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e Partilhar... Recontar, Contar, 8º E Ano letivo: 2014/2015

Recontar, contar e partilhar 8ºe

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Histórias contadas, recontadas e partilhadas pelos alunos do 8º E da Escola S/3 S. Pedro, Vila Real

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e Partilhar... Recontar, Contar, 8º E

Ano letivo: 2014/2015

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O meu pensamento

Eu chamo-me Afonso Ribeiro, estudo na Escola S/3 de S. Pedro, ando no 8º E, tenho treze

anos e vivo na localidade de Jorjais – Mouçós em Vila Real, juntamente com os meus pais, numa casa

amarela com um pequeno jardim, onde se encontram algumas plantas e árvores de fruto.

Eu sou um rapaz de cabelos castanhos, olhos esverdeados, com rosto oval, peso quarenta e oito qui-

los. Tenho um metro e sessenta e cinco centímetros de altura.

A personagem com quem eu mais me identifico é com um jogador de futebol que se chama Oliver Torres e joga no F.C. Porto.

Uma das minhas virtudes é ser frontal, e um dos maiores defeitos é de ser muito irrequieto e falador nas aulas.

Nos meus tempos livres, para além de ter de estudar um pouco, gosto de conviver com os meus amigos e de jogar futebol e de

outras brincadeiras como jogar às escondidas.

O que eu gostava de mudar em mim era o meu comportamento na escola, ser melhor aluno, um pouco mais alto e ser mais rápi-

do a jogar à bola.

Afonso Ribeiro

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz vermelha ti-

nha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibilidade

de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as nozes, pegou nelas e

levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho, como viu que o rapaz não

tinha posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele tinha.

O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas terem cores diferentes e, por isso mesmo trocou-as pelo colar tão

precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão pre-

cioso colar.

Como o rapaz vivia com o avô, foi-lhe mostrar as nozes e este, espantado, agarrou nas nozes e começou a olhar para elas.

Aquelas nozes eram iguais às que o avô tinha visto há cem anos atrás, pois ele tinha comido a noz azul mas, infelizmente, tinha dado

à sua esposa a noz vermelha e a senhora morreu instantaneamente. O avô disse ao rapaz para comer a azul, a da imortalidade e dei-

tar fora a vermelha porque era a da morte e pediu que desse a branca ao avô para ver se ainda podia ressuscitar a sua esposa.

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O rapaz assim o fez. O avô, de seguida, foi ao cemitério e levou a noz branca, desenterrou a mulher dando - lhe essa noz que a fez

ressuscitar. Passado algum tempo, a mãe do rapaz morreu, pois não era imortal nem havia nenhuma magia que a pudesse salvar.

Vários anos mais tarde, os avós e o neto abriram um negócio no mercado e, a partir dessa altura, começaram a ganhar algum di-

nheiro e deixaram de ser pobres. Graças ao dinheiro ganho com o negócio, a família podia, finalmente, viver com mais dignidade.

Afonso Ribeiro

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O Aventureiro e a fonte milagrosa

Era uma vez um aventureiro que vivia numa cidade pequena e com pouca população. Cero dia, o aventureiro quis ir ao topo da

montanha mais alta da cidade, pois, desde pequeno, ouvia dizer que havia lá uma fonte de rejuvenescimento, mas quem já se tinha

atrevido a ir lá nunca mais tinha regressado.

Um dia, ele foi ao mercado comprar comida, roupa e outras coisas para levar para a viagem. Ao regressar a casa, um animal

mágico começou a falar com ele. O aventureiro nem queria acreditar em tal coisa, mas resolveu ouvir com muita atenção o que este

tinha para lhe dizer.

O animal mágico explicou-lhe como é que ele devia fazer para ir até à fonte e não morrer. O aventureiro memorizou tudo o que

o animal mágico lhe acabara de dizer e, no dia seguinte, decidiu ir a pé até ao topo da tal montanha.

Já no decorrer do percurso, quando chegou a meio da montanha, o aventureiro encontrou um velho que morava ali. Esse velhote

encontrava-se naquele local para avisar as pessoas que quisessem subir mais alto, que estariam a pôr em risco a sua própria vida ca-

so não fossem por onde ele dissesse, dado que conhecia bem os perigos da viagem.

Após ter ouvido os conselhos do tal velhote, o aventureiro continuou a sua caminhada, agora pelos caminhos que este lhe ensina-

ra em direção à fonte. Após um dia de viagem, o aventureiro avistou um vulto gigantesco e ouviu uns sons misteriosos.

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Curioso, decidiu aproximar-se e ver o que podia ser: era um monstro gigante, muito feio, que acabara de acordar.

O aventureiro começou a lutar com uma espada que o seu falecido pai lhe tinha oferecido. A luta foi muito difícil, pois o mons-

tro era muito forte, mas o aventureiro lá o conseguiu matar, espetando-lhe a espada na cabeça. No final desse dia, ele encontrou

uma gruta bastante escura mas, como já estava a anoitecer, resolveu pernoitar naquele lugar. A meio da noite, ele ouviu um barulho

e acordou, verificando que no teto dessa gruta se encontrava uma ninhada de morcegos que começaram a fazer muito barulho e a

esvoaçar ao redor do aventureiro. Como ele sabia dos perigos que corria, pegou nas suas coisas e foi-se embora. Já no dia seguinte,

a meio da tarde, chegou ao topo da montanha e verificou que aquele sítio era a cratera de um vulcão. O que ele não sabia é que,

nesse local, existia um diabo que matava quem lá chegasse. O aventureiro começou a lutar com o diabo, mas perdeu esta luta muito

dura e desigual. Não conseguiu vencer a criatura maléfica, onde foi feito prisioneiro e teve de trabalhar para o diabo como seu es-

cravo.

O velhote, que o aventureiro encontrara na encosta da montanha, decidiu ir procurá-lo, pois já tinham passado muitos dias e

ele não regressava. Alcançou o topo da montanha e ajudou o aventureiro a fugir. Com a força do aventureiro e a astúcia do velhote,

derrotaram a besta. O velhote distraiu o diabo e, quando este se encontrava de costas para o aventureiro, aproveitou e espetou-lhe a

espada que o velhote tinha recuperado. Conseguiram matar a vil criatura, e puderam investigar com calma e descobrir a famosa fon-

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te. Aí puderam beber água do rejuvenescimento. No regresso a casa, apercebeu-se que era perseguido pelos primos afastados do dia-

bo que o queriam matar. Estes acusaram-no de ter sido atrevido ao entrar em terrenos proibidos e matar o diabo, para além de ser o

primeiro a beber a água do rejuvenescimento.

O aventureira estava mais forte do que nunca e conseguiu derrotá-los e os outros, cheios de medo, fugiram.

O aventureiro tornou-se num herói. Foi o primeiro homem que conseguiu enfrentar o diabo e descobrir a fonte da água mila-

grosa e regressar vivo à sua terra.

Afonso Ribeiro

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Eu chamo-me Ana Rito, tenho doze anos, nasci em Coimbra, e resido atualmente em Vila

Real.

Tenho cabelo e olhos castanhos. Meço aproximadamente 1,58m e peso 45kg.

A figura pública com quem mais me identifico é o Conguito, que é um “youtuber”. Ele é muito

engraçado. É divertido ver os vídeos dele porque são sempre muito cómicos, e divirto-me bastante.

Sou uma pessoa introvertida, e não falo com muito à vontade com pessoas estranhas. Contudo,

sou divertida, porque gosto muito de me rir e de fazer rir os outros. Dizem que eu sou um pouco tímida.

No meu tempo livre gosto de desenhar a ouvir música, ir ao cinema com os meus amigos e navegar na internet.

Ana Francisca Rito

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As Três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz ver-

melha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a

possibilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um idoso viu as três nozes, pegou

nelas e levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las.

O velho como viu que o rapazito era pobre propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que tinha. O rapaz tinha ficado muito intrigado

com as nozes por estas terem cores diferentes e por isso é que as trocou pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera.

Apesar de ter aceitado a troca, ele prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso colar. Quando o rapaz estava a

passear pela rua, veio uma jovem ter com ele que lhe disse:

-Olá, meu jovem, sabes que trazes aí umas nozes muito valiosas... Eu, há cem anos atrás, comi uma dessas nozes que me

tornou imortal.

O rapaz foi feliz para a sua casa. Quando chegou lá, comeu a noz vermelha, desconhecendo que essa noz matava instanta-

neamente quem a comesse.

No dia seguinte, a família estava muito angustiada e mandou destruir as nozes, pois foram elas que mataram o pobre rapaz

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Nesse dia, uma jovem bateu à porta, a mesma, rapariga que o rapaz encontrara na rua, e disse :

-Se puserem este colar no pescoço do rapaz, ele ressuscitará… Aquele era o colar do falecido pai do menino. A família de-

sesperada, assim fez. No momento em que lhe colocaram o colar o menino abriu os olhos. Os olhos brilhavam como o sol, mas

passava-se ali algo, uma vez que os olhos do menino tinham mudado de cor. Todos se perguntavam o que teria acontecido para o

menino estar assim, mas quando se viraram para perguntar à rapariga que trouxera o colar, ela já tinha desaparecido. Muito

agradecida, a família do menino viveu feliz para sempre.

Ana Rito

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O baile

Era uma vez uma menina muito pobre, a Carlota, que vivia com a sua mãe numa casa campestre.

Certo dia, o rei organizou um baile para encontrar a noiva perfeita para o príncipe. Convidou, então, todas as raparigas do rei-

no. Quando a carta do convite chegou a casa da rapariga, ela ficou admirada, porque nunca tinha sido convidada para os bailes do

reino. Entusiasmada, foi a correr contar a mãe.

-Mãe, mãe, tu nem sabes o que me acabaram de enviar...

-O que foi? -Perguntou a mãe muito admirada com a agitação da filha.

-É uma carta do rei a convidar-me para um baile. Ele pretende arranjar uma noiva para o príncipe. Posso ir, não posso, mãe!?

-Ó filha, não vás, tu és uma rapariga do campo e lá só vão estar raparigas ricas e bem arranjadas, vão-te ridicularizar.

Depois de muito insistir, a menina conseguiu a permissão da mãe para ir ao baile. A mãe preparou a roupa: um vestido de linho

verde às riscas, umas meias brancas e umas sabrinas cor de rosa. Foi, também, colher umas flores para ela colocar no bolso do vesti-

do.

Chegou a noite, a menina estava-se a deitar, quando lhe apareceu uma fada, muito pequenina e muito brilhante, que a assustou.

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-Não tenhas medo, não te faço mal!-Disse a fada- Sou a tua fada madrinha, eu reparei que não tinhas roupas para ir ao

baile, e eu vou-te dar uma mãozinha.

Começou a mexer na roupa e perguntou:

-Confias em mim? Aconteça o que acontecer vais ao baile, prometes?

-Sim. – Respondeu a menina

-BIBILIBOBURIBU!

E a fada foi-se embora. O vestido transformou-se ficou todo rasgado, as flores secaram, os sapatos ficaram todos esfarrapados e

as meias todas rotas. A menina ficou muito preocupada, mas confiou na sua fada madrinha, visto que ela nunca iria querer o seu

mal, pensou a menina.

No dia seguinte, a mãe ficou muito irritada ao ver o estado da roupa da menina e ordenou para que ela não fosse ao baile.

Mas a menina quis cumprir a sua promessa.

O pajem veio buscar a menina, ao ver o seu terrível aspeto foi bastante grosseiro com a pobre rapariga. Atirou cm a sua mala

para dentro da carruagem e ordenou-lhe, de forma arrogante que entrasse.

Ao chegar ao palácio, o pajem mostrou-lhe o seu quarto. Era um quarto com os vidros todos partidos, cheio de pó e teias de

aranha.

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A menina sentia-se muito envergonhada, ganhou alguma coragem e foi mirar-se ao espelho que estava todo partido e mal se

viu. Mas, sentiu a transformação, o seu vestido ficou azul e safiras contornavam lindos bordados. Os sapatos todos esfarrapados

deram lugar a um belíssimo par de sapatos de cetim, e a condizer umas as meias de seda e uma tiara azul lindíssima.

O pajem, à hora do jantar, veio busca-la ao quarto. Admirado, ajoelhou-se, e pediu-lhe desculpa, por tê-la tratado tão mal.

Ele perguntou-lhe se ela queria mudar de quarto mas ela respondeu-lhe que estava bem naquele. Quando o baile começou, o príncipe

ficou intrigado e espantado com a beleza da menina, e quis logo dançar com a Carlota. As outras raparigas do reino sentira-se rejei-

tadas e ficaram cheias de inveja. O príncipe ficou encantado e apaixonado pela beleza de Carlota.

O baile terminou e a menina regressou ao seu quarto. Mal despiu o vestido, ele voltou a transformar-se no que era antes.

Ela deitou-se naquela cama cheia de pó e de lençóis rotos e adormeceu.

No dia seguinte, ao almoço, o príncipe escolheria com quem queria casar.

A menina vestiu novamente o vestido, foi ver o seu reflexo no espelho. Mas desta vez, o vestido não se transformou. Desespe-

rada, começou a andar de um lado para o outro sem saber o que fazer.

De repente ouviu um barulho, era o pajem a chamar por ela. Muito triste, dirigiu-se à porta, e, nesse mesmo instante, o ves-

tido transformou-se num lindo vestido branco cheio de diamantes, nos seus cabelos surgiu uma coroa de diamantes e os nos seus pés,

uns sapatos de cristal. Feliz, dirigiu-se para o banquete.

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O príncipe, ansioso, já estava à sua espera. Almoçaram, dançaram e, no final do dia, o príncipe anunciou que casaria com

ela. Casaram e viveram felizes para sempre.

Ana Rito

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Quem sou eu?

Sou uma simples rapariga de treze anos, chamo-me Ana Margarida e vivo no Couto. Meço 1,55m e

peso 49kg. Tenho os lábios carnudos, os olhos castanhos escuros, e o meu cabelo também é castanho escuro

encaracolado.

Identifico-me bastante com a Maggy dos “Simpsons” porque sou pequenina e gosto de travessuras co-

mo ela.

Tenho grandes qualidades: sou uma pessoa muito divertida e comunicativa, mas também tenho bastantes defeitos como, por exem-

plo, ser bastante faladora nas aulas, o que não ajuda nada no meu rendimento escolar.

No meu tempo livre, gosto muito de fazer puzzles, ler livros e passear com os meus amigos pela aldeia.

Gostaria de conseguir estar mais calada e atenta nas aulas, pois de outra forma, não vou conseguir alcançar bons resultados.

Ana Margarida Gomes

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz ver-

melha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a azul tinha o poder da imortalidade e a branca dava a possibili-

dade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um idoso viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila.

Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O senhor como viu que ele não tinha posses propôs-lhe trocar as

nozes pelo colar que tinha. O rapaz ficou muito intrigado com as nozes, por estas terem cores diferentes, e, por isso, é que trocou as

nozes pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca, ele prometeu a si próprio que um

dia iria recuperar o tão precioso colar. Como o rapaz vivia com o avô foi-lhe mostrar as nozes e este espantado disse-lhe:

-Tem cuidado com elas. Objetos estranhos, mistérios à espreita! Como compraste as nozes, não me lembro de te ter dado dinhei-

ro! -questionou o avô. O rapazinho envergonhado contou-lhe que as tinha trocado pelo precioso colar que o pai lhe dera.

-Estou muito desiludido! Tens muita sorte porque eu sei o segredo dessas nozes. – Ralhou o avô.

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-Segredo? Bem me parecia que elas eram muito estranhas.

-Elas são mágicas, há cem anos atrás eu e mais dois amigos…

-Se tu só tens sessenta e sete anos como poderias estar vivo há cem? Como é que isso é possível?- Interrompeu o rapaz.

-Se me deixasses continuar é que era bom. Então, eu e dois amigos vimos uma nogueira com nozes muito estranhas, eram três e,

cada um de nós, comeu uma. O mais velho de nós, que era o meu melhor amigo, comeu a branca e não lhe aconteceu nada. O mais

novo, comeu a vermelha e morreu e eu aparento sessenta e sete anos, quando, na realidade, já tenho cento e noventa e quatro anos

porque comi a noz azul, que me deu a imortalidade.

Será melhor eu guardá-las num lugar seguro– Afirmou o avó.

À medida que o avô falava, o rapaz muito espantado e um pouco assustado bebia todas as palavras proferidas pelo avó. O rapaz

pôs-se a pensar no assunto e decidiu que as nozes lhe podiam trazer muitos problemas, por isso, prometeu a si próprio que, se recupe-

rasse o colar do pai, queimaria as nozes.

E assim foi, voltou ao mercado e, para seu espanto, encontrou o colar abandonado no chão, pegou nele e regressou a casa a ma-

tutar no destino que daria às suas nozes.

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Apesar dos poderes destas, o rapaz achou que não valia a pena utilizá-las porque o ciclo da vida não deve ser interrompido. Só

se vive o tempo que tem de se viver e há que aproveitá-lo da melhor forma possível. Com esta consciência queimou as nozes.

Ana Gomes

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A grande aventura do camponês

Era uma vez um pobre camponês que vivia numa velha casa ao pé de um lago com a mulher e os seus quatro filhos. Esta família era muito

feliz, mas um dia veio um horrível temporal que lhes destruiu a casa. O camponês ficou muito preocupado com a família.

-Levei a minha vida inteira para ter alguma coisa e agora, num segundo, perco tudo o que tenho. A vida é tão injusta! E agora, como é que

nos vamos arranjar? – Interrogou-se o camponês preocupado.

O camponês decidiu ir falar com um sábio:

-O que poderei eu fazer, grande sábio? – perguntou-lhe o camponês.

-Vai até ao monte Abinaixo e lá haverá um baú – Disse-lhe o Sábio – Quando lá chegares, verás o que há lá dentro.

-Obrigado mestre– Agradeceu o velho camponês.

E assim foi, a mulher e os filhos ficaram em casa da mãe do camponês e ele pôs-se a caminho do monte Abinaixo que ficava mui-

to longe dali. Preparou o cavalo e a carroça de madeira que a sua mãe abrigava no celeiro, colocou um saco enorme cheio de comida

lá dentro e lá foi ele pelo caminho fora dizendo adeus à família. Andou e andou até que encontrou um velho amigo pelo caminho:

-O que fazes aqui meu amigo? – Perguntou o camponês.

-Ando a passear, e tu? Respondeu alegremente o amigo.

