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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI
FACULDADES IDEAU
REABILITAÇÃO PROTÉTICA TOTAL SUPERIOR E INFERIOR EM
PACIENTE IRRADIADO
OLIVEIRA, Lesiandra Ferraz de¹
PENNA, Adriano Paulo¹
RAHMEIER, Letícia Gauer¹
BORGHETTI, Vanessa Isabela²
LAGHI, Luiz Vittorio²
MELLO, Marcia Regina de²
PRESSI, Heloísa²
RECH, Márcio Eduardo Assi²
SASS, Alex Luis²
ZAIONS, Ana Paula D. R. E.²
NOGUEIRA, Audrea Dallazem²
¹ Discentes do Curso Odontologia, Nível VII 2017/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
² Docentes do Curso Odontologia, Nível VII 2017/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.
RESUMO: Reabilitar pacientes edêntulos totais devolve não apenas a função mastigatória, fonética, como
também a autoestima destes pacientes. A odontologia desempenha um importante papel nas diferentes fases
terapêuticas contra o câncer. O paciente irradiado sofre muitos efeitos colaterais, que influenciam diretamente na
qualidade de vida do mesmo, como mucosite, xerostomia que são consequências bucais comuns ao tratamento
radioterápico. No relato de caso apresentado, um paciente do gênero masculino, 60 anos, edêntulo total, com
sequelas de radioterapia, para tratamento de câncer na laringe e esôfago, veio em busca de reabilitação protética.
Foi realizada confecção de prótese total superior e inferior. Ao fim do tratamento, a prótese ficou em harmonia e
devolveu ao paciente a função, a estética e melhorou sua autoestima.
Palavras-chave: Prótese Total; Câncer Bucal; Radioterapia.
ABSTRACT: To rehabilitate total edentulous patients it returns not only the masticatory, phonetic function, but
also the self-esteem of these patients. Dentistry plays an important role in the different therapeutic phases against
câncer. The irradiated patient suffers many side effects, which directly influence their quality of life of the
patient, such as mucositis, xerostomia are common oral consequences to the radiotherapy treatment. In the case
report here presented, a male patient, 60 years old, with a total edentulous, with sequelae of radiotherapy, for the
treatment of cancer of the larynx and esophagus, came seeking for prosthetic rehabilitation. A superior and
inferior dentures was made. At the end of the treatment, the prosthesis was in harmony and returned to the
patient the function, the esthetics and improved their self-esteem.
Keywords: Dentures; Oral Cancer; Radiotherapy.
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1 INTRODUÇÃO
A doença câncer é multifatorial e exige uma abordagem multiprofissional, envolvendo
todas as áreas do conhecimento científico e profissional em conjunto, interagindo paciente e
cura, tendo uma grande redução no impacto que a doença causa nos pacientes. A radioterapia
tem influência não somente em células neoplásicas, onde as mesmas se reproduzem de
maneira desordenada, mas também em tecido sadio. Desta forma, reações adversas ao nível
sistêmico e na cavidade bucal estão normalmente associadas (VOLPATO, 2013).
Existem muitos efeitos colaterais em pacientes irradiados, como mucosite, xerostomia,
trismo, gengivite, que tem impacto direto na qualidade de vida do paciente, se visto por este
lado, a prevenção da saúde bucal aliada à reabilitação diminuem significativamente as
sequelas pós irradiação (EMMI et al., 2009).
A odontologia desempenha um papel importante nas diferentes fases terapêuticas
contra o câncer, seja na fase que antecede a cirurgia, em que uma avaliação prévia poderá
reduzir de forma efetiva complicações oriundas de processos infecciosos ou inflamatórios
crônicos, seja na prevenção das sequelas bucais que ocorrem durante e após o tratamento com
radioterapia (CARDOSO et al., 2005).
A reabilitação com prótese total em pacientes edêntulos totais, não apenas repõe os
dentes faltantes, mas também devolve a autoestima e com ela as condições mastigatórias,
fonéticas e de deglutição. Além disto, o exame clínico destes pacientes deve buscar a
avaliação miofuncional oral, identificando as alterações musculares que comprometem a
adaptação funcional das próteses totais (FELÍCIO & CUNHA, 2005).
