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TJPB | Prova Oral ÁREA A | PONTO 3 DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL www.cursonotarium.com @cursonotarium 1 ÁREA A PONTO 3 DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL Este material foi construído com base nas obras / aulas dos seguintes autores: Ana Paula Almada (Registros Públicos, 2019), Márcio Cavalcante (Dizer o Direito, 2019). Lei Federal n° 8.935/94. Lei Federal n° 10.169/00. Legislação. Leis n°s 4.380/64, 4.504/64, 4.591/64, 6.015/73, 6.313/75, 6.766/79, 6.840/80, 8.560/92, 8.929/94, 8.935/94, 5.709/71, 7.433/95, 9.514/97, 10.169/00, 10.257/01, 10.931/04 e 11.441/07. Decretos-lei n°s 58/37, 167/67, 271/67 e 413/69. Decreto n° 93.240/86. Lei Federal n° 8.935/94. 1. Quem são os titulares de serviços de notas e de registro conforme a Lei 8.935/94? è Art. 5º Os titulares de serviços notariais e de registro são os: I - tabeliães de notas; II - tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos; III - tabeliães de protesto de títulos; IV - oficiais de registro de imóveis; V - oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas; VI - oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas; VII - oficiais de registro de distribuição. 2. A responsabilidade dos notários e registradores é objetiva ou subjetiva? Explique. è A jurisprudência superior vinha entendendo que notários e registradores deveriam responder objetivamente pelos danos praticados a terceiros no exercício da delegação. Todavia, a Lei nº 13.286, de 2016, alterou o artigo 22 da LNR para estabelecer que a referida responsabilidade será subjetiva. Recentemente, em repercussão geral, o STF sedimentou o entendimento de que a responsabilidade civil é do Estado, garantido o direito de regresso. è Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.

ÁREA A - PONTO 3 - Direito Notarial e Registral-SMREA... · 2019. 11. 21. · è Lei 10.169/00. Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal fixarão o valor dos emolumentos relativos

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    ÁREA A

    PONTO 3 DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL

    Este material foi construído com base nas obras / aulas dos seguintes autores: Ana Paula Almada (Registros Públicos, 2019), Márcio Cavalcante (Dizer o Direito, 2019). Lei Federal n° 8.935/94. Lei Federal n° 10.169/00. Legislação. Leis n°s 4.380/64, 4.504/64, 4.591/64, 6.015/73, 6.313/75, 6.766/79, 6.840/80, 8.560/92, 8.929/94, 8.935/94, 5.709/71, 7.433/95, 9.514/97, 10.169/00, 10.257/01, 10.931/04 e 11.441/07. Decretos-lei n°s 58/37, 167/67, 271/67 e 413/69. Decreto n° 93.240/86. Lei Federal n° 8.935/94. 1. Quem são os titulares de serviços de notas e de registro conforme a Lei

    8.935/94? è Art. 5º Os titulares de serviços notariais e de registro são os: I - tabeliães de notas; II - tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos; III - tabeliães de protesto de títulos; IV - oficiais de registro de imóveis; V - oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas; VI - oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas; VII - oficiais de registro de distribuição. 2. A responsabilidade dos notários e registradores é objetiva ou subjetiva?

    Explique. è A jurisprudência superior vinha entendendo que notários e registradores deveriam responder objetivamente pelos danos praticados a terceiros no exercício da delegação. Todavia, a Lei nº 13.286, de 2016, alterou o artigo 22 da LNR para estabelecer que a referida responsabilidade será subjetiva. Recentemente, em repercussão geral, o STF sedimentou o entendimento de que a responsabilidade civil é do Estado, garantido o direito de regresso. è Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que causarem a terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos substitutos que designarem ou escreventes que autorizarem, assegurado o direito de regresso.

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    èO Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas funções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. STF. Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral) (Info 932). 3. Qual o prazo de prescrição da pretensão de responsabilidade civil em face dos

    notários e registradores? è A Lei n. 13.286/2016 previu o prazo de prescrição de 3 (três anos) para a pretensão de responsabilidade civil em face dos notários e registradores. è Artigo 22. Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou notarial. èPrazo para exercício da pretensão contra o Estado: 5 anos Lei Federal n° 10.169/00. 4. O direito tributário distingue a competência da capacidade tributária ativa. No

    que se refere aos emolumentos, a quem elas pertencem? è Os Estados e o Distrito Federal possuem competência para a instituição de

    emolumentos. Esta competência é indelegável. Todavia, permite-se a delegação da capacidade tributária ativa, que consiste na possibilidade de arrecadar e ser o destinatário do resultado econômico dos valores arrecadados.

    è Lei 10.169/00. Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal fixarão o valor dos

    emolumentos relativos aos atos praticados pelos respectivos serviços notariais e de registro, observadas as normas desta Lei.

    5. A lei fala que os emolumentos podem ser com conteúdo financeiro ou sem

    conteúdo financeiro e estabelece alguns parâmetros. Explique quais são. è Art. 2o Para a fixação do valor dos emolumentos, a Lei dos Estados e do Distrito

    Federal levará em conta a natureza pública e o caráter social dos serviços notariais e de registro, atendidas ainda as seguintes regras: III – os atos específicos de cada serviço serão classificados em:

    a) atos relativos a situações jurídicas, sem conteúdo financeiro, cujos emolumentos atenderão às peculiaridades socioeconômicas de cada região;

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    b) atos relativos a situações jurídicas, com conteúdo financeiro, cujos emolumentos serão fixados mediante a observância de faixas que estabeleçam valores mínimos e máximos, nas quais enquadrar-se-á o valor constante do documento apresentado aos serviços notariais e de registro.

    6. A lei estabelece algumas vedações na em relação aos emolumentos, sua fixação e cobrança. Você sabe quais são?

    è Lei 10.169/00. Art. 3o É vedado:

    I – (VETADO) II – fixar emolumentos em percentual incidente sobre o valor do negócio jurídico objeto dos serviços notariais e de registro; III – cobrar das partes interessadas quaisquer outras quantias não expressamente previstas nas tabelas de emolumentos; IV – cobrar emolumentos em decorrência da prática de ato de retificação ou que teve de ser refeito ou renovado em razão de erro imputável aos respectivos serviços notariais e de registro; V – (VETADO)

    7. Como é que se opera a publicidade dos emolumentos? è Os emolumentos serão suas tabelas publicadas em órgãos oficiais dos estados e

    também serão afixados em local visível em cada uma das serventias. è Lei 10.169/00. Art. 4o As tabelas de emolumentos serão publicadas nos órgãos

    oficiais das respectivas unidades da Federação, cabendo às autoridades competentes determinar a fiscalização do seu cumprimento e sua afixação obrigatória em local visível em cada serviço notarial e de registro.

    8. Imagine que o Estado da Paraíba quer reajustar o valor dos emolumentos para

    que possam valer em 2020. Ele obedece a legalidade? E a anterioridade? è O Supremo Tribunal Federal já estabeleceu que a atualização do valor monetário

    dos tributos, categoria na qual se incluem os emolumentos, não exige lei em sentido estrito e, portanto, não se submete ao princípio da legalidade. Por outro lado, no que se refere ao princípio da anterioridade, para que em 2020 o reajuste passe a valer, é preciso que tal alteração seja feita até o último dia do ano corrente.

    9. O decreto-lei 167 de 1967 que trata dos títulos de crédito Rural estabelece no

    artigo 34 parágrafo único o valor a ser cobrado de emolumentos para a inscrição

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    da cédula. Afirma que 80% dos emolumentos caberá ao oficial de registro imobiliário e 20% ao Juiz de Direito da Comarca que será recolhido ao Banco do Brasil. Este artigo continua válido? Justifique.

    è Este dispositivo foi derrogado pela lei 10.169/00, dada a sua incompatibilidade,

    conforme LINDB, art. 2o, p. 1o, e entendimento do STJ.

    è DIZER O DIREITO. A cédula de crédito rural é disciplinada pelo DL 167/1967, em cujo art. 34 estão normatizados os valores dos emolumentos cobrados pelo registro da cártula. No entanto, em dezembro de 2000 foi editada a Lei nº 10.169, que, ao regulamentar o art. 236, § 2º, da CF, estabeleceu "normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro". Nesse contexto, é de relevo decisivo o fato de o referido decreto legislativo ser anterior à CF/1988 e à Lei nº 10.169/2000, a qual, ao regulamentar o art. 236, § 2º, da CF/1988, conferiu novo regime jurídico ao tema, instituindo novas regras sobre os emolumentos, as quais hão de prevalecer, prestigiando a competência dos Estados-membros de legislar sobre o assunto, em homenagem ao princípio federativo. Logo, a Lei º 10.169/2000 derrogou o art. 34 do DL 167/1967, a teor do disposto no art. 2º, § 1º, da LINDB, segundo o qual "a lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior". RESUMO: Na cobrança para o registro de cédula de crédito rural não se aplica o art. 34 do DL 167/1967, e sim lei estadual que, em conformidade com a Lei nº 10.169/2000, fixa o valor dos respectivos emolumentos. O art. 34 do DL 167/1967 foi derrogado pela Lei º 10.169/2000, que autorizou os Estados/DF a fixarem o valor dos emolumentos. STJ. 1ª Turma. REsp 1142006-MG, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF da 1ª Região), Rel. para acórdão Min. Regina Helena Costa, julgado em 16/6/2016 (Info 587).