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-Vou ao monte Abinaixo procurar um tesouro!

- Também vou. Quero ajudar-te!

Um pouco mais abaixo, ouviram um barulho estranho apercebendo-se que a roda da carroça estava estragada. Como é que vamos

resolver o problema?- Perguntou preocupado a camponês ao amigo.

-Já sei! - exclamou o amigo – Vamos buscar um pouco de resina àqueles saquinhos pendurados nos pinheiros e tapamos as frin-

chas. Depois deste pequeno percalço, puseram-se novamente a caminho.

Quando se fez noite, dormiram encostados a um sobreiro que por ali havia e, de manhã bem cedo, puseram-se a caminho.

Finalmente, chegaram ao monte Abinaixo: era um lugar lindo, só havia uma pequena casa no meio do monte muito bonitinha

com um jardim muito arranjadinho. Bateram à porta e, para seu grande susto, a porta abriu-se sozinha. O camponês entrou e o seu

amigo ficou à porta a vigiar.

Quando entrou, o camponês viu um anão a remexer num enorme caldeirão vários ingredientes que se iam desfazendo. O anão,

quando viu o camponês, transformou-o num gato com uma das suas poções.

O anão era muito descontraído. Para ele não se tinha passado nada, era uma coisa que acontecia todos os dias, por isso tinha

muitos animais em casa. Quando chegou a hora da sua cesta, o anão foi dormir.

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Quando o amigo reparou que o camponês estava a demorar muito, decidiu entrar para averiguar o porquê da demora. Não viu

o camponês, por isso, decidiu chamá-lo:

- Onde estás? Precisas de ajuda para encontrar o tal tesouro?- Perguntou ele, procurando pelo camponês.

- Miaaaau!! Eu estou aqui! Um anão transformou-me num gato. Estou ao pé dos teus pés. – Respondeu-lhe o camponês.

- E agora!? Como é que vais voltar a ser humano? -Perguntou muito aflito.

- Procura nesses frascos. Já estive a dar uma vista de olhos e têm todos etiquetas com os nomes. Procuraram e viram o frasco

que dizia: “recuperar a forma”, o amigo ficou tão excitado que deu um grito que acordou o anão. O camponês apercebeu-se que o

anão se estava a espreguiçar, e bebeu a poção rapidamente o que o fez regressar à forma humana.

Assim que os viu, o anão enervou-se mas o camponês agiu rapidamente, ele pegou na poção que dizia: “formiga” e atirou-a pa-

ra a boca do anão. O anão transformou-se instantaneamente. Deram uma volta à casa e, quando chegaram ao quarto do anão,

procuraram por todo o lado e encontraram, debaixo da cama, um baú com a tampa aberta. Lá dentro havia muito dinheiro e uma

poção que dizia: “modo de usar: colocar meio frasco na zona onde estão os inimigos”. O camponês e o amigo puseram-se a cami-

nho de casa muito felizes da vida, mas atrás deles vinham os amimais transformados pelo anão que pretendiam vingar o seu dono.

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O camponês lembrou-se logo da poção que trazia dentro do baú, e assim fez, colocou meio frasco no chão e eles desapareceram.

O camponês voltou a casa e contou todas as peripécias à família. Construiu uma casa enorme, dividiu o dinheiro com o amigo e

viveram felizes para sempre.

Ana Gomes

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Os espinhos das rosas

Uma vez, há milhares de anos atrás, uma rapariga de seu nome Josefa conheceu um rapaz chamado

Gabriel. Os jovens, um dia, apaixonaram-se e começaram a namorar. Gabriel ofereceu a Josefa uma rosa

que representava o seu amor eterno.

Era um casal meigo e gentil, viam-se sempre juntos de mão dada. Mas, um dia, devido a uma grande

discussão separaram-se. Passadas algumas semanas, descobriram que não conseguiam viver um sem o outro

e juntaram-se novamente. Apesar do amor que os unia, estavam sempre a discutir. Mas era impossível sepa-

rarem-se.

Um dia, após uma grande discussão, Josefa apercebeu-se que na sua rosa tinha nascido um espinho e não entendia o porquê. A

certa altura, descobriu que a cada discussão que eles tinham, nascia um novo espinho na sua rosa. A partir daí, todas as rosas pas-

saram a ter espinhos porque, mesmo a mais bela história de amor, tem momentos difíceis que ferem a alma, assim como os espinhos

ferem o corpo. A mãe natureza fez crescer espinhos nas rosas, para que os humanos se lembrem que mesmo a mais bela das coisas

tem também o seu lado mau.

Ana Gomes

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Simplesmente Eu

O meu nome é Anabela, tenho treze anos e vivo em Vila Real.

Tanto os meus olhos como o meu cabelo são castanhos. Sou de estatura mediana e o meu peso é

normal relativamente à minha altura.

Sou uma pessoa extrovertida, persistente e sou bastante tímida com as pessoas que não conheço.

Tenho virtudes assim como tenho defeitos, sou simpática, amiga e divertida mas também sou teimosa!

Nos meus tempos livres, eu tenho aulas de dança e também treino as coreografias, quando tenho

tempo. Sou estudiosa e dedico algum tempo ao estudo para conseguir ter boas notas na escola.

A minha personagem preferida dos filmes é a Anabell, dos filmes de Percy Jackson. Acho-a muito bonita e identifico-me com a

personalidade dela.

Iara

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As Três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com caraterísticas mágicas. A noz verme-

lha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder de imortalidade e a noz branca dava a pos-

sibilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou nelas

e levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho como viu que ele não ti-

nha posses propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele tinha. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas terem

cores diferentes e, por isso, é que as trocou pelo colar tao precioso que o seu pai lhe oferecera.

Apesar de ter aceitado a troca, prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso colar. O rapaz vivia com o avô e,

quando chegou a casa, mostrou-lhe as nozes. Este ficou tão impressionado que decidiu contar o que se tinha passado há muitos

anos atrás. O avô contou-lhe que também ele encontrara umas nozes idênticas àquelas e comera a noz azul que o tornara imortal,

dando as restantes a pessoas suas conhecidas. O menino ficou muito entusiasmado pois pensou imediatamente que, com elas, poderia

ressuscitar o seu querido pai. Felizmente, o avô, graças à sua experiência com as nozes mágicas, sabia qual era a que tinha esse

poder. Depois desta descoberta, o menino e o avô foram ao cemitério e conseguiram fazer o que o menino tanto tinha desejado.

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Apesar de ter conseguido ressuscitar o pai, o menino ainda queria reaver o colar. En-

tão, decidiu vender as outras duas nozes para conseguir o dinheiro.

E assim foi, depois de as vender ele foi ter com o velho com quem tinha feito a troca para

ficar com as nozes e conseguiu ter de volta o seu colar.

Durante esta grande aventura o menino voltou a ter consigo o seu pai, conseguiu recuperar o

colar e descobrir o grande segredo do seu avô. E assim no final todos ficaram bem e viveram feli-

zes para sempre!

Iara

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Eu e mais ninguém

Eu sou um rapaz alto e com sentido de humor, chamado António, tenho catorze anos e muita

teimosia no sangue. Também dizem que sou irrequieto e não tenho paciência nenhuma, mas não é

só de defeitos que eu sou constituído, também tenho virtudes, como: ser bondoso, ser solidário, ser

honesto e ser inteligente.

Quando me olho ao espelho lembro-me do Garfield, não sei porquê. Será por causa do apetite

interminável? Ou pela preguiça? Ou pelas duas? Quem sabe!

No meu tempo livre gosto de jogar playstation, xadrez e, claro, futebol. Quando sei que vou praticar este maravilhoso desporto,

fico logo entusiasmado.

Se eu pudesse mudar alguma coisa em mim, mudava a teimosia e a irrequietude, claro que não mudava a preguiça, pois adoro

sentar-me relaxar sem pensar em nada.

E é assim que eu sou.

António Carmo

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes características mágicas. A noz vermelha ti-

nha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibilida-

de de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila.

Nesse mesmo mercado, uma criança decidiu comprá-las. O velho, como viu que ela não tinha dinheiro, propôs-lhe trocar as nozes

pelo colar que ele tinha.

O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas serem de cores diferentes e, por isso, é que as trocou pelo colar tão

precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. O rapaz, como vivia com o avô, foi-lhe mostrar as nozes e este espantado relembro

quando as tinha também ele encontrado há cem anos. Disse-lhe que estiveram envolvidas três pessoas na descoberta das nozes: o Ze-

ca, o Alfredo e ele próprio. O Zeca comeu a noz vermelha e morreu, o Alfredo comeu a noz branca e não lhe aconteceu nada e ele

comeu a noz azul e ficou imortal.

O rapaz ficou fascinado com o que ouviu, mas ainda assim havia uma coisa que o intrigava: por que razão a noz branca não

teve nenhum efeito no Alfredo quando este a comeu!

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E se a noz branca não fizesse efeito em pessoas vivas, mas sim nas mortas? Ele pensou durante dias até decidir testar a sua teoria:

ir ao cemitério e dar a noz branca a um morto. Durante a noite, em que praticamente toda a vila dormia, foi ao cemitério, este lu-

gar sempre lhe causara arrepios. Ganhou coragem e contou até cinco e correu por ali fora até parar diante da campa do seu pai. Já

era meia-noite, altura exata em que ele deu a noz ao falecido pai, mas não aconteceu nada. Desanimado voltou para casa, meteu-se

no seu quarto e começou a chorar, foi como se todas as comportas de uma barragem se abrissem ao mesmo tempo.

Já era de manhã e, da cozinha de sua casa, vinha um agradável cheiro a torradas quentinhas com doce de geleia que o seu avô

preparara. O rapaz escancarou a porta do seu quarto e dirigiu-se à cozinha para tomar o pequeno-almoço. Mas, subitamente, al-

guém bateu à porta. Ele, todo empolgado, atirou-se à porta com esperanças que fosse o seu pai, mas era apenas o carteiro. As lágri-

mas vieram-lhe aos olhos mas ele fez-se de forte e conteve-se o mais que pode, até não aguentar mais.

Tomado o pequeno-almoço o rapaz foi até ao mercado passear para desanuviar a cabeça e o seu avô fora arranjar lenha pois

aproximava-se um inverno rigoroso. No regresse, o rapaz demorou-se com uma pessoa à frente da sua porta, era um figurão alto e

bem-parecido. O miúdo empolgou-se dando um grito:

-Pai, pai? És tu?! -Perguntou ele. Mas não era, era apenas um fiscal das finanças. Então uma voz grossa e esganiçada cha-

mou por ele:

-Filho, não tenhas medo, sou eu, o teu pai. Disse aquela voz atrás dele.

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O rapaz virou-se e constatou que era mesmo ele. Com a lagrima no canto do olho, ambos se abraçaram. De volta a casa e tudo

esclarecido, o avô disse:

- Esperei muito tempo por este momento, mas agora, que já estás aqui, podes cuidar do meu neto e eu posso finalmente ter paz.

Já vivi demasiado e agora está na hora de partir para dar lugar a outros– Disse o avô aliviado e sereno.

Dito isto, comeu a noz vermelha a quem nem o poder da imortalidade podia resistir e assim partiu deixando o neto a cargo de

seu pai.

António Carmo

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A ganância

Era uma vez, há muito, muito tempo, um rei que vivia num reino distante. Este rei não ti-

nha escrúpulos, era ganancioso, torturava e escravizava os povos conquistados.

O rei tinha um vasto império, mas o povo era muito pobre porque este guardava abastados

tesouros numa ampla sala, fechada a sete chaves, com guardas em todos os cantos.

Um dia mandou duzentos dos seus soldados saquear outra aldeia, mas o que ele não sabia é, que nessa aldeia, havia um exército

mais poderoso que o dele, que o derrotou.

O rei quando soube do sucedido, ficou paranoico com a ideia que o seu exército já não era invencível e que alguém lhe podia tirar

os tesouros que ele demorou tanto tempo a amealhar.

Os dias foram passando e o seu povo foi partindo para reinos vizinhos pois agora viviam de uma forma mais miserável que nun-

ca. O reino ficou totalmente inabitado e o rei morreu sozinho, abandonado à fome e ao frio. Já sem forças para agarrar o tesouro e

com os olhos vermelhos por não dormir de tanto vigiar o seu precioso tesouro, sucumbiu.

E assim a ganância que o transformara num dos reis mais ricos de todos os tempos, acabou também por destrui-lo.

António Carmo

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Simplesmente eu

Sou uma rapariga de treze anos que vive em Vila Real. Sou de estatura média, magra, tenho o

cabelo e os olhos castanhos.

Sou simples e humilde, muito paciente e quase sempre sossegada mas, às vezes, também sou fa-

ladora sobretudo quando tenho confiança com as pessoas que me rodeiam. Gosto de ocupar o meu

tempo livre junto dos meus amigos e dos meus familiares. Também gosto de passear e navegar na internet. Apesar das minhas qua-

lidades, também sei que tenho defeitos mas o mais importante é que são as qualidades que valorizam a pessoa que sou.

Beatriz Pereira

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0 artefacto de Yin Yang

Era uma vez uma rapariga de dezasseis anos, chamada Íris, que gostava muito de aventuras. Certo dia, quando foi à cidade de Bongoo,

em Hálá, encontrou um velho amigo, o qual já conhecia há muito tempo, o Amadeu. Neste encontro tiveram uma longa conversa. Amadeu per-

guntou a Íris o que é que ela estava a fazer em Bongoo, ao que esta respondeu, de forma efusiva, que estava apenas de passagem.

Amadeu ficou intrigado pois ela estava constantemente a meter-se em aventuras e exclamou ironicamente: - Íris, estás só de passagem! Como se

eu não te conhecesse!

- Já percebi que não te consigo esconder nada!

- Obvio que não, já te conheço há muito tempo e sei o tipo de pessoa que és. És daquelas pessoas que não consegue deixar fugir uma aventura

por entre as mãos, por isso é que estás aqui em Hálá, à procura de mais uma aventura, estou errado?

- Claro que não, eu estou aqui em Hálá para encontrar um artefacto perdido.

- Qual artefacto perdido? Tu é que estás perdida, e é na lua!

-É sério! Não estou a brincar, vamos para um sítio mais calmo para eu te poder contar toda a história. Foram para casa de Amadeu, que fi-

cava perto do largo da Pedra Dura, e lá Íris pode contar a história do artefacto perdido.

- Há muito, muito tempo, os deuses Vento, Terra e Água tiveram um pequeno conflito com a deusa Fogo, e devido a esse conflito deixaram de

se falar, o que prejudicou o reino de Hálá e todo mundo.– Explicou Íris.

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- E sabes que conflito foi esse? - Questionou Amadeu.

-Não, ninguém sabe. Só eles. Como estavam muito zangados com a deusa do fogo, juntaram-se para construírem um talismã dividido em partes

e que conseguisse fazer com que a deusa do fogo perdesse todo o seu poder. E assim foi, o talismã de topázio foi atribuído ao deus do vento, o ta-

lismã da esmeralda, foi dado ao deus da terra e por fim o talismã de granada ficou a pertencer ao deus da água. Uniram as partes dos seus talis-

mãs e algo de incrível aconteceu. Todos juntos e unidos criaram o talismã de Yang que representava o céu e a luz . A deusa do fogo que soube do

sucedido, decidiu, também ela, construir o seu próprio talismã. O talismã de Yin que representava o inferno e a escuridão. Estavam presentes neste

talismã todas as forças opostos ao talismã de Yang.

- Que história incrível! Mas conta, conta que eu estou curioso!… Eles decidiram encontrar-se? - Perguntou entusiasmado Amadeu.

- Sim, estás certo! Eles decidiram encontrar-se, combinaram que se encontrariam aqui em Hálá, no largo da Pedra Dura.

-Não pode ser!? Estás a brincar? Aqui no largo da Pedra Dura! É mesmo onde moro, o que aconteceu de seguida?- Perguntou Amadeu cada

vez mais curioso.

-Ninguém sabe... apenas se sabe que uma força ou um ser fora do normal os separou e os impediu de lutar e, pelas minhas previsões, faz ama-

nhã precisamente cem anos que eles marcaram o tal encontro para se confrontarem. Reza a lenda que de cem em cem anos se encontram no mes-

mo local e no mesmo dia. - Afirmou Iris.

- Extraordinário, não posso crer que isto está mesma acontecer. – Disse Amadeu.

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No dia seguinte, por volta das cinco da manhã, Amadeu e Íris ouviram uma grande explosão, dirigiram-se imediatamente para a rua e ali

ficaram imóveis e espantados com o que estava a acontecer. Descobriram que aquele barulho estranho se dera devido à chegada dos deuses Vento,

Terra e Água. Amadeu e Íris ficaram muito aflitos, mas Íris, como era a mais corajosa, não hesitou e disse:

-Olá, deuses do Vento, Terra e Água, sei o porquê de vocês estarem aqui, e também conheço a vossa história, portanto, quero que saibam que

sou de confiança.

-Quem és tu? E porque é que dizes que sabes o que nós estamos aqui a fazer? - Perguntou o deus do vento.

- Chamo-me Íris. Sou uma humana, e, sim, sei a vossa história, por isso é que estou aqui neste preciso momento a impedir que vós e mais a

deusa do fogo se confrontem.

- Ouvi o meu nome e decidi aparecer para ouvir o que vós dizeis a meu respeito.– Afirmou a deusa do fogo.

- Olá, deusa do fogo! Eu sou a Iris e conheço a vossa história e estou aqui para vos impedir de lutar.

- Achas mesmo que nós obedecemos às ordem de uma criancinha como tu? - Afirmou num tom irónico o deus da terra.

- Para a tua informação não sou criancinha nenhuma. Já tenho dezasseis anos e, para esta idade já tenho bastante maturidade, quanto a vós,

não posso dizer o mesmo.– Resmungou Íris.

- Como te atreves, simples mortal a intrometer-te no nosso caminho? Não vês o risco que corres ao estares aqui a ameaçar-nos? - Referiu a

deusa do fogo.

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- A minha idade não define a minha mentalidade, mas deixemo-nos de conversas vãs e vamos voltar ao que interessa. Já que vos

achais tão crescidos e maduros, por que razão estais novamente neste encontro para lutar?

- Assim o destino o quis.– Respondeu o deus do vento.

- Tenho quase a certeza que já nem sabeis o motivo da vossa discórdia! - Afirmou Íris.

- Talvez tenhas razão!- Dizem todos em uníssono.

