado interação (P=0,03) do óleo de canola ao nível de 249

2%, observando um aumento do ganho de peso nas codornas. 250

251

Para a variável conversão alimentar não houve diferença significativa (P=0,56) entre os 252

tratamentos avaliados, assim como não observado interação (P=0,18) entre os 253

tratamentos. Esses resultados corroboram com Faitarone (2010), que ao avaliar o 254

desempenho produtivo e qualidade dos ovos de poedeiras leves alimentadas com rações 255

suplementadas com óleos vegetais (óleo de soja, linhaça e canola) observou que houve 256

diferença significativa entre os tratamentos para o consumo, porcentagem de postura e 257

conversão alimentar por quilograma de ovos produzidos, entretanto, para a massa de ovos 258

e conversão alimentar por dúzia de ovos, não foram detectadas diferenças significativas 259

entre os tratamentos. 260

261

No entanto, Pinto et al. (2004) ao avaliarem fontes de óleo (óleo de soja, linhaça e 262

sardinha) e sua importância no desempenho e na imunidade de frangos de corte em 263

períodos de um a 21, um a 35 e um a 42 dias de idade, verificaram que o tipo de óleo 264

adicionado na ração não influenciou as variáveis de desempenho, como o ganho de peso 265

e peso final em nenhum dos períodos testados. Já a conversão alimentar até os 21 e até os 266

42 dias de idade indicaram aumento desta variável quando as aves foram suplementadas 267

com mais 4% de óleo de soja, isso pode ter ocorrido devido ao aumento do fornecimento 268

de energia na ração, tendo assim uma resposta direta na conversão deste alimento para o 269

desempenho das aves. 270

271

Os resultados observados para a variável de ganho de peso podem ser atribuídos ao fato 272

de que, óleos vegetais são melhor digeridos pelas aves que as gorduras animais, devido 273

conterem mais ácidos graxos insaturados, que são mais digestíveis que os ácidos graxos 274

saturados, estes últimos presentes em gordura de origem animal (Aust, 2012) tendo assim 275

influência direta sobre o desempenho zootécnico das codornas. 276

277

Brandão e Figueiredo (2008) avaliando diferentes tipos de óleos de soja (bruto e 278

degomado) e níveis de energia (normal, baixo e alto) em dietas de frangos de corte sobre 279

o desempenho e característica de carcaça no período de um a 21 e um a 42 dias de idade, 280

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39

observaram que a utilização do óleo bruto e degomado de soja em diferentes níveis 281

energéticos, não apresentou prejuízo ao desempenho zootécnico das aves, observando 282

apenas uma diminuição no consumo de ração, quando teve-se um acréscimo de energia 283

por consequência da quantidade de óleo na ração, ou seja, algo acima da necessidade de 284

mantença da ave. 285

286

Souza (2007) trabalhando com desempenho de poedeiras comerciais alimentadas com 287

níveis crescentes de óleo de linhaça em substituição ao de soja, observou que não houve 288

efeito significativo sobre as variáveis de desempenho das poedeiras. 289

290

Em relação às características de carcaça houve efeito significativo (P≤0,05) com a adição 291

de duas fontes de óleos nas dietas para codornas, sobre o peso em jejum, carcaça 292

eviscerada, fígado e moela e sobre o rendimento de fígado, coração e moela. Não houve 293

interação entre as fontes de óleos utilizadas dentro dos níveis estudados (P≥0,05) para 294

nenhuma das variáveis analisadas (Tab. 4). 295

296

O jejum tem a finalidade de minimizar a contaminação no momento do abate devido ao 297

esvaziamento do sistema digestório, para que haja tempo suficiente do alimento 298

consumido ser totalmente metabolizado e por fim transformado em carne, com 299

aproveitamento dos nutrientes fornecidos na dieta. Houve diferença significativa 300

(P=0,001) para o peso em jejum nas dietas com a inclusão do óleo de canola e coco, com 301

médias obtidas superiores aos níveis de 2% óleo de canola e de coco, 273,50 e 265,00, 302

respectivamente. 303

304

Já ao nível de 1% óleo de canola e de óleo de coco, as médias foram inferiores, 245,60 e 305

245,33, respectivamente, com reflexo direto sobre o peso da carcaça eviscerada, sendo 306

que a inclusão de 2% óleo de canola teve o maior peso (182,66) contudo não diferindo do 307

nível de 1% óleo de canola (175,20) e 2% óleo de coco (173,00), apresentando apenas 308

média inferior ao nível de 1% óleo de coco (169,00). Fato este que não comprometeu o 309

rendimento de carcaça, que apresentou média 65,20±12,03% pois não foi observado 310

efeito significativo (P=0,44) tanto para as dietas avaliadas com a inclusão de óleos 311

vegetais como também não houve interação (P=0,39) da fonte e nível testados. 312

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313

De acordo com a literatura o período de oito a 12 horas de jejum alimentar é o suficiente 314

para reduzir a incidência de contaminação sem prejuízo ao rendimento de carcaça (Garcia 315

et al., 2008) mostrando que o tempo de jejum de 8 horas, foi suficiente para não provocar 316

redução de rendimento de carcaça, evidenciando assim os valores obtidos. 317

318

Os resultados deste estudo corroboram com os dados obtidos por Garcia et al. (2008) pois 319

ao avaliarem o peso em jejum no pré-abate de frangos de corte tipo griller, sobre o 320

