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RAZÃO E EMOÇÃO CAPÍTULO 06 PÁG: 1

Razão e Emoção

Novela de

Rômulo Guilherme


CENA 01. CONSULTÓRIO. EXTERIOR. TARDE

Continuação da última cena do capítulo anterior; Dora

e Marcos.

MARCOS - (surpreso) Dora?

DORA - Sabia que mais cedo ou mais tarde

iríamos nos encontrar, Marcos.

Close alternado entre eles. Tensão.

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CENA 02. RUA CARIOCA. EXTERIOR. TARDE

Continuação da cena 50. Raul e Lucas se encaram.

LUCAS - Justamente o senhor bater no meu

carro.

RAUL - Pra você ver que mundo pequeno.

Lucas segue bravo, alterado, reclamando do estrago no

carro.

LUCAS - Olha o que o senhor fez no meu

carro?

RAUL - Vamos chegar num acordo. Podemos

conversar em algum lugar?

Aproveitamos e podemos também falar

sobre negócios.

LUCAS - Eu já disse praquele capacho do

senhor que não vai ter negócio

nenhum.

RAUL - Vamos tentar chegar num acordo.

LUCAS - Tá falando do carro?

RAUL - Não. Estou falando da sua terra em

Angra.

LUCAS - Minha casa e meu restaurante é um

sonho que eu lutei muito pra

conquistar e não vendo por nenhum

dinheiro que o senhor possa me

oferecer.

RAUL - Você vai se arrepender, Lucas.

LUCAS - Estou é arrependido de estar lhe

dando tanta explicação. Vamos

resolver essa situação aqui, pra que

eu de o fora desse transito louco

que se transformou a cidade, cheio


de barbeiros, ou vou ter que chamar

a polícia?

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CENA 03. CONSULTÓRIO. EXTERIOR. TARDE

Marcos e Dora. Clima tenso.

MARCOS - Fico feliz em saber que você está

de volta, depois do que aconteceu.

DORA - (raiva) Ao contrário de mim que

não fico feliz em te ver livre,

solto, como se não tivesse feito

nada de errado. Matado uma pessoa.

Matado minha filha.

MARCOS - Eu sinto muito, Dora. Não tive

intenção de provocar aquele

acidente.

DORA - A pessoa que bebe e pega o volante

sabe dos riscos que está correndo,

Marcos.

MARCO - Eu amava a Tabata. Nunca iria lhe

fazer mal.

DORA - (firme) Mas fez. A matou!

MARCOS - Não pense que foi fácil pra mim

lidar com tudo isso. Ainda não está

sendo. Desde o acidente eu venho me

tratando com uma psicóloga.

DORA - E acha que eu me senti como

enterrando a Tabata?

MARCOS - Posso imaginar sua dor.

DORA - (firme) Não. Não pode! Só uma mãe

que perde seu filho pode sentir o

que estou sentido. Mas não quero

mais perder meu tempo com você. Eu

tenho fé que um dia a justiça vai

ser feita. Um dia você vai ser

responder pelo que fez. Se não for

pelas mãos dos homens, vai ser pela

justiça divina, da qual ninguém

escapa.

Dora entra no consultório. Marcos fica ali, mexido com

o que acabou de acontecer.


CENA 04. CONSULTÓRIO. RECEPÇÃO. INTERIOR. TARDE

Dora entra, senta e tenta se recompor. A recepcionista

percebe que ela não está bem e se aproxima.

RECEPCIONISTA- A senhora está bem?

DORA - Vou ficar!

RECEPCIONISTA- Está com horário marcado?

DORA - Sim. Me chamo Dora Creonte.

RECEPCIONISTA- Ah, sim. A senhora é a próxima. A

doutora já lhe chama. Aceita água,

café?

DORA - Não, obrigada.

A recepcionista se afasta. Dora fica remoendo o

encontro inesperado com o Marcos.

Corta para:

CENA 05. PRAIA. EXTERIOR. TARDE

Marcos está sentado na areia, observando o mar,

pensativo, distante. Tempo. O encontro com Dora mexeu

muito com ele. Marcos fecha os olhos e lembra-se do

acidente. Insert da cena do acidente. Ele abre os

olhos marejados de lágrimas, abalado.

MARCOS - (emocionado) Eu te amava, Tabata!

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CENA 06. ESCRITÓRIO ARQUITETURA. INTERIOR. TARDE

Cíntia no celular, tentando falar com Marcos. Mas está

desligado.

CÍNTIA - (contrariada) Desligado! Não sei

pra que anda com esse raio de

celular.

Bárbara aproxima-se.

BÁRBARA - Que cara é essa?

CÍNTIA - Detesto quando eu ligo e meus

filhos não atende o celular.

BÁRBARA - Quem é dessa vez?

CÍNTIA - O Marcos.

BÁRBARA - Calma, amiga. Vai ver que ele não

está podendo atender.

