6
Turma e Ano: Flex B (2014) Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 21 (em 26/09/14) Professora: Elisa Pittaro Conteúdo: (cont. questões polêmicas) Execução penal Monitor: Joanes EXECUÇÃO PENAL (Continuação) RDD X PRESÍDIO FEDERAL O RDD é o mesmo que transferência para presídio federal? (leia a lei 11671/08) O que justifica a transferência do preso para presídio federal ? De acordo com a lei 11671/98, serão transferidos para presídio federal aqueles presos cuja medida interesse à segurança pública ou a segurança do próprio preso. (obs>>> fica a cargo do juiz federal) Quem pode pedir a transferência? Estão autorizados a solicitar a transferência: o MP. O próprio preso ou qualquer autoridade administrativa ligada à execução da pena (diretor de presídio, secretario de segurança, etc...) Para quem é dirigido o pedido de transferência? O pedido será dirigido ao juiz local. Que fará a analise da admissibilidade da transferência. Admitida, a transferência, os autos serão enviados ao juiz federal competente.(sendo considerado o local do estabelecimento prisional) Se ele, o juiz federal, negar a transferência não cabe recurso algum. Sem prejuízo, poderá ser suscitado conflito de competência. (conforme a lei 11671/98). >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<< REMIÇÃO É o abatimento da pena privativa de liberdade pelo trabalho e pelo estudo, conforme as alterações promovidas pela lei 12.433/11.

RDD X PRESÍDIO FEDERAL - tribcast-midia.s3-sa-east-1 ...tribcast-midia.s3-sa-east-1.amazonaws.com/wp-content/uploads/2015/... · Para quem é dirigido o pedido de transferência?

Embed Size (px)

Citation preview

Turma e Ano: Flex B (2014)

Matéria / Aula: Processo Penal / Aula 21 (em 26/09/14)

Professora: Elisa Pittaro

Conteúdo: (cont. questões polêmicas) Execução penal

Monitor: Joanes

EXECUÇÃO PENAL (Continuação)

RDD X PRESÍDIO FEDERAL

O RDD é o mesmo que transferência para presídio federal? (leia a lei 11671/08)

O que justifica a transferência do preso para presídio federal?

De acordo com a lei 11671/98, serão transferidos para presídio federal aqueles presos cuja medida interesse à segurança pública ou a segurança do próprio preso. (obs>>> fica a cargo do juiz federal)

Quem pode pedir a transferência?

Estão autorizados a solicitar a transferência: o MP. O próprio preso ou qualquer autoridade administrativa ligada à execução da pena (diretor de presídio, secretario de segurança, etc...)

Para quem é dirigido o pedido de transferência?

O pedido será dirigido ao juiz local. Que fará a analise da admissibilidade da transferência.

Admitida, a transferência, os autos serão enviados ao juiz federal competente.(sendo considerado o local do estabelecimento prisional)

Se ele, o juiz federal, negar a transferência não cabe recurso algum. Sem prejuízo, poderá ser suscitado conflito de competência. (conforme a lei 11671/98).

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

REMIÇÃO

É o abatimento da pena privativa de liberdade pelo trabalho e pelo estudo, conforme as alterações promovidas pela lei 12.433/11.

Antes da entrada em vigor da lei 12433/11 o STJ já admitia a remição pelo estudo (súmula 341). Pois, se o objetivo da remição é promover a reinserção do preso nada melhor do que o estudo para atingir esse objetivo.

SÚMULA 341/STJ. PENA. REMIÇÃO. CURSO DE ENSINO

FUNDAMENTAL. LEI 7.210/84, ART. 126.

«A freqüência a curso de ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob regime fechado ou semi-aberto.»

OBS>> ( Art. 126, caput (§ 6º) da LEP )

Antes das alterações promovidas pela lei 12433/11, período em que só existia a remição pelo trabalho, o legislador não admitia para aquelas presos que cumpriam pena em regime aberto. Isso porque, um dos requisitos para o agente progredir para esse regime era o trabalho.

Porém, de acordo com o Art. 126, §6º é possível a remição por estudo para quem está em regime aberto ou livramento condicional.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

OBS>> ( Art. 127 da LEP)

Na redação original da LEP, o artigo 127 estabelecia que na hipótese de pratica de falta grave o agente perderia na integralidade todos os dias remidos.

Parte da doutrina entendia que o dispositivo não fora recepcionado pela constituição, pois a remição seria uma forma de contraprestação ao trabalho do preso e assim tornava seu direito adquirido.

Porém o STF editou a súmula vinculante nº 9, entendo que o dispositivo era válido. Isso porque , assim como o livramento condicional, a remição estava sujeita à condição resolutiva . ou seja, se até o final do prazo ele não cumprisse todos os requisitos , perderia na integralidade o beneficio.

Entretanto, a lei 12433/11 alterou a Art. 127 da LEP estabelecendo a perda de apenas 1/3 dos dias remidos, fazendo com que a súmula vinculante perdesse a eficácia.

Os presos que não trabalham, por falta de oportunidade, também fazem jus à remição?

( duas orientações)

1º >> (PARA DEFENSORIA) O trabalho está catalogado na LEP como um direito do preso. Logo, ele não pode ser prejudicado pela deficiência do sistema penitenciário. Assim, presos que trabalham e os que não trabalham serão beneficiados pela remição.

