4
ANO 1-N. 0 6 PREÇO 1$00 OBRA DE RAPAZES,PtxRA PEt!OS RAPAZ REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO &ua M. fJaúW>. . de. AÇO DE SOUSA Director, Editor e Proprietário PADRE AMERICO l O monturelro " pequeniQO homo anima/is apresenta-se dia-a-dia à porta das nossas casas, casas dêles, fulgurante de verdade no seu trajo, nos seu.s habitos, nas suas .P,alavras, nas suas atitudes, no seu abm 0 1ono. Vê-se imediatamente e acredita-se, que êle é o filho da mon- tureira. Por uma lei misteriosa, que t'rariscende todo o saber humano, êles fazem-nas chorar de pena, pois que todos somos irmãos. Suscetiveis de tôdas as for- mas, cheios de infinitas possibilidades, estes estrangei- ros na Pátria, são autenticos filhos da naçãa, capazes de pagar amor com amor, se primeiramente os souberem amar. Alguns são verdadeiramente um assombro de audácia e de iniciativa. Um caso : Mandou-se o gaiato X à cabine telefónica de Cête, pedir o 78 do Estado e falar para o Ministério da Economia. Tratava-se de pão; era um caso muito sério: O pequenino, antes de dar o recado, foi ao celeiro verificar a quantidade de milha· que tínhamos, fazer o calculo da sua duração, - eompreender para falar. A palavra do garoto da rua, deve ter enchido o peito de quem o Ele há outra economia nas nações, que vale tanto como a do pão; é a dos valores honestos. Nem do pão vive o hom(Jm - palavra eterna. Sim; deve ter enchido e persuadido, porquanto a resposta foi de amigos: vai falar com o Delegado de Abastecimentos do Pôrto. O nosso catraio assim fez. Saiu de casa para tomar em Cête o primeiro comboio, sem outras cre- denciais além da inocencia, da alegria e da esperança da Nação. Havia uma grande <bicha> nos escritórios da Intendência, como o pequeno graciosamente escla- receu. · - Quero falar com o Senhor Major Gregório. -Oh rapaz, vai passear. -Sou Gaiato do Padre Américo; quero falar com o Senhor Major Gregório. -Se te não vais embora, chamo a polícia. Isto aqui é só para gente. O pequenino não desamina; tem confiarrça em si, na obra, na sua missão. E' preciso conseguir milho ou tarinha de que se faça pão. Dirige-se pelo seu próprio a uma casa comercial, implora que o deixem falar ao telefone, chama pelo Senhor Major. Mais uma vez a voz da Creança foi ouvida. Ai! quem dera que dentro da nossa Pátria, nunca venha o povo governar o Povo. Não tive mais dificuldades, informa p gaiato nervosamente: olhe, esta carta do Senho1 Major e esta guia da Moa- tazes de cinema, não a companhia da- moina. Não, que vai ocupado. Sim, ocupar, interessar; dar à criança dos caminhos o valor que ela tem. Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias mais imperfeitas do que a de Alcoentre; não queria. Mas mais pequeninas, isso sim. Elas são para os nossos irmãos. Quanto menos dêles a sofrer, mais dêles a gozar. Ninguém pode destruir a natureza das coisas, sim; há-de haver sempre escândalos no meio de nós, rixas e invejas e crimes. Mas podia seguramente cada um de nós fazer tudo quanto em si coubesse, para diminuir a vadiagem infantil. As estatísticas da especialidade indicam, com certeza, qual a percentagem de crimes que começa ali. Sim, devem indicar. Mas em regra, quando os números são de meter medo e mormente os de maté- ria social, vem a lei do mínimo esfôrço dizer que está tudo muito certo, que nos outros países ainda é pior, que não convém assustar, e como o sol de Portugal é dôce e quente, - deixa-se correr o marfim! O episódio do nosso procurador é um facho de luz. Não sofre comentãrios. Ele é documento e lição. Este rapaz há-de ir a Lisboa, pelo seu próprio , junto do Ministro da Educação, pedir uma bolsa- de estudo. Não que a gente pretenda doutores, mas a luz não pode ficar debaixo do alqueire. Há-de ir, outrossim, ao Ministro das Obras Públi- cas por um refôrço de dinheiro, se o Pôrto vier a consentir que alguém de fora meta a foice na nossa <Aldeia>. Há-de ir sozinho, na sua glória de flôr da montureira falar, convenc.er, fazer chorar, que os olhos de lágrimas têm maior visão! Dizem que o Gaiato é lido pelos Ministros da Nação; bem quizera que ass;m fôsse. Que E!es aproveitem a intuição e implantem novos métodos na maneira de educar. Também os mestres da língua, aproveitam o falar do povo para as regras dos seus compêndios; e com êsse falar simples, ensinam a falar sem que por isso se sintam diminuídos ou deixem de ser Mestres. Nem os Ministros, de ser Ministros. De uma vez entrei numa casa de educação e beijei uma creança de 6 anos. Eu conhecia a mãe. Mãe de muitos filhos e mulh er de muitos homens, êste pequenino fôra o derradeiro fruto do pecado. Quanto mais desgraçados mais lh es quero. gem. Trouxe pão para trinta dias. Ninguém fazia melhor. Da Praça da Batalha, séde da lntendencia, foi à Federação dos Trigos, pe- dir a guia de trânsito. Vai sozinho; as ruas eram o seu piso. Mas não é das: ruas. Não as pontas de ciga.rro; não mira os car- Notícia aos Industriais de Conservas - Quê? Você cuida que se levam pelo coração? Eu aqui uma fera e não faço nada dêles. Era o senhor Director da casa a falar. Senhores Conserveiros da Povoa, de Matozinhos, de Setubal e outros; uma salada de peixe e batatas cosidas, é um mundo de alegria e de vitaminas. Do mirante · da no ssa "aldeia", cem boquitas vos con- templam. -Sim, meu senhor ; justamente por ser uma fera no meio dêles, é que não faz nada dêles. COMPOS I ÇÃO E IMPRESSÃO Uti-. da &uJa R. SANTA CATARINA, 628-PORTO /) lai sair do coraçtio do v.. Pôrto a capela da nossa <Aldeia». E' uin donativo serio, de muitos milhares de escudos. Traga os elementos da planta,-derradeira palavra · do Senhor que eu procurei. tínhamos o hospital; agora, a capela; as oficinas, hão-de vir. Triplico de beleza. A formação completa do Rapaz, está aqui. Nós não queremos fazer santos, que isso é unicamente obra da Graça. Nem santinhos, que é obra de pieguice. Procuramos, sim, obter homens honestos. A gente sabe bem por onde vai e quem estas creanças são; muitas delas sucumbem à he- rança do entulho. A Obra da Rua, não é fábrica ·de apilarar meninos. Muitos suçumbem, sim. Mais sucumbiriam, se os deixassemos em paz. O que não sucumbe nunca, nem se perde no mundo, é o mar- tírio dos homens que procuram fazer algo desta fauna igno- rada. Ora eis. Condição essencial do nosso merodo de educar, é o tr.iptico. Capela sem oficinas não presta. Oficinas sem capela, não valem. Hospital sem as duas não cura. Por isso mesmo havemos de ir de gatas à p1 esença dos pode- rosos, mostrar a ferida que trago no peito, féita de amo1 à creança; e berrar a terrível convicção de que não há di- nheiro em Portugal que pague um português de lei. Nem po- demos levanta-lo da massa das ruas, sem o:s três panos a en- volver ás suas infermidades:- Tr/ptico de Beleza/ Senho1 do Pôrto; honra lhe seja feita. A nossa pobreza, não comporta festas de · inau- guração. Mas no dia da pri- meira Missa, Vossa Excelencia há-de estai, e será então denunciado por um segundo beijo que eu der na Sua mão amiga- diferente do de judas.

