RDE Familia e Sociedade Tema 07

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    ROTEIRO DE ESTUDO

    Curso:  SERVIÇO SOCIAL

    Série:  1ª

    Disciplina: FAMILIA E SOCIEDADE

    Professor EAD:  Ma. Ana Lúcia Americo Antonio

    Tema:Tema 7: Os papeis sociais na Família: O pai e a figura masculina

    Conteúdo:  Como os papéis sociais se configuram na estrutura familiar

      Como o casamento consolida um novo núcleo familiar.

     

    O pai contemporâneo: novas territorialidades e antigos modelos

     

     A Figura Masculina na Família: o Pai Roteiro doTema 7

    Este tema deve possibilitar que você analise:

      O papel social do pai, historicamente construído

     

     A consfiguração do casamento na estrutura e no núcleo familiar.

      O papel do pai na sociedade contemporânea

       A composição da figura masculina na família

      Os Papéis Sociais na Família: O Pai e a Figura Masculina

     Ainda cercam o imaginário e algumas práticas sociais, as imagens

    secularmente construídas sobre os papéis dos membros familiares, a saber: pai,mãe, filhos, avós, tios e outros.Quantas vezes não se pega cobrando uma atitude por esta ser “a função

    do pai” ou “coisa de mãe”? Já se viu ou se ouviu dizer a frase como: “pai e mãecria e avô estraga”, não é mesmo?

    Postulações  como estas, pertencentes ao senso comum, revelam emparte que se atribui aos membros da Família determinadas funções específicas,são os papéis sociais.

    Na história da família tradicional, o modelo dominante, que se destaca, éo da família burguesa: constituída pelo matrimônio, consolidada pelamonogamia e legitimada pelos filhos. Este padrão revela como o “homem defamília” era visto e seu tratamento social: “A família ’objeto de devoção para osmembros‘, é um ser moral: (...) O chefe é o pai, e apenas sua morte dissolve a

    família” (PERROT, 1991). O pai é o sustentáculo, o núcleo da célula familiar, éo chefe! A família, como rede de pessoas e conjunto de bens, éum nome, um sangue, um patrimônio material esimbólico, herdado e transmitido. A família é um fluxode propriedades que depende primeiramente da lei(PERROT, 1991).

    Etimologicamente, a palavra família deriva do latim “famulus”, quesignifica escravo doméstico. O conceito de família ocidental moderna pode ser

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    entendido como o grupo de pessoas que se relacionam entre si formando graude parentesco, compartilhando o mesmo sobrenome por meio do matrimônio ouadoção, e no interior da sociedade capitalista, a família é também umainstituição econômica, responsável pela manutenção dos membros que acompõem e pela conservação da riqueza produzida entre tais membros, porém,ao contrário de outras sociedades, a riqueza é produzida “fora” do lar.

    Segundo Max Weber, o ato constitutivo do capitalismomoderno foi a separação entre os negócios e o lar — oque significou ao mesmo tempo a separação entre osprodutores e as fontes de sua sobrevivência (comoacrescentou Karl Polanyi, invocando o insight   de KarlMarx). Esse duplo ato libertou as ações voltadas para olucro, e também aquelas voltadas para asobrevivência, da teia dos laços morais e emocionais,da família e da vizinhança — simultaneamenteesvaziando tais ações de todo o sentido de que eram,antes, portadoras (BAUMAN, 2003).

    Dessa forma, a família, no contexto histórico da modernidade ou – comodenominam alguns – da hipermodernidade, é considerada o núcleo gerador deconceitos morais, sociais, regulador da identidade física, psicológica e culturaldos seus membros (CAMBI, 1999), porém, tais referências só podem sercompreendidas segundo a lógica do capital: a família como reprodutora dasrelações de poder, como conservadora da ideologia dominante, como aparelhoideológico do Estado, já que “modéstia, resignação, submissão de uma parte,cinismo, desprezo, segurança, altivez, grandeza, o falar bem, habilidade (...) seaprendem também nas Famílias, na Igreja, no Exército, nos Belos Livros, nosfilmes, e mesmo nos estádios” (ALTHUSSER, 2003). A família proletária, emsua essência, pauta-se pelo modelo burguês de família, já que, como explica

     Althusser (2003),

    (...) segue-se que toda formação social para existir, aomesmo tempo que produz, e para poder produzir,deve reproduzir as condições de sua produção. Eladeve, portanto, reproduzir: 1) as forças produtivas; 2)as relações de produção existentes.