rendimento e qualidade de carcaça, em período de jejum de 4, 8, 13 e 17 horas, concluíram 321

que não houve efeito no rendimento de carcaça, cortes nobres e nos aspectos qualitativos 322

da carne. 323

324

É sabido que o fígado é um órgão vital a todos os animais devido às inúmeras funções 325

que exerce, principalmente de fatores imunológicos, coagulação e de substâncias 326

transportadoras de oxigênio e gorduras (Flauzina, 2007). O peso do fígado apresentou 327

resultados significativos (P≤0,05) entre os tratamentos avaliadas, esse efeito pode ter 328

ocorrido em função de que em aves 98% da lipogênese se processa basicamente no fígado, 329

onde o mesmo distribui os lipídios para as células gerais, através de processos de 330

oxidação, auxiliando na síntese de gorduras modificadas, os ácidos graxos para a 331

formação de lipídios de reserva, no caso de poedeiras a gema do ovo, frangos de corte a 332

gordura da carcaça e abdominal (Bertchini, 2012). 333

334

O peso do fígado apresentou maior valor (4,97) no tratamento que recebeu 2% óleo de 335

canola na dieta, não diferindo ao nível de 2 e 1% óleo de coco, (4,88 e 4,09), 336

respectivamente. Esse resultado no peso do fígado pode ser atribuído ao tamanho da 337

cadeia, pois ácidos graxos de cadeia carbônica curta são mais susceptíveis a absorção do 338

que os ácidos graxos de cadeia longa, assim como os ácidos graxos insaturados são 339

melhores absorvidos do que os ácidos graxos saturados (Gonzáles e Silva, 1999). 340

341

Quanto ao rendimento do fígado foi observado efeito significativo entre os tratamentos, 342

onde com inclusão de 2% óleo de coco obteve-se o melhor rendimento (2,80) não 343

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deferindo da inclusão de 2% óleo de canola (2,73) e 1% óleo de coco (2,42) 344

respectivamente e o menor valor ao nível de 1% óleo de canola (2,01). 345

346

Para o peso da moela houve efeito significativo (p = 0,04) nos tratamentos com inclusão 347

de 2% óleo canola e de coco (3,72 e 3,42), respectivamente, tendo menor valor à 1% óleo 348

de canola (3,16) (Tabela 3). Quanto ao rendimento de moela houve diferença em todos 349

os tratamentos avaliados, sendo os menores valores para as dietas que foram adicionadas 350

óleo de canola, onde à medida que aumentava o nível de inclusão, diminuía o rendimento 351

de moela, e nas dietas que foram adicionadas óleo de coco obteve as melhores médias. 352

353

Segundo Neto (2005), a escolha do tipo de gordura e o seu uso de forma eficiente 354

realizado pelas as aves têm sido estudada, com o intuito de avaliar os processos de 355

digestão e absorção destes ingredientes nas diferentes fases da criação das aves. Quanto 356

a interação para as variáveis peso fígado (P=0,41) e rendimento do fígado (P=0,45), peso 357

moela (P=0,06) e rendimento de moela (P=0,29) e o rendimento de coração (P=0,21) não 358

houve efeito quanto ao óleo utilizado dentro dos níveis. 359

360

Bavaresco et al. (2014) ao avaliarem o efeito da inclusão do farelo e óleo de canola na 361

dieta de codornas de dupla aptidão sobre o peso de cortes e vísceras comestíveis, 362

observaram que houve diferença significativa para as variáveis de peso e rendimento de 363

coração para a ração que tinha farelo de canola e óleo de soja, já para as demais variáveis 364

como peso da carcaça, peso de peito, peso e rendimento do fígado, peso e rendimento da 365

moela, notou que o uso de farelo de canola (25%) com o óleo de canola não apresentou 366

efeito negativo para essas variáveis. 367

368

De acordo com os resultados apresentados na Tab. 5, foram identificados a presença de 369

onze ácidos graxos em todas as amostras analisadas, tendo como predominância dos 370

ácidos graxos, palmítico (C16:0), esteárico (C18:0), oléico (C18:1 ω-9 cis) e o linoléico 371

(18:2 ω-2 cis). Resultados estes semelhantes ao de Machado et al. (2013) que, ao avaliar 372

a determinação do perfil de ácidos graxos por cromatografia gasosa em carne de avestruz, 373

encontraram a presença de dezenove ácido graxos em todas as suas amostras e com as 374

mesmas predominâncias de ácidos graxos apresentados no presente estudo. 375

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Tabela 5. Composição percentual do perfil de ácidos graxos(1) da carne de codornas 376

europeias alimentadas com óleo de canola e coco 377

1Valores expressos com médias ± desvio padrão das interações de óleos dentro de níveis com* e 378 **significativo a 1 e 5% de probabilidade, respectivamente e ns – não significativo 379 Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 380 Médias seguidas de letras iguais, na mesma linha, não diferem pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. 381 CV: coeficiente de variação. 382 ΣSFA – Somatório dos ácidos graxos saturados; Σ UFA – Somatório dos ácidos graxos insaturados; Σ 383 MUFA –Somatório dos ácidos graxos monoinsaturados; Σ PUFA – Somatório dos ácidos graxos poli-384 insaturados; PUFA:SFA – Relação dos ácidos graxos poli-insaturados e saturados; UFA:SFA – Relação 385 dos ácidos graxos poli-insaturados e saturados; Σω-6 - Somatório do ômega 6; Σω-3 – Somatório do ômega 386 3; ω-6:ω-3 – Relação dos ômegas 6 e ômega 3. 387 388

