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XXVII Reunio Nordestina de Botnica................................Petrolina, 22 a 25 de maro de 2004
reas degradadas: mtodos de recuperao no semi-rido brasileiro.
Paulo Csar Fernandes Lima
Pesquisador da Embrapa Semi-rido, C.P. 23, Petrolina-PE, 56302-970.
1 - INTRODUO
A retirada total ou parcial da cobertura florestal, bem como o uso inadequado
dessas reas, reduz a biodiversidade local e pode levar degradao dos solos atravs
do processo de eroso e empobrecimento do mesmo pela desagregao, remoo e
deposio das partculas para outro lugar, chegando condies extremas de
desertificao. Cerca de 66% do semi-rido brasileiro atingido por processo de
degradao ambiental intensa, com forte pauperizao da biodiversidade e rebaixamento
geral das formaes vegetais (S et al., 1994).
O Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal
apresenta, para o Nordeste ,quatro regies com intenso grau de degradao,
denominados ncleos de desertificao. O termo desertificao significa a degradao
de terras nas zonas ridas, semi-ridas e submidas secas, resultante de diversos fatores
como as variaes climticas e atividades humanas. um processo cumulativo com
efeito sobre os aspectos ambientais, socioeconmicos e culturais que atuam sobre a
terra, gerando a perda ou reduo da diversidade natural, diminuio da produo,
salinizao, eroso, sedimentao e assoreamento de rios e imigrao da populao
rural.
As atividades humanas so as principais causas que levam a degradao dos
solos. O desmatamento o princpio desse processo, onde a vegetao natural d lugar
pastagem, ao cultivo agrcola ou a construo de obras de engenharia para edificao de
estradas, edifcios e barragens. Dependendo das tecnologias empregadas, intensidade de
explorao e nvel social da comunidade, o processo de degradao ambiental do local
poder ser lento ou acelerado. Em geral, quanto mais subdesenvolvida a regio, mais
grave sero as conseqncias da degradao e consequentemente da desertificao.
Quanto mais difcil as condies naturais, especificamente as climticas, mais crtica
ser a situao.
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Para que tenhamos melhores condies de vida preciso trabalhar o
ecossistema onde vivemos dentro de modelos ambientais sustentados. necessrio a
adoo de polticas ambientais visando a recuperao dos ecossistemas degradados.
Segundo FONSECA et al. (2001), a recuperao ambiental a reconstruo de um
ambiente que sofreu diferentes graus de alterao, com ou sem interveno humana,
visando reativao da dinmica natural da comunidade local, similar quela
preexistente. Nos ambientes altamente degradados, onde as condies do solo e outros
elementos naturais ultrapassaram o limite de sua capacidade de auto-recuperao,
necessrio a interveno humana para a sua recuperao, j que nestas condies no
mais existem ou so escassos os propgulos que permitiro o surgimento de nova
vegetao.
Diversos termos tem sido utilizado nas definies de estratgicas e aes de
recuperao de reas degradadas. RODRIGUES & GANDOLFI (2001) propem a
utilizao dos termos sugeridos por Aronson e colaboradores em 1993, que so:
restaurao sensu stricto, restaurao sensu lato, reabilitao e redefinio. A
restaurao sensu stricto significa o retorno completo do ecossistema degradado s
condies ambientais originais. Esta possibilidade extremamente remota, a no ser em
ambientes pouco perturbados. A restaurao sensu lato possibilita a preservao da
capacidade do ecossistema se recuperar dos efeitos negativos da degradao, todavia
no retornaria exatamente condio original. Na reabilitao, haveria o retorno do
ecossistema degradado a algum estado alternativo, entretanto com forte interveno
antrpica; e em redefinio, seria a converso do ecossistema degradado em outro,
completamente diferente ao original (barragens, reas agrcolas, pastagens, etc.).