CÍNTIA - Pelo horário a consulta já deve

ter terminado.


BÁRBARA - Sabe qual é seu problema, amiga?

Você se preocupa de mais com seus

filhos. Eles já estão grandes.

CÍNTIA - Mãe sempre preocupa com os filhos

independentes da idade em que estão.

BÁRBARA - Vamos sair hoje? Tomar um drink,

paquerar um pouco.

CÍNTIA - Olha sua idade e olha a mim,

Bárbara. Acho que nossos programas

são um pouco diferente um do outro.

BÁRBARA - Para de bobeira, é só um drink.

Assim você distraí um pouco também.

CÍNTIA - Vou pensar. Não vou prometer nada.

BÁRBARA - (brinca) Quem sabe um novo amor

não aparece?

Bárbara se afasta.

CÍNTIA - (achando graça) Novo amor...

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CENA 07. QUARTO LÍVIA. INTERIOR. TARDE

Lívia está em frente ao espelho, observando seu

barrigão e acariciando delicadamente. Instantes.

LÍVIA - (doce) Está chegando à hora, meu

filho. Logo, logo vamos nos

conhecer.

Lívia pega um porta retrato onde aparece junto com

Inês.

LÍVIA - Sei que não vai ser fácil lidar

com a realidade de ter duas mães em

uma sociedade ainda cheia de

preconceitos. Mas tudo vai dar

certo. Eu e sua outra mãe te amamos

muito.

Corta para:

CENA 08. RESTAURANTE. ESCRITÓRIO. INTERIOR. TARDE

Inês está trabalhando. Nico entra, trazendo uma sacola

com um presente.

NICO - (entregando) Não resisti e acabei

comprando pro meu afilhado.

Inês retira de lá uma linda roupinha de bebê.


NICO - Não é lindo?

INÊS - Uma graça, Nico. Acho que o

Eduardo nem vai nem conseguir usar

todas as roupinhas que ele tem. São

tantas e eles crescem tão rápido.

NICO - Mas roupa de padrinho é especial.

Inês acha graça.

INÊS - Minha vida e da Lívia seria tão

perfeita se a Carolina aceitasse

minha relação com a Lívia.

NICO - Ela ainda implica?

INÊS - Sempre que pode dá aquela

cutucada. Mas diminuiu muito desde

que a Lívia ficou grávida. É nítido

que ela não se conforma da Lívia

estar comigo. Acha que eu a induzia

gostar de mulher, pelo fato da Lívia

antes ter ficado com homens.

NICO - Minha amiga sogra é sogra,

independente do casal ser

heterossexual, gay... O preconceito

está em todo lugar. Tem que é

ignorar, passar por cima e continuar

amando muito.

INÊS - No fundo, no fundo, isso acho que

é medo de perder a Lívia.

NICO - Deixa de ser boba. A Lívia é

forte, tem personalidade. Não ia se

deixar influenciar pela mãe. E além

do mais ela te ama.

Nico levanta.

NICO - Agora deixa eu ir, que o

restaurante já vai abrir e minha

chefe é muito brava.

Nico saí. Inês fica ali observando a roupinha.

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CENA 09. RESTAURANTE INÊS. INTERIOR. TARDE

Maurício e Antônio levantam suas taças com champagne.

MAURÍCIO - Ao sucesso e ao dinheiro.

ANTÔNIO - Ao seu futuro brilhante!


Eles brindam e bebem. Cínara e Camila se aproximam da

mesa.

CÍNARA - Licença. Desculpa atrapalhar...

MAURÍCIO - (reconhece) Você?

CÍNARA - Minha amiga quer muito te

conhecer, Maurício. Ela é uma fã sua

assim como eu me tornei e não se

agüentou de inveja com a foto que

nos tiramos. Não é Camila?

Camila fica toda sem graça.

ANTÔNIO - Tira uma foto com essas belas

meninas, Maurício.

Maurício levanta.

CÍNARA - Dessa vez vou querer um autógrafo

também.

MAURÍCIO - Claro.

CÍNARA - Mas quero na minha blusa. Bem aqui

(mostrando perto do decote) pode

ser?

CENA 10. MADUREIRA. EXTERIOR. TARDE

Planos rápidos. Corta para:

CENA 11. QUARTO CÍNARA. INTERIOR. TARDE

Cínara vai entrando e tira sua blusa autografada por

Maurício. Fica admirando, comemorando o feito. Camila

senta na cama.

CAMILA - Você me mete em cada enrascada,

Cínara.

CÍNARA - Viu o jeito que ele me olhou? Me

comeu com os olhos enquanto dava o

autógrafo.

CAMILA - Ainda acho que isso não vai

terminar bem.

CÍNARA - (enfeza) Se tu ficar agourando não

vai mesmo! Tá do meu lado ou está

contra mim, Camila? Eu hein!

