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PROF: ALEX TAVARES Radiologia Pediátrica

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PROF: ALEX TAVARES

Radiologia Pediátrica

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RADIOLOGIA PEDIÁTRICA

O técnico de radiologia pediátrica percebe as crianças como adultos em miniatura e como pessoas que devem ser tratadas com carinho e compreensão.

Isso exige paciência e tempo para conversar e se tornar amigo da criança. Explicar as instruções de uma forma que elas possam entender é muito importante para o desenvolvimento da confiança e da cooperação.

IDADE DE ENTENDIMENTO E COOPERAÇÃO:

As crianças não atingem um sentido de entendimento em uma idade específica. Essa capacidade varia de criança para criança, e é preciso que o técnico não pressuponha que as crianças não compreenderão o que está ocorrendo. Geralmente, porém, a maioria das crianças normais aos 2 anos de idade consegue se submeter a um estudo radiográfico sem necessidade de imobilização ou auxílio dos pais.

Estudos radiográficos bem-sucedidos dependem de dois fatores. O mais importante é a atitude do técnico e sua abordagem da criança. O outro fator, também importante, consiste no preparo técnico da sala, que inclui os procedimentos de imobilização.

IMOBILIZAÇÃO:

Pacientes pediátricos incluem de lactentes até pacientes com 12 a 14 anos de idade. Porém crianças mais velhas podem ser tratadas como adultos, exceto pelo cuidado especial com a proteção das gônadas e a redução dos fatores de exposição por causa de seu menor tamanho.

radiografias de lactentes e crianças entre 1 a 2 anos de idade que requerem cuidados especiais para prevenir movimentos durante a exposição radiológica. Na prática radiológica pediátrica geral, deve-se sempre utilizar o menor tempo de exposição e amperagem possível para minimizar o borramento da imagem decorrente do movimento do paciente. Porém, mesmo com baixos tempos de exposição, a prevenção do movimento durante a exposição é um desafio constante na radiologia pediátrica, sendo essenciais os procedimentos de imobilização.

Vários tipos de instrumentos de imobilização são encontrados no mercado nos dias de hoje.

Exemplos como a Prancha Tam-em e Pigg-OStat são demonstrados. O Posi-Tot é outro instrumento de imobilização disponível comercialmente. A eficácia em termos de custo desses instrumentos depende da forma e da frequência com que eles são utilizados.

PRANCHA TAM-EM E PRANCHA

DE CONTENÇÃO DE FIBRA DE VIDRO.

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A Prancha Tam-em, possui várias pequenas faixas de velcro ao longo do corpo para a imobilização dos membros superiores e inferiores, É um instrumento de imobilização de fácil utilização, prancha de contenção de fibra de vidro é mostrada junto a uma Prancha Tam-em. Ela pode ser cortada de um pedaço de fibra de vidro com espessura suficiente para proporcionar a rigidez necessária. Pode ser utilizada de várias formas, como por exemplo contendo membros superiores e inferiores sem obscurecer a anatomia essencial. Pode ser utilizada pelos pais como ajuda na imobilização.

PIGG-O-STAT:

O Pigg-O-Stat é comumente utilizado como aparato de imobilização para a realização de procedimentos radiológicos em posição ortostática de tórax e abdome em crianças de

até 2 anos de idade.

O lactente ou a criança é colocado em um assento de bicicleta (A) com as pernas pendendo por uma abertura. O assento é ajustável na altura. Os braços são elevados acima da cabeça, e as duas braçadeiras de plástico transparente (8) são ajustadas firmemente contra cada lado do corpo para prevenir movimentos Existem dois tamanhos de braçadeira que são facilmente intercambiáveis, dependendo do tamanho da criança (8 e C). O chassi é colocado sobre um prendedor de filme (C).

O assento e as braçadeiras são montados sobre uma base giratória (O) que pode girar independentemente do prendedor, possibilitando a colocação do paciente nas incidências AP, PA, lateral e oblíqua.