- Não terá chegada a hora de vos reconciliar? E juntos, criardes uma nova era de paz e tranquilidade! -Exclamou Ísis.

- Tens razão, miúda! Estamos fartos desta confusão, deste desentendimento, destes atritos.– Exclamam simultaneamente os deuses

da terra, vento e água.

- Também não gosto desta confusão. Eu concordo contigo, Íris, acho que devemos parar.– Afirma a deusa do fogo.

- Obrigada por concordarem comigo!- Exclamou Iris.

- Finalmente estamos todos de acordo! E se uníssemos as nossas forças e os nossos talismãs?- Perguntou a deusa da Água.

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- Estás certa! Vamos unir os nossos talismãs e fazer o talismã mais poderoso do mundo. O talismã de Yin-Yang, duas forças

fortes e unidas capazes de restabelecer o equilíbrio, a harmonia e a paz no universo.

Beatriz Pereira

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A origem das bruxas

Tudo começou há muito, muito tempo atrás, no tempo dos nossos ante-

passados. Estes assustavam as crianças daquele tempo, dizendo-lhes que

se não dormissem cedo e se portassem mal, as bruxas viriam, à noite, na

sua vassoura voadora, esvoaçando o céu nocturno, para as levar para a

sua gruta e ali ficariam de castigo. Mas se elas se comportassem bem

nada daquilo aconteceria. As crianças, como ouviam aquilo, vezes sem

conta, começaram a ter medo e com as suas mentes criativas e receosa,

puseram-se imaginar como seria o aspeto exterior das bruxas. Imaginavam-nas velhas, loucas, com faces deformadas, narizes com-

pridos e curvos e cheio de verrugas, nas costas tinham uma corcunda e faziam-se acompanhar de uma vassoura para se poderem

deslocar às casas dos meninos mal portados.

E assim terá surgido, no imaginário das crianças, a personagem das bruxas.

Beatriz Pereira

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O meu ver!

Eu sou uma rapariga de apenas treze anos de idade, chamada Francisca, mais conhecida por

Kika. Moro em Vila Real, na Nossa Sr.ª da Conceição. Frequento o oitavo ano de escolari-

dade, na Escola S/3 de S. Pedro.

Sou alta (1,60m) e considero-me elegante. Tenho a cara afunilada e os meus olhos e o meu

cabelo são castanhos como a lenha.

Sou daquele tipo de pessoas que, nas primeiras impressões, aparenta ser tímida mas, depois

de conhecer toda a gente, sou bastante extrovertida. Tenho uma personalidade forte, não me deixo influenciar pelos outros, sou sentimental, inteli-

gente e carinhosa, embora seja muito teimosa e chata.

Acho que tenho algumas virtudes, pois sei ser muito amiga e estar sempre presente para quem precisar de um ombro para cho-

rar. Pouca gente me aponta defeitos, mas as que me apontam nem sequer me conhecem, por isso, acho que isso não conta.

Muita gente me pergunta com quem me identifico. Há uma pessoa que eu considero parecida a mim, que é a Demi Lovato,

porque, depois de todos os problemas porque passou, continuou o seu caminho de cabeça erguida, não havendo obstáculos que a pos-

sam derrubar, e, para mim, é uma das pessoas mais corajosas que existe, com a qual me identifico.

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Nos meus tempos livres, eu adoro jogar basquetebol, e pratico esse desporto num clube, o Basket Clube de Vila Real. Este

ano fui considerada a melhor jogadora do meu escalão.

Mas a pergunta mais difícil é o que gostaria de mudar em mim… talvez mudasse a minha falta de paciência que, a meu ver,

é o meu pior defeito!

Francisca Lêdo

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava nozes com características mágicas. A noz vermelha

tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibili-

dade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila. Nesse mercado, uma criança pobre viu-as e decidiu comprá-las. O velho, como viu que o ra-

paz não tinha muitas posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que trazia ao pescoço.

O rapaz tinha ficado muito intrigado com as várias cores das nozes e acabou por trocá-las pelo tão precioso colar que o seu fa-

lecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca, prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o seu querido colar.

O rapaz, que vivia com o avô, assim que chegou a casa, dirigiu-se ao quarto do avô e mostrou - lhe a troca que tinha feito no mer-

cado. Este, assim que as viu, tirou-as ao neto, que ficou espantado com esta reação. Desconfiado, o neto perguntou-lhe se sabia al-

guma coisa sobre as nozes, e ele apenas lhe disse que, se fossem mal usadas, podiam matar alguém.

O avô apercebeu-se que o rapaz estava muito triste e perguntou-lhe o porquê de estar assim. O rapaz, a chorar, disse-lhe que

trocara as nozes pelo colar, e, naquele preciso momento, foi a correr para o seu quarto. Mais tarde, o avô dirigiu-se ao neto expli-

cando-lhe o verdadeiro poder das nozes.

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Este ficou espantado e, de imediato, pediu a noz branca ao avô. Este, receoso,

deu-lha, dizendo-lhe para ter cuidado com ela. Algumas horas depois, apareceu o

rapaz com uma pessoa que não era desconhecida do avô… era o seu filho! O avô

ficou muito contente, tal como o rapaz já estava.

- Avô, afinal como é que tu sabias a história das nozes? – Perguntou o rapaz

cheio de curiosidade.

O avô retirou do seu bolso a noz azul… a noz da imortalidade. O neto ficou espantado mas, esquecendo o avô, dirigiu todas as

suas atenções para o seu pai, que ficara tão entusiasmado quanto ele!

Depois de passarem algumas horas juntos, a contar histórias uns aos outros, decidiram ir dormir e ficaram todos muito felizes

por se terem reencontrado. Além disso, o menino já não precisava mais do colar porque teria o pai sempre ao seu lado!

Francisca Lêdo

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Remédio dos deuses

Era uma vez uma rapariga com apenas treze anos de idade que tinha de tomar conta da sua mãe, dado que o seu pai morrera

quando ela tinha dois anos e era filha única. Era uma rapariga desenrascada e não tinha medo de nada. Andava sempre metida em

aventuras e onde houvesse um mistério ela estaria lá para resolvê-lo.

Certo dia, a sua mãe ficou muito doente, e a rapariga, assim que viu o estado da mãe, chamou de imediato o médico da aldeia.

Este, depois de auscultar a senhora, disse-lhe que a doença não tinha cura. A rapariga, chocada, saiu a correr e a chorar de casa.

Correu durante tanto tempo e, quando finalmente parou, apercebeu-se que estava no meio da floresta.

Passadas algumas horas, ela continuava sentada ao pé de uma árvore. De repente, a floresta começou a ficar cheia de fumo e,

do nada, apareceu um mago. A rapariga, assustada, colocou-se em posição defensiva, mas este disse-lhe para ter calma pois queria

ajudá-la e sabia como curar a sua mãe. Muito triste, a rapariga, voltou a chorar, dizendo que isso era impossível.

-Nenhuma doença é impossível de curar…- Disse-lhe o mago – Desde que tenhas o Remédio dos Deuses. Ao ouvir isto, ela

perguntou-lhe onde podia arranjar esse remédio. O mago apontou para a montanha, dizendo-lhe:

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– Lá encontrarás uma gruta mas, para lá chegares, terás de conseguir ultrapassar muitos desafios. Dito isto, o mágico desa-

pareceu.

A rapariga começou a correr para casa e assim que lá chegou preparou as suas coisas e disse à mãe que ia buscar o remédio

que a iria curar. A mãe não a tentou impedir, porque sabia que seria em vão, e disse-lhe apenas para ter cuidado.

E assim a rapariga partiu em busca do desconhecido, apenas com um saco com alguns mantimentos e com roupa suficiente para

se proteger do frio e do calor, do sol ou da chuva.

Quando chegou a meio da floresta, apareceu-lhe um rochedo enorme que lhe bloqueou a passagem. Nele estava escrito que

quem quisesse passar por ele teria de acertar dois de três enigmas. Então ela começou a lê-los em voz alta: “Qual é a coisa muito

desejada, que quando se consegue… não se dá por ela?”

- Hmmmm… é o sono!- Surgiu um novo enigma: “ O que sai sempre primeiro do navio, antes do capitão e dos passagei-

ros?”

- Esta é difícil! As mercadorias?! A resposta estava errada, ou seja, a rapariga dependia do último enigma para passar:

“Todos sabem abrir mas ninguém o sabe fechar.”

- Essa é fácil… é o ovo!

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O rochedo começou a dividir-se ao meio, permitindo a sua passagem. Muito contente, desatou a correr pela floresta mas, de repen-

te, começou a ouvir sons que aparentavam ser de um animal ferido. Começou a seguir o som e assim que chegou à sua origem, aperce-

beu-se que era um tigre que tinha espetado algo na pata. Aproximou-se, cuidadosamente, começando por acaricia-lo, e só depois é que

lhe pegou na pata para lhe retirar a lasca. O tigre rugiu com a dor mas depois lambeu-a como sinal de agradecimento. De seguida,

a pequena aventureira protegeu a pata do tigre com uns farrapos que tinha no seu saco.

Depois de tratar do tigre, seguiu caminho, mas apercebeu-se que ele ficara a olhar para ela com um olhar triste. Então, decidiu

chamá-lo e este correu para ela feliz.

Após algumas trocas de afeto, voltaram a caminhar em direção à montanha. Começou a escurecer e a rapariga decidiu parar para

encontrar um sítio onde pernoitar. Depois de alguma procura, pousou as suas coisas junto a uma árvore que tinha uma copa suficien-

temente densa para os proteger da chuva. Ela deitou-se para tentar dormir um bocado, mas não conseguia fazê-lo devido ao frio que

tinha. Quando o tigre se apercebeu disso, deitou-se ao seu lado e envolveu-a no seu corpo, deixando-a aconchegada e quente. Quando

acordam, o sol estava a começar a nascer e partiram rumo à montanha.

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Caminharam durante algum tempo até que chegaram a uma fenda enorme que os impediu de seguir viagem. Para a atravessarem

teriam de escolher uma de entre três pontes. A primeira era feita de ouro, a segunda de pedra e a terceira de madeira. Não havia pis-

tas para eles saberem que ponte escolher, até que o tigre começou a empurrar algumas pedras para junto da menina. Ao início, ela

não percebeu o porquê do tigre estar a fazer isso mas, depois, pegou na pedra maior e mais pesada e atirou-a para a ponte de pedra.

A ponte caiu de imediato deixando apenas duas para escolher. A aventureira pegou em mais duas pedras, lançando-as, quase em simul-

tâneo, para as duas pontes. A de madeira caiu e a de ouro manteve-se direita. Então, atravessam-na a correr e, no fim da ponte, en-

traram num pequeno bosque.

No fim desse bosque encontrava-se a montanha, e logo no início, viu a tão desejada gruta. Ambos estavam receosos, mas entra-

ram com confiança na gruta. Andaram durante um pouco e logo que a rapariga viu o remédio, começou a correr para ele. Mas, por

de trás do remédio, apareceu um feiticeiro malévolo que a impediu de alcança-lo. O feiticeiro atirou-lhe uma bola de água que a fez ir

contra as paredes da gruta, deixando-a inconsciente. O tigre, revoltado, atacou o feiticeiro. Este não estava à espera e foi derrubado.

O tigre obrigou-o a abandonar a gruta e este, com medo, correu para o bosque.

Quando finalmente a rapariga recuperou a consciência, foi até junto do Remédio dos Deuses, com ajuda do tigre mas, quando

lá chegou, o frasco estava vazio.

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No preciso momento em que ela ia começar a chorar, apareceu-lhe o mago que lhe fa-

lara do remédio. Quando ela ia começar a insultá-lo, este interrompeu-a dizendo-lhe:

- A tua mãe está curada! O Remédio dos Deuses é a tua prova de amor. Ao teres vindo

até aqui, provaste que realmente amas a tua mãe. Parabéns!

A rapariga, emocionada, abraçou o mago e este teletransportou o tigre e a aventureira

para casa.

Mas assim que os três lá chegaram o feiticeiro malévolo estava lá à sua espera. En-

tão, começaram os quatro a lutar. O feiticeiro foi derrotado e expulso de vez daquela paca-

ta aldeia.

A rapariga, a sua mãe e o tigre ficaram a viver juntos e nunca mais lhes aconteceu nada de mal. Estes viveram felizes para sem-

pre.

Francisca Lêdo

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O mistério dos Pégasos

Há muito tempo atrás existiam uns seres esbeltos e ágeis que, embora tivessem o aspeto

físico igual ao dos cavalos, tinham asas, o que os tornavam numas criaturas majestosas e que to-

da a gente venerava e adorava.

Durante vários séculos estes animais foram seres muito amistosos e bondosos. Auxiliavam

no que podiam, transportavam quem precisasse, livravam as pessoas de apuros e protegiam os

mais necessitados.

Certo dia, um grupo de pégasos, que se achavam superiores e melhores que os outros, começaram a arranjar confusão e a tratar

mal os mais fracos. Os Deuses, fartos de tal comportamento, decidiram castigá-los e, por causa desse pequeno grupo, os Deuses reti-

raram as asas a todos os pégasos!

Então, estes esbeltos animais, devido à má educação daquele grupo, passaram a ser apenas animais terrestres a que os Deuses

deram o nome de cavalos!

Francisca Lêdo

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O meu Autorretrato

Olá! Sou o João Mesquita e estudo na Escola se S. Pedro de Vila Real, em Trás –

os – Montes. Frequento o oitavo ano de escolaridade da turma E, tenho treze anos e vivo na rua

20 de julho de Vila Real.

Fisicamente tenho 1,50m, por isso sou baixo, sou magro, o meu rosto é redondo, o meu ca-

belo é curto e castanho e os meus olhos são pequenos e também castanhos. Os meus colegas comparam – me com o

“Spider - Man” porque faço muitos malabarismos e os meus colegas dizem: “Olha o Spider - Man”. Eu considero-me

extrovertido, solidário, impulsivo e frequentemente sou comunicativo.

Passando às minhas virtudes, considero-me brincalhão, engraçado e amante do desporto. Os meus defeitos são ser cho-

rão, irritante, falador e chato. No meu dia a dia estudo, vou à escola, também vou ao Centro de Estudo e ao CAA

(Centro Anglo Americano) e, no meu tempo livre, às quartas e sextas, treino ténis de mesa e gosto de jogar no computador.

O que eu gostaria de mudar em mim? Seria talvez, a minha mentalidade para poder corrigir os meus defeitos.

João Mesquita

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz vermelha

tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibi-

lidade de ressuscitar. Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um idoso viu as três

nozes, pegou nelas e levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho como

viu que ele não tinha posses propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que tinha. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes

por estas terem cores diferentes e, por isso é que as trocou pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera.

Apesar de ter aceitado a troca, ele prometeu a si próprio que, um dia, iria recuperar o tão precioso colar. Como o rapaz vivia

com o avô foi – lhe mostrar as nozes e este espantado, perguntou ao neto com que dinheiro é que tinha pago. O neto respondeu –

lhe que tinha trocado as nozes pelo colar que o pai lhe tinha oferecido. Nesse mesmo dia, o avô contou – lhe a história das nozes

e dos seus poderes mágicos.

Depois de conhecer a história das nozes, o rapaz matutou na possibilidade de reaver o colar que o seu pai lhe tinha dado e que

tanto valor sentimental tinha para si. Decidiu, então, procurar o idoso que lhe tinha dado as nozes e contou-lhe o segredo das mes-

mas seguidamente, faz – lhe a seguinte proposta: em troca da noz azul o idoso devolvia – lhe o colar.

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O idoso aceitou pois iria comer a noz que lhe dava a imortalidade. O rapaz correu muito até casa do avô a quem contou o que tinha

acontecido no mercado. O avô ficou muito contente e pediu ao neto que comesse a noz branca para ressuscitar o seu filho que era o

pai do rapaz.

Passado algum tempo, um senhor foi bater à porta e, para surpresa do avô que a abriu, apareceu-lhe o filho que o deixou muito

emocionado. O rapaz abraçou o seu pai e durante a tarde toda foram contando os últimos acontecimentos.

Dois meses após o encontro, os três foram ao mercado comprar um cão para o rapaz, chegaram e lá viram uma cadela que estava

a dar à luz, o rapaz pediu à senhora se podia pegar num cão, e perguntou ao pai e ao avô se podia levar dois cães, eles consentiram.

Chegaram a casa, e o pai pôs mãos à obra e foi procurar material para fazer o nicho para os bichos. Passado algum tempo, o

pai regressou a casa e tinha as mãos cheias de sacos e ao colocá-los em cima da mesa, a noz vermelha rebolou para o chão. Esconde-

ram a noz bem escondida para os cães não a comerem.

Passado alguns meses, o rapaz continuava a treinar os cães para uma competição, quando o seu maior inimigo veio fazer – lhe

uma visita para saber se ele ia competir no concurso e o rapaz disse – lhe que sim. O seu inimigo começou a rir – se, virou – se para

o rapaz e informou – o que não era permitido cães fracos no concurso.

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O rapaz furioso exclamou que os seus cães não eram fracos e bateu – lhe com a porta na

cara, mas o visitante continuou a fazer troça e a chamar – lhe medricas. O rapaz ficou triste.

O pai e o avô concordaram com o rapaz e também achavam que o seu inimigo era malcria-

do com as outras pessoas

Finalmente, o dia do concurso chegou e o rapaz tinha treinado muito bem os seus cães. O

concurso tinha seis etapas, eles tinham de conseguir ultrapassar quatro delas, no mínimo para

não ser eliminado.

Apesar da dificuldade das provas, o rapaz venceu o concurso e ficou muito orgulhoso. Tinha valido a pena todo o esforço e dedi-

cação. O seu inimigo tinha aprendido uma lição de humildade. Envergonhado e furioso abandonou a vila.

João Mesquita

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Uma história de amor

Era uma vez um pobre camponês que vivia sozinho. Fisicamente, era alto, jovem, nem muito gordo nem muito magro, os seus

olhos eram azuis como o céu, o cabelo castanho e tinha a boca e o nariz pequenos. O homem era esperto, brincalhão, dedicado ao

trabalho, era assíduo e pontual em todos os compromissos assumidos. No entanto, sentia-se triste e solitário, porque nunca tinha vivi-

do uma história de amor.

Ele desejava encontrar a mulher da sua vida, a sua alma gémea, para que os seus dias fossem mais felizes e pudesse comparti-

lhar os momentos de alegria com a mulher que estivesse ao seu lado.