CAMILA - Só não quero você se metendo em

rolo com homem casado.

CÍNARA - Eu só quero um filho dele e

pronto. Por mim ele poder ficar


casado igual está. Só quero garantir

minha gorda pensão quando eu estiver

grávida. Você vai ser a madrinha,

tá?

Corta para:

CENA 12. QUARTO DORA. INTERIOR. TARDE

Dora entra, seguida por Nancy.

NANCY - E como foi com a psicóloga?

Dora deixa sua bolsa de lado, tirando seus sapatos e

se ajeitando no encosto da cama.

DORA - Gostei dela. Pena que tive um

desagradável encontro quando chegava

lá.

NANCY - Com quem?

DORA - Com o Marcos.

Corta para:

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INTERVALO COMERCIAL

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CENA 13. QUARTO DORA. INTERIOR. TARDE

Continuação imediata. Dora, abalada, e Nancy.

NANCY - E como foi?

DORA - Péssimo, horrível. Assim que eu

olhei pra cara dele, me deu uma

ânsia de vômito tão grande, Nancy,

que eu tive que respirar fundo, me

controlar.

NANCY - Vocês conversaram?

DORA - Foi inevitável. Não agüentei o

cinismo dele dizendo que estava

feliz em me ver de volta. Aí eu

disse umas boas verdades pra ele.

NANCY - E como ele reagiu?

DORA - Se defendendo, dizendo que não

teve a intenção, não foi de

propósito. Assume que errou, mas

amava muito a Tabata e não queria

lhe fazer mal... Mas nada que

diminua a raiva que sinto dele.


NANCY - Todo mundo tem a chance de se

arrepender pelo que fez de errado,

Dora. E toda essa raiva acaba

fazendo mal é pra você mesma.

DORA - Ele pode até ter se arrependido.

Mas só vou ficar em paz no dia em

que eu vê-lo atrás das grades,

Nancy. Sinto que minha filha só vai

poder descansar no dia em que a

justiça for feita.

Maurício entra.

MAURÍCIO - Atrapalho?

DORA - Claro que não, Maurício.

Maurício beija Dora.

NANCY - (se retirando) Licença, que tenho

muita coisa pra fazer na minha

cozinha.

DORA - Como foi lá? Deu tudo certo?

MAURÍCIO - Assinei o contrato. Agora é só

começar a jogar bola...

Maurício continua contando como foi no clube. Dora

presta atenção.

Corta para:

CENA 14. EMPRESA DE ÔNIBUS. VESTIÁRIO. INTERIOR. TARDE

Clóvis e o motorista do ônibus trocam de roupa pra ir

embora.

MOTORISTA - Ficou sabendo da novidade da rádio

peão?

CLÓVIS - O que estão falando dessa vez?

MOTORISTA - Que uma galera vai rodar.

CLÓVIS - (surpreso) Demissão?

MOTORISTA - Principalmente dos cobradores.

Estão falando que é por causa da

crise. Por isso tu já fica esperto,

Clóvis.

CLÓVIS - Esse povo conversa muito fiado.

MOTORISTA - Por bem ou por mal não quero ser

pego de surpresa. Já vou dar meus

pulos. Ficar desempregado, com filho


pra criar, tira o juízo de qualquer

homem honesto e trabalhador.

Motorista termina de se vestir.

MOTORISTA - (despedindo) Até amanhã, meu

amigo.

Clóvis se despede dele, com uma expressão preocupada.

Corta para:

CENA 15. LOJA CAZÉ. INTERIOR. TARDE

Lupe se abaixa pra pegar algo no balcão, quando

levanta dá de cara com Nicole.

LUPE - (surpreso) O que você está fazendo

aqui?

NICOLE - Descobri que é aqui que você

trabalha.

LUPE - (tom) O que você quer aqui?

NICOLE - Calma, Lupe. Vim em missão de paz.

Vim me desculpar te trazendo algo.

Corta para:

CENA 16. RUA. CARRO NICOLE. EXTERIOR. TARDE

Nicole acaba de tirar um skate embrulhado de presente

e entrega pra Lupe.

NICOLE - É pra você. Pesquisei e é um dos

melhores modelos. Abre.

LUPE - Não posso aceitar.

NICOLE - Não banque o orgulhoso. Não vai

fazer essa desfeita, vai?

Cazé aparece na porta da loja.

CAZÉ - Abre pelo menos, Lupe.

Cazé se aproxima de Nicole.

CAZÉ - Esse daí é cabeça dura mesmo.

(cumprimentando) Carlos José. Mas

todos me chamam de Cazé.

NICOLE - Nicole.

Lupe abre o skate e o admira, olhando seus detalhes.

NICOLE - Vi quanto você ficou triste com

seu skate, que mesmo não tendo a

intenção eu acabei quebrando. Não

podia deixar você com esse prejuízo.