A concentração dos ácidos graxos saturados foi afetada (P≤0,05) em todas as dietas em 389

relação aos ácidos mirístico (P=0,001), palmítico (P=0,01) e esteárico (P=0,009) não 390

havendo interação (P≥0,05) desses ácidos da fonte de óleo dentro dos níveis. 391

392

Ácido Graxos Canola Coco

Média CV

(%) 1% 2% 1% 2%

SATURADOS

Mirístico (C14:0) 1,608b 1,809a 0,292c 0,276c 0,996±0,86ns 9,32

Palmítico (C16:0) 21,065a 20,562a 20,364ab 19,666b 20,414±0,62ns 1,93

Esteárico (C18:0) 15,251b 15,151b 16,702a 16,636a 15,935±0,94ns 3,30

MUFAS

Miristoléico(C14:1) 0,356b 0,477a 0,152c 0,122c 0,277±0,15** 9,82

Palmitoléico (C16:1) 3,467a 3,633a 3,611a 2,557b 3,317±0,50** 6,74

Oléico (C18:1) 0,961a 0,760b 0,833b 0,636c 0,798±0,13ns 5,17

Oléico – cis

(C18:1n9) 18,569b 20,231a 20,256a 20,528a 19,896±1,12ns 2,66

PUFAS

Linoléico (C18:2n6c) 17,699b 16,653c 18,967a 16,927c 17,561±0,99* 2,02

Araquidônico

(C20:4n6) 9,441b 9,803b 10,025b 10,979a 10,062±0,72ns 4,64

EPA (C20:5n3) 0,136b 0,164b 0,351a 0,344a 0,249±0,10ns 7,93

DHA (C22:6n3) 0,982d 1,366c 1,886b 2,632a 1,716±0,69** 2,65

SOMATÓRIOS

ΣSFA 38,237a 37,523ab 37,359ab 35,882b 37,250±1,26ns 2,79

ΣUFA 51,613c 53,090bc 56,598a 54,824ab 54,031±2,24* 2,33

ΣMUFAS 23,354a 25,1027a 25,367a 23,845a 24,417±1,23ns 4,14

ΣPUFAS 28,259b 27,9881b 30,510a 30,978a 29,434±1,66ns 2,29

Σω-6 27,140cb 26,457c 28,459a 27,906ab 27,4910±1,13ns 2,06

Σω-3 1,118b 1,530b 1,813b 3,072a 1,883±0,78ns 21,65

PUFA:SFA 0,930a 0,906a 1,143a 0,842ª 0,955±0,06ns 23,84

UFA:SFA 1,734ª 1,747ª 1,609b 1,518c 1,652±0,09* 1,87

ω-6:ω-3 24,270ª 17,3042b 12,9659c 9,090d 15,907±5,91** 4,19

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A menor concentração do ácido mirístico ocorreu nas dietas de 1% e 2% óleo de coco, 393

uma vez que a redução deste ácido é importante, pois ele é rapidamente incorporado à 394

triglicérides celulares tornando-o mais importante ácido graxo por induzir ao aumento do 395

colesterol no sangue (Lottenberg, 2009). 396

397

Souza et al. (2008) avaliaram o perfil lipídico dos ácidos graxos de ovos de poedeiras 398

comercias alimentadas com rações enriquecidas com óleo de linhaça, observaram que, a 399

concentração do ácido mirístico foi maior nos ovos de galinhas alimentadas com a dieta 400

controle, a qual não tinha nenhuma fonte de óleo. Estes autores ainda fazem uma ressalva 401

quanto ao comportamento do mirístico na fonte estudada, pois à medida que aumentava 402

a substituição do óleo de soja pelo o óleo de linhaça em 5% houve redução de 0,045% do 403

ácido mirístico na gema do ovo. 404

405

Quanto ao ácido palmítico (C16:0) o menor valor observado na carne foi ao nível de 2% 406

óleo de coco, a redução nas concentrações deste ácido é importante, uma vez que o 407

consumo de ácidos graxos saturados está ligado as concentrações de LDL-colesterol no 408

sangue, fator este de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (French 409

et al., 2000). Essa redução nas concentrações dos ácidos mirístico e palmítico é 410

importante uma vez que estes ácidos têm efeitos hipercolesterolêmico, ou seja, aumento 411

do colesterol no sangue (Schneider et al., 2000). 412

413

Houve efeito significativo (P=0,009) para o teor do ácido esteárico entre as duas fontes 414

de óleos estudadas, sendo para as dietas com adição de óleo de coco apresentou maior 415

média em comparação às dietas com óleo de canola que promoveu a redução em sua 416

concentração. 417

418

O ácido esteárico tem sido o foco de estudos ao longo das últimas décadas devido a sua 419

ação neutra no organismo animal, por esta relacionado a redução do colesterol. Vale 420

ressaltar que, embora o ácido esteárico apresente cadeia saturada de carbono, o mesmo 421

não eleva a colesterolemia, pois a desidrogenação deste ácido graxo é mais rápida do que 422

o alongamento da cadeia, fazendo com que seja mais rapidamente convertido em ácido 423

oléico (C18:1) no fígado por meio da enzima ∆9 dessaturase (Martin et al., 2006; 424

