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46 Avances en Psicología Latinoamericana/Bogotá (Colombia)/Vol. 31(1)/pp. 46-61/2013/ISSNe2145-4515 Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura * Neuropsychological rehabilitation in patients with cerebral vascular damage: A systematic review of literature Rehabilitación neuropsicológica en pacientes con daño cerebral vascular: una revisión sistemática de la literatura MORGANA SCHEFFER ** Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil LIDIANE ANDREZA KLEIN *** Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil ROSA MARIA MARTINS ALMEIDA **** Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil Resumo Foi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados Web of Science, Pubmed e Bireme entre os anos de 2000 e 2011 através dos termos “reabilita- ção cognitiva e acidente vascular cerebral” e “cognitive rehabilitation and stroke”. Os resultados mostraram escassez de trabalhos sobre o tema na literatura inter- nacional e ausência de trabalhos na literatura nacional (brasileira), sendo incluídos no estudo 19 artigos, os quais relataram em sua maioria, reabilitação da lingua- gem, sendo explorados os ambientes virtuais para a reabilitação com metodologia breve e frequente, assim como, os programas mostraram ser eficazes às tarefas da vida diária, sugerindo sua validade ecológica. Conclui- -se que o processo de reabilitação precisa ser mais bem explorado, sistematizado e que as técnicas devem ser divulgadas e publicadas pela literatura científica. Palavras-chave: Reabilitação cognitiva, Acidente Vas- cular Cerebral, Processos básicos Abstract We performed a systematic literature review using the databases Web of Science, Pubmed and Bireme cover- ing the years 2000 to 2011, using the terms “reabilitação cognitiva e acidente vascular cerebral” and “cognitive rehabilitation and stroke”. The results showed a paucity of publications on this subject in the international and Brazilian national literatures. We identified only 19 articles, and these reported mostly language rehabilita- tion exploring virtual environments for rehabilitation with brief and infrequent description of the methodol- ogy. The programs showed to be effective in improving tasks of daily living, suggesting their ecologic validity. We concluded that the rehabilitation process needs to * Correspondência: Rosa Maria Martins de Almeida, Instituto de Psicologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600 - Bairro Santa Cecília, Porto Alegre - RS – Brasil, CEP 90035-003 - Fone:(51) 3308-5066 – Fax: (51) 3308-5470, e-mail: rosa_almei- [email protected] or [email protected] ** Maestra em Psicologia UFRGS, Instituto de Psicología-Universidade Federal do Rio Grande de Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600-Bairro Santa Cecília, Porto-RS-Brasil, CEP 90035-003, Telefone: (51) 9269-1719, e-mail: [email protected] *** Graduanda em Psicologia Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instituto de Psicología-Universidade Federal do Rio Grande de Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600-Bairro Santa Cecília, Porto-RS-Brasil, CEP 90035-003, Telefone: (51) 9269-1719,Telefone: (51) 9949-8430, e-mail: [email protected] **** Professora Adjunta do Instituto de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFR- GS), Porto Alegre,RS, Brazil. Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento.Pesquisadora de Produtividade do CNPq. Rua Ramiro Barcelos, 2600, Bairro Santa Cecília – Porto Alegre – RS – Brasil, Cep: 90035-5066, e-mail: [email protected] Para citar este artículo: Scheffer, M., Klein L. A. & Almeida, R. M. M. (2013). Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura. Avances en Psicología Latinoamericana, 31 (1), pp. 46-61.

Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular

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46 Avances en Psicología Latinoamericana/Bogotá (Colombia)/Vol. 31(1)/pp. 46-61/2013/ISSNe2145-4515

Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura*

Neuropsychological rehabilitation in patients with cerebral vascular damage: A systematic review of literature

Rehabilitación neuropsicológica en pacientes con daño cerebral vascular: una revisión sistemática de la literatura

MORGANA SCHEFFER**

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil

LIDIANE ANDREZA KLEIN***

Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Brasil

ROSA MARIA MARTINS ALMEIDA****

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil

ResumoFoi realizada uma revisão sistemática da literatura nas bases de dados Web of Science, Pubmed e Bireme entre os anos de 2000 e 2011 através dos termos “reabilita-ção cognitiva e acidente vascular cerebral” e “cognitive rehabilitation and stroke”. Os resultados mostraram escassez de trabalhos sobre o tema na literatura inter-nacional e ausência de trabalhos na literatura nacional (brasileira), sendo incluídos no estudo 19 artigos, os quais relataram em sua maioria, reabilitação da lingua-gem, sendo explorados os ambientes virtuais para a reabilitação com metodologia breve e frequente, assim como, os programas mostraram ser eficazes às tarefas da vida diária, sugerindo sua validade ecológica. Conclui--se que o processo de reabilitação precisa ser mais bem explorado, sistematizado e que as técnicas devem ser divulgadas e publicadas pela literatura científica.

Palavras-chave: Reabilitação cognitiva, Acidente Vas-cular Cerebral, Processos básicos

Abstract

We performed a systematic literature review using the databases Web of Science, Pubmed and Bireme cover-ing the years 2000 to 2011, using the terms “reabilitação cognitiva e acidente vascular cerebral” and “cognitive rehabilitation and stroke”. The results showed a paucity of publications on this subject in the international and Brazilian national literatures. We identified only 19 articles, and these reported mostly language rehabilita-tion exploring virtual environments for rehabilitation with brief and infrequent description of the methodol-ogy. The programs showed to be effective in improving tasks of daily living, suggesting their ecologic validity. We concluded that the rehabilitation process needs to

* Correspondência: Rosa Maria Martins de Almeida, Instituto de Psicologia - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600 - Bairro Santa Cecília, Porto Alegre - RS – Brasil, CEP 90035-003 - Fone:(51) 3308-5066 – Fax: (51) 3308-5470, e-mail: [email protected] or [email protected]

** Maestra em Psicologia UFRGS, Instituto de Psicología-Universidade Federal do Rio Grande de Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600-Bairro Santa Cecília, Porto-RS-Brasil, CEP 90035-003, Telefone: (51) 9269-1719, e-mail: [email protected]

*** Graduanda em Psicologia Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Instituto de Psicología-Universidade Federal do Rio Grande de Sul, Rua Ramiro Barcelos, 2600-Bairro Santa Cecília, Porto-RS-Brasil, CEP 90035-003, Telefone: (51) 9269-1719,Telefone: (51) 9949-8430, e-mail: [email protected]

**** Professora Adjunta do Instituto de Psicologia do Desenvolvimento e da Personalidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFR-GS), Porto Alegre,RS, Brazil. Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento.Pesquisadora de Produtividade do CNPq. Rua Ramiro Barcelos, 2600, Bairro Santa Cecília – Porto Alegre – RS – Brasil, Cep: 90035-5066, e-mail: [email protected]

Para citar este artículo: Scheffer, M., Klein L. A. & Almeida, R. M. M. (2013). Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura. Avances en Psicología Latinoamericana, 31 (1), pp. 46-61.