LUPE - Não precisava. Eu ia compra um.


CAZÉ - Só Deus sabe quando. Nem quis que

eu adiantasse o valor ou até que

pegasse um aqui na loja.

NICOLE - Diz que vai ficar com ele?

Nicole fica na expectativa. Lupe olha pra Cazé, olha

pra Nicole de volta.

NICOLE - Aí que suspense.

LUPE - Tudo bem. Eu fico! Só porque é um

skate bom mesmo. É só eu fazer uns

ajustes aqui e outro ali, que vai

ficar do meu jeito. Obrigado!

NICOLE - (aliviada) Que bom que você gostou

e aceitou ficar com ele. (estende a

mão) Amigos?

Lupe pega na mão de Nicole.

LUPE - Tudo bem, vai. Não gosto de ficar

bolado com ninguém.

Corta para:

CENA 17. MADUREIRA. RUA. EXTERIOR. TARDE

Lupe mostra pra Nicole uma parede que ele grafitou.

NICOLE - Você quem fez?

LUPE - Sim. Terminei ontem.

NICOLE - É lindo.

LUPE - Grafite é minha segunda paixão

depois do skate. Pena que tem muita

gente que julga grafite como

pichação e nos discrimina por isso.

NICOLE - No exterior é muito valorizado

esse tipo de trabalho.

LUPE - Eu acompanho o trabalho de vários

grafiteiros que rodam pelo mundo

executando seus trabalhos. Um dia eu

queria ter essa oportunidade. Mas

sei que não é fácil.

NICOLE - Mas não desiste dos seus olhos,

Luís Felipe. Você parece ser

esforçado, dedicado, além de ser

gente boa também. Meio implicante,

mas um cara legal.


LUPE - Digo o mesmo. Te achei uma

patricinha super metida e arrogante

aquele dia. Mas parece que eu estava

errado em minha primeira impressão.

Clima.

NICOLE - Me mostra mais seu trabalho.

Gostei de ver.

Lupe leva Nicole até outra parede que grafitou.

LUPE - Esse daqui fui eu e o Cazé...

Corta para:

CENA 18. BAR. EXTERIOR. TARDE

Clóvis passa por um bar e sente uma grande vontade de

entrar. Tenta se controlar, mas acaba entrando. Corta

para:

CENA 19. BAR. INTERIOR. TARDE

Clóvis senta. O garçom se aproxima.

CLÓVIS - Uma cerveja.

Garçom vai buscar o pedido. Clóvis mostra-se

desconfortável com a situação. Olha pros lados,

agoniado. Sabe que tem que se controlar, mas a vontade

pelo álcool está falando mais forte. O garçom se

aproxima com a cerveja e lhe serve. A cerveja brilha

no copo, reluzindo nos olhos de Clóvis. Tremendo, ele

pega o copo, direcionando pra sua boca. Mas uma força

vem de dentro dele e ele abaixa o copo, conseguindo

evitar a bebida. Tira um dinheiro do bolso, deixa em

cima da mesa e saí apressado.

Corta para:

CENA 20. PRAÇA. EXTERIOR. TARDE

Clóvis senta em um banco da praça e começa a chorar.

Corta para:

CENA 21. CASA VIRGINIA. SALA. INTERIOR. TARDE

Virginia passa roupa. Joana perto da sua sacola de

produtos.

VIRGINIA - Eu só peço a Deus pra continuar

dando força pro meu Clóvis pra que

ele não caia em tentação.


JOANA - O alcoolismo é uma doença, que

deve merecer tanta atenção como

qualquer outra.

VIRGINIA - E tem gente que fala que é sem

vergonhice, safadeza. Mas só quem

tem um alcoólatra na família sabe

como é.

JOANA - Eu vi de perto o perrengue que

você já passou com o Clóvis e esse

vício pela bebida.

VIRGINIA - Não gosto nem de lembrar. Muitos

anos tendo que ter forças pra estar

do seu lado dele, criar as meninas,

cuidar da casa...

JOANA - Eita vida sofrida, minha amiga!

VIRGINIA - Se eu não amasse tanto meu marido,

eu já tinha lhe largado, pois teve

momentos que eu não achei que fosse

agüentar.

JOANA - Mas agora tudo passou, o Clóvis se

tratou, está bem, trabalhando e vai

ser isso que vou fazer. Deixa eu

vender meus produtos, que se não o

dinheiro não entra.

Joana levanta, pega sua sacola e se despede de

Virginia.

VIRGINIA - Vai com Deus!

JOANA - (saindo) Me deseje sorte, amiga,

porque a crise tá feia.

Corta para:

CENA 22. RIO DE JANEIRO. GERAIS. EXTERIOR. ANOITECENDO

Takes da noite chegando na cidade. Corta para:

CENA 23. QUARTO DORA. INTERIOR. NOITE

Dora está chiquérrima, com um vestindo lindo,

terminando de colocar um brinco em frente ao espelho.