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Lottenberg, 2009). Desta maneira, o enriquecimento da carne de codornas com o ácido 425

esteárico pode promover benefícios indiretos aos seres humanos. 426

427

Quanto a concentração do ácido oléico na carne de codornas, houve efeito (P=0,001) em 428

todas as dietas, onde ao nível de 1% óleo de canola mostrou maior valor e ao nível de 2% 429

óleo de coco obteve menor valor. Não houve interação (P=0,93) de óleos dentro dos níveis 430

estudados. Isso pode ser atribuído ao fato do óleo de canola ser rico em ácido oléico 431

(62,44%) em comparação com o óleo de coco (8,88%), estudos realizados por Lin et al. 432

(2013) os benefícios de uma alimentação rica em óleo de canola são vários, e um dos 433

principais é a redução do nível de LDL-colesterol e ações positivas no aumento dos níveis 434

de tocoferol além da melhora da sensibilidade à insulina. 435

436

O ácido palmitoléico apresentou diferença significativa (P=0,001) na dietas avaliadas e 437

interação (0,001) do tipo de óleo dentro do nível estudado, essa interação foi observada 438

no óleo de coco, onde obteve menor média ao nível de 2% (2,557). Ao nível de inclusão 439

de 2% óleo de canola apresentou maior média (3,633) seguido dos níveis de 1% óleo de 440

coco (3,611) e 1% óleo de canola (3,467). Este resultado é importante, pois o ácido 441

palmitoléico é um ácido graxo monoinsaturado, pertencente à família ω – 7, é sintetizado 442

endogenamente em células com os adipócitos e hepatócitos como resultado da 443

dessaturação do ácido palmítico pelo o processo catalisação realizado pela enzima 444

estearoil-CoA-dessaturase 1 (SCD-1) (Lopes, 2014). 445

446

Esse aumento na concentração do ácido palmitoléico nas amostra de carne de codornas é 447

relevante, pois este ácido é descrito como uma lipocina que é sintetizada e secretada pelo 448

o tecido adiposo, tendo como habilidade associar este tecido ao controle do metabolismo 449

sistêmico, além de aumentar a sensibilidade do fígado e dos músculos à insulina (Queiroz 450

et al., 2009). 451

452

Houve efeito significativo (P=0,001) nas concentrações do ácido miristoléico (C14:1) e 453

do ácido oléico-cis (C18:1 n9c) assim como houve interação (P=0,004) do óleo de canola 454

sobre os níveis estudados. 455

456

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O conteúdo do ácido linoléico (C18:2 n6 cis) apresentou valor superior a dieta com 1% 457

óleo de coco em relação as demais dietas, 1% e 2% óleo de canola e 2% óleo de coco, o 458

que mostra sua importância, pois este ácido participa da transferência do oxigênio 459

atmosférico para o plasma sanguíneo, síntese da hemoglobina e da divisão celular, 460

mostrando ser essencial ao organismo humano, pois não pode ser sintetizado a partir dos 461

ácidos graxos provenientes da síntese de novo (Machado et al., 2013). 462

463

Outro ponto observado para o ácido linoléico foi em relação ao ácido araquidônico (20:4 464

n6), pois ambos são considerados essenciais ao organismo animal, ou seja, a necessidade 465

de serem fornecidos via dieta. No entanto, ocorre no fígado a síntese do ácido 466

araquidônico a partir do ácido linoléico na presença da vitamina B6 (Bertechini, 2012). 467

Sendo assim o ácido linoléico é considerado dieteticamente essencial (Roll, 2012) e o 468

ácido araquidônico, considerado fisiologicamente essencial (Bertechini, 2012). O 469

araquidônico é o principal precussor das prostaglandinas e leucotrienos, os quais são 470

importantes eicosanoides pró-inflamatórios e a tromboxana, potente vasoconstritor e 471

agregador plaquetário (Lottenberg, 2009). 472

473

Para o ácido araquidônico (C20:4 n6) houve efeito significativo (P=0,02) na dieta com 474

adição de 1% e 2% de óleo de coco, assim como observado que no óleo de canola à 475

medida que aumentava o nível deste óleo aumentava-se os valores para este ácido, 476

mostrando essa dinâmica com o ácido linoléico, onde ambos os ácidos tiveram seus 477

percentuais de ácidos graxos influenciados em relação às fontes lipídicas principalmente 478

o ácido linoléico que apresentou interação (P=0,04) dentro dos níveis. 479

480

Biologicamente os ácidos graxos linoléico (18:2 ω-6) e α-linolênico (18:3 ω-3) competem 481

pela mesma enzima metabólica, ∆6 dessaturase, envolvida nas reações de dessaturação e 482

elongação tendo esta enzima uma afinidade maior pelos os ácidos graxos ω-3 (Pirini et 483

al., 2010). Este efeito não foi observado no presente estudo, pois não foi detectado nas 484

amostras de carne de codorna a presença do ácido α-linolênico, o que poderia vir a afetar 485

diretamente a relação ω-6:ω-3, o que também não foi afetado no trabalho. Potença et al. 486

(2010) ao avaliar fontes lipídicas (óleo de soja, óleo de algodão, óleo de vísceras e sebo 487

bovino) na alimentação de frangos de corte, observaram que as aves que receberam óleo 488