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Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura

be further explored and systematically analyzed and that the effective techniques should be disclosed and published in detail.Keywords: Cognitive rehabilitation, Stroke, Basic process

Resumen

Se realizó una revisión sistemática de la literatura en las bases de datos Web of Science, Pubmed y Bireme entre los años 2000 y 2011 a través de los términos “reabilitação cognitiva e acidente vascular cerebral” y “cognitive rehabilitation and stroke”. Los resultados mostraron escasez de trabajos sobre el tema en la litera-tura internacional y ausencia de trabajos en la literatura brasileña. En el estudio se incluyeron 19 artículos, los cuales relacionaron en su mayoría rehabilitación del lenguaje, siendo explorados los ambientes virtuales pa-ra la rehabilitación con metodología breve y frecuente. Los programas mostraron ser eficaces para las tareas de la vida cotidiana, lo que sugiere su validez ecológica. Se concluye que el proceso de rehabilitación debe ser mejor explorado, sistematizado y que las técnicas deben ser divulgadas y publicadas por la literatura científica.Palabras clave: rehabilitación cognitiva, accidente vas-cular cerebral, procesos básicos

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) pode causar prejuízos cognitivos e emocionais na memória e linguagem (Corbett, Jeferries, & Ralph, 2009), nas funções visuoespaciais, (Lima & Kaihami, 2001), nas funções executivas (Park, Yoon, & Rhee, 2011; Pohjasvaara et al., 2002), atenção (Rengachary, He, Shulman, & Corbetta, 2011) e, ainda alterações de humor (Terroni, Mattos, Sobreiro, Guajardo, & Fráguas, 2009). Após três meses do AVC, uti-lizando-se uma extensa bateria neuropsicológica em população clínica foi encontrado que 55 % dos pacientes tinham comprometimento em pelo menos um domínio cognitivo, 27 % apresentaram déficits cognitivos sem prejuízo da memória, 7 % com déficits somente na memória e 9 % prejuízos na memória e outros prejuízos cognitivos (Madureira, Guerreiro, & Ferro, 2001). Em relação aos aspec-tos emocionais a depressão parece ser o transtorno mais prevalente, dependendo da localização e la-teralidade da lesão (Terroni, Leite, Tinone, & Frá-

guas, 2003) e as alterações comportamentais mais evidentes ocorrem no comportamento compulsivo (Hashimoto, Hasegawa, Maki, & Tanaka, 1998), na falta de controle inibitório e no comportamento obsessivo-compulsivo (Oya, Sakurai, Takeda, Iwa-ta, & Kanazawa, 1997).

A gravidade da depressão está associada tam-bém, com o prejuízo funcional e cognitivo em todos os domínios. Geralmente, dependendo do tamanho da lesão, o perfil neuropsicológico dos pacientes com sintomas depressivos moderados e graves podem ser afetados, causando danos nos domínios de memória, visuopercepção e linguagem (Terroni et al., 2009). Dessa forma, a Neuropsicologia pro-porciona técnicas que possibilitam tratar as devi-das alterações, que são de extrema importância e estabelece quais dentre as ferramentas disponíveis são as mais adequadas para o objetivo que se de-seja alcançar no âmbito da reabilitação cognitiva e emocional (Noreña et al., 2010).

Prejuízos na cognição podem estar relacionados à má qualidade de vida a longo prazo em aciden-tes vasculares isquêmicos, entre esses, afetando as funções executivas (Oksala et al., 2009), então a reabilitação neuropsicológica se faz necessária. Indivíduos avaliados através de uma bateria de testes neuropsicológicos de memória, memória de trabalho, funções instrumentais e executivas, seis meses após o primeiro AVE apresentaram correla-ção significativa entre os prejuízos cognitivos, o funcionamento social e a qualidade de vida (Hom-mel, Miguel, Naegele, Gonnet, & Jaillard, 2009).

A reabilitação cognitiva é considerada um dos componentes da reabilitação neuropsicológica (Ávila & Miotto, 2002). Dentre suas funções, a reabilitação neuropsicológica abrange uma com-binação de psicoterapia, participação da famí-lia através de grupos, instruções terapêuticas aos pacientes, sendo sempre realizada dentro de um contexto multidisciplinar (Manzine & Pavarini, 2009). Avanços na área de reabilitação começaram a ocorrer somente após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, período no qual os pesquisadores e especialistas passaram a empregar esforços para compreender como os diferentes tipos de lesões influenciavam o comportamento humano e como se poderia remediá-los (Pontes & Hübner, 2008).

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Morgana Scheffer, Lidiane Andreza Klein, Rosa Maria Martins Almeida

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A Reabilitação Cognitiva identifica e guia ne-cessidades e objetivos individuais, no qual esse processo relaciona estratégias para obter novas in-formações ou mecanismos compensatórios, como o uso da memória (Clare & Woods, 2008). Com relação aos pacientes acometidos pelo AVC, os ob-jetivos de reabilitação são: prevenir complicações; recuperar ao máximo as funções cerebrais com-prometidas pelo AVC, que podem ser temporárias ou permanentes; devolver o paciente ao convívio social, tanto na família quanto no trabalho, reinte-grando-o com a melhor qualidade de vida possível (Damiani & Yokoo, 2002). Após estágio agudo do evento neurológico, ou seja, quando as medidas terapêuticas são focadas em “prolongar vidas”, um número significativo de pacientes são vítimas de conseqüências do dano cerebral a longo prazo (Kor-zetkowska et al., 2010). Esses prejuízos funcionais exigem atenção de um especialista, entretanto, o número de pacientes com informações suficien-tes a respeito de seus recursos e possibilidade de tratamento é escasso. Aproximadamente 10 % dos indivíduos que sofreram um AVC ficam totalmente incapazes; somente em 30 % é recuperada a função neurológica anterior apresente um risco de recidiva de 20 % (Azeredo & Matos, 2003).

