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RASTREABILIDADE
Keni Eduardo Zanoni Nubiato
Mudança de hábitos alimentares dos consumidores, que estão priorizando fatores não econômicos
quando da aquisição de alimentos.
VISA A QUALIDADE Permite identificar um produto cárneo associando-o ao animal gerador, identificando seu manejo e seu(s) produtor(es);
TORNA DISPONÍVEL INFORMAÇÕES COMO: Origem, manejos sanitários e alimentar desde o nascimento até o abate.
Conceito
Ferramenta que permite identificar dados e fatos referentes a um produto durante o ciclo de sua cadeia produtiva, baseando-se no registro histórico dos acontecimentos que a envolvem (Lirani, 2005).
Observações
• A rastreabilidade funciona como um complemento no gerenciamento da qualidade e quando aplicado isoladamente NÃO TRADUZ segurança ao produto nem ao processo.
• Deve ser agregado a outros sistemas de controle de qualidade como o HACCP, Normas de Boas Práticas de Produção/Fabricação ou de ISOS.
Finalidades
• Fornecer informações aos consumidores;
• Assegurar que apenas produtos de qualidade e permitidos entrem no sistema;
• Identificar produtos que são diferentes, mas que se parecem a ponto de serem confundidos entre si;
• Controlar o deslocamento de animais e seus produtos com objetivo de sanidade;
Finalidades
• Permite o retorno de produto suspeito numa base precisa;
• Localizar falhas e tomar medidas corretivas;
• Controlar a segurança e qualidade dos alimentos.
Rastreabilidade da carne bovina
HISTÓRICO
Na UE começou a ser utilizada em decorrência dos problemas causados pelo surgimento da vaca louca, em 1996:
Queda no consumo de carne vermelha;
Consumidores exigiram segurança do alimento.
•No Brasil o princípio do rastreamento surgiu em 2002 através da Instrução Normativa nº 1, de 9 de janeiro 2002 que instituiu o SISBOV
Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina
caracterizar o rebanho bovino e bubalino no território
nacional (nascidos ou importados);
a segurança dos seus produtos;
atender as exigências mercadológicas internacionais.
BRASIL
Aplica-se, em todo o território nacional: - Propriedades rurais de criação de bovinos e bubalinos, - Agroindústrias que processam esses animais, - Entidades credenciadas pelo MAPA como certificadoras, - Empresas produtoras de elementos de identificação.
APLICAÇÃO
SISBOV – IN 17:2006 Exportação para UE
• Identificação individual
• Após o desmame
• Movimentações
• Vistorias: 180 dias (propriedades) e 60 dias (confinamentos)
Punição
Será descontada taxa de R$ 3,00 por arroba de
cada bovino ou bubalino desqualificado para
exportação.
Adesão
Voluntária
Lista Trace
• Fazendas aptas a exportar para UE
– Quem define as fazendas?
– UE X MAPA
• 1.948 fazendas credenciadas
– Maioria em GO, MG, MT e MS
• Seguir a IN17
http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/SISBOV/Lista_APTAS.pdf
Sistema de Certificação do SISBOV
• Certificadoras
• Base Nacional de Dados ---- SDA/MAPA
Certificadoras São responsáveis pela fiscalização das
propriedades, coleta e repasse dos dados
para a BND.
• Cadastrar propriedades, locais de permanência temporária e de abate;
• Cadastrar proprietários;
• Registrar e controlar a distribuição dos códigos de identificação a serem usados em bovinos e bubalinos;
• Registrar a data, país, estado e município e a propriedade de NASCIMENTO;
Certificadoras
• Registrar a data, estado, município e a propriedade onde foram IDENTIFICADOS os animais;
• Registrar características raciais, sexo e a genealogia;
• Registrar a transferência, o desaparecimento ou morte;
• Registrar as vacinações, testes e outros eventos sanitários, obrigatórios ou não;
• Registrar o manejo alimentar;
• EMITIR o documento de Identificação e certificar o manejo alimentar;
Certificadoras
• Controlar e identificar as mães doadoras e receptoras de transferência de embriões;
• Manter o histórico da movimentação, identificando a GTA (Guia de Trânsito Animal);
• Manter o registro de todas as marcas e seus detentores;
• Manter o registro do abate, da morte ou desaparecimento de todos os animais identificados;
• Registrar a data e local de abate.
Base Nacional de Dados
Recebe e armazena os dados repassados
pelas certificadoras
• EMITIR os códigos de identificação individual a serem usados nos bovinos e bubalinos;
• Disponibilizar os dados para que a certificadora emita o Documento de Identificação;
• Manter o histórico de toda a movimentação.
ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO
BRINCOS
MARCAS
DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS
TATUAGENS Imagem Biométrica
DNA
R$ 1,10
US$ 1.000,00
WXT - Tecnologia de Identificação
R$ 320,00
R$ 4,72
R$ 3.000,00
R$ 8,25
Custos da Rastreabilidade
Itens Certificadora A Certificadora B
Inscrição (R$) 100,00 55,00
Renovação anual (R$) 100,00 0,00
Brinco (R$/cabeça) 1,00 1,10
Aplicador (R$) 64,00 62,00
Agulha/porca (R$/cabeça)
3,90 2,60
Auditoria (R$/cabeça) 0,60 0,50
Certificação (R$/cabeça) 1,80 1,00
Adaptado Lima, 2006
Tabela de preços das certificadoras A e B.
Custos da Rastreabilidade
N. de animais rastreados
Custo (R$) Ganho (R$) Diferença (R$)
10 253,00 180,00 -73,00
17 297,75 306,00 9,25
50 503,00 900,00 397,00
500 3.315,50 9.000,00 5.684,50
5.000 31.440,50 90.000,00 58.559,50
Adaptado Lima, 2006
Comparativo de custos e ganhos com a rastreabilidade.
ESTRUTURA DO CÓDIGO DE IDENTIFICAÇÃO
000
País
00
Estado
000.000.000
Seqüencial
0
Verificador
CICLO PARA IDENTIFICAÇÃO DOS ANIMAIS
• Assinatura do termo de serviço com a certificadora;
• Identificação dos animais e envio dos dados para certificadora;
• A certificadora deverá fazer uma visita de controle a propriedade para depois repassar seus dados para a base de dados do ministério (BND);
• A BND julga se os animais são aptos a receber a certificação do SISBOV.
CERTIFICADO
A transferência das informações dos animais
devem ser passadas à carne e seus
subprodutos.
- Tipo do corte;
- Nome do corte;
- Data de produção;
- Data de validade;
-Código de rastreabilidade
Número do estabelecimento de abate
(SIF), data de abate, número do lote,
sexo e idade aproximada do animal.
Exemplo: Código 0337-12/11/98-01-1-2
0337 : Estabelecimento do abate
12/11/98 : data de abate
01 : número do lote
1 : indica o sexo (1= macho; 2= fêmea)
2 : indica a idade aproximada (1=animais
até 2 anos; 2=animais até 3; 3=animais até
4 anos).
Rastreabilidade da Cadeia de Aves
• O sistema de rastreabilidade em aves deve abranger desde:
– Produção das avós até os pintinhos de corte,
– Granjeiro que criou o lote,
– Ração e insumos utilizados,
– Frigorífico.
Identificação das aves
• Lote
– Animais com mesma idade
– Origem
– Alojados sob condições idênticas
Banco de dados (aves)
• Incubatórios com rastreabilidade
– origem do ovo, data de postura, data de incubação, performance de incubação, vacinas utilizadas, local e horário de nascimento, horário de entrega e condições sanitárias de incubação, nascimento, armazenagem e entrega.
• Local de origem do lote de matrizes que originou o ovo
– local de postura, idade, linhagem, status sanitário da matriz, drogas utilizadas, mortalidade/idade e desempenho zootécnico.
Aviário de produção
• Data de alojamento dos pintos;
• Mortalidade na vida do lote e suas causas;
• Visitas técnicas realizadas no lote e parecer técnico;
• Lotes de vacinas;
• Medicações terapêuticas, nome do produto, idade, período de carência, responsável técnico;
• Taxa de crescimento das aves (peso X idade);
• Controle das partidas de ração recebidas e consumidas.
Identificação de Suínos • Identificados individualmente
– Tatuagens, brincos e sistema australiano
• Identificados em Grupos
– Transponder: subcutâneo, brincos e colares
– Sistema biométrico e DNA
• Documento de identificação
– Semelhante ao de bovinos
Comparação do uso de rastreabilidade para suínos em grupo e individual
• Grupo: 50 animais
– Amostragem: 15 animais
• Transponder subcutâneo
• Para aquisição de dados quantitativos (peso)
– Pode-se utilizar uma amostra para representar o grupo.
• O erro é inversamente proporcional ao número de suínos amostrados.
Silva et al., 2004
INSTITUTO NACIONAL DA CARNE SUÍNA
PROGRAMA DE QUALIDADE DA CARNE SUÍNA – PQCO
Programa foi desenvolvido ao longo de 2005 e 2009 e foi lançado oficialmente em outubro/2009.
• Produtores
• Frigoríficos
• Supermercados e casas de carne
Informar a qualidade da carne vendida e identificar marca da
indústria que está certificada com o selo de qualidade.
Selo de Qualidade • Produto com qualidade mínima aceitável, conforme
segmentação do PQC;
• Manutenção do padrão ao longo do tempo;
• Condições mínimas do processo de fabricação de acordo com boas práticas de fabricação.
Considerações Finais
• Qualidade da carne
– Padronização da produção (BPF/produção, ISOS, HPPCC).
– Rastreabilidade e Certificação.
• A cadeia poderá verificar as falhas, facilitando as ações corretivas e o planejamento preventivo, visando a melhoria contínua dos produtos.