    Sendo assim, o clássico modelo pai/mãe/filhos permeia as relações deparentesco instituídas mesmo em famílias cuja estrutura não corresponde a estaorganização. As condições materiais de existência perpetuam-se na instânciaideológica, a família é então: um núcleo de pessoas ligadas por laçosconsanguíneos cujos papéis sociais se classificam em funções como o Pai, a Mãee os filhos frutos desta união.

    Segundo Henry Bruland, a divisão dos papéis dentro das famílias se dá

    segundo seus “caracteres naturais”, a estrutura familiar era composta pelo paide família que era o “chefe”, e somente com a sua morte a dissolvia, a mulherera submissa ao homem e responsável pelo lar e pelos filhos. Os filhos passam aser o centro da família, ser de investimentos econômicos e afetivos, mas muitasvezes era pensado apenas como sucessor: “Ele não me amava como indivíduo,mas como filho que devia continuar a família.” (BRULAND apud PERROT, 1991).

    Reitera-se então a ideia de que a família da qual se está falando, é afamília burguesa – ideologicamente burguesa – que vê em seus descendentesnão somente a continuidade do “sangue” – como a nobreza da Idade Média –mas também, e fundamentalmente, a preservação do patrimônio, da riqueza

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    acumulada. Nesse sentido,(...) a família é instrumento do exercício de poder, àmedida que o seu chefe deriva autoridade coercitivada ordem política, a qual então, por seu intermédio,controla (“controle organizado”) os indivíduos, em vezde fazê-lo por relações diretas entre o governo e eles.Na nossa sociedade, em que esta autoridade éreduzida, ela se manifesta ainda claramente emrelação às pessoas de menor idade, sujeitas aocontrole pela justiça ou policia, apenas, na hipótese defalha clamorosa da autoridade paterna (LENHARD,1985).

    O modelo, do pai como o chefe, reproduz – analogamente – o poder doEstado, o chefe da casa deve prover o lar, garantir a segurança, a educação e osustento de seus membros, assim como o Estado deve garantir o mesmo paraos cidadãos. No que se refere à educação, este último deve providenciar o

    espaço adequado para o desenvolvimento satisfatório das gerações quefuturamente ocuparão os postos de trabalho: a Escola. Família e Estadogarantem a perpetuação das relações de produção.

    O pai é tão somente o sujeito que dá o nome à família e garante aherança e a hereditariedade. Os laços afetivos que se constroem dessa imagemsocial de pai e efetivamente das práticas culturais na família, correspondem aodistanciamento entre pai e filho: “O filho, mesmo maior de idade, deve ser

     “tomado de um respeito sagrado à visão dos autores de seus dias”. (PERROT,1991). O pai assume explicitamente uma posição hierárquica, sendo o chefe, sefaz o comandante, o gestor de seu núcleo institucional, como chefe é precisogarantir o respeito à sua autoridade, e isto só é possível a partir limitação dasmanifestações de afeto.

     A relação entre pais e filhos, principalmente voltada ao pai, até aprimeira metade do século XX, era de respeito mútuo, devendo sempreobediência e a ele, podendo até condenar o filho à prisão se lhe faltar comrespeito e desagrado referente à sua conduta, isto era chamado de “correçãopaterna” e tinha total apoio nos trâmites legais (PERROT, 1991). A relação decarinho e afeto dentro destas famílias era bastante limitada, acontecia muitomais nas famílias que viviam no campo do que as famílias urbanas, controlava-se muito as expressões corporais, “intensificação da disciplina sobre a linguageme as atitudes físicas das crianças, intimadas a ficar retas, a comer direito, eassim por diante” (1991).

     A estrutura familiar é o resultado de padrões culturais socialmentecompartilhados, padrões que têm origem em condições materiais específicas, eque são, por conta dessa materialidade, peculiares. “Esta imposição de padrõesuniformes, chamada institucionalização, chega a ser fundamental para o

    desenvolvimento das relações sociais e pessoais” (LENHARD, 1985). Esse padrãonão é lei, encontram-se famílias diversas em uma mesma sociedade – maisainda em uma sociedade de massas como a atual! – porém, essa diversidadeacomoda-se, em maior ou menor grau, ao modelo ocidental de família,discursivisado pela literatura, pela iconografia e, mais recentemente, pelossuportes midiáticos. Sendo assim, pensa-se: nessa família, qual é o papel dopai? Qual o papel da mãe? Quantas são as famílias que não desfrutam destemodelo veementemente circulante e difundido pelos meios de comunicação: dapropaganda da margarina, a do antigripal, a Família ideal está lá! O paichegando do trabalho, a mãe zelosa e o filho saudável! Papéis bem definidos e

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    galgados em uma experiência secular.