A partir do exposto acima, este estudo teve como objetivo realizar uma revisão exaustiva da literatura a qual permita abranger os diferentes programas de reabilitação neuropsicológica, bem como, as ferramentas utilizadas em tais programas. Para tanto, foi feita uma revisão sistemática da lite-ratura científica, a respeito de programas de reabili-tação cognitiva realizados em pacientes adultos que sofreram lesão vascular como o AVC e as devidas técnicas utilizadas na reabilitação de tais funções.

Método

Foi realizada uma busca de artigos científicos nas bases de dados com publicações nacionais e inter-nacionais na área da saúde: Bireme, Web of Science e Pubmed, abrangendo o período de 2011 a 2000. Para tanto, utilizaram-se os descritores conexos através de “e” (and): reabilitação cognitiva (cog-nitive rehabilitation); acidente vascular cerebral

(stroke). Palavras relacionadas aos termos de busca não foram incluídas.

O material selecionado seguiu os seguintes cri-térios de inclusão: (a) estudos com dados empíricos como modalidade de produção científica; (b) po-pulação adulta como participantes; (c) dados com humanos; (d) ano de publicação entre 2000 e 2011. A partir destes critérios, foi realizada uma leitura preliminar dos resumos encontrados, sendo que os trabalhos originais dos resumos selecionados fo-ram buscados, quando disponíveis. Foi feita uma leitura analítica dos artigos identificando a amostra estudada, o método e os resultados.

Resultados

A pesquisa ocorreu em três bases de dados de estu-dos científicos, uma nacional e duas internacionais. Foram incluídos artigos de metodologia científica e dados empíricos, em inglês. Ressalta-se que um total de 19 artigos na íntegra foram incluídos na presente revisão. Observou-se que seis artigos foram encontrados em ambas as bases de dados internacionais. Na Figura 1, há detalhes sobre os passos da busca e na Tabela 1 estão expostos os resultados da pesquisa.

BIREME Web of Science

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Pubmed

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Critérios de inclusão Critérios de inclusão Critérios de inclusão

3

Objetivos do estudo Objetivos do estudo Objetivos do estudo

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Figura 1. Passos da busca de artigos científicos nas bases de dados Bireme, Web of Science e Pubmed entre os anos de 2000 a 2011.

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e lin

guag

em, e

co

ntro

le. I

dade

méd

ia; G

rupo

m

úsic

a: 5

6,1±

9,6

anos

; G

rupo

ling

uage

m: 5

9,3±

8,3

anos

; Gru

po c

ontro

le: 6

1,5±

8 an

os; M

aior

ia d

os g

rupo

s ap

rese

ntou

nív

el m

édio

de

esco

larid

ade.

Funç

ões e

xecu

tivas

, m

emór

ia, a

tenç

ão su

sten

tada

, flu

ênci

a ve

rbal

, cog

niçã

o vi

suoe

spac

ial,

cogn

ição

m

usic

al, h

umor

, e q

ualid

ade

de v

ida,

e d

epre

ssão

.

Os g

rupo

s de

mús

ica

e lin

guag

em o

uvira

m m

úsic

as

auto

ssel

ecio

nada

s de

sua

pref

erên

cia

ou li

vros

de

áudi

o,

resp

ectiv

amen

te, e

nqua

nto

o gr

upo

cont

role

não

rece

beu

nenh

um m

ater

ial d

e áu

dio.

Ant

es

de in

icia

r as i

nter

venç

ões,

duas

cu

rtas p

arte

s mus

icai

s e d

ois

poem

as d

e va

lênc

ia n

egat

iva

e de

val

ênci

a po

sitiv

a fo

ram

ap

rese

ntad

os a

os p

artic

ipan

tes.

Doi

s mes

es, u

ma

hora

di

ária

de

trein

amen

to. O

s pa

rtici

pant

es fo

ram

ava

liado

s no

s trê

s e se

is m

eses

apó

s in

ício

das

inte

rven

ções

A m

emór

ia v

erba

l, m

emór

ia

de tr

abal

ho, e

ate

nção

, lin

guag

em e

funç

ões

exec

utiv

as m

elho

rara

m

sign

ifica

tivam

ente

em

am

bos

os g

rupo

s, de

ntre

gru

pos.

No

grup

o de

mús

ica,

os e

feito

s fo

ram

sign

ifica

tivos

no

hum

or

depr

imid

o e

conf

uso

nos d

ois

mom

ento

s da

aval

iaçã

o.

Sinotte e Coelho (2007).

Inve

stig

ar a

efic

ácia

do

trata

men

to c

ogni

tivo

nas

com

petê

ncia

s lin

guís

ticas

, ex

amin

ando

a in

fluên

cia

do

trein

amen

to d

a at

ençã

o di

reta

na

s difi

culd

ades

de

leitu

ra

leve

apó

s afa

sia.

Mul

her,

60 a

nos,

AVC

he

mor

rági

co fr

onta

l. C

ontro

le:

mul

her,

66 a

nos,

sem

an

tece

dent

es n

euro

lógi

cos.

Afa

sia,

com

pree

nsão

de

leitu

ra, a

tenç

ão e

m a

tivid

ades

di

ária

s.

Os p

roce

dim

ento

s par

a tra

tam

ento

foi c

om b

ase

no

Que

stio

nário

de A

tenç

ão II

. O

inst

rum

ento

é c

ompo

sto

por

estím

ulos

sim

ples

e c

ompl

exos

da

ate

nção

. Os e

stím

ulos

são

audi

tivos

e v

erba

is c

om u

m

únic

o nú

mer

o, le

tras i

sola

das,

pala

vras

, e se

quên

cia

de

núm

eros

.

Cin

co se

man

as, e

m 1

6 se

ssõe

s.R

evel

ou g

anho

s mod

esto

s na

taxa

de

leitu

ra e

com

pree

nsão

.

ViFFVitali et al. (2007).

Exam

inar

os c

orre

lato

s ne

urob

ioló

gico

s do

dese

mpe

nho

na n

omea

ção

de

imag

em.

Um

indi

vídu

o af

ásic

o, c

om

tem

po d

e le

são

de 4

8 m

eses

e

com

52

anos

.

Map

eam

ento

cer

ebra

l por

re

sson

ânci

a m

agné

tica

dura

nte

nom

eaçã

o.