Um dia, cansado da sua solidão, pegou numa mochila e partiu a aventura. Antes da sua partida, o seu melhor amigo e conse-

lheiro deu–lhe muitas dicas para que a viagem decorresse sem sobressaltos, e avisá-lo de alguns perigos e pessoas mal-intencionadas.

Voltou para casa, arrumou na sua sacola, os mantimentos necessários, tendo ido de seguida preparar o seu cavalo para iniciar

assim a sua maior aventura.

Ainda não tinha decorrido uma semana de caminho quando, numa noite iluminada pela lua cheia, e num lugar muito perto das

origens da sua família, encontra o seu avô de quem tinha muitas saudades.

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Abraçam-se muito e mataram saudades, que já eram muitas.

- O que fazes aqui? – Perguntou o avô.

-Vim procurar a minha alma gémea!

- Então, vais ter que ter muito cuidado. O caminho que segues vai dar à floresta encantada. Podem-te aparecer umas belas mu-

lheres que te vão convencer a segui-las. Mas não o faças. Elas não são humanas. O que elas querem é matar-te. E só Deus sabe o

que farão mais… Luta contra os seus encantos com todas as tuas forças. Se conseguires passar por elas, mais à frente irás depa-

rar-te com monstros, como dragões cuspidores de fogo e gigantes comedores de cérebros, que guardam a entrada para o porto. Se não

conseguires ultrapassar estes obstáculos, não irás encontrar a mulher da tua vida. Quando chegares à ilha, haverá um velho mago

que te vai questionar e propor-te adivinhas e enigmas que terás de desvendar para que te deixe andar livremente pela ilha.

De repente, o camponês sente o sol a aquecer-lhe o rosto e acorda, com o olhar percorre tudo o que o rodeia e a única coisa que

reconhece é o seu cavalo que se encontra num belo prado verde a comer. Ao olhar mais atentamente apercebe-se de que já não está no

mesmo local onde esteve com o seu avô e percebe que enquanto ele lhe explicava todos os problemas que ia enfrentar o transportou até

ao local desejado.

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Durante toda a vida do camponês o avô tinha sido o seu maior aliado mas já há vários anos que este tinha falecido. A última

prova da sua grande amizade foi tê-lo ajudado a chegar até ali, em sonhos, sem ter de passar por todos aqueles problemas.

Mas um lugar tão belo não podia, no entanto, existir sem um guardião. Como o camponês rapidamente veio a descobrir.

O velho mago era o responsável por todos os que se encontravam na ilha e estava muito zangado com a forma como o campo-

nês tinha vencido todos os obstáculos que rodeavam a ilha. Há muito tempo que o velho tinha perdido a capacidade de compreender

os sonhos e alegrias da juventude. A única a quem ele ainda muito amava era a sua filha.

A zanga do mago aumentou para graus insuportáveis quando vê o camponês entrar na sua aldeia e se mostra tão encantado

pela sua filha como ela por ele. O mago ficou furioso e usou a sua magia para o prender. Em plena floresta árvores e arbustos uni-

ram-se rodeando-o e fecharam – no numa prisão.

A filha do mago, já cansada das fúrias do pai, e num ato de rebeldia, uma vez que era a única conhecedora de todos os truques

e magias do pai, procurou, por vários dias, pelo camponês, quando finalmente o encontrou na sua prisão. Voltou para casa, esperou

que o pai adormecesse e roubou-lhe as pedras mágicas, que levou para a floresta, e atirou-as para um poço muito fundo desfazendo

desta forma todos os feitiços do seu pai.

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Ao verem-se livres, os aldeões prenderam o mago. A filha dele ficou finalmente livre para viver a vida à sua maneira. No mes-

mo dia, a filha do mago virou-se para o camponês e disse:

- Queres casar comigo?

- Sim!-Disse o camponês com muita alegria.

No dia seguinte, eles casaram-se e viveram felizes para sempre.

João Mesquita

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Minha vida, uma História

Olá, Chamo-me João Costa e tenho treze anos. Ando no oitavo ano na Escola Secundária de S.

Pedro. Vivo em Vila Real, numa casa branca com um grande jardim, lugar onde eu, no Verão, jo-

go muitas vezes futebol.

Agora vou falar-vos sobre os meu traços particulares. Sou baixo, magro e tenho o cabelo e os olhos

castanhos. Psicologicamente, sou uma pessoa divertida e amiga. Nas há alturas em que estou em baixo e vou ter com os meus

melhores amigos para me ajudarem a superar os pequenos problemas que acontecem no meu dia a dia. A minha grande virtude é ser

extrovertido, dou-me bem com toda a gente e tento sempre ajudar quem precisa. Apesar das minhas qualidades, também tenho defei-

tos e um deles é falar sem pensar naquilo que vou dizer podendo afetar as pessoas a quem me dirijo.

Eu jogo futebol, por isso, tenho um jogador que admiro muito, Samaris, jogador grego do Benfica. O meu desejo é ir ter com

ele, cumprimentá-lo e pedir-lhe um autógrafo.

Concluindo, sou uma pessoa que gosta muito de ajudar os outros e que gosta de ser ajudado e, neste momento, estou a tentar

melhorar, ponderar as palavras e tentar encontrar a melhor maneira de me dirigir às pessoas pensando naquilo que vou dizer.

João Costa

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz vermelha ti-

nha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibili-

dade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as nozes, pegou nelas e

levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho, como viu que o rapaz não

tinha posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele tinha. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas terem

cores diferentes e, por isso mesmo trocou-as pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a tro-

ca prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso colar.

Quando estava a regressar a casa, encontrou um velho que, ao ver as três nozes, rapidamente se recordou da lendária história

de uma nogueira muito especial e das suas nozes com poderes mágicos. Mas o velho só conhecia o poder da noz branca que ressus-

citava quem a comesse.

-Rapaz, onde encontraste essas nozes tão estranhas?- Perguntou ele.

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-Comprei-as no mercado!-Respondeu- O senhor não sabe porque é que têm cores diferentes?

-Eu vou contar-te mas ninguém poderá saber deste segredo… O homem que te vendeu essas nozes, provavelmente, apanhou-as

junto àquela nogueira- apontou para a nogueira

que estava ao pé deles- Essas nozes têm poderes mágicos mas eu só conheço o poder da noz branca que ressuscita quem a comer. O

rapaz pediu ao velho para ir com ele até casa, e este aceitou. Quando chegou a casa, foi buscar o quebra nozes e pediu à mãe pa-

ra irem até à campa do pai.

-Vou ressuscitar o meu pai– Disse emocionado o rapaz. Quando lá chegaram, abriu, apressadamente, o caixão e introduziu a

noz pela garganta abaixo do pai e, numa fração de segundos, o seu pai levantou-se. A mãe, estupefacta e ao mesmo tempo cheia de

alegria, chorou ao ver o seu marido vivo de novo.

Ao longo do dia, o filho e o pai não se separaram e o rapaz explicou-lhe como o tinha ressuscitado. Admirado, o pai dirigiu-se

à biblioteca, para procurar, nos seus livros mais antigos, alguma coisa sobre a nogueira e as nozes. A certa altura, encontrou o que

procurava. Depois de descobrirem tudo acerca das nozes, tomaram a decisão de destruir as outras duas nozes para não caírem nas

mãos erradas.

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Quando estavam decididos a destruir as nozes, aperceberam-se que elas tinham sido roubadas. O rapaz desconfiou do velho que ti-

nha ido com eles ao cemitério, pois era a única pessoa que sabia deste segredo. Desconfiados, foram tentar encontrar a casa do ve-

lho. Percorreram vários caminhos até chegarem a uma clareira, e viram fumo a sair por uma chaminé.

-Toc Toc Toc – bateram à porta – Está alguém em casa? Perguntaram em coro.

-Quem é que está a falar? – Perguntou o velho em voz alta, mas mal os viu pela ranhura da porta, desesperado foi esconder as

nozes no armário da roupa- Só um momento…- Afirmou ele.

Depois de esconder as nozes, o velho deixou-os entrar. Pai e filho aperceberam-se do nervosismo do velho e viram em cima da me-

sa da cozinha um livro com o desenho de uma nogueira. Bastou para que confirmassem que o velho lhes tinha tirado as duas nozes

que faltavam.

-Onde é a casa de banho? – Perguntou o rapaz ao velho, e este aponta para a última porta do corredor.

Enquanto o pai distraia o velho, o rapaz começou logo a procurar as nozes. Procurou, procurou e nada encontrou,. Apercebeu-se

que uma das portas do armário estava entreaberta. Aproximou-se e verificou que num dos bolsos de um casaco estavam lá as duas

nozes. Apressadamente, foi para junto do seu pai e, com todas as suas forças, atirou as duas nozes para a lareira. Deixando o ve-

lho num estado lastimável, muito irritado, o velho disse-lhes:

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-Isto não fica assim, daqui a cem anos as três nozes não me vão escapar.

-Se ainda estiveres vivo, velho desgraçado! – Exclamou o rapaz num tom de gozo.

Apesar de terem destruído as duas nozes, o rapaz conseguiu ressuscitar o seu pai e assim proteger o mundo, evitando que as no-

zes caíssem nas mãos erradas. Mas não se sabe se daqui a cem anos poderá haver outra pessoa a desejar a imortalidade e a querer

matar ou ressuscitar alguém.

João Pedro Costa

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Tom, Layla e Thunder

Era uma vez uma criança que se chamava Tom e que tinha muito jeito para lutar. Vivia num grande castelo, numa pequena

vila junto ao mar. O seu pai tinha morrido há dois meses e sua mãe estava muito mal de saúde. Num dia, em que o rapaz estava

a melhorar as suas técnicas de combate, chamaram-no urgentemente para ele ir ter com seu avô. Este contou-lhe que o seu pai tinha

tido um colar muito precioso capaz de curar qualquer doença ou ferimento. Mas esta peça tinha-lhe sido roubada, na altura em que

ele morrera, por um diabo. Para saber mais acerca deste colar tão valioso foi ter com um velho mágico que vivia numa velha cabana.

Assim, o rapaz ficou a saber que, para chegar ao reino dessa criatura, tinha de atravessar a floresta negra, depois tinha de passar o

reino dos dragões e, após isso, avistaria um grande vulcão, local onde a criatura vivia. Sem qualquer demora foi, rapidamente, vestir

a sua armadura de ouro, pegou na sua espada de diamante e no seu cavalo mais veloz, que se chamava Thunder, e partiu rumo ao

desconhecido em busca do colar.

A floresta era muito sombria e de noite assustava qualquer pessoa que por lá passasse. O rapaz e Thunder já estavam a andar

há algumas horas e, por isso, decidiram parar para comer e descansar um pouco. Estavam a comer descontraidamente quando uma

flecha passou a milímetros do nariz de Tom. Este levantou-se, pegou na espada, e, naquele momento, surgiu, da grande escuridão,

uma pequena rapariga, um pouco mais nova que Tom, que lhe apontou o arco ao peito. Tom perguntou-lhe:

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-Quem és tu? Que estás aqui a fazer?

-Eu sou a guardiã desta floresta e estou aqui de vigia para evitar que ninguém se atreva a cortar as minhas árvores nem matar

os animais que vivem aqui na floresta. Os que aqui passam têm obrigação de me prestar contas. - Respondeu a rapariga.

Após esta conversa, Tom explicou-lhe a razão pela qual estava a atravessar a floresta e, como a menina parecia ter muito jeito

em manejar arcos, ele pediu-lhe para o acompanhar nesta aventura. A rapariga ainda hesitou um pouco, mas acabou por aceitar.

- Ah! Eu chamo-me Tom e este é o meu cavalo Thunder. E tu?

- Eu chamo-me Layla. Talvez não saibas, mas esta floresta, apesar de ser muito sombria, tem poderes mágicos. É capaz de fa-

zer com que uma pessoa se perca como num labirinto, pode transformar qualquer coisa numa criatura maléfica e pode também fazer

com que uma pessoa perca a memória, ficando sem saber quem é e o que está a fazer neste local . Mas eu conheço este sítio como

a palma das minhas mãos e tenho poções para todos esses feitiços. Contudo, há um problema. Se a floresta transformar uma pedra

ou qualquer outra coisa num monstro, eu não posso fazer nada e a única solução é correr.

Após este esclarecimento, eles montaram no cavalo e continuaram pela floresta dentro. Estavam tranquilos, porque ainda não

tinha acontecido nada mas, mal olharam para trás, depararam-se com milhares e milhares de aranhas gigantes. Com medo, Tom fez

com que Thunder corresse velozmente. Correram com todas as suas forças e conseguiram atravessar a floresta, mas Layla ainda

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teve de dar uma poção a Tom porque, por breves instantes, este perdera a memória. Finalmente, estavam no reino dos dragões. Não

era um obstáculo difícil de ultrapassar, mas tinham que evitar dar nas vistas para que os dragões não se apercebessem das suas pre-

senças.

Sorrateiramente, Tom, Layla e Thunder foram em direção à saída mas um dos dragões viu-os e logo começou a correr atrás

deles. Já estavam perto da saída quando cinco ou seis dragões vinham em direção a eles. Já próximos, estes cuspiram fogo pela boca,

atingindo a perna de Thunder, mas as chamas não alcançaram nem Tom nem Layla. O pobre cavalo ferido teve de ir a mancar até

ao vulcão, o que fez com que se atrasassem bastante. O vulcão era enorme e estava a deitar muita lava. Quando chegaram à entrada

do reino, decidiram deixar Thunder para trás para que não se aleijasse ainda mais. Chegaram ao topo do vulcão e Tom, de cabeça

quente, ao pensar no seu pai que morrera por causa daquela criatura, foi a correr em direção ao diabo, enquanto a rapariga se escon-

dia. O diabo tinha dois enormes cornos pretos e o resto do corpo era vermelho e tinha vestido uma capa gigante de ouro. Este estava

rodeado de um exército de monstros. Tom, sozinho, como não conseguiu derrotá-los, foi vencido. Retiraram-lhe a armadura e a espada

e prenderam-no numa jaula como prisioneiro. Mas havia uma coisa que o diabo não sabia: Layla estava prestes a roubar-lhe as coi-

sas que pertenciam a Tom. Na altura em que a criatura estava a comer, a rapariga, cautelosamente, foi ver como estava Tom.

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Ele disse-lhe que as grades que o estavam a prender eram muitos fortes mas não tão fortes como a sua espada de diamante. En-

tão pediu-lhe que a tentasse roubar ao diabo. Como Layla estava habituada a andar na escuridão, essa tarefa não foi difícil de cum-

prir. Tirou a espada e a armadura, levou-a até Tom e destruíram a cela que o prendia. Sem demoras, Tom foi por trás do diabo e,

com apenas, um golpe no pescoço, conseguiu matá-lo.

Assim, pegaram no precioso colar e começaram a fugir. Montaram no cavalo e Thunder, com as suas últimas forças, começou a

correr em direção à vila, parecia uma flecha, um raio cheio de energia. Passaram novamente pelo reino dos dragões e pela floresta até

que chegaram a casa.

Tom pensava que tinha chegado a casa são e salvo, porém avistou os irmãos do diabo que o tinham seguido a ele e a Layla. Só

faltava uma coisa... Tom tinha de ir salvar a mãe com o colar, pois ela estava muito fraca e com muitas dores.

Chegaram ao quarto e o rapaz pegou no colar e descobriu que uma das peças era uma caixinha. Abriu-a e uma luz amarela en-

cheu o quarto e quando esta se apagou, a sua mãe estava restabelecida, sem dores e pronta para continuar a sua vida.

Nessa altura, apareceram os guardas da vila e travou-se uma grande batalha entre o bem e o mal. Tom com a sua espada de dia-

mante, Layla com o seu arco, os guardas com os seus escudos e lanças e até mesmo Thunder a dar coices.

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Unidos conseguiram exterminar todos aqueles seres maléficos que se queriam apoderar do reino. Todos estavam felizes. A mãe ti-

nha recuperado e o reino poderia finalmente prosperar. Vitória, vitória acabou-se a história.

José Pedro Costa

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Os uivos dos lobos

Há milhares de anos, habitava no planeta Terra o rei dos lobos que era o melhor dos predadores . Sustentava a sua espé-

cie, caçando todos os animais que encontrava não sobrando nenhum. Quando se deslocavam de região em região, era ele que lidera-

va a alcateia, protegendo-a de qualquer ser vivo que se colocasse à frente do caminho para a defrontar.

Um dia, um homem, fã de casacos revestidos de pelo de animais, resolveu ir dar uma vista de olhos à famosa alcateia. Com

os seu dardos envenenados, que fazem adormecer quem por eles for atingido, tentou acertar nesta majestosa criatura, mas este, veloz

e com bons reflexos, conseguiu esquivar-se de todos os tiros e, consequentemente, atacar o pequeno homem, conseguindo matá-lo. As-

sim, a sua alcateia já tinha o que comer e, mais uma vez, o rei conseguiu escapar da morte. Certa noite, noite de lua cheia, um

leão feroz decidiu conquistar a terra que naquele momento tinha sido ocupado pelos lobos. O rei sem querer chatear-se com o leão,

pois já era tarde e já estava sem forças, porque o dia já tinha sido muito cansativo, pediu-lhe para se ir embora. O leão não ouviu

os apelos do lobo e atacou-o. De seguida, com medo os outros lobos fugiram e deixaram o seu rei só e abandonado. Do nada, sur-

giram milhares de leões e leoas para lutar contra um único lobo, o rei. Naturalmente, apesar do lobo ser muito forte, não conseguiu

resistir a todos os animais ferozes que naquele local se encontravam.

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Assim, os leões conquistaram a terra.

E, em homenagem ao rei e à sua bravura, que sempre protegeua sua alcateia de todos os males, nas noites de lua cheia, um

lobo sobe a uma grande rocha para uivar ao seu soberano que se encontra no céu.

João Costa

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Olá, chamo me João Santos. Fisicamente, sou alto, um pouco entroncado, tenho o cabelo com-

prido e castanho claro, e tenho os olhos castanhos claros. Tenho os lábios carnudos e o nariz médio-

pequeno.

Psicologicamente sou bastante teimoso, irrito- me facilmente, sou muito tímido, embora, às vezes,

não pareça. Não sou corajoso, porém sei ajudar quando as pessoas precisam. Tenho um excelente sentido de humor, sou humilde e,

por vezes, um pouco invejoso e um pouco melancólico.