A proteção de chumbo para as gônadas (E) é mostrada na posição entre o tubo de raios X e o paciente. Essa proteção contém os marcadores de filme. O Pigg-O-Stat inteiro é

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montado numa plataforma (F) com rodas e travas que permitem fácil movimentação e transporte de sala a sala se necessário.

OUTRAS FORMAS DE IMOBILIZAÇÃO.

A forma mais simples e barata de imobilização é a utilização de materiais facilmente encontráveis na maioria dos serviços. Fitas, lençóis ou toalhas, sacos de areia, gaze, blocos almofadados radiotransparentes e ataduras compressivas, se usados corretamente, são eficazes na imobilização.

SACOS DE AREIA:

Sacos de areia são utilizados como contrapeso. Porém a maior parte deles é usada como peso ou na imobilização de adultos. Esses sacos não são mais eficazes na imobilização do paciente pediátrico que aqueles feitos especialmente com esse propósito.

Lona resistente e areia grossa esterilizada devem ser utilizadas. A areia grossa é recomendada, pois, se ocorre um rompimento, a areia será facilmente limpa, e a chance de causar artefatos nos raios-X é minimizada.

Dois tamanhos de saco de areia são recomendados, 8 X 18 polegadas (20 X 46 cm), e 13 X 20 polegadas (33 X 50 cm). Os sacos não devem ser exageradamente cheios, pois se tornam rígidos; o saco deve ser flexível para se moldar à anatomia do membro sobre o qual for colocado.

FITA:

Existem vários tipos de fita "macia" para procedimentos cirúrgicos e peles sensíveis. Fita adesiva pode aparecer nos raios-X e obscurecer a parte anatômica de interesse. Além disso, alguns pacientes têm reações alérgicas à fita adesiva. A pele frágil de

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lactentes pode também ser irritada, a não ser que a superfície adesiva seja torcida para não entrar em contato com a pele.

Pedaços de gaze interpostos entre a fita e a pele também podem ser utilizados com eficácia.

ATADURA ELÁSTICA:

Se for usada atadura elástica (stockinette), ela deve ser tubular. Elas existem em vários tamanhos: o de 3 polegadas é recomendado para lactentes, e o de 4 polegadas, para crianças maiores.

Quando utilizar a atadura elástica, dobre-a e coloque-a sobre os braços do paciente, cobrindo-os até os ombros. Esse procedimento imobiliza o paciente e funciona como um travesseiro.

BANDAGENS

Uma bandagem de 4 polegadas é melhor para lactentes e crianças pequenas, e as de 6 polegadas funcionarão melhor para crianças mais velhas. Estas são mais bem utilizadas na imobilização das pernas.

Quando começar o processo de contenção, iniciar pelos quadris e envolver até as panturrilhas. Não conter de forma muito apertada, pois podemos cortar a circulação sanguínea.

ATADURAS COMPRESSIVAS E FIXADORES DE CABEÇA:

Ataduras são mais eficazes quando utilizadas em associação com sacos de areia, Também podem ser utilizados vários tipos de fixadores de cabeça ajustáveis que se fixam na maca.

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BLOCOS ANGULARES PESADOS COMO FIXADORES DE CABEÇA:

São blocos angulares de metal pesado com esponjas grossas coladas. Eles são relativamente baratos de ser fabricados, quando comparados com os fixadores

comercialmente disponíveis. São eficazes e versáteis na imobilização, especialmente quando usados em associação com sacos de areia ou fitas, ou se o paciente estiver "mumificado”.

“MUMIFICAÇÃO", ENVOLVENDOCOM LENÇÓIS OU TOALHAS

Além de certos tipos de fixadores de cabeça, é necessário "mumificar" o paciente em certos tipos de procedimentos radiológicos, como os exames cranianos. Essa forma de imobilização é extremamente eficaz se realizada da maneira correta. A seguir mostraremos um método com seis passos sobre como fazer o processo. A sala deve estar preparada antes de trazer o paciente.