Fora

m se

leci

onad

as im

agen

s pa

dron

izad

as d

e ob

jeto

s co

ncre

tos,

que

o in

diví

duo

teve

qu

e no

mea

r. M

etad

e da

s im

agen

s fo

ram

usa

das c

omo

trein

amen

to

e ou

tra m

etad

e co

mo

cont

role

. Tr

eina

men

to fo

noló

gico

inic

iou

após

um

pré

-trei

nam

ento

com

pi

stas

que

era

m sí

laba

s ini

ciai

s de

pal

avra

s e in

serç

ão d

e se

guin

tes s

ílaba

s até

com

plet

ar

50%

das

pal

avra

s, co

rret

amen

te.

Dia

riam

ente

, em

sess

ões

de

uma

hora

por

qua

tro

sem

anas

.

Nom

eaçã

o de

figu

ras e

stev

e as

soci

ada

com

ativ

açõe

s no

giro

pré

-cen

tral d

ireito

, no

giro

fron

tal i

nfer

ior d

ireito

, no

giro

fron

tal m

édio

, e n

a ín

sula

dire

ita e

no

prec

uneu

s es

quer

do. E

stra

tégi

as

fono

lógi

cas p

odem

mel

hora

r a

nom

eaçã

o, a

nter

iorm

ente

pr

ejud

icad

a e

indu

zir a

re

orga

niza

ção

cere

bral

.

Westerberg et al. (2007).

Exam

inar

os e

feito

s de

um

trein

o co

mpu

tado

rizad

o da

m

emór

ia d

e tra

balh

o em

in

diví

duos

com

AV

C.

18 p

artic

ipan

tes e

ntre

um

e

três a

nos a

pós o

AV

C.M

aior

ia

apre

sent

ou p

rimei

ro e

pisó

dio

no p

erío

do c

rôni

co d

a le

são.

Idad

e m

édia

de

54±7

,7 a

nos.

Méd

ia d

e es

cola

ridad

e: 1

2± 3

an

os d

e es

tudo

.

Mem

ória

ver

bal e

vi

suoe

spac

ial,

cont

role

in

ibitó

rio, r

esol

ução

de

prob

lem

as, a

pren

diza

gem

, ra

cioc

ínio

não

ver

bal,

e fu

ncio

nam

ento

cog

nitiv

o na

vi

da d

iária

.

Trei

nam

ento

com

puta

doriz

ado

em v

ária

s tar

efas

de

mem

ória

de

traba

lho,

tais

com

o: re

prod

ução

de

um

a se

quên

cia

de lu

zes,

indi

caçã

o de

núm

eros

em

ord

em

inve

rsa,

iden

tifica

ção

de p

osiç

ão

de le

tras e

m u

ma

sequ

ênci

a de

pa

lavr

as e

de

pseu

dopa

lavr

as, e

de

pse

udop

alav

ras.

Cin

co d

ias p

or se

man

a ao

lo

ngo

de c

inco

sem

anas

, com

du

raçã

o de

apr

oxim

adam

ente

40

min

utos

.

Apó

s um

ano

do

AVC

, o

trein

amen

to si

stem

átic

o da

mem

ória

de

traba

lho

mel

horo

u si

gnifi

cativ

amen

te a

m

emór

ia e

a a

tenç

ão.

Page 6: Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular

Avances en Psicología Latinoamericana/Bogotá (Colombia)/Vol. 31(1)/pp. 46-61/2013/ISSNe2145-4515 51

Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura A

utor

Obj

etiv

osA

mos

traFu

nção

/ D

omín

io

Mét

odo

Inte

nsid

ade

Res

ulta

dos

Vallat et al. (2005).Av

alia

r um

pro

gram

a de

re

abili

taçã

o da

mem

ória

de

traba

lho

verb

al.

Cas

o ún

ico,

hom

em, 5

3 an

os,

mas

culin

o, p

ós-g

radu

ado.

AV

C lo

bo te

mpo

ral e

sque

rdo.

Mem

ória

de

traba

lho,

m

emór

ia d

e lo

ngo

praz

o,

aten

ção,

e a

tivid

ades

da

vida

di

ária

.

Oito

tare

fas d

ifere

ntes

fora

m

usad

as, e

nvol

vend

o tre

inam

ento

, ar

maz

enam

ento

e p

roce

ssam

ento

de

com

pone

ntes

de

mem

ória

de

trab

alho

ver

bal,

tais

com

o:

reco

nstru

ção

de p

alav

ras,

sole

traçã

o,e

clas

sific

ação

de

pala

vras

.

Três

sess

ões d

e um

a ho

ra d

e du

raçã

o,

dura

nte

seis

se

man

as.

Mel

hora

est

atis

ticam

ente

si

gnifi

cativ

a fo

i enc

ontra

da

para

as m

edid

as a

lvo

e pa

ra a

s ha

bilid

ades

da

vida

diá

ria.

Hatfield et al. (2005).

Des

crev

er o

u ca

ract

eriz

ar

algu

ns a

spec

tos b

ásic

os d

a pr

átic

a SL

P (s

peec

h-la

ngua

ge

path

olog

y) e

os e

feito

s das

at

ivid

ades

esp

ecífi

cas S

LP e

m

um su

bgru

po d

e in

diví

duos

se

m d

iagn

óstic

o de

afa

sia.

397

indi

vídu

os c

om A

VC

, co

m m

edid

a de

inde

pend

ênci

a fu

ncio

nal n

os n

ívei

s de

um

a ci

nco,

inte

rnad

os e

m c

inco

ho

spita

is d

e re

abili

taçã

o.

Res

oluç

ão d

e pr

oble

mas

, m

emór

ia, f

ala,

exp

ress

ão

verb

al, c

ompr

eens

ão a

uditi

va

e es

crita

, orie

ntaç

ão, e

at

ençã

o.

As a

tivid

ades

fora

m d

ivid

idas

em

cate

goria

s cog

nitiv

a e

lingu

ístic

a.

Ativ

idad

es c

ompl

exas

de

níve

l co

gniti

vo e

ling

uíst

ico

méd

io

fora

m a

s de

mai

or d

eman

da

do p

acie

nte

ou m

ais a

bstra

tos:

ve

rbal

e e

scrit

a au

ditiv

a,

expr

essã

o e

com

pree

nsão

da

leitu

ra, m

emór

ia e

pra

gmát

ica.