    10. Imagine que Joana é beneficiária de justiça gratuita e ajuizou uma ação contra Pedro para fazer valer a cláusula resolutiva expressa na Escritura pública e que de um registro específico na matrícula imobiliária. Como fica a cobrança de emolumentos neste caso?

    è Não haverá cobrança de emolumentos, e sim isenção por força do artigo 98

    parágrafo 1º inciso 9 do novo Código de Processo Civil, que assevera que a gratuidade da Justiça abrange os emolumentos das serventias notariais e registrais

    è DIZER O DIREITO. A gratuidade de justiça obsta a cobrança de emolumentos pelos

    atos de notários e registradores indispensáveis ao cumprimento de decisão proferida no processo judicial em que fora concedido o referido benefício. Em

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    resumo, os beneficiários da justiça gratuita têm isenção dos emolumentos nas serventias notariais e registrais para os atos necessários ao cumprimento da decisão judicial. Novo CPC: o CPC/2015 é expresso ao afirmar que a gratuidade abrange os emolumentos das serventias notariais e registrais (art. 98, § 1º, IX). STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 24557-MT, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 7/2/2013 (Info 517).

    Lei Federal n° 4.380/64. 11. Em que consiste o Sistema Financeiro da Habitação? è DIZER O DIREITO: Sistema Financeiro de Habitação é um programa do Governo Federal, criado pela Lei nº 4.380/64, com o objetivo de facilitar que pessoas de baixa renda possam adquirir a sua casa própria. A legislação que rege o SFH prevê condições mais favoráveis às pessoas que adquirem os imóveis porque existe um incentivo (subsídio) estatal. Em compensação, o adquirente tem que cumprir certas obrigações e, em caso de inadimplemento, são estipuladas regras mais céleres para a cobrança do débito. 12. Joãozinho deseja adquirir um imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de

    Habitação. Neste caso, a escritura pública é da essencialidade do ato? è Não. Cuida-se de uma das exceções à regra do artigo 108 do Código Civil, de modo que o contrato pode ser firmado por instrumento particular. è Lei 4.380/1964, art. 61, § 5º. Os contratos de que forem parte o Banco Nacional de Habitação ou entidades que integrem o Sistema Financeiro da Habitação, bem como as operações efetuadas por determinação da presente Lei, poderão ser celebrados por instrumento particular, os quais poderão ser impressos, não se aplicando aos mesmos as disposições do art. 134, II, do Código Civil, atribuindo-se o caráter de escritura pública, para todos os fins de direito, aos contratos particulares firmados pelas entidades acima citados até a data da publicação desta Lei. (Incluído pela Lei nº 5.049, de 1966). 13. Ainda sobre o caso anterior, é necessário o reconhecimento de firma para que o

    documento tenha acesso ao registro imobiliário? Não. Cuida-se de uma exceção a obrigatoriedade do reconhecimento de firma em documentos particulares para ingresso no Registro de Imóveis. è LRP. Art. 221. Somente são admitidos registro:

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    II – escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e testemunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o reconhecimento quando se tratar de atos praticados por entidades vinculadas ao Sistema Financeiro da Habitação; 14. Quais entidades compõem o Sistema Financeiro da Habitação? Art. 8° O sistema financeiro da habitação, destinado a facilitar e promover a construção e a aquisição da casa própria ou moradia, especialmente pelas classes de menor renda da população, será integrado. I – pelos bancos múltiplos; II – pelos bancos comerciais; III – pelas caixas econômicas; IV – pelas sociedades de crédito imobiliário; V – pelas associações de poupança e empréstimo; VI – pelas companhias hipotecárias; VII – pelos órgãos federais, estaduais e municipais, inclusive sociedades de economia mista em que haja participação majoritária do poder público, que operem, de acordo com o disposto nesta Lei, no financiamento de habitações e obras conexas; VIII – pelas fundações, cooperativas e outras formas associativas para construção ou aquisição da casa própria sem finalidade de lucro, que se constituirão de acordo com as diretrizes desta Lei; IX – pelas caixas militares; X – pelas entidades abertas de previdência complementar; XI – pelas companhias securitizadoras de crédito imobiliário; e XII – por outras instituições que venham a ser consideradas pelo Conselho Monetário Nacional como integrantes do Sistema Financeiro da Habitação. 15. O Joãozinho volta e, depois de adquirir o imóvel financiado pelo Sistema

    Financeiro de Habitação, resolve que o quer vender para Pedrinho. Pode? Há algum requisito especial?

    è A alienação de imóveis financiados pelo SFH não é livre: deve contar com a prévia e expressa anuência do credor hipotecário ou fiduciário. è Lei 8.004/1990, art. 1o, parágrafo único. “A formalização de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão relativas a imóvel financiado através do SFH dar-se-á em ato concomitante à transferência do financiamento respectivo, com a interveniência obrigatória da instituição financiadora”. Lei Federal n° 4.504/64. 16. Defina reforma agrária.

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    è Art. 1°. § 1° Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade 17. Conceitue imóvel rural. è Ridalvo Machado de Arruda: “[...] a Lei no 4.504, de 30 de novembro de 1964 (Estatuto da Terra), e a Lei no 8.629, de 25/2/1993, definem “imóvel rural” como sendo o prédio rústico, de área contínua qualquer que seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou agroindustrial, quer através de planos públicos de valorização, quer através de iniciativa privada. Desse conceito extrai-se que, estando localizado em área urbana ou rural e constituído por uma ou mais áreas identificadas por meio de suas respectivas matrículas imobiliárias – inclusive nos casos de posse com ou sem título –o imóvel rural a que se refere o direito agrário caracteriza-se, essencialmente, pela formação de uma unidade de exploração econômica, quer seja representada por uma única propriedade imobiliária, quer seja pelo grupamento dessas propriedades (§ 3o , do art. 46, da Lei 4.504, de 30/11/1964). 18. Conceitue módulo rural. è Decreto no 55.891/1965 (que regulamentou o Estatuto da Terra). Art. 11. O módulo rural, definido no inciso III do art. 4o do Estatuto da Terra, tem como finalidade primordial estabelecer uma unidade de medida que exprima a interdependência entre a dimensão, a situação geográfica dos imóveis rurais e a forma e condições o seu aproveitamento econômico. Parágrafo único. A fixação do dimensionamento econômico do imóvel que, para cada zona de características ecológicas e econômicas homogêneas e para os diversos tipos de exploração, representará o módulo, será feita em função: a) da localização e dos meios de acesso do imóvel em relação aos grandes mercados; b) das características ecológicas das áreas em que se situam; c) dos tipos de exploração predominante na respectiva zona. 19. O que significa fração mínima de parcelamento? è A fração mínima de parcelamento consiste na medida mínima admitida para desmembramento ou divisão do imóvel rural. è Estatuto da Terra. Art. 65. O imóvel rural não é divisível em áreas de dimensão inferior à constitutiva do módulo de propriedade rural. (Regulamento)

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    § 1° Em caso de sucessão causa mortis e nas partilhas judiciais ou amigáveis, não se poderão dividir imóveis em áreas inferiores às da dimensão do módulo de propriedade rural. § 2º Os herdeiros ou os legatários, que adquirirem por sucessão o domínio de imóveis rurais, não poderão dividi-los em outros de dimensão inferior ao módulo de propriedade rural. § 3º No caso de um ou mais herdeiros ou legatários desejar explorar as terras assim havidas, o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária poderá prover no sentido de o requerente ou requerentes obterem financiamentos que lhes facultem o numerário para indenizar os demais condôminos. § 4° O financiamento referido no parágrafo anterior só poderá ser concedido mediante prova de que o requerente não possui recursos para adquirir o respectivo lote. § 5o Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos parcelamentos de imóveis rurais em dimensão inferior à do módulo, fixada pelo órgão fundiário federal, quando promovidos pelo Poder Público, em programas oficiais de apoio à atividade agrícola familiar, cujos beneficiários sejam agricultores que não possuam outro imóvel rural ou urbano. (Incluído pela Lei nº 11.446, de 2007). § 6o Nenhum imóvel rural adquirido na forma do § 5o deste artigo poderá ser desmembrado ou dividido. (Incluído pela Lei nº 11.446, de 2007). 20. A fração mínima de parcelamento impõe limites ao desmembramento do imóvel

    rural. Há exceções? Justifique. è Sim. É justamente o caso previsto no p. 5º, acima, situação em que a fração mínima de parcelamento não será observada quando se tratar de imóveis rurais vinculados a programas oficiais de apoio à atividade agrícola familiar e cujos beneficiários sejam agricultores que não possuam outro imóvel rural ou urbano. Lei Federal n° 4.591/64. 21. O que é incorporação? è De acordo com o artigo 28, parágrafo único, da Lei 4.591/1964, a incorporação é a “atividade exercida com o intuito de promover e realizar a construção, para alienação total ou parcial, de edificações ou conjunto de edificações compostas de unidades autônomas”. 22. A existência de ônus fiscais ou reais impede o registro da incorporação? è Nos termos do art. 32, §5º, da Lei 4.591/1964, “a existência de ônus fiscais ou reais, salvo os impeditivos de alienação, não impede o registro, que será feito com as devidas ressalvas, mencionando-se, em todos os documentos extraídos do registro, a existência e a extensão dos ônus”.