Maurício aparece e lhe abraça por trás.

MAURÍCIO - Que esposa mais linda eu tenho.

Maurício beija Dora, que está preocupada com o seu

vestido.


DORA - Vai amassar meu vestido...

MAURÍCIO - Você será a estrela da noite, meu

amor.

DORA - A estrela da noite tem que ser as

jóias, Maurício. E você está pronto?

Maurício dá uma volta, exibindo seu look.

MAURÍCIO - Como estou?

DORA - Um gato! Vou redobrar minha

atenção pros olhares dessas mulheres

que adoram dar em cima de homem

casado.

MAURÍCIO - Não precisa se preocupar, Dora.

Tenho olhos só pra você.

DORA - Você sabe que nossa relação é

muito critica pela diferença de

idade que existe entre a gente, não

é Maurício?

MAURÍCIO - E isso é um problema pra você? Eu

nunca dei importância pra isso.

DORA - Aprendi a não dar importância pra

opinião alheia. O que importa é que

um sente pelo outro e ponto.

MAURÍCIO - Falou tudo!

Dora dá um selinho em Maurício.

DORA - Agora vamos! Não podemos chegar

atrasados.

Corta para:

CENA 24. APARTAMENDO DORA. SALA. INTERIOR. NOITE

Nancy está ajeitando a gravata de Ricardo. Dora e

Maurício descem.

NANCY - Vocês estão lindos.

MAURÍCIO - (brinca) Estamos lindos mesmo.

Mais até do que já somos.

DORA - Convencido...

RICARDO - Posso ir com vocês? Não estou

querendo dirigir e a Sílvia já saiu.

DORA - Claro, Ricardo.

RICARDO - Vê se faz o Théo comer, Nancy.

NANCY - Vou fazer espaguete. Sei que ele

adora.


Ricardo e Maurício se adianta. Dora pega na mão de

Nancy.

NANCY - Que mão gelada? Tá tudo bem?

DORA - Tô com uma sensação estranha. Não

sei se é nervosismo ou se é alguma

outra coisa.

NANCY - Você está ansiosa com o evento. É

isso. Fica tranqüila e aproveita.

As duas se abraçam e Dora vai embora.

NANCY - Vou voltar acender uns incensos

nessa casa.

Corta para:

CENA 25. CARRO SÍLVIA. INTERIOR. NOITE

Sílvia, vestida pra festa e Leonel, vestido de garçom.

SÍLVIA - Está tão sexy com essa roupa de

garçom. (tesão) Minha vontade é

tirar toda essa sua roupa e transar

aqui mesmo.

LEONEL - Por mim não tem problema nenhum.

Adorei a idéia.

Leonel já vai pra cima de Sílvia, que o contém.

SÍLVIA - Para. Vamos nos concentrar na

missão. Primeiro o trabalho depois a

diversão. Alguma dúvida do que tem

que fazer?

LEONEL - Confia que vai dar tudo certo!

Leonel mostra sua arma na cintura. Sílvia segura o

rosto de Leonel e o beija. Ele desce.

SÍLVIA - (debocha) Prometo que vou fazer um

lindo velório pra você, maninha!

Corta para:

CENA 26. ANGRA. GERAIS. EXTERIR. NOITE

Corta para:

CENA 27. RESTAURANTE LUCAS. EXTERIOR. NOITE

Lucas acaba de descer do seu carro. Vai até o local da

batida, ainda inconformado com o que aconteceu.

LUCAS - Mais essa agora!

Corta para:


CENA 28. RESTAURANTE. INTERIOR. NOITE

Suelen acaba de entrega pra Binho uma bandeja com

porção de peixe.

SUELEN - Sem beliscar a porção dos outros,

Binho.

BINHO - Já não faço isso mais.

SUELEN - Tô de olho.

Lucas entra nervoso, quase trombando com Binho, se

aproximando do balcão.

SUELEN - Que cara é essa, Lucas? Parece até

que comeu peixe com espinho e tudo.

LUCAS - Voltando pra cá, aquele empresário

que está querendo comprar aqui,

bateu no meu carro.

SUELEN - Credo! Justo ele?

LUCAS - Uma infeliz coincidência. Aí ele

não perdeu tempo em mudar o foco da

nossa conversa sobre a batida do

carro, pra falar sobre negócios. Um

negócio que eles não entende que eu

não quero fechar!

SUELEN - Parece que não vão desistir

enquanto não conseguir fazer você

assinar essa venda.

LUCAS - Eu morro, mas não vendo, Suelen.

Não vendo!

Chico entra, se aproximando.

CHICO - Que estrago é aquele no seu carro,

meu amigo? Você está bem?

Corta para:

CENA 29. QUARTO LUCAS. INTERIOR. NOITE

Lucas está recostado na cama. Suelen vem com um

remédio e um copo de água.