João Santos

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A bengala mágica

Era uma vez, há muito tempo atrás, um mago, que vivia numa casa num bosque escuro e sombrio, ele era baixo, tinha uma longa

barba branca, muito comprida, e andava sempre com a sua bengala, feita de uma rara madeira exótica, que continha poderes secretos,

que nas mãos erradas, trariam graves problemas.

Num dia escuro e sombrio, durante o seu habitual passeio pelo bosque, a sua bengala foi roubada. O mago muito preocupado,

regressou a casa sem saber o que fazer. Umas semanas depois, alguém bateu à sua porta. O Mago, ao abrir a porta, depara-se com

alguém muito misterioso disposto a ajudá-lo a recuperar a bengala. Qual não foi o espanto do mago, a reconhecer o seu irmão desapa-

recido há muitos anos.

Então, unindo forças, foram investigar, para tentar descobrir o paradeiro da bengala. Passaram por uma ponte muito comprida, e

aí, depararam-se com uma pessoa com aspeto estranho: tinha os olhos vermelhos, o cabelo preto e muito comprido, e um enorme nariz.

Esta estranha criatura apresentou-se como sendo Satanás. Aquele que todos temiam, este não os deixava atravessar a ponte, a menos

que fizessem o que ele quisesse.

O Mago e o seu irmão tentaram fugir, no entanto, a fuga era impossível. Já não havia volta a dar, eles eram prisioneiros de Sa-

tanás. Depois várias tentativas de negociação, chegaram a um acordo. O irmão do mago, dava a sua vida para o mago poder conti-

nuar o seu caminho.

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O Mago desolado por voltar a perder o irmão conseguiu atravessar a ponte. Após breves momentos, chega ao covil de uma ara-

nha gigante, ela era a mais temida de todas as aranhas daquele reino. O Mago confronta-a, dizendo que sabia que ela tinha a ben-

gala. Após uma troca violenta de palavras, ambos começam a lutar. Uma luta épica envolvendo tudo que era objetos e feitiçarias. In-

felizmente a aranha conseguiu vencer o Mago, e até hoje desconhece-se o paradeiro da bengala.

João Pedro Santos

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Há muitos milhões de anos atrás uma criança vivia numa ilha perdida no meio do oceano atlântico. Essa ilha não tinha nome, era

totalmente desconhecida e viviam lá pouco mais de cinquenta aldeões.

Arthur era uma criança de cabelos loiros e pequena para a sua idade, e também muito tímida. Um dia, uma enorme tempestade e

gigantes ondas atingiram a costa da sua ilha. Arthur de apenas seis anos, nunca tinha sentido tanto medo na vida. Ficara tão aterro-

rizado que nem saiu de casa, nem se atreveu a siar de debaixo da cama, enquanto a tempestade não acalmou. Arthur, ao sair de casa,

deparou-se com um enorme cenário de destruição, porém nenhuma morte foi registada, o que foi considerado um milagre.

Nenhum morador da ilha sabia a razão da fúria dos mares, tinha sido a primeira vez que presenciaram uma tempestade. Poucos

dias antes desta tragédia, Arthur chateara-se seriamente com o seu irmão, tiveram uma horrível discussão.

Os moradores tentaram descobrir a razão pela qual o mar se tinha enfurecido. Até que descobriram que Arthur era o causador

deste fenómeno. Pois, mais uma vez, Artur irritou-se com o seu irmão e nesse mesmo dia, surgiu uma nova e mais forte tempestade.

Os aldeões, finalmente, descobriram que quem originava as tempestades era a fúria de Arthur. A partir de esse dia, começaram a cha-

mar ao Artur, Posídeon, o Deus do mar.

João Pedro Santos

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Chamo-me Diogo, tenho treze anos e vivo em Lordelo, Vila Real. Frequento o oitavo

ano na escola Secundária S. Pedro , em Vila Real.

Eu sou alto, forte, tenho o cabelo um pouco longo e castanho, tenho os olhos castanhos

claros. A minha personagem virtual favorita é o Master Chief, John, é uma personagem do

meu videojogo favorito, Halo. Eu sou um adolescente simpático, compreensivo e amigável, tam-

bém sou calado e tímido. A minha maior virtude é ser simpático e gostar de ajudar as pessoas.

Normalmente, nos meus tempos livres, costumo ler livros de aventura, estudo, jogo videojogos e faço desporto, principalmente jogar

futebol e basquetebol.

O que mudaria em mim era a cor dos meus olhos pois gostaria que fossem verdes, e gostaria de ser menos tímido.

José Diogo Gomes da Silva

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As Três Nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz verme-

lha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possi-

bilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila. Nesse mercado, um rapaz pobre queria comprá-las. O velho como viu que ele não tinha pos-

ses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele trazia ao pescoço. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas te-

rem cores diferentes e, por isso, trocou-as pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca,

ele prometera a si próprio que, um dia, iria recuperar o tão precioso colar. O rapaz, que vivia com o avô, foi mostrar-lhe as nozes.

Este, espantado, contou ao neto a história que foi passando de geração em geração e explicou-lhe o poder que tinha cada noz. O

avô conhecia bem a história pois, na sua região, era uma lenda antiga. Também sabia que o rei andava à procura dessas nozes há

muitos anos, pois quem comesse a noz da imortalidade tornar-se-ia imortal e seria para sempre rei daquelas terras.

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Nesse momento, apareceu o rei e os seus soldados. Agarraram o avô do rapaz, mas este apressou-se a dizer ao neto para comer

a noz da imortalidade. Este assim fez. Como ele era agora o rei, ordenou aos soldados que largassem o avô e mandou prendero anti-

go rei. Este paralisado, foi obrigado a comer a noz da morte e morreu ali mesmo. O rapaz virou-se para o cadáver do rei e disse

aos presentes que realizara o sonho do antigo rei que tanto queria comer uma noz mágica, como veio a acontecer e este morrera a

comer uma. No dia seguinte, o rapaz comprou o colar do seu falecido pai ao comerciante e guardou a noz branca num cofre para

poder ressuscitar o avô quando morresse.

José Diogo Gomes da Silva

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A Aventura de um Jovem Camponês

Era uma vez um homem alto, bonito, loiro, simpático e corajoso. Era um camponês humilde que desejava casar com a princesa

daquelas terras.

Como não se sentia feliz a trabalhar, perguntou ao pai se podia sair de casa para tentar conquistar a princesa. O pai incenti-

vou-o, pois era da opinião que o filho devia seguir o seu sonho, e este assim o fez.

Uma manhã, pegou numa mochila com alimentos e roupas e partiu a pé, em direção ao castelo onde a princesa vivia.

A meio do caminho, lembrou-se que vivia, naquela zona, um amigo de infância. Foi a casa dele e encontrou-o a forjar uma es-

pada, pois era ferreiro. Como agradecimento pela visita, o amigo ofereceu-lhe a espada.

Perto do castelo, foi atacado por um leão. O camponês conseguiu vencer a luta, foi misericordioso, e não matou o leão deixan-

do-o, apenas, ligeiramente ferido.

Quando chegou finalmente ao castelo, viu o rei e sabia, de antemão, que nunca o deixaria casar com a princesa, por ser um

simples camponês.

Ganhou coragem e foi falar com o rei. Este, rindo disse ao camponês que não tinha perfil para casar com a sua filha, mas

fez-lhe uma proposta: - Se me ganhares num duelo de espadas poderás casar com a princesa. Quem ganhasse teria de cuidar da

princesa e quem perdesse teria de se afastar dela.

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E assim aconteceu. A luta começou e o rei feriu-o na perna provocando a queda do camponês. Naquele momento, surgiu o leão

que, em forma de agradecimento por ter sido poupado, salvou o camponês levando-o para a floresta.

Quando o camponês acordou , lembrou-se de tudo, e começou a treinar para vencer o rei.

Uns dias depois, quando chegou ao castelo, desafiou o rei para um novo duelo e, desta vez, saiu vitorioso. Depois da vitória,

perguntou ao rei onde estava a princesa, ao que este respondeu que estava na torre do castelo. O camponês foi até lá e encontrou a

princesa a dormir. Naquele mesmo instante, como por maldição, surgiu um príncipe de um reino longínquo , espeta a espada no ab-

dómen do camponês, e a última visão do pobre camponês foi a de ver o príncipe a rir-se e a dizer à princesa que achava muito estra-

nho que um camponês pudesse ter pensado sequer na possibilidade de casar com uma princesa. "Quem quer mais do que lhe convém,

perde o que quer e o que tem."

José Diogo Silva

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Um espelho de mim

Olá, sou um estudante da Escola Secundária de São Pedro, em Vila Real e chamo-me

José Miguel Morais. Vivo num prédio, numa aldeia nos arredores de Vila Real chamada

Folhadela e tenho treze anos.

Sou um rapaz de estatura média, não sou nem gordo nem magro, tenho um rosto oval

com um nariz proporcional, tenho também um cabelo curto e castanho e um olhos castanhos

como chocolate.

Admiro o ator Tom Cruise pelos seus papéis emocionantes em filmes espetaculares como o “Esquecido”, “Missão Impossível ” e

“Oblivion”. Acho que sou uma pessoa extrovertida, sociável, comunicativa e divertida. Penso, também, que tenho a virtude de ser luta-

dor, pois não desisto face aos problemas do dia-a-dia. Algumas pessoas dizem que sou resmungão e teimoso como uma porta. No meu

tempo livre gosto de ler, nadar, jogar futebol, basquetebol e ver televisão. Gostaria, porém, de ser mais sossegado.

José Miguel Morais

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz ver-

melha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a

possibilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou

nelas e levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho, como viu que ele

não tinha posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que trazia ao pescoço. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes

por estas terem cores diferentes e, por isso, é que as trocou pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter

aceitado a troca, ele prometeu a si próprio que, um dia, iria recuperar o tão precioso colar. Como o rapaz vivia com o avô, foi-lhe

mostrar as nozes e este espantado perguntou-lhe onde as tinha encontrado. O rapaz disse que as tinha visto no mercado da vila, e,

como tinham aquelas cores, ficou curioso e decidiu comprá-las.

O avó disse-lhe que, há muitos anos atrás, quando ainda era um jovem adolescente, ele e os seus amigos tinham encontrado

aquelas nozes. Eles eram três, e cada um ficou com uma noz, calhando a azul ao avô. O que tinha ficado com a vermelha morrera e

o avô tinha-se tornado imortal. Sempre que chegasse aos cem anos, voltava a ficar jovem novamente e o seu outro amigo tinha fica-

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do com o dom de ressuscitar os mortos tocando-lhes apenas com as mãos, mas esse seu amigo já tinha falecido.

O menino ficou muito feliz quando soube dos poderes das nozes, pois sabia que ainda havia a possibilidade de salvar o seu que-

rido pai. Sem mais demoras, contou à mãe o que havia descoberto e foi com o avô e com a mãe ao cemitério. Lá, o menino comeu a

noz branca e, após desenterrarem o seu pai, o rapaz tocou-lhe no peito e o seu coração começou a bater de novo. O pai dele estava vi-

vo. No caminho de regresso a casa, decidiram destruir as restantes nozes. Regressaram todos juntos e felizes e, finalmente, puderam

viver novamente como uma família.

José Morais

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O tesouro dos três oceanos

Era uma vez um marinheiro que andava sempre à caça de tesouros. Era um homem alto, imponente, com uma barba comprida

e uma pala no olho direito.

Há muito que andava à procura de um tesouro muito especial: o tesouro dos três oceanos. O marinheiro andava muito intriga-

do com este tesouro e então decidiu consultar uma bruxa que pudesse descobrir onde estava escondido o mapa que lhe permitisse saber

a localização do tão desejado tesouro. O marinheiro, após descobrir a localização do mapa, levantou a âncora e partiu no seu barco

para umas ilhas onde, segundo a bruxa, se encontrava o mapa. Quando lá chegou, viu o fumo de uma fogueira. Ancorou o seu bar-

co e escondeu-se no meio da folhagem para ver o que se estava a passar sem ser visto. Apercebeu-se que estava a decorrer um ritual

canibal. Estavam prestes a matar um homem que pareceu familiar ao marinheiro, era Billy Bones, o seu antigo camarada. No-

tou, também, que um dos canibais, que aparentemente lhe parecia ser o chefe, tinha algo no seu bastão constatando que era o mapa

tão desejado. O marinheiro tinha que obter aquele mapa a todo o custo e tinha que salvar Billy.

Dirigiu-se ao barco e pegou numa espingarda, disparando para o ar duas vezes. Os canibais começaram a correr assustados e

largaram tudo o que estavam a fazer. O marinheiro tirou Billy do caldeirão, pegou no mapa e partiu rapidamente, antes que os

canibais voltassem armados. O marinheiro perguntou a Billy o que se tinha passado para estar ali.

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Este foi apanhado quando andava a explorar a ilha na tentative de encontrar ouro. Depois de analisarem o mapa, concluíram

que o tesouro estava numa pequena ilha onde os três oceanos: Indico, Atlântico e Pacífico se cruzam. Após semanas de viagem, os

homens do mar chegam à ilha, desconhecendo que o maior inimigo do marinheiro habitava aí.

A ilha era um local sinistro, escuro e muito enevoado. O inimigo do marinheiro era um pirata malvado, alto e corpulento, com

um gancho no lugar da mão esquerda. Billy disse que deviam esconder-se e procurar o tesouro. Mas o marinheiro retorquiu que não

podiam ser covardes e que era uma batalha que tinha que travar. Pegou na sua espada, e mostrou-se ao pirata. Este, quando o viu,

puxou da espada e a batalha começou. O marinheiro fora derrotado pelo seu inimigo que lhe apontava a espada ao pescoço, mas

Billy, que estava escondido, atirou uma espada ao marinheiro. Este reergueu-se e recomeçou a lutar.

O marinheiro é desarmado durante a batalha, mas conseguiu virar a espada do pirata contra ele próprio, e o vil lobo do mar aca-

bou por morrer naquela ilha moribunda. Billy e o marinheiro continuaram a busca pelo tesouro e acabaram por encontrá-lo numa

gruta em forma de caveira.

O tesouro estava escondido num enorme baú. O marinheiro abriu –o e este estava cheio de peças de ouro, joias e pedras precio-

sas. Levaram o achado para o barco e zarparam de volta a casa. Mas a tripulação do vil pirata seguia-os num majestoso veleiro

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munido de canhões. O marinheiro tentou aumentar a velocidade do seu barco, mas uma das velas estava rasgada, devido aos relâmpa-

gos da terrível tempestade que estava a ocorrer naquele momento. Os inimigos estavam a ganhar terreno, por isso o marinheiro não

teve outra escolha senão travar uma nova batalha. Mandou preparar os canhões. A distância entre os barcos era cada vez menor.

Ouviu-se o primeiro disparo vindo do veleiro inimigo. A batalha havia começado. Ouviu-se outro disparo do inimigo e este tinha atin-

gido o mastro principal. Billy disparou três vezes, uma das bolas de canhão acertou no mastro principal, outra falhou, mas a última

acertou na quilha do inimigo. No entanto, estes, antes de naufragarem completamente, dispararam uma última vez, acertando na

quilha do navio do marinheiro. O marinheiro e Billy puseram-se no bote salva-vidas, mas aperceberam-se que nele não podiam levar o

tesouro. Então, o tesouro dos três oceanos ficou naufragado algures no oceano à espera de ser novamente encontrado.

José Morais

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A origem do eco

Num reino distante, havia um rei muito egoísta. Os seus súbditos eram escravi-

zados, maltratados e tinham que satisfazer todas as ordens do rei ou eles e as suas

famílias eram atirados aos leões da arena.

Passaram-se anos, décadas, séculos e os descendentes desse rei eram tal e qual como

ele. Os súbditos estavam fartos da sua vida de escravidão e começaram a conspirar, a

preparar um êxodo, deixando o rei sozinho e aprisionado no seu próprio reino. Passa-

dos doze anos de conspiração, a população iniciou uma revolução, atravessaram a for-

taleza e selaram os portões da cidade, aprisionando o rei.

O rei ficou sozinho na cidade durante décadas. Estava frustradíssimo, só, não tinha ninguém com quem falar ou a quem dar or-

dens. Ele desejava ter alguém, mas a sua súplica não era atendida. Foi então que algo, que nunca tinha presenciado, aconteceu.

Quando falava, as suas palavras eram repetidas e isso fê-lo enlouquecer. Foi a maneira de os deuses o castigaram dado que só pode-

ria falar ou dar ordens a si mesmo. Assim surgiu o eco.

José Morais

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Eu sou o Anjos

O meu nome é José Anjos, mas todos me chamam Anjos. Sou estudante e bom rapaz.

Tenho treze anos e vivo num apartamento em Lordelo.

Sou de estrutura sou alto e magro, tenho o rosto redondo, os cabelos curtos e pretos e

meus olhos são castanhos. A personagem com quem mais me identifico é o Urso Ted. Como

pessoa considero que tenho as seguintes virtudes: divertido, comunicativo, simpático, amigo,

lutador e trabalhador.

Os defeitos que mais me apontam são o facto de ser falador, um bocado distraído e resmungão.

O meu tempo livre é ocupado a estudar e a jogar futebol. O que mais gostaria de mudar em mim era ser menos falador e distra-

ído.

José Anjos

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz ver-

melha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a

possibilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las.

O velho como viu que ele não tinha posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que trazia ao pescoço. O rapaz tinha ficado

muito intrigado com as nozes, por estas terem cores diferentes e, por isso, é que as trocou pelo colar tão precioso que o seu falecido

pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca ele prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso colar.

O rapaz, que vivia com o avô, mal chegou a casa, foi-lhe mostrar as nozes e este espantado recordou-se que, há cerca de cem

anos, também tinha encontrado as mesmas nozes, com as mesmas cores e que na altura ele tinha comido a azul e, por isso, é que ele

continuava vivo após tantos anos. Assim, o menino ficou a saber do poder da noz azul.

O avô também desconhecia o poder das outras nozes. Naquela altura queimara-as, com receio de que alguma delas pudesse trazer

consigo alguma maldição. O menino fez o mesmo, comeu a azul e queimou as outras duas.

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No dia seguinte, foi ao mercado e viu o mercador que lhe vendera as nozes. Como o menino era inteligente, tinha levado com ele

três nozes pintadas com as mesmas cores das outras. Foi ter com o senhor e pediu-lhe o colar de volta na troca das nozes. O mercador

aceitou a troca.