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    23. Imagine que o título para o registro da incorporação imobiliária foi apresentado

    ao Registrador de Imóveis. Quanto tempo ele tem para realizar a qualificação registral?

    è 15 dias. Neste prazo, ele deve fazer a devolução com exigências ou registrar e fornecer certidão do ato. è Lei 4591/65. Art. 32. § 6º Os Oficiais de Registro de Imóveis terão 15 dias para apresentar, por escrito, tôdas as exigências que julgarem necessárias ao arquivamento, e, satisfeitas as referidas exigências, terão o prazo de 15 dias para fornecer certidão, relacionando a documentação apresentada, e devolver, autenticadas, as segundas vias da mencionada documentação, com exceção dos documentos públicos. Em casos de divergência, o Oficial levantará a dúvida segundo as normas processuais aplicáveis. 24. Imagine que uma unidade autônoma integrante de uma incorporação

    imobiliária devidamente registrada foi alienada para o Joãozinho. Pode haver evicção? Qual a consequência?

    è Lei 13.097/2015. Art. 55. A alienação ou oneração de unidades autônomas integrantes de incorporação imobiliária, parcelamento do solo ou condomínio edilício, devidamente registrada, não poderá ser objeto de evicção ou de decretação de ineficácia, mas eventuais credores do alienante ficam sub-rogados no preço ou no eventual crédito imobiliário, sem prejuízo das perdas e danos imputáveis ao incorporador ou empreendedor, decorrentes de seu dolo ou culpa, bem como da aplicação das disposições constantes da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990. (g.n.) 25. Imagine que Joãozinho resolveu virar incorporador. Contratou arquiteto, fez as

    plantas do empreendimento e já quer vender. Ele pode? Há algum requisito? è Para a alienação ou oneração de unidades de um condomínio edilício, no período da construção ou após seu término, deverá o empreendimento estar registrado na matrícula do imóvel, devendo o título que tenha por objeto unidade autônoma, vinculada à fração ideal no solo, cujo empreendimento não foi registrado, ser desqualificado por desrespeito ao princípio da especialidade objetiva e, mais, por total descumprimento dos deveres do incorporador previstos na Lei 4.591/1964, estando este inclusive sujeito a sanções penais: Art. 65. É crime contra a economia popular promover incorporação, fazendo, em proposta, contratos, prospectos ou comunicação ao público ou aos interessados, afirmação falsa sôbre a construção do condomínio, alienação das frações ideais do terreno ou sôbre a construção das edificações.

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    Pena – reclusão de um a quatro anos e multa de cinco a cinquenta vêzes o maior salário mínimo legal vigente no País. § 1o lncorrem na mesma pena: I – o incorporador, o corretor e o construtor, individuais bem como os diretores ou gerentes de emprêsa coletiva incorporadora, corretora ou construtora que, em proposta, contrato, publicidade, prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou aos condôminos, candidatos ou subscritores de unidades, fizerem afirmação falsa sôbre a constituição do condomínio, alienação das frações ideais ou sôbre a construção das edificações; II – o incorporador, o corretor e o construtor individuais, bem como os diretores ou gerentes de emprêsa coletiva, incorporadora, corretora ou construtora que usar, ainda que a título de empréstimo, em proveito próprio ou de terceiros, bens ou haveres destinados a incorporação contratada por administração, sem prévia autorização dos interessados. (...) Art. 66. São contravenções relativas à economia popular, puníveis na forma do artigo 10 da Lei no 1.521, de 26 de dezembro de 1951: I – negociar o incorporador frações ideais de terreno, sem préviamente satisfazer às exigências constantes desta Lei; (...) Lei Federal n° 6.015/73. 26. Segundo a LRP, quais informações devem constar da certidão de nascimento? è Art. 19. § 4° - As certidões de nascimento mencionarão a data em que foi feito o assento, a data, por extenso, do nascimento e, ainda, expressamente, a naturalidade. (Redação dada pela Lei nº 13.484, de 2017) 27. A naturalidade do registrando é requisito do assento de nascimento? Como ela

    é aferida? è Sim, desde a Lei nº 13.484, de 2017, a naturalidade do registrando passou a ser requisito do assento de nascimento. Cabe ao declarante optar pela naturalidade do registrando, que pode ser do Município em que ocorreu o nascimento ou do Município de residência da mãe na data do nascimento, desde que residente em território nacional. è Art. 54. § 4°. A naturalidade poderá ser do Município em que ocorreu o nascimento ou do Município de residência da mãe do registrando na data do nascimento, desde que localizado em território nacional, e a opção caberá ao declarante no ato de registro do nascimento.

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    28. Quem são os legitimados para fazer a declaração de nascimento? Sempre foi assim?

    è Os legitimados para fazer a declaração de nascimento estão previstos no artigo 52 da LRP. Antes de 2015, a lei previa atribuição do pai para realizar o registro e, apenas no caso de impedimento, a atribuição seria da mãe. A redação foi alterada pela Lei 13.112/2015 para que tanto pai como a mãe tivessem legitimação concorrente para declarar o nascimento, face ao princípio da isonomia entre homens e mulheres, o que inclui o exercício do poder familiar. è Art. 52. São obrigados a fazer declaração de nascimento: (Renumerado do art. 53, pela Lei nº 6.216, de 1975). 1o) o pai ou a mãe, isoladamente ou em conjunto, observado o disposto no § 2o do art. 54; (Redação dada pela Lei nº 13.112, de 2015) 2º) no caso de falta ou de impedimento de um dos indicados no item 1o, outro indicado, que terá o prazo para declaração prorrogado por 45 (quarenta e cinco) dias; (Redação dada pela Lei nº 13.112, de 2015) 3º) no impedimento de ambos, o parente mais próximo, sendo maior achando-se presente; 4º) em falta ou impedimento do parente referido no número anterior os administradores de hospitais ou os médicos e parteiras, que tiverem assistido o parto; 5º) pessoa idônea da casa em que ocorrer, sendo fora da residência da mãe; 6º) finalmente, as pessoas (VETADO) encarregadas da guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 6.216, de 1975). 29. Suponha que foi apresentada uma DNV, em que haja a omissão do nome do

    recém nascido ou do seu pai. Como deve o Oficial proceder? è O Oficial deverá proceder ao registro do recém-nascido com base nos elementos que foram apresentados pelo declarante, a despeito da referida omissão, já que, nos termos da Lei 12.662/2012, que alterou a LRP, essa situação não constitui motivo para a recusa, devolução ou solicitação de retificação da DNV.

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    30. O senhor se recorda de outras situações em que o Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais não pode recusar, devolver ou solicitar a retificação da DNV? Cite, pelo menos, duas.

    è Artigo 54. § 1°. Não constituem motivo para recusa, devolução ou solicitação de retificação da Declaração de Nascido Vivo por parte do Registrador Civil das Pessoas Naturais: (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) I - equívocos ou divergências que não comprometam a identificação da mãe; (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) II - omissão do nome do recém-nascido ou do nome do pai; (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) III - divergência parcial ou total entre o nome do recém-nascido constante da declaração e o escolhido em manifestação perante o registrador no momento do registro de nascimento, prevalecendo este último; (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) IV - divergência parcial ou total entre o nome do pai constante da declaração e o verificado pelo registrador nos termos da legislação civil, prevalecendo este último; (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) V - demais equívocos, omissões ou divergências que não comprometam informações relevantes para o registro de nascimento. (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) 31. A mãe, declarante do registro, comparece ao seu RCPN e, entre os documentos

    para registro, apresenta tão somente seus documentos de identificação pessoal e a DNV que contém o nome do pai. Como o Oficial deve proceder? Lança o nome do pai? Justifique.

