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7/29/2019 Reclamao Trabalhista 01 indireta
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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009Petio trabalhista resciso indireta
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO
TRABALHO DE VITRIA, CAPITAL DO ESTADO DO ESPRITO SANTO
reclamante, brasileiro, solteiro, pedreiro, portador do RG....................., inscrito no
CPF/MF ..............................., CTPS ....................................., residente na Rua
.........................., n......., Bairro...................., Cidade.................... - UF, CEP:
................., por meio de seu advogado procurador, adiante firmado e qualificado em
instrumento procuratrio particular em anexo, com escritrio profissional no roda-p
desta, local onde indica para receber intimaes, vem presena de Vossa Excelncia,
ajuizar a presente
RECLAMAO TRABALHISTA
Pelo rito sumarssimo em face de reclamada.........................., pessoa jurdica de direito
privado, inscrito no CNPJ ......................................., situado na ......................................,,
nas pessoas de seus representantes legais, pelas razes que passa a expor:
DO CONTRATO DE TRABALHO
O reclamante foi contratado em 02.05.1997, pela reclamadapara exercer a
funo de sub gerente, percebendo remunerao mensal de R$559,78
(quinhentos e cinqenta e nove reais e setenta e oito centavos). Sendo que o
obreiro continua trabalhando.
RESCISO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO
Conforme boletim de ocorrncia acostado a inicial e transcrito a seguir, o superiorhierrquico do reclamante, senhor Paulo, constantemente insulta e agredi verbalmente o
obreiro:
...Paulo disse, para ele, que se ele quebrasse a porta iria
pagar o prejuzo. Que hoje, pela manh, Paulo comeou a
discutir com a vitima, dizendo lesma, lerdo, pede as
contas; bate em mim, para ver se voc homem, que
Paulo puxou a cadeira, na qual a vitima estava sentado,sendo que a vitima caiu na cho grifo nosso.
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Notoriamente a inteno da reclamada o pedindo de conta por parte do reclamante,
como isso no acontece, o superior pratica atos lesivo a honra e a boa fama do
empregado. Diante de tais fatos e circunstncias o reclamante tem direito ao pedido de
resciso indireta do contrato de trabalho com atilamento no art. 483, e da CLT.
VERBAS RESCISRIAS E TRABALHISTAS
Acolhida a resciso indireta, o obreiro faz jus a receber as verbas rescisrias e
trabalhistas: aviso prvio; frias vendidas + 1/3 constitucional, concernente ao perodo
de 01.05.2007 a 30.04.2008; frias proporcionais + 1/3 constitucional; dcimo terceiro
proporcional; a multa de 40% do FGTS, a liberao das guias TRCT, CD e SD.
DANO MORAL
A prtica do ato ilcito praticados pelo superior hierrquico do reclamante repudiada
pelo Cdigo Civil em seu artigo 186, sendo garantido o direito de reparao do dano,
ainda que exclusivamente moral. o que versa a lei:
"Artigo 186: Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilcito".
Ainda sob a gide da lei civil, no artigo 927, fazendo manifesta a obrigao de indenizar
a parte lesada:
Aquele que, por ato ilcito, causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.
Roberto Ruggiero, in Instituies de Direito Civil, vol.3, ed. Saraiva, 3 edio, salienta:
Qualquer comportamento de uma pessoa, que injustamente prejudique a esfera alheia,
um ato ilcito e a esfera jurdica alheia prejudica-se quer por quem estando ligado aoutrem por uma obrigao no a cumpra, quer por quem, fora de qualquer vnculo
obrigatrio, ofenda o direito de uma pessoa, violando o preceito legal que probe
perturbar as relaes jurdicas alheias.
Segundo J. M. de Carvalho Santos, in Cdigo Civil Brasileiro Interpretado, ed. Freitas
Bastos, 1972:
Em sentido restrito, ato ilcito todo fato que, no sendo fundado em direito, cause
dano a algum.
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No mesmo sentido, outros doutrinadores tm se manifestado:
Se o interesse moral justifica a ao para defend-lo, claro que tal interesse
indenizvel, ainda que o bem moral no exprima em dinheiro. uma necessidade dos
nossos meios humanos, sempre que insuficiente, e no raro grosseiros, que o direito se
v forado a aceitar que se compute em dinheiro o interesse de afeio e os outros
interesses morais".(Bevilqua, Clvis. Teoria Geral do Direito Civil, p. 30).