    O homem na concepção histórica ocidental era visto como o centro doseio familiar, ele dominava o espaço tanto no lar quanto na sociedade, era quemcomandava o dinheiro e os gastos, e no âmbito econômico seus poderesaumentavam: “ele é o senhor pelo dinheiro. Nos meios burgueses, ele controlaas despesas domésticas entregando à mulher uma determinada soma, muitasvezes bastante apertada” (PERROT, 1991).

    Marca-se também nesse caso, uma posição de gênero, “é a posição atribuída,na sociedade, a cada um dos sexos. A reserva de importantes funçõesprofissionais, políticas ou religiosas aos homens terá por contrapartida a maiorautoridade do marido no lar” (LENHARD, 1985). O comando da família pertenceao homem, o poder de administrar os gastos seria dele, fazendo o que achavamelhor para controlar as finanças do lar.

    É o pai quem dá o sobrenome, identidade social, e está garantido pela

    lei para exercer a superioridade de marido sobre sua família, (PERROT, 1991), amulher é um ser socialmente incapaz, que passa da tutela do pai para a domarido. O Pai é quem governa o lar e realiza as negociações, inclusive, de suasmulheres: ele é quem tem, na sociedade ocidental, em alguns casos até meadosdo século XX, total poder em decidir o casamento de suas filhas, muitas vezescontrariando a vontade feminina, e a mãe não podendo assim opinar aceitava adecisão.

     A mulher, figura incapaz e frágil devia obediência ao seu maridoprestando conta de todos os seus atos, enquanto ele tinha – na típica famíliaburguesa – em sua casa locais restritos para o encontro com os amigos:

    ele tem seus aposentos particulares: o fumoir e a salade bilhar para onde os homens se retiram paraconversar após os jantares sociais, a biblioteca, porqueos livros (e a bibliofilia) continuam a ser coisa dehomens, o escritório onde os filhos entram apenastremulando (PERROT, 1991)

    Tais espaços eram socialmente marcados, mulheres e crianças não deviamocupá-los e menos ainda transitá-los, o homem burguês segrega inclusive seuespaço privado, imprime sobre ele o domínio masculino e o poder autoritário dopai.

    Já as famílias proletárias conhecem outras condições de existência, oespaço da casa é totalmente ocupado, as mulheres são responsáveis por ele,submetidas a múltiplas funções, por exemplo, dar à luz e cuidar das crianças,procurar o melhor preço para comprar os alimentos, preparar a marmita domarido quando este trabalha longe, buscar água, lavar roupas, limpar a casa.

     Além do tempo de trabalho dedicado à família e à casa, boa parte dessasmulheres trabalham “fora”, em busca de um rendimento familiar maior, e maisrecentemente, em busca da independência financeira (PERROT, 1991).

    Lembrando que as refeições nas famílias proletárias retratam claramentea superioridade do marido, uma vez que este fica com a melhor parte doalimento mesmo que tenha sido garantido pela mulher, “Deixando a carne e ovinho, alimentos masculinos, para o chefe de família, o açúcar para as crianças,muito amiúde contentam-se com o queijo e o café com leite” (PERROT, 1991).

     A educação dos filhos da burguesia era decisão a ser tomada pelo pai,

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    mesmo que este assunto fosse vinculado à mãe, que deveria fornecer a primeiraeducação, o trato e os cuidados elementares, assim como o ensinar a andar, afalar. Porém, cabia ao pai escolher onde ou como seria a educação formal, quaisinstituições e/ou tutores seriam contratados. Grandes apreciadoras dosfolhetins, as mulheres do século XIX alfabetizavam-se e, consequentemente, aseus filhos – pelo método Jacotot (PERROT, 1991). Mas a formalidade do ensino

     – seja do filho da burguesia ou do proletariado – era uma decisão paterna:O homem tem duplos poderes no século XIX, esteséculo é definido como domínio exclusivo do homem.Na educação dos filhos cabe a ele as decisõespedagógicas, e em vários momentos sua decisão évista como argumentos da ciência e da razão(PERROT, 1991).