RAPAZI:.~, PEt!OS E~ l O espl~naor ~o monturelroportal.cehr.ft.lisboa.ucp.pt/PadreAmerico/Results/OGaiato/j0006... · Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias ... Quanto

  • Upload
    leminh

  • View
    220

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RAPAZI:.~, PEt!OS E~ l O espl~naor ~o monturelroportal.cehr.ft.lisboa.ucp.pt/PadreAmerico/Results/OGaiato/j0006... · Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias ... Quanto

ANO 1-N.0 6 PREÇO 1$00

OBRA DE RAPAZES,PtxRA RAPAZI:.~, PEt!OS RAPAZ E~

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO

&ua M. fJaúW>. . de. ]J~ P ·AÇO DE SOUSA

Director, Editor e Proprietário PADRE AMERICO l

O espl~naor ~o monturelro " pequeniQO homo anima/is apresenta-se

dia-a-dia à porta das nossas casas, casas dêles, fulgurante de verdade no seu trajo, nos seu.s habitos, nas suas .P,alavras, nas suas atitudes, no seu abm0 1ono. Vê-se

imediatamente e acredita-se, que êle é o filho da mon­tureira. Por uma lei misteriosa, que t'rariscende todo o saber humano, êles fazem-nas chorar de pena, pois que todos somos irmãos. Suscetiveis de tôdas as for­mas, cheios de infinitas possibilidades, estes estrangei­ros na Pátria, são autenticos filhos da naçãa, capazes de pagar amor com amor, se primeiramente os souberem amar.

Alguns são verdadeiramente um assombro de audácia e de iniciativa. Um caso :

Mandou-se o gaiato X à cabine telefónica de Cête, pedir o 78 do Estado e falar para o Ministério da Economia. Tratava-se de pão; era um caso muito sério: O pequenino, antes de dar o recado, foi ao celeiro verificar a quantidade de milha· que tínhamos, fazer o calculo da sua duração, - eompreender para falar. A palavra do garoto da rua, deve ter enchido o peito de quem o escut~u.

Ele há outra economia nas nações, que vale tanto como a do pão; é a dos valores honestos. Nem só do pão vive o hom(Jm - palavra eterna. Sim; deve ter enchido e persuadido, porquanto a resposta foi de amigos: vai falar com o Delegado de Abastecimentos do Pôrto.

O nosso catraio assim fez. Saiu de casa para tomar em Cête o primeiro comboio, sem outras cre­denciais além da inocencia, da alegria e da esperança da Nação. Havia uma grande <bicha> nos escritórios da Intendência, como o pequeno graciosamente escla-receu. •

· - Quero falar com o Senhor Major Gregório. -Oh rapaz, vai passear. -Sou Gaiato do Padre Américo; quero falar com

o Senhor Major Gregório. -Se te não vais embora, chamo a polícia. Isto

aqui é só para gente. O pequenino não desamina; tem confiarrça em si,

na obra, na sua missão. E' preciso conseguir milho ou tarinha de que se faça pão. Dirige-se pelo seu próprio pé a uma casa comercial, implora que o deixem falar ao telefone, chama pelo Senhor Major. Mais uma vez a voz da Creança foi ouvida. Ai! quem dera que dentro da nossa Pátria, nunca venha o povo governar o Povo. Não tive mais dificuldades, informa p gaiato nervosamente: olhe, esta carta do Senho1 Major e esta guia da Moa-

tazes de cinema, não procun~ a companhia da- moina. Não, que vai ocupado. Sim, ocupar, interessar; dar à criança dos caminhos o valor que ela tem.

Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias mais imperfeitas do que a de Alcoentre; não queria. Mas mais pequeninas, isso sim. Elas são para os nossos irmãos. Quanto menos dêles a sofrer, mais dêles a gozar.

Ninguém pode destruir a natureza das coisas, sim; há-de haver sempre escândalos no meio de nós, rixas e invejas e crimes.

Mas podia seguramente cada um de nós fazer tudo quanto em si coubesse, para diminuir a vadiagem infantil. As estatísticas da especialidade indicam, com certeza, qual a percentagem de crimes que começa ali. Sim, devem indicar. Mas em regra, quando os números são de meter medo e mormente os de maté­ria social, vem a lei do mínimo esfôrço dizer que está tudo muito certo, que nos outros países ainda é pior, que não convém assustar, e como o sol de Portugal é dôce e quente, - deixa-se correr o marfim!

O episódio do nosso procurador é um facho de luz. Não sofre comentãrios. Ele é documento e lição. Este rapaz há-de ir a Lisboa, pelo seu próprio pé, junto do Ministro da Educação, pedir uma bolsa- de estudo. Não que a gente pretenda doutores, mas a luz não pode ficar debaixo do alqueire.

Há-de ir, outrossim, ao Ministro das Obras Públi­cas por um refôrço de dinheiro, se o Pôrto vier a consentir que alguém de fora meta a foice na nossa <Aldeia>. Há-de ir sozinho, na sua glória de flôr da montureira falar, convenc.er, fazer chorar, que os olhos de lágrimas têm maior visão!

Dizem que o Gaiato é lido pelos Ministros da Nação; bem quizera que ass;m fôsse. Que E!es aproveitem a intuição e implantem novos métodos na maneira de educar. Também os mestres da língua, aproveitam o falar do povo para as regras dos seus compêndios; e com êsse falar simples, ensinam a falar sem que por isso se sintam diminuídos ou deixem de ser Mestres. Nem os Ministros, de ser Ministros.

De uma vez entrei numa casa de educação e beijei uma creança de 6 anos. Eu conhecia a mãe. Mãe de muitos filhos e mulher de muitos homens, êste pequenino fôra o derradeiro fruto do pecado.

Quanto mais desgraçados mais lhes quero. gem. Trouxe pão para

trinta dias. Ninguém fazia melhor.

Da Praça da Batalha, séde da lntendencia, foi à Federação dos Trigos, pe­dir a guia de trânsito. Vai sozinho; as ruas eram o seu piso. Mas já não é das: ruas. Não vê as pontas de ciga.rro; não mira os car-

Notícia aos Industriais de Conservas - Quê? Você cuida

que se levam pelo coração? Eu ~oú aqui uma fera e não faço nada dêles. Era o senhor Director da casa a falar.

Senhores Conserveiros da Povoa, de Matozinhos, de Setubal e outros; uma salada de peixe e batatas cosidas, é um mundo de alegria e de vitaminas. Do mirante· da nossa "aldeia", cem boquitas vos con­templam.

-Sim, meu senhor ; justamente por ser uma fera no meio dêles, é que não faz nada dêles.