Sabe-se que na prtica deveras difcil a estimativa rigorosa em dinheiro que
corresponde extenso do dano moral experimentado pela vtima. O valor dever ser
encontrado levando-se em considerao o fato, a mgoa, o tempo, a pessoa ofendida,
sua formao social, econmica, cultural e religiosa, entre outros atributos. (Mello da
Silva, Wilson, in o Dano Moral e a sua Reparao, ed. Forense.)
Nosso direito civil no afasta em nenhuma hiptese a reparabilidade do dano moralquando, no artigo 159, que todo e qualquer dano causado a algum por imprudncia,
negligncia, impercia , ausncia de cautela etc. deve ser indenizado.(Santos, Ulderico
Pires dos . A Responsabilidade Civil na Doutrina e na Jurisprudncia, Rio de Janeiro,
Editora Forense, p. 234).
O principal sujeitar seu autor reparao do dano. Claramente isso preceitua este art.
186, do Cdigo Civil, que encontra apoio num dos princpios fundamentais da equidade
e ordem social, qual a que probe ofender o direito de outrem neminem laedere.
(Carvalho de Mendona, in Doutrina e Prtica das Obrigaes, vol. 2, n.739).
O comportamento do agente ser reprovado ou censurado, quando, ante circunst ncias
concretas do caso, se entende que ele poderia ou deveria ter agido de modo
diferente.(Maria Helena Diniz, in Curso de Direito Civil, vol.7, ed. Saraiva).
A jurisprudncia ptria tambm se manifestou sobre o tema:
DANO MORAL - CARACTERIZAO. Sobrevindo, em razo de ato ilcito,
perturbao nas relaes psquicas, na tranqilidade, nos sentimentos e nos afetos de
uma pessoa, configura-se o dano moral, passvel de indenizao. (RE n 8.768, Rel.
Min. Barros Monteiro, STJ).
RESPONSABILIDADE CIVIL - DANOS MORAL/ MATERIAL -
INDENIZAO: Dano moral aquele que, direta ou indiretamente, a pessoa, fsica ou
jurdica, bem assim a coletividade, sofre no aspecto no econmico dos seus bens
jurdicos. A indenizao do dano moral tornou-se mais clara com o advento da vigente
Carta Magna, tanto que a sua indenizabilidade, que ainda gerava alguma polmica na
jurisprudncia, ganhou foros de constitucionalidade. Ressalta-se, ademais, que o direito
no repara a dor, a angstia, o sofrimento, no constituindo a indenizao um preo paraa dor, isto , um valor pelo sentimento oriundo do sofrimento de algum. A reparao
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do dano moral no se estriba, somente no pretium doloris, a considerada a dor
estritamente moral e, tambm, a prpria dor fsica, podendo se caracterizar sem por
pressuposto qualquer espcie de dor - sendo uma leso extrapatrimonial, o dano moral
pode se referir, por exemplo, aos bens de natureza cultural ou e ecolgica. Embora
alguns danos morais possam levar a prejuzos materiais, na essncia so eles
absolutamente distintos - os primeiros tem em conta o outro lado do ser humano, seus
sentimentos, suas afeies, crenas etc. - razo pela qual, em havendo relao de
concomitncia ou de conseqncia entre eles, o resultado indenizatrio duplo, uma
pelo dano material e outra pelo dano moral. Se existem, dano material e dano moral,
ambos ensejando indenizao, esta ser devida como ressarcimento de cada uma delas,
ainda que oriundas do mesmo fato (TJ-SP - Ac. Da 3a. Cm. Cv. Julg. Em 16.06.92 -
Ap. 163.470-1/8-Capital - Res. Des. Silvrio Ribeiro - Fazenda do Estado vs. Pedro
Caringi e sua mulher).
RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL - PREVISO LEGAL - Danomoral, a partir at mesmo do artigo 159 do cdigo Civil, se integra na previso legal,
que no descrimina espcies ou tipos de danos (TJ-MG) - Ac. Unan. Da2 a.Cm. Civ.
Publ. Em 03.03.93 - Ap. 1.332/6-89.284/2-Itamarnadiba - Rel. Des. Bernardino
Godinho).