LUCAS - Minha cabeça está estourando.

SUELEN - (entregando o remédio) Toma esse

remédio e descansa um pouco.

Lucas toma o remédio.

LUCAS - Meu dia foi tão bom. O almoço com

minha filha tão agradável. Justo


aquele cara pra aparecer e estragar

tudo.

Suelen - Vou te fazer uma massagem. Deita

direito.

Suelen faz Lucas virar de bruços e senta em cima de

suas costas, começando a massagem.

LUCAS - Só você mesma, Suelen. Sempre

cuidando de mim.

SUELEN - A gente cuida de quem a gente

gosta, quer bem. Agora fica

quietinho, relaxa. Esvazie sua

mente.

Corta para Lucas dormindo, ainda de bruços. Suelen lhe

faz uma massagem e se aproxima do seu rosto.

SUELEN - (baixo) Somos feitos um pro outro,

Lucas. Mais cedo ou mais tarde você

vai se dar conta disso.

Suelen dá um selinho em Lucas, levanta, apaga a luz e

saí do quarto.

Corta para:

CENA 30. MANSÃO RAUL. EXTERIOR. NOITE

Já escutamos o início da cena seguinte:

CAROLINA - (off) O que aconteceu com seu

carro?

Corta para:

CENA 31. MANSÃO. SALA. INTERIOR. NOITE

Raul toma uma dose de uísque. Carolina vem descendo a

escada. Ambos já vestidos pra festa na joalheria.

RAUL - Uma batida boba. Não foi nada de

mais.

CAROLINA - Está tudo bem mesmo?

RAUL - Está sim, meu amor. Não se

preocupe. Está pronta?

CAROLINA - (lembrando) Minha bolsa. Cleide.

Cleide aparece.

CAROLINA - Pega minha bolsa em cima da cama

pra mim.

CLEIDE - Pego sim.


Cleide vai até o quarto de Carolina, que aproveita pra

ajeitar a roupa de Raul. A campainha toca. Carolina

vai abrir. É Luíza.

CAROLINA - (surpresa) Luíza?

As duas se abraçam.

LUÍZA - Aproveitei que estava aqui perto

pra passar e lhe dar um beijo.

(vendo Raul) Oi, Raul.

Luíza se aproxima de Raul, lhe cumprimentando.

CAROLINA - Pena que estamos de saída.

RAUL - Aceita um drink?

LUÍZA - Estou dirigindo. Vim mesmo só pra

ver como vocês estão.

CAROLINA - Tem que aparecer com tempo, pra

gente colocar a conversa em dia.

LUÍZA - Você sabe como é minha rotina, não

é minha amiga.

CAROLINA - Se sei. Tenho um modelo dessa

rotina de trabalho aqui em casa.

Raul sente a indireta.

RAUL - Já vai começar.

Cleide aparece, entregando a bolsa pra Carolina.

LUÍZA - Oi, Cleide.

CLEIDE - Como vai?

LUÍZA - Com saudade daquele suflê dos

deuses que você faz.

CAROLINA - Vamos marca de você vir almoçar ou

jantar aqui, que mando a Cleide

preparar.

LUÍZA - (brinca) Aí dou adeus a dieta.

CLEIDE - Mas vai ser por um bom motivo. Eu

garanto.

RAUL - (terminando a bebida) Vamos? Já

estamos na hora, Carolina.

CAROLINA - Festa de lançamento da nova

coleção da joalheria Creont’s.

LUÍZA - Fiquei sabendo. Até recebi o

convite, mas tenho uns processos pra

estudar.

Raul, Luíza e Carolina seguem pra porta. Se despedem

de Cleide, que fecha a porta.


Corta para:

CENA 32. COZINHA LÍVIA. INTERIOR. NOITE

Inês está cozinhando, fazendo um delicioso macarrão.

Lívia aparece.

LÍVIA - Uhh, tá cheirando.

INÊS - Coloquei bastante azeite como você

gosta.

LÍVIA - Vou explodir, de tão gorda que eu

já estou.

INÊS - Você está linda, meu amor. A

grávida mais linda.

Inês desliga o fogo.

INÊS - Está pronto! Vamos comer?

Corta para Lívia e Inês comendo.

INÊS - Então? Está bom?

LÍVIA - Já pode casar. Está perfeito.

Inês pega na mão de Lívia.

INÊS - Aceita então se casar comigo?

LÍVIA - Está falando sério, Inês?

INÊS - Venho pensando nisso, da gente

formalizar nossa união. O que acha?

LÍVIA - Eu acho ótimo e adorei.

INÊS - Vamos só esperar o Eduardo nascer

pra gente olhar isso com mais

detalhes. Agora vamos comer se não

esfria.