Embora tenha importncia no contexto global a discusso de recuperao de
rios, lagos e mares, nossa abordagem trata da recuperao de terras degradadas na
regio semi-rida brasileira, pela retirada de vegetao e mal uso do solo na agricultura
intensiva, mata ciliar, pastagem e minerao. O termo recuperao ser usado como
designao genrica para qualquer ao que leve transformao de uma rea
degradada em no degradada.
2 - CAUSAS DA DEGRADAO
Dentre as atividades humanas que desencadeiam o processo de degradao
ambiental na regio semi-rida, esto as exploraes excessivas dos recursos
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madeireiros; a pecuria extensiva com sobrepastejo dos animais; o uso descontrolado do
fogo como mtodo de limpeza dos pastos; tcnicas de cultivos agrcolas e usos de
mquinas que destroem a estrutura dos solo; uso descontrolado de defensivos agrcolas
contaminando rios e gua do subsolo, e a no preocupao com a coleta ou reciclagem
dos resduos txicos, dentre outras. A irrigao, se mal conduzida, poder vir a se
constituir em um grande problema em terras dos permetros irrigados devido a
salinizao. Segundo estudos realizados no Nordeste, cerca de 30% das reas irrigadas
ao longo dos rios e riachos intermitentes, principalmente de solos aluviais, apresentam
problemas de salinidade (GES, 1978).
No semi-rido nordestino a degradao ambiental, aliados a fatores climticos
e socio-econmicos, se no cuidados a tempo, podem levar a conseqncias mais
drsticas da desertificao. SAMPAIO et al. (2003) relatam as causas e conseqncias
da desertificao, bem como propostas de mensuraes, tecnologias e polticas de
recuperao de reas degradadas.
3 - PRINCPIOS BSICOS DE RECUPERAO
Diversos so os processos de recuperao das terras degradados na regio semi-
rida. Nestes processos, quase sempre o objetivo fim o homem, onde se procura a
mdio ou longo prazo a satisfao de seus anseios (sade, alimentao e ingressos
financeiros) em harmonia com os recursos naturais. Neste contexto, alguns dos
resultados contribuem significativamente para o desenvolvimento harmnico da regio,
evitando sobremaneira problemas de desertificao causadas pelo uso inadequado do
solo, prticas erradas de irrigao, drenagem, fertilizao e manejo da vegetao.
A recuperao de reas degradadas requer a utilizao de princpios ecolgicos e
prticas silviculturais oriundos do conhecimento bsico do ecossistema que se vai
trabalhar, com descrio das espcies a serem utilizadas na aplicao de modelos de
recuperao. Todavia, para se alcanar pleno xito nesta tarefa, alm do conhecimento
das causas da degradao e formas de recuperao, preciso, tambm, conhecer as
necessidades sociais, econmicas e os aspectos culturais da comunidade humana local.
Uma comunidade pobre, que dependa exclusivamente do recurso natural vegetao para
sua sobrevivncia, deve utiliz-lo de forma racional a fim de mant-lo por geraes
futuras. Para isto, necessrio que se explore apenas o necessrio e que haja reposio
do que foi retirado.
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Em propriedades rurais com solos degradados, geralmente tm-se recomendado
a cobertura vegetal atravs do reflorestamento com espcies de rpido crescimento e
valor econmico, visando retorno financeiro. A preocupao ecolgica de restaurao,
onde se leva em conta a composio florstica e diversidade de espcies, so deixados
em segundo plano. Na maioria dos casos, com justificativas econmicas e de curto
prazo, so utilizadas espcies exticas ao bioma. Segundo CARPANEZZI et al. (1990),
a recuperao de um ecossistema no deve ser confundida com plantios que visam fins
de produo florestal. As espcies a serem utilizadas devem ser nativas do local a ser
recuperado. Uma recuperao de rea voltada exclusivamente a retornos econmicos
prtica de reabilitao ou redefinio, dependendo do grau de mistura das espcies no
reflorestamento.