     Vê-se então como o pai está presente na vida familiar, sua importânciasimbólica e seu peso institucional e ideológico. Ser homem, ser pai, significavaser o fundamento da principal instituição da sociedade burguesa do século XIX.

    Porém, é enganoso pensar que essa imagem, esse papel simbólico e,principalmente, essa prática social extingue-se no século XX, ou que no mundocontemporâneo a figura do pai e do masculino no âmbito familiar se alteroucompletamente. No Brasil, por exemplo, a supremacia masculina perdurou até1988,

    foram necessários 462 anos, desde o início dacolonização portuguesa, para a mulher casada deixarde ser considerada relativamente incapaz (Estatuto daMulher Casada, Lei n. 4.121, de 27 de agosto de1962); foram necessários mais 26 anos para consumara igualdade de direitos e deveres na família(Constituição de 1988), pondo fim, em definitivo, aoantigo pátrio poder e ao poder marital (LÔBO, 2006).

    Por isso, ao pensar na figura contemporânea do pai, não é possívelabandonar ou ignorar que esta é herdeira histórica da família do século XIX eque, sendo o Brasil um país fundado sob o legado patriarcal e escravista durantecerca de 400 anos, a imagem de pai que se compartilha hoje está impregnadapelas nuances e tintas dos modelos seculares.

    Segundo Guiddens (1991), “as instituições sociais modernas são (...)diferentes em forma de todos os tipos de ordem tradicional”, as mudanças queocorreram na família foram drásticas, modificando seus relacionamentos,estrutura, modo de viver e conviver muito distinto do antigo núcleo familiar,consequência do mundo moderno que se vive hoje. A ordem familiar setransforma, mas vale dizer que o modelo de família permanece, apesar das

     “mães solteiras” ocuparem outro status , a referência ao pai ou à figuramasculina não deixa de existir: ou ganha um substituto (avô, tio, irmão maisvelho) ou a marca da ausência (sem pai).

    Porém, essas mudanças parecem não estar ocorrendocom a mesma frequência e intensidade em todas asfamílias. O que encontramos hoje em dia são famíliascom diferentes configurações e estruturas, o queimplica diretamente na divisão de tais tarefas.Coexistem modelos familiares nos quais segue vigente

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    a tradicional divisão de papéis; outros nos quaismaridos e esposas dividem as tarefas domésticas eeducativas e, ainda, famílias nas quais as mulheres sãoas principais mantenedoras financeiras do lar, mesmoacumulando a maior responsabilidade pelo trabalhodoméstico e educação dos filhos (WAGNER e COLS.,2005).

     A instituição familiar vive um processo de transição, respalda-se em ummodelo secular, apesar de estruturalmente conhecer outra realidade. Sendoassim, a apreciação leva em consideração estes interstícios e peculiaridades, quetornam ainda mais complexas as análises.

    No decorrer do século passado, a instituição da famíliamudou em todo o mundo. Algumas mudanças forammemoráveis – a erosão do patriarcado, a instalaçãomundial do controle da natalidade e algumas grandespopulações fixando-se no declínio natural. O sexo e o

    casamento mudaram radicalmente antes disso e suasmudanças no século XX não contam ainda uma novaera global (THERBORN, 2006).

    É preciso pensar em um pai desterritorializado, perdido em meio a outrarealidade que não aquela de “chefe”, “dono”, “patrão”, de autoridadeinquestionável no núcleo familiar, um pai que encontra como suporte o modelo

     já existente, um modelo insuficiente, inadequado, mas, por hora, o únicoconsolidado.

    É necessário pontuar que, quando se fala do pai, refere-seconceitualmente à concepção sociológica e antropológica de “papel social”,pensa-se no “sujeito pai” e não no indivíduo. Sendo assim, este é um paisocialmente e culturalmente definido: o pai em uma sociedade capitalista,urbana e ocidental, fundamentado historicamente por uma organização socialpatriarcal.

     As sociedades humanas conhecem diversos modelos de “família” e,consequentemente, de “pai” (como papel social e não como nominação), aquestão do gênero está sempre presente na organização social, no caso dasociedade, ao homem são atribuídas tarefas distintas às das mulheres,dedicados aos seus trabalhos fora de casa, parecem ter somente estapreocupação, deixando os problemas de casa para as mulheres. Quandoo seu papel é ser pai, ele ganha novas tarefas, a responsabilidade de sustentaruma casa e uma família, mas mesmo assim seu maior dever é o seu trabalho.