Corta para:

CENA 33. CASA LUPE. RUA. EXTERIOR. NOITE

Lupe está sentado em frente a casa, mexendo no skate

que ganhou de Nicole. Cazé se aproxima e senta do seu

lado.

CAZÉ - Já estreou?

LUPE - Ainda não.

CAZÉ - Ela é uma gata, Lupe. E deu pra

ver que um está gostando do outro.

LUPE - Não viaja, Cazé. Só ficamos

amigos. Só isso!

CAZÉ - Um romance começa com uma amizade.


LUPE - A Nicole é de outro mundo, de

outra realidade. Não temos nada a

ver um com o outro.

CAZÉ - E acha que isso é algum empecilho

pra vocês ficarem juntos?

LUPE - Não estou caçando namoro agora

não. Só quero continuar com meus

grafites, andando de skate de boa...

Lupe levanta, pega o skate e já começa a andar.

CAZÉ - Esses jovens...

Corta para:

CENA 34. QUARTO NICOLE. INTERIOR. NOITE

Nicole e Melissa, que está toda bem vestida.

MELISSA - Mas ele é pobre, amiga.

NICOLE - Pobre porque quer. O irmão dele é

jogador de futebol, que já até jogou

no exterior.

MELISSA - Então ele é burro!

NICOLE - Ele é orgulho, é diferente. Quer

conquistar suas coisas por conta

própria, sem se apoiar em ninguém. E

confesso que achei bem bacana isso.

MELISSA - E o Jeferson? Não vai rolar mesmo?

NICOLE - Ele me ligou, querendo marca da

gente sair, se ver de novo.

MELISSA - E você?

NICOLE - Não falei nem que sim, nem que

não.

MELISSA - Ele é caidinho em você.

NICOLE - O único problema do Jeferson é que

ele se acha de mais.

MELISSA - Mas é um gato. Pelo menos eu acho.

NICOLE - O que tem gato, tem de safado.

MELISSA - Ele aproveita a vida, assim como

vamos aproveitar a nossa, indo pra

uma boate, onde vamos dançar e beber

todas. (puxando Nicole) Vem,

levanta. Vai se arrumar.

Corta para:


CENA 35. CLOSED NICOLE. INTERIOR. NOITE

Melissa ajuda Nicole a escolher a roupa que vai usar

na balada. Roupa, bolsa, sapato. Clipe rápido delas.

Corta para:

CENA 36. QUARTO MARCOS. INTERIOR. NOITE

Marcos está sentado em frente ao seu notebook, vendo

umas fotos onde aparece com Tabata, falando no celular

com Túlio.

MARCOS - (celular) Não to afim de sair hoje

não, Túlio... Tá assim. Só quero

ficar de boa mesmo. Beleza então.

Até amanhã no treino.

Marcos desliga. Continua vendo as fotos. Momento. Até

que ele levanta revoltado, inconformado.

MARCOS - (tom) Mas que droga! Por que tinha

que ser assim?

Marcos senta na cama, abaixa sua cabeça a fica ali.

Cíntia entra e se aproxima de Marcos, sentando do seu

lado.

CÍNTIA - Está tudo bem, meu filho?

Marcos se aconchega no colo de Cíntia.

CÍNTIA - Meu coração estava dizendo que

você não estava bem e acertou em

cheio. O que aconteceu?

MARCOS - Encontrei com a Dora, a mãe da

Tabata!

CÍNTIA - Eu soube que ela voltou. Essa

possibilidade de vocês se

encontraram existia, Marcos. Essa

cidade é um ovo. Mas como foi?

MARCOS - Ela acabou comigo. Me disse um

tanto e eu fiquei tentando me

defender, me justificar.

CÍNTIA - Posso imaginar que devem ter sido

dura as palavras dela.

MARCOS - Só segui minha vida, mãe. Se a

justiça me liberou, o que eu posso

fazer.

CÍNTIA - Eu sei o que você passou, Marcos.

Mas eu me coloco também no lugar


dela como mãe, que perdeu a única

filha de uma maneira tão cruel

naquele acidente. Não deve ser fácil

lidar com isso. (tempo) O que eu

tenho pra te dizer, Marcos é dar

tempo ao tempo. Ele é o senhor de

tudo e vai saber o que será melhor

tanto pra você quanto pra ela. Um

dia quem sabe ela possa te perdoar e

tirar um pouco desse sofrimento que

ainda paira em seu coração.

MARCOS - Se eu pudesse eu teria ido no

lugar da Tabata.

CÍNTIA - Não diga besteira. Ninguém sabe

dos planos de Deus, Marcos. Temos é

que aceitar, mesmo muitas vezes não

nos conformando.

Cíntia dá um beijo na testa de Marcos e fica ali lhe

acariciando, lhe dando carinho de mãe.