Em geral, no comum a prtica de restaurao de reas degradadas no
Nordeste, tanto por parte do governo quanto de particulares. Poucas so as empresas e
agricultores que exercem a prtica de recuperao de reas por mtodos vegetativos ou
mecnicos de conservao do solo. Recuperar visando puramente os aspectos
ecolgicos, onde se procura retornar a poro degradada a uma condio mais prxima
da original, tanto no aspecto estrutural quanto funcional do ecossistema, de forma a
permitir que a comunidade evolua e a sucesso natural ocorra cara. Este processo
geralmente indicado para recuperao de reas de Preservao Permanente.
4 - TECNOLOGIAS DE RECUPERAO
Embora se considere oneroso os custos de recuperao de uma rea degradada,
alguns pontos devem ser levados em considerao. Na recuperao de reas onde ainda
existem vestgios da vegetao importante a anlise de sua estrutura e determinao
do valor de importncia das espcies existentes na comunidade, atravs de sua
freqncia, densidade e dominncia. A escolha das espcies a serem utilizadas no
repovoamento da rea ser atravs destes dados. Da ento, sero feitos os plantios de
enriquecimento utilizando as espcies mais importantes e com problemas em sua
regenerao, bem como plantios mistos, atravs do reflorestamento.
BARBOSA et al. (1992b) recomenda para os trabalhos de recuperao os
seguintes passos: a) necessidade de levantamento fitossociolgico prvio para
conhecimento do estado de degradao ou conservao da rea e a recomendao de
espcies regionais mais importantes, recomendando-se modelos que sejam similares
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sucesso natural; b) tecnologia de sementes; c) estudos auto-ecolgico; e d) considerar
aspectos eco-fisiolgicos ligados ao crescimento, adaptao e recuperao das plantas
aps fenmenos temporais como enchentes , secas e geadas.
O conhecimento dos requerimentos fisiolgicos das espcies, principalmente os
aspectos de germinao das sementes e resistncia a seca, so importantes na fase de
escolha de espcies. O conhecimento da biologia reprodutiva, ritmo de crescimento e
ciclo de vida e silvicultura das espcies contribuir para que as solues operacionais
sejam mais eficientes.
Para o restabelecimento artificial da vegetao deve-se observar, tambm, a
utilidade da planta como fixadora de nitrognio no solo, forragem para os animais, porte
(herbceo, arbreo, arbustivo) e sua classificao nos diferentes estdios de sucesso.
No que diz respeito utilizao de espcies nativas da regio, em geral, as mesmas so
consideradas como as mais indicadas para o reflorestamento, no s pela preservao
das espcies regionais, mas tambm porque torna o ecossistema mais equilibrado e
prximo do original. O reflorestamento deve ser realizado com mais de uma espcie e
que as mesmas possam se regenerar sem auxlio do homem.
4.1 - REGENERAO
Os processos de recuperao de uma rea degradada podem ser iniciados atravs
do manejo da regenerao natural da vegetao ainda existente. A rapidez da
recuperao via regenerao natural depender do processo de intemperizao dos
solos, da proximidade de rvores porta-sementes e do banco de sementes. Neste caso,
no haver necessidade de introduo de espcie. KAGEYAMA & GANDARA (2001)
advertem que, em alguns casos poder ser necessria a eliminao de algumas espcies
invasoras muito agressivas, que podero retardar ou impedir a sucesso se as mesmas
no forem controladas.
4.2 - PLANTIOS (REFLORESTAMENTO)
De acordo com a densidade das espcies encontradas nos levantamentos
fitossociolgicos dos remanescente de vegetao, verificar quais as espcies raras,
intermedirias e comuns. Estas caractersticas devem ser levadas em conta no modelo
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de restaurao, indicando o nmero de plantas por espcie e hectare a serem plantadas
na rea.