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO

Uti-. da &uJa ~·~ R. SANTA CATARINA, 628-PORTO

/) lai sair do coraçtio do v.. Pôrto a capela da nossa

<Aldeia». E' uin donativo serio, de muitos milhares de escudos. Traga os elementos da planta,-derradeira palavra

· do Senhor que eu procurei. já tínhamos o hospital;

agora, a capela; as oficinas, hão-de vir. Triplico de beleza. A formação completa do Rapaz, está aqui. Nós não queremos fazer santos, que isso é unicamente obra da Graça. Nem santinhos, que é obra de pieguice. Procuramos, sim, obter homens honestos. A gente sabe bem por onde vai e quem estas creanças são; muitas delas sucumbem à he­rança do entulho. A Obra da Rua, não é fábrica ·de apilarar meninos. Muitos suçumbem, sim. Mais sucumbiriam, se os deixassemos em paz. O que não sucumbe nunca, nem se perde no mundo, é o mar­tírio dos homens que procuram fazer algo desta fauna igno­rada. Ora eis.

Condição essencial do nosso merodo de educar, é o tr.iptico. Capela sem oficinas não presta. Oficinas sem capela, não valem. Hospital sem as duas não cura. Por isso mesmo havemos de ir de gatas à p1 esença dos pode­rosos, mostrar a ferida que trago no peito, féita de amo1 à creança; e berrar a terrível convicção de que não há di­nheiro em Portugal que pague um português de lei. Nem po­demos levanta-lo da massa das ruas, sem o:s três panos a en­volver ás suas infermidades:­Tr/ptico de Beleza/

Senho1 do Pôrto; honra lhe seja feita. A nossa pobreza, não comporta festas de · inau­guração. Mas no dia da pri­meira Missa, Vossa Excelencia há-de estai, e será então denunciado por um segundo beijo que eu der na Sua mão amiga- diferente do de judas.

Page 2: RAPAZI:.~, PEt!OS E~ l O espl~naor ~o monturelroportal.cehr.ft.lisboa.ucp.pt/PadreAmerico/Results/OGaiato/j0006... · Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias ... Quanto

2 r O GAIATO - z4 de Maio de 1944 -

IJ. que 1ieo.u â4""""" ""4ila. =====N O=====T====I C====I A====S==== DIVERSAS Guardei da Casa do Gaiato as despejar na grande panela três

mais gratas rtcordações e sérias pratos de sôpa, e irreflectidamente cenas e episódios ficaram gravados -pois conhecia a lei inexorável-na minha memória e até no meu preguntei: êles não querem comer? coração. Impossível me seria des· -E' que não trabalharam 1 crevê-los todos; resumo no entanto O Pepe sentara numa perna o a impressão dominante que me dei· Tonito-um bisnico de 5 anos que xaram: ao contrário, diversamente aparentava 3-e maternalmente CO· do que sucede nos colégios, asilos locara-lhe o guardanapo ao pescoço e reformatórios que tenho visitado, -tarefa cobiçada pois daí a pedaço ali o pequenino está verdadeira- já estava na perna do Sérgio .. . mente na sua casa. Depois de darem graças · saíram

Por enquanto a vida desenrola-se a b rincar um pouco, voltando depois dentro das paredes de um antigo e sentando-se a rezar o têrço que o Mosteiro beneditino. Mal cuidavam da semana entoava. Comiam algu-os pobres monges - quando, de mas palavras, os trap1l'·õ~sitos, mas olhos baixos e mãos escondidas nas como Nosso Senhor devia ouvir mangas do hábito, percorriam o~ contente a sua oração 1 largos corredores em religioso si- Eu assistia, enternecida, de fora lêncio - que séculos depois uma da porta e o meu coração fundiu-se pequenina multidão irreverente, ale· quando terminada a reza ouvi em gre, barulhenta, encheria êsses mes- cô ro o mais fraternal uboa noite mos corredores de correrias loucas Sérgio11. atrás de um arco ! Quantas vezes à Sérgio: pela altura já és um tardinha, quando a animação era homenzinho, mas quando o fôres maior, eu temi seriaménte ser atro· também pelos anos e à tua volta pelado por um ... arquista. reünires um bando mais pe~ uenino ,

Quem fôr agarrado às tradições, aos hábitos de asseio, ordem, mé­todo, discipli11a das casas de edu­cação, espere a inauguração da 11A ldeia dos rapazes,, onde encon­t rará tudo isso dentro das necessárias a lterações do môço espírito ori~nta­dor desta obra. Mas quem não se preocupar com preconceitos e fôr amante de alegria exuberante- que não tem de conter-se para ndo estragar - da espontaneidade, de uma pontinha de desalinho que dá um grande cunho de vida, e de todo o pitoresco de uma insta­lação improvisada e provisória, não espere: visite já a Casa do 0.iiato.

Os lavatórios 1 Num alpendre meio desabrigado, de cada lado da porta, alinha-se uma prancha de madeira com 5 buracos onde encai· xam outros tantos alguidares de barro para as abluções dos p·eq ue· uos. Num pratinho da mesma matéria pousa o saba:o e em duas p rateleiras estreitas acomodam-se os copos com as escôvas de dentes, numa variedade, que vai desde o copo fino de galalite à cane::iuita d e barro de pinturas e dizeres ingénuos ...

A deliciosa sencerimónia com que alguns pequenitos para melhor che­~arem à torneira se empoleiram nos lavatórios estendendo as per­nitas sob o fio de água para lavar os pés ...

Andam descalços todo o dia e à tardinha, antes da ceia, vão-se lavar e calçar e esperam à porta do refeitório a hora de entrar. Os pequenos serventes fecham-na pru­dentemente enquanto p reparam a mesa.

foi assim na noite da minha chegada. Desejando eu atravessar o refeitório encontrei a por ta fécha da. Os pequenos, agarrados a esta tábua de sa lvação clamaram: - abram a p orta que é a senhora!- Mas de dentro, talvez já af~itos ao estrata­gema, não abriram e eu esperei com êles o momento da ent rada. Que entrada, $anto Deus! A alga­zarra foi tamanha que eu tive de tap;u os o uvidos-e êlés riam-se 1 - e o ímpeto com que entra· ram lembrou-me imediátamente a tomada da Bastilha. Devi!! ter sido assim . ..

Ocuparam os seus lugares, pedi­ram licença, rezaram, sentaram-se. falaram pouco e baixinho. Eu repa· rei que um dos serventes fôra

de gaiatos só teus, continua sem­pre aquêle quadro lindo da oração da noite aos pés da Virgem Mãe. Eu por mim jámais esquecerei a profunda emoção que senti nessa primeira noite em Paço-de-Sousa quando aos meus ouvidos chegou aquela afectuosa despedida.

Boa noite, Sérgio!

====//====

Do que nós. necessitamos

T ão pouquinho esta quinzena! Tenho andado muito ocupado com um sério exame de consciência, não vá ser e u mesmo a causa dêste queixume. S im: nas obras desta natureza a generosidade do Próximo mede-se pela verdade com que tra­tamos os que nos pedem agasalho e pão. Primeiramente temos que dar, para ao depois recebe r.