A estética dental está cada vez mais em evidência, pacientes que usam prótese total
removíveis e também os que não a usam por vários motivos, buscam ter suas necessidades
atendidas, desde a escolha do dente, a cor, o tamanho. Deve-se respeitar sempre a opinião do
paciente nesse momento, suprindo a falta que os dentes lhe fazem (ZUIM et al., 2003).
Este trabalho teve por objetivo relatar um caso clínico de reabilitação protética total
superior e inferior - próteses totais removíveis - de um paciente edêntulo submetido à
radioterapia e quimioterapia. Este paciente apresenta quadro de xerostomia, disfagia e trismo,
em consequência aos tratamentos contra o câncer.
2 DESENVOLVIMENTO
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A perda dentária é um problema de saúde pública. Geralmente é atribuída à doença
periodontal e à cárie, que quando não solucionadas levam ao edentulismo. Com a reabilitação
bucal com próteses totais, tem se observado uma melhora na condição de vida do paciente
edêntulo, devolvendo a autoestima, fonética e o prazer de poder mastigar seu alimento,
aumentando o tônus muscular da região bucal (DIVARIS et al., 2012).
Pacientes que passaram por tratamentos com radiação podem desenvolver
complicações tardias, devido à incapacidade da radioterapia e a quimioterapia destruírem
apenas células afetadas sem lesionar as células normais, cada paciente responde de uma
maneira diferente aos efeitos nocivos da radiação. O cirurgião-dentista, nesse contexto, deve
acompanhar antes, durante e após o tratamento antineoplásico a fim de elaborar um plano
odontológico que condiz com a situação do paciente (PAIVA, 2010).
O câncer bucal é mais frequente em homens do que em mulheres. Etilismo e
tabagismo são fatores de risco determinantes para esse tipo de câncer. A disfagia, que é a falta
de alimentação de líquidos e/ou sólidos por via oral, acomente pacientes oncológicos, em
especial os de cabeça e pescoço, devido a proximidade com as estruturas que compõe a parte
deglutória, e muitas vezes persiste ao longo da vida. A capacidade mastigatória em muitos
casos também é afetada. Por muitas vezes os pacientes se alimentam via sonda enteral
(jejunostomia), e por via oral apenas líquidos em pequenas quantidades (CARRERA et al.,
2017).
A saúde dental do paciente em tratamento quimioterápico sofre danos e dependendo a
idade do paciente esses danos podem ser maiores. Pacientes imunodeprimidos, com saúde
debilitada e o psicológico abalado também contribuem para a severidade do processo.
Mucosite, trismo, xerostomia, perda do paladar, osteoradionecrose, disfagia, gengivite, cárie
de radiação, dores na ATM, mau-hálito são os fatores que tendem a surgir durante e após o
tratamento (LAURINDO JUNIOR et al., 2013).
A mucosite é uma complicação comum e muitas vezes debilitante do tratamento do
câncer, tendo um efeito mais agudo. O tratamento desorganiza a estrutura celular doente, bem
como as estruturas sadias, causando em toda a mucosa oral alterações que variam desde áreas
eritematosas até fibrono-purulentas com potencial para infecção. É uma condição
particularmente angustiante e dolorosa decorrente de danos ao revestimento da mucosa oral.
Pode impedir ou dificultar a alimentação correta do paciente, agravando o seu quadro geral.
Apresenta como eritema oral generalizado, dor, hemorragia e ulceração. Os sintomas da
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mucosite podem ocorrer durante a segunda ou terceira semana de radioterapia, eles são
comuns, temporários e diminuem gradualmente dentro de duas ou três semanas após terminar
o tratamento (JAWAD et al.,2015).
A cárie de radiação não é efeito direto da radiação e sim secundário à xerostomia, que
destrói a coroa expondo a raiz do dente, decorrente da diminuição salivar. Já a
osteorradionecrose é um dos efeitos mais severos pós irradiação que afetam o osso, o qual
torna-se hipóxico, hipovascular e hipocelular. Pacientes com esta condição tem dor intratável,
perfuração cortical, formação de fístula, ulceração superficial e podem ocorrer fraturas
(CORREA, 2016).