    Devido às tradições culturais, o homem é uma pessoa forte e capacitadapara executar tarefas difíceis e pesadas, sendo atribuído a ele um papel

    extremamente importante na sociedade; mas na família o seu papel de pai seesgota e justifica-se na supressão da vida material: em cuidar da alimentação,do conforto e das economias de sua casa. O mesmo homem tem papéisdiferentes e muito importantes, colaborar para o desenvolvimento etransformação dos ambientes familiares e sociais nos quais está inserido.

    Com o passar dos tempos, as tarefas cotidianas desempenhadas nasociedade requerem cada vez mais das pessoas que as executem, desta forma,os pais deixam de participar da vida social e escolar de seus filhos, cumprindoseu papel de pai, somente algumas horas por dia, ou somente aos finais de

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    semana, enquanto estão descansando do trabalho,

    Os modos de vida produzidos pela modernidade nosdesvencilharam de todos os tipos tradicionais deordem social, de uma maneira que não temprecedentes (...) em termos intencionais, elas vieram aalterar algumas das mais íntimas e pessoaiscaracterísticas de nossa existência cotidiana(GUIDDENS, 1991).

    O tempo e o trabalho são fenômenos de interferência no cotidianofamiliar, se o pai tradicional – burguês ou proletário – ausentava-se para buscarfora o sustendo do lar, agora sua ausência é maior ainda, pois este pai sofre aintervenção de outros fatores: no trânsito das grandes cidades o tempoprolonga-se com as horas perdidas no transporte público ou no automóvel, adistância a percorrer entre o lar e o trabalho é maior; a televisão, a internet eoutros suportes midiáticos tomam o espaço do diálogo familiar, até o pai é

    suplantado em sua autoridade, ou pelo noticiário que possui um discurso maislegítimo e “verdadeiro” que o seu, ou pelas novelas e propagandas que mostramum mundo idealizado e, consequentemente, sua incapacidade de provê-lo à suafamília. Esses fatores preponderantes como a falta de tempo enfrentada pelaspessoas, os avanços tecnológicos, entre muitas outras coisas, são fatoresrelevantes da modernidade,

    Tanto Marx como Durkheim viam a era moderna comouma era turbulenta. Mas ambos acreditavam que aspossibilidades benéficas abertas pela era modernasuperavam suas características negativas (GUIDDENS,1991).

    Uma das consequências da modernidade para os papeis sociais nafamília é o desenraizamento dos sujeitos (principalmente crianças e jovens),como você pode ler no Posfácio de seu Livro-Texto,

      Para melhor compreender e aperfeiçoar seu conhecimento sobre o temareflita a Leitura Complementar que se apresenta no PLT 267, PolíticaSocial, Família e Juventude, dos autores Mione Apolinário Sales, MaurílioCastro de Matos e Maria Cristina Leal, editora Cortez, 2010.

     

      Faça a Leitura Obrigatória no Posfácio do Livro texto, é papel doassistente social colaborar para a reconstrução das raízes sociais dainfância e da juventude e, neste sentido, a família se configura comoespaço privilegiado de atuação, correspondente ao tema 6 e 7 do

    caderno de atividades..  Realize as atividades propostas no Caderno de Atividades para o Tema

    7: “Os papeis sociais na Família: O pai e a figura masculina”. Asatividades são um valioso instrumento para que você não apenas fixe osconceitos abordados pelo tema, mas os transforme em competênciassólidas na sua formação profissional.

    Bibliografia Básica

    MATOS, Sales (org.). Política Social, família e juventude : Uma questão de direitos. 6ª ed. São Paulo:

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    Cortez, 2010.

    Bibliografia Complementar

    LÉVI-STRAUSS, Claude. As Estruturas Elementares do Parentesco . Vozes: São Paulo, 1976. 

    ENGELS. F.  A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Bertrand Brasil: São Paulo,

    1995.

    ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os

    homens . São Paulo: Martins Fontes, 1999.

    BOURDIEU. Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 1999.

    CARVALHO, Inaiá Maria Moreira de; ALMEIDA, Paulo Henrique. Família e Proteção Social. In: São

    Paulo em Perspectiva , 17 (2): 109-122, 2003.

    PERROT, Michele. “Os Atores”. In: História   da vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira

    Guerra. vol. 4; Cia das Letras: São Paulo, 1991.

    Quer saber mais sobre o assunto? Então:

    Leia trechos do livro: ROMANELLI, Geraldo. A família contemporânea em debate . Disponível em:

    . Acesso

    em: 8 out. 2014.

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