O sistema de plantio envolvendo o enriquecimento da vegetao ou o
reflorestamento de reas sem vegetao pode ser feito atravs do semeio direto de
sementes ou pelo plantio de mudas preparadas em viveiro ou transplante de mudas de
outras reas com farta regenerao. No caso de enriquecimento, o plantio poder ser
feito atravs de adensamento de clareiras com plantio de grupos de mudas contendo
diversas espcies (mdulos), ou pelo plantio de mudas isoladas por espcie, em faixas
ao longo da vegetao (linhas). O xito do sistema utilizado depender do grau de
degradao da vegetao, bem como das condies fsicas do solo, espaamento
utilizado, tratos silviculturais e poca de realizao das operaes.
No caso de reflorestamento em reas sem vegetao, nas condies de semi-
rido aconselhvel que o plantio seja realizado no perodo chuvoso, tendo o solo sido
preparado para o plantio das mudas com sistema de capitao de gua de chuva in
situ. O sistema permitir o acmulo de gua junto a planta, favorecendo seu
estabelecimento.
Em reas de minerao, comum a prtica de decapeamento e remoo da
camada frtil de solo de uma rea para recobrimento de reas em reabilitao. A
espessura desta camada varivel, dependendo da espcie que ir ser plantada. Outro
processo abertura de covas grandes em reas restritas na rea degradada, onde se
colocar esse solo e o plantio das espcies selecionadas. A formao de pequenas
ilhas de vegetao auxiliaro no recobrimento do entorno. A prtica de fertilizao
das covas auxiliam no desenvolvimento das plantas, podendo ser feita com esterco de
curral ou produtos qumicos, colocados nas covas ou sulcos onde sero colocadas as
mudas. Nas reas decapeadas deve-se fazer o reflorestamento, que poder ser em linha
ou em mdulos.
BARBOSA et al. (1992a), na recuperao da vegetao ciliar do rio Moji-
Guau, em So Paulo, utilizou a tcnica de recuperao atravs do enriquecimento da
vegetao com sementes, tendo sido eficiente a produo e emergncia das plntulas no
sub-bosque existente na margem do rio.
O processo de recuperao de reas degradadas utilizando-se sementes, embora
apresentado como alternativa econmica mais vantajosa em relao aos processos que
utilizam mudas, nas condies semi-rida no to eficiente, face a periodicidade das
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chuvas na regio. Caso as condies climticas favoream o uso desse processo,
sementes mais vigorosas constituem uma boa estratgica.
4.3 ESCOLHA DE ESPCIES
Em geral, em trabalhos de fitossociologia realizados no semi-rido brasileiro, o
ndice de valor de importncia das espcies apontam juremas (Mimosa sp), umburana de
cambo (Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillet), barana (Schinopsis brasiliensis
Engl.), pinho (Jatropha sp), pereiro (Aspidosperma pyrifolium Mart.), catingueira
(Caelsapinia pyramidalis Tul.), aroeira (Myracrodruon urundeuva Engl.), angico
(Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan.), dentre outras, como as mais
importantes da caatinga. Algumas delas possuem informaes ecolgicas e silviculturais
para trabalhos de reflorestamento na regio, entretanto, a maioria so escassas as
informaes a respeito.
Para o desenvolvimento dos modelos de restaurao pelo reflorestamento, a
escolha da espcie e seqncia das fases de plantio devem estar de acordo com suas
caractersticas ecolgicas (pioneiras ou no). Segundo KAGEYAMA & GANDARA
(2001), as pioneiras ou sombreadoras, so as espcies de rpido crescimento (pioneiras
tpicas, secundrias iniciais, pioneiras antrpicas e secundrias) e as no pioneiras ou
sombreadas, as de crescimento mais lento (espcies secundrias tardias e climcicas).
Para as operaes de reflorestamento, sugere-se primeiro o plantio das pioneiras,
seguido das secundrias iniciais, secundrias tardias e as climcicas. Poucos so os
trabalhos que visam subsidiar os processos de recuperao de reas degradadas,
principalmente de espcies que compem o processo de sucesso natural (pioneiras,
secundrias e clmax) nos ecossistemas, principalmente o do bioma caatinga.