A xerostomia, ou “boca seca”, pode ser decorrente de certas doenças ou ser uma
reação adversa a alguns medicamentos. Entre os pacientes irradiados na região de cabeça e
pescoço, é uma das mais frequentes queixas. Os pacientes com xerostomia queixam-se de
desconforto bucal, perda do paladar, dificuldades na fala e deglutição. O desenvolvimento da
sintomatologia indicativa de xerostomia decorrente da radioterapia geralmente é observado na
primeira semana de aplicação, tendendo a se tornar mais intensa no decorrer do tratamento. A
queixa de boca seca pode perdurar de meses a anos no período pós-radioterapia (NETO &
SUGAYA, 2004; JHAN & FREIRE, 2006).
O fluxo salivar normal sempre estará proporcional à saúde bucal do indivíduo, sendo
que a saliva exerce a função de manutenção das condições fisiológicas orais normais. Ela
protege a mucosa oral, e principalmente, em pacientes edêntulos, auxilia na retenção de
próteses totais. A quantidade de fluxo salivar interfere diretamente na estabilidade de próteses
removíveis. Pacientes etilistas e tabagistas têm se mostrado com o fluxo salivar diminuído,
esses fazem o uso de salivas artificiais para uma melhora na qualidade de fluxo salivar
(MEDEIROS et al., 2015).
Mesmo após a perda dentária é necessário que o paciente continue a higiene oral, até
que a reabilitação seja concluída. O uso de salivas artificiais também é indicado, já que vários
pacientes reclamam de boca seca e sentem mais vontade de beber água à noite. As instruções
de higiene e do uso da prótese devem ser repassadas sempre e toda vez que o mesmo retornar
ao consultório (RAPONE et al., 2017).
Com o passar dos anos, a musculatura orofacial perde tônus e força, com isso a
fonética também é alterada. Um recurso para essa perda seria a reabilitação do paciente com
próteses parciais, totais ou implantes dentários. Já em pacientes em que o recomendado é a
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prótese total, deve haver uma reabilitação não somente odontológica como também
fonoaudiológica (ROSA et al., 2015).
Após a perda dental, os tecidos que recobrem a cavidade bucal se tornam mais
espessos devido a perda de elasticidade, passando assim para um estado atrófico, tendo ainda
a atividade de reabsorção óssea aumentada. Entretanto, a submucosa revela redução de
celularidade, com aumento na textura do tecido fibroso, dificultando assim o assentamento
adequado dos materiais de moldagem como também da própria prótese (DE REZENDE et al.,
2008).
O rebordo alveolar maxilar passa por várias modificações, alterando a anatomia e
criando rebordos irregulares e profundos. Durante a moldagem, a confecção da prótese total
superior torna-se desafiadora para o Cirurgião-Dentista, tendo em vista a adaptação e retenção
da mesma sendo dificultadas pelos fatores anatômicos presentes (BRUSHAN et al., 2017).
A moldagem funcional torna-se mais indicada em prótese total, pois ela consegue
copiar todos os detalhes necessários. Ela inclui duas etapas, selamento periférico e a
moldagem funcional, permitindo que toda a área basal seja fielmente copiada pelos materiais
de moldagem, fazendo com que a prótese fique aderida à fibromucosa para que a mesma
tenha a retenção desejada (GOIATO et al., 2013).
Na confecção de próteses totais, devemos analisar os limites anatômicos da
musculatura envolvida, como a presença de bridas, tórus, freio lingual, fóveas palatinas,
forame mentoniano, respeitando e proporcionando um maior conforto ao paciente ao usá-la,
caso seja necessário desgastes ou o acréscimo de material (TURANO & TURANO, 2010).
Para que haja sucesso no trabalho reabilitador, é importante que as próteses totais
estejam bem adaptadas, o paciente deve sentir segurança ao falar e ao comer. O mesmo tem
que sentir-se confortável, promovendo uma melhora na qualidade de vida do paciente.
Orientar que possíveis desconfortos e ajustes fazem parte do processo de adaptação com a
nova prótese (COLUSSI & PATEL, 2016).