    è Nesse caso, a criança será registrada tão somente com a maternidade estabelecida, já que a DNV não constitui prova ou presunção de paternidade. è Artigo 54. § 2°. O nome do pai constante da Declaração de Nascido Vivo não constitui prova ou presunção da paternidade, somente podendo ser lançado no registro de nascimento quando verificado nos termos da legislação civil vigente. (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) 32. Imagine que a parte comparece ao seu RCPN, acompanhada de duas

    testemunhas, que declaram o nascimento de uma criança, que foi feito sem assistência de profissionais de saúde ou de parteiras tradicionais. Como deverá o Oficial proceder em relação a ausência de DNV?

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    è Artigo 54. § 3°. Nos nascimentos frutos de partos sem assistência de profissionais da saúde ou parteiras tradicionais, a Declaração de Nascido Vivo será emitida pelos Oficiais de Registro Civil que lavrarem o registro de nascimento, sempre que haja demanda das Secretarias Estaduais ou Municipais de Saúde para que realizem tais emissões. (Incluído pela Lei nº 12.662, de 2012) 33. Como deve proceder o oficial no caso de, diante de um pedido de averbação no

    RCPN, suspeitar de fraude, falsidade ou má-fé nas declarações ou na documentação apresentada?

    è Art. 97. Parágrafo único. Nas hipóteses em que o oficial suspeitar de fraude, falsidade ou má-fé nas declarações ou na documentação apresentada para fins de averbação, não praticará o ato pretendido e submeterá o caso ao representante do Ministério Público para manifestação, com a indicação, por escrito, dos motivos da suspeita. (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017) 34. No caso de erros que não exijam qualquer indagação, como o oficial deve

    proceder para a retificação do erro? É necessária alguma autorização ou manifestação de outra autoridade?

    è Não. Com o advento da Lei n. 13.484/2017, o oficial poderá retificar o registro, a averbação ou a anotação, de ofício ou a requerimento do interessado, mediante petição assinada pelo interessado, representante legal ou procurador, independentemente de prévia autorização judicial ou manifestação do Ministério Público. 35. Quais outros atos podem ser retificados de ofício pelo Oficial, independente de

    autorização judicial ou manifestação do Ministério Público? è Art. 110. O oficial retificará o registro, a averbação ou a anotação, de ofício ou a requerimento do interessado, mediante petição assinada pelo interessado, representante legal ou procurador, independentemente de prévia autorização judicial ou manifestação do Ministério Público, nos casos de: (Redação dada pela Lei nº 13.484, de 2017) I - erros que não exijam qualquer indagação para a constatação imediata de necessidade de sua correção; (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017) II - erro na transposição dos elementos constantes em ordens e mandados judiciais, termos ou requerimentos, bem como outros títulos a serem registrados, averbados ou anotados, e o documento utilizado para a referida averbação e/ou retificação ficará arquivado no registro no cartório; (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017)

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    III - inexatidão da ordem cronológica e sucessiva referente à numeração do livro, da folha, da página, do termo, bem como da data do registro; (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017) IV - ausência de indicação do Município relativo ao nascimento ou naturalidade do registrado, nas hipóteses em que existir descrição precisa do endereço do local do nascimento; (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017) V - elevação de Distrito a Município ou alteração de suas nomenclaturas por força de lei. (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017) 36. Quando serão cobrados emolumentos pela retificação? è É possível cobrar emolumentos pela retificação sempre que o erro não seja imputável ao oficial ou a seus prepostos. Por exemplo, a própria parte forneceu a informação com erro. è Artigo 110. § 5°. Nos casos em que a retificação decorra de erro imputável ao oficial, por si ou por seus prepostos, não será devido pelos interessados o pagamento de selos e taxas. (Incluído pela Lei nº 13.484, de 2017) 37. Quais são os novos títulos que ensejam o registro em sentido estrito pelo Oficial

    de Registro de Imóveis? è Conforme alterações promovidas na LRP pela Lei n. 13.465/2017, podem ser registrados no CRI a Certidão de Regularização Fundiária (CRF) e a legitimação fundiária. è Art. 167 - No Registro de Imóveis, além da matrícula, serão feitos. I - o registro: 43. da Certidão de Regularização Fundiária (CRF); 44. da legitimação fundiária. 38. E em relação aos atos de averbação, o senhor se recorda das novidades

    perpetradas pela Lei 13.465/2017, que alterou a LRP? Enumere-os. è São dois os atos de averbação que podem ser realizados:

    31. da certidão de liberação de condições resolutivas dos títulos de domínio resolúvel emitidos pelos órgãos fundiários federais na Amazônia Legal. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

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    32. do termo de quitação de contrato de compromisso de compra e venda registrado e do termo de quitação dos instrumentos públicos ou privados oriundos da implantação de empreendimentos ou de processo de regularização fundiária, firmado pelo empreendedor proprietário de imóvel ou pelo promotor do empreendimento ou da regularização fundiária objeto de loteamento, desmembramento, condomínio de qualquer modalidade ou de regularização fundiária, exclusivamente para fins de exoneração da sua responsabilidade sobre tributos municipais incidentes sobre o imóvel perante o Município, não implicando transferência de domínio ao compromissário comprador ou ao beneficiário da regularização. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

    39. Qual o Oficial de Registro de Imóveis que detém atribuição para o registro de

    atos relativos às vias férreas? è Cuida-se do Oficial de CRI com atribuição territorial na área em que se situe o imóvel – e não mais na estação inicial da respectiva linha. è Art. 171. Os atos relativos a vias férreas serão registrados na circunscrição imobiliária onde se situe o imóvel. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) Parágrafo único. A requerimento do interessado, o oficial do cartório do registro de imóveis da circunscrição a que se refere o caput deste artigo abrirá a matrícula da área correspondente, com base em planta, memorial descritivo e certidão atualizada da matrícula ou da transcrição do imóvel, caso exista, podendo a apuração do remanescente ocorrer em momento posterior. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 40. Como é feita a instituição do direito real de laje? è Artigo 175. § 9o. A instituição do direito real de laje ocorrerá por meio da abertura de uma matrícula própria no registro de imóveis e por meio da averbação desse fato na matrícula da construção-base e nas matrículas de lajes anteriores, com remissão recíproca. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 41. Imagine que há um parcelamento urbano implantado, sem qualquer registro no

    CRI. O Município pode solicitar diretamente ao CRI a abertura da matrícula? Se sim, que documentos devem ser apresentados?

    è Art. 195-A. O Município poderá solicitar ao cartório de registro de imóveis competente a abertura de matrícula de parte ou da totalidade de imóveis públicos oriundos de parcelamento do solo urbano implantado, ainda que não inscrito ou registrado, por meio de requerimento acompanhado dos seguintes documentos: (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)

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    I - planta e memorial descritivo do imóvel público a ser matriculado, dos quais constem a sua descrição, com medidas perimetrais, área total, localização, confrontantes e coordenadas preferencialmente georreferenciadas dos vértices definidores de seus limites; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) II - comprovação de intimação dos confrontantes para que informem, no prazo de 15 (quinze) dias, se os limites definidos na planta e no memorial descritivo do imóvel público a ser matriculado se sobrepõem às suas respectivas áreas, se for o caso; (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) III - as respostas à intimação prevista no inciso II, quando houver; e (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) IV - planta de parcelamento ou do imóvel público a ser registrado, assinada pelo loteador ou elaborada e assinada por agente público da prefeitura, acompanhada de declaração de que o parcelamento encontra-se implantado, na hipótese de este não ter sido inscrito ou registrado. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 42. É possível utilizar o procedimento acima para abertura de matrículas relativas às

    terras devolutas? è Sim. § 7º O procedimento definido neste artigo poderá ser adotado para abertura de matrícula de glebas municipais adquiridas por lei ou por outros meios legalmente admitidos, inclusive para as terras devolutas a ele transferidas em razão de legislação estadual ou federal, dispensado o procedimento discriminatório administrativo ou judicial. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 43. É possível que o Registro de Imóveis abra matrícula sem que haja registro

    anterior? è Sim. Como exemplo, tem-se o artigo 195-B da LRP, em que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem requerer a abertura de matrícula cujo domínio seja assegurado pela legislação – já que, como regra, os imóveis públicos não estão sujeitos ao sistema de registro de imóveis. è Art. 195-B. A União, os Estados e o Distrito Federal poderão solicitar ao registro de imóveis competente a abertura de matrícula de parte ou da totalidade de imóveis urbanos sem registro anterior, cujo domínio lhes tenha sido assegurado pela legislação, por meio de requerimento acompanhado dos documentos previstos nos incisos I, II e III do caput do art. 195-A, inclusive para as terras devolutas, dispensado o procedimento discriminatório administrativo ou judicial. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017)

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    44. No caso da usucapião extrajudicial, como o Oficial deve proceder caso não conste na planta a assinatura de quaisquer dos titulares dos direitos registrados ou averbados?