Passo 1. Colocar o lençol na maca dobrado na metade ou em dois terços no comprimento, dependendo do tamanho do paciente.

Passo 2. Colocar o paciente na metade do lençol, colocando o braço direito ao longo do corpo. Pegar a ponta do lençol e enrolar firmemente sobre o paciente, mantendo o braço próximo do paciente.

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Passo 3. Colocar o braço esquerdo do paciente ao longo do corpo, sobre o lençol. Trazer o lençol sobre o braço esquerdo em direção do lado direito do paciente e enrola-la por baixo do corpo se necessário.

Passo 4. Completar o processo de "embrulhar" o paciente puxando o lençol firmemente, de uma forma que os braços não possam não possam se mexer.

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Passo 5. Puxar o lençol e prender a borda com um pedaço comprido de fita adesiva, da parte de trás do braço direito até o braço esquerdo sobre o lençol. Essa manobra impede que o paciente escape do lençol.

Passo 6. Prender outra fita adesiva em volta dos Joelhos do paciente. Isso vai impedir que ele libere os membros inferiores.

DESENVOLVIMENTO ÓSSEO (OSSIFICAÇÃO).

Os ossos de lactentes e de crianças pequenas passam por vários estágiosde crescimento até atingirem a adolescência. A pelve é um exemplo de alterações na ossificação que ocorrem na criança.

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A divisão dos ossos do quadril é evidente entre o ílio, o ísquio e o púbis. Eles aparecem como ossos individualizados, separados por um espaço articular, que é o núcleo de crescimento na área do acetábulo.As cabeças femorais também parecem estar separadas por um espaço articular que não deve ser confundido com sítios de fraturas ou outras anormalidades. Essas também são regiões cartilaginosas de crescimento.

A maior parte dos centros primários de formação óssea ou de ossificação,como aqueles situados na área central do eixo dos ossos longos, aparece antes do nascimento. Esses centros primários se tornam as diáfises (corpo ou eixo) (O) dos ossos longos. Cada centro secundário situado nas extremidades dos ossos longos é denominado epífise (E). Uma epífise é demonstrada em uns raios-X de mão em PA de uma criança de 9 anos na Fig 1. e no membro inferior de uma criança de 1 ano de idade na Fig 2. abaixo.Observe as epífises nas extremidades do rádio e da ulna, assim como as dos metacarpianos e das falanges (veja as setas pequenas).

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O espaço entre as epífises e as diáfises é composto por tecido cartilaginoso que é denominado placa epifisária. Essas placas epifisárias são encontradas entre cada epífise e diáfise até o crescimento esquelético estar completo na idade adulta, que ocorre normalmente por volta dos 25 anos de idade.

As epífises são as partes dos ossos que aumentam em comprimento e espessura à medida que a criança cresce, como é demonstrado nas radiografias abaixo que comparam o crescimento (Figs. abaixo).

Observe nessas quatro radiografias de joelho a mudança no tamanho e na forma das epífises do fêmur distal e tíbia e fíbula proximais da idade de 3 anos até os 12 anos de idade. Na idade de 3 anos, a epífise da fíbula não é visualizada ainda, porém aos 12 anos ela fica evidente (veja as setas).

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O tamanho das epífises do fêmur e da tíbia também mudam drasticamente dos 3 até os 12 anos de idade, como demonstrado nas radiografias de joelho.

Tabelas de crescimento são disponíveis e listam os padrões de crescimento normal. Os técnicos em radiologia devem estar familiarizados com o desenvolvimento ósseo em lactentes e crianças e reconhecer o aspecto dos estágios do crescimento normal.

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3 anos 4 anos

6 anos 12 anos

Referência Bibliografica: Kenneth Bontrager 7º edição

Editora Guanabar Koogan