Mais 100 escudos do Porto, mais idem de um visitante, mais o dôbro idem, mais 10$00 idem, mais 22$50 de um trôco, mais 100$00 de visi­tantes, mais roupas de Espozende, mais 150$00 de Paços de Brandão, mais, com sua licença, dois porcos. E já agora por falar em porcos, quem nos dá uma galinha, para suprir a falta das que hos furtaram? Nunca mais houve alegria na nossa casa, desde que os ladrões cá en­tra ram! O António de Celorico, tinha um jeitão, para lhes dar com o ninheiro!

Mais 100$00 de um visitante. Mais um vigéssimo da lotaria, e uma cautela. Mais 100$00 do Porto, mais 200$00 de Matozinhos, mais 170$00 de O Comercio do Pôrto, m~is 50$00 de um visitante, mais no Depósito, uma pancadaria de mate rial escola r, e um pacote de roupas, e duas escovas de dentes, e um pacote de roupas e um enve­lope com 50$00 de Baltar e uma camisa de linho. Mais nas ruas do Pôrto um tome ld êstes 100$00, do meu ordenado. Mais 100800 da Capital, mais 20$00 de um visitante e mais cem de outro, e mais cin­coenta de outro, e mais idem idem, e mais na mesma, e mais duzentos e cincoenta de um outro, e mais mil de um grupo. Um viva com alma aos visitantes da Casa do Gaiato! Venham mais; temos cá muito que vêr. As vistas 'daqui-só vistas.

O Mesquita disse-me .assim:-'/enha \ler o quintei do Carlos.

Fomos de mt'Jos dadas avenida além, por sob ramadas de vides seculares, até darmos nam tanque de suprema beleza, outrora regoslio de monges nel!ros. A água farra da boca de am dragt'Jo.

-Olhe o quintal. O lat?ar /ôra bem escolhido; nama

das margens do tanque, o Carlos abria am pequenino canteiro de morangos. que todos os dias zela e esmera, nas ho,as do recreio. E' o quintei como diz o Mes·

----

/],,. ós tinham os andado um r ~ dia inteiro na cidade do

Pôrto, a tratar de coisas da nossa Aldeia. Saíramos de casa com uma pequena bucha e àquela hora, 5 da tarde, deu-nos a fome. Entrdmos num café, cansados e conten­tes. Pedi 2 copos de leite e 2 pães; dois quinhóes para dois.

Quando estávamos no me­lhor da festa, abeira-se da nossa mesa um cavalheiro de porte irrepreensível, ar de bon­dade e uma grande pérola na gravata. Se.rztou-se. Abriu con:-oersa. .1

- Você leoa uma vida des­graçada, Padre. Se houver no· mundo algum pirata que ndo compreenda a Obra da Rua, não faça caso e marehe sempre.

O meu pequenino compa­nheiro ia sorvendo o leite a largos tragos e eu fazia da mesma sorte. O apetite com qae estdoamos à mesa, pren­dia tôda a nossa atençao. O estranho Senhor dd um geito à cadeira, coloca-se mais à mesa e prossegue :

- Sabe padre; a tninha mulher jd rouba. Os fatos dos meus filhos que enchiain as gavetas dos nossos armários, foram todos para a sua Aldeia e eu ando agora extremamente cauteloso, nao od ela tentar contra as minhas algibeiras.

O meu pequenino compa­nheiro trazia justamente no corpo um fato muito fidalgo, que lhe ficava mesmo a matar, e eu observei que talvez ali estivesse ama parte do roubo de que êle se queixava I Os copos de leite estavam no fundo. O Snr. desconhecido quis mandar repetir; não acei­tdmos. O ponteiro do relógio disse-nos que o combóio ia partir; leoantdmo-nus da mesa. Estava ali um rôr de gente; era justamente a hora indolente do café.

- Olhe, meu Senhor; não sei quem V. Ex.a é, nem pre­gunto. Agradecemos os dois copos de leite. Se a sua mu­lher jd pratica dêsses roubos, é indício de que estd a chegar à perfeição. Os Moralistas podem não ser da minha opi­mão, mas eu cd digo que quem rouba por amor, nao me parece cometer grande pecado. Mais peca, quem guar­da por sovinice.

A plenitude da lei, estd no amor.

E assim nos despedimos, cada mocho para seu solto.

quita. Vamos a 'ler quem come o {rato. Esperam-se grandes zaragatas - gaar· dado está o bocado ••• 1

/

1 • O' coiso; empresta•me o teu grilo para este noite!

t E' a frase corrente da nossa casa. Todos gostam de am grl/o á cabeceira da cama, mas como nem todos t~m tempo de os buscar, daqui nascem os contratos

as romessas qae entre si fazem.

• O /alio, o Luciano, o Adelino e o DartJes, foram ao Porto vender o /ornai. No fim da •enda, entraram na BrasiJelra, por am copo de Leite e dois ptJes a cada bico, conforme instruç~es préviamente recebidas. Alguém pagou. Os pequenos qaizeram saber o nome.

-Sou am amigo do P. • Âmérico. E sim, meu senhor; é um verdadeiro

amigo-quem mPu filho ame, minhe boca adoça. Amigo d?s melhores, qae mostra a amizade e esconde o nome.

Q11izeram comprar melo quilo de cere· ias, disse o Dur(Jes, mas eram ma/to caras,· dois m\I rei11 o meio quilo.

Puderam té lo feito. Tinham nas ai· gibeiras arn poder de dinheiro, - mas nt'Jo. Eram muito cere11. Oh mando; /é e aprendei

• Os visitadores de Pobres da quin· zena, foram o Chico e Rui de Abrantes, o /osé de Mondim e o Augusto do Pôrto, Vao dois·a·dois, com a saa taleil!aita, sendo previamente avisados da nobreza da misstJo. vao repartir da nossa pobre­sa. Quanto mais apertado é o raci9na· mento, mais pt'Jo nds distribalmos,-para confastJo dos senhores. Economistas/ Hav~mos de ~anhar a praça com o fez. a Dea/adeu de Monçt'Jo/

====//====

Visitantes da

• ({uinzena

O Professor Marcelo Cae­tano na companhia do Capitão, Raúl de Castro, veio visitar a c:mociclade» elos caminhos. Ele acredita nas ciualidades do ga­roto da rua. Obrigado pela visita, senhor Doutor, e pela assinatura do jornal; uma nota de C{uinhentos direitinha da fábrica.

Uma secção do Liceu e Caro­lina Michaelis,» também esteve na aldeia acompanhada pela Reitora. · Da mesma sorte, a Escola

do Magistério Primário de Braga, Director à frente, visi­tou os Gaiatos. As alunas, deixaram uma lista de 51 assinantes certos.

Deus lhes pague.

O Senhor Pádua Corrêa, Industrial, também ciuis visi­tar-nos, com a família. Venha por cá mais vezes, senhor Cor­rêa; a gente gosta de ver os amigos.

Outros grupos do Pôrto, Amarante, Guimarães e t c. apareceram e explicaram-se. Seja tudo pot amor de um Portugal melhor.

O G .1

- z4 de 1.-.