    è Art. 216-A. § 2o Se a planta não contiver a assinatura de qualquer um dos titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes, o titular será notificado pelo registrador competente, pessoalmente ou pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar consentimento expresso em quinze dias, interpretado o silêncio como concordância. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 45. É necessária a expressa anuência dos titulares de direitos registrados ou

    averbados na matrícula do imóvel usucapiendo? è Na redação original do artigo 216-A, era, de fato, necessária a anuência dos titulares de direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo. Todavia, a Lei 13.465/2017 alterou o p. 6o do artigo 216-A para suprimir a exigência dessa anuência. Portanto, atualmente, basta que seja comprovada a notificação dos referidos titulares. è Artigo 216-A. § 6o Transcorrido o prazo de que trata o § 4o deste artigo, sem pendência de diligências na forma do § 5o deste artigo e achando-se em ordem a documentação, o oficial de registro de imóveis registrará a aquisição do imóvel com as descrições apresentadas, sendo permitida a abertura de matrícula, se for o caso. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) 46. Caso o imóvel usucapiendo seja uma unidade autônoma em condomínio edilício,

    os vizinhos também deverão ser notificados? Explique. è Não. No caso de o imóvel usucapiendo ser uma unidade autônoma em condomínio edilício, é dispensada a notificação dos demais proprietários de unidades autônomas do referido edifício. Em tal hipótese, basta a notificação do síndico para se manifestar. è Artigo 216-A. § 11. No caso de o imóvel usucapiendo ser unidade autônoma de condomínio edilício, fica dispensado consentimento dos titulares de direitos reais e outros direitos registrados ou averbados na matrícula dos imóveis confinantes e bastará a notificação do síndico para se manifestar na forma do § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 47. E se o imóvel confinante do imóvel usucapiendo for um condomínio edilício? è Nessa situação, também se dispensa a notificação de todos os proprietários de unidades autônomas: basta a notificação do síndico.

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    è Artigo 216-A. § 12. Se o imóvel confinante contiver um condomínio edilício, bastará a notificação do síndico para o efeito do § 2o deste artigo, dispensada a notificação de todos os condôminos. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 48. É possível a notificação por edital no procedimento de usucapião extrajudicial

    de bem imóvel? Se sim, explique quando ela ocorre e o seu procedimento. è Sim. A notificação por edital será feita sempre que o notificando não seja encontrado ou caso esteja em lugar incerto ou não sabido. Nesse caso, o registrador certificará o fato e promoverá a notificação por edital publicado, duas vezes, em jornal de grande circulação, pelo prazo de 15 dias, cada um. Eventual silêncio do notificando será interpretado como concordância. è Artigo 216-A. § 13. Para efeito do § 2o deste artigo, caso não seja encontrado o notificando ou caso ele esteja em lugar incerto ou não sabido, tal fato será certificado pelo registrador, que deverá promover a sua notificação por edital mediante publicação, por duas vezes, em jornal local de grande circulação, pelo prazo de quinze dias cada um, interpretado o silêncio do notificando como concordância. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 49. É possível que a publicação do edital, no procedimento de usucapião

    extrajudicial se dê por meio eletrônico? Explique. è Sim. A publicação poderá se operar por meio eletrônico, desde que regulamentada e autorizada pelo órgão jurisdicional competente para a correição das serventias. Nesse caso, fica dispensada a publicação em jornal de grande circulação. è Artigo 216-A. § 14. Regulamento do órgão jurisdicional competente para a correição das serventias poderá autorizar a publicação do edital em meio eletrônico, caso em que ficará dispensada a publicação em jornais de grande circulação. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 50. Suponha que os documentos apresentados pelo requerente da usucapião sejam

    ausentes ou insuficientes para a formação do convencimento do Oficial de Registro de Imóveis sobre a usucapião. Como ele deverá proceder?

    è Nesse caso, o Oficial poderá promover procedimento de justificação administrativa para a comprovação da posse e demais dados necessários para a usucapião. è Artigo 216-A. § 15. No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o inciso IV do caput deste artigo, a posse e os demais dados necessários poderão ser comprovados em procedimento de justificação administrativa perante a serventia extrajudicial, que obedecerá, no que couber, ao disposto no § 5o do art. 381 e ao rito

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    previsto nos arts. 382 e 383 da Lei no 13.105, de 16 março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 51. O artigo 221 da LRP prevê os títulos que deverão ser apresentados de maneira

    individualizada para que se proceda ao registro. É possível excepcionar essa regra no caso de regularização fundiária?

    è Sim, fica dispensada a individualização dos títulos no caso de procedimento de regularização fundiária, desde que promovido por ente público. è Artigo 221. § 3o Fica dispensada a apresentação dos títulos previstos nos incisos I a V do caput deste artigo quando se tratar de registro do projeto de regularização fundiária e da constituição de direito real, sendo o ente público promotor da regularização fundiária urbana responsável pelo fornecimento das informações necessárias ao registro, ficando dispensada a apresentação de título individualizado, nos termos da legislação específica. (Redação dada pela Lei nº 13.465, de 2017) è Art. 221 - Somente são admitidos registro: (Renumerado do art. 222 com nova redação pela Lei nº 6.216, de 1975). I - escrituras públicas, inclusive as lavradas em consulados brasileiros; II - escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e testemunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o reconhecimento quando se tratar de atos praticados por entidades vinculadas ao Sistema Financeiro da Habitação; III - atos autênticos de países estrangeiros, com força de instrumento público, legalizados e traduzidos na forma da lei, e registrados no cartório do Registro de Títulos e Documentos, assim como sentenças proferidas por tribunais estrangeiros após homologação pelo Supremo Tribunal Federal; IV - cartas de sentença, formais de partilha, certidões e mandados extraídos de autos de processo. V - contratos ou termos administrativos, assinados com a União, Estados, Municípios ou o Distrito Federal, no âmbito de programas de regularização fundiária e de programas habitacionais de interesse social, dispensado o reconhecimento de firma. (Redação dada pela Lei nº 12.424, de 2011) 52. O que é o CNM? Ele já é aplicável? è O CNM, Código Nacional de Matrícula, corresponde a numeração única das matrículas em âmbito nacional. Ainda está em processo de regulamentação pelo CNJ e, portanto, a norma que o instituiu ainda não está eficaz. è Art. 235-A. Fica instituído o Código Nacional de Matrícula (CNM) que corresponde à numeração única de matrículas imobiliárias em âmbito nacional. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017)

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    § 1o O CNM referente a matrícula encerrada ou cancelada não poderá ser reutilizado. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) § 2o Ato da Corregedoria Nacional de Justiça do Conselho Nacional de Justiça regulamentará as características e a forma de implementação do CNM. (Incluído pela Lei nº 13.465, de 2017) 53. Suponha que, em procedimento de desapropriação, um ente federado obtenha

    a imissão provisória na posse do imóvel. Nesse caso, é possível já abrir a matrícula em nome do referido ente federado?

    è Artigo 176. § 8o O ente público proprietário ou imitido na posse a partir de decisão proferida em processo judicial de desapropriação em curso poderá requerer a abertura de matrícula de parte de imóvel situado em área urbana ou de expansão urbana, previamente matriculado ou não, com base em planta e memorial descritivo, podendo a apuração de remanescente ocorrer em momento posterior. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 54. É possível unificar imóveis que foram objeto de imissão provisória na posse de

    imóvel? è Sim, conforme artigo 235, III, incluído na LRP pela Lei 12.424/2011. Nesse caso, é necessário o preenchimento dos seguintes requisitos: (1) os imóveis devem ser contíguos; (2) os imóveis devem estar inseridos em área urbana ou de expansão urbana; (3) deve haver a finalidade de implementar programas habitacionais ou de regularização fundiária, a ser informado no requerimento de unificação. Art. 235 - Podem, ainda, ser unificados, com abertura de matrícula única: III - 2 (dois) ou mais imóveis contíguos objeto de imissão provisória na posse registrada em nome da União, Estado, Município ou Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 2o A hipótese de que trata o inciso III somente poderá ser utilizada nos casos de imóveis inseridos em área urbana ou de expansão urbana e com a finalidade de implementar programas habitacionais ou de regularização fundiária, o que deverá ser informado no requerimento de unificação. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) Lei Federal n° 6.766/79. Decreto-lei n° 271/67. 55. A Lei 6.766, ao dispor sobre o loteamento, estabelece algum requisito no tocante

    a metragem dos lotes?