Assim, o menino cumpriu a promessa que tinha feito a si próprio que era recuperar o seu tão precioso colar. Como diz o velho

ditado: “Mais vale trocar o certo pelo incerto”.

José Anjos

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O camponês

Era uma vez um camponês que tinha um filho que na infância tinha sido transformado num sapo e a única forma de ele vol-

tar a ser humano era bebendo uma poção mágica que se encontrava num castelo distante, situando noutro reino.

O camponês descobriu o tal castelo e, por isso, foi ter com um sábio para este lhe dar conselhos para a sua viajem.

O camponês, no dia seguinte, foi ter com o seu burro, preparou-o para montar, encheu um alforge cheio de comida e bebidas,

e fez-se ao caminho.

Durante a jornada, o camponês encontrou um amigo que era ferreiro. O amigo era uma pessoa generosa que gostava de aju-

dar os outros, conversaram e ele aconselhou-o, pois, nessa viagem, iria ter de enfrentar alguns obstáculos. No dia seguinte, encon-

trou o caminho que dava para o reino para o qual ele se dirigia. Recordara-se das sábias palavras do seu amigo e soube que a

única maneira, de ir por este caminho, seria vencer a corrida ao guarda que lá estava.

O amigo ainda tinha acrescentado que quem perdesse a corrida morria, e que nunca ninguém tinha vencido aquele guarda.

Mas, mesmo assim, o camponês aceitou o desafio e venceu. Como não queria fazer a viagem sozinho, solicitou ao seu amigo que o

acompanhasse. Mais à frente, o camponês e o amigo avistaram a montanha onde se situava o castelo. Pela montanha abaixo des-

lizavam pedras enormes, mas eles seguiram em frente e conseguiram desviar-se delas, até que chegaram ao castelo.

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O reino era muito grande, mas estava todo destruído e sujo. Aproximaram-se do castelo que estava cheio de aranhas e praticamente

em ruinas.

Os dois amigos entraram e não avistaram viva alma, quando, de repente, se acendeu uma luz e um monstro surgiu mesmo à

frente deles. O monstro era enorme, feio e tinha a cara repleta de borbulhas. Os dois começaram a lutar, mas o camponês foi venci-

do. No entanto, não desistiu e disse ao seu amigo para lhe fazer uma armadura robusta e uma espada grande. O amigo do campo-

nês esmerou-se e fez a melhor armadura e a melhor espada do mundo.

No dia seguinte, o camponês voltou ao castelo mas, desta vez, equipado com a armadura e a espada que o amigo lhe fizera.

O camponês estava pronto para o duelo e pediu ao amigo que, enquanto ele lutasse com o monstro, fosse procurar a poção e assim

aconteceu. A batalha foi difícil. O monstro era ágil mas o camponês tinha que ganhar para devolver uma vida normal ao seu filho.

Conseguiu derrotar o monstro e o seu o amigo encontrou a poção, pelo que fugiram rapidamente daquele reino. O monstro mori-

bundo mandou dois lobos atrás do camponês para os matar e recuperar a poção. Mas. Graças à esperteza do camponês, cavaram

um enorme buraco no chão e taparam-no com folhas. Os lobos na sua corrida desenfreada caíram na armadilha e assim o camponês

conseguiu derrotá-los.

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Quando o camponês regressou a casa, deu a poção ao filho que lhe permitiu recuperar assim a sua forma humana. Por sua

vez, o ferreiro foi recompensado pela ajuda prestada. Depois desta vitória, viveram felizes para sempre!

José Anjos

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O Sol e a Lua

Era uma vez uma bola gigantesca que iluminava os vários planetas existentes no siste-

ma solar. Essa bola andava sempre a gabar-se de que era ela que aquecia os planetas, ou

seja, dava luz aos planetas e aos astros e, graças a ela nunca havia escuridão.

Certo dia, um Deus decidiu castigar essa bola por andar sempre a gabar-se então, cri-

ou outra bola, mas mais pequena do que a bola já existente. Esta bola tinha outra coisa que

a diferenciava da primeira, pois esta, em vez de dar luz, emanava escuridão.

Para distinguir as duas bolas, o Deus deu o nome de Sol, à primeira bola e o nome de Lua, à segunda. Estas duas bolas

ficaram tão amigas que, passado algum tempo, se casaram e uniram as suas capacidades. Agora nenhuma delas consegue traba-

lhar em separado, e o funcionamento dos planetas e dos astros dependem das duas. Apesar de raramente se encontrarem, a não ser

quando há eclipses, vivem apaixonadas e são felizes porque delas depende a harmonia do universo.

José Anjos

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Uma adolescente extrovertida

Eu chamo-me Luísa Coelho, tenho treze anos e sou estudante na escola São Pedro de

Vila Real. Vivo num apartamento na cidade de Vila Real.

Sou uma rapariga alta e elegante, tenho o rosto oval, olhos castanhos escuros e cabelo

longo e castanho.

Identifico-me com um cantor rapper chamado Dillaz, porque este cantor tem músicas muito

giras e com as quais eu me identifico.

Também acho que tenho uma virtude que é ser lutadora, porque consigo resolver a maior parte dos meus problemas.

A minha mãe quando se chateia comigo costuma-me chamar preguiçosa, teimosa, resmungona, impaciente, chata,… talvez por-

que eu seja um pouco assim.

Eu passo a maior parte do meu tempo na escola mas, nos meus tempos livres, eu jogo basquetebol, vejo televisão, ando de bici-

cleta, navego no computador, estou com os meus amigos e vou ao cinema.

Eu não gostaria de mudar nada em mim, porque gosto de mim como sou!!!

Luísa Pereira Coelho

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz ver-

melha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a

possibilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um idoso viu as três nozes, pegou

nelas e levou-as para o mercado da vila.

Nesse mesmo mercado, um menino pobre decidiu comprá-las. O velho como viu que ele não tinha posses propôs-lhe trocar as

nozes pelo colar que tinha. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas terem cores diferentes e, por isso, trocou as

nozes pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca, ele prometeu a si próprio que um

dia iria recuperar o tão precioso colar.

O rapaz vivia com o avô e quando chegou a casa foi-lhe mostrar as nozes e este espantado lembrou-se que há muito tempo

tinha comido a noz azul, a da imortalidade.

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O menino, ao ver o espanto do avô, perguntou-lhe e se sabia alguma coisa sobre as nozes, o

avô respondeu-lhe dizendo que, no seu passado, também tinha encontrado três nozes iguais às dele,

perto de uma nogueira e que tinha comido a noz azul e deitado as outras nozes fora.

O rapaz começou a colocar-lhe várias perguntas, e o avô continuou a falar sobre as mesmas e dis-

se que tinha ido a vários sítios perguntar se sabiam alguma coisa sobre as nozes, mas não tinha

encontrado nenhuma informação. Contudo, ele não parou de procurar, até que encontrou, num livro

muito antigo , a história das nozes.

O avô contou ao neto que a nogueira dava essas nozes, mas que só dava três nozes com características mágicas e isso só aconte-

cia de cem em cem anos e também lhe falou dos poderes de cada uma. O rapaz ficou estupefacto e ao mesmo tempo surpreendido com

o que o avô lhe estava a dizer. O menino confidenciou-lhe que também queria comer a noz azul para ser imortal, e disse que iria uti-

lizar a noz branca para poder ter o pai de volta e gostaria de trocar a noz vermelha para recuperar 0 colar que o velho mercador ti-

nha. Então, assim fez. Comeu a noz azul e ficou imortal, ressuscitou o pai e conseguiu recuperar o colar precioso em troca da noz

vermelha.

O rapaz ficou a viver feliz com o avô e com o pai, como sempre quisera.

Luísa Pereira Coelho

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Em busca do tesouro

Era uma vez um aventureiro destemido e persistente que tinha o desejo de encontrar um tesouro, pois isso o tornaria mais feliz.

Meteu-se a caminho, na esperança de encontrar o tesouro tão desejado. Durante a viagem, encontrou um pequeno rio onde

avistou um velho. O aventureiro aproximou-se dele e conversaram. Ao longo da conversa, disse ao velho que procurava um tesouro,

ao que este lhe respondeu que os tesouros existiam numas ilhas distantes e desconhecidas e que ainda não tinham sido desbravadas.

O aventureiro agradeceu ao velho por este lhe ter dado o mapa com a localização das ilhas. Construiu uma jangada e partiu rumo

ao desconhecido.

Já em alto mar, o aventureiro encontrou um barco e nele estava um sábio. Este perguntou ao aventureiro o que fazia por ali,

ao que lhe respondeu que decidiu partir à aventura para achar um tesouro. O sábio alertou-o para os perigos, pois ia enfrentar

vários obstáculos . O aventureiro convidou-o e tornaram-se, então, companheiros de viagem e continuaram juntos nesta missão.

Os obstáculos e os perigos foram muitos e difíceis de enfrentar, mas eles conseguiram ultrapassá-los. No mar, houve uma tempesta-

de forte e com ela veio um barco de piratas que os tentaram matar na tentativa de os impedir de encontrar o tesouro antes deles.

Quem navegava naqueles mares ia à procura das ilhas desconhecidos onde estava enterrado um tesouro desejado por muitos.

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O barco do sábio tinha armamento suficiente para se proteger de um dia como aquele e derrotar os inimigos. Eles usaram o arma-

mento todo e assim conseguiram afundá-los. Quando chegaram à ilha, encontraram alguns animais, palmeiras e, estranhamente, um

castelo. Afinal a ilha não era desabitada. Esta pertencia a um rei e à sua família que ali viviam. O Rei era muito rabugento e não

gostava de ver pessoas desconhecidas na sua ilha. Qualquer intruso que ousasse entrar no seu reino era abatido. Por isso, é que es-

tas pequenas ilhas eram desconhecidas, nunca ninguém tinha conseguido sair vivo da ilha.

Aproximaram-se do castelo, e o rei, acompanhado da sua esposa e dos seus dois filhos, o príncipe e a princesa, recebeu os visitantes.

O rei detestava intrusos, pois desconfiava das suas intenções e tinha a certeza que podiam vir a perturbar a paz do seu reino, desfi-

ou o aventureiro para um duelo. O rei venceu, ferindo o aventureiro. O sábio acudiu e aplicou a sua ciência curando o aventureiro

da sua lesão no braço. O aventureiro depois de recuperado, propôs ao rei um novo duelo, conseguindo, desta vez, vencer. O aventurei-

ro mostrou-se um homem valente, forte e persistente. O rei apercebendo-se das suas qualidades recompensou-o, dando-lhe a mão da

princesa.

Ele não encontrou o tesouro da forma como esperava encontrar mas, no regresso a casa, chegou à conclusão que ter uma família

e conhecer o amor seria o melhor tesouro que lhe podiam ter dado.

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Durante a viagem, apercebeu-se que estava a ser perseguido por alguns nobres, que não estavam de acordo com esta aliança

entre o aventureiro e a princesa, e vinham lutar com a intenção de a recuperarem. Mas o aventureiro estava mais forte e confiante

do que nunca pois o amor tornara-o ainda mais destemido. Este lutou e conseguiu vencer mais ma batalha. O aventureiro e a prin-

cesa casaram-se e, alguns meses depois, nasceu o tesouro mais precioso de todos, o seu filho. Os três regressaram à ilha para que a

família do rei o pudesse conhecer.

Luísa Coelho

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A minha pessoa

Em primeiro lugar chamo me Maria Inês, frequento o oitavo ano na Escola Secundária de São

Pedro. Tenho treze anos e vivo em Vila Real, num apartamento.

Sou de estatura mediana, meço 1,49 m e peso 46kg. O meu rosto é redondo e tenho o cabelo cas-

tanho e os olhos castanhos. Já me perguntaram com quem me identifico mas eu, no meu ponto de vis-

ta, não me identifico com ninguém. Sou uma pessoa amigável, carinhosa e simpática.

Há muitas pessoas que dizem que a minha virtude é a simpatia e eu concordo, mas também tenho defeitos, nomeadamente ser man-

dona e teimosa.

Os meus tempos livres são ocupados com o estudo, a passear com as amigas, ver filmes, a acampar com escuteiros e entre muitas

outras coisas.

Se eu pudesse mudar qualquer coisa em mim? Bem, gostaria de mudar esta minha faceta de mandona e teimosa.

Inês Vaz

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava nozes com características mágicas. A noz vermelha

tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibi-

lidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila. Nesse mercado, uma criança pobre viu-as e decidiu comprá-las. O velho, como viu que o ra-

paz não tinha muitas posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que trazia ao pescoço.

O rapaz tinha ficado muito intrigado com as várias cores das nozes e acabou por trocá-las pelo tão precioso colar que o seu fa-

lecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca, prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o seu querido colar.

O rapaz, que vivia com o avô, assim que chegou a casa, dirigiu-se ao quarto do avô e mostrou - lhe a troca que tinha feito no mer-

cado.

O avô disse ao seu neto: -Estas nozes apenas nascem de cem em cem anos. Há cem anos atrás, eu passei por essa nogueira e vi

nozes semelhantes a essas. Achei muito estranho serem coloridas, mas mesmo assim comi uma delas e a que eu comi, deu-me a imor-

talidade, ou seja, nunca morrerei.

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- Qual era a noz avô?- Perguntou curioso o neto.

- Já não me recordo meu filho! Exclamou o avô.

Mas o rapaz não baixou os braços e foi à procura de ajuda para descobrir o segredo das nozes. Depois de percorrer vários ca-

minhos, encontrou a nogueira e avistou, ao longe, uma casa. A casa parecia-lhe estranha. O rapaz ficou intrigado ao verificar que

a porta se encontrava no telhado. Receoso, o rapaz caminhou até à casa misteriosa.

Quando chegou, ouviu uma voz muito estranha a pedir para ele entrar. Assim foi, ele entrou por uma janela e ficou muito es-

pantado com o que havia lá por dentro.

Havia muitos espelhos, muitas teias de aranha, morcegos e muitos frascos com dizeres no chão. Talvez fossem poções mágicas,

pensou o rapaz.

- Olá!- Dissera a voz. O rapaz assustou-se tanto que até caiu em cima das poções. De repente, viu uma sombra, era um feiti-

ceiro. Apresentaram-se. Depois disso, o rapaz perguntou-lhe: - A sua nogueira deu estas três nozes, mas eu não compreendo porque

têm cores diferentes.

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-Vem comigo! - Solicitou o feiticeiro – Eu já te explico tudo.

O rapaz seguiu-o até à sua sala de feitiços. O feiticeiro começou por dizer

que cada uma das cores tinha um significado. A vermelha tinha o poder de ma-

tar instantaneamente quem a comesse, a azul tinha o poder da imortalidade e a

branca tinha o poder de ressuscitar. O rapaz percebeu que o seu avô tinha co-

mido a noz azul. De seguida, o rapaz correu até casa para contar ao avô o

que se tinha passado.

O avô ficou muito feliz por saber os poderes das três nozes. O seu neto decidiu comer a noz azul, a vermelha deitou-a fora e a

branca colocou-a na boca do seu pai, que voltou ao mundo dos vivos.

Assim que o pai despertou, quis saber como o filho tinha conseguido tal proeza, e os três sentados à lareira, conversaram sobre

os atos corajosos do rapaz e viveram felizes para sempre!

Inês Vaz

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Em busca do amor

Era uma vez um homem aventureiro chamado Hugo que vivia numa aldeia muito distante. O aventureiro era um homem alto,

elegante, simpático, carinhoso, meigo, amigável, mas o seu maior desejo era encontrar o amor da sua vida, por isso decidiu que iria

aventurar-se por terras desconhecidas.

Certo dia, o Hugo ia a caminho de casa, pensando na sua partida, e apareceu-lhe um cão que falou com ele. O Hugo pensou

que estava a ter alucinações, mas era mesmo verdade que o cão estava a falar com ele. O aventureiro prestou atenção ao que o cão

estava a dizer, dado que o alertou para os perigos dos caminhos que iria encontrar. O Hugo chegou a casa e preparou-se para

partir à aventura. Colocara na bagagem tudo o que era essencial para a sua viagem e decidiu que iria partir a pé. Durante a via-

gem, encontrou o seu amigo génio. O génio era uma pessoa muito bondosa, carinhosa e muito simpática.

Ele estava ali porque diariamente ajudava as pessoas mais necessitadas e que precisavam do seu auxílio . O génio aconselhou-o

e desejou-lhe um resto de boa viagem.

Durante o caminho, Hugo teve que enfrentar muitos obstáculos. Em primeiro lugar, deparou-se com uma catarata, e depois de

dar voltas à cabeça decidiu construir uma ponte . Em segundo lugar, encontrou um gigante, e para que este o deixasse passar, teve

de acertar na adivinha que lhe colocara. Depois de muito pensar conseguiu dar a resposta pretendida pelo gigante.

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Em terceiro lugar, teve de enfrentar cães muito ferozes e com as suas armas conseguiu vencer a luta. Finalmente, chegou à floresta.

Era uma floresta cheia de animais e muita vegetação, era fantástica mas, também, muito assustadora. Hugo, depois de observar bem

aquela floresta, lembrou-se que vivia ali o seu inimigo- o sábio-louco.

O sábio-louco era uma pessoa muito inteligente mas com comportamentos diferentes de qualquer humano. Este pressentiu que o aven-

tureiro estava na sua floresta e foi ter com ele. Lutaram, e, nessa luta, Hugo ficou ferido pois não conseguiu defender-se. Entretan-

to, o seu amigo génio veio em seu auxílio.

O génio deu-lhe uma poção para tratar os seus ferimentos. O aventureiro recuperou a forças e lutou, uma vez mais, contra o

feiticeiro saindo, desta vez, vitorioso.

Cansado da sua viagem e já sem ânimo para continuar, decidiu regressar a casa, mas foi perseguido por monstros enviados pelo

seu inimigo vencido. Com a ajuda do génio, travaram nova batalha e venceram o mal, derrotando os monstros.

Após a batalha, descansaram à beira de um riacho, onde ouviram um belo canto, parecia a voz de um anjo.

Seguiram a voz e viram uma bela donzela que estava a banhar-se nas águas límpidas do rio. O génio despediu-se do amigo e

este sorriu, constatou que a sua aventura chegara ao fim!

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O seu coração apaixonara-se pelo canto da jovem donzela e esta ficou encantada com a história que ele lhe contara. Juntos vive-

ram felizes para sempre!