Os cuidados após a entrega e instalação da prótese continuam, o indivíduo precisa
seguir orientações, como deixar a prótese de molho em solução de 20 ml de hipoclorito de
sódio e 300 ml de água durante o sono da noite. Escovar as próteses com sabão neutro antes e
depois dessa imersão. Após as refeições também é orientado fazer a higienização, prevenindo
o aparecimento de fungos e candidíase bucal (MIRANZI et al., 2015).
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Para um uso adequado das próteses totais são necessárias consultas periódicas, para
eventuais ajustes e reembasamentos, havendo assim a estabilidade e um maior conforto da
mesma, evitando assim, surgimento de lesões e patologias bucais. Para que elas não venham a
interferir no sistema estomatognático do paciente que por muitas vezes se encontra
fragilizado (PARAGUASSÚ et al., 2011).
2.1 Relato de Caso
Paciente C. L. O., gênero masculino, 60 anos, compareceu a Clínica de Odontologia
da Faculdade IDEAU, na disciplina de Prótese Total para atendimento, buscando reposição
dos dentes. Durante anamnese relatou histórico de câncer na laringe e no esôfago, fumante
ativo - 15 cigarros ao dia, fuma desde os 14 anos de idade, não alcoolista, dieta por sonda via
jejuno, alimentação somente líquida via oral. O paciente, no ano de 2012, foi submetido à 34
sessões de radioterapia e 8 sessões de quimioterapia para tratar o câncer na laringe, em 2013,
após o surgimento do câncer no esôfago, fez mais 28 sessões de radioterapia e 10 sessões de
quimioterapia.
O paciente, edêntulo total, afirmou que a perda dos elementos dentais deu-se devido à
sério problema periodontal. Os elementos que ainda possuía em boca foram extraídos no
Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) da instituição, por apresentarem mobilidade e
grave perda óssea, como mostra a Figura 1. Ao exame clínico apresentou rebordo irregular e
manchas brancas na mucosa jugal (Figura 2A, 2B e 2C). O paciente assinou o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para utilização das informações e imagens neste relato de
caso (Anexo 1).
Figura 1: Radiografia panorâmica.
Fonte: Rahmeier, LG., 2017, Faculdade IDEAU.
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(2A)
(2B)
(2C)
Figura 2A: Aspecto de irregularidade do rebordo superior; 2B: Aspecto de irregularidade do rebordo inferior;
2C: Rebordo superior e inferior.
Fonte: Pressi, H., 2017, Faculdade IDEAU.
1ª Sessão
No primeiro atendimento ao paciente, além de anamnese e exame clínico foi realizada
moldagem anatômica superior e inferior com moldeira de estoque e hidrocolóide irreversível
(alginato) para obtenção dos modelos de estudo.
2ª Sessão
No segundo atendimento foi realizada moldagem funcional com moldeiras de estoque
e silicone de adição (pasta pesada), Figura 3 (3A e 3B), para confecção das bases de prova.
(3A)
(3B)
Figura 3: Moldagem funcional com silicone de adição; 3A: Silicone utilizado; 3B: Moldagem obtida.
Fonte: Www.dentalcremer.com.br (3A); Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU (3B).
3ª Sessão
Ajustes dos rodetes de cera com planos de prova, demarcando linha média e linha do
sorriso, utilizando Compasso de Willis. Os modelos foram montados em articulador semi-
ajustável para posterior montagem dos dentes em cera (Figura 4A, 4B e 4C), e feita escolha
da cor (2A Trilux T25) e modelo (triangular).
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(4A)
(4B)
(4C)
Figura 4A: Planos de prova; 4B: Montagem em articulador, visão frontal; 4C: Visão lateral.
Fonte: Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU.
4ª Sessão
Prova dos dentes montados em cera (Figura 5A e 5B), realizado ajuste na região do
freio labial inferior; reembasamento superior e inferior com pasta zinco enólica e envio ao
laboratório para acrilização final.
(5A)
(5B)
Figura 5A: Dentes montados em cera, visão frontal; 5B: Visão lateral.
Fonte: Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU.