D

e al

to n

ível

fora

m: h

abili

dade

s de

func

iona

men

to e

xecu

tivo,

re

solu

ção

de p

robl

emas

e

raci

ocín

io.

Méd

ia d

e 16

,4 se

ssõe

s de

SLP,

dur

ante

um

a m

édia

de

11,

4 di

as, c

onsu

min

do

apro

xim

adam

ente

602

m

inut

os.

Os r

esul

tado

s sug

erira

m q

ue

o us

o de

alto

nív

el c

ogni

tivo

e de

ativ

idad

es li

ngüí

stic

as d

o SL

P c

ompl

exo,

no

iníc

io d

a in

tern

ação

do

paci

ente

pod

e re

sulta

r em

um

a pr

átic

a m

ais

efica

z e

mel

hore

s res

ulta

dos,

inde

pend

ente

men

te d

o ní

vel

func

iona

l do

paci

ente

da

grav

idad

e da

com

unic

ação

na

adm

issã

o.

O’Connor, Cassidy, e Delargy (2005).

Exam

inar

o im

pact

o de

um

pr

ogra

ma

de re

abili

taçã

o m

ultid

isci

plin

ar n

as

capa

cida

des f

ísic

as e

co

gniti

vas,

e qu

alid

ade

de

vida

apó

s o A

VC

.

50 in

diví

duos

apó

s prim

eiro

ev

ento

de A

VC

. Ida

de m

édia

de

55

anos

.

Inde

pend

ênci

a em

ativ

idad

es

diár

ias,

o ex

ame

do e

stad

o m

enta

l, e

qual

idad

e de

vid

a.

Cad

a in

diví

duo

teve

inte

rven

ções

te

rapê

utic

as d

e ac

ordo

com

suas

ne

cess

idad

es: f

ísic

as, c

ogni

tivas

, lin

guís

ticas

, e d

efici

ênci

as

sens

oria

is, c

om e

quip

e m

ultid

isci

plin

ar. P

artic

ipan

tes

reco

ntar

am h

istó

rias e

m a

mba

s as

mod

alid

ade

de re

abili

taçã

o e

o ní

vel d

e sa

tisfa

ção

foi a

valia

do.

15 m

eses

, com

dua

s a tr

ês

hora

s de

tera

pia

diár

ia

indi

vidu

aliz

ada.

Este

est

udo

docu

men

tou

as

mel

horia

s nas

hab

ilida

des

físic

as e

cog

nitiv

as, e

qu

alid

ade

de v

ida

na a

mos

tra

de in

diví

duos

em

reab

ilita

ção.

Georgiadis, Brennan, Barker, e Baron (2004).

Med

ir o

dese

mpe

nho

de

adul

tos e

m p

rogr

amas

de

reab

ilita

ção

atra

vés d

e vi

deoc

onfe

rênc

ia e

mét

odo

face

-a-f

ace.

14 in

diví

duos

com

AV

C

no h

emis

fério

dire

ito e

14

indi

vídu

os c

om A

VC

no

hem

isfé

rio e

sque

rdo

de in

ício

re

cent

e.

--

-H

ouve

alto

nív

el d

e sa

tisfa

ção

com

o m

étod

o de

vi

deoc

onfe

rênc

ia.

Keren et al. (2004).

Aval

iar a

efic

ácia

da

reab

ilita

ção

na in

tern

ação

pa

ra o

pós

-AV

C, e

exa

min

ar a

re

laçã

o en

tre a

inte

nsid

ade

das

tera

pias

e d

o es

tado

func

iona

l na

alta

.

50 in

diví

duos

com

prim

eiro

ep

isód

io d

e AV

C e

méd

ia d

e 14

dia

s apó

s o e

vent

o. Id

ade

entre

39-

83 a

nos.

Res

oluç

ão d

e pr

oble

mas

, m

emór

ia, e

xpre

ssão

esc

rita

e or

al, c

ompr

eens

ão a

uditi

va

e ve

rbal

, pro

duçã

o do

di

scur

so, g

estã

o fin

ance

ira,

com

unic

ação

, ate

nção

, or

ient

ação

, e c

omun

icaç

ão

gest

ual.

Os i

ndiv

íduo

s for

am

mon

itora

dos s

eman

alm

ente

qu

anto

a in

tens

idad

e da

s ter

apia

s fís

ica,

ocu

paci

onal

, e d

a fa

la.

Dia

riam

ente

, por

11

dias

, co

m u

nida

des d

e es

tímul

os

varia

dos p

or d

ia.

Mai

or n

ível

mot

or n

o m

omen

to d

a al

ta fo

i ass

ocia

do

com

idad

e m

ais j

ovem

, com

o

níve

l cog

nitiv

o, e

rece

bim

ento

de

tera

pia

da fa

la. M

aior

nív

el

cogn

itivo

foi a

ssoc

iado

com

m

enor

inte

rval

o na

adm

issã

o e

inte

nsa

tera

pia

ocup

acio

nal.

Page 7: Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular

Morgana Scheffer, Lidiane Andreza Klein, Rosa Maria Martins Almeida

52 Avances en Psicología Latinoamericana/Bogotá (Colombia)/Vol. 31(1)/pp. 46-61/2013/ISSNe2145-4515

Aut

orO

bjet

ivos

Am

ostra

Funç

ão /

Dom

ínio

M

étod

oIn

tens

idad

eR

esul

tado

sBode, Heineman, Semik, e

Mallinson (2004).

Aval

iar a

impo

rtânc

ia re

lativ

a do

foco

na

tera

pia,

inte

nsid

ade

e te

mpo

de

perm

anên

cia

cont

rola

ndo

a gr

avid

ade

do

AVC

.

198

indi

vídu

os a

pós p

rimei

ro

even

to is

quêm

icos

send

o 13

7 no

per

íodo

agu

do d

a le

são.

Id

ade

méd

ia d

e 68

,6±1

2,3

anos

.

Res

oluç

ão d

e pr

oble

mas

, m

emór

ia, o

rient

ação

, ate

nção

, e

conc

entra

ção.

Fora

m re

aliz

adas

tare

fas

cogn

itiva

s tai

s com

o: o

rient

ação

, co

mpr

eens

ão a

uditi

va e

de

leitu

ra, e

xpre

ssão

ora

l, at

ençã

o, m

emór

ia, r

esol

ução

de

prob

lem

as, c

omun

icaç

ão g

estu

al

e pr

agm

átic

a, m

anip

ulaç

ão

de d

inhe

iro, e

com

unic

ação

fu

ncio

nal.