Inês Vaz

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O aparecimento de várias línguas

Há muito, muito tempo, num lugar maravilhoso, um grupo de jovens aventureiros e destemidos, reuniam-se, todos os dias, para

conversarem. Gostavam da companhia uns dos outros e arranjavam sempre com que se entreterem.

Um dia, eles decidiram explorar um bosque que ainda não tinha sido desbravado. Quando entraram no bosque ficaram surpreendi-

dos por este ser bem diferente daquilo que tinham imaginado: havia árvores roxas, amarelas, vermelhas e todas elas falantes. Flores

que cantavam, vaidosas das suas vozes; pássaros que, apesar de terem asas, nunca do chão tinham saído. Um mundo encantado que

parecia ter saltado de um livro de fantasia!

Extasiados com tanto esplendor, percorreram vários caminhos que mais se assemelhavam a um labirinto e, sem se aperceberem, já

tinha anoitecido e não sabiam qual dos caminhos seguir para regressarem a casa.

-Venham por aqui!– Ordenou uma voz rouca. Seguiram a voz que os guiou até uma gruta e lá foram recebidos por um feiticeiro

que aí vivia.

-Espero-vos há muito tempo!- Exclamou o velho mágico, coberto com um manto comprido e com um chapéu em bico.

-Como assim?- Perguntou um dos jovens– Porque nos esperas há muito tempo?

-Tenho uma missão para vós– Respondeu o feiticeiro– Venham comigo! - Ordenou ele.

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Temos aqui pequenas poças de água. Cada um de vós deve beber de uma diferente, pois a cada um de vós foi destinado ensinar aos ho-

mens da terra uma língua diferente. Deveis beber, senão não podereis regressar à vossa terra!

Os jovens, apesar de não acreditarem na história do feiticeiro, assentiram e beberam cada um da sua poça. Após beberem, saíram da

gruta e tentaram decidir qual dos caminhos deviam escolher para o regresso à aldeia. Mas não se conseguiram entender porque, cada

um deles, falou uma língua diferente. Como todos seguiram caminhos também diferentes, divulgaram essas línguas e assim surgiram

as línguas faladas por diferentes povos.

Inês Vaz

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Meu corpo …Minha alma …

Vou apresentar-me: eu sou uma estudante chamada Maria João , tenho treze anos e resido em

Vila Real, no bairro da Laverqueira em Lordelo.

Eu vejo-me como uma rapariga de estatura média, de cabelos um pouco longos e cor de castanha.

O meu rosto é oval , peso cerca de sessenta quilos e meço um metro e setenta e cinco. Identifico-me

muito com a personagem principal da série do Disney Channel “Violleta”. Sou uma pessoa um

pouco tímida, às vezes, mas a maior parte do tempo sou extrovertida, amorosa com as pessoas e parti-

cularmente simpática e muito solidária. Tenho muitos defeitos, mas o que mais me apontam é o facto de eu ser chata.

Eu ocupo o meu tempo livre a tocar piano porque eu adoro música e aprecio particularmente, este instrumento. Também gosto

muito de ler livros de romance e de aventura. Faço parte de um grupo coral, o que me ocupa muito do meu tempo livre e também

me divirto com a minha família e com os meus amigos.

Concluindo, sou uma pessoa maravilhosa e fantástica que gosta de se divertir sozinha e acompanhada. Adoro tudo na minha vi-

da e se me dessem oportunidade de mudar alguma coisa, não mudaria nada. A minha vida é perfeita.

Maria João Sousa

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz vermelha

tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibili-

dade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos .Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila .Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho como viu que ela não

tinha posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele tinha . O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes, por estas te-

rem cores diferentes, e por isso, é que as trocou pelo seu colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter acei-

tado a troca, prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso colar.

Como o rapaz vivia com o seu avô, ao chegar a casa mostrou-lhe as nozes e este ficou espantado com o que viu. Quando era cri-

ança, também encontrara junto de uma nogueira três nozes e apanhou-as, pois achou interessante as suas cores diferentes. Decidiu

então ir falar com o sábio da vila para ele lhe explicar porque é que as nozes tinham cores diferentes das normais. Este conclui,

depois de as analisar, que aquelas nozes tinham poderes mágicos.

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Mas não conseguia descobri-los porque para isso, alguém tinha que as comer. O avô ofere-

ceu-se logo, mas o mágico disse que nem todos os poderes eram bons. Agradeceu-lhe a amabilida-

de e foi para casa . No caminho, enquanto observava as nozes reparou que uma já estava entre-

aberta. Então, retirou-a da casca, encheu-se de coragem, esquecendo-se das recomendações do má-

gico e comeu-a. Depois, aguardou um pouco para ver se lhe acontecia alguma coisa. Rapida-

mente, foi ter com o mágico para o informar deque tinha comido a noz azul. O mágico ficou intrigado e perguntou-lhe se se sentia

normal. Ele respondera-lhe que sim. O mágico, depois de o examinar, e de muito pensar, exclamou que aquela noz lhe deveria ter dado

a imortalidade, deixando-o muito feliz com a notícia.

Ao ouvir a história do avô, o neto decidiu comer a noz azul. O avô achou que deviam ir ter com o sábio. O sábio ao vê-los, anunciou-lhes que

tinha descoberto os poderes mágicos das nozes e disse-lhes que a noz branca, tinha o poder de ressuscitar alguém, a noz vermelha matava instanta-

neamente quem a ingerisse. O rapaz foi rapidamente ao cemitério e colocou a noz branca na boca do seu falecido pai e ele ressuscitou. O

rapaz deitou fora a noz vermelha.

É caso para dizer que o rapaz viveu feliz para sempre com o seu avô e com o seu querido pai!

Maria João

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A coisa que é muito difícil de se encontrar

Era uma vez, numa terra muito distante, um príncipe que era muito rico, tinha tudo o que queria, era muito mimado, elegante,

astuto e lindo. Por isso, todas as princesas e raparigas dessa terra o admiravam. Mas, a vida do príncipe apenas seria perfeita

caso viesse a conhecer o verdadeiro amor. Ele estava decidido a encontrar o seu amor, por isso, quis reunir todas as jovens solteiras

daquele reino. Após alguns dias, todas as jovens se juntaram à porta do palácio para o príncipe escolher uma delas para casar.

Quando este as viu, sabia que a decisão ia ser difícil, pois todas elas eram belas e ele só podia escolher uma. Resolveu, então,

agrupá-las. As loiras para a direita, as ruivas para a esquerda e as morenas ao centro . De cada grupo escolheu a que lhe pareceu

mais bonita. Depois, colocou as três escolhidas junto dele e pôs-se a olhar para elas. Infelizmente, nenhuma delas lhe parecia a

pessoa certa para casar porque todas elas o desejavam pelo poder e pela riqueza. De repente, lá ao fundo, avistou uma bela donze-

la com longos cabelos castanhos que ondulavam ao sabor do vento. A jovem era de estatura média e era muito elegante. A rapariga

aproximou-se e disse-lhe:

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-Sua majestade, recebi o convite para vir a esta reunião. De imediato vim, mas às escondidas do meu pai porque ele não quer que eu me case

com um príncipe, que não seja escolhido por ele. O príncipe encantado com a sua beleza e com a sua voz , perguntou-lhe:

-Como te chamas, querida princesa? De imediato ela respondeu-lhe :

-Sou Rosa, Rosa de Sime, meu senhor!

O príncipe encantado com a resposta, questionou-a: -Tu amas-me verdadeiramente e queres casar comigo?

-Amo-o do fundo do coração, como nunca amei outro homem– Retorquiu timidamente.

O príncipe ajoelhou-se perante ela, pegou na sua delicada mão e perguntou-lhe, olhando-a nos olhos:

-Tu, Rosa de Sime, queres casar comigo, para todo o sempre, enfrentar qualquer obstáculo, mesmo indo contra a vontade do teu

pai?- Perguntou solenemente o príncipe.

Muito suavemente, Rosa respondeu:- Sim, meu príncipe, aceito, porque sei que o amor tudo vence.

O príncipe, feliz com a resposta, convidou-a a entrar no seu palácio. Mandou as suas empregadas prepararem um banquete em

homenagem à sua noiva.

Ao jantar o príncipe perguntou a Rosa onde morava. Esta respondeu-lhe que vivia para lá das sete colinas e perto do rio Arizona,

onde existia uma ponte com um mago, num reino encantado.

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No dia seguinte, de madrugada, enquanto todos dormiam, o príncipe saiu do palácio

e foi a casa de um amigo seu chegado. Depois de o ouvir com muita atenção, o amigo

aconselhou e avisou-o dos perigos da viagem, mas devia partir e ir falar com o pai da sua

noiva.

O príncipe aceitou o conselho do seu amigo e preparou-se para partir. No dia seguin-

te, subiu a bordo do barco que o seu amigo lhe tinha emprestado e iniciou a sua viagem.

Nas sete colinas, como por encanto, encontrou o amigo, que pastoreava as suas ovelhas a pastar e perguntou-lhe se queria via-

jar com ele. O pastor não hesitou em aceitar a proposta do príncipe. Seguiram, então, viagem em direção rio Arizona, onde encon-

traram uma ponte governada por um mago que lhes propôs um enigma que teriam de resolver se pretendiam continuar a viagem. O

príncipe aceitou o desafio. Nisto o mago disse-lhe:

-Qual é a coisa que tanto se quer, e é muito difícil de encontrar, mas muito fácil de perder? Depois de muito pensar, o príncipe

lembrou-se do que o seu pai, um dia, lhe dissera e respondeu: - É o amor! O mago espantado com a rapidez do príncipe, deixou-os

passar. Quando lá chegou, pediu para falar com o rei. Este ouviu-o e no final disse: - Tu queres casar com a minha filha? Para

isso terás de derrotar o dragão que anda a assustar a minha gente!

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O príncipe aceitou o desafio e, no dia seguinte, ele e o amigo dirigiram-se à gruta do dragão para o matarem. O dragão aperce-

bendo-se da presença de estranhos começou a cuspir fogo. Eles abrigaram-se atrás de uma pedra e repararam que perto deles estavam

dez ninhos de dragões a dormir. O príncipe conteve o medo e encorajado pelo amigo atacou o dragão. Este deu-lhe uma patada que

fez com que o príncipe caísse ao chão. O amigo, ao aperceber-se que o príncipe tinha caído, correu para junto dele, levantou-o e deu-

lhe um pó para que ele o deitasse no nariz do dragão. Este subiu pela cauda do dragão e deitou-lhe o pó no nariz e, de imediato, o

dragão caiu ao chão morto.

O rei feliz e admirado com a coragem demonstrada, permitiu que a sua filha casasse com o príncipe. Tinha acabado de entrar no

barco, quando ouviu o aviso do seu amigo da presença de três pequenos dragões que se dirigiam enfurecidos para a embarcação. Foi

travada mais uma luta e os dragões caíram mortos na água.

Finalmente, puderam seguir calmamente a sua viagem. Mal chegou ao seu reino, e depois de ter deixado o seu amigo nas sete coli-

nas, dirigiu-se rapidamente para o seu palácio para junto da sua amada que o esperava ansiosa.

O príncipe abraçou-a e contou-lhe as boas novidades. Foram travadas batalhas, ultrapassados obstáculos e finalmente puderam

casar e viver felizes para sempre!

Maria João Sousa

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M e , M y s e l f a n d I

Olá! Eu chamo-me Maria Pitrez Martins, mas os meus amigos costumam chamar-me Pi-

trez. Tenho treze anos e frequento o oitavo ano de escolaridade na Escola Secundária de S. Pedro.

Outrora, estudei no Colégio Moderno de S. José até concluir o meu sexto ano de escolaridade. Vi-

vo no distrito de Vila Real, em Portugal, numa aldeia chamada Escariz.

Eu sou alta, magra e elegante, tenho 1.60 m e peso 35 quilos. Tenho um rosto oval, com umas

grandes bochechas que fazem covinhas quanto me rio, tenho um nariz pequeno, e uma boca pequena e lábios muito encarnados, te-

nho olhos pequenos e castanhos escuros quase tão pretos como duas azeitonas, tenho as sobrancelhas finas como se fossem desenha-

das a lápis e tenho longos cabelos castanhos com madeixas californianas loiras, tenho pequenas orelhas que normalmente não se no-

tam por causa do meu cabelo e só se revelam quando eu uso brincos. Sou extrovertida, comunicativa e engraçada. Sou um pouco tí-

mida, mas também sou muito impulsiva. Sou inteligente e tenho boas notas na escola, também sou uma pessoa romântica. Por ou-

tro lado, também tenho alguns defeitos: sou teimosa e também sou muito irrequieta não consigo estar parada durante um longo perí-

odo de tempo.

Uma das minhas virtudes é ser boa ouvinte. A personagem de filme com quem eu me identifico é a Gwen Stacy do filme Spider

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Man. Ela é uma personagem romântica, boa ouvinte e está sempre pronta para ajudar o Peter Parker nos seus problemas de

super herói e também é uma personagem teimosa que está sempre a tentar ajudar Peter na batalha contra os seus inimigos.

Por fim, uma das coisas que eu gostava de mudar em mim era: ser mais calma e menos irrequieta e fisicamente gostava de ter

olhos verdes. Esta sou eu!

Maria Pitrez Martins

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz vermelha

tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibili-

dade e ressuscitar.

Naquele mesmo ano fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes e pegou nelas

para as levar ao mercado da vila. Naquele mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho como viu que a criança

não tinha posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele tinha. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas

terem cores diferentes e, por isso, é que as trocou pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a

troca prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso colar.

O rapaz vivia com o avô e quando chegou a casa foi-lhe mostrar as nozes. O avô lembrou-se de um velho amigo que outrora lhe

dissera que existia uma nogueira muito especial e que dava nozes mágicas mas, no momento, ele não tinha acreditado. Então, disse

ao neto que não comesse as nozes e que no dia seguinte, pela madrugada, iriam os dois visitar o seu velho amigo.

No dia seguinte, o rapaz e o seu avô pegaram nas três nozes e foram a caminho da casa do amigo com o objetivo de descobrir o

enigma da origem destas. Quando chegaram à casa do velho, repararam que a casa era muito velha e feita de madeira e a única coi-

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sa que havia no jardim era uma grande nogueira, que parecia brilhar à luz do sol, mas esta não tinha uma única noz. Dirigiram-se

à porta e bateram consecutivamente, mas ninguém a abriu. Ao fim de algum tempo surgiu um olho azul a espreitar por uma frincha

da porta.

O avô disse que queria ver o seu amigo, a porta abriu-se e apareceu uma menina de olhos azuis brilhantes e cabelos loiros finos

que esvoaçavam ao vento e brilhavam com o reflexo da luz. A menina informou-os que era neta do velho e que ele estava muito doente

e que mal conseguia andar e falar. O rapaz e o avô foram ter com o velho e este ficou muito feliz ao ver o seu velho amigo. O rapaz

mostrou-lhe as nozes e este disse que lhe ia contar tudo sobre elas, mas estava tão fraco que apenas conseguiu dizer que a noz verme-

lha matava quem a comesse e que a noz azul dava imortalidade, e morreu, naquele momento, sem dizer qual era o poder da noz bran-

ca. A menina ficou tão triste com a morte do seu avô que chorou até secarem as lágrimas.

Quando a menina se acalmou, revelou que o avô tinha uns diários que escrevera durante anos a fio e que os guardava carinhosa-

mente no sótão. O rapaz foi a correr buscá-los, mas deparou-se com um problema: os diários tinham sido todos escritos em código e só

quem conhecesse os símbolos é que conseguiria lê-los. De outra forma ninguém conseguiria desvendar os vários segredos e decifrar o

enigma das três nozes.

O avô do rapaz relembrou que o seu amigo passava a vida a falar de símbolos, mas não se lembrava do que eles significavam.

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Durante anos, o avô do rapaz tentou recordar-se mas, com o tempo, ia ficando mais velho e ia perdendo a memória. Vendo o

avô neste estado, o rapaz decidiu dar a noz da imortalidade ao avô, que o deixou de novo forte e cheio de saúde. Conseguiu recupe-

rar as memórias de tempos idos e lembrar-se do significado dos símbolos, que lhe permitiram descobrir o poder da noz branca.

Com tal descoberta, o rapaz já nem precisava de recuperar o colar que o seu falecido pai lhe dera, já que este tinha ressuscita-

do.

Feliz por ter o seu avô novamente de boa saúde e o seu pai consigo, estava preparado para dar o maior passo da sua vida, ou

seja, pedir a menina em casamento e juntos viveram felizes para sempre.

Maria Pitrez Martins

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O R e g a s t e

Era uma vez um rei chamado Dylan que vivia no reino encantado de Nárnia. Naquele reino, tudo era maravilhoso. Possuía

lindíssimas paisagens verdes pintalgadas de árvores de fruto, pinheiros enormes e imensas flores de diversas cores que davam ao rei-

no um perfume especial. A mãe natureza fora generosa com estas terras. Todos, no reino, eram felizes, e a paz e o amor reinavam

entre a população. Todos cumpriam o seu papel e ajudavam para que o reino de Nárnia se tornasse um reino perfeito. Todos tra-

balhavam no cultivo dos produtos agrícolas. Juntos exploravam as profundezas das grutas do reino para encontrar ouro. Esse con-

tentamento entre a população também se devia ao facto do rei Dylan saber governar.

O rei Dylan era simpático, alto, magro, jovem e possuía uma enorme beleza. Tinha uma pele pálida, apesar de o sol brilhar

de forma constante no reino, tinha olhos azuis e cabelos loiros que se agitavam ao sabor do vento. Tinha encontrado e perdido o seu

verdadeiro amor. A mulher que amara tinha governado ao seu lado. Era a mãe dos seus filhos e tinha sido durante anos a razão

de ele acordar todos os dias bem disposto e cheio de alegria. Apesar de ter perdido a mulher devido a uma doença, governava o seu

reino de forma exemplar, apenas o assombrava e preocupava o modo como se vivia no reino vizinho, devido à tirania do seu rei. O

reino vizinho chamado Reino Místico ficava localizado numa terra maravilhosa e encantadora, com belos e recheados campos de

cultivo e paisagens deslumbrantes, mas as pessoas que lá moravam eram tristes e viviam sempre assustadas pois quem governava o

reino era o rei Jorge.

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Ele era mau e estava sempre a atacar os reinos vizinhos e a destruir os campos de cultivo do seu povo porque invejava o amor

que a população tinha pelo rei Dylan.