2º >> a remição pressupõe disciplina e comprometimento do preso, o que só pode ser observado em relação aos presos que trabalham. Ademais, não podemos tratar presos que trabalham e os que não trabalham da mesma forma.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

OBS>> O artigo 118 da LEP traz as hipóteses de regressão. Todavia, com a alteração feita na LEP pela lei 12.258/10 (monitoramento eletrônica) há no artigo 146, paragrafo único da LEP, mais uma hipótese de regressão >>> muita atenção << veja:

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime (artigo 111).

§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa cumulativamente imposta.

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o condenado.

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:

I - a regressão do regime;

II - a revogação da autorização de saída temporária

VI - a revogação da prisão domiciliar

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

EXECUÇÃO DA MULTA (Art. 51 CP)

Qual é a natureza jurídica da pena de multa, após o trânsito em julgado?

(duas orientações)

1º > STJ, Luis Flávio Gomes < Ela, a multa, perde a natureza de sanção penal. Passando a ser considerada uma divida de valor, com todas as consequências que isso acarrete. (será executada pela fazenda pública).

2º Rogério Greco <> Se ela perdesse a natureza de sanção penal, não poderia produzir efeitos penais.

Por isso, o seu não pagamento não poderia dar causa a regressão, revogação do sursis, etc.

O objetivo da alteração do artigo 51 do CP foi evitar a sua conversão em pena privativa de liberdade e acelerar o seu processo de cobrança sem alterar a sua natureza de sanção penal.

Cumpri destacar que o art. 51 do CP, estabelece que ela será “considerada” o que implica em um juízo de assemelhação e não de transformação.

OBS >> lei 9.503/97< trânsito >> Art. 297

Qual a natureza jurídica da multa reparatória prevista no art. 297 do CTB? Ela é compatível com a CF/88?

( três orientações )

1ª > Damásio < Tem natureza jurídica penal em razão das varias remições ao CP. Porém, se o legislador pretendia criar uma pena substitutiva como fez com as restritivas de direitos, ele deveria ter feito de forma mais detalhada na parte geral do CTB, ou após cada figura típica. Como ele não fez nada disso ela é inconstitucional por AFRONTA AO PRINCIPIO DA RESERVA LEGAL por lhe faltar cominação legal.

2ª > TJRJ < Tem natureza civil em razão do seu forte caráter indenizatório. Porém, como processo penal não se presta a discutir verbas indenizatórias, condenar alguém a pagar essa quantia sem que tenha ocorrido qualquer discussão relacionada ao valor do prejuízo fere o contraditório, a ampla defesa. É inconstitucional.

3ª > Polastri < Enquanto o sistema penal adotou o sistema da independência entre a jurisdição penal e civil, o CTB adotou o sistema da adesão, onde a vitima obtem a reparação dos danos na esfera criminal.

Esse sistema (adesão) por ser obrigatório (o juiz sempre se manifestará sobre a reparação dos danos independente de provocação da vitima) ou facultativa ( o juiz só se manifestará se houver pedido da vitima).

O CTB adotou a adesão obrigatória e para que não haja ofensa a princípios constitucionais, bastaria que o MP, ao longo da ação penal, produzisse provas voltadas a apurar o valor do prejuízo, dando ao réu a contraprova.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

Existe alguma possibilidade que o juiz da VEP aplique pena restritiva de direitos?

Atenção >> o Art. 180 da LEP está intimamente ligado ao 43 do CP > favor relacionar <

OBS>> em regra quem fixa essa pena é o juiz na sentença condenatória. Ou seja, após realizar o cálculo da pena ele verifica se o agente preenche ou não os requisitos para conversão. Excepcionalmente o Art. 180 da LEP autoriza o Juiz da execução, observado os requisitos específicos.

Entre as espécies de pena restritiva de direito temos a prestação pecuniária e a multa. Fixadas essas sanções na sentença seria possível a conversão da pena restritiva de direitos em prisão?

( duas orientações )

1ª > Luis Flavio Gomes, Damásio, etc < Nessa hipótese existe uma pena privativa de liberdade que fora fixada e substituída por questão de politica criminal. Não se confunde com a pena de multa que fora originariamente aplicada e que não pode ser convertida em privativa de liberdade. Ademais, o art. 51 da LEP trata esse não pagamento como uma falta grave, o que por se só justificaria a conversão.

2ª > Regis Prado, Bittencourt << Não seria razoável a conversão uma vez que ela possui a mesma natureza pecuniária da multa. Ademais o art. 44 do CP §4º, estabelece como motivo para conversão o descumprimento da restrição imposta. Ou seja, não foi imposta restrição alguma.

Aplicação de cesta básica como objeto de transação penal encontra previsão legal?

Ela não pode ser considerada ou equiparada a pena de multa, uma vez que esta é direcionada para o funpen, enquanto a cesta básica é direcionada para instituição cadastrada pelo juízo.

Para > Ada < a cesta básica se enquadraria no Art. 45§ 2º do CP, quando menciona “ prestação de outra natureza”. Porém, os penalistas entendem que este dispositivo viola o principio da reserva legal, uma vez que deixou em aberto qual seria a pena aplicada na espécie.

Poderíamos considerar a cesta básica como uma prestação social alternativa, conforme mencionado no art. 5º , XIVI, d, da CF/88.

Mas como não existe legislação estabelecendo quais seriam essas penas sociais, acordos que giram entorno de cestas básicas continuam sem ter qualquer amparo legal.

Pode pena restritiva de direitos para o tráfico?

>> próxima aula <<<