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    è Sim. O art. 4, II, da Lei 6.766 dispõe que os lotes terão área mínima de 125m² (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; 56. Como o desdobro diferencia-se do desmembramento previsto na Lei 6.766/79? è O desdobro não se confunde com o desmembramento, como espécie de parcelamento de solo urbano. O desmembramento é a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente. Já o desdobro, não regulado pela Lei 6.766/79, é o fracionamento do lote. Esta subdivisão de lote também se submete aos requisitos previstos nos artigos 3º e 4º da Lei 6.766/79, podendo, a depender da análise da hipótese, dispensar o registro especial previsto no art. 18. 57. O reparcelamento do lote por desdobro, aprovado pela Municipalidade,

    dispensa do registro especial da Lei 6.766/79? è Nem sempre o simples desdobro do lote implicará na dispensa do registro especial. Vicente de Abreu Amadei ensina que “o reparcelamento do lote, em si – apenas pela circunstância de se cuidar de fracionamento de lote (não de gleba) -, não autoriza a dispensa do registro especial (artigo 18 da Lei n. 6.766/70), (...)”. è A Lei 6.766/79 não dispõe sobre parâmetros objetivos para a definição do desmembramento sujeito ao art. 18, devendo a análise ser verificada no caso concreto pelo Oficial de Registro de Imóveis. O desmembramento sucessivo e a quantidade de lotes será objeto desta análise, com o fim de afastar condutas que configuram burla a Lei 6.766/79. 58. A Lei 6.766/79 veda o parcelamento do solo em terrenos com algumas

    características ou em algumas circunstâncias especiais. Saberia falar obre o assunto?

    è O art. 3 da Lei 6.766/79 dispõe que “não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.”

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    59. O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal. Em quais hipóteses caberá ao Estado disciplinar essa aprovação?

    è Dispõe o art. 13 da Lei 6.766/79 que caberá aos Estados disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou federal; quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal; quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m². O art. 15 do mesmo diploma legal prevê que os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13. 60. Supondo que a área objeto do projeto de loteamento situe-se em mais de uma

    circunscrição imobiliária. Como deverá proceder o interessado? è O art. 21 da Lei 6.766/79 estabelece que, nesta hipótese, o registro será requerido primeiramente na circunscrição imobiliária em que estiver localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas. Denegado registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo Oficial do Registro de Imóveis, às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos. Observe-se que é vedado ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infração a esta norma. 61. Em qual o momento o Município adquire a propriedade das vias, praças, espaços

    livres e áreas destinadas a equipamentos urbanos? è Conforme dispõe o art. 22 da Lei 6.766/79, a aquisição pelo Município das vias, praças, espaços livres e áreas destinadas a equipamentos urbanos somente ocorre na data do registro do loteamento. 62. O registro do loteamento poderá ser cancelado? Pode a Municipalidade opor-se

    ao cancelamento? è O registro do loteamento só poderá ser cancelado por decisão judicial ou a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato. Se lotes já vendidos, o requerimento deve ser conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, nos termos do art. 23 da Lei 6.766/79. è A Prefeitura só poderá se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências.

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    63. Desejo analisar um processo de loteamento registrado em determinado RI. Preciso pedir uma certidão, pagando as devidas custas?

    è Não é necessário o requerimento de certidão, meio de publicidade usual do sistema registral e notarial. Conforme permissão expressa disposta pelo art. 24 da Lei 6.766/79, o processo de loteamento pode ser examinado por qualquer pessoa, a qualquer tempo, independentemente do pagamento de custas ou emolumentos, ainda que a título de busca. 64. A empresa loteadora tem sua falência decretada. Os contratos firmados entre

    esta e promitentes compradores poderão ser rescindidos pelo administrador, com fundamento no art. 117 da Lei de Falência?

    è Não, já que o art. 30 da Lei 6.766/79 dispõe que “a sentença declaratória de falência ou da insolvência de qualquer das partes não rescindirá os contratos de compromisso de compra e venda ou de promessa de cessão que tenham por objeto a área loteada ou lotes da mesma. Se a falência ou insolvência for do proprietário da área loteada ou do titular de direito sobre ela, incumbirá ao síndico ou ao administrador dar cumprimento aos referidos contratos; se do adquirente do lote, seus direitos serão levados à praça.” 65. A aplicação do § 6º, do art. 26, da lei nº 6.766/79, dispensando a escritura

    pública, limita-se a loteamentos populares? è Dispõe o § 6o do art. 26 da Lei 6.766/79 que “os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da respectiva prova de quitação.” è Discute-se, doutrinariamente, se a escritura pública seria também dispensável nos casos em que o loteamento não se enquadra como loteamento popular. O Conselho da Magistratura do Estado de São Paulo já decidiu que o compromisso de compra e venda firmado por instrumento particular dispensa a escritura pública, servindo de título para a transmissão da propriedade perante o Cartório de Registro de Imóveis, independente do valor do imóvel ou do negócio, conforme se depreende da seguinte decisão: “Daí porque, como conclui o Desembargador JOSÉ OSÓRIO DE AZEVEDO JR, “a interpretação que se impõe, a meu ver, é uma só: esse preceito do § 6º, em matéria de loteamento urbano, é genérico, e portanto aplicável a qualquer loteamento e não apenas aos especialíssimos “parcelamentos populares”(A dispensa de escritura na venda de imóvel loteado. Crítica da orientação do Conselho Superior da Magistratura de São Paulo. Revista do Instituto dos Advogados de São Paulo. Ano 10, 20, jul-dez/07, p. 159). Assim, por todo o exposto, a conclusão a que se chega é a que o § 6º, do art. 26, da lei nº 6.766/79, não se limita a loteamentos populares, autorizando o registro da propriedade do lote com base no compromisso de compra e venda, nas cessões e promessas de cessão, desde que acompanhados da prova de quitação.” (Ap. Cível nº

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    0012161-30.2010.8.26.0604, Rel. Des. Maurício Vidigal, então Corregedor Geral de Justiça, DJ. 29.02.2012, TJSP) 66. O promitente comprador de um lote realizou uma benfeitoria útil no lote, mas

    tornou-se inadimplente e o compromisso de compra e venda foi rescindido. O contrato tinha uma cláusula determinando o não pagamento de indenização em caso de inadimplemento. Haverá indenização pela benfeitoria realizada?

    è Sim, nos termos do art. 34 da Lei 6.766,79, que estabelece o pagamento de indenização para as benfeitorias necessárias ou úteis efetuadas, mesmo no caso de inadimplemento, sendo de nenhum efeito qualquer disposição contratual em contrário. Lei Federal n° 8.560/92. 67. Em que consiste a averiguação oficiosa de paternidade? Qual sua natureza

    jurídica? è Não havendo reconhecimento voluntário e não incidindo a presunção de filho havido na constância do casamento, o registro será realizado constando apenas o nome da mãe, que poderá indicar quem seria o suposto pai, para que seja averiguado oficiosamente. A averiguação oficiosa de paternidade tem natureza jurídica de jurisdição voluntária, de modo que se o suposto pai não concordar com a paternidade, o juiz não pode determinar compulsoriamente que ele seja declarado como genitor da criança. Portanto, a “averiguação oficiosa de paternidade” não se confunde com um processo judicial de investigação de paternidade. A averiguação oficiosa, apesar de ser feita perante um juiz, é um procedimento de natureza administrativa (não é um processo judicial) (artigo 2º, Lei n. 8.560/92). Lei Federal n° 5.709/71. 68. Existe limitação à aquisição de imóveis rurais por estrangeiro? è SIM. A própria Constituição autoriza a limitação à aquisição de imóvel rural por estrangeiro, o que é feito pela Lei 5.709/71 e seu decreto. è CF, Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso Nacional. 69. Como é feito o controle da aquisição de imóvel rural por estrangeiro pelo

    Registro de Imóveis? è O controle é feito por meio do registro da aquisição no Livro Especial, o Livro de Registro de Aquisição de Imóveis Rurais por Estrangeiros criado como um dos livros

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    obrigatórios e pelas comunicações obrigatórias realizadas em cada ato de aquisição feitas ao INCRA e às Corregedorias-Gerais da Justiça do Estado. (ALMADA, 2019). è Art. 10. Os Cartórios de Registro de Imóveis manterão cadastro especial, em livro auxiliar, das aquisições de terras rurais por pessoas estrangeiras, físicas e jurídicas, no qual deverá constar: I – menção do documento de identidade das partes contratantes ou dos respectivos atos de constituição, se pessoas jurídicas; II – memorial descritivo do imóvel, com área, características, limites e confrontações; e III – transcrição da autorização do órgão competente, quando for o caso. Art. 11. Trimestralmente, os Cartórios de Registros de Imóveis remeterão, sob pena de perda do cargo, à Corregedoria da Justiça dos Estados a que estiverem subordinados e ao Ministério da Agricultura, relação das aquisições de áreas rurais por pessoas estrangeiras, da qual constem os dados enumerados no artigo anterior. Parágrafo único. Quando se tratar de imóvel situado em área indispensável à segurança nacional, a relação mencionada neste artigo deverá ser remetida também à Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional. 70. O imóvel rural custa R$ 20.000,00 e um estrangeiro deseja o adquirir. Neste caso,

    é possível o instrumento particular, já que o valor é inferior a 30 salários mínimos? Há outras formalidades a serem observadas?