Para o semi-rido brasileiro, em geral, bons resultados de sobrevivncia,
desenvolvimento, produo e regenerao so encontrados em plantios realizados com a
algarobeira (Prosopis juliflora (Sw) DC) na recuperao de reas degradadas por
minerao (LIMA et al., 2003). Entretanto, trata-se de uma espcie no endmica da
caatinga, em adiantado estgio de estabilizao no bioma, apresentando caractersticas
de invaso, face sua alta densidade de regenerao a curto prazo de estabelecimento e
expanso na regio.
DRUMOND et al. (1997) relata, ainda, o uso da leucena (Leucaena
leucocephala (Lam) de Wit) como potencial na recuperao de reas degradadas por
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rejeitos de minerao. Quanto a reas salinizadas, alm do plantio de algarobeira
indicado o plantio de erva-sal (Atriplex sp ) como espcie resistente e recuperadora do
solo salino.
Em caso de escolha de espcies para reas sujeitas inundaes e que no se
conhece a silvicultura das mesmas, recomenda-se a realizao de testes de submerso de
mudas e plntulas. As espcies mais resistentes a esta condies so os mais indicados
para a recuperao de matas ciliares, plantadas mais prximos aos leitos dos rios,
sujeitas inundaes ou enchentes peridicas. Para as reas inundveis em condies de
semi-rido brasileiro so indicados o alagadio (Mimosa bimucronata Kunth.),
carnaubeira (Copernicia cerifera (Arruda) Mart.), marizeiro (Geoffroea spinosa Jacq.),
muqum (Poeppigia procera C. Presl.), calumbi (Mimosa pigra L.), ing (Inga vera
subsp. affinis (DC)T.D. Pennington), jatob (Hymenaea courbaril L.), dentre outras.
Para reas de sequeiro, trabalhos desenvolvidos na Embrapa Semi-Arido demonstram
bons resultados utilizando o angico (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenam.),
juremas (Mimosa spp.), pau darco (Tabebuia impetiginosa (Mart. DC.) Standl.),
catingueira (Caesalpinia pyramidalis Tul.), pau ferro (Caesalpinia ferrea Mart. ex.
Tul.), aroeira (Astronium urundeuva Engl.) e imbiruu (Pseudobombax simplicifolium
A. Robyns) (LIMA et al., 1982; LIMA, 1984).
5 - CONSIDERAES FINAIS
O conhecimento da biodiversidade vegetal local fator importante na
recuperao e manejo de reas degradadas, bem como os fatores sociais e econmicos
que regem a regio em foco, para determinao da poltica e processos de sua
restaurao ou redefinio de uso. De modo geral, a recuperao das reas degradadas
no semi-rido brasileiro insipiente, carecendo de tcnicas que restaurem os fragmentos
da vegetao de caatinga e ciliares ainda existentes. A maioria dos trabalhos sobre
degradao baseiam-se na identificao de locais e graus de desertificao, sendo que
prticas de recuperao so poucas, e quando realizadas, so objetivados aspectos
econmicos deixando o ecolgico em segundo plano.
Devido a altos custos de recuperao por processos fsicos, reas com problemas
de salinizao so abandonadas e recobertas por espcies aliengenas ao bioma. O
mesmo ocorre com empreendimentos envolvendo a minerao, onde os custos
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favorecem ao reflorestamento com espcies exticas de rpido crescimento, visando
apenas a simples estabilizao e recobrimento do terreno.
Outro ponto que deve ser considerado no processo de recuperao a seleo de
espcies visando a composio do estrato. A cobertura vegetal rasteira exerce papel
fundamental no controle inicial do processo erosivo, sendo que o uso de leguminosa
melhora as condies qumicas do solo. As espcies arbreas-arbustivas produzem
efeito paisagstico a longo prazo enquanto as rasteira a curto prazo. E por ltimo, a
escolha do modelo observando o tamanho da rea, os custos operacionais e tempo
necessrio para trmino do empreendimento.
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Paulo Csar Fernandes Lima3 - PRINCPIOS BSICOS DE RECUPERAO