!LUZ ... Mês d

..Em cada gaiato cc âa Virge -voção de pequeno: -Oaínha e .que acor cunvizinl 'J)ara os < vem de -tanto car

Asmu ~cesas e e lectrica,

Os m f todos fc vivo de

·Casa de

j ... E M Chegc

fal! Ago música.

1Jiano as variadas, -se, apre r

•Cantiga, vezes er aações. ~ires ac castanho detrás, a

Por se deza,nu e ngaiola Tecreio, a moda 1

Nem 1

'Canta a n o lago -xinois n grilos, d {:ama e e ~sua es

Ai, m' -alegria q a sua ge

Deus :a legria e

. O qm <'Cias nos~ familiaric -Ma~

mam enc -0 amor e A simpli< deve se~ -de Deus

O Fe c inco an na idade ·do sofri1 <:orno mi Mas a -apenas 1

humana Rómulof alguém à antiga a voltar. feitamen

Quanc 1em sem -olha, óolo. A': para que <>s leitor não fiz. dia de ai

Page 3: RAPAZI:.~, PEt!OS E~ l O espl~naor ~o monturelroportal.cehr.ft.lisboa.ucp.pt/PadreAmerico/Results/OGaiato/j0006... · Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias ... Quanto

l o GAIATO - 14 de Maio de 1944 -

DO QUE SE DIZ E DO QUE SE FAZ NA Casa do .Gaiato de Coiin.Lra:

!LUZ... FLORES ••. ! ./

Mês de Maio - Mês das flôres! Em cada cantinho uma flór que o gaiato colhe e vai colocar no altar -Oa Virgem. ·A' noite, faz-se a de­voção do mês de Marià. Um dos pequenos reza o terço, outro a la­-daínha e todos cantam. E tão bem que acorre gente dos lugares cir­cunvizinhos a assistir à novena só -para os ouvir. O maior contingente vem de Miranda, que olha com 1anto carinho a nossa obra.

As mulherzinhas trazem candeias .acesas e a capela, sem iluminação ·electrica, enche-se de luz e de pov0.

Os maltrapilhos da Rua de quem todos fogem, são agora exemplo vivo de piedade e chamariz para a casa de Deus.

'j. .. E MUSIC4j Chegou o piano. Recepção triun­

fal! Agora a Casa é um mar de música. O céguinho arranca ao piano as harmonias mais suaves e variadas. Os gaiatos entusiasmam­-se, ~prendem rápidamente quStlquer cantiga,. que repetem dezenas de vezes enquanto cumprem as obri­,()'ações. Se a música é ligeira, o Pires acompanha hat>ilmente com tastanholas e alguns finórios, por detrás, armam uma .dança.

Por seu lado, os grilos da redon­deza, num raio de meio quilómetro, engaiolados durante o tempo de recreio, executam constantemente .a moda de todo o ano.

Nem de noite cessa a música. <Canta a água .que cai na fonte e n o lago dos patos, cantam os rou­-xinois no pomar da quinta, e, os ·grilos, dependurados na barra da ·cama e no vão da janela continuam :a sua estafada cantiga.

Ai, meu Senhor, não calcula a 1llegria que trouxe a esta Casa com .a sua generosa oferta.

Deus lhe pague em alegria a a legria que nos deu!

fu HOMEM O~ êAIX~I . O que surpreende os visitantes <ias nossas casas é o ambiente de -familiaridade que nelas se respira.

-Mas isto é tão simples! excla-mam encantados. Sim; simples como -0 amor dos pais para com os filhos. A simplicidade que é atributo divjno, deve ser também norma das obras de Deus.

O Fernando é um petizito de ciJ:Jco anos. Pequeno na estatura e na idade mas muito batido na escola do sofrimento. Apresentáram-no-lo como minus habens e era-o de facto. ·Mas a sua inferioridade provinha ;apenas dos maus tratos que a des­humana aia lhe infligia. A lôba de Rómulo foi mais compassiva. Quando 11lguém o ameaça com o regresso à antiga protectora, prefere morrer a voltar. E' que aqui sente-se per­feitamente em sua casa.

Quando regresso de Coimbra, t em sempre uma novidade a dar-me: -olha, o Freitas cozeu-me um holo. A's vezes, mais em segredo .para que ninguém ouça, nerr. mesmo <>s leitores, diz-me ao ouvido: hoje não fiz . .. na cama! Este <hoje> é dia de alegria para êle.

N@1Jira ocasião, ao chegar, o pe­quenito não apareceu para contar o caso do dia. Onàe estaria? Nin­guém sabia dêle. Era já noite. Subo à sala e, do cantito do Rádio, sai um vulto pequenino. Reconheci-o.

-Que fazes aqui? . -Estou a ouvir o home a cantar

na caixa. -Quem é que ligou? -Fui eu. A glória de carregar num botão

para fazer cantar um homem! Se esta liberdade de filhos de

Deus não fizer dos pequeninos " abandonacdos homens de bem, em

vão trabalha quem usar outros pro­cessos.

l PARA SER MELHOR 1

O Luizito é um simpático rapa­zinho de Condeixa. Desde o dia da sua entrada tem-nos trazido sém­pre de sobressalto por causa dum defeito terrível que tinha-o da vadiagem. Contam-se já pelos de­dos da mão as vezes que fugiu de casa. Felizmente não vai para longe, e, logo que a fome aperta, hão tarda a aparecer disfarçada· t;nente por detrás duma parede.

A última vez que desapareceu, fei às dez da noite.

Para onde teria ido àquela hora? Procurou-se em todos . os recantos da casa. Não apareceu.

No dia seguinte, ao meio dia, enfileirou surrateiramente entre os companheiros que iam sentar-se à mesa. Tinha passado a noite de­baixo dum feixe de lenha, ào fundo da quinta. Mas parece que desta vez perdeu a rnania da fuga. Reconheceu o seu êrro. A prova é que acaba de entregar ao sacris­tãozito tôda a sua fortuna-cinco tostões que um amigo da casa lhe 1 deu-para que êle ponha na caixa das esmolas, para que N.a Senhora me faça melhor.

J O QUE NOS TRAZ O CORREIO J

O que nos trouxe o correio?­Nada ou pouco mais: Nem uma carta a dizer um tome lá pará os seus Gaiatos. Vieram várias a pe­dir lugar para vàdios que andam ao Deus dará; veio um telegrama R pedir com urgência um lugar para mais um; vieram várias pes­soas a pedir refúgio para protegi­dos seus; veio por aí abaixo, do Pôrto, mais um gaiato a procurar a casa do Senhor Gaiato e não sei que mais.

Pão? Deus o há-de mandar que nós só pedimos o preciso para cada dia. Vivemos pobremente? Mas assim .estamos mais conforme 1 o espírito do Fundador e da Obra. Agora lugares, mais lugares-isso é que não vale a pena pedir, por­que não temos,

O correio trouxe pouco. Mas o combóio trouxe uma oferta que vale milhões-o piano.

-De Lisboa, um embrulho de lindos abafos de lã para recem­naseidos. Quem lhe disse, minha Senhorn, que êles eram precisos exactamente nesta altura? Nesse mesmo dia aqui vieram duas ope­rárias procurá-los para seis crian­ças pobrezinhas cujo bapt!smo pro­moveram. Mande mais.