Por isso, o rei Dylan preocupado com os últimos acontecimentos, enviara para o Reino Místico, espiões para descobrir o que

o rei Jorge planeava fazer.

Um dia, um espião regressou ao Reino de Nárnia com uma mensagem para o rei:

-Majestade, descobri uma coisa terrível, tenho conhecimento que o rei Jorge esconde uma bela donzela nas masmorras do seu

castelo. É necessário ir salvá-la.

O rei Dylan não hesitou em ir salvar a donzela, mas não sabia se devia ir sozinho ou levar o seu exército consigo e entrar em

guerra com o reino vizinho. Por isso, foi pedir conselhos a um velho amigo que participava na exploração de uma nova gruta.

Este disse-lhe que deveria ir sozinho pois, ao entrar neste conflito, o reino de Nárnia corria riscos e poderia perder, uma vez que

não tinha armas suficientes e tão poderosas como as do reino Místico.

Então, o rei Dylan decidiu ir sozinho. Antes da partida, preparou tudo e levou consigo apenas o essencial. Limpou e organizou

as espadas que ia levar, pôs dentro de uma mala a roupa e os mantimentos que necessitava e preparou o seu cavalo para partir de

manhã cedo.

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Quando chegou aos arredores do reino Místico, o rei encontrou o seu velho amigo Pedro, que outrora abandonara o reino de

Nárnia para ir viver no reino Místico com a sua mulher e filha. Estava ali para se esconder do rei e poder cultivar a sua comida

sem que ninguém o visse e fosse dizer ao rei. Pedro disse-lhe para ter cuidado mas, se precisasse de alguma coisa, poderia contar

com ele. Dylan despediu-se do amigo e continuou o seu percurso. Contudo, deparou-se com vários problemas, nomeadamente com o

facto de rei Jorge ter a cidade vigiada com imensos soldados.

Nesse exército, havia um grupo de soldados com aspeto abatido e bastante triste, motivo que levou Dylan a arriscar e falar

com eles, prometendo-lhes que, se o ajudassem e lhe permitissem chegar ao castelo do rei Jorge, lhes ofereceria a oportunidade de

ter uma vida feliz. Estes ao ouvirem o entusiasmo do rei Dylan, recuperam a esperança de voltarem a ter uma vida melhor aceita-

ram ajudá-lo.

Infelizmente, quando entrou no castelo, encontrou o rei Jorge preparado e pronto para a batalha e, sem recursos para se defen-

der foi derrotado. A notícia correu e chegou aos ouvidos de Pedro que Dylan tinha sido feito prisioneiro. Este apressou-se a reunir

um exército de homens muitos deles do reino do rei Jorge que estavam fartos das suas malvadas ordens. Numa tentativa de volta-

rem a ser felizes como outrora os soldados prepararam-se para enfrentar e matar o rei Jorge.

Com um forte exército e poderosas armas, Dylan estava pronto para voltar a batalhar contra Jorge.

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A batalha foi difícil mas, passado algum tempo, o rei Jorge não resistiu e morreu. Dylan dirigiu-se às masmorras do castelo e

encontrou a bela donzela. Quando os seus olhares se cruzaram sentiu-se perdido de amores por ela. Juntos regressaram ao reino de

Nárnia, mas os aliados do rei Jorge, desconhecendo os desejos do rei Dylan e achando

que ele apenas queria conquistar o reino Místico e ser o novo tirano, decidiram atacar reino de Nárnia.

O rei Dylan, sabendo da invasão dos aliados, preparou o seu exército e derrotou-os. Depois desta vitória, restabeleceu a paz entre os

dois reinos e deu liberdade ao povo para escolher o modo como queria viver. A paz, a liberdade e a felicidade permitiram que se vivesse em

paz num só reino.

Feliz, o rei Dylan e a bela donzela casaram-se, tiveram dois filhos e viveram felizes para sempre.

Maria Pitrez

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A Minha Pessoa

Eu chamo-me Mariana Cardoso, tenho quinze anos e sou estudante na escola São Pedro de Vila

Real. Vivo numa casa nesta mesma cidade.

Sou uma rapariga alta, elegante, tenho olhos castanhos, rosto oval, cabelo curto e castanho.

Identifico-me com a cantora Rhianna. Sou divertida, sociável, amiga, organizada e destemida.

Tenho os meus defeitos, sou orgulhosa e impaciente.

Nos meus tempos livres, jogo basquetebol, estou com os meus amigos, vou ao cinema e vou às compras.

O meu dia a dia é normal, saio de casa vou para a escola e saio da escola e regresso a casa.

O que eu mudaria em mim? Acho que não mudaria nada!!!

Mariana Cardoso

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava nozes com características mágicas. A noz vermelha tinha

o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibilidade de

ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou nelas e

levou-as para o mercado da vila. Nesse mercado, uma criança pobre viu-as e decidiu comprá-las. O velho, como viu que o rapaz não

tinha muitas posses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que trazia ao pescoço.

O rapaz tinha ficado muito intrigado com as várias cores das nozes e acabou por trocá-las pelo tão precioso colar que o seu faleci-

do pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca, prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o seu querido colar.

O rapaz, que vivia com o avô, assim que chegou a casa, dirigiu-se ao quarto do avô e mostrou - lhe a troca que tinha feito no

mercado. e este espantado perguntou-lhe onde é que as arranjara. O rapaz contou-lhe tudo e o avô ficou muito zangado e pô-lo de cas-

tigo.

Um dia, o rapaz tentou descobrir o que as nozes significavam na tentativa de perceber porque é que o avô tinha ficado tão zanga-

do, mas não obteve qualquer esclarecimento.

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Decidiu, então, comê-las e depois de alguma indecisão, optou pela noz vermelha. A curiosidade matou-o.

Passado algumas horas, o avô foi ao quarto ver o que o rapaz estava a fazer, e deparou-se com o seu neto morto. Como o avô sa-

bia da história das três nozes e o que elas significavam decidiu dar-lhe a noz branca para o salvar. Após breves minutos, o rapaz res-

suscitou. Ao ver a felicidade do avô, o rapaz perguntou-lhe:

-O que se passou?!

-Tu, ao comeres a noz vermelha, morreste. Porque essas três nozes têm poderes mágicos. Há cem anos atrás aconteceu isso com

um amigo meu e, a partir daí, passei a saber a história das três nozes. A noz vermelha mata, a azul dá imortalidade e a branca res-

suscita. O rapaz exclamou:

-Ah! Agora percebo! Como agradecimento, ofereço-te a noz branca para seres imortal.

O avô disse com uma voz meiga:

-Obrigado, meu querido neto! Não posso aceitar o teu presente, porque a vida, para ser maravilhosa, tem de começar e também

de acabar, tem de seguir o seu ciclo natural para que possamos aproveitar cada dia como se fosse o último.

Mariana Cardoso

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O aventureiro e o tesouro

Era uma vez um aventureiro que tinha o desejo de encontrar um tesouro. Um dia, decidiu partir rumo à aventura, na tentativa de

descobrir um tesouro. Resolveu pôr-se a caminho na esperança de encontrar alguém que lhe desse algumas pistas ou lhe contasse ve-

lhas histórias de tesouros escondidos. No caminho, encontrou um sábio que lhe perguntou para onde é que ia e o aventureiro respon-

deu que ia à procura de um tesouro.

O sábio, como sabia tudo, disse-lhe que os tesouros só existiam nas ilhas desconhecidas. O aventureiro agradeceu ao sábio por lhe

ter dado as coordenadas das ilhas.

O aventureiro foi pedir emprestado um barco aos pescadores e pôs-se a caminho. Já em alto mar, o aventureiro deparou-se com um

barco onde se encontrava um velho pescador, que perguntou ao aventureiro o que fazia ali. Ele respondeu ao velho que ia procurar um

tesouro.

O velho informou-o que iria enfrentar vários obstáculos e que e os perigos seriam muitos. Porém, o velho, já cansado da sua paca-

ta vida, ofereceu-se para ir com ele e assim podiam ajudar-se mutuamente. O aventureiro aceitou a proposta e continuaram a viagem.

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Os obstáculos foram muitos e difíceis de ultrapassar, mas eles conseguiram vencê-los. No mar, houve uma tempestade muito forte

e com ela veio um barco de piratas que os tentaram matar, mas eles tinham armamento e usaram-no para os despistar e, desta forma,

prosseguiram.

Quando chegaram à ilha, ela estava deserta e abandonada, e nem sequer existiam árvores nem animais. O aventureiro e o sábio

foram explorar a ilha. No meio daquele deserto ouviram um barulho e foram ver o que era. Era um bandido que também procurava o

tesouro. O aventureiro viu que ele tinha o mapa do tesouro, aproximou-se e propôs-lhe um duelo. Quem vencesse ficava com o mapa.

O bandido concordou e venceu, ferindo o aventureiro. O velho foi ajudá-lo, curando a sua lesão na perna. O aventureiro não desistiu e

foi atrás do bandido acompanhado do velho.

Eles aproximaram-se do bandido e o aventureiro lutou com ele para ficar com o tão desejado mapa. Desta vez, o aventureiro lutou

com ele com todas as suas energias e conseguiu vencê-lo.

O velho observou o mapa e percebeu logo onde se encontrava o tesouro, pois ele conhecia aquela ilha como a palma das suas mãos

e, além disso, esta surgira-lhe várias vezes em sonhos. Então o aventureiro e o velho foram buscar o tesouro, que se encontrava numa

gruta, e aí viram milhares de moedas de ouro e artefactos valiosos.

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Eles ficaram espantados e maravilhados com o que viram e carregaram, durante dias, o barco com o espólio encontrado.

Na viagem, foram surpreendidos com os aliados do bandido que estavam escondidas na ilha. Contudo, como o aventureiro e o

velho ainda tinham algum o armamento, conseguiram vencer mais uma batalha.

Em casa, eles partilharam o tesouro e não disseram nada a ninguém. Com esta riqueza puderam Viver, ricos e felizes para sem-

pre.

Mariana Cardoso

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Uma parte de mim

Chamo-me Sandro Gomes, tenho treze anos e vivo em Portugal , na cidade de Vila Real.

Tenho 1.67 m, peso 50 kg, tenho os olhos castanhos, o meu cabelo é comprido e negro e tenho um

nariz fino e um pouco alongado.

A personagem com quem mais me identifico é o super-homem.

Sou amigo de todos, sou engraçado, um pouco distraído e também muito infantil.

Uma das minhas maiores virtudes é ser tolerante. Quanto aos defeitos, sou um pouco chato e distraído.

O que eu faço nos tempos livres é: estudar, jogar, ver vídeos, ouvir música etc…

O que eu mudava em mim? Eu gostaria de ser menos chato e também menos distraído.

Sandro Gomes

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz vermelha

tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possibili-

dade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um velho viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila. Nesse mercado, um rapaz pobre queria comprá-las. O velho como viu que ele não tinha pos-

ses, propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que ele trazia ao pescoço. O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas te-

rem cores diferentes e, por isso, trocou-as pelo colar tão precioso que o seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca,

ele prometera a si próprio que, um dia, iria recuperar o tão precioso colar. O rapaz, que vivia com o avô e com a sua mãe, ao chegar

a casa mostrou o que tinha trocado na feira. A mãe ficou um pouco zangada pela troca que o menino fizera.

A criança tinha dois irmãos. Um estava muito doente, em risco de morrer. O outro era muito ganancioso e sempre com inveja

dos outros, chamava-se Miguel. Ao jantar, a mãe pediu ao menino que voltasse ao mercado para reaver o colar.

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Miguel foi ao mercado para desfazer o negócio mas o velho recusou-se e disse ao Miguel para ficar com as nozes porque tinham

poderes mágicos.

O Miguel voltou a casa e o seu irmão, que estava muito doente, tinha morrido. O menino lembrou-se do que o velho lhe disse e

deu a noz branca ao irmão para o ressuscitar. As informações do velho estavam certas e, de facto, o irmão ressuscitou. A mãe, sur-

preendida com o acontecido, perguntou como fez aquilo. Ele explicou-lhe- que as nozes tinham poderes mágicos diferentes. O irmão

ganancioso pegou na noz vermelha, pensando que era a que dava a imortalidade, e morreu.

Miguel cresceu e, quando fez trinta e cinco anos, comeu a noz da imortalidade para poder guardar, para sempre, a nogueira e as

nozes que só davam de cem em cem anos.

Sandro Gomes

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A Ilha Dos Gigantes

Era uma vez um pirata que procurou durante toda a sua vida um tesouro, um cofre enorme repleto de ouro e pedras preciosas.

Certo dia, o seu melhor amigo descobriu onde o tesouro tão desejado se encontrava. Foi ter com o pirata e confidenciou-lhe que te-

souro estava na Ilha dos Gigantes. Sem mais demoras, o pirata abasteceu-se com comida e água para toda a viagem, entrou no seu

barco e começou a remar até esse locl.

Já tinham passado muitas semanas e, no meio do caminho, encontrou um velho amigo noutro barco. O amigo tinha uma pala

num dos olhos e uma perna de pau. Depois de uma longa conversa, chegaram a um acordo e o velho amigo decidiu ajudar o pirata e

acompanhá-lo na sua viajem até à ilha. Segundo os seus cálculos, faltavam apenas dois dias para chegarem a ilha, mas tiveram de

enfrentar um dragão de duas cabeças. O dragão surge inesperadamente do nada, e o pirata e o amigo, com as suas pistolas de pólvo-

ra, começaram a disparar em todas as direções e conseguiram matá-lo.

Finalmente, chegaram à ilha. Era uma ilha muito grande, cheia de árvores e animais perigosos e selvagens. Eles entraram pela

floresta dentro e deparam-se com um gigante que guardava, no seu bolso, o mapa com a localização exata do tesouro. O gigante

também era feiticeiro e lançou um feitiço ao pirata, imobilizando-o, mas o seu amigo libertou-o do feitiço. O pirata subiu pelas calças

do gigante e entrou-lhe no bolso para lhe roubar o mapa. Depois, com a sua espada, rompeu-lhe o bolso e saltou para o chão. En-

quanto isso acontecia, o seu o seu amigo disparava pólvora contra o inimigo comum.

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Seguidamente, dirigiram-se à localização assinalada no mapa, mas não se aperceberam que tinham sido seguidos pelos irmãos do Gi-

gante. Entusiasmados, encontraram o cofre e verificaram que, estava cheio de moedas de ouro e outras preciosidades. Então, levaram

a arca para o barco, mas à espera deles estavam os dois irmãos do gigante. Travou-se uma grande luta e o amigo do pirata é mor-

talmente atingido. Contudo antes de morrer, conseguiu ferir um dos irmãos.

O pirata luta com todas as suas forças contra os dois gigantes e consegue desferir um golpe mortal, espetando-lhes uma espada

nas costas que os matou a ambos.

O pirata ficou um homem muito rico e, em memória do amigo, tornou-se num caçador de Gigantes e de criaturas místicas e

malévolas.

Sandro Gomes

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Sou um rapaz de catorze anos, logo nasci no ano dois mil ,no dia quatro de dezembro. Vivo na rua de

Montezelos, em Vila Real e frequento o oitavo ano na escola de São Pedro.

Sou um rapaz alto de 1,75m , sou magro e tenho cabelos curtos e castanhos, os meus olhos são também cas-

tanhos.

Normalmente, sou um rapaz bem disposto e otimista porque gosto de ver o lado bom das coisas e de me divertir com os meus colegas.

Sou preguiçoso quando meu mandam fazer coisas que eu não gosto por exemplo quando tenho que estudar, quando tanho que me le-

vantar da cama para ir a algum lado Nos meus tempos livres gosto de jogar videojogos como por exemplo minecraft que é um jogo

de tática onde podemos fazer várias coisas: construir casas, lagos, castelos tudo o que conseguirmos imaginar, pode também ser um jo-

go de equipa e de luta. Também gosto de falar com os meus amigos sobre jogos, filmes e outros assuntos.

Se pudesse mudar algo em mim seria ser menos preguiçoso porque se eu sou preguiçoso fico sem saber muita coisas que me poderá ser

útil um dia mais tarde.

Tiago Alves

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As três nozes

Era uma vez uma nogueira muito especial que, de cem em cem anos, dava três nozes com características mágicas. A noz verme-

lha tinha o poder de matar instantaneamente quem a comesse, a noz azul tinha o poder da imortalidade e a noz branca dava a possi-

bilidade de ressuscitar.

Naquele mesmo ano, fazia cem anos que a nogueira tinha dado os seus frutos. Um dia, um idoso viu as três nozes, pegou ne-

las e levou-as para o mercado da vila. Nesse mesmo mercado, uma criança pobre decidiu comprá-las. O velho como viu que ele não

tinha posses propôs-lhe trocar as nozes pelo colar que tinha.

O rapaz tinha ficado muito intrigado com as nozes por estas terem cores diferentes e, por isso, é que as trocou pelo colar tão precioso

que seu falecido pai lhe oferecera. Apesar de ter aceitado a troca, ele prometeu a si próprio que um dia iria recuperar o tão precioso

colar.

Nessa mesma noite, quando estavam todos a dormir, o jovem levantou-se e foi a casa do velho mercador para tentar recuperar o

colar. Ao chegar a casa do mercador, o jovem entrou sorrateiramente em casa e vasculhou tudo, até que encontrou o colar. Pegou nele

e, todo contente, abriu a porta. Contudo o velho mercador apercebeu-se de uma certa agitação na sua casa, pegou na espingarda e saiu

do seu quarto. Então, deparou-se com um vulto a abrir a porta da entrada e, sem demoras, o mercador disparou contra ele.

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O avô, muito irrequieto e agitado, levantou-se e foi ver se o seu neto se encontrava a dormir. Quando se apercebeu que o neto não

estava na cama, muito aflito foi dar uma volta à aldeia, viu os polícias à porta do mercador, e dirigiu-se, então, para junto da multi-

dão.

Este vê o seu neto imóvel no chão e, num último gesto de esperança, pega na noz branca e coloca-a na boca do neto. O rapaz abre

os olhos e abraça o avô. Depois da aflição, o avô e o neto regressaram a casa numa grande felicidade.

Passado sete anos, o velho lembrou-se das nozes, secretamente guardadas, e oferece a noz azul ao neto. Explica-lhe que ao comer

essa noz se tornaria imortal, tal como ele. O neto aceita e come a noz. O avô decide guardar secretamente a noz vermelha, na eventua-

lidade de algum dia surgir qualquer surpresa desagradável e, assim, poder atuar.

Tiago Alves

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