O dano moral ressarcvel. A corrente que lhes restringe a ressarcibilidade contrria
lei e lgica jurdica. A regra geral a da responsabilidade plena, no havendo como
confundir princpio de liquidao com princpio atinente ao direito da reparao.
(STJ,Ac. Unnime de 26.04.1966, no Re n 59.940, RTJ 39/38 e 217/67).
No se pode negar que o CC autoriza a reparao do dano moral. E no o faz, apenas,
com vista a determinadas situaes. Ao contrrio, da correta interpretao dos seus
artigos 76 e 159 a concluso a que se pode chegar no sentido de que o dano moral
sempre indenizvel.( Ac. Un. Da 3a.CCdo TJBA, na ap.548/80, BF 19/222).
DAS CONTRIBUIES FISCAIS
Dever a reclamada ser condenada quanto a valores referentes ao IR, pois se os
encargos tributrios tivessem sido pagos em poca prpria, certamente recolhimentos
remanescentes no existiriam.
DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS
A reclamada dever ser condenada ao pagamento dos honorrios advocatcios,
conforme atilamento do pargrafo 2 do art.22 da Lei 8.906/94:
(...) na falta de estipulao ou de acordo, os honorrios sero fixados por arbitramentojudicial, em remunerao compatvel com o trabalho e o valor econmico da questo,
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no podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho
Seccional da OAB.
Vejamos brilhante sentena deste Tribunal Regional do Trabalho, neste
entendimento:
A jurisprudncia trabalhista h muito tempo vem negando a incidncia de honorrios
advocatcios na Justia do Trabalho para os casos em que o trabalhador no esteja
assistido por sindicato, utilizando-se para tanto do disposto na Lei 5.584/70 e em
homenagem aojus postulandi conferido s partes no processo trabalhista (...)
A realidade demonstra que a assistncia do trabalhador por advogado particular na
defesa judicial de seus interesses deixa de ser uma mera opo e se torna cada vez mais
necessria. Para isso contribuem a complexidade das modernas relaes de trabalho e
das normas de direito material e processual aplicveis, bem como o fato notrio de aestrutura sindical do pas revelar-se deficitria, incapaz de atender aos anseios e s
necessidades dos trabalhadores.
Por sua vez, o trabalho do profissional do direito contratado que tem o mesmo valor
que o trabalho do prprio demandante, cuja defesa foi praticada no processo merece
ser igualmente respeitado e pago, o que, alis, resta assegurado no artigo 22 da Lei
8.906/94 (...)
O interessante que no h na lei expressa vedao concesso de honorrios
advocatcios para os casos de assistncia por advogado particular nem tampoucodispositivo que afaste do Direito do Trabalho o princpio da plena reparao de danos,
que ser discutido mais adiante.
Desta forma, a se entender que o artigo 16 da Lei 5.584/70 restringe a concesso de
honorrios advocatcios na Justia do Trabalho s hipteses de assistncia judiciria
(artigos 14 e seguintes da mencionada lei) estamos diante de uma interpretao
ampliativa, porm uma interpretao ampliativa contrria aos princpios de direito
material e processual do trabalho, pois vem em flagrante prejuzo do trabalhador,
impondo-lhe o nus de suportar sozinho os custos da assistncia profissional necessria.
Assim, a melhor exegese da lei, neste particular, e nica capaz de atender aos propsitos
de todo o sistema jurdico trabalhista est em se entender que o artigo 16 da sobredita
lei no extrapola os seus limites, ou seja, disciplina apenas uma situao na qual so
cabveis honorrios advocatcios sem vedar a concesso de tal parcela em situaes
diversas da assistncia judiciria prevista nos seus artigos 14 e seguintes (...)
Aqui, cabe destacar o novo Cdigo Civil, institudo pela Lei n10.406/2002, no qual se
observa claramente a adoo do princpio da plena reparao de danos, com
mecanismos que obrigam o devedor a restituir integralmente o bem da vida lesado e
reparar todos os danos causados pelo seu ato ilcito ou pelo descumprimento de suas
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obrigaes, garantindo, ao mesmo tempo, o pleno ressarcimento do patrimnio jurdico
afetado.