-Em casa dum amigo, uma merenda aos gaiatos e 150$00. Precisamos de figos, amendoim, fruta para merenda dêles. .

-Numa caixa de esmolas do .Seminário, 40$00 com pedido dum Pai Nosso. •

-Na Rua <para os seus pobre­zinhos>, 20.

-No Seminário, 50 com mais 25 por intermédio de Seminaristas.

-Na mão do ceguinho, enquanto ensaiava para o mês. de Maria, um transeunte deixou 20.

-Numa igreja uma senhora en­trega 100 <para uma família de tuberculosos>. Sim, mil:i.ha senhora, não calcula quanto êsses sei:es infelizes precisam de auxílio ... Todos fogem de nós!

-Do Pôrto, 200$00 para a nossa Capela. • O Povo da vila de Miranda, in-teressa-se muito pelas Casas do Gaiato. Em relação a outras cida­des, é êle quem compra mais <Gaiatqs>; tem segurado 40 exem­plares de cada tiragem.

ASSINATURAS --~- P A ü ~ S

Esta guiozena vieram tresentos pedi­dos de assinatura. Bem 1uenturados os qu,,, têm fome de justiça!

Nem o Nicolau, nem o Trindade, nem o Faísca; é o Gaiato que leva a camisola amarela!

Vales de correio, devem ser emiti­dos para Cête1 para Gête. Não Pena­fiel, nem Púrto. Podem depositar no Banco do Espírito Santo. Podem entre­gin no número 54 aos Clérigos. Podem mandar a iro portância em carta regis­tada, dirigida a Paço de Sousa; di~o1 Paço de S nisa. Não Penafiel, nem Pôrto1 ttem Qête, como às vezas acon­tece. Peço e eepero que todos sejam por mim. A's avessas dos outros jor­nais, o cGaiato» não é de notícias; recebe as tuas notícias.

Não reparem, se omitimos, títulos e apelidos, que os tempos mandam poupar. Sociedade de M:armores, Pôrto, 30~00. Dr. Joaquim L eitão, Pôrto, Instituto Pastetrr1 50~00. P.e António de Sousa, Quiaios, 20~00. Dr. Afonso Vasques, Vila R. de St.0 Antonio, 50~00. Alberto Bogonho, Pôrto, 60~00. António Luízello, Alhandra, 50~00. J ustiaa Ferr~it·a dos Santos, Coimbra, · 20~00. Leopoldo Furtado Martins, Pôrto, 20$00. P.e Manuel Mendes Gaspar, Chão de C1iuce, 25$00. F1o­.rentina da Oosta Praça, Arraiolos, 100$00. Dr. José T omaz Gomes, Coimbra, 20$00. Alvaro da Cunha ViLaça, 201)00. Dr. António F t roandes Ramalho, 20$00. Banco Espirito Santo, 50$00, todos d.i Coimbra. Artur Ama­ral, Benguela, Aogola, 50$00. Dr. Abílio de Moura, Coimbra, 15~00. Pôrto Bilha rista, Pôrto, 30$00. Alfredo L obo de Mesquita, Carrazeda Ancião, 30$00. Helena de Sande e Castro, Lisboa, 20$00. Centro Eicol.ar n. 0 8 da M. .Portuguesa, Pôrto, 50~00. Américo Alves Ana, Ou~ique, 10$00. Dr. José PaG:heco Amorim, Coimbra, 40$00. .Prof. Alberto Carlos Neves Oliveira, Qtiiaios, 20$00. Américo Vieira da Silva, Espinhosa, 12~00. Eng.º António Sousa Pires, Devesas, 40~00. J l'llia T ôrres, Pôrto, 40$00.

Notas soltas • Vem ld o tempo da trata. A nos•

quinta tem muito, de tudo. Como gaardar os pequenos da tentaçao;i B' coisa mafto simples; leva-los ao conhecimento e.rpe­rimental de qae a f rata é toda e só parw 4/es. O pequenino compreende.

Tal'lez por /~rça dos antecedentes~ (esta casa foi ama obra de assistencia w miados) t4m aparecido por aqui merca­dores de {rata no sea tempo, a pregan• tar se queremos vender:-oh homem; a gente compra, nao vende.

Oa.tros, falam (!O vinho.-Va·se em-f!ora, hom,em de Deus/ .

• Batea•nos à porta o Daniel, olhos fulgurantes, tisnado do tempo: - não tenho pai nem mãe e durmo numa chou­pana, ao pé de fábrica do tio Alfredo. Era amigo do Raul, qae também 'leio pelo seu pé e hoje trabalha na qainta. Tantos anos ao relento, a dormir debai.zo das estrélas, dormem agora em cama lavada e sao companheiros ie trabalho.

Nao é de repente que 4stes nossos pequeninos irmaos dao fé do Bem qru disfrutam, mas dao. Olhe, aqui e gente não ou1'e falar mel. Qaantas vezes naa ouvimos nds esta a/trmaçao. convicta e inteligente, o sé/o branco da obrai

====!/==== João Simões Matias, Penela, 40~00. P. e Carlos Pinto Resende, Lamego, 50$00. António Alberto Almeida Pi­nheiro, Pôrto, 100$00. Aurora Amo­rim Coimbra, Pôrto, 20$00. Ana Saraiva Padrão, Põrto, 20$00. Leonor de Almeida, Praia da Granja, 50100. Adriano Baeta Nogueira, V. N. do Ceira, 20~00. Maria Tôrres Garcia da mesma terra, 20&00. Maria Angelina Ferreira dos Santos, A11rifana, 12100. Maria Emília Resende J3astos, Ml\ria Helena Felgueiras, ·Ana Júlia de Sousa Ribeiro, Aida Jiulieta Fernandes, todos de Braga e pagaram 12~00 cada um·. Maria Abrantes da Fonseca, Foz, 25$00. Adelaide da Fonseca, Foz, 25~00. Carolina Pinheiro, Serrinba1_