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de algodão apresentaram um alto teor de ácido graxos poli-insaturados com uma baixa 489

deposição do ácido linolênico com consequência pior na relação ω-6:ω-3. 490

491

No entanto, nesse trabalho foi observado a presença da forma já conjugada do ácido α-492

linolênico que são os ácidos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA), sendo 493

importantes ácidos graxos poli-insaturados da família ω-3 diferenciando de suas 494

atividades protetoras (Piovesan, 2010). Ambos são importantes ao crescimento e 495

desenvolvimento humano, desempenhando um papel importante na prevenção e 496

tratamento de doenças arterial coronariana, hipertensão arterial, diabetes, inflamatórios e 497

auto-imunes (Azman et al., 2005). 498

499

O conteúdo de eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenoico (DHA) apresentou 500

percentuais significativos (P≤0,05) no perfil de ácidos graxos nas amostras analisadas, 501

onde à medida que aumentou o nível das fontes de óleo de canola e óleo de coco, 502

observou-se um crescente aumento desses ácidos, principalmente ao nível de 2% óleo de 503

coco, para o docosahexaenoico e 1% óleo de coco para o eicosapentaenoico, demostrando 504

que o docosahexaenoico e o eicosapentaenoico atuam sinergicamente no metabolismo 505

dos triglicerídeos, na pressão osmótica e excitabilidade cardíaca (Piovesan, 2010). 506

507

Pesquisas realizadas por Luu et al. (2007) indicam que os eicosapentaenoico (EPA) 508

interferem na produção de prostaglandina da família ω-3 substância essa que se assemelha 509

aos hormônios, regulando e protegendo o organismo de efeitos como a agregação 510

plaquetária, inflamação e diminuição das respostas imunes. 511

512

As médias encontradas para os somatórios de ácidos graxos saturados, insaturados, 513

monoinsaturados e poli-insaturados das amostras do presente estudo foram de 37,250% 514

(s±1,26), 54,031 (s±2,24), 24,417 (s±1,23) e 29,434 (s±1,66), respectivamente. Desta 515

forma as amostras da carne de codornas analisadas apresentaram maior conteúdo de 516

ácidos graxos insaturados em relação aos ácidos graxos saturados. 517

518

As diferenças verificadas no perfil de ácidos graxos ω-3 e ω-6 para a carne de codornas 519

pedem ser observados na Tab. 5. O ω-6 apresentou efeito significativo (P=0,01) com 520

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média de 27,491% (s±1,13) tendo seu maior valor ao nível de 1% óleo de coco (28,459), 521

não deferindo ao nível de 2% óleo de coco (27,906) e 1% óleo de canola (27,140) e ao 522

nível de 2% óleo de canola apresentou menor valor (26,457). Machado et al., (2013) não 523

observaram diferença nos percentuais de ω-6 na carne de avestruz apresentando média de 524

16,65% (s±0,35) quando comparado ao presente estudo, que obteve média superior para 525

o ω-6. 526

527

No conteúdo de ω-3 foi observado diferença significativa (P=0,02) nas dietas com 2% 528

óleo de coco (3,072) e 2% óleo de canola (1,530) onde podemos observa que, na medida 529

que aumentou o nível do óleo, seja o de canola e o de coco, aumentou a concentração do 530

ω-3. Bertipaglia et al. (2016) ao avaliar fontes lipídicas nas dietas para codornas japonesas 531

em postura, notou que a inclusão de 4% de diferentes fontes de óleos vegetais (girassol, 532

algodão, oliva, milho e soja) e animal (peixe) na dieta para codornas japonesas com 12 533

semanas de idade, houve um aumento no teor de ω-3 na gema de ovo de aves 534

suplementadas com o óleo e peixe e óleo de soja. 535

536

Novelo et al. (2008) ao avaliarem a utilização de outras fontes ricas em ω-3 (farinha de 537

peixe e aveia-branca) com adições de 4,5 até 9% e 10 até 20% respectivamente, sobre a 538

composição bromatologica e o perfil de ácidos graxos da carne de frangos de corte, 539

observaram que a ração com 9% de farinha de peixe apresentou maior potencial na 540

concentração dos ácidos graxos poli-insaturados principalmente o ω-3 e o ω-6 na 541

coxa/sobrecoxa. 542

543

No que se refere a relação de ácidos graxos poli-insaturados/saturados (PUFA/SFA) não 544

houve efeito significativo (P=0,44) das dietas avaliadas e nem houve interação (P=0,32) 545

do tipo de óleo sobre os níveis estudadas. Vale ressaltar que o Department of Health 546

recomenda que a relação de ácidos graxos poli-insaturados e saturados é de 0,40 para 547

humanos (Wood et al., 2003) em que se pode observar que os resultados do presente 548

estudo apresentaram relação superior. 549

550

Quando se trabalha com ácidos poli-insaturados principalmente os das famílias ω-3 e ω-551

6, assim como suas forma já conjugadas, eicosapentaenoico e docosahexaenoico, tem que 552