    è Não. A escritura é da essencialidade do ato quando se tratar de transmissão inter vivos. Além disso, da escritura deve constar a menção do documento de identidade do adquirente, a sua prova de residência em território nacional e, se o caso, a autorização do órgão competente. Se a aquisição se der por pessoa jurídica estrangeira, o documento de autorização deve ser transcrito na escritura. è Art. 8º - Na aquisição de imóvel rural por pessoa estrangeira, física ou jurídica, é da essência do ato a escritura pública. è Art. 9º - Da escritura relativa à aquisição de área rural por pessoas físicas estrangeiras constará, obrigatoriamente: I - menção do documento de identidade do adquirente; II - prova de residência no território nacional; e III - quando for o caso, autorização do órgão competente ou assentimento prévio da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa jurídica estrangeira, constará da escritura a transcrição do ato que concedeu autorização para a aquisição da área rural, bem

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    como dos documentos comprobatórios de sua constituição e de licença para seu funcionamento no Brasil. 71. Qual é a área máxima de um imóvel rural que uma pessoa física estrangeira pode

    adquirir? Quando a aquisição é livre, ou seja, independe de autorização? Quando é necessária a autorização do INCRA? Quando é necessária a aprovação de projeto de exploração?

    è A pessoa física estrangeira pode adquirir até 50 módulos de exploração indefinida (MEI). Esta aquisição é livre quando a área for inferior ao total de 3 MEI, mesmo que se trate de mais de um imóvel. A autorização do INCRA é obrigatória quando o imóvel tiver entre 3 e 50 MEI. O projeto de exploração é necessário quando a área do imóvel for superior a 20 MEI. è Decreto 74.965/1974. Art. 7o A aquisição de imóvel rural por pessoa física estrangeira não poderá exceder a 50 (cinquenta) módulos de exploração indefinida, em área contínua ou descontínua. (g.n.) § 1o Quando se tratar de imóvel com área não superior a 3 (três) módulos, a aquisição será livre, independendo de qualquer autorização ou licença, ressalvadas as exigências gerais determinadas em lei. (g.n.) § 2o A aquisição de imóvel rural entre 3 (três) e 50 (cinquenta) módulos de exploração indefinida dependerá de autorização do INCRA, ressalvado o disposto no artigo 2o. (g.n.) § 3o Dependerá também de autorização a aquisição de mais de um imóvel, com área não superior a três módulos, feita por uma pessoa física. (g.n.) § 4o A autorização para aquisição por pessoa física condicionar-se-á, se o imóvel for de área superior a 20 (vinte) módulos, à aprovação do projeto de exploração correspondente. (g.n.) 72. Existe um percentual por nacionalidade para limitar a aquisição de imóveis rurais

    por estrangeiros? Explique. è Cada nacionalidade somada não pode representar mais de 10% da superfície do Município e o total de aquisições de imóveis rurais por estrangeiros não pode ultrapassar 25% da superfície do Município. Essa informação é obtida e comprovada por certidão do Registro de Imóveis, com base no livro especial. (ALMADA, 2019). Em resumo:

    • Cada nacionalidade – até 10% • Total dos estrangeiros – até 25%

    73. Imagine que o imóvel está localizado em área indispensável a segurança nacional

    e que uma pessoa estrangeira o deseja adquirir. Tem algum requisito especial?

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    è Sim. A aquisição de imóvel situado em área considerada indispensável à segurança nacional por pessoa estrangeira, física ou jurídica, depende do assentimento prévio da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional (ALMADA, 2019). 74. O que acontece se a pessoa adquirir imóvel rural em descumprimento à lei? è Decreto 74.965/1974. Art. 19. É nula de pleno direito a aquisição de imóvelrural que viole as prescrições legais: o Tabelião que lavrará a escritura e o oficial de registro que a transcrever responderão civilmente pelos danos que causarem aos contratantes, sem prejuízo da responsabilidade criminal por prevaricação ou falsidade ideológica; o alienante ficará obrigado a restituir ao adquirente o preço do imóvel, ou as quantias recebidas a este título, como parte do pagamento. Lei Federal n° 7.433/95. Decreto n° 93.240/86. 75. São sempre necessárias a descrição e caracterização completas dos imóveis nas

    escrituras públicas? è Não. Lei 7.433/95. Art. 2º - Ficam dispensados, na escritura pública de imóveis urbanos, sua descrição e caracterização, desde que constem, estes elementos, da certidão do Cartório do Registro de Imóveis. 76. Quais documentos e certidões devem ser apresentados para a lavratura do ato

    notarial? è Decreto 92.240/1986. Art 1º Para a lavratura de atos notariais, relativos a imóveis, serão apresentados os seguintes documentos e certidões: I - os documentos de identificação das partes e das demais pessoas que comparecerem na escritura pública, quando julgados necessários pelo Tabelião; II - o comprovante do pagamento do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles relativos, quando incidente sobre o ato, ressalvadas as hipóteses em que a lei autorize a efetivação do pagamento após a sua lavratura; III - as certidões fiscais, assim entendidas: a) em relação aos imóveis urbanos, as certidões referentes aos tributos que incidam sobre o imóvel, observado o disposto no § 2º, deste artigo; b) em relação aos imóveis rurais, o Certificado de Cadastro emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, com a prova de quitação do último Imposto Territorial Rural lançado ou, quando o prazo para o seu pagamento

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    ainda não tenha vencido, do Imposto Territorial Rural correspondente ao exercício imediatamente anterior; IV - a certidão de ações reais e pessoais reipersecutórias, relativas ao imóvel, e a de ônus reais, expedidas pelo Registro de Imóveis competente, cujo prazo de validade, para este fim, será de 30 (trinta) dias; V - os demais documentos e certidões, cuja apresentação seja exigida por lei. § 1º O Tabelião consignará na escritura pública a apresentação dos documentos e das certidões mencionadas nos incisos II, III, IV e V, deste artigo. § 2º As certidões referidas na letra a , do inciso III, deste artigo, somente serão exigidas para a lavratura das escrituras públicas que impliquem a transferência de domínio e a sua apresentação poderá ser dispensada pelo adquirente que, neste caso, responderá, nos termos da lei, pelo pagamento dos débitos fiscais existentes. § 3º A apresentação das certidões previstas no inciso IV, deste artigo, não eximirá o outorgante da obrigação de declararar na escritura pública, sob pena de responsabilidade civil e penal, a existência de outras ações reais e pessoais reipersecutórias, relativas ao imóvel, e de outros ônus reais incidentes sobre o mesmo. Lei Federal n° 9.514/97. 77. Além da propriedade plena, o que pode ser objeto da alienação fiduciária

    prevista na Lei 9.514/97? è Os bens enfitêuticos, o direito de uso especial para fins de moradia, o direito real de uso, desde que suscetível de alienação, bem como a propriedade superficiária também podem ser objeto da alienação fiduciária, conforme disposto no parágrafo 1º do art. 22. 78. É possível a intimação do devedor fiduciante por hora certa? Poderia falar sobre

    referida intimação? è É possível a intimação por ora certa, nos termos do disposto no § 3o-A da Lei 9.514/97. Conforme disposto em referido dispositivo, “quando, por duas vezes, o oficial de registro de imóveis ou de registro de títulos e documentos ou o serventuário por eles credenciado houver procurado o intimando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita motivada de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, retornará ao imóvel, a fim de efetuar a intimação, na hora que designar, aplicando-se