5ª Sessão
Entrega das próteses superior e inferior (Figura 6A, 6B e 6C) e orientações de higiene
das mesmas (Figura 10). A Figura 7A e 7B mostram a vista oclusal das próteses em boca,
Figura 8 (8A e 8B) mostra a visão de perfil do paciente com as próteses e a Figura 9 mostra o
resultado final.
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(6A)
(6B)
(6C)
Figura 6A: Entrega das próteses, vista frontal; 6B: Vista lateral direita; 6C: Vista lateral esquerda.
Fonte: Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU.
(7A)
(7B)
Figura 7A: Vista oclusal superior; 7B: Vista oclusal inferior.
Fonte: Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU.
(8A)
(8B)
Figura 8: Vista de perfil, lado direito (8A), lado esquerdo 8(B).
Fonte: Pressi, H., 2017, Faculdade IDEAU.
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Figura 9: Resultado final do paciente com a prótese.
Fonte: Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU.
Figura 10: Orientações de higiene da prótese
Fonte: Oliveira, LF., 2017, Faculdade IDEAU.
3 RESULTADOS E ANÁLISE
A radioterapia na região de cabeça e pescoço é um dos tratamentos mais usados neste
tipo de câncer. Pacientes submetidos a este tratamento, geralmente desenvolvem alterações e
sequelas, como, xerostomia, mucosite, disfagia, osteorradionecrose, o que pode comprometer
o sistema estomatognático.
Segundo, SILVA et al. (2015), a radioterapia é uma modalidade utilizada no
tratamento de doenças malignas, porém, a radiação reduz o potencial de vascularização do
tecido ósseo. A consequente hipovascularização, e a condição hipóxia, afetam a atividade
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celular, a formação de colágeno e a capacidade de reparo do tecido. O paciente pode sentir
dor intensa, apresentar edema, parestesia, ulceração do tecido e alterações radiográficas.
O paciente irradiado apresenta uma queda no fluxo salivar, isso pode causar aumento
na ocorrência de candidose. Segundo SCALERCIO et al. (2007), a candidose é uma infecção
fúngica mais comum na boca, a adesão é modulada por fatores do hospedeiro, como, saliva,
pH e presença de bactérias no meio bucal.
A radiação causa diminuição do fluxo salivar, além de beber água frequentemente ou
fazer uso de saliva artificial, o paciente deve ter um acompanhamento odontológico regular,
para reduzir e prevenir a ocorrência da candidose oral.
O paciente, que sofre de disfagia, xerostomia e trismo, não faz uso de saliva artificial,
mas ingere muito água. A disfagia, resultado do tratamento radioterápico é irreversível, neste
caso, devido a colabação do esôfago.
4 CONCLUSÃO
A reabilitação protética, com próteses totais superior e inferior, promove e
reestabelece as condições bucais do paciente, bem como, devolve sua autoestima, melhorando
seu convívio no meio social e familiar, promovendo qualidade de vida.
As sequelas pós câncer são intermináveis, e muitas vezes progressivas, por vezes
transitórias e outras permanentes. O cirurgião-dentista tem papel fundamental no diagnóstico
e prevenção de câncer bucal, consultas periódicas podem ajudar a identificar lesões e
quaisquer outras desordens no seu estágio inicial, melhorando prognóstico. Dessa forma
podendo o cirurgião-destista fazer o acompanhamento necessário, mantendo as condições
bucais para uma melhor qualidade de vida do paciente.
O presente relato de caso, de um paciente que foi submetido a radioterapia e
quimioterapia, mostrou-se bastante desafiador, em função da condição limitante do paciente,
incapaz de ingerir alimentos sólidos, apenas na forma líquida e/ou pastosa e também pela
condição de abalo psicológico que a perda dos dentes envolve. O papel do cirurgião-dentisa
em devolver as condições mastigatórias, fonéticas e também estéticas é de real importância
para o bem estar do paciente. Mesmo com as dificuldades encontradas ao longo do tratamento
reabilitador, tentou-se ao máximo minimizá-las, desta forma satisfazendo as necessidades
funcionais e estéticas do paciente ao término do tratamento.
REFERÊNCIAS
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