20$00. Maria Ondina Pinheiro .~fir .. galhães, Serrinha, 20~00. Francisco Marques Pereira, V. N. de Ourém, 20~00. Maria Capitolina Mendes OHva Cabral, 24,JOO. Bernardino Raµoso, Riachos, 50100. José da Costa Jorge, Paço de Sousa, idem 50~00. Francisco Campos, Pôrto, 20$00. Adelino Sam­paio, Pôrto, 30~00. Maria José de Sousa Gomes, Pôrto, o mesmo. Aida Bebiano Cepas, Pôrto, 20~00. Zulmira da Mllta e Castro, Pôrto, 50~00. Emí-lia de ~ousa Val~nte, Gaia, metade. Alberto de Ag11ia,r, Põrto, 30~00. Inácia Chaveiro, Odivelas, 25~00. Ilda Gon~alves Vieira, Odivelas, o mesmo. I;.uis Joaquim de Freitas, A,lpendurada, idem, o mesmo. Gaspar Freitas, Pôrto, e ainda o mesmo. Ma-ria Pinto Rocha Barbosa, Pôrto, o dôbro. Judith Vieira da Silva Nunes Barata, Pôrto, 30100. Dr. Avelino Soares, Pôrto, 100$00. J, Ferreira A,lpoim, P.' Manuel Resende, de Sin­fães, o primeiro 20$00, e o outro · 30~00. Dr Luís Cabral Adão, Setu­bal, 20~00. Francisco· Assis Fernan­des, Mogadouro, 50~00. Ricardo I vens Ferraz, Lisboa, 20~00. Casa. do Povo-da Sobre~ra, 30$00. Maria Júlia Aze­vedo Lima, E~.posende, 40$00. Dr. Agostinho Pizarro, Régua, 20~00. Maria da Glória Serpa Pinto Monteiro, Sinfães, só mais 5100 elo que a última. Ma.ria da Cunha e Silva, Paço de Sousa, 40~00. Ma.ria Adelaide Moreira, "' Leça da Palmeira, 30$00. Alice Ca­macho Pereil'a, Matozinhos, 25~00. Capitã.o Anibal de J esus Morais, Pôrto, 20~00. Ináoia Ferreira da Costa, Covi­lhã, 25~00. José Lopes da Costa, Se.­nhora Aparecida, 20,1)00. Joaquim Vi­lela, Pôrto, 50~00 . .Põrto 'Meia •, Pôrto, só mais 10~00. Margarida Pinto Bastos e Almeida, Lisbôa, 15~00, Ana Maria Moniz o mesmo e da mesma cidade. José P~io Neto, PeM­fiel, 20~00, Francisco Gouveia, Pôrto, o mesmo. Professor Marcello Caetano de Lisboa, 500~00. .

(Continua).

Page 4: RAPAZI:.~, PEt!OS E~ l O espl~naor ~o monturelroportal.cehr.ft.lisboa.ucp.pt/PadreAmerico/Results/OGaiato/j0006... · Eu não queria que se fizessem em Portugal cadeias ... Quanto

4

DUAS PALAVRAS DO ADELINO

(Respeita-se iotegralmente a orto-• grafia e maneira de dizer, para

que seja todo dêle.)

Como eu t1im ter à Casa do Gaiato. Tantas dorPs pasei na minha vida toda. Primeira que vim de moimenta da beiro para lisboa asim que chi­.guei a Zisboa foi para casa da minha mãi tfoe lá tres dias. Âo fim de tres dias fugi para cascais. Jun­úi-me com uns homens de pedir di a tre1 dia foi pruo em cascais joi para a tituria titie lá dois dias de poi• de pa•sar eses diaa a minha miJi disse gue eu tinha roubado um cordõ.o douro. Depois agaroume joi par caia 'i'IJe la oito dias de pois tornei a jogir para oeiras de pois foi para caia dumas senhoras tit1e em caaa dessa atnhora dois anos e de pois ela deume um livro do senhor Padre Âmerico e eu pedi a senhora para me deia:ar ucrever. Depois tive a resposta. De· pois vim para a casa do 11Gaiato11. E oje estou muito contente. sou fraba­llndor do campo e sou muito amigo doa meus companheiros gosto muito de cá utar aqui é que se ª'P"ende a ser homens.

Qaando encontrares na venda do Gaiato, um dêles muito trigueiro, de olhos muito negros, é êste mesmo. E' e Adelino. Fala-lhe. Ele é um mundo de luz.

Nilo importa saber se vadiou, se roubou, se quê; são tudo fendas que o ailêncio cura. Nilo importa. Mas inte­ressa muito saber que o Adelino é boje, entre nós, um da ala dos traba· lbadores; tanto que já merece ir ven­der o Gaiato ao Pôrto.

Nenhum rapaz quere deliberada· mente ser mau; nem am.

P. S. - No regresso da venda, narra aos companheiros de como entrara na Brazileira, a tomar leite: "ª gente não podia bafar nem fazer ba­rulho com a colher. Era todo fidalgo a.

O ambiente de família transforma e eonvence êetes pequenos sem família. A verdade encontra-se na própria na­&nreza das coisas, virgem. Nem siste­mas, nem violências, nem pautas. Basta a lareira! Os mais infantes, chamam mie à Regente e, nas doenças, reclamam a sua presença: Mãizinha, niJo 3aía daqui!

Acercam-se da mesa, por gulodices. Pedem e esperam carinhos.

A hora das nossas merendas, é poé­tica desarmonia; raramente há do mesmo para todos, mas todos têm qualquer coisa e ficam acomodados. E' assim nas familias pobres, de muitos filhos. Nós somos muitos e somos pobres.

A' noitinha, os pequeninos obreiros sobem à eala-de-ee~r, põem o rádio onde bem lhes parece, lêem histórias, discutem infernalmente o Benfica e o União; - fazem vida de clube. Em nenhuma dependência da casa se lê o é proibida a entrada; nem uma . . Os filhos são livres.

A desgraça de nllo terem lar, não lhes furta o amor ao lar.

Chegam-se para êle como os pin· tafnhoe nas chocadeiras. Crescem. Frutificam qual planta em terreno adequado. Eles são êlee.

Asilos, Reformatórioe, Orfanatos, Recolhimentos; nestes tremendos casa·

O GAIAT O> - 14 de Maio de 1944 -

Carta de LisLoa Resposta a uma

carta de LisLoa

A Casa do Ardina S'im senhor. Teqioe ainda algun& exemplares do primeiro número do­jornal. Não lhe chame o mais belo ~ Portugal, meu senhor, como fêz na sua carta. Diga antes que êle é o. mais verdadeiro, por isso mesmo sem. enfeites, nem pretençõee, nem nada disso que qualifica a verdadeeinha do mundo, tão enfeitado e tão pretencioso.

Aqui estou, •Gaiato• amigo, a cumprir a promessa que te fiz na última carta de te contar casos dos ardinas, para veres como tenho razão em não parar de sonhar com .•• ardinas e •Casas do Ardina!•

Antes de os contar, no entanto, sinto·me na obrigação de te dar uma pequena explicação quanto ao nosso simples método de edu· cação (se é que o temos ••. )

Preocupam-nos e interessam-nos muito os factos pequeninos, aquêles que a maioria dos pais e mães, e até educadores descuram, por lhes não darem importância e que a nós nos parecem exactamente os de . maior interesse.

Assusta·nos uma falta pequenina, por nos mostrar um defeito em esbôço, bem como nos alegra o mais pequenino acto de virtude .•.

Se os ardinas soubessem o que nos fazem sofrer com as suas faltas, mesmo pequeninas!

Uma mentira, para se desculpa· rem •••

l.Jma queixa ••. Uma preguiça •.• Uma dívida. • • Uma desobediên­cia.. . Uma indisciplina. . . E tan· tas, tantas outras!. ••

E a alegria que nos dão com actos de virtude mesmo insignifi­cantes! •••

Há dias, estavamos à mesa, e notamos que o Silvano (preocupa­-nos, pelo sentido... comerciante) se lembrou de vender uma das amêndoas que lhe déramos, ao S~rgio (guloso!)

Interviemos, na altura em que o Sérgio ia selar com o seu tostão o contracto de venda. ·

,. Devolve a amêndoa e guarda o tostão» ...

-Não posso, declara-nos o Sér­gio, é que •.. 11já comi a amêndoa•! ...

-Então, guarda o tostão, para que o S/lvano saiba que não deve vender o que se lhe dá cá na •Casa•!