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    subsidiariamente o disposto nos arts. 252, 253 e 254 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil).” 79. Até que momento pode o devedor fiduciante pagar a dívida vencida, evitando a

    resolução do contrato? è O devedor pode pagar a dívida, compreendendo-se nesta as parcelas vencidas e as despesas, até a data da averbação da consolidação da propriedade fiduciária, hipótese em que convalescerá o contrato de alienação fiduciária. è Após a averbação da consolidação da propriedade, somente caberá ao devedor exercer o direito de preferência para aquisição do imóvel, conforme prescreve o art.27, § 2o-B, devendo pagar, neste caso, o valor da dívida, somado aos encargos e despesas, aos valores correspondentes ao imposto sobre transmissão inter vivos e ao laudêmio, se for o caso, pagos para efeito de consolidação da propriedade fiduciária no patrimônio do credor fiduciário, e às despesas inerentes ao procedimento de cobrança e leilão, incumbindo, também, ao devedor fiduciante o pagamento dos encargos tributários e despesas exigíveis para a nova aquisição do imóvel, de que trata este parágrafo, inclusive custas e emolumentos. 80. O contrato de financiamento imobiliário com pacto adjeto de alienação

    fiduciária pode prever que os litígios serão dirimidos por arbitragem? è Sim, já que o art. 34 da Lei 9.514/97 dispõe que “os contratos relativos ao financiamento imobiliário em geral poderão estipular que litígios ou controvérsias entre as partes sejam dirimidos mediante arbitragem, nos termos do disposto na Lei nº 9.307, de 24 de setembro de 1996.” 81. O contrato de alienação fiduciária pode ter por objeto bem que já pertence ao

    devedor? è Sim, nos termos da Súmula 28 do Superior Tribunal de Justiça: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor. 82. Ainda é possível a conversão da ação de busca e apreensão em ação de depósito? è É possível a conversão da ação de busca e apreensão em ação de depósito, mas não se considerará equiparado o devedor ao depositário infiel, vedando-se a sua prisão. Nesse sentido, jurisprudência do STJ: `RECURSO ESPECIAL. CIVIL. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. AÇÃO DE DEPÓSITO. CONVERSÃO. POSSIBILIDADE. PRISÃO CIVIL. IMPOSSIBILIDADE.

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    1 - Se o bem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, ao credor é permitido requerer seja convertido o pedido de busca e apreensão em ação de depósito (art.4º do Decreto-Lei nº 911, de 1º.10.1969). 2 - Consoante pacificado pela Corte Especial não se admite prisão civil decorrente de dívida oriunda de contrato de alienação fiduciária, dado que descabida, nesses casos, a equiparação do devedor à figura do depositário infiel. 3 - Recurso especial conhecido e parcialmente provido para autorizar a conversão da ação de busca e apreensão em ação de depósito. (STJ, REsp 604417 / MS, Relator(a) Ministro Fernando Gonçalves, Órgão Julgador T4 - QUARTA TURMA, Data do Julgamento 16/11/2004, Data da Publicação/Fonte DJ 06/12/2004 p. 330) Lei Federal n° 10.257/01. 83. O que é parcelamento compulsório do solo urbano? è O parcelamento compulsório é a obrigação urbanística que o proprietário tem de proceder ao parcelamento do solo do imóvel. O parcelamento compulsório é um dos institutos previstos no Estatuto da Cidade que permite ao Poder Público Municipal notificar o proprietário de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, para que promova parcelamento, edificação ou utilização compulsórios. è Lei 10.257/01. Art. 5°. Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação. § 1o Considera-se subutilizado o imóvel: I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente; II – (VETADO) Art. 6°. A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da notificação, transfere as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art. 5o desta Lei, sem interrupção de quaisquer prazos. 84. Quando se considera que o imóvel está subutilizado? Há algum ato a ser

    praticado no Registro de Imóveis quando o imóvel for caracterizado desta forma pelo Poder Executivo Municipal?

    è Art. 5o Lei municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a utilização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para implementação da referida obrigação. § 1o Considera-se subutilizado o imóvel: I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no plano diretor ou em legislação dele decorrente;

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    II – (VETADO) § 2o O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis. 85. Quais são os requisitos da usucapião especial de imóvel urbano? Joãozinho

    adquiriu um imóvel por esta usucapião, pode adquirir novamente? 86. è Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. § 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo continua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. 87. O que é direito de preempção? è É um instituto previsto no Estatuto da Cidade, por meio do qual o Poder Público municipal possui preferência na aquisição de imóvel urbano que venha a ser objeto de alienação onerosa entre particulares, desde que tais áreas estejam previstas em lei. è Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de alienação onerosa entre particulares. § 1o Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as áreas em que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de vigência, não superior a cinco anos, renovável a partir de um ano após o decurso do prazo inicial de vigência. § 2o O direito de preempção fica assegurado durante o prazo de vigência fixado na forma do § 1o, independentemente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.

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    88. Quando o direito de preempção será exercido pelo Poder Público Municipal? è Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: I – regularização fundiária; II – execução de programas e projetos habitacionais de interesse social; III – constituição de reserva fundiária; IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; VII – criação de unidades de conservação ou proteção de outras áreas de interesse ambiental; VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou paisagístico; IX – (VETADO) Parágrafo único. A lei municipal prevista no § 1o do art. 25 desta Lei deverá enquadrar cada área em que incidirá o direito de preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas por este artigo. 89. O que é outorga onerosa do direito de construir? è É um instituto previsto no Estatuto da Cidade, por meio do qual o plano diretor municipal poderá fixar áreas em que o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, desde que prestada uma contrapartida pelo beneficiário. è Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o direito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser prestada pelo beneficiário. § 1o Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamento é a relação entre a área edificável e a área do terreno. § 2o O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveitamento básico único para toda a zona urbana ou diferenciado para áreas específicas dentro da zona urbana. § 3o O plano diretor definirá os limites máximos a serem atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a proporcionalidade entre a infra-estrutura existente e o aumento de densidade esperado em cada área. 90. O que é operação urbana consorciada? è Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano diretor, poderá delimitar área para aplicação de operações consorciadas.

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    § 1o Considera-se operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo de alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental. § 2o Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas: I – a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrente; II – a regularização de construções, reformas ou ampliações executadas em desacordo com a legislação vigente. III - a concessão de incentivos a operações urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e que comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que reduzam os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design e de obras a serem contempladas. (Incluído pela Lei nº 12.836, de 2013) Lei Federal n° 10.931/04. 91. O que seria a LCI? Quem pode emiti-la? è A Letra de Crédito Imobiliário -LCI é título de crédito lastreado por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de coisa imóvel, conferindo aos seus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária nelas estipulados, podendo ser emitido por bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira de crédito imobiliário, pela Caixa Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo, companhias hipotecárias e demais espécies de instituições expressamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil. 92. Poderia falar sobre a CCI – Cédula de Crédito imobiliário? è A CCI é um título que representa um crédito imobiliário com pagamento parcelado. Referido título é emitido pelo credor, com o objetivo de facilitar e simplificar a cessão do crédito, já que a cessão pode ser feita mediante o endosso no próprio título, sem necessidade de uma formalização com um contrato de cessão. A CCI poderá ser integral, quando representar a totalidade do crédito, ou fracionária, quando representar parte dele, não podendo a soma das CCI fracionárias emitidas em relação a cada crédito exceder o valor total do crédito que elas representam.

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    93. Qual a diferença entre um CRI – Cerificado de Recebíveis Imobiliários e a LCI - Letra de Crédito Imobiliário?

    è Os Certificados de Recebíveis Imobiliários são títulos de crédito previstos pela Lei 9.514/97, lastreados em créditos imobiliários, tendo como função, assim como a Letra de Crédito Imobiliário, alavancar o setor imobiliário. è O CRI diferencia-se da LCI por ser de emissão exclusiva de companhias securitizadoras de recebíveis imobiliários, definidas como instituições não financeiras, constituídas sob a forma de sociedade por ações (Art. 6º O Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI é título de crédito nominativo, de livre negociação, lastreado em créditos imobiliários e constitui promessa de pagamento em dinheiro. Parágrafo único. O CRI é de emissão exclusiva das companhias securitizadoras). E a companhia securitizadora que transforma os créditos ligados aos contratos imobiliários em CRIs. 94. Poderia falar sobre a Cédula de Crédito Bancário? è Conforme disposto no art. 26 da Lei 10.931/04, a “Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, representando promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade. § 1º A instituição credora deve integrar o Sistema Financeiro Nacional, sendo admitida a emissão da Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição domiciliada no exterior, desde que a obrigação esteja sujeita exclusivamente à lei e ao foro brasileiros.” è A CCB é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível. Referido título, que pode ser emitido sob a forma escritural, sob a forma de lançamento em sistema eletronico de escrituração, pode ou não possuir garantia real ou fidejussória cedularmente constituída. 95. A Cédula de Crédito Bancária emitida no Brasil pode ter seu valor expresso em

    moeda estrangeira? è O art. 26, § 2º, da Lei 10.931/04 dispõe que a Cédula de Crédito Bancário em favor de instituição domiciliada no exterior poderá ser emitida em moeda estrangeira. Lei Federal n° 11.441/07. 96. Quais os requisitos para a lavratura de escritura pública de inventário e partilha? è Conforme o art. 1° da Lei 11.441/07, não pode haver testamento e todos os interessados devem ser capazes e concordes, estando eles assistidos por advogado comum ou advog