Corta para:

CENA 37. MANSÃO. FESTA JOALHERIA. EXTERIOR. NOITE

Movimentação de carros, de onde desembarcam os

convidados, todos elegantes, bem arrumados. Seguranças

e manobrista, além é claro da imprensa, fotógrafos,

jornalistas... Corta para:

CENA 38. MANSÃO. INTERIOR. EXTERIOR. NOITE

As jóias sendo exibidas por bonitas moças. Os

convidados sendo servidos pelos garçons. Música ao

fundo. Na festa estão: Maurício, Ricardo, Raul,

Carolina, Gabriel, circulando pelo local.

CAROLINA - Está um deslumbre essa festa.

RAUL - Realmente a altura do nome e peso

da joalheria.

CAROLINA - Fiquei até com vontade de comprar

uma jóia dessas.

RAUL - Outra? Você já tem tantas,

querida.


CAROLINA - Uma jóia nunca é de mais. Sempre

aparece uma oportunidade pra ser

usada.

Corta para Ricardo e Sílvia.

RICARDO - Podia ter me esperado.

SÍLVIA - Você estava demorando de mais.

além disso tinha que dar as últimas

ordens aqui.

RICARDO - Tem vezes que acho que você tem

vergonha de mim, Sílvia. Sempre

arruma um motivo pra gente nunca

estar juntos.

SÍLVIA - Discutir a relação agora não,

Ricardo. Procura um psicólogo que

ele vai ter todo tempo do mundo pra

te ouvir, ao contrário de mim, que

tenho mais o que fazer.

Corta para Dora e Gabriel, que observa Maurício

conversando com uma jovem.

DORA - Ter marido jovem e bonito dá

nisso.

GABRIEL - Além de disso é jogador de

futebol. Mas você sabia o que teria

que enfrentar quando se casou com

ele, Dora.

DORA - Saber é uma coisa. Mas a realidade

é outra. Muitas vezes tenho medo de

estar fazendo papel de boba quando

mostro ciúmes.

GABRIEL - A gente tem ciúmes de quem a gente

gosta. Não tem nada de bobeira

nisso. Vai lá e mostra que o

Maurício tem dona. E uma dona

ciumenta.

Dora dá um gole na sua bebida, se aproxima de

Maurício, o puxando pra dançar, deixando a moça com

quem ele conversava sem graça.

MAURÍCIO - Era só uma fã, amor.

DORA - Uhum...

Dora segue dançando junto com Maurício, sem dar muita

atenção pra justificativa dele. Sílvia lhe observa de


longe. Leonel passa por ela. Os dois trocam um olhar

bem rápido e ele logo segue seu caminho.

Corta para:

CENA 39. CASA CLÓVIS. BANHEIRO. INTERIOR. NOITE

Clóvis acaba de sair do chuveiro. Ele limpa o vapor no

espelho e se encara.

Corta para:

CENA 40. COZINHA CLÓVIS. INTERIOR. NOITE

Virginia está fazendo o jantar. Clóvis entra e vai até

a geladeira, pegando um pouco de água.

VIRGINIA - Tá quase pronto o jantar. Fiz

aquele bife de panela que você

gosta.

Clóvis sai da cozinha, distante, sem nem ter escutado

o que Virginia falou.

Corta para:

CENA 41. SALA CLÓVIS. INTERIOR. NOITE

Clóvis senta na mesa e fica ali pensativo. Virginia se

aproxima carinhosa dele, puxando uma cadeira e

sentando perto.

VIRGINIA - Que carinha é essa? Aconteceu

alguma coisa no trabalho?

CLÓVIS - Só estou preocupado. Falaram que

vão mandar muita gente embora.

VIRGINIA - Você é um funcionário antigo,

Clóvis. Sempre trabalhou direito. Se

mandar alguém embora, vai ser os

mais novos.

CLÓVIS - Não sei, Virginia. Não sei.

VIRGINIA - Não fica sofrendo antes da hora.

Entrega pras mãos de Deus e deixa o

barco correr. (levanta)Eu vou servir

o jantar.

Virginia volta pra cozinha.

Corta para:


CENA 42. MANSÃO. LUGAR ISOLADO. EXTERIOR. NOITE

Sílvia se aproxima de Dora, segurando duas taças de

champagne, oferecendo uma a ela.

DORA - Um brinde a você, minha irmã. Que

fez essa festa ser o sucesso que

está sendo.

SÍLVIA - Aprendi com você, Dora. Que me

ensinou a ser uma empresária

destemida, sem medo de arriscar e

sem desistir do que eu quero.

DORA - Sonhos não têm limites, tem?

SÍLVIA - É claro que não. Vale tudo!

(levanta a taça) Um brinde!

Dora levanta sua taça e brinda com Sílvia.

Corta para:

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FIM DO CAPÍTULO

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Razão e Emoção - static.recantodasletras.com.brstatic.recantodasletras.com.br/arquivos/6045350.pdf · Matado minha filha. MARCOS - Eu sinto muito, Dora. Não tive intenção de