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ter o cuidado na relação entre o ω-6:ω-3, pois nas dietas ocidentais essa relação é muito 553

alta, sendo o interessante o aumento de consumo de ω-3, e, portanto, diminuição da 554

relação ω-6:ω-3 (Garcia, 2009). 555

556

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) recomenda 557

a ingestão de ácido linoleico corresponda a 3% e o ácido α-linolênico de 0,5% a 1% da 558

energia total de uma dieta, sendo que a proporção recomendada entre os ω-6 e ω-3 na 559

dieta seja de 3:1 até 10:1 (Kang, 2003) e segundo Martin et al. (2006) a relação adequada 560

de ω-6:ω-3 seria de 2:1 e 4:1. Esta relação no presente trabalho foi significativa em todas 561

as dietas avaliadas. 562

563

A melhor relação observada para ω-6:ω-3 foi com a adição de 2% óleo de coco seguido 564

de 1% óleo de coco e 2% óleo de canola. As aves que receberam a dieta com 1% óleo de 565

canola apresentaram um alto teor de ácidos graxos poli-insaturados, mais apresentaram 566

uma baixa deposição do eicosapentaenoico e docosahexaenoico, apresentando desta 567

forma uma consequente piora na relação de ω-6:ω-3. 568

569

Resultado semelhante foi observado por Potença et al. (2010) avaliaram diferentes fontes 570

de óleos (óleo de soja, óleo de algodão, óleo de vísceras e sebo bovino) nas rações sobre 571

qualidade e perfil de ácidos graxos da carne de frangos de corte, onde obtiveram a melhor 572

relação ω-6:ω-3 para as aves alimentadas com o óleo de soja, óleo de canola, sebo bovino 573

e óleo de vísceras, mesmo o óleo de girassol apresentando o melhor teor em ácidos graxos 574

poli-insaturados, mas apresentou uma baixa deposição de ácido linolênico com efeitos 575

diretos na relação ω-6:ω-3. 576

577

A inclusão de óleos vegetais na dieta para aves é realizada devido a diversos fatores, 578

dentre estes tem o propósito de melhorar a composição de ácidos graxos da carne e do 579

ovo para que possa atender às recomendações atuais da saúde humana, o que torna 580

evidente dentro do setor avícola a substituição de fontes de gordura animal. Estas por sua 581

vez, ricas em ácidos graxos saturados (palmítico, láurico, mirístico) por óleos vegetais 582

ricos em ácido graxos insaturados (oléico, linoléico, linolênico) torna o alimento rico 583

nutricionalmente e apreciados por um mercado consumidor preocupado com a saúde. 584

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Além disso, a carne de codornas possui baixo teor de gordura e de calorias evidenciando 585

ainda mais a importância desse estudo. 586

587

CONCLUSÕES 588

589

A adição dos óleos de canola e coco em dietas para codornas europeias nos níveis de 1 e 590

2% pode ser realizada sem prejuízo do desempenho zootécnico no período de oito a 42 591

dias de idade. 592

593

A composição do perfil de ácidos graxos na carne de codornas europeias foi influenciada 594

pelas fontes e níveis de adição dos óleos na dieta com redução na quantidade de ácidos 595

graxos saturados e melhora na relação ω-6:ω-3. 596

597

AGRADECIMENTOS 598

599

À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo apoio 600

financeiro, à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pela estrutura física 601

disponibilizada para o desenvolvimento do experimento; Ao Grupo de Estudo e Pesquisa 602

em Aves (GESA) pela ajuda constante durante toda a realização do trabalho. 603

604

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 605

606

ACEDO, J. Matérias primas energéticas em la alimentacion de la gallina ponedora. In: 607

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Qualidade interna e externa de ovos de codornas alimentadas com farelo e óleo de canola. 620

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50

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BERTIPAGLIA, Leticia Abaker, SAKAMOTO, Márcia Izami, BERTIPAGLIA, Liandra 627 Maria Abaker e MELO, Gabriel Maurício Peruca de. Lipid sources indiets for egg-laying 628 japanese quail: performance and egg quality. Acta Scientiarum, v. 38, n. 3, p. 281 – 284, 629 July/Sept., 2016. 630 631

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de gordura da dieta sobre o desempenho e variáveis fisiológicas em frangos de corte. 737 2005, 56f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade estadual Paulista – 738

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu – SP, Jul./2005. 739 740

NOVELLO, Daiana; OST, Paulo Roberto; FONSECA, Ricardo Alves et al. Avaliação 741 bromatológica e perfil de ácidos graxos da carne de frangos de corte alimentadas com 742

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abr./2014. 783 784 SILVA, José Humberto Vilar; COSTA, Fernando Guilherme Perazzo. Tabela para 785

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ANEXOS

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ARQUIVO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

Política Editorial

O periódico Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia

(Brazilian Journal of Veterinary and Animal Science), ISSN 0102 – 0935

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Não serão fornecidas separatas. Os artigos encontram-se disponíveis no endereço

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Orientações Gerais

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Comitê de Ética

É indispensável anexar cópia, em arquivo PDF, do Certificado de Aprovação do

Projeto da Pesquisa que originou o artigo, expedido pelo CEUA (Comitê de Ética

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no Uso de Animais) de sua Instituição, em “Ethics Conmitee” (Step 6).

Esclarecemos o número do Certificado de Aprovação do Projeto deve ser

mencionado no campo Material e Métodos.

Tipos de artigos aceitos para publicação

Artigo científico

É o relato completo de um trabalho experimental. Baseia-se na premissa de que

os resultados são posteriores ao planejamento da pesquisa.

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na

“Title Page” – Step 6), Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos,

Resultados, Discussão (ou Resultados e Discussão), Conclusões, Agradecimentos

(quando houver) e Referências.

O número de páginas não deve exceder a 15, incluindo tabelas, figuras e

Referências.

O número de Referências não deve exceder a 30.

Relato de caso

Contempla principalmente as áreas médicas em que o resultado é anterior ao

interesse de sua divulgação ou a ocorrência dos resultados não é planejada.

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na

“Title Page” - Step 6), Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos,

Resultados, Discussão (ou Resultados e Discussão), Conclusões, Agradecimentos

(quando houver) e Referências.