-A

gra

vida

de d

o co

mpr

omet

imen

to d

a co

gniç

ão n

o m

omen

to d

a ad

mis

são

fora

m p

redi

tore

s si

gnifi

cativ

os p

ara

os e

scor

es

de m

udan

ça re

sidu

al.

Schindler, Kerkhoff, Karnath, Keller, e Goldenberg (2002).

Aval

iar s

e a

vibr

ação

m

uscu

lar d

o pe

scoç

o é

uma

técn

ica

efet

iva

na re

abili

taçã

o da

neg

ligên

cia

com

efe

itos

bené

ficos

dur

adou

ros.

17 in

diví

duos

com

lesã

o ce

rebr

al n

o he

mis

fério

dire

ito

com

tem

po d

e le

são

entre

doi

s e

13 m

eses

.Id

ade

entre

30

e 78

ano

s. Es

cola

ridad

e en

tre o

ito e

16

anos

.

Expl

oraç

ão e

dis

crim

inaç

ão

visu

al e

difi

culd

ades

em

ta

refa

s da

vida

diá

ria

rela

cion

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Observou-se que as funções cognitivas traba-lhadas com maior frequência em programas de reabilitação foram memória, funções executivas, compreensão e linguagem escrita. Tais domínios cognitivos foram relacionados ao progresso no desempenho em atividades da vida diária, como é possível verificar na maioria dos estudos que se propuseram a avaliar tais variáveis como Pyun et al. (2009), Sinotte e Coelho (2007), Vallat et al. (2005), Schindler, Kerkhoff, Karnath, Keller, e Goldenber (2002), e van Heugten, Dekker, Deel-man, Stehmann-Saris, e Kinebanian (2000).

Em relação ao método utilizado, observou-se o uso da realidade virtual em alguns estudos através da exploração de ambientes virtuais. Tais ambientes se mostraram satisfatórios quanto ao desempenho em atividades da vida diária (AVD), entretanto, intervenções baseadas na terapia ocupacional mul-tidisciplinar também se mostrou eficaz para as AVDs. Esta última utilizou-se do computador sem interação direta e do treinamento, armazenamento e processamento de funções como memória de traba-lho. Foi possível observar ainda, algumas técnicas tais como: treino cognitivo e estratégias compen-satórias, sendo que alguns estudos não definiram suas intervenções.

Alguns estudos falharam quanto à descrição mais detalhada das técnicas utilizadas durante a reabilitação, entretanto, percebeu-se o uso de perí-odos curtos e de alta frequência na maioria deles. O tempo variou de 10 dias a 15 semanas, com nú-mero de sessões que variaram de um a sete vezes por semana, com duração mínima de 40 minutos e máxima de duas horas, sendo que a maior parte dos estudos relatou resultados satisfatórios, com uma exceção que não mostrou benefícios em longo prazo. Um estudo apenas (Gourlay, Lun, & Liya, 2000) não descreveu o tempo e número de sessões da reabilitação.

Características de validade ecológica foram verificadas em intervenções adaptadas à casa do paciente submetido à reabilitação, em interação direta com os familiares, assim como, em interven-ções onde o próprio paciente optava pelo material a ser utilizado com base em sua preferência, fami-liaridade e necessidade e, de atividades voltadas para o âmbito social como nos estudos de Pyun et

al. (2009), Rand et al. (2010), Rand, Weiss, e Katz (2009), O’Connor, Cassidy, e Delargy (2005), Gourlay et al. (2000) e van Heugten et al. (2000). A satisfação do paciente quanto ao método utilizado na reabilitação foi considerada apenas no estudo de Georgiadis, Brennan, Barker, e Baron (2004).

Em relação às emoções, foi observado um nú-mero reduzido de artigos que verificaram tais as-pectos durante o trabalho de reabilitação, sendo apenas o estudo de Särkämo et al. (2008). Este estudo apresentou melhoras no humor deprimido dos pacientes concomitante à melhora na memória verbal e atenção concentrada. Importante relatar que a maioria dos estudos reabilitou pacientes em período crônico após o AVC, sendo que pouco de-les a amostra foi constituída por pacientes na fase inicial da lesão vascular.

Discussão

Através da busca nas bases de dados, observou-se que não há, na literatura brasileira, trabalhos sobre a reabilitação cognitiva e AVC. Tal fato pode ser devido a limitações quanto ao conhecimento dos prejuízos causados pelo AVC a nível social, cog-nitivo e emocional (Hommel et al., 2009), somado ao crescente interesse na reabilitação de indivíduos com doenças degenerativas (Manzine & Pavarini, 2009). Ainda há necessidade de encontrar o tipo e intensidade de reabilitação que traga resultados e benefícios ideais à essa população neurológica (Fuhrer, 2003).

Na literatura internacional, os trabalhos são escassos e 11 de 19 descreveram as técnicas uti-lizadas. Os sobreviventes do AVC, geralmente, se deparam com incapacidades residuais tais como: dificuldades motoras, sensoriais, na linguagem e cognitivas como memória, por exemplo. A cur-va que representa a trajetória da recuperação das funções físicas e cognitivas afetadas pelo AVC atinge um platô aproximadamente seis meses após o episódio, período no qual o AVC é considera-do crônico. Num período que varia de um mês a dois anos após o AVC, os sobreviventes podem sofrer deterioração da funcionalidade, melhorar ou permanecer estabilizados na condição inicial (Skilbeck, 1996). Os achados do presente estudo

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Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura

corroboram com tais dados, os quais foram possí-veis verificar estudos que realizaram intervenções no período agudo da lesão, e também, relataram que o nível de comprometimento na admissão de programas de reabilitação está relacionado à me-lhora no desempenho cognitivo, sendo que apenas um não mostrou tal relação.