No que atine ao inadimplemento das obrigaes contratuais, o artigo 389 do Cdigo
Civil agora prev expressamente a responsabilidade do devedor pelas perdas e danos,
mais juros e atualizao monetria segundo ndices oficiais regularmente estabelecidos,e honorrios de advogado (grifo nossos), e o artigo 404 do mesmo diploma legal
destaca que as perdas e danos, nas obrigaes de pagamento em dinheiro sero pagas
com atualizao monetria segundo ndices oficiais regularmente estabelecidos,
abrangendo juros, custas e honorrios de advogado, sem prejuzo da pena
convencional (grifo nossos) (...)
Diante do exposto, observado o regramento vigente, tem-se cabvel o pagamento de
honorrios advocatcios pelo devedor tambm para a assistncia particular no Processo
do Trabalho, como forma de garantir a reparao integral dos danos causados ao credor
(...)
Ao isentar o trabalhador do pagamento dos honorrios advocatcios e impor tal
obrigao ao empregador vemos preservados o respeito ao trabalho humano em sua
plenitude (atingindo com igualdade de tratamento tanto o trabalhador reclamante quanto
o trabalhador que o assistiu judicialmente, patrocinando a causa) e as repercusses da
responsabilidade civil do empregador, aqui tambm em sua plenitude. Ou seja, tal
soluo preserva os direitos e deveres de cada envolvido, acomodando-os com justia e
justeza dentro do ordenamento jurdico vigente (...)
Desta forma, ao julgar a reclamao trabalhista em que se postulem honorrios
advocatcios sobre o resultado da demanda e no havendo na mesma prova de
percentual ajustado entre as partes, surge a possibilidade de o julgador proceder ao seu
arbitramento com base no que entender como justo para a retribuio do trabalho
prestado pelo profissional de direito, e ressalvar, em respeito autonomia de vontade
das partes, a obrigao de tal valor ser deduzido daqueles ajustados diretamente entre o
trabalhador e seu advogado (possibilitando a cobrana do excedente entre os
contratantes), com o que, alm de restabelecer o equilbrio de todas as relaes jurdicas
envolvidas, atuar de modo a coibir novos ilcitos trabalhistas e contribuir para a
reduo dos exagerados ndices de litigiosidade que atualmente impedem o combate
propalada morosidade do Poder Judicirio. (Processo 1402.2007.006.17.00-1).
DOS JUROS E CORREO MONETRIA
A reclamada dever efetuar o pagamento do crdito ao reclamante acrescido
de juros, conforme determina o pargrafo 1 do art. 39 da Lei 8.177/91.
Dever tambm, efetuar o pagamento das verbas devidas ao reclamante com correo
monetria, de acordo com o disposto no art.39 da Lei 8.177/91.
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DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, respeitosamente requer o reclamante:
a) Seja a reclamada notificada, na pessoa de seu representante legal, sendo advertida
que a inrcia sofrer as sanes do artigo 844 da CLT;
b) Seja deferida a resciso indireta do contrato de trabalho do obreiro;
c) seja condenada a reclamada a pagar a importncia de R$20.000,00 a ttulo de
dano moral;
d) Seja a presente Ao julgada PROCEDENTE para condenar a reclamada ao
pagamento das verbas trabalhistas e rescisrias:
1. aviso prvio;
2. frias vencidas;
3. frias proporcionais
4. 13 salrio;
5. Multa de 40% do FGTS;
6. entregar as guias TRCT, CD e SD.
f) Seja condenada a reclamada a recolher as contribuies fiscais;
g) Seja a reclamada condenada ao pagamento de honorrios advocatcios a 20% (vinte
por cento), assim como ao pagamento das custas processuais;
h) Requer a incidncia de juros e correo monetria na forma da lei;
i) Seja a reclamada compelida a dar baixa na CTPS do autor com data de .......................
a entrega da mesma no prazo legal, sob pena de faz-lo na Secretaria do Juzo, com a
sano de multa diria de 1/30 avos sobre o salrio no caso do descumprimento;
j) Seja a reclamada condenada ao pagamento de honorrios advocatcios a 20%, assim
como ao pagamento das custas processuais;
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k) Requer a incidncia de juros e correo monetria na forma da lei;
l) Para evitar enriquecimento sem causa, requer a compensao dos valores j pagos a
idntico ttulo;
Protesta o autor por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial
documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal do representante da reclamada.
D causa o valor de R$ ????????????????????????????????????????????????.
Nestes termos,
pede deferimento.
Vitria (ES), 11 de novembro de 2008.
DRIO DELGADO
OAB/ES 12.725