O número de páginas não deve exceder a dez, incluindo tabelas e figuras.

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O número de Referências não deve exceder a 12.

Comunicação

É o relato sucinto de resultados parciais de um trabalho experimental digno de

publicação, embora insuficiente ou inconsistente para construir um artigo

científico.

Seções do texto: Título (português e inglês), Autores e Afiliação (somente na

“Title Page” – Step 6). Deve ser compacto, sem distinção das seções do texto do

texto especificadas para “Artigo científico”, embora seguido àquela ordem.

Quando a comunicação for redigida em português deve conter um Abstract” e

quando redigida em inglês deve conter um “Resumo”.

O número de páginas não deve exceder a oito, incluindo tabelas e figuras.

O número de Referências não deve exceder a 12.

Preparação dos textos para publicação

Os artigos devem ser redigidos em português ou inglês, na forma impessoal.

Formatação do texto

O texto NÃO deve conter subitens em nenhuma das seções do artigo, deve ser

apresentado em arquivo Microsoft Word e anexado como “Main Document” (Step

6), no formato A4, com margem de 3cm (superior, inferior, direita e esquerda), na

fonte Times New Roma, no tamanho 12 e no espaçamento de entrelinhas 1,5,

emtodas as páginas e seções do artigo (do título às referências), com linhas

numeradas.

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Não usar rodapé. Referências a empresas e produtos, por exemplo, devem vir,

obrigatoriamente, entre parêntesis no corpo do texto na seguinte ordem: nome do

produto, substância, empresa e país.

Seções de um artigo

Título: Em português e em inglês. Deve contemplar a essência do artigo e não

ultrapassar 50 palavras.

Autores e Filiação: As nomes dos autores são colocados abaixo do título, com

identificação da instituição a qual pertencem. O autor e o seu e-mail para

correspondência devem ser indicados com asterisco somente no “Title Page” (Step

6), em arquivo Word.

Resumo e Abstract: Deve ser o mesmo apresentado no cadastro contendo até 200

palavras em um só parágrafo. Não repetir o título e não acrescentar revisão de

literatura incluir os principais resultados numéricos, citando-os sem explica-los,

quando for o caso. Cada frase deve conter uma informação completa.

Palavras-chave e Keywords: No máximo cinco e no mínimo duas*.

*na submissão usar somente o Keyword (Step 2) e no corpo do artigo constar tanto

Keyword (inglês) quanto palavra-chave (português), independente do idioma em

que o artigo for submetido.

Introdução: Explanação concisa na qual os problemas serão estabelecidos, bem

como a pertinência, a relevância e os objetivos do trabalho. Deve conter pouca

referências, o suficiente para balizá-la.

Material e Métodos: Citar o desenho experimental, o material os métodos já

publicados. Nos trabalhos que envolvam animais e/ou obrigatoriamente o

número do certificado de Aprovação do CEUA. (verificar o Item Comitê de

Ética).

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Resultados: Apresentar clara e objetivamente os resultados encontrados.

Tabela. Conjunto de dados alfanuméricos ordenados em linhas e colunas.

Usar linhas horizontais na separação dos cabeçalhos e no final da tabela.

O título da tabela recebe inicialmente a palavra Tabela, seguida pelo

número de ordem em algarismo arábico e ponto. (ex.: Tabela 1.). No texto,

a tabela deve ser referida como Tab seguida de ponto e do número de

ordem (ex.: Tab. 1), mesmo quando referir-se a várias tabelas (ex.: Tab. 1,

2 e3). Pode ser apresentada em espaçamento simples e fonte de tamanho

menor que 12 (o menor tamanho aceito é oito). A legenda da Tabela deve

conter apenas o indispensável para os eu entendimento. As tabelas devem

ser obrigatoriamente inseridas no corpo do texto de preferência após a sua

primeira citação.

Figura. Compreende qualquer ilustração que apresente linhas e pontos:

desenho, fotografia, gráfico, fluxograma, esquema etc. A legenda recebe

inicialmente a palavra Figura, seguida do número de ordem em algarismo

arábico e ponto (ex.: Figura 1.) e é citada no texto como Fig seguida de

ponto e do número de ordem (ex.: Fig. 1), mesmo se citar mais de uma

figura (ex.: Fig. 1, 2 e 3). Além de inseridas no corpo do texto, fotografias

e desenhos devem também ser enviados no formato JPG com alta

qualidade, em um arquivo zipado, anexado no campo próprio de

submissão, na tela de registro do artigo. As figuras devem ser

obrigatoriamente inseridas no corpo do texto de preferência após a sua

primeira citação.

Nota: Toda tabela e/ou figura que já tenha sido publicada deve conter,

abaixo da legenda, informação sobre a fonte (autor, autorização de uso,

data) e a correspondente referência deve figurar nas Referências.

Discussão: Discutir somente os resultados obtidos no trabalho. (Obs.: As seções

Resultados e Discussão poderão ser apresentadas em conjunto a juízo do autor,

sem prejudicar qualquer uma das partes).

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Conclusão: As conclusões devem apoiar-se nos resultados da pesquisa executada

a serem apresentadas de forma objetiva, SEM revisão de literatura, discussão,

repetição de resultados e especulações.

Agradecimentos: Não obrigatório. Devem ser concisamente expressados.