Entre os estudos encontrados, foram observados programas de reabilitação através da exploração de ambientes virtuais, sendo alcançado um nível de desempenho satisfatório nas atividades da vida diária (AVD) por meio dos recursos virtuais, dados estes corroborados pelo estudo de Laver, George, Thomas, Deutsch, e Crotty (2011). Esses resultados indicam que a realidade virtual lida com tarefas de validade ecológica, as quais são de grande efetivi-dade para o dia-a-dia dos pacientes e proporciona o reaprendizado de domínios funcionais específi-cos (Zhang et al., 2002). Os ganhos adquiridos nos programas de reabilitação, transferidos, em sua maioria à vida do paciente, de fato, proporcionam vantagens de uso, pois fornecem maior motivação ao usuário (Walker, Leonardi-Bee, & Bath, 2004). Recursos que auxiliam na compreensão de objetos ou situações abstratas, permitem a observação de cenas em diferentes distâncias encorajando assim, a participação ativa de quem o manipula (Cardoso et al., 2004).

Progressos no desempenho das AVDs da mesma forma foram observados em estudos que utiliza-ram o método da terapia ocupacional, de origem multidisciplinar, com tarefas utilizando a tela do computador, porém, sem interação direta, e com treinamento, armazenamento e processamento de funções como memória de trabalho verbal. Tarefas voltadas ao cotidiano do paciente são de extrema importância considerando que o objetivo é alcançar o retorno a vida independente, as atividades diárias como retorno à atividade laboral, aos estudos e a administração de recursos (Spooner & Pachana, 2006). Tais resultados poderão ser conquistados com a participação ativa da família (Manzine & Pavarini, 2009).

A reabilitação cognitiva deve ser funcional e ecologicamente válida baseada, principalmente, na combinação de estratégias compensatórias e trei-namentos (Bennett, 2001). Na presente revisão, a

maioria dos estudos que descreveu em maiores deta-lhes o método e técnicas empregadas na reabilitação trabalhou utilizando-se mais do treino cognitivo do que de estratégia compensatória. O treino cognitivo pode produzir efeitos importantes e de proteção no desempenho neuropsicológico em longo prazo (Va-lenzuela & Sachdev, 2009). Entretanto, é importante ressaltar que a finalidade de um estudo científico de dados empíricos requer uma metodologia breve, sendo que na clínica, os períodos tendem a estender--se, o que pode ter influência na maior utilização de alguns métodos e não de outros.

O objetivo da reabilitação cognitiva é a recupe-ração do paciente ao mais alto nível psicológico, físico e social possível, que ocorre através da esti-mulação cognitiva e da melhora na aprendizagem devido a repetições frequentes, uma vez que, as tarefas de repetição produzem mudanças neuro-nais alterando as sinapses e o número de conexões (Abrisqueta-Gomez & Santos, 2006). No único estudo que investigou correlatos neurobiológicos a partir do treino cognitivo (Vitali et al., 2007) foi mostrado efeitos positivos e uma possível indução a reorganização cerebral. Tal resultado sugere que paciente poderão se beneficiar de mudanças a ní-vel cerebral mesmo no período crônico da lesão. Em casos de maior gravidade, torna-se necessário o apoio de familiares até que o aprendizado seja unificado a rotina do paciente de maneira adequa-da (Santos, Figueiredo, & Teixeira, 2011). Prejuí-zos cognitivos, principalmente de linguagem e de funções executivas parecem estar estreitamente relacionados com o bom desempenho em tarefas da vida diária e participação em atividades sociais (Viscogliosi et al., 2011), também em fases crônicas da lesão (Novakovic-Agopian et al., 2011).

A utilização de baterias neuropsicológicas pos-sibilita uma análise mais apurada dos prejuízos cog-nitivos em pacientes após AVC. Na revisão realiza-da, foi possível observar programas de reabilitação voltados principalmente para a linguagem, funções executivas e memória, incluindo memória de tra-balho. Estudo de Passier et al. (2010) mostrou que de 111 indivíduos após AVC hemorrágico, 94.6 % deles relataram pelo menos uma queixa em seu desempenho cognitivo, como também, emocional as quais prejudicavam as AVDs. As queixas mais

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frequentes foram lentidão mental, memória de tra-balho e atenção, estando às questões emocionais re-lacionadas com o funcionamento cognitivo de tais funções. Este estudo está de acordo com algumas das funções cognitivas trabalhadas nos programas de reabilitação na presente revisão, assim como, reforça a influência das alterações emocionais e cognitivas nas atividades diárias, frequentemente estimuladas nos estudos de reabilitação.

Considerando os aspectos da linguagem, como por exemplo, a afasia, esta é considerada como o mais complexo distúrbio da fala após doenças cére-bro vascular. Na presente revisão, apesar de ter sido uma das funções que apareceu com maior frequên-cia, ainda, pouca atenção tem sido dada a paciente com distúrbios de linguagem, tanto de expressão como de compreensão, sendo que a maioria reali-zou estudos de caso. Parece que há uma escassez de estudos se propondo a reabilitar pacientes com dificuldades severas de linguagem, limitando-se apenas ao trabalho com distúrbios de nível leva a moderado utilizando-se do treino cognitivo e de altas frequências de exposição ao mesmo estímulo. Estudo com 52 pacientes diagnosticados afásicos (afasia global, afasia de Broca e anomia), após pri-meiro episódio de AVC apenas 11 receberam algum tratamento fonoaudiólogo após deixar o hospital, sendo que destes, após um ano, a afasia evoluiu para uma forma mais leve em um número signi-ficativo de pacientes (Klebic, Salihovic, Softic, & Salihovic, 2011). Tal dado indica que distúrbios de linguagem, como as afasias, podem ser tratados com intervenções adequadas e assim alcançar um resultado satisfatório e estável ao longo do tempo.

Os estudos revisados tem mostrado o trabalho individual de tal função sendo que progressos po-derão ser melhor alcançados com o trabalho inte-grado. Dessa forma, resultados mais significativos no desempenho cognitivo dos pacientes poderão ser percebidos quanto comparados a resultados de in-tervenções com foco mais individualizado, a partir de tarefas que abrangem de maneira mais especifica determinadas funções (Hatfield et al., 2005). Estu-do de Lambon, Snell, Fillingham, Conroy, e Sage (2010) mostrou que o efeito combinado de habili-dades cognitivas e linguísticas resulta em melhores resultados na reabilitação da anomia, sendo que o

estudo de Vitali et al. (2007) encontrado na presente revisão utilizou técnicas semelhante ao estudo aci-ma citado, também, com resultados satisfatórios. Os efeitos da música na linguagem no estudo de Särkämo et al. (2008) foram positivos, o que está de acordo com o estudo de Kim e Tomaino (2008) que mostrou progresso em indivíduos com afasia não-fluente através da terapia musical.