Daf a poucos momentos, encon· tramos um tostão, junto ao nosso molho de chaves. Chamamos o Sérgio.

-uO tostão é teu•? ...

-E' sim, é que ... já não era meu, e então fica para a •Casanl ...

E ficou, mas como penhor de' que a consciência do Sérgio já começa a fazer-se sentir!. ..

====//====

Pão dos PoLres

Noutro dia aparece-nos o Adelino Monteiro, com ar grave, de quem nos quere confiar alguma coisa. -Entrega-nos um botão de veludo preto, cinzento de poeira, e decla­ra-nos: Encontrei-o à porta de uma Igreja, onde estive a vender •Gaia· E' um lfuro iJo PoiJre flmérlco. tos•; pode ser que algém pregunte QUe já DOi no 3.º Dolume. orguns por êle• ...

Guardei-o, está claro. ~e êsse iJos Quois em 2. ª eiJictlo. fiêle se alguém é uma leitora do •Gaiato,,, conto ae como noscerom os fasas logo o reclamará, para dar a alegria~ ao 6olofo, iJe como nós iJeix.o1111J5. ao Adelino de poder devolver ºI colr o Pobre e iJe como Ele se botão que encontrou.

Se não aparecer, fica para sempre lomenfo. na minha mâo como promessa de ftiJqutre hoje o lloro. ~:;a~u~~ ~~tr~~~~o~~er~ora~ d~! ~ •••• ~e."~!~s:. ~~~ ~!º!~~,~~. ~º. ~~!5; pérolas ainda mais valioso do que e das madrinhas, mas a carta já val o tão falado... longa, longa.

O Rui esteve a morrer com uma Deus . queira te dê uma ideia de> bronco-pneumonia e febre tifoide. muito que as •Casas do Ardina• Pediu para se confessar e comun- podem realizar na sua humildade e gar, •preparando-se para ir para o pequenez!. .• Céu•, como nos confiou mais tarde, Nada de extraordinário que nos e manda um recado aflitivo para o interessem assim as ucoisas pequc-ir ver à sua madrinha (é que não ninas•, numa obra que só vive ã te disse ainda, mas cada ardina, custa de grandes generosidade!~ tem a sua uMadrinha Noelista11 grandes renúncias •.• que é quem visita a família e pro: E' a lei dos contrastes .•• cura que a educação recebida na Grandes actos de virtude, a sus-u Casa do Ardinan chegue até á citarem pequeninos actos de virtu--famflia). de, que são a promessa de acto~

A madriaha apressa-se, por saber heroicos, mais tarde, quando os. o afilhado a morrer, e vai encon- ardinas forem homens de bem, trá-lo muito melhor. como esperamos, e não ladrões 011

Mas é com as lágrimas nos olhos criminosos, como poderiam ser, se que lhe ouve dizer: 11 E' que eu não não ~s ajudasses... • A _

queria morrer, sem lhe pedir des· Vai um novo apelo para mais culpa de ainda lhe não ter pago os uma ... •Casa do Ardlna11l ••• 6f00 que me emprestou no outro Parece loucura, mas não é. dia para os jornais ... ,, A' medida que elas vão crescendo,

Já está bom, e já pagou aquêles a generosidade á sua roda vai e outros mais que voltou a pedir aumentando também . •. emprestados! E é a razão porque nós conti·

A umadrinha11 é assim-irmã e nuamos a sonhar, sonhar .. . mãe dêles, bem como da famflia Com •Casas do Ardinal11 .. . tôda. São elas que levam a 11Casa Embora sem dinheiro, nem para do Ardinh até á casa dêles. . • esta •••

Podia contar-te mais, dos ardinas Maria Luísa~

OBRA.DA RUA Casa-se com as possibilidades espiri­tuais de que o garoto é portador; êl~ é comparticipante da natureza de Dtiue,. capaz de amar e de conhecer o belo, o justo, o verdadeiro.

O contrário, como se tem feito e ensinado. Como se faz e se ensina~ Como se há-de fazer e eneinar;-eeta& rajadas doe tempod são um mal neces­sário. Sl\o idéias-ciclonee. Das piores,. por causa da alma.

Obra de rapazes, para rapazes, pelos rapazes

rõee, êlee são '!> regra, são o estatuto, são o uniforme, são a parada, são a vontade do Senhor Director e rara­mente algo mais.

O gaiato das ruas é um sêr àparte; êle é como que o mestre do seu edu­cador - anda o carro diante doe boie. Sem êle se abrir, não se sabe como, quando, nem por onde lhe havemos de pegar!

Métodos, falham . .Eefôrço, naufraga. Só a pedagogia do amor: amor de família. Respeita-se. Lapida-se a sua personalidade, sem pretender modificar, muito menos destruir. Ele há-de achar­·Se. Ele há-de dar fé. Nós respeitamos. Um callo: O Zé Maria, da Covilhã, quiz um dia fugir. Era dia de feira na vila. Ao fundo da quinta, passam magotee. Ele recorda; tem saudades. Caminha. Andou por Já o dia inteiro. Mendigou tostões como dantes; - - era pedinte de feiras! Alta noite regressa com a bôca suja das amoras que

comeu. Bate à porta, aparece o cozi­nheiro:

-0' rapaz, vai-te lavar e anda comer.

Não se lhe disse nada, mas o silên­cio é terrível. Dias depois vem falar e conta de como roubava nas lojas e de como era castigado na polícia. Traz nas mãos uma peça de roupa, que dobra e redobra nervosamente; êle é um dos roupeiritos. Nota-se que o pequeno faz-se violência.

-Estou arrependido-disse - hoje nllo o faria!

Isto é uma clareira; uma afirmação da Obra. São peàras imensas, vivas, com qae construimos. Um beijo na face desta criança das ruas, é o eêlo branco de perdão e de redenção, em maré de confidências. Respeitamos. a peroonalidade. Deixámo·lo matar sau­dades na feira. Ele regressa e dá fé do mal; acha a consciência!

A necessidade da educação religiosa, não se discute; ela é fonte de vida.

A piedade cresce naturalmente na• nossas casas, com a vida de relação· entre os pequeninos habitantes. Eles. são rapazes cem por cento, como con· vém. N óe temos todos os dias e a cada momentó a questão, a rixa, a. cabeça partida, o nariz em sangae.

Tôdae aquelas adoráveis tempesta­des, que só êlee são capazes de levan· tar. Temos, sim. Mas apar disso temo& igualmente lampejos do Céu. O padeire> faz um bolo pequenino, para cada um doe mais pequeninos e vai-lho dar na. mão - Olha que quentinho! Se algum adoece, tôda a casa sofre. O doente­nunca está só, nem se proíbe a nin· guém de o ir visitar. Morren-nPB um de morte preciosa. Já lá vJo meses e continua a prece em comum, nas nos­sas cáeae, à hora das orações: - por­alma do 11osso /Jllarcoliflol

Continua.

(Folhetim de <O GAIATO•, número 3)

ANO 1-

REDACÇÃ<

&.da do P A Ç O

Envolh nhodos1

ma ne vvvvvvV

A Pede-s

que era n para a p• apresente ruas da e gaiatos q

Não i

levado dE máconsel dos e me outras mi

Não a medida mesma t~ l.ora da '