Referências: As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética, dando-

se preferência a artigos publicados em revistas nacionais e internacionais,

indexadas. Livros e teses devem ser referenciados o mínimo possível, portanto,

somente quando indispensáveis. São adotados as normas gerais da ABNT,

adaptadas para o ABMVZ, conforme exemplos:

Como referenciar:

1. Citação no texto

A indicação da fonte entre parênteses sucede à citação para evitar interrupção na

sequência do texto, conforme exemplos:

Autoria única: (Silva, 1971) ou Silva (1971); (Anuário..., 1987/88) ou

Anuário... (1987/88);

Dois autores: (Lopes e Moreno, 1974) ou Lopes e Moreno (1974);

Mais de dois autores: (Ferguson et al., 1979) ou Ferguson et al. (1979);

Mais de uma artigo citado: Dunne (1967); Silva (1971); Ferguson et

al. (1979) ou (Dunne, 1967; Silva, 1971; Ferguson et al., 1979), sempre

em ordem cronológica ascendente e alfabética de autores para artigos

do mesmo ano.

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Citação de citação. Todo esforço deve ser empreendido para se consultar

o documento original. Em situações excepcionais pode-se reproduzir a

informação já citada por outros autores. No texto, citar o sobrenome do

autor do documento não consultado com o ano de publicação, seguido da

expressão citado por e o sobrenome do autor e ano do documento. Nas

Referências deve-se incluir apenas a fonte consultada.

Comunicação pessoal. Não faz parte das Referências. Na citação coloca-

se o sobrenome do autor, a data da comunicação, nome da Instituição à

qual o autor é vinculado.

2. Períodicos (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores citar três

autores et al.):

ANUÁRIO ESTATÍSTICO DO BRASIL. v. 48, p. 351, 1987-88.

FERGUSON, J. A.; REEVES, W. C.; HARDY, J. L. Studies on immunity

to alphaviruses in foals. Am. J. Vet. Res., v. 40, p. 5-10, 1979.

HOLENWEGER, J. A.; TAGLE, R.; WASERMAN, A. et al. Anestesia

general del canino. Not. Med. Vet., n. 1, p. 13-20, 1984.

3. Publicação avulsa (até quatro autores citar todos. Acima de quatro autores

citar autores et al.):

DUNNE, H. W. (Ed). Enfermidades del cerdo. México: UTEHA, 1967.

981p.

LOPES, C. A. M.; MORENO, G. Aspectos bacteriológicos de ostras,

mariscos e mexilhões. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA

VETERINÁRIA, 14., 1974, São Paulo. Anais... São Paulo: [s.n.] 1974.

P.97. (Resumo).

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MORRIL, C. C. infecciones por clostridios. In: DUNNE, H. W. (Ed).

Enfermidades del cerdo. México: UTEHA, 1967. p. 400-415.

NUTRIENT requirements of swine. 6. Ed. Washington: National

Academy of Sciences, 1968. 69p.

SOUZA, C. F. A. Produtividade, qualidade e rendimento de carcaça e de

carne bovinos de corte. 1999. 44f. dissertação (Mestrado em Medicina

Veterinária) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte.

4. Documentos eletrônicos (até quatro autores citar todos. Acima de quatro

autores três autores et al.):

QUALITY food from animals for a global Market. Washington:

Association of American Veterinary Medical College, 1995. Disponível

em: <http://www.org/critca16.htm>. Acessado em: 27 abr. 2000.

JONHNSON, T. Indigenous people are now more cambartive, organized.

Miami Herald, 1994. Disponível

em:<http://www.summit.fiu.edu/MiamiHerld-Summit-RelatedArticles/>.

Acessado em: 5 dez. 1994.

Taxas de submissão e de publicação

Taxa de submissão: A taxa de submissão de R$50,00 deverá ser paga por

meio de boleto bancário emitido pelo sistema eletrônico do Conveniar

http://conveniar.fepmvz.com.br/eventos/#servicos (necessário preencher

cadastro). Somente artigos com taxa paga de submissão serão avaliados. Caso

a taxa não seja quitada em até 30dias será considerado como desistência do

autor.

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Taxa de publicação: A taxa de população de R$150,00 por página, por

ocasião da prova final do artigo. A taxa de publicação deverá ser paga por

meio de depósito bancário, cujos dados serão fornecidos na aprovação do

artigo.

OBS.: Quando os dados para a nota fiscal forem diferentes dos dados do

autor do autor de contato deve ser enviado um e-mail para

[email protected] comunicando tal necessidade.

SOMENTE PARA ARTIGOS INTERNACIONAIS

Submission and Publication fee. The publication fee is of US$100,00

(one hundred dollars) per page, and US$50,00 (fifty dollars) for

manuscript submission and will be billed to the corresponding author at

the final proof of the article. The publication fee must be paid through a

bank slip issued by the electronic article submission system. When

requestiong the bank slip the author will infrom the data to be intle invoice

issuance.

Recursos e diligências

No caso de o autor encaminhar resposta às diligências solicitadas pelo

ABMVZ ou documento de recurso o mesmo deverá ser anexado em

arquivo Word, no item “Justification” (Step 6), e também enviado por e-

mail, aos cuidados do Comitê Editorial, para [email protected].

No caso de artigo não aceito, se o autor julgar pertinente encaminhar

recurso o mesmo deve ser feito pelo e-mail [email protected].

Caixa Posta 567

30123-970 Belo Horizonte MG Brasil

Tel: +55 31 3409-2042

Tel: + 55 31 3409-2041