Outro aspecto importante é a intensidade do tra-tamento. Pesquisa tem mostrado que paciente com distúrbios de linguagem se beneficiam de tratamen-tos intensos, em torno de 5-10 horas por semana (Breitenstein et al., 2009). No presente estudo, foi possível observar que a reabilitação dos pacientes foi feita através de sessões diárias com duração de uma hora cada dia o que é considerado adequado ao estudo acima citado.

No início da reabilitação, o paciente deve en-frentar o trabalho integrado de multicomponentes, incluindo aspectos mentais e de tarefas de manipu-lação que parecem ter efeitos duradouros, podendo ser percebidos em longo prazo após término das intervenções. O uso de tarefas envolvendo, por exemplo, funções executivas como resolução de problemas, pode estar associadas a melhores resul-tados em expressão verbal e compreensão auditiva. Tal fato ocorre devido ao envolvimento do pensa-mento crítico, flexibilidade mental, integração de diversos componentes da informação, e manipula-ção mental na capacidade para resolver problemas (Roca et al., 2010). O sucesso na reabilitação das funções executivas, bem como, da memória de trabalho está relacionada ao envolvimento com as atividades diárias dos pacientes fazendo com que os mesmos se deparem com questões que de-mandem resolução e planejamento adaptados aos objetivos reais conforme evidenciado por Levine et al. (2011). Nos estudos encontrados na presente revisão, as intervenções objetivando reabilitar fun-ções executivas e memória de trabalho não foram voltadas a tarefas rotineiras e familiares ao indiví-duo como nos estudos de Westerberg et al. (2007) e Vallat et al. (2005), entretanto, os resultados foram satisfatórios.

Outra função cognitiva reabilitada foi a me-mória, principalmente verbal, que apareceu com frequência entre as funções reabilitadas na presente

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Reabilitação neuropsicológica em pacientes com lesão vascular cerebral: uma revisão sistemática da literatura

revisão através, principalmente, do treino cogni-tivo e do aprendizado de novas habilidades. Tal função geralmente é trabalhada com a utilização de estratégias compensatórias, sendo que os bene-fícios tendem a se manter ao longo do tempo. Estas estratégias geralmente estão relacionadas com a capacidade de o paciente funcionar de maneira in-dependente (Alladi, Meena, & Kaul, 2002; Gross & Rebok, 2011). Complementando os dados acima, sendo o AVC a principal causa de incapacidade a longo prazo, o objetivo da reabilitação é promover melhoras ao longo do tempo, minimizando defici-ências que se mantenham estáveis (Ifejika-Jones & Barrett, 2011).

Considerando a importância do número de epi-sódios, alguns estudos relataram reabilitar pacien-tes após o primeiro episódio de AVC, sendo que a maioria não descreveu tal dado. Esta variável se torna importante devido ao fato de que, múltiplos infartos cerebrais podem ocasionar quadros de de-mência vascular, principalmente, lesões na região cortical, como também, diminuição do desempe-nho cognitivo, como na memória e velocidade de percepção (Arvanitakis, Leurgans, Barnes, Ben-nett, & Schneider, 2011). Estes dados corroboram com a importância de se considerar as múltiplas ocorrências de AVC, assim como, sinais que in-diquem provável presença de quadro demencial para o delineamento adequado de um programa de reabilitação para essa população, como treino de memória, de atividades funcionais e facilitação do uso de estratégias compensatórias através de apoio externo paralelamente ao trabalho dos profissionais (Abrisqueta-Gomez & Ponce, 2006).

Apenas o estudo de Georgiadis et al. (2004) re-latou a satisfação dos pacientes quanto ao método utilizado, considerando tal variável fator impor-tante para o sucesso das intervenções e resultado final do programa de reabilitação cognitiva, sendo que isolamento social, ansiedade e depressão são frequentes em sobreviventes de dano cerebral (Gai-notti, 1993).

Considerações finais

O presente estudo reforça a importância em ganhos funcionais da reabilitação cognitiva após AVC. A

velocidade da recuperação e o grau de adaptação variam de indivíduo para indivíduo e dependem da gravidade das lesões e do engajamento em proces-sos de reabilitação eficientes. Em um programa de reabilitação, é preciso considerar o tipo de pato-logia, limitações funcionais relacionadas ao meio ambiente e aos aspectos pessoais apresentadas pelo paciente através de uma visão mais holística.

A expansão de estudos sobre tal tema torna-se essencial para o aprimoramento dos programas e divulgação das metodologias utilizadas para popu-lações específicas, como por exemplo, indivíduos vítimas de lesões neurológicas de origem vascular. Foram observados prejuízos, principalmente, rela-cionados à linguagem após lesão por AVC e uma crescente investigação de métodos virtuais no pro-cesso de reabilitação com o objetivo de transferir os ganhos do processo terapêuticos à vida diária. Grande parte dos estudos relatou progresso e resul-tados positivos após as intervenções, entretanto, a maioria dos pacientes teve suas limitações detecta-das e tratadas na fase aguda, sendo que muitos dos pacientes foram estimulados em período agudo, após primeiro episódio de AVC. A reabilitação cognitiva exige o envolvimento ativo do paciente, bem como de sua família ou indivíduos próximos, objetivando maior sucesso no desenvolvimento do programa de reabilitação voltado a rotina e espaços frequentados pelo paciente.

O presente estudo limitou-se as descrições “re-abilitação cognitiva e acidente vascular cerebral”, ou seja, buscou estudos bastante específicos e li-mitados a população após AVC.Estudos ainda são necessários para investigar modelos de reabilitação, com diferentes intensidades e metodologias, a fim de melhor abordar as técnicas mais utilizadas e de melhor resultados. Assim, poderá ser possível a ela-boração de protocolos específicos à reabilitação de tal população sempre considerando as característi-cas e estilos de vida particulares de cada indivíduo.

Referências

Abrisqueta-Gomez, J., & Ponce, C. S. C. (2006). Modelo de intervenção em reabilitação neuropsicológica do Serviço de Atendimento e Reabilitação ao Ido-so-SARI. In J. Abrisqueta-Gomez & F. H. Santos

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Morgana Scheffer, Lidiane Andreza Klein, Rosa Maria Martins Almeida

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Fecha de recepción: 1º de agosto de 2012Fecha de aceptación